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Curso de Fisioterapia
SABRINA MARIA ARBEX RISARDE
ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA
Rio de Janeiro2007
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SABRINA MARIA ARBEX RISARDE
ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA
Monografia de Conclusão de Curso apresentadaao Curso de Fisioterapia da Universidade Veigade Almeida, como requisito para obtenção dotítulo de Fisioterapeuta.
Orientador: Profª Glece Ramos
Rio de Janeiro2007
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SABRINA MARIA ARBEX RISARDE
ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA
Monografia de Conclusão de Curso apresentadaao Curso de Fisioterapia da Universidade Veigade Almeida, como requisito para obtenção dotítulo de Fisioterapeuta.
Aprovada em: ____/____/2007.
Banca Examinadora:
Prof(a). Dr(a).Professor(a) da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora.
Prof(a). Dr(a).Professor(a) da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora.
Prof(a). Dr(a).Professor(a) da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora.
Grau: ___________________.
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DEDICATÓRIA
Ao(à) meu(minha) grande companheiro(a)Leandro de Andrade Sais, minha avó maternaMarilane Arbex, minha mãe Julia Cristina ArbexRisarde e minhas queridas irmãs Jéssica Arbex eFernanda Arbex, um agradecimento em especial,pois se não fossem vocês não teria conseguidochegar aonde cheguei, obrigada por tudo.
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AGRADECIMENTOS
Ao(à) meu(minha) querido(a)orientador(a), Professor(a) Dr(a). Glece Ramos,pelos conselhos sempre úteis e precisos com que,sabiamente, conduziu este trabalho.
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EPÍGRAFE
É impossível chegar a qualquer lugarsem antes fazer uma caminhada.
A cada passo, a cada momento, por todaa vida, temos a liberdade de escolher por ondeandar, como agir e no que acreditar.Cada um denós possui uma missão e todos possuímos a luzque nos guia à estrada percorrida por Jesus.
Depende da fé e da perseverança de cadaum realizar sua busca, praticar os ensinamentos e,principalmente, valorizar a cruz que Ele carregouem busca da salvação e da paz de seus filhos. Nãodesperdice a liberdade e as bênçãos que lhe foramconcedidas.
- Padre Marcelo Rossi-
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RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre uma síndrome
complexa, com etiologia ainda pouco conhecida denominada artrogripose múltipla
congênita. A artrogripose pode ser definida como uma síndrome caracterizada por múltiplas
contraturas articulares, presentes ao nascimento e podem apresentar-se isoladamente ou
associadas a outras anomalias congênitas. O mecanismo básico das contraturas articulares é
a acinesia fetal. Constitui ainda um grupo heterogêneo de malformações congênitas de
caráter estacionário onde o quadro clínico varia de um caso para outro, podendo interferir
ou não em algumas etapas básicas no desenvolvimento motor. A maioria desses pacientes
necessita de tratamento cirúrgico e reabilitativo, com auxílio de uma equipe
multidisciplinar. As suas deformidades na grande maioria dos casos permite deambulação e
os portadores desenvolvem um grau funcional de destreza significativo no desempenho de
atividades diárias.
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ABSTRACT
The present work is about a bibliographical revision on a complex syndrome, with
etiology still little known called artrogripose multiple congenital. Artrogripose can be
defined as a syndrome characterized for multiple contraturas to articulate, gifts to the birth
and can separately present or associates to other congenital anomalies. The basic
mechanism of the contraturas to articulate is the fetal acinesia. It still constitutes a
heterogeneous group of congenital malformations of stationary character where the clinical
picture varies of a case for another one, being able to intervene or not with some basic
stages in the motor development. The majority of these patients needs surgical and
reabilitativo treatment, with aid of a team to multidiscipline. Its deformities in the great
majority of the cases allow deambulation and the carriers develop a functional degree of
significant dexterity in the performance of daily activities.
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I
Introdução..................................................................................................................Pág: 11
CAPÍTULO II: Artrogripose
2.1 – Definições..........................................................................................................Pág: 12
2.2 – Classificação......................................................................................................Pág: 14
2.3 – Causas................................................................................................................Pág: 16
2.4 – Sinais e Sintomas...............................................................................................Pág: 20
2.5 – Diagnóstico........................................................................................................Pág: 30
2.6 – Tratamento Medicamentoso – Cirúrgico...........................................................Pág: 33
2.7 – Prognóstico........................................................................................................Pág: 40
CAPÍTULO III: Desenvolvimento Motor Normal X Desenvolvimento Criança Com
Artrogripose
3.1 – Marcos do Desenvolvimento ...........................................................................Pág: 42
CAPÍTULO IV:
– Avaliação Fisioterapêutica ...............................................................................Pág: 48
– Objetivos do Tratamento ..................................................................................Pág: 49
4.2 – Objetivos Específicos ..................................................................................Pág: 49
4.2 – Objetivos Gerais ..........................................................................................Pág: 49
CAPÍTULO V: Conduta Fisioterapêutica
5.1 – Cinesioterapia Motora ...................................................................................Pág: 51
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CAPÍTULO VI: Importância da Socialização e Inclusão Social da Criança Portadora
de Artrogripose
6.1 – Aspectos Escolares ........................................................................................Pág: 54
6.2 – Aspecto Familiar ...........................................................................................Pág: 54
CONCLUSÃO .......................................................................................................Pág: 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................Pág: 58
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Esta afecção, também chamada de amioplasia congênita, é uma síndrome clínica
rara caracterizada por contratura persistente ao nível das articulações, sempre presentes ao
nascimento, sendo usualmente múltiplas e simétricas, sem déficit intelectual.
O termo artrogripose é de origem grega e seu significado refere-se ao encurvamento
das articulações, assim descrito por Richards (2002).
Felizmente, essas alterações não são freqüentes e progressivas, embora sejam
relativamente comuns as recidivas após a correção.
A artrogripose é uma enfermidade de causa desconhecida e a hipótese mais aceita
atualmente, fundamentada em estudos neuroanatomopatológicos, é de que esta afecção é
uma conseqüência de um defeito ou degeneração das células do corno anterior da medula
espinhal.
Não existe um caráter hereditário definido e as deformidades resultantes são
produtos de alterações neurogênicas, miopáticas, assim como outras desordens, como
displasia esquelética.
O objetivo desse trabalho é de estudar as alterações patogenêticas desta
enfermidade, conceituando, pois é pouco conhecida, classificando-a de acordo com as
diferentes formas de apresentação, e principalmente apresentando conduta de tratamento
cirúrgico e fisioterapêutico fundamentada em revisões bibliográficas mais recentes. Pouca
atenção tem sido dada a estas deformidades e, portanto, as experiências ainda são um pouco
limitadas.
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CAPÍTULO II
ARTROGRIPOSE
2.1 – DEFINIÇÕES
De acordo com Richards (2002), o termo Artrogripose é derivado do grego,
Artrogriposes, e literalmente significa “articulações tortas”, “encurvadas” ou em “gancho”,
englobando em um termo inespecífico um grupo amplo e heterogêneo de malformação
congênita, que tem como característica múltiplas contraturas articulares (BURNS;
MACDONALD, 1999; HERBERT; XAVIER, 2000; TACHDJIAN, 2001).
Originalmente descrita por Otto em 1841, sendo citado, por Middleton como
miodistrofia congênita caracterizada por múltiplas deformidades nas articulações, Stem em
1923, denominou-a, adotando o eloqüente nome de artrogripose múltipla congênita, que
significa artrogriposis: articulação encurvada.
A artrogripose múltipla congênita (AMC) ou amioplasia congênita com também é
designada é uma síndrome e não uma doença, caracterizada por contraturas de várias
articulações como já descrito por vários autores e rigidez de tecidos moles presentes desde
o nascimento e de caráter estacionário.
É a presença, ao nascimento, de anquilose fibrosa de várias articulações. A
artrogripose múltipla congênita é heterogênea e consiste de várias entidades patológicas
similares. Apresentando como característica um distúrbio bem definido, no qual a limitação
de movimento da articulação é somente uma das várias anormalidades presentes ou na qual
a causa primária de rigidez da articulação é evidente.
É de caráter não progressivo caracterizado por alterações na pele, tecido celular
subcutâneo, que é inelástico e aderido aos planos profundos, acompanhado de ausência de
pregas cutâneas, músculos atrofiados ou hipotróficos, ou seja, fracos e substituídos por
tecido fibrogorduroso, articulações com deformidades fixas, geralmente simétricas e a
gravidade das mesmas manifesta-se mais intensamente quanto mais distais as articulações
nas extremidades, com limitação da mobilidade articular, rigidez e espessamento das
estruturas periarticulares e com sensibilidade conservada.
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As alterações nos membros podem estar associadas a outras malformações, tanto
viscerais como neurológicas, estando presentes em inúmeras doenças agrupadas por Hall,
sob o denominador comum das múltiplas contraturas articulares congênitas.
