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MARIANA BAFFI PELLEGRINETTI AVALIAÇÃO DO SELAMENTO DE LESÕES DE CÁRIE EM DENTINA COMPARADA COM A TÉCNICA RESTAURADORA CONVENCIONAL EM DENTES DECÍDUOS Evaluation of sealant application on dentin caries lesion compared to conventional filling in deciduous teeth Dissertação apresentada ao Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS para obtenção do grau de Mestre em Odontologia. Área de concentração: Odontopediatria Araras 2007

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MARIANA BAFFI PELLEGRINETTI

AVALIAÇÃO DO SELAMENTO DE LESÕES DE

CÁRIE EM DENTINA COMPARADA COM A TÉCNICA

RESTAURADORA CONVENCIONAL EM DENTES

DECÍDUOS

Evaluation of sealant application on dentin caries lesion

compared to conventional filling in deciduous teeth

Dissertação apresentada ao Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.

Área de concentração: Odontopediatria

Araras 2007

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MARIANA BAFFI PELLEGRINETTI

AVALIAÇÃO DO SELAMENTO DE LESÕES DE

CÁRIE EM DENTINA COMPARADA COM A TÉCNICA

RESTAURADORA CONVENCIONAL EM DENTES

DECÍDUOS

Evaluation of sealant application on dentin caries lesion

compared to conventional filling in deciduous teeth

Dissertação apresentada ao Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.

Área de concentração: Odontopediatria

Orientadora: Profa. Dra. Renata Cristiane da Silva Co-Orientador: Prof. Dr. José Carlos P. Imparato

Araras 2007

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Folha de Aprovação Faculdade de Odontologia da fundação Hermínio Ometto – UNIARARAS Mariana Baffi Pellegrinetti

AVALIAÇÃO DO SELAMENTO DE LESÕES DE CÁRIE EM DENTINA

COMPARADA COM A TÉCNICA RESTAURADORA CONVENCIONAL

EM DENTES DECÍDUOS

Dissertação apresentada ao Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS para obtenção do grau de Mestre em Odontologia. Área de concentração: Odontopediatria

Data da Defesa: _____/______/ 2007. Banca Examinadora: 1._____________________________. Assinatura:_______________. 2._____________________________. Assinatura:_______________. 3._____________________________. Assinatura:_______________.

3

Dedico este trabalho á minha Família, (Gu, você também está incluído). Pelo apoio constante e pela oportunidade da Vida.

4

Agradecimentos

Não tenho palavras suficientes para agradecer ao Prof. Dr. José Carlos P.

Imparato, por todas as oportunidades oferecidas, por toda amizade que criamos,

até mesmo pelas broncas que me fazem crescer a cada dia não só

profissionalmente, mas como pessoa. Obrigada mesmo, por tudo!

Obrigada aos meus pais, a quem também dedico esta obra, afinal de contas

nada seria de mim sem o apoio incondicional e fé que sempre tiveram.

Agradeço imensamente a Gustavo Pignata, que tantas vezes me deixou

descansar em seu colo, tantas vezes me fez companhia, mesmo se minha

atenção estivesse voltada para outras coisas, você é meu porto seguro, com quem

quero construir um futuro e sabe que a minha profissão é muito importante para

que eu seja feliz... Muito obrigada acima de tudo por ser meu companheiro, e

estar sempre ao meu lado em todos os momentos! Não existe no mundo melhor

namorado que você !

As minhas queridas amigas (e não colegas) de mestrado: Bárbara de Assis

Marques, Mariana Iost Antunes, Paula Brolezi de Souza, Andrea de Lara

Fernandes Politano, Flavia Kiertsman, Karin Megliatto e Paulo Souza. Conviver

com vocês esses anos me fez ser uma pessoa melhor, aprendi muito com vocês.

Foram muitas conversas, muitas risadas e acima de tudo muita ajuda para

enfrentar todo e qualquer obstáculo que encontramos pela frente. Meninas, muito

obrigada por todas as ajudas com os pacientes, e principalmente nos dilemas

5

pessoais. Paulinha, obrigada por todas as radiografias que você fez... E por tudo

mais...

Obrigada aos professores do curso de mestrado da Uniararas Profa. Dra.

Luciana Butini Oliveira, Prof. Dr. Thiago Machado Ardenghi, Profa. Dra. Monique

S. De Benedetto, Profa. Dra. Renata C. da Silva (que aceitou tão bem a “missão”

de ser minha orientadora), e por último, mas não menos importante, Profa. Dra.

Daniela P. Raggio, por todas as revisões feitas, por todas as orientações dadas,

por todas as oportunidades, mas principalmente por toda a amizade e carinho

com qual sempre fui tratada.

A Sandra Echeverria e Gabriel Politano, que indiretamente me apoiaram,

agradeço por toda a amizade e apoio na vida odontológica e pessoal, e

principalmente por todo o bom humor de vocês.

Agradeço imensamente aos Professores Ricardo Navarro e Júlio Bassi que

tão prontamente utilizaram suas influências para conseguir os materiais utilizados

nessa pesquisa juntamente com as empresas 3M do Brasil e Dentisply.

Aos queridos alunos do curso de Especialização em Odontopediatria da

ACDC e UNIARARAS, que tanto me apoiaram durante a execução desse estudo.

Vocês são especiais!!!

A todos os meus amigos “não odontológicos” obrigada pela compreensão

da minha ausência, agora minha vida deve voltar ao “normal”...

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Sumário

1 INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA..............................07

2 OBJETIVOS....................................................................................13

3 CAPÍTULO 1: Apresentação do Artigo

RESUMO.........................................................................................16

ABSTRACT.....................................................................................18

Lista de Figuras...............................................................................19 Lista de tabelas...............................................................................21

3.1 INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA.............................22

3.2 MATERIAL E MÉTODO.................................................................27

3.3 RESULTADOS...............................................................................44

3.4 DISCUSSÃO..................................................................................46

3.5 CONCLUSÃO................................................................................50

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................51

Referências Bibliográficas...................................................................52

Anexos

7

1. Introdução e Revisão da Literatura A cárie dentária é uma doença multifatorial, de caráter infeccioso, podendo

acarretar até infecção sistêmica e perda do elemento dentário. A alta freqüência

da ingestão de carboidratos, presença de biofilme cariogênico, estrutura dentária

suscetível, associada ao tempo, fatores emocionais, sociais e ambientais,

constituem os fatores etiológicos da doença cárie, que inicia-se pela

desmineralização do esmalte, caracterizada por lesões de manchas brancas

opacas, evoluindo para perda de parte do esmalte e, a seguir, podendo

ultrapassar a junção amelodentinária, atingindo a dentina e, posteriormente o

órgão pulpar (PINHEIRO, 2004).

O tratamento da doença cárie, durante muito tempo, foi constituído pela

remoção da estrutura dentária. Essa etapa foi definida como a “Era Restauradora”

(MALTZ; CARVALHO, 1999). Esse tipo de tratamento formava um círculo vicioso,

levando-se a fazer restaurações após restaurações em períodos curtos de tempo,

situação que não deve ser vista como sinônimo de tratamento da doença cárie

(KRAMER et al.,2000).

Segundo KRAMER et al. (2000), as lesões de cárie detectadas pelo exame

de rotina ou devido ao desconforto, têm sido tratadas sintomaticamente de

maneira tradicional: o tecido cariado é removido e a estrutura dentária perdida é

substituída por uma restauração ou incrustação. Por décadas, decisões

restauradoras têm sido tomadas sem a menor reflexão, adotando-se a filosofia:

“Em caso de dúvida restaure”.