Descrito como uma síndrome complexa caracterizada por contratura, limitação do
movimento de várias articulações em diferentes partes do corpo devido a graus variados de
fibrose dos músculos afetados, espessamento e encurtamento da cápsula periarticular e
tecidos ligamentares das articulações afetadas, esse processo patológico básico não é
progressivo.
Esta síndrome consiste basicamente de contraturas articulares não progressivas e
atrofia muscular, variando desde casos leves, em que duas ou mais articulações são
afetadas, até casos graves em que várias articulações de todos os membros e tronco podem
ser afetadas. Sendo também comumente definida como uma síndrome que pode manifestar-
se isoladamente ou associada a outras anormalidades congênitas com comprometimento do
sistema nervoso central.
Citado por SHEPHERD (1995) trata-se de uma afecção relativamente rara, onde as
contraturas articulares congênitas parecem ser resposta de uma variedade de agentes e
situações que criam um desequilíbrio de forças musculares que atuam sobre as articulações,
o que torna o membro vulnerável à limitação mecânica do ambiente intra-uterino.
A incidência desta síndrome, conforme estatística realizada em Helsinki foi de três
para cada dez mil nascimentos. No Real Hospital Infantil de Melbourne foram vistos cento
e vinte casos nos últimos vinte anos, sendo então uma doença um pouco comum.
Já nos EUA, a incidência dessa síndrome é de um para cada três mil habitantes
sendo, portanto uma síndrome rara.
É caracterizada por malformação múltipla, podendo ser classificada em três grandes
grupos, descritos no item abaixo.
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2.2 – CLASSIFICAÇÃO
Pacientes com variadas expressividades clínicas de artrogripose múltipla congênita
foram descritos no último século, mas sem atender a nenhuma classificação etiopatogênica
ou nosológica. A partir de 1982, trabalhos permitiram a classificação da artrogripose em
alguns tipos e subtipos, de acordo com a expressividade clínica e com o prognóstico.
A artrogripose múltipla congênita foi classificada clinicamente em amioplasias dos
tipos A, B e C, artrogriposes distais – tipos I e II, com deficiência mental. Conforme citado
pelos autores Oliveira, Mariana Ferreira de, et al, as formas amioplásicas são as mais
graves, as formas distais entretanto apresentam acometimento de outras articulações. O tipo
II das artrogriposes distais apresenta subtipos dependendo de suas características clínicas:
tipo II a – baixa estatura, fenda palatina; tipo II b – ptose palpebral; tipo II c – fenda
palatina e lábio leporino; tipo II d – escoliose e tipo II e –trismo.
Hall dividiu os paciente em três grupos: portadores somente de contraturas de
membros (subdividindo-se em amioplasia e artrogripose distal; sendo que a amioplasia é a
forma clássica e mais freqüente); portadores de contraturas e alterações neurológicas; e
portadores de contraturas associado a alterações viscerais.
As contraturas articulares múltiplas congênitas e não progressivas podem ser
subdivididas em três grandes categorias.
• GRUPO 1
- Amioplasia ou artrogripose clássica conforme era conhecida antigamente;
- Comprometimento apenas dos membros;
- É a forma de apresentação clínica mais freqüente;
- Parece não haver risco de recorrência, o que deixa os pais da criança mais
tranqüilizados;
- Nesse grupo pode-se destacar a amioplasia e a artrogripose do tipo distal,
onde a amioplasia é a forma clássica de apresentação e mais freqüente, com todos os sinais
clínicos das mesmas. Já a artrogripose distal conforme relatado pelos autores Svartman,
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Celso et al, é caracterizada pelo comprometimento das articulações e tecidos adjacentes
distais nos membros, tendo sua incidência em segundo lugar;
- Envolvimento primariamente dos membros sem outras anormalidades, cerca
de 50% doas casos;
- Aproximadamente 40% dos pacientes têm acometimento dos quatro
membros, 20% predominantemente dos membros inferiores e 10% dos membros
superiores;
• GRUPO 2
- Comprometimento neuromuscular generalizado;
- Envolvimento dos membros com contraturas articulares congênitas, além de
apresentar anormalidades em outras áreas viscerais e face;
- A maioria dos pacientes não apresenta anomalias viscerais, entretanto é
reconhecida a associação entre artrogripose e gastroquise, atresia intestinal, alteração do
trato urinário e malformações cardíacas;
- Esta categoria envolve uma grande diversidade de condições nas quais as
contraturas estão associadas a anomalias em outras partes do corpo como aracnodactilia,
displasia crânio-carpo-tarsal, entre outras.
• GRUPO 3
- Além do comprometimento neuromuscular, apresenta-se contraturas dos
membros, ainda manifesta comprometimento e grave disfunção do Sistema Nervoso
Central;
- Neste grupo encontra-se compreendido entidades com anomalias
cromossômicas, sendo detectadas pelos cariótipos no sangue periférico. Muitas das crianças
afetadas por esse tipo de artrogripose não se desenvolvem, e cerca de 50% morrem dentro
dos primeiros anos de vida.
- Esse tipo é raríssimo de acontecer.
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2.3 – CAUSAS
Tecklin (2002) e a maioria dos autores concordam que a etiologia de artrogripose
múltipla congênita não é conhecida, mas provavelmente é multifatorial.
Acredita-se que esteja relacionado a fatores etiológicos que atuam no primeiro
trimestre de gestação, como exposição materna à drogas, hipertermia fetal em relatos de
mães que tiveram febre acima de 37,8 ºC, infecções virais maternas específicas, agentes
bloqueadores neuromusculares ou imobilização, comprometimento vascular entre mãe e
feto, um septo no útero ou menos líquido amniótico, ocasionando menos espaço para o feto,
além da mecânica do abdômen materno.
Os fatores que interferem no primeiro trimestre de gestação têm maior potencial de
acometimento dos bebês do que os que ocorrem mais tarde na gestação. Esta patologia está
relacionada com alterações neurogênicas e miopáticas que levam a diminuição dos
movimentos fetais e contraturas articulares.
A patogênese da síndrome pode ser determinada por fatores intrínsecos, ou seja, do
próprio embrião (alterações neuropáticas, miopáticas), ou ainda extrínsecos
(oligoidrâmnios) ou outras anormalidades uterinas que causariam a diminuição do
movimento fetal.
É importante ressaltar que a principal causa das contraturas articulares congênitas é
a diminuição dos movimentos fetais sendo as suas principais causas às neuropatias,
miopatias, anormalidades do tecido conectivo, espaço limitado no útero e doenças
maternas.
A adequada movimentação intra-uterina é essencial para a perfeita formação das
articulações fetais, o que ocorre durante o terceiro mês gestacional, após a formação dos
nervos, membros e músculos e qualquer alteração que limite os movimentos do concepto
durante este período crítico do desenvolvimento poderá levar à instalação das contraturas
congênitas.
Nos anos transcorridos desde seu descobrimento se conjeturou muito sobre a
etiologia deste estado, ainda que a presunção de que a enfermidade seja de origem genética
há uma carência de base, estudos realizados mostram dúvidas em relação à origem
neurógena ou miogena. As deformidades artroscópicas associadas à inflamação das
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meninges e em outros casos os cortes da medula exibem escassez de células do corno
anterior, induzindo alguns autores a acreditarem que este estado é de origem neurógena.
Evidentemente, as lesões musculares são características de uma atrofia muscular
neurógena.
Existem também evidências circunstanciais de que a enfermidade é dada pela
infecção da mãe pelo vírus Akabane no começo da gestação. Para confirmar de maneira
inequívoca a relação entre o vírus e a doença, terá que se obter a produção experimental da
enfermidade em bovinos, pois quando se inoculou em ovelhas não afetou sua prole. Esta
hipótese etiológica baseada no estudo da doença em animais foi bem descrito por Whittem,
sugerindo que primeiro se degeneram as células do corno anterior durante o início da
gestação. Ocorre a destruição das fibras musculares na vida intrauterina, certos músculos se
afetam antes ou em maior medida que outros, perdendo a inflexão e deixando de
contrabalançar a inflexão normal de seus antagonistas, tendo assim a restrição do
movimento normal dos músculos e articulações durante o período de rápido crescimento
com conseqüente fixação parcial de articulações e formação de ligamentos e de outros
tecidos periarticulares retraídos e mais curtos, que darão as alterações clínicas da então
artrgogripose múltipla congênita. Essa é a hipótese mais aceita nos dias de hoje.
Estudos por biópsia muscular e estudos histoquímicos esclarecem melhor a natureza
das deformidades, se neurogênicas, miopáticas ou inflamatórias. Os estudos anteriores
sobre a etiologia eram limitados, pois eram baseados em necropsia, excluindo patologias
que não levavam à óbito. Através da biópsia utilizando colorações corretas por técnicas
histoquímicas, permitiu-se prever a evolução dos casos por comparação a comportamentos
habituais da patologia de base associado à expressividade clínica.
Além da biópsia muscular com técnica histoquímica, o exame eletromiográfico, a
avaliação neurológica e estudos de condução nervosa mostram-se úteis na identificação da
etiologia e isto é tanto mais importante quanto mais jovem for a criança.
Estudos patológicos mostram que existem dois tipos principais de alterações
neuromusculares que dão origem às deformidades.
Um é o tipo neurogênico que é o mais comum (cerca de 93% dos casos) e que
freqüentemente apresenta malformações associadas (orelhas de implantação baixa,
micrognatia, pescoço curto, palato alto, achatamento do nariz, hipoplasia pulmonar,
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doenças cardíacas congênitas), além de estar associada a outras anomalias como a
disgenesia das células do corno anterior da medula e com envolvimento aparente do
cérebro em alguns casos.
Já o tipo miopático é o mais raro (7% dos casos), geralmente não apresenta
malformações associadas e acredita-se que exista um forte padrão hereditário autossômico
recessivo. As alterações musculares são semelhantes àquelas encontradas nas distrofias
musculares progressivas.
É válido destacar que as neuropatias são responsáveis por 90% de todos os casos de
artrogripose, como defeito na formação de células do corno anterior da medula ou
degeneração destas, lesões do motoneuronio inferior e lesão pré-natal do sistema nervoso
central (BRUSCHINI, 1993; KOTTKE & LEHMANN, 1994; RICHARDS, 2002;
TECKLIN, 2002; WEINSTEIN & BUCKWALTER, 2002). Jones (1998) afirma que o
desenvolvimento articular inicia secundariamente no interior das condensações
mesenquimatosas iniciais do osso pré-cartilaginoso, em torno da 5ª semana e meia de idade.
Na 7ª semana, a maioria dos espaços articulares já estão presentes e, em torno da 8ª
semana, observa-se a movimentação dos membros.O mesmo autor afirma que as
contraturas articulares podem ser secundárias a fatores intrínsecos do desenvolvimento
fetal, tais como o início precoce de problemas neurológicos, musculares e/ou articulares, ou
a fatores extrínsecos tais como a gemelaridade e a construçãofetal.
Segundo Fonseca (1996) a teoria mais aceita para o explicar o aparecimento da
síndrome é a de obstrução mecânica intra-uterina do feto e a posição viciosa das
extremidades, pois desta forma o movimento normal se restringe, porque as articulações se
fixam, levando o feto a uma retração dos ligamentos e tecidos periarticulares. Ainda
considera- se causas mecânicas decorrentes de um maior ou menor espaço intra-uterino,
como oligodrâmnios, presença de anormalidades morfológicas do útero, cistos no ovário,
sendo que todas estas atuariam diminuindo o espaço para a mobilização fetal.
Shepherd (1995) e Fonseca (1996) afirmam que a fisiopatologia é definida como
uma aplasia ou hipoplasia de grupos musculares durante o desenvolvimento embrionário.
Esta aplasia é atribuída às alterações ocorridas nas células do corno anterior da medula,
sendo que referidas células são responsáveis pela formação da inervação que irá ocorrer na
musculatura esquelética, conseqüentemente ocorrerá uma deficiência na função muscular.
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Devido a degeneração dessas células, ocorrerá perda do trofismo e tônus muscular e do
contrabalanceio normal dos músculos antagonistas. Na patologia também existe grande
variação muscular, chegando a faltar grupos musculares.
O quadro microscópico do tecido muscular, na maioria das formas de Artrogripose,
mostra alterações atróficas grosseiras, sendo levemente pigmentado, de denervação e, em
alguns casos, poderá ocorrer a substituição do tecido muscular por tecido adiposo, fibroso,
fibroadiposo ou fibrocartilaginoso, especialmente as que unem ossos longos, como o
cotovelo e o joelho. Essa substituição leva à limitação do arco de movimento, rigidez
articular e ao aspecto de “boneca de pau” na criança, além do aspecto fusiforme da
articulação (GABRIEL ET AL, 2001; GORDON ET AL, 1999; RICHARDS, 2002;
SALTER 1999). Nos processos neurogênicos mais comuns, encontram- se alterações na
proporção e predominância do tipo de fibras musculares, amioplasia, hipoplasia e atrofia
por denervação. Encontra-se também infiltração de tecido fibroso nas partes moles
periarticulares.
Como conseqüência aos fatores citados acima, as articulações controladas pelos
músculos não se movem normalmente no útero e, em conseqüência, não se desenvolvem
normalmente também após o nascimento. Essas alterações musculares são estáticas, porém
as anomalias secundárias das articulações tendem a se tornar mais graves durante os anos
de crescimento, por isso faz-se necessário acompanhamento médico e fisioterapêutico
(SALTER, 1999).
O processo da doença começa no feto em desenvolvimento. Devido a distúrbios,
como por exemplo, alterações primárias de fibras musculares ou de células nervosas
motoras na medula, os músculos têm a função prejudicada, A ausência de movimento nas
articulações do feto em desenvolvimento é a provável explicação para as deformidades
articulares presentes em um recém-nascido com artrogripose.
Estudos mostram que na maioria dos casos a Artrogripose Múltipla Congênita não é
uma herança genética, e que indivíduos que apresentam a forma clássica da doença
apresentam cromossomos normais, mas outras anormalidades genéticas podem estar
presentes em recém-nascidos gravemente afetados com formas atípicas. Porém pode haver
alguma herança genética autossômica dominante ou recessiva relacionada ao cromossomo
X.
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Através de estudos anatomopatológicos de 350 pacientes da National
Arthrogryposes Association nos EUA, foi demonstrado que qualquer lesão durante o
desenvolvimento embrionário à formação dos membros intra-útero, pode causar contraturas
articulares. Assim, lesões em células do corno anterior, nas raízes, nos nervos periféricos,
nas placas motoras ou nas fibras musculares resultam em um desequilíbrio muscular
produzindo contraturas. Um estudo realizado no período de 1987 a 1988 por estudiosos
brasileiros, em que foram avaliados 25 casos de pacientes com Artrogripose Múltupla
Congênita, a maioria deles matriculados na Escola Paulista de Medicina, por biopsia
muscular do deltóide em análise histoquímica, a fim de detectar características histológicas
dos tipos neurogênico, miopático e inflamatório das doenças de base.
Para outros autores, a maioria das crianças que apresentam essa síndrome são
portadores de amiotrofia espinhal. Pelo estudo houve predomínio das formas miopaticas,
sendo essa 52% dos casos sobre as formas neurogênicas.
2.4 – SINAIS E SINTOMAS
As deformidades presentes na artrogripose são variáveis em número e severidade de
cada caso.
Ao nascimento, além das deformidades apresentadas, a aparência destas crianças
sugere um retardo mental, porém uma das características mais marcantes destes pacientes é
o alto grau de inteligência aliado a uma forte determinação de superar sua incapacidade e
alcançarem suas capacidade máximas.
A artrogripose múltipla congênita, segundo estudo realizado por Oliveira, Mariana
Ferreira de et al, pode ser caracterizada por alterações de pele, tecido subcutâneo inelástico
e aderido, ausência de pregas cutâneas, hipotrofia muscular, sendo substituído por tecido
fibrogorduroso, deformidades articulares, espessamento e rigidez de estruturas
periarticulares, com preservação da sensibilidade.
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• FORMA CLÁSSICA
- É também denominada de amioplasia;
- Não é uma condição hereditária;
- Lembra uma marionete de madeira;
- Pele costuma ser brilhosa e a falta de pregas pela escassez de tecido subcutâneo
é freqüente;
- Perda do contorno normal dos membros, dando-lhes uma aparência tubular;
- Os membros tomam forma cilíndrica, perdendo a silhueta;
- Podem aparecer depressões próximo às articulações
- Articulações de todos os membros fixadas;
- Membros inferiores podendo apresentar musculatura diminuída e com edema;
- Não existe anquilose óssea, sendo que a rigidez articular é devido ao
encurtamento dos músculos e à contratura da cápsula articular;
- O grau de deformidade geralmente é bem grave, mas não é uma patologia de
caráter progressivo;
- As fibras musculares são substituídas por tecido fibroadiposo;
- As articulações são estreitas e os tecidos periarticulares são espessos;
- As deformidades geralmente são simétricas, sendo que quanto mais distais as
articulações, mais intenso é a gravidade. As alterações dos membros podem estar
associadas a outras malformações viscerais e neurológicas;
- A condição amioplásica foi assim designada devido a aparente ausência ou
hipoplasia dos músculos.
- A pele é fina, lisa, tem pouca sudorese, o tecido subcutâneo é escasso;
- Os músculos são hipoplásicos, atróficos, hipotônicos, ou seja, sem força e tônus
e finos, principalmente do diafragma e intercostais levando a hipoplasia pulmonar nos
casos mais severos, sendo que a sensibilidade e propriocepção são normais, freqüentemente
não são palpáveis;
- Segundo Tecklin (2002) os reflexos tendíneos profundos podem estar diminuídos
ou ausentes;
- Diminuição da massa muscular com aparência de definhamento;
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- A rigidez das articulações é de origem extra-articular devido ao encurtamento
dos músculos e as contraturas das cápsulas articulares;
- Espessamento e perda da elasticidade das cápsulas articulares;
- Membros afetados são pequenos em circunferência, enquanto que as
articulações parecem largas e fusiformes;
- Nos casos mais severos a cintura escapular é atrófica;
- Espinha geralmente não é afetada;
- Algumas anormalidades ocasionais incluem fenda palatina (lábio leporino),
lesões cardíacas e malformações do trato urinário;
- Restrições físicas podem ser graves;
- Comprometimento articular usualmente bilateral de mãos e pés, podendo ainda
comprometer quadril, cotovelo e joelho, com anquilose;
- Inteligência normalmente não está prejudicada ou levemente subnormal.