8

Conforme as restaurações são colocadas e substituídas, as cavidades

tornam-se maiores e os dentes mais fracos, levando muitas vezes a uma perda

precoce do elemento dental. Isso indica que o tratamento restaurador gera mais

tratamento restaurador, promovendo o chamado “ciclo restaurador repetitivo”. O

tratamento restaurador não deve ser considerado como definitivo, já que qualquer

tratamento restaurador realizado na cavidade oral em algum dia terá que ser

refeito (MEIERS, JENSEN, 1984; PAGE, WELBURY, 1999; KRAMER et al., 2000;

ELDERTON, 2001).

Em um contexto preventivo, o tratamento da cárie dental atualmente está

mudando de paradigma. Muito tem se questionado sobre qual seria o momento

ideal para cessar a remoção do tecido cariado (PINHEIRO, 2004), ou até mesmo

quando abrir uma cavidade ou apenas selar essa cavidade (KRAMER et al.,

2003).

Estudos têm demonstrado que a remineralização da lesão de cárie

dentinária interna pode ocorrer por meio do suprimento de fosfato de cálcio da

polpa sadia pelo processo odontoblástico e da difusão de minerais do material

restaurador, como certos cimentos de ionônero de vidro. Remover apenas os

tecidos desmineralizados do dente é um passo em uma estratégia de tratamento

que tem sido conhecida como “Abordagem de Mínima Intervenção”. Essa

estratégia foi introduzida para aumentar a vida do dente, depois de observar que

muitas restaurações de amálgama colocadas em indivíduos jovens entre a década

de 60 e 80 tiveram vida curta (FRENCKEN, HOLMGREN, 2001). As restaurações

falharam devido à abordagem mecânica quanto ao preparo cavitário e a falta do

manejo da doença cárie em geral.

9

Freqüentemente, o tratamento restaurador era executado isoladamente

sem considerar a atenção nos fatores que norteiam o aparecimento das lesões de

cárie. Na maioria dos casos, a substituição das restaurações era baseada nos

mesmos princípios obsoletos que regiam o preparo cavitário, o que acarretava em

remoção excessiva de tecido dentário, enfraquecendo a estrutura dentária

remanescente a cada troca realizada, como já foi salientado. Nos últimos anos,

têm-se acreditado que o conceito da preservação do dente na arcada é mais

importante que a restauração da cavidade em si, promovendo assim um aumento

na expectativa de vida do dente.

BRUNELLE, CARLOS, 1982; BOHANNAN, 1983; GREENWEL, 1990,

concordam que as lesões de fossas e fissuras representam 80-90% da

experiência de cárie na infância e adolescência e de acordo com RIPA (1982),

embora as superfícies oclusais representem somente 12,5% do total de

superfícies da dentição permanente, elas são responsáveis por aproximadamente

50% da ocorrência de cárie em crianças em idade escolar.

Essa situação é válida tanto para a dentição permanente quanto para a

dentição decídua, de tal maneira que HICKS, FLAITZ (1998) observaram que os

molares decíduos são responsáveis por aproximadamente 60% da experiência de

cárie em crianças de 2 a 3 anos de idade, sendo a superfície oclusal a mais

envolvida nesse processo (74,5%).

Assim, a proposta de novos métodos preventivos torna-se fundamental. A

idealização do uso de selantes foi induzida a partir da possibilidade de obliterar ou

vedar as áreas com alta incidência de cárie, como as superfícies oclusais, que se

relacionam à retenção de restos alimentares e microrganismos (KRAMER et al.,

10

2003). Por isso a escolha do uso de selantes, que são definidos como resinas ou

polímeros sintéticos que, após o condicionamento ácido da superfície de esmalte,

aderem-se firmemente a ela e obliteram ou selam as fossas e fissuras,

constituindo uma barreira mecânica que isola a superfície dental de fatores

cariogênicos (KRAMER et al., 2000).

Como nos últimos anos os selantes oclusais têm obtido ótimos resultados

de efetividade e retenção, por meio de estudos clínicos realizados em diversos

países e com investigadores independentes, eles têm sido cada vez mais aceitos

como um método seguro e eficiente, sendo largamente utilizados (MERTZ-

FAIRHURST et al., 1984; SIMONSEN, 1991; RIPA, 1993; SHELWITZ et al., 1995;

HANDELMAN, SHEY, 1996; KUMAR, SEIGAL, 1998; VRBIC, 1999).

Por outro lado, começou a existir a preocupação com a presença de cárie

em pontos mais profundos de fossas e fissuras, não visível clinicamente. A

preocupação justifica-se pela própria natureza do processo carioso incipiente em

fissuras, pois, freqüentemente, é de difícil detecção. Essa hipótese fez com que o

tratamento com selantes oclusais deixasse de ser usado por muitos clínicos como

medida efetiva e segura de prevenção, por medo de como o tecido cariado,

possivelmente deixado abaixo do selante, se comportaria (GIFT et al., 1975;

HUNT, 1984; NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH, 1984; HENDERSON, 1985;

CHAPKO, 1987). Essa preocupação fez com que alguns autores, a partir da

década de 80, começassem a recomendar a técnica invasiva de selamento

oclusal, abrindo sulcos e fissuras com uma broca esférica de pequeno diâmetro

para remover o tecido cariado (LE BELL, FORSTEN, 1980; MEIRS, JENSEN,

1984; DE CRAENE et al., 1988).

11

A técnica invasiva tornou-se assim numa versão moderna do conceito

clássico de que procedimentos invasivos seriam necessários para prevenir cárie

na superfície oclusal. A adoção de uma postura mais conservadora, entretanto,

tem tornado possível o uso de técnicas alternativas no tratamento de lesões

cariosas em dentes posteriores. Em virtude disso, acelerou-se, na Odontologia, a

transição de uma prática mais centrada em procedimentos mecânicos empíricos

para outra mais biológica, sustentada por evidências científicas (KRAMER et al.,

2000).

KRAMER et al. (2000), perceberam que alguns pesquisadores têm dire-

cionado suas investigações para a utilização de selantes resinosos, não só como

um método preventivo, mas também como medida terapêutica em lesões de cárie

em fossas e fissuras, baseados, principalmente, na demonstração de que o

selamento dessas lesões é um procedimento seguro e efetivo que poderá

estender o uso clínico dos materiais adesivos.

Além de que, KRAMER et al. (1993) demonstraram redução média de

96,79% da microbiota viável presente em sulcos e fissuras hígidas após o

condicionamento ácido. Segundo os autores, o posterior selamento da superfície

oclusal determinou, durante o experimento, redução gradual dos microrganismos

remanescentes.

Os conhecimentos científicos atuais sobre a etiopatogenia da cárie dental

demonstram tratar-se de uma doença passível de ser prevenida e, quando

diagnosticada precocemente, permite a utilização de recursos que possibilitem a

paralisação do processo, evitando-se, desse modo, o tratamento restaurador

convencional. Além disso, devido à conscientização crescente da importância da

12

prevenção e do desenvolvimento de novos materiais odontológicos, os Cirurgiões

- Dentistas estão assumindo uma atitude mais conservadora na avaliação e

tratamento de lesões cárie oclusais iniciais em dentina (KRAMER et al., 2003).