è MEMBROS SUPERIORES:
Podem estar totalmente ou parcialmente acometidos. Há limitação ativa e/ou
passiva das articulações, hipotrofia muscular e aparência tubular dos membros.
O membro superior é acometido em 40% a 80% dos casos de artrogripose e pode
ser totalmente atingido ou apenas em determinadas regiões.
A tabela a seguir mostra de que forma são acometidas as respectivas regiões do
corpo:
Ombro
- Graus variados de rotação interna;
- Pode haver limitação da abdução;
- Diminuição de força do músculo deltóide, tornando o paciente incapaz de
abduzir o membro superior contra a gravidade.
Cotovelo
- Quando em flexão, favorece a função;
- Quando em extensão, leva a grande incapacidade funcional, com diminuição
da força do músculo bíceps e braquial.
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Antebraço- Em pronação.
Punho
- Freqüentemente em flexão e desvio ulnar, podendo apresentar-se em extensão
com desvio radial.
Dedos
- Flexão da articulação metacarpofalangiana e extensão da interfalangiana
proximal (intrinsic plus position);
- Polegar preferencialmente aduzido, apresentando uma brida retrátil que limita
a mobilidade da 1ª comissura.
Mãos - Geralmente em garras ou cerradas.
Esta afecção como já descrito anteriormente é simétrica e bilateral, podendo ocorrer
isolada ou associada a outras más-formações, principalmente nos membros inferiores, tais
como luxação congênita do quadril, joelhos e deformidades nos pés.
Segundo Zancolli, a deformidade ao nível das mãos depende basicamente da
retração ou má formação do retinaculum cutis (fáscia mediopalmar e ligamentos natatórios)
e da pele digitopalmar (nos casos leves) e também do envolvimento de outros tecidos, tais
como tendões, cápsulas e ligamentos (nos casos mais severos). Nestes casos, as
deformidades ósseas são secundárias às alterações das partes moles.
A classificação da mão artrogripótica descrita por Zancolli é determinada de mão
artrogripóide I: são os casos menos severos em que existe apenas má-formação do
retinaculum cutis e da pele digitopalmar encurtada. E mão artrogripóide II: são os casos
mais graves em que além do acometimento da pele e do retinaculum, existe também
acometimento dos tendões, cápsulas e ligamentos, que pela longa duração puderam trazer
também alterações ao nível das cartilagens.
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Deformidade artrogripóide apresentando desvio ulnal dos dedos e contratura em flexão das metacarpofalângicas.Fonte:J.R.CHICONELLI & A.V.MONTEIRO. Rev. Bras. Ortop. V.29, n 7 – Julho, 1994.
Mão artrogripóide em que são observadas retrazer da pele digitopalmar e do “retinaculum cutis”.Fonte: J.R. CHICONELLI & A.V. MONTEIRO. Rev. Bras. Ortop. V.29, n 7 – Julho, 1994.
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è MEMBROS INFERIORES:
Quadril
- Freqüentemente acometidos por contraturas isoladas ou associadas a luxações;
- A luxação do quadril pode estar presente em até 80% dos indivíduos acometidos.
- Conforme Behrman, o quadril freqüentemente apresenta contraturas em flexão,
abdução e rotação externa (Posição de Buda), podendo haver luxação uni ou
bilateral em 14% a 58% dos casos. Acredita-se que as contraturas são mais
freqüentes do que as luxações;
- Entre os variados fatores. Salienta-se a alta porcentagem de apresentações
pélvicas ao nascimento;
- A escoliose é descrita como uma das causas por gerar um desalinhamento da
pelve e apresentação pélvica ao nascimento;
- Podem se encontrar deslocados, com freqüência ligeiramente fletidos em adução
ou abdução.
Joelhos
- Segundo Bruschini, os joelhos são acometidos em 40% a 80% dos casos.
- Apresentando-se em flexão na maioria dos pacientes, sendo mais comum que o
estendido, com marcada diminuição de força do músculo quadríceps e a retração
afeta os músculos da parte posterior do joelho e cápsula posterior;
- A contratura em extensão ou hiper-extensão é menos freqüente e pode estar
acompanhada de subluxação ou luxação de joelho, nos primeiros meses de vida
podem apresentar férulas seriadas, além de severa conjectura do quadríceps muitas
vezes associadas com fixação da patela com o fêmur;
- Pode ainda ocorrer torções tibiais e luxação posterior da tíbia em relação ao
fêmur.
Pés
- São envolvidos em quase todos os casos, podendo apresentar as mais variadas
deformidades, sendo a articulação mais comumente afetada;
- 82% de pés equinovaros (apoiados na ponta dos dedos);
- 10% taloverticais;
- 2% pés cavovaros;
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è COLUNA VERTEBRAL:
A incidência de escoliose na artrogripose varia de 2,5% a 34%. É a deformidade
mais encontrada no tronco, podendo ser notada ao nascimento, na infância ou na
adolescência. Na artrogripose grave a escoliose é mais prevalente e detectada nos primeiros
quatro anos de vida.
Pode apresentar escoliose como deformidade mais comum. Por ser uma escoliose
de ordem neuromuscular, ela é progressiva (5 a 7 graus por ano), sendo um grande fator
desencadeante de futuros problemas respiratórios.
Como as escolioses neuromusculares costumam ser progressivas, estima-se a
progressão da curva em até sete graus por ano, sendo a curva em C o padrão predominante
da curva na artrogripose, estendendo-se ao sacro. Freqüentemente está associada com
hiperlordose e obliqüidade pélvica. Suas conseqüências são fraturas e deficiências para o
aparelho respiratório.
Segundo um estudo realizado por Svartman, Celso et al foram revistos os
prontuários de 56 pacientes portadores de Artrogripose Múltipla Congênita atendidos pelo
Grupo de Doenças Neuromusculares do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Pavilhão “Fernandinho Simonsen”, no período
de 1983 a 1994. Todos os pacientes apresentavam os sinais clínicos típico como:
contraturas articulares ao nascimento em pelo menos duas extremidades diferente, sem
evidência de doença neurológica progressiva, diminuição da massa muscular com
configuração fusiforme das articulações e depressões anormais na pele ou ausência das
pregas cutâneas.
Os 56 pacientes apresentaram distribuição das deformidades com um envolvimento
maior dos membros inferiores, especialmente das articulações distais.
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Aspecto Clínico da Síndrome
Fonte: CELSO SVARTMAN et al, janeiro 1995.
No pé as deformidades mais encontradas foram o pé eqüino-cavo-varo e o pé talo
vertical.
Fonte: CELSO SVARTMAN et al, janeiro 1995.
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Já no joelho a deformidade mais freqüente no estudo de caso realizado foi a
contratura em flexão, confirmando o que diversos autores acreditam ser um dos sinais
clínicos mais freqüentes nos joelhos artrogripóticos.
Pós-operatório imediato de osteotomia femoral supracondiliana.
Fonte: CELSO SVARTMAN et al, janeiro 1995.
No quadril, a maioria de pacientes que apresentavam deformidade articular no
quadril, tinha luxação de quadril unilateral, uma outra parte apresentavam deformidade em
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flexo-abdução, outros apresentavam luxação de quadril bilateral e um número muito
pequeno exibia deformidade em adução e rotação interna.
Fonte: CELSO SVARTMAN et al, janeiro 1995.
Em relação ao membro superior os sinais clínicos encontrados foram os mesmo já
descritos anteriormente.
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• ARTROGRIPOSE DO TIPO DISTAL
- Apresenta-se como deformidades isoladas de mão (98%) ou pés (88%);
- Padrão autossômico dominante de hereditariedade que relaciona-se a
alterações no cromossomo, assim descrito por Tachdjian(2001).
2.5 – DIAGNÓSTICO
O diagnóstico pré-natal é difícil, existindo poucos relatos na literatura. Baseia-se,
especialmente na combinação de acinesia fetal, posição anormal dos membros, retardo de
crescimento intra-uterino e polidrâmnio. Em um caso descrito por Alencar Júnior et al, de
artrogripose múltipla congênita, o diagnóstico foi feito por ultra-sonografia no terceiro
trimestre de gestação. Os principais achados foram a ausência de movimentação fetal,
polidrâmnio e concepto com retardo de crescimento intra-uterino, tipo misto, com
acentuada diminuição da circunferência abdominal e torácica, implantação baixa dos
pavilhões auriculares, micrognatia, flexão contínua dos membros inferiores e superiores,
rotação interna dos fêmures e pé torto à direita.