13

2. Objetivos

O intuito do presente estudo foi apresentar, na forma de artigo científico

intitulado: “AVALIAÇÃO DOS SELAMENTO DE LESÕE DE CÁRIE EM DENTINA

COMPARADA COM A TÉCNICA RESTAURADORA CONVENCIONAL EM

DENTES DECÍDUOS”, um estudo que avaliou, “in vivo”, por meio do exame

clínico e radiográfico, o efeito da aplicação de selantes de fossas e fissuras na

progressão de lesões cariosas oclusais na metade externa de dentina de molares

decíduos, comparando-o ao tratamento restaurador convencional, durante o

período de 06 meses.

14

3. CAPÍTULO 1: Apresentação do Artigo

15

AVALIAÇÃO DO SELAMENTO DE LESÕES DE

CÁRIE EM DENTINA COMPARADA COM A TÉCNICA

RESTAURADORA CONVENCIONAL EM DENTES

DECÍDUOS

Mariana Baffi Pellegrinetti (1)

José Carlos P. Imparato (2)

Renata Cristiane da Silva (1)

1.Disciplina de Clínica integrada Infantil da Faculdade de

Odontologia da Fundação Hermínio Ometto – UNIARARAS.

2. Disciplina de Clínica integrada Infantil da Faculdade de

Odontologia da Fundação Hermínio Ometto – UNIARARAS,

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade de

Odontologia da Universidade de São Paulo.

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3.1. Resumo

A aplicação de selante sobre a lesão cariosa dentária tem por objetivo a

paralisação ou alteração na progressão dessa. Considerando o menor tempo que

o dente decíduo permanece na cavidade bucal, justifica-se a utilização de técnicas

alternativas mais conservadoras e mais simples do que a técnica restauradora

convencional. O objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar duas condutas

frente a lesões de cárie oclusais na metade externa de dentina: grupo I -

selamento da lesão sem remoção do tecido cariado com resinoso (Fluroshield® –

Dentsply) e grupo II - restauração convencional com resina composta (Z250-3M)

após remoção total do tecido cariado com uso de evidenciador de cárie

(Videcárie®). Depois da aprovação do comitê de Ética da UNIARARAS (parecer

028-2006), foi realizado um estudo clínico randomizado envolvendo 12 molares de

pacientes com idade entre 5 e 9 anos. Esses dentes foram divididos

aleatoriamente em 2 grupos, sendo incluídos 08 dentes no grupo I (selamento) e

04 dentes no grupo II (restauração convencional). Os pacientes foram

acompanhados clínica e radiograficamente por 06 meses, avaliando-se a

integridade do material utilizado em cada grupo e o aumento ou não da área

radiolúcida da lesão com o auxílio de radiografias interproximais padronizadas.

Observou-se que em 100% dos casos não houve progressão da lesão

radiograficamente, e que tanto as restaurações convencionais em resina, assim

como os selantes mostraram-se íntegros durante o tempo de acompanhamento

clínico, indicando que o selamento de cárie em metade externa de dentina foi tão

17

efetivo quanto a técnica convencional após 06 meses de acompanhamento,

concluindo que o selamento de lesões cariosas em metade externa de dentina

possa ser utilizado como alternativa na prática odontopediátrica.

Unitermos: Selante de fossas e fissuras, Cárie dentária, Dente decíduo.

18

3.2. Abstract

The sealant application on a dentin caries lesion has for objective to

paralyze or reduce the progression of this lesion. Considering the few time that the

deciduous teeth remain in the children’s mouth, it is justified to use alternative

techniques, more simple and conservative than the conventional drilling and filling

technique. The objective of this study was to evaluate and compare two techniques

in outer dentine: no caries removal and sealing and the conventional filling after

total removal of the caries dentin. After UNIARARAS Ethical committee approval

(028-2006), a randomized controlled trial involving 12 teeth of patients with age

between 5 and 9 years old was carried out. These teeth had been split in 2 groups

= Group I, sealing soft dentin, with no caries removal in 8 teeth and Group II,

where the conventional filling with composite resin in 4 teeth was made, after

complete caries removal with aid of dye solution (Videcárie®). The patients had

been followed by clinical appointment and bite - wings x-ray for 06 months,

evaluating the integrity of the material used in each group and the progression of

the caries lesion. It was observed that in 100% of the cases it did not have any

progression of the caries lesion, indicating that the sealing the decay into the tooth

was so effective as the complete caries removal with the conventional filling in

resin after 06 months, leading to believe that the sealants of soft dentine could be

consider to use as routine.

Key words: Sealants, Dental Caries, Tooth, Deciduous.

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Lista de Figuras

Figura 1. Aspecto inicial do dente do grupo I....................................................29

Figura 2. Radiografia inicial da lesão................................................................30

Figura 3. Condicionamento ácido.....................................................................30

Figura 4. Aplicação do sistema adesivo...........................................................31

Figura 5. Aplicação do selante resinoso...........................................................31

Figura 6. Aspecto Final da lesão selada...........................................................32

Figura 7. Checagem da oclusão.......................................................................32

Figura 8. Radiografia logo após o procedimento..............................................33

Figura 9. Radiografia após 06 meses de acompanhamento............................33

Figura 10. Aspecto inicial do dente do grupo II, com isolamento absoluto.........35

Figura 11. Radiografia inicial da lesão do grupo II..............................................36

Figura 12. Abertura do esmalte com uso de alta rotação...................................36

Figura 13. Aplicação do Videcárie® e remoção do tecido cariado com baixa-

rotação....................................................................................................................37

20

Figura 14. Aspecto final da restauração.............................................................37

Figura 15. Aspecto radiográfico logo após a restauração..................................38

Figura 16. Aspecto radiográfico após 6 meses de acompanhamento................38

Figura 17. Padronização da incidência do feixe central de raios-X. ..................40

Figura 18. Divisão do cone onde a caneta Bic® sem carga foi presa................41

21

Lista de Tabelas

Quadro 1. Avaliação da retenção dos selantes do Grupo I após período de 03 e

06 meses.........................................................................................44

Quadro 2. Avaliação da radiográfica dos dentes selados após período de 03 e

06 meses...........................................................................................44

Quadro 3. Avaliação da retenção das restaurações em resina do Grupo II após

período de 03 e 06 meses.................................................................44

Quadro 4. Avaliação da radiográfica dos dentes restaurados pela técnica

convencional de resina composta, após período de 03 e 06

meses................................................................................................45

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3.1. Introdução e Revisão da Literatura

A cárie dentária é uma doença multifatorial, infecciosa, que tem como

fatores etiológicos a alta freqüência da ingestão de carboidratos, presença de

biofilme cariogênico, estrutura dentária suscetível, associada ao tempo, fatores

emocionais, sociais e ambientais, que levam a destruição do tecido dentário

(PINHEIRO, 2004). Esses conhecimentos demonstram que cárie dental é uma

doença passível de ser prevenida e, seu diagnóstico precoce, permite a utilização

de recursos que possibilitem a paralisação do processo, evitando-se, desse modo,

o tratamento restaurador convencional (KRAMER et al., 2003).

KRAMER et al. (2000), relataram que pesquisadores têm direcionado suas

investigações para a utilização de selantes, não só como um método preventivo,

mas também como medida terapêutica em lesões de cárie incipientes de fossas e

fissuras, baseados, principalmente, na demonstração de que o selamento dessas

lesões é um procedimento seguro e efetivo que poderá estender o uso clínico

desses materiais.