O diagnóstico pode ser feito a partir do final do segundo trimestre de gestação, onde
o feto irá apresentar mobilidade reduzida em sua forma mais severa, ou se apenas se
comprometem os pés, encontrando-se estes imóveis enquanto o restante do corpo apresenta
mobilidade normal.
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Imagem do membro superior esquerdo e inferior esquerdo em atitude de flexãocontínua.
Fonte: Alencar Júnior et al. RBGO. V.20,n 8, 1998.
Imagem dos membros inferiores. Atentar para a presença de pé torto congênito.Fonte: Alencar Júnior et al. RBGO. V.20,n 8, 1998.
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Aspecto do recém-nascido. Imagem frontal. Observar as contraturas articulares,a intensa desnutrição, a micrognatia e o pé torto à direita com sindactilia.
Fonte: Alencar Júnior et al. RBGO. V.20,n 8, 1998.
De acordo com Oliveira, Mariana Ferreira et al, não existe um exame laboratorial
capaz de diagnosticar a artrogripose múltipla congênita durante o pré-natal. A ultra-
sonografia pode ser válida para avaliar possíveis anomalias e os movimentos fetais, caso o
médico tenha suspeita de alguma anormalidade. Nos primeiros seis meses de vida, o estudo
imunológico pode ser útil para identificar infecção viral.
Posteriormente pode-se realizar um exame oftalmológico para analisar a retina,
permitindo então saber se houve processo infeccioso durante a gestação, onde os músculos
foram embriologicamente formados normais, e depois, durante o desenvolvimento fetal
foram substituídos por tecido fibroso.
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A biopsia muscular, para essa patologia será de acordo com a musculatura em
questão. Através de análises histológicas pode-se revelar se os músculos estarão ou não
normais. Estes poderão apresentar acúmulo de tecido fibroso, mas poderão estar
normalmente inervados.
Através do exame eletromiográfico pode-se detectar que, em músculos diferentes de
um mesmo paciente há alterações de origem miopática e neuropática.
Em exames de autópsia pode-se observar atrofia de fibras musculares, fibrose e
degeneração gordurosa.
Em achados radiográficos é muito comum a verdadeira ausência do acetábulo.
Existem similaridades entre a artrogripose múltipla congênita e a trissomia do 18 à
ultra-sonografia, mostrando-se importante também obter-se o cariótipo do recém-nascido
2.6– TRATAMENTO MEDICAMENTOSO X CIRÚRGICO?
O tratamento clínico desses pacientes se torna complicado devido aos variados
comprometimentos presentes como alterações genéticas, insuficiência motora,
deformidades que são de difícil correção devido à grande rigidez, e também problemas de
ordens psicológicas.
A equipe deve ser composta por pediatras, cirurgião, fisioterapeuta, terapeuta
ocupacional, psicólogo e assistente social. Em alguns casos, o ortopedista e o engenheiro
em reabilitação irão se fazer necessários para construir equipamentos de adaptação para os
membros superiores e para possibilitar a posição sentada.
Tachdjian acredita que o tratamento da artrogripose múltipla congênita é complexo
e difícil, mas recompensante, tendo a fraqueza muscular e a rigidez articular como um dos
fatores contribuintes para que a correção das deformidades congênitas seja extremamente
difícil. Porém, estudos realizados comprovaram que o tratamento precoce aumenta as
chances de sucesso, em que na base do tratamento incluía-se mobilização passiva e
imobilizações seguidas por cirurgia de reconstrução ou imobilizadoras.
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O tratamento deve ser de maneira individualizada, pois cada paciente apresenta
deformidades de forma e intensidade variáveis. O início deve ser precoce visando levar ao
paciente a capacidade de executar suas atividades de vida diária.
Como a artrogripose múltipla congênita não é progressiva qualquer mudança que
ocorra será uma melhora e algumas restrições consideráveis necessitarão de correção
ortopédica.
O ângulo da anquilose da articulação pode estar cirurgicamente alterado, mas é
difícil obter mobilidade aumentada.
No primeiro ano de vida são comuns as cirurgias de correção do pé torto e de
redução dos deslocamentos do quadril. O comprometimento das mãos pode dificultar o
aprendizado e realização de algumas atividades.
O manuseio ortopédico dos pacientes com artrogripose tem como principal objetivo
obter a maior mobilidade nas articulações, manter as extremidades na posição o mais
funcional possível tanto pela abordagem cirúrgica, tanto pelo tratamento incruento.
• TRATAMENTO CIRÚRGICO
A maioria dos casos necessita de cirurgia reconstrutora, onde os tecidos moles
contraturados que são os principais responsáveis pela obstrução do movimento articular,
precisam ser liberados para um maior alcance do grau de amplitude de movimento, sendo a
forma mais indicada a liberação cirúrgica precoce através de secção desses tecidos.
Como as deformidades na artrogripose têm propensão à recidiva devem ser
realizadas transferências de músculo-tendão para substituir os músculos ausentes, pálidos,
pequenos e fibrosados que funcionalmente são ineficazes.
Juntamente com as técnicas de tração para diminuir deformidades em flexão dos
joelhos, por exemplo, e moldes de gesso calcinado são comuns para as deformidades,
especialmente as dos membros inferiores.
Luxação do quadril é comum, mas é difícil de tratar. Se os dois quadris estão
luxados, muitas autoridades no assunto recomendam não os tratar, devido ao fato de que,
apesar da luxação a criança terá marcha satisfatória. Se somente um quadril está luxado, a
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cirurgia deverá ser realizada o mais cedo possível na tentativa de restaurar o quadril.
Entretanto, os resultados são discutíveis, podendo-se aceitar a luxação e, através de
osteotomia (secção do osso da coxa), corrigir a deformidade em “adução”. Deformidades
do joelho são mais freqüentemente tratadas com molde de gesso calcinado associado à
cirurgia. Deformidades do pé, invariavelmente requerem cirurgia, e é freqüentemente
necessário extirpar o osso inteiro do tornozelo, do tálus, para uma boa correção. A
curvatura da coluna vertebral (escoliose) é melhor tratada com correção cirúrgica precoce e
fusão vertebral, sendo a artrodese um recurso bastante utilizado, principalmente antes dos
10 anos de idade.
Já a cirurgia de reconstrução é geralmente indicada em casos de correção do pé
eqüino-varo refratário. A tração é utilizada como forma de tratamento em casos de luxação
de quadril, tenotomia de adutores, descolamento do músculo psoas rígido e imobilização.
Caso haja necessidade a articulação coxo-femural é reposicionada, acompanhada do
transplante do músculo iliopsoas, nos casos em que os extensores do quadril não
funcionam.
Fonte: CELSO SVARTMAN et al, janeiro 1995.
Nos membros superiores, a deformidade mais devastadora é cotovelo fixo em
extensão conforme já descrito, e a cirurgia precoce é recomendável para que o cotovelo
possa dobrar. Apesar do fato de que a amplitude de movimento será limitada e nesse caso é
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feito a capsulotomia posterior e alongamento do tipo V-Y do tendão do tríceps para o
bíceps. E o ombro raramente precisa de correção cirúrgica.
Mesmo com as deformidades de mãos, muitas crianças são capazes de adapta-las a
alguma função. Se o punho está em um grau extenso de flexão a correção através do
tratamento cirúrgico provavelmente será considerado, porém existem inúmeras cirurgias e
divergências nas literaturas e, portanto não serão descritas, porém logo abaixo será descrita.
Um dos tratamentos das mãos descrito segue os preceitos de Zancolli, com
fundamentos na classificação clínica que auxilia bastante a normatização da conduta
cirúrgica a ser adotada.
O tratamento precoce inicia-se logo após o nascimento, com uso de órteses ou
splints corretores, visando corrigir e evitar o desenvolvimento das deformidades
secundárias ao nível dos tendões e cápsulas.
Em casos menos graves o tratamento cirúrgico baseia-se no release das estruturas
contraturadas (retinaculum cutis e pele digitopalmar), por incisões transversais localizadas
sobre as articulações e posterior enxerto cutâneo. Este procedimento é fácil e permite boa
correção das deformidades.
Fonte: J.R. CHICONELLI & A.V. MONTEIRO. Rev. Bras. Ortop. V.29, n 7 – Julho, 1994.
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Ato operatório de “release” para a correção da deformidade seguida de enxertia cutânea.Fonte: J.R. CHICONELLI & A.V. MONTEIRO. Rev. Bras. Ortop. V.29, n 7 – Julho, 1994.
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Ato operatório de transferência do extensor comum paraa base da falange proximal.Fonte: J.R. CHICONELLI & A.V. MONTEIRO. Rev. Bras. Ortop. V.29, n 7 – Julho, 1994.
Para a correção da ausência de extensão das articulações metacarpofalângianas e
desvio ulnal dos dedos, é realizada a transferência da inserção do tendão extensor comum
para a base da falange proximal. Esse procedimento é importante, pois cria um tendão
extensor próprio para a articulação metacarpofalângica, o que previne a recorrência da
deformidade. Sob essa condição, a articulação interfalangiana proximal é estendida apenas
pela musculatura intrínseca.