A atividade dos selantes de fossas e fissuras sobre os microrganismos

presentes em lesões de cárie oclusais foi primeiramente observada com a

realização de estudos clínicos por HANDELMAN et al. em 1972, descreveram

uma redução de 98% no número de bactérias viáveis quando selavam lesões,

durante um mês, com um composto do tipo BIS-GMA, além de verificarem

mudanças na textura da dentina.

23

Com o acompanhamento de 2 anos, HANDELMAN et al. (1976), realizaram

um estudo bacteriológico e de análise radiográfica. Os cultivos bacterianos

demonstraram maior declínio do número de microrganismos viáveis nas duas

primeiras semanas, com diminuição gradual, em ritmo mais lento, durante os dois

anos do estudo. Ao final do segundo ano, somente 0,05% da microbiota inicial

permaneceu viável. As radiografias não evidenciaram diferenças antes e após o

selamento dos dentes, sugerindo que não ocorreu progressão das lesões.

Segundo os autores, embora em algumas lesões persistam microrganismos

viáveis, seu número é extremamente pequeno e incapaz de continuar o processo

carioso.

Cinco anos após a utilização dos selantes oclusais, GOING et al. (1978)

verificaram a viabilidade e o tipo de microrganismos remanescentes em lesões

cariosas. O tratamento resultou em uma reversão de 89% de um estado atividade

de cárie para um estado inativo das lesões. A contagem bacteriana total nas áreas

seladas foi aproximadamente 100 vezes menor do que em áreas não seladas. A

conclusão dos autores foi que o selamento de áreas específicas acaba prevenindo

e/ou retardando a progressão de lesões cariosas. Além de que a persistência de

um número limitado de microrganismos, em algumas lesões cariosas, parece ser

incapaz de continuar a destruição do tecido dentinário.

MERTZ-FAIRHURST et al. (1979) realizaram estudo onde foi verificada a

progressão de lesões cariosas em fossas e fissuras seladas, por meio de exame

radiográfico, observações clínicas e contagem de microrganismos viáveis. Os

dentes selados não evidenciaram alterações na profundidade da lesão, ao

contrário dos dentes do grupo controle (sem intervenção clínica). Ao exame

24

clínico, a dentina cariada, abaixo do selante, apresentou-se dura e escura,

enquanto nos dentes-controle apresentava-se úmida e amolecida. Além disso, as

cavidades seladas não apresentaram sensibilidade ao frio, calor ou percussão. Os

autores concluíram que a progressão de lesões cariosas seladas é marcadamente

reduzida, quando comparada a lesões abertas, que estejam sem nenhum tipo de

restauração.

No mesmo intuito de se determinar o efeito na progressão de lesões

cariosas seladas, HANDELMAN et al. (1985) observaram o efeito da aplicação de

selantes oclusais e sua perda parcial ou completa no avanço dessas lesões. O

estudo enfatizou a importância da retenção do selante, pois além de não ocorrer o

aumento das lesões sob os selantes intactos, pouca progressão foi verificada em

selantes defeituosos que eram reaplicados em exames periódicos, quando

constatada qualquer alteração. Esses dados, de acordo com os autores, indicam

que o selamento de lesões de cárie pode ser um procedimento seguro, desde que

o paciente esteja integrado em programa de rechamadas periódicas para a

verificação da integridade do selante e da progressão da lesão.

Já em 1987, HANDELMAN et al., determinaram a diferença na retenção

dos selantes entre superfícies hígidas e cariadas, bem como entre superfícies

seladas uma única vez ou re-seladas. Concluíram que a presença de lesões

incipientes nas fissuras não afeta a ligação do selante ao esmalte e que não

houve diferença na retenção do selante entre superfícies seladas uma única vez

ou re-seladas.

Mais recentemente KRAMER et al. (2003), avaliaram, in vivo, clínica e

radiograficamente, o efeito da aplicação de selantes na progressão de lesões

25

cariosas oclusais em molares decíduos, durante 24 meses. Observaram que o

selante permaneceu íntegro em 100% da amostra até 18 meses, e que aos 24

meses de acompanhamento, em 10% da amostra houve falha do selante e

necessidade de refazê-lo. Em nenhum dos casos, no tempo total do

acompanhamento, houve indicação radiográfica de aumento da lesão de cárie.

Ainda mais recentemente, foi realizada uma revisão sistemática com o

objetivo de testar a diferença no dano à polpa, progressão da lesão de cárie e

longevidade das restaurações, independentemente da remoção do tecido cariado

ser nula, parcial ou total. Quatro estudos foram incluídos, e foram observados que

a remoção parcial do tecido cariado, tanto em dentes permanentes quanto de

dentes decíduos, diminui o risco de exposição pulpar, e não houve diferença

quanto a remoção ou não do tecido cariado em termos de sensibilidade,

progressão da lesão e longevidade da restauração. Entretanto, vale ser ressaltado

que o número de estudos incluídos foi pequeno, e com metodologias bem

diferentes (RICKETTS et al., 2006).

Nesta revisão sistemática foi incluído o estudo de MERTZ-FAIRHUST et al.

(1987), que observou durante dois anos a evolução de lesões seladas sem a

remoção do tecido cariado, comparando – as com grupo de restaurações

convencionais de amálgama, não observando diferença entre os grupos

estudados, sugerindo assim que as duas técnicas são efetivas no tratamento de

lesões de cárie em dentina.

Apesar dos estudos demonstrarem a efetividade da técnica proposta, ainda

existe a necessidade de serem realizados mais estudos nessa área para que o

selamento de lesões cariosas possa ser utilizado como rotina. Além disso, existe a

26

necessidade de serem realizados estudos na dentição decídua e com períodos de

observação consideráveis.

O intuito do presente estudo é avaliar, “in vivo”, por meio do exame clínico

e radiográfico, o efeito da aplicação de selantes de fossas e fissuras na

progressão de lesões cariosas oclusais em molares decíduos, comparando-os ao

tratamento odontológico convencional, durante o período de 06 meses.

27

3.2. Material e método

Para a realização do presente estudo clínico randomizado, após a

aprovação do comitê de ètica em Pesquisa da UNIARARAS (parecer 028/2006),

foram selecionadas 7 crianças sem distinção de gênero, entre 5 a 9 anos de

idade, cooperativas, que apresentavam lesão de cárie oclusal em molares

decíduos, na metade externa de dentina, submetidas a tratamento odontológico

na Clínica Odontológica Integrada Infantil da Faculdade de Odontologia do Centro

Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS. Todos os voluntários foram

devidamente esclarecidos sobre os objetivos do estudo e, em se tratando de

menores, foi obtida a assinatura do termo de consentimento por seus

responsáveis (Anexo 1).

A amostra inicial foi constituída por 12 molares decíduos, sem distinção de

lado, com lesão de cárie oclusal na metade externa de dentina, com abertura em

esmalte de até 3 mm, selecionados por meio de exame clínico e radiográfico

interproximal.

Os pacientes foram aleatoriamente divididos em 2 grupos: grupo I ou

experimental, onde foi feito o selamento de cárie, sem remoção do tecido cariado

e aplicado selante resinoso, e grupo II ou controle, onde foi realizado o tratamento

odontológico convencional com remoção total do tecido cariado utilizando

instrumentos rotatórios, após ter sido corado com “evidenciador de cárie” e feita

restauração com resina composta fotopolimerizável.

28

Os critérios de inclusão envolveram, clinicamente, a presença de cavidade

na superfície oclusal, comprometimento de tecido dentinário e uma abertura

menor ou igual a 3mm (KRAMER et al., 2003), ou seja, aproximadamente 3 vezes

o tamanho da ponta romba de um explorador Duflex® medido previamente por um

paquímetro, onde era possível realizar o selante. Ao exame radiográfico

interproximal, padronizado, a lesão de cárie não atingia a metade interna da

espessura de dentina (KRAMER et al., 2003, FEJERSKOV, KIDD, 2005). Os

dentes foram submetidos ao isolamento absoluto nos dois grupos.

No grupo I (figuras 1 a 10) foi realizado o selamento da cavidade de 08

molares, sem a remoção do tecido acometido pela lesão de cárie, com a utilização

do selante resinoso (Fluroshield® – Dentsply). Após profilaxia da superfície com

escova de Robson e pedra-pomes, foi realizada a secagem da mucosa, aplicação

do anestésico tópico (Benzotop - DFL) durante 2 minutos aproximadamente, e

realizada anestesia infiltrativa (lidocaína 2% 1:100.000 - Alphacaine/ DFL) e

complementar da região interpapilar, para a colocação do isolamento absoluto.

Após esses procedimentos fez-se o condicionamento da superfície oclusal com

ácido fosfórico a 37% (condicionador Dental Gel - Dentsply), durante 15 segundos,

lavado com spray-ar-água por 15 segundos e secado com ar, até a superfície

dental apresentar um aspecto fosco e esbranquiçado, como indicado nas

recomendações do fabricante. Antes da aplicação do selante foi realizada a

aplicação de duas camadas independentes de adesivo dentinário (Prime & bond

2.1 - Dentsply) removendo o excesso desse agente de união com um breve jato

de ar (5 segundos), seguido de fotopolimerização por 10 segundos, em cada

aplicação, com aparelho fotopolimerizador de fonte de luz visível de alta

29

intensidade (Ultralux - DabiAtlante), conforme preconizado pelo fabricante. A

aplicação do selante resinoso fotopolimerizável (Fluroshield® – Dentsply) foi

realizada na superfície dentária após a aplicação do sistema adesivo, com auxílio

de um pincel e polimerizado por 20 segundos, com o mesmo aparelho

fotopolimerizador. Foi verificada a integridade das margens com o auxílio de uma

sonda exploradora (KRAMER et al., 2003) e certificado a ausência de

interferências oclusais, que quando existiam, realizava-se o ajuste oclusal com

broca diamantada para acabamento de resina composta grana fina n. 3118F (KG

SORENSEN).

Figura 1 – Aspecto inicial do dente do grupo I.

30

Figura 2 – Radiografia inicial da lesão.

Figura 3– Condicionamento ácido

31

Figura 4 - Aplicação do sistema adesivo

Figura 5 - Aplicação do selante resinoso

32

Figura 6 – Aspecto Final da lesão selada

Figura 7 – Checagem da oclusão

33

Figura 8 – Radiografia logo após o procedimento

Figura 9 – Radiografia após 06 meses de acompanhamento

34

No grupo II (figuras 10 a 16), quatro (04) molares foram tratados pela

técnica convencional, removendo-se todo o tecido cariado, seguido da restauração

com resina composta. Após profilaxia da superfície dental, anestesia e colocação

do isolamento absoluto como descrito no grupo I, foi realizada a remoção total do

tecido cariado por meio do uso de instrumentos rotatórios e manuais, com o

auxílio de evidenciador de cárie (Videcárie® - Inodon), colocando-se uma gota do

produto sobre a dentina cariada, deixando agir por 10 segundos, lavando

abundantemente a região e removendo toda a dentina corada. O evidenciador de

cárie foi reaplicado dessa maneira até a completa remoção do tecido acometido

pela doença cárie, que se deu quando houve a inexistência de pontos

evidenciados pelo Videcárie®, seguindo as recomendações do fabricante. Após

essa etapa, realizou - se o condicionamento ácido da mesma forma que no grupo

I, seguido de lavagem e secagem com bolinhas de algodão úmidas na cavidade

(removendo-se o excesso de água sem ressecar a dentina) para correta adesão

do material. Aplicou - se duas camadas independentes de adesivo dentinário

(Prime & bond 2.1 - Dentsply), deixando agir por 20 segundos, e removendo o

excesso do agente de união com um breve jato de ar (5 segundos), seguido de

polimerização por 10 segundos, a cada aplicação, com fotopolimerizador de fonte

de luz visível de alta intensidade (Ultralux - DabiAtlante), conforme preconizado na

bula do material adesivo. Posteriormente foi realizada a restauração com resina

composta (Z-250 – 3M, cor B1 ou B0,5), colocando finas camadas oblíquas de

aproximadamente 2mm de espessura, com objetivo de reduzir a contração de

polimerização. Cada incremento de resina foi fotopolimerizando com aparelho de

fonte de luz visível de alta intensidade (Ultralux - DabiAtlante), conforme as

35

instruções do fabricante do material restaurador (3M). Após o término da

restauração e remoção do isolamento absoluto, foi checada a oclusão e quando

necessário fez-se o ajuste oclusal também com broca diamantada para

acabamento de resina composta grana fina n. 3118F (KG SORENSEN).

Figura 10 – Aspecto inicial do dente do grupo II, com isolamento absoluto.

36

Figura 11 – Radiografia inicial da lesão do grupo II

Figura 12 – Abertura do esmalte com uso de alta rotação

37

Figura 13 – Aplicação do Videcárie® e remoção do tecido cariado com baixa-

rotação

Figura 14 – Aspecto final da restauração

38

Figura 15 – Aspecto radiográfico logo após a restauração

Figura 16 – Aspecto radiográfico após 6 meses de acompanhamento

39

Após cada procedimento, seja restauração ou selamento, realizou - se a

aplicação de flúor gel neutro (Flugel - DFL) durante 1 minuto para que houvesse a

remineralização das áreas adjacentes a superfície tratada e aumentasse as

chances de permanência do selante na superfície (SGAVIOLI, 2000).

Os procedimentos clínicos, para os dois grupos, e todas as radiografias

foram realizados por um único operador treinado (KRAMER et al., 2003).

Os dentes envolvidos no estudo foram avaliados clínica e radiograficamente

em 4 momentos: inicial, logo após o procedimento realizado, 3 e 6 meses,

analizando - se a presença da restauração e a evolução da lesão de cárie

radiograficamente.

A avaliação clínica e radiográfica foi feita por dois avaliadores calibrados,

diferentes do operador, determinando a metade externa de dentina, para que

pudesse ser observado se houve progressão da lesão ou seja aumento da área

radiolúcida por baixo da restauração ou selante, e a qualidade da restauração ou

selante.

O acompanhamento longitudinal envolveu rechamadas em períodos de 3 e

6 meses para os dois grupos. Os critérios de avaliação clínica incluíram a

verificação da integridade do selante oclusal e das restaurações em resina

composta e foram codificados como: retenção completa (quando houve a

presença do material restaurador intacto no ato da reavaliação), perda parcial

(quando houve perda de uma parte do material no ato da reavaliação) ou perda

total do material (quando houve ausência do mesmo no ato da reavaliação)

(KRAMER et al., 2003; PELLEGRINETTI et al., 2005).