Dependendo da deformidade, a manutenção temporária da correção pode ser obtida
com auxílio de fios de Kirschner.
Durante o período pós-operatório, o punho e articulações metacarpofalângicas são
imobilizados por quatro semanas. Para os casos graves, além dos procedimentos realizados,
são acrescentados as capsulotomias e ligamentotomias e os alongamentos dos tendões
flexores do punho, do polegar e dos dedos, quando necessário, e de acordo com a
complexidade de cada caso. Para os casos mais severos de contratura em flexão dos dedos a
transferência do flexor superficial para o profundo é o procedimento de escolha.
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Resultado funcional final da mãoFonte: J.R. CHICONELLI & A.V. MONTEIRO. Rev. Bras. Ortop. V.29, n 7 – Julho, 1994.
Existem várias técnicas cirúrgicas para cada tipo de deformidade. O tratamento
cirúrgico, geralmente de caráter reconstrutivo, deve ser adiado até que se obtenha maior
mobilidade possível, através de métodos conservadores. A capsulotomia posterior da
articulação do joelho e o alongamento do Tendão de Aquiles são cirurgias freqüentemente
realizadas a fim de reduzir a rigidez dos tecidos moles.
Segundo estudos realizados por Oliveira, Mariana Ferreira de et al, o tratamento
cirúrgico do pé artrogripótico tem como objetivo a obtenção de um pé plantígrado, mesmo
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que este seja rígido, onde os cirurgiões lançam mão de cirurgias radicais para conseguirem
este objetivo.
A principal finalidade do tratamento cirúrgico é de restabelecer o equilíbrio
muscular, as tenotomias devem ser acompanhadas de capsulotomias ou capsulectomias, a
correção máxima deve ser obtida na cirurgia. As osteotomias geralmente são eficazes para a
correção de algumas deformidades, mas devem ser postergadas o máximo possível devido a
alta incidência de recidiva da deformidade conforme o crescimento.
2.7– PROGNÓSTICO
O pior prognóstico da artrogripose múltipla congênita ao nascimento está
diretamente relacionado às deformações presentes.
O prognóstico depende do grau de comprometimento apresentado podendo ser fatal,
ainda no período fetal, ou apenas manifestar alterações ortopédicas de leves a moderadas. O
comprometimento das quatro extremidades depende da resposta à cirurgia, mas a criança
pode ser dependente de muletas e outros aparelhos para andar. O comprometimento de um
único membro melhora o prognóstico, já que habitualmente a atividade mental não está
alterada.
Há relatos na literatura de alguns respeitáveis autores referindo-se à maior
gravidade e menor sobrevida das artrogriposes com patologias de base neurogênica, bem
como referências à benigna expressividade e maior sobrevida das etiologias miopáticas.
O tempo de ocorrência do fator causal, as regiões envolvidas e a natureza
intermitente ou contínua do fator determinam o maior ou menor grau de comprometimento
e envolvimento.
Geralmente essas crianças terão a movimentação das articulações muito limitada. Se
tratadas, as deformidades recidivam facilmente. Por outro lado, estas crianças não
apresentam regressão motora ou mental e geralmente têm o tronco normal. Poderão ou não
caminhar e serão muito funcionais na cadeira de rodas. Devemos esperar inteligência
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normal e, se forem motivadas adequadamente, irão tirar proveito de qualquer oportunidade
que lhes for dada para atingir sua independência.
Freqüentemente essas crianças têm a inteligência acima da média, são capazes de
deambular, além de desenvolverem um grau funcional de destreza no desempenho de
atividades diárias como a auto-alimentação e vestir-se.
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CAPÍTULO III
DESENVOLVIMENTO MOTOR X DESENVOLVIMENTO CRIANÇA
ARTROGRIPOSE
O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos nervosos,
aumento em tamanho e complexidade do sistema nervoso central, crescimento dos ossos e
músculos, portanto, são comportamentos não-aprendidos que surgem espontaneamente,
desde que a criança tenha condições adequadas para exercitar-se. E no caso da artrogripose,
algumas etapas do desenvolvimento motor poderão ficar prejudicadas, mas sem dúvida o
fisioterapeuta não poderá deixar de estimula-las.
Como já descrito anteriormente a criança portadora de artrogripose possui os
músculos fracos, atróficos, hipotônicos e finos, porém a sensibilidade e propriocepção são
normais, freqüentemente não são palpáveis e os reflexos tendinosos estão ausentes. E as
deformidades articulares serão fatores que propiciarão um possível atraso no
desenvolvimento motor.
3.1 – MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NORMAL
o CRIANÇA NORMAL
Rápidas mudanças no desenvolvimento ocorrem durante os primeiros 24 meses
após o nascimento e influenciam dramaticamente por toda a vida. As mudanças evolutivas
que ocorrem durante esse período são resultado de complexo desenvolvimento neurológico,
o qual é influenciado por fatores genéticos e ambientais.
O conhecimento do desenvolvimento motor assume importância fundamental na
clínica pediátrica, sobretudo, em casos de o lactente apresentar ou correr o risco de
apresentar, distúrbio motor devido a alguma lesão nervosa ou a uma anomalia do sistema
osteomuscular. Por isso, o fisioterapeuta preciso de noções e conhecimento claros sobre
desenvolvimento, para poder avaliar o lactente ou a criança, sabendo identificar as
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características individuais do desempenho e que conheça mais as capacidades e respostas
diante de certos estímulos que podem ser esperados em determinada idade.
O desenvolvimento normal é caracterizado pela maturação gradual do controle
postural, pelo desaparecimento dos reflexos primitivos em torno de 4 a 6 meses de idade
(Moro, RTCA, Galant, reflexos plantares, reflexos orais); e pela evolução das reações
posturais (retificação e equilíbrio). Na avaliação dos reflexos primitivos cabe lembrar que
mesmo quando presentes na idade esperada, deve-se observar se a sua intensidade é
adequada para aquela fase, assim descrito por Hassano, Alice et al para sociedade brasileira
de pediatria.
Cada criança apresenta seu padrão característico de desenvolvimento, pela
influência sofrida em seu meio. Durante os primeiros anos de vida os progressos em relação
ao desenvolvimento costumam obedecer a uma seqüência ordenada, mas existe
considerável variabilidade individual, de acordo com cada criança.
Tendo em mente que cada criança é um indivíduo com padrão, ritmo de
desenvolvimento e habilidades ligeiramente diferentes, Flehmig (2004) esboça as típicas
aquisições da criança em desenvolvimento de acordo com cada mês:
Durante o primeiro ano, a rapidez do desenvolvimento da criança é extraordinária.
Ao nascer o bebê conta apenas com os reflexos hereditários, no entanto, ao final do
primeiro ano, entre outros comportamentos, será capaz de colocar-se na posição de pé e
caminhar alguns passos sem apoio, compreender o significado de várias palavras, obedecer
a ordens simples; como Não, Vem, Tchau, etc.
RN 1o
TRIMESTRE 2o TRIMESTRE 3o
TRIMESTRE4o
TRIMESTRE
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SUPINO
- Flexão simétricados 4 membros- RTCA: pode serobservado- Movimentaçãoespontânea dos 4membros
- Diminuiçãogradativa daflexão dosmembros- Assimetriamais freqüentedevido ao RTCA- Movimentos depedalagem
- Simetria dacabeça e membros- Eleva as pernase alcança os pés- Rola"dissociando"ombros e quadris(usando a R.corporal deretificação)
- Leva os pés aboca- Rola comfacilidade- Raramentemantém-se nestapostura
- não permanecemais nestapostura
PUXADOPARA
SENTAR
- A cabeça pendepara trás
- A cabeça pendecada vez menospara trás,chegando aacompanhar otronco.
- Elevação cadavez mais ativa dacabeça
- Eleva a cabeçae o troncoativamente
- Puxa-seativamente
PRONO
- Flexão dos 4membros e quadrilelevado- Eleva a cabeçacom lateralização,para liberar asVAS (refl. deretificaçãolabiríntica).
- Extensãoprogressiva daregião cervicalem direção aoquadril- Quadril menoselevado- Mantém acabeça maiselevada (reaçãode retif.labiríntica)- Braços situadoslateralmente eapoio instávelsobre osantebraços.
- Quadril maisestendido- Mantém acabeça muito maiselevada- Evolução doapoio nosantebraços para asmãos
- Arrasta-se- Gira em tornode si- Fica de gatas efaz balanceio- Engatinhaevoluindo dopadrão simétricopara o cruzado
- Engatinharapidamentecom padrãocruzado- Pode passarpara: sentado, dejoelhos e de pé- Posturaplantígrada(como um urso).
SENTADO
- Flexão da cabeçae do tronco
- Apoiado, iniciaretificação dacabeça- Troncoencurvado.
- Controle dacabeça estável- Aumenta a base,pernas em flexão- Apoio nas mãosa frente- Alguma cifose anível lombar.
- Troncointeiramenteretificado,braços livrespara alcançar esegurar objetos- Apoio lateral- Rotação dentro
- Bom equilíbriode tronco- Inicialmente:senta a partir degatas comfacilidade-Posteriormente:senta a partir de
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do próprio eixo- Pernas emextensão- Passa paraprono(dec.dorsal) ou gatas.
senta a partir desupino- Senta embanquinho comos pés apoiadosno chão
DE PÉ
- Reflexo de apoio- Refl. decolocação- Reflexo demarcha
- Reflexosanteriores emdiminuiçãoprogressiva até odesaparecimento
- Inicialmente:não se apoia nosMI (período deastasia-abasia)- Posteriormente:inicio de apoio
- Apoiado pelasaxilas, sustenta opeso do corposobre as pernas,saltita (jogocorporal)- Mantém-se depé segurando nagrade do berço.
- Inicialmente:puxa-se paraficar de pé-Posteriormente:fica de péapoiando-se emobjeto/pessoa,passando pelaposição semi-ajoelhada- Marcha lateral:anda segurandonos móveis comboatransferência depeso- Fica de pé semapoio porinstantes- Marcha livrecominstabilidade ebase alargada.
REFLEXOS E
REAÇÕES
Empacientes
comartrogripos
eencontram-
sediminuídosou abolidos
- Refl. orais:sucção,deglutição,vomito, mordida,4 pontos cardeais,r. de busca- Refl. cervical deretificação- Reação deretificaçãolabiríntica- RTL - refl.tônico labiríntico- RTCA - refl.tônico cervicalassimétrico- Refl. de Moro(com os 4membros)- Refl. de Galant(encurvamento
- Refl. orais: emmodificação- Reação deretificaçãolabiríntica- Refl. de Moro,de Galant: emfase dediminuição- RTCA- Refl. depreensão: plantar
- RTCS - reflexotônico cervicalsimétrico- Reação corporalde retificação- Reação deLandau- Reac. deParaquedas
- Mantém asreaçõesanteriores- RTCS -emdiminuição até odesaparecimento- Reac. deextensãoprotetora dosbraços:para frente: 6mesespara os lados: 8m- Reac. deequilíbrio:
- Reac. deextensãoprotetora dosbraços para trás:11 meses- Reac. deequilíbrio:em supinoem pronosentadogatas
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lateral do tronco)- Refl. depreensão: palmar,plantar- Refl. plantares:cutâneo-plantar,de defesa e deextensão cruzada.
equilíbrio:em supinoem pronosentado
MOTORFINO
Preensão: reflexa - Preensão pelotato- Preensão maisreflexa- Grasping/gretagem- Esboço depreensão pelotato- Leva mão aboca (quebrandoo padrão impostopelo RTCA)
- Leva objetos aboca- Junção das mãosna linha media- Coordenaçãoóculo-manual,pega objetos comuso de supinação.- Sacode ochocalho e bateem objetospendurados
- Preensão:palmar commovimento devarredura- Transfere umobjeto de umamão para outra- Manipulaçãobimanual - bateum objeto nooutro- Solta objetos -voluntariamente
- Pinça: finacom oposição depolegar- Exploraçãomaior de objetos- Empilha cubos- Bate palmas- Dá tchau- Brinca
VISÃO
- Brusca oclusãocom luz forte, Fixaobjetos de altocontraste e se virapara a luz.
- Fixa e segue aface doexaminador eobjetos emsupino,coordenaçãoóculo-cefálica(COC)
- Acompanhaobjetos em supinoe prono.
- Acompanhaobjetos emsupino, prono esentado - campovisual de 180o.
- Acompanhaobjetos emqualquerpostura.
AUDIÇÃO
- Reage aestímulos sonoroscom: diminuiçãoda atividadeespontânea,enrugamento datesta, reação desusto (startlereaction).
- Mantém asreaçõesanteriores e podevirar a cabeçapara a fontesonora.Coordenaçãoaudio-cefálica(CAC).
- Localiza fontesonoralateralmente.Coordenaçãoaudio-viso-cefálica (CAVC).
- Localiza fontesonora acima eabaixo do níveldo ouvido.
- Localiza fontesonora emqualquerdireção.
LINGUAGEM
- Chora alto comfome e emissão de
sons laríngeos.
- Chorodiferenciado,
vocalizações esorriso.
- Vocalizações,combinação e
repetição de sons,risos e
gargalhadas.
- Balbucio, auto-imitação.8 meses -fonemas
linguodentais(tatata, dada,
nene)9 meses - silabaslabiais (mama,
papa).
- Linguagemsimbólica: dá
significado aossons (papa,mama) e usa
sonsonomatopeicos.Fala de uma atrês palavras.
Fonte: Alice Y. S. Hassano et al. www.spb.com.br
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DESENVOLVIMENTO AOS 18 MESES
Até este período a criança encontra-se em fase de aquisição de habilidades,
passando a fase de aperfeiçoamento. Nesta idade observamos as seguintes condutas
motoras, motora fina e adaptativa:
- POSTURAS: troca de posturas com facilidade;
- MARCHA: mais estável e com dissociação das cinturas escapular e pélvica, bom
equilíbrio, cai raras vezes, abaixa-se e pega um objeto no chão, anda segurando objetos;
- ESCADA: sobe escada com apoio, um degrau de cada vez e pula com os dois pés juntos;
- BOLA: atira com as mãos (de pé), algumas se sentam no chão para jogar bola;
- Empilha 3 ou 4 cubos sem ajuda;
- Faz encaixes de formas simples;
- Folheia paginas de livro, 2 ou 3 de cada vez;
- Usa o indicador seletivamente;
- Segura o lápis com preensão primitiva;
- Nomeia partes do corpo;
- Participa ativamente no vestir, despir, banho e alimentação;
- Inicia o controle esfincteriano;
DESENVOLVIMENTO AOS 24 MESES
Nesta idade completa-se o desenvolvimento sensoriomotor. Observam-se as seguintes
habilidades:
- MARCHA / EQUILÍBRIO: corre bem e não cai, mantém-se com equilíbrio sobre uma
perna, pula com um pé, chuta bola;
- ESCADA: sobe com passos alternados, desce com apoio no corrimão (sozinho);
- Constrói torre com 6 cubos (sem ajuda) e alinha na horizontal 2 ou mais;
- Faz encaixes com maior facilidade;
- Vira as paginas de um livro, uma a uma;
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- Usa o lápis com preensão adulta, imita rabiscos circulares;
- Atividades de Vida Diária com maior destreza: desamarra laços, tenta desabotoar come
sozinha, controle esfincteriano adquirido ou em fase de aquisição;
- LINGUAGEM: abandonou o "jargão" (imitação da conversa), usa frases curtas de 2 ou 3
palavras, expressa- se com eu, mim, você (pode não ser correto), nomeia 3 ou mais figuras
e identifica 5 ou mais figuras.
CAPÍTULO IV
AVALIAÇÃO FISIOTERÁPICA E OBJETIVOS DO TRATAMENTO
A avaliação inicial de crianças com artrogripose requer uma equipe multidisciplinar,
segundo Jones (1998) a avaliação deve constar da história referente à artrogripose, no que
diz respeito ao seguinte: I. Às informações sobre o início e as características dos
movimentos fetais (freqüentemente diminuídos), do tipo de parto (freqüentemente pélvico)
e líquido amniótico (o oligodrâmnio) devido a compressão enquanto que o polidrâmnio
secundário à diminuição de ingesta fetal é, às vezes observado em situações associadas com
anormalidades neurológicas; II. Do padrão global das anomalias em que as anomalias, não
articulares correlacionadas podem indicar que a artrogripose faz parte de uma síndrome de
defeitos múltiplos, como a síndrome da trissomia 18; III. Da análise articular e esquelética,
na qual estão indicadas a avaliação física e radiológica das articulações e do sistema
esquelético, sendo importante sempre investigar a presença de escoliose ou luxação de
quadril; IV.Da análise das pregas palmares e plantares, em que a ausência das mesmas ou a
presença de pregas anormais são secundárias à forma ou à função aberrante no
desenvolvimento inicial das mãos e dos pés; V.Da pesquisa de depressões, sendo que os
achados de depressões aberrantes implicam um início precoce do problema durante a vida
fetal, resultando numa aproximação ósseo cutânea anormal; e VI.Da distinção entre
contraturas articulares causadas por um problema intrínseco ao feto versus aquelas devidas
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à constrição uterina. As contrações de caráter intrínseco são simétricas e o polidrâmnio
freqüentemente está presente. Há uma ausência das pregas de flexão. Em contraste, as
crianças com contraturas de caráter extrínseco apresentam anomalias de posicionamento
dos membros, orelhas grandes e frouxidão de pele. As pregas de flexão são normais ou,
freqüentemente, exageradas.