40

A padronização das radiografias foi realizada com uso de posicionadores de

filme radiográfico infantis (Cone indicador - Indusbello) para radiografias

interproximais, com sua haste externa encaixada dentro de uma caneta Bic®, sem

a carga, presa ao cone indicador do aparelho de raio-X periapical (DabiAtlante –

70kVp) em sua marca lateral externa (o cone possui 4 marcações em seu

diâmetro, dividindo-o exatamente em 4 partes, e a caneta Bic® sem carga é presa

com fita adesiva externamente, justamente em cima dessa marca lateral direita ou

esquerda, dependendo do lado radiografado), padronizando assim a incidência do

feixe central de raio-X. (Figuras 17 e 18)

Figura 17. Padronização da incidência do feixe central de raios-X.

41

.

Figura 18. Divisão do cone onde a caneta Bic® sem carga foi presa.

O tipo de filme radiográfico utilizado foi o filme infantil de velocidade E (e-

speed - Kodak), com tempo de exposição de 0,4 segundos no aparelho de raio – X

de 70 kVp e foi processado em caixas de revelações manuais pelo método

tempo/temperatura, deixando o filme na solução reveladora (Kodak) por

aproximadamente 2 minutos (quando a temperatura da solução encontrava- se por

volta dos 27 graus) (PAULA, FENYO-PEREIRA, 2001). O tempo de fixação da

radiografia foi de 10 minutos, seguido de lavagem em água por 20 minutos

(MAILART et al., 1991; SOUSA et al., 1997). As soluções reveladora e fixadora

eram sempre novas, colocadas no momento da utilização, já que não se tenha o

controle dentro da clínica de graduação, do tempo em que as soluções estavam

em uso e se permaneceram tampadas quando não utilizadas, para que não

42

houvesse a oxidação das soluções, o que poderia comprometer a qualidade da

radiografia.

Todas as tomadas radiográficas foram realizadas com o uso de aventais e

colares plumbíferos, com o objetivo de reduzir a exposição de radiação secundária

nos órgãos reprodutores, tórax, abdome e glândulas da tireóide (VIEIRA,

BARATA, 2004).

O exame radiográfico interproximal padronizado após o tratamento,

verificou a possível progressão da lesão cárie tratada, e foi codificado como:

progressão ausente (negativa), ou seja, quando não houve aumento de área

radiolúcida da lesão, ou progressão presente (positiva) da lesão de cárie, quando

houve aumento da área de radiolucidez da lesão nas rechamadas (KRAMER et

al., 2003).

Foi considerada a hipótese de reaplicação do selante ou reparo da

restauração, se houvesse alguma falha na integridade do material – perda parcial

ou total – detectadas nas rechamadas periódicas. Da mesma forma que, se

houvesse a indicação radiográfica de presença de progressão da lesão –

progressão positiva – seria determinada a restauração imediata da superfície

oclusal anteriormente selada, ou na repetição da restauração oclusal (KRAMER

et al., 2003). Essas perdas, quando presentes no estudo, eram registradas.

Os dados foram registrados em fichas clínicas individuais (Anexo 2) e

expressos em quadros de avaliação clínica e radiográfica, de acordo com o tempo

de observação.

43

Todos os pacientes, além de realizarem o tratamento restaurador

necessário na instituição, foram orientados preventivamente quanto a alimentação,

ensinados e treinados quanto a correta higiene dental, visando a manutenção da

saúde bucal.

44

3.3. Resultados

Os resultados obtidos através da avaliação clínica e radiográfica dos dentes

incluídos no presente estudo estão expressos nos quadros abaixo:

Quadro 1. Avaliação da retenção dos selantes do Grupo I após período de 03 e 06

meses.

Após 3 meses Após 6 meses

retenção completa 08 dentes 08 dentes

perda parcial 0 dentes 0 dentes

perda total 0 dentes 0 dentes

Quadro 2. Avaliação da radiográfica dos dentes selados após período de 03 e 06

meses.

Após 3 meses Após 6 meses

Progressão ausente (negativa)

08 dentes 08 dentes

Progressão presente (positiva)

0 dentes 0 dentes

Quadro 3. Avaliação da retenção das restaurações em resina do Grupo II após

período de 03 e 06 meses.

Após 3 meses Após 6 meses

retenção completa 04 dentes 04 dentes

perda parcial 0 dentes 0 dentes

perda total 0 dentes 0 dentes

45

Quadro 4. Avaliação da radiográfica dos dentes restaurados pela técnica

convencional de resina composta, após período de 03 e 06 meses.

Após 3 meses Após 6 meses

Progressão ausente (negativa)

04 dentes 04 dentes

Progressão presente (positiva)

0 dentes 0 dentes

46

3.4. Discussão

Os critérios de inclusão envolveram, clinicamente, a presença de cavidade

na superfície oclusal, envolvimento de dentina e abertura menor ou igual a 3mm

(KRAMER et al., 2003), ou seja, aproximadamente 3 vezes o tamanho da ponta

romba de um explorador Duflex® medido previamente por um paquímetro. Esses

critérios existiram para que não houvesse inclusão de cavidades maiores que

pudessem contra-indicar o uso de selantes.

Sabe-se que o ideal para esse tipo de estudo, seria de grupos paralelos, ou

seja, a inclusão de apenas 1 dente por paciente, mas devido ao número reduzido

de casos que se encaixavam nos critérios de inclusão, optou-se pelo uso de mais

de um dente por paciente, quando estes apresentavam o mesmo tipo de lesão.

A denominação de metade externa de dentina, deu - se a partir de uma

divisão didática para compreensão de que as lesões incluídas neste estudo

localizavam-se no tecido dentinário. Por meio de uma radiografia interproximal,

observou-se a espessura total de dentina, que foi dividida em 2 partes iguais:

metade externa e metade interna, o que está de acordo com a denominação

usada pelos autores KRAMER et al., 2003 e FEJERSKOV, KIDD, 2005.

Para o tratamento dos dentes incluídos neste estudo, independentemente

do grupo a que foram submetidos, foi realizado o isolamento absoluto do campo

operatório. Mesmo que já que existam estudos demonstrando resultados similares

de retenção do material, tanto em dentes submetidos a isolamento absoluto

47

quanto ao relativo, para realização da técnica de selantes (EIDELMAN et al., 1983;

VRBIC, 1999).

Apesar desses dados, neste estudo, optou-se por realizar isolamento absoluto

nos dois grupos, já que houve a comparação com a técnica convencional, que

preconiza o uso desse isolamento, sendo que sua ausência poderia levar ao

fracasso da restauração. Esse fato diminuiu essa variável que poderia induzir

dúvidas aos resultados do estudo.

Também optou-se por utilizar uma camada de adesivo antes da aplicação do

selante, na tentativa de melhorar a união do selante com o esmalte dentário, já

que autores como CIAMPONI, FEIGAL E SANTOS, 1998; REGO, 1998;

VALSECKI et al., 2000, observaram uma melhora considerável na retenção do

selante quando associado ao sistema adesivo.

A determinação da padronização das radiografias utilizadas, deu-se com o

uso de posicionadores de filme radiográfico infantis (Cone indicador - Indusbello)

para radiografias interproximais, com sua haste externa encaixada dentro de uma

caneta Bic®. O uso dessa caneta, sem a carga, presa ao cone indicador do

aparelho de raio-X, em sua marca lateral externa, teve como objetivo padronizar a

incidência do feixe central de raio-X. Ou seja, além da padronização com o uso do

posicionador, em todas as radiografias realizadas, a incidência do feixe de raio-X

foi sempre a mesma, devido a presença da caneta Bic® que se tornou em mais

um auxiliar para essa padronização.

Os resultados deste presente estudo mostraram que 100% dos dentes dos

dois grupos foram classificados como retenção completa, nas rechamadas de 3 e

6 meses. KRAMER et al. (2003), observaram resultados similares a este estudo

48

quanto a retenção total do material no tempo de acompanhamento de 18 meses,

apesar que aos 24 meses de acompanhamento, em 10% da amostra houve falha

do selante e necessidade de refazê-lo. Outros estudos como HANDELMAN et al.

(1987), METRZ-FAIRHUST et al. (1987) estudaram retenção de selantes, não

achando diferenças entre selantes ou restaurações convencionais, porém foram

estudos realizados em molares permanentes, o que torna a discussão deste

trabalho dificultada pois não há mais artigos na literatura que sejam relacionados

ao selamento de cárie na dentição decídua.

Nenhum dos dentes envolvidos no presente estudo, independentemente do

grupo e técnica restauradora a qual foi submetido, apresentou clinicamente perda

parcial ou perda total do material no ato da reavaliação, não sendo necessário

portanto reintervenção clínica, apesar de HANDELMAN et al. 1987, observarem

que não houve diferença na retenção do selante entre superfícies seladas uma

única vez ou re-seladas.

Radiograficamente, nas mesmas rechamadas, quando verificadas quanto a

possível progressão da lesão de cárie tratada, todos dentes dos dois grupos foram

codificados como progressão ausente (negativa), ou seja, não houve aumento de

área radiolúcida da lesão em 100% dos casos.

Esses fatos concordam com os resultados encontrados por autores como

HANDELMAN et al. (1976), MERTZ-FAIRHURST et al. (1979), HANDELMAN et

al. (1985) e KRAMER et al. (2003), onde as radiografias não evidenciaram

diferenças antes e após o selamento dos dentes, indicando que não ocorreu

progressão das lesões, embora somente o estudo KRAMER et al. (2003) tenha

sido realizados em molares decíduos.

49

.Os resultados clínicos e radiográficos encontrados neste estudo vão de

encontro com RICKETTS et al. (2006), que não observaram diferença quanto a

remoção ou não do tecido cariado em termos de progressão da lesão e

longevidade da restauração, embora nesta revisão sistemática tenha somente um

trabalho que discuta efetivamente o selamento sobre lesões cariosas, e o número

de estudos incluídos é pequeno, e com metodologias bem diferentes.

Todos os pacientes incluídos no estudo compareceram nas rechamadas, não

sendo registradas perdas na amostra.

50

3.5. Conclusão

Frente a proposta deste estudo, conclui-se que:

• De acordo com o tempo de acompanhamento de 06 meses, as duas técnicas

propostas mostraram que não houve progressão das lesões de cárie na

metade externa de dentina de dentes decíduos.

• O selante sobre a lesão cariosa e a restauração em resina composta não

tiveram diferença quanto a retenção do material na cavidade, no período de 06

meses.

• O estudo sugere que o selamento de cárie pode ser realizado como alternativa

para o tratamento restaurador de lesões em dentina em dentes decíduos.

51

4. Considerações Finais

A técnica de selamento sobre lesões cariosas é um tema abordado desde

os anos 70, direcionando as pesquisas para molares permanentes. Em virtude do

desenvolvimento científico, ocorreu uma abordagem para a aplicação desse

conceito em molares decíduos.

Pode-se afirmar que as técnicas invasivas predominaram antigamente,

sendo a única solução para o tratamento de lesões de cárie. Contudo, após

observar os resultados e conclusões deste trabalho e o avanço das pesquisas

sobre os efeitos dos tratamentos não invasivos, sabe-se que no futuro próximo,

com a devida aceitação e utilização dos métodos preventivos e curativos menos

invasivos, haverá um verdadeiro tratamento conservador das lesões de cárie

oclusais.

Os paradigmas e as técnicas de tratamento existentes devem ser avaliados

para conhecer qual a técnica que favorece um maior grau de saúde aos pacientes,

mais ainda num país em desenvolvimento, onde os recursos para a população são

limitados e o atendimento de pacientes infantis não cooperativos muitas vezes não

permita que as técnicas restauradoras sejam realizadas com excelência.

52

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Dent, vol. 4, n.2, 3-10. 1982.

40. RIPA, L. W. Sealants revisted: an update of the effectiveness of pit and fissures

sealants. Caries Res, vol. 27, (suppl.1), 77-82. 1993.

41. SELWITZ, R.H.; NOWJACK-RAYMAR, R.; DRISCOLL, W.S.; SHOU-HUA L.

Evaluation after 4 years of the combined use of fluoride and dental sealants.

Community Dent Oral Epidemiol , vol. 23, n.1, 30-35. 1995.

42. SGAVIOLI, C.A.P.P. Avaliação clínica do tempo de permanência de um

selante de fóssulas e fissuras, sem ou com posterio r aplicação tópica de

Flúor . 2000. [tese] - Universidade de São Paulo. Bauru.

43. SIMONSEN, R,J. Retention and effectiveness of fissure sealants after 15 years.

J Amer Dent Assoc , vol. 122, n.11, 34. 1991.

44. SOUZA, C.J.A.; BIFFI, J.C.G.; PASCON, E.A.; RODRIGUES, H.I. Controle da

remoção de cárie dental através da subtração de imagem radiográfica

computadorizada. Rev ABO Nacional , vol. 5, n. 6, 313-316. Out-Nov. 1997.

58

45. VALSECKI JUNIOR, A.; ROSELL, F.L.; REIS, M.A.; RAMALHO, L.T.O.

Adesivo dentinário e selante: análise microscópica da penetração de selante

(contaminação por saliva e uso de adesivo dentinário). RGO, Porto Alegre:

Brasil, vol. 48, n. 1, 7-11, Jan-Mar. 2000 .

46. VIEIRA, C.L.; BARATA, J.S. Adoção de medidas de radioproteção pelos

odontopediatras do Nordeste Brasileiro. Rev Ibero-am Odontopediatr

Odontol Bebê , vol. 7, n. 35), 79-90. 2004.

47. VRBIC, V. Retention of a fluoride-containing sealant on primary and permanent

teeth 3 years after placement. Quintessence Int , vol. 30, n. 12, 825-828.

1999.

59

Anexos

60

Anexo 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PÓS-INFO RMAÇÃO, PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA, CONFORME RESOLUÇÃO N º 19 6 DE 10/10/96 DO

COSELHO NACIONAL DE SAÚDE.

Paciente Voluntário: ______________________________ __________________ As informações contidas aqui foram fornecidas pela mestranda Mariana Baffi Pellegrinetti

sob a orientação do Prof. Dr. Sérgio Luiz Pinheiro e co-orientada por Prof. Dr. José Carlos Pettorossi Imparato, objetivando firmar acordo por escrito, mediante o qual os pais e/ou responsáveis pela criança, objeto da pesquisa, autorizam sua participação, com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que serão submetidas, com capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.

1.Título preliminar do trabalho experimental “Avaliação do selamento de lesões de cárie em dentina comparada com a Técnica

Retauradora Convencional de dentes decíduos” 2.Objetivo principal O objetivo deste trabalho é avaliar a progressão da lesão cárie em dentes decíduo (de leite),

por meio do selamento oclusal não invasivo (sem abrir o dente) e sua comparação com a técnica convencional de restauração (restauração comum).

3. Justificativa Muitos trabalhos na literatura atual apontam para um tratamento mais conservador (que “gaste” menos o dente) e de técnica mais simplificada (mais fácil) do que o tratamento convencional, não sendo necessária a remoção total do tecido acometido por cárie, ou seja, este trabalho tenta apontar alternativas ao tratamento convencional, sendo um tratamento seguro para a dentição decídua (de leite).

4. Procedimentos A realização deste trabalho necessitará de várias consultas para o tratamento da criança.

O paciente virá para fazer primeiramente os tratamentos de maior urgência, seguindo esta seqüência: exodontias (“arrancar o dente”), tratamento endodôntico (“tratamento do canal”), selamento dos dentes cariados (“com a massinha branca”) e palestras para orientação dos pais e das crianças sobre a doença cárie e higiene oral. Os dentes cariados serão fechados com o selante oclusal (“material da cor do dente”), deixando um pouco de cárie abaixo desse material, ou da maneira convencional (”colocando a massinha da cor do dente”). Após a reabilitação oral da criança (“do tratamento dentário”), o paciente tem que retornar em 3 – 6 e 12 meses para o dentista fazer um nova avaliação de toda a cavidade bucal (“todos os dentes”) e verificar se a cárie não progrediu (“aumentou”). A criança retornará e o cirurgião dentista realizará novas radiografias interproximais (“Rx do dente”), também nestes períodos. Os responsáveis da criança serão avisados para trazer os dentes posteriores decíduos (“dentes de leite do fundo”), se caso estes exfoliarem (“caírem”), trazendo o dente armazenado (“guardado”) em soro fisiológico ou leite.

5. Desconfortos e/ou riscos esperados Não existe a possibilidade de efeitos colaterais e resistência às drogas pelos pacientes

envolvidos nesta pesquisa, porém, qualquer problema, os pais e/ou responsáveis deverão entrar em contato com o pesquisador responsável (Mariana Baffi Pellegrinetti) pelo do telefone (19) 3252-2882. A sensibilidade dolorosa durante este procedimento não é esperada, porém, caso aconteça, os pais e/ou responsáveis devem entrar em contato direto com o pesquisador responsável (CD Mariana Baffi Pellegrinetti – telefone residencial: 0XX19 3251-2309 ou telefone comercial: 0XX19 3252-2882.)

6. Indenização por Danos Durante a realização deste estudo, se a criança apresentar qualquer problema ou desconforto,

o responsável deve informar ao pesquisador imediatamente. Se forem resultados do selamento das cavidades, o paciente infantil receberá o cuidado necessário do pesquisador – chefe. Não ocorrerá indenização financeira devido à perda do dia de trabalho dos responsáveis.

61

7.Benefícios do Voluntário Para o voluntário, vários benefícios ocorrem: tratamento da cavidade bucal (boca),

aprendizado dos fatores responsáveis pela doença cárie; condições bucais de saúde analisadas, num determinado período, por pessoal treinado e capacitado para essa finalidade; obturações dos dentes com possível diminuição e/ou paralisação da doença cárie e contribuição para o estudo de técnicas que sejam capazes de “paralisar” a dentina afetada de dentes cariados, acarretando, assim, a paralisação da doença cárie.

8.Informações Adicionais O voluntário tem a garantia de que receberá respostas a qualquer pergunta e esclarecimento

de dúvidas sobre os procedimentos, riscos, benefícios, etc, relacionados à pesquisa. Os pesquisadores anteriormente citados assumem o compromisso de proporcionar informações atualizadas obtidas durante o estudo, ainda que essas possam afetar a vontade do voluntário em continuar participando do trabalho. A não – identificação do voluntário na publicação do trabalho será totalmente respeitada, caso ele assim o deseje.

9.Obrigações do Voluntário Sem a máxima cooperação e sinceridade que o estudo necessita dentro da proposta de

trabalho elaborada, a pesquisa terá perdas irreparáveis de danos, comprometendo inclusive o pesquisador. O comparecimento às consultas e a obediência às demais solicitações devem ser rigorosamente seguidas (não pode faltar ás consultas), apesar do esforço individual que o voluntário dispensará. Nenhum tratamento médico/odontológico deverá ser iniciado sem o conhecimento prévio do pesquisador. Os resultados do estudo não são apenas de responsabilidade do pesquisador e demais colaboradores, mas da consciência individual e conjunta de todo o grupo envolvido no trabalho. O resultado positivo do selamento das cavidades com lesão de cárie necessitará da cooperação fundamental da criança e responsável (pais e familiares), principalmente na dieta alimentar e nos hábitos de higiene bucal (boa alimentação e boa higiene dos dentes).

10. Retirada do Consentimento Os pais e/ou representante legal do voluntário tem a liberdade de retirar seu consentimento a

qualquer momento, deixando de participar do estudo. Caso haja desistência dos pais e/ou responsáveis, o seu filho (a) poderá continuar o

atendimento normal na disciplina de Odontopediatria do local que é atendido. Caso a desistência aconteça após a colocação do selante, os pais e/ou responsáveis estão

cientes de que foi deixado tecido cariado (cárie) em baixo dos selantes (“material da cor do dente igual ao material de restauração” – selante oclusal).

11. Consentimento livre e esclarecido pós – informa ção Eu, ___________________________________________ certifico que tendo lido as

informações acima e sido suficientemente esclarecido(a) de todos os itens pela CD. Mariana Baffi Pellegrinetti, estou plenamente de acordo com a realização da pesquisa. Assim, autorizo e garanto a participação no trabalho exposto acima, do menor sob minha custódia. Sendo incapaz de consentir legalmente sobre esses fatos por ter menos de 18 anos de idade, eu, sou responsável direto, autorizo para o mesmo. ________________________ , ___de _________________de 200__ . Nome (legível): _____________________ ________________________ Assinatura: _______________________________________ _________ RG: ________________________ Nome da criança: ____________________ _______________________

62

Anexo 2 - FICHA CLÍNICA

“AVALIAÇÃO DO SELAMENTO DE LESÕES DE CÁRIE EM DENTI NA COMAPARADA COM A TÉCNICA RESTAURADORA CONVENCIONAL DE

DENTES DECÍDUOS” Nome do paciente:___________________________________________________ Data de nascimento:____________________ Nome do responsável:________________________________________________ Endereço principal

Rua:______________________________________________________________ Número:______________________________ Complemento:_________________ Bairro:________________________________ Cep: ________________________________ Cidade:_______________________________ Endereço secundário

Rua:______________________________________________________________ Número:______________________________ Complemento:_________________ Bairro:________________________________ Cep: ________________________________ Cidade:_______________________________ Grau de parentesco:___________ Telefones residêncial:__________________________ comercial:___________________________ celular:_____________________________ recado:_____________________________com:___________________________ Data do exame: _____/____/_____ Outras considerações: _____________________________________________________________________

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Tratamento:

Dente:__________ Selamento oclusal ( ) Tratamento convencional ( ) Rx inicial (sem tratamento) Rx logo após tratamento Rx 3 meses acompanhamento Rx 6 meses acompanhamento Rx 12 meses acompanhamento

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Anexo 3 - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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