A avaliação fisioterapêutica irá basicamente consistir em avaliar as etapas do
desenvolvimento motor de cada criança respeitando a faixa etária, as possíveis limitações
funcionais apresentadas decorrentes de um período pré ou pós-cirúrgico, avaliar amplitudes
de movimento se estão ou não preservadas, o grau de força muscular, para que possa ser
traçado um programa de tratamento adequado às limitações de cada paciente artrogripótico
e que os resultados dos objetivos do tratamento possam ser alcançados com sucesso, sem
esquecer na hora de montar o tratamento que são crianças e portanto, precisam de
atividades lúdicas, estimulantes e de acordo com a idade.
• OBJETIVOS DO TRATAMENTO
Fisioterapeuta, terapeuta Ocupacional, professores e técnicos em órteses devem
atuar conjuntamente, ao lado do ortopedista nos centros de reabilitação.
O tratamento de reabilitação é bastante amplo, tendo vários objetivos específicos
conforme descrito logo abaixo por Oliveira, Mariana Ferreira de et al.
4.1 – ESPECÍFICO
- Manter a amplitude de movimento articular;
- Visa a marcha e independência nas atividades de vida diária, através da
atuação não só nas deformidades, mas também na integração do indivíduo com o meio;
- Fortalecer a musculatura residual;
- Melhora da hipotonia;
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- Facilitar a aquisição de novas etapas do desenvolvimento motor e cognitivo,
através da estimulação precoce;
- Melhora da propriocepção e de padrões de movimento, adaptando-os às
atividades de vida diárias;
- Promover o desenvolvimento global.
4.2 – GERAIS
- Auto-cuidado;
- Locomoção independente, capacidade de ir e vir mesmo que seja com o
auxílio de aparelhos ou cadeira de rodas;
- Melhora da qualidade de vida;
- Interação social;
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CAPÍTULO V
CONDUTA FISIOTERÁPICA X CIRURGIA
Sheperd (1996) diz que o tratamento da artrogripose do tipo distal deve ser o mais
rápido possível, principalmente nos seis primeiros meses de vida, junto a uma equipe
multidisciplinar, a fim de alcançar a longo prazo o máximo de função e produzirem
melhoras consideráveis. O tratamento da fisioterapia precede qualquer tipo de intervenção
cirúrgica, e é importante para a melhora e manutenção da função articular.
Um dos recursos utilizados na fisioterapia é a cinesioterapia, compreendida como
sendo o uso do movimento ou exercício como forma de terapia; entretanto, tais exercícios
devem ser aplicados com a criança despida, para favorecer movimentos mais amplos e
sensações cinestésicas mais ricas.
De acordo com estudos realizados, a fisioterapia deve ser baseada em mobilizações
das articulações, em alongamento dos tecidos moles e em facilitações de movimentos
ativos de membros e do tronco para que então essas crianças possam adquirir habilidades
funcionais as quais serão utilizadas para o resto da vida. Ainda cita-se pelo autor Oliveira,
Mariana Ferreira de et al, que pode-se conseguir uma manutenção dos posicionamentos
articulares através do uso de dispositivos como talas, sendo que este tratamento deve ser
intensivo, principalmente no primeiro ano de vida e mantido até a fase adulta.
O programa de fisioterapia intensiva deve ser iniciado logo após o nascimento,
através de exercícios que aumentam a mobilidade das articulações acometidas, sendo
realizados de forma constante várias vezes ao dia.
5.1 – CINESIOTERAPIA MOTORA
Kisner; Colby( 1998 ) relatam que uma das metas da cinesioterapia é a mobilidade e
flexibilidade. A cinesioterapia engloba as manobras de relaxamento, alongamento e
mobilização das articulações.
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As mesmas autoras afirmam que as manobras de relaxamento flexibilizam as
cinturas escapular e pélvica, favorecem a ação torácica e abdominal, mobilizam as
articulações em sua amplitude máxima e provocam alongamento muscular úteis para que o
bebê conheça corpo. Já o alongamento aumenta a extensibilidade dos tecidos moles e
mobilidade articular. O alongamento deverá ser mantido por um tempo mínimo de vinte
segundos e repetido pelo menos cinco vezes na mesma sessão. Já a mobilização articular é
importante para prevenir o aparecimento de possíveis contraturas e para manter ou
melhorar a amplitude de movimento.
Como a artrogripose do tipo distal acomete principalmente os pés e as mãos, é
importante que o fisioterapeuta esteja constantemente avaliando e tratando tais regiões.
Ainda Kisner; Colby (1998) informam que o pé torto é uma deformidade comum na
artrogripose, assim como os tipos eqüino, varo, cavo e aducto. As liberações de tecidos
moles são bastante usadas nesses tipos de pés. A deformidade presente no punho é por
flexão, pronação e desvio ulnar. Pode ser feito liberação de tecido mole. É difícil melhorar
a função da mão por capsulotomias e alongamento de tendões. A correção da deformidade
do polegar melhorará a capacidade de percepção. A liberação do adutor do polegar e o
alongamento do espaço da membrana interdigital concretizam esse objetivo.
Como tratamento para o membro superior, lança-se mão de exercícios passivos
através do uso de órteses e gessos. As recidivas (pós-cirurgias) das deformidades de punho
são freqüentes e por isso incentiva-se o uso de talas.
A escoliose de caráter grave pode ser controlada através do uso de coletes
bivalvados em criança com pouca idade, vindo a ser substituído posteriormente pelo colete
de Milwaukee.
O quadril deve ter seu tratamento iniciado desde o nascimento através de
mobilizações e alongamentos. E quando há também contratura em flexão do joelho devem
ser usados gessos confeccionados e trocados semanalmente. Nos casos em que a
deformidade persiste e há um bom prognóstico para a marcha, a cirurgia está indicada.
O pé também é manipulado desde o nascimento, a correção com gesso é feita já na
segunda semana, de forma seriada e após três meses desse tratamento, já está indicado o
tratamento cirúrgico do pé.
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O pé equinovaro é tratado com gesso na parte interna, sendo substituído por atadura
o mais cedo possível, para que possibilite a mobilização que será feita pelo fisioterapeuta.
Deve-se evitar a imobilização rígida, pois a mobilização é fundamental. O decúbito ventral
deve ser utilizado precocemente após a cirurgia de correção da deformidade em flexão do
quadril a fim de promover alongamento das estruturas anteriores.
Cabe também a fisioterapia ajudar esse paciente a adquirirem habilidades na
realização de atos funcionais, além de estimular o desenvolvimento neuropsicomotor, de
forma que as etapas coincidam o melhor possível com as etapas cronológicas de evolução
natural. Desta forma, a criança estará sendo mobilizada e estimulada em sua função motora.
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CAPÍTULO VI
IMPORTÂNCIA DA SOCIALIZAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL DA
CRIANÇA PORTADORA DE ARTROGRIPOSE
Uma pessoa com artrogripose já estabelecida pode perfeitamente viver socialmente.
Basta a ação precoce e a aceitação da família. Certamente diversas atividades físicas serão
difíceis ou até impossíveis de serem executadas, porém a atividade intelectual preservada
na maioria dos casos deve ser estimulada desde a infância, conforme citado por Napoli,
Jivago Peres Di, fisioterapeuta da Acadef.
Algumas instituições ainda oferecem suporte e auxílio para pessoas com
artrogripose e seus familiares tais como adaptar uma cadeira de rodas, oferecendo suporte
para a vida diária e atividades laborais.
6.1 – ASPECTOS ESCOLARES
A escola tem um papel muito importante, pois é ela que insere a criança na
sociedade e não, muitas vezes o procedimento cirúrgico. Devido ao fato de que estas
crianças costumam ter inteligência e fala normais, e porque sua reabilitação física é
limitada, as metas educacionais devem seguir um padrão normal, sem exigir habilidades
manuais ou locomoção generalizada. Um exemplo é que se a caligrafia for muito lenta o
uso de computadores e de relatórios orais possam ajudar algumas destas crianças a
acompanharem seus colegas em sala de aula.
6.2 – ASPECTO FAMILIAR
A participação dos pais e familiares é de fundamental importância para o
tratamento, visto que os exercícios também deverão ser feitos em casa, com aplicações
várias vezes ao dia, por breves períodos de duração, através de um programa domiciliar
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individualizado. Além disso, algumas crianças podem necessitar de algumas adaptações a
fim de que possam ser capazes de brincar, se alimentar sozinhas e explorar o ambiente.
Estudos comprovam que a participação de familiares e principalmente da mãe é
muito importante para que seja alcançado o objetivo final que visa as atividades de vida
diárias.
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CONCLUSÃO
Conforme citados por diferentes autores nesta referida obra, mostrou-se evidente
que a artrogripose múltipla congênita apresenta como principal característica deformidades
contratural das articulações e persistentes, além de inúmeras outras formas clínicas
descritas no transcorrer do trabalho, que prejudicam o desenvolvimento motor da criança
portadora desta síndrome, porém sem interferir na inteligência que normalmente não fica
prejudicada. Ainda citou-se que a artrogripose é, sobretudo um sinal descritivo e não um
diagnóstico, sendo deu processo básico não progressivo.
A característica dessa patologia é a falta de movimento ativo e passivo nas
extremidades afetadas, havendo uma distorção das articulações, bem como limitação de
movimentos secundários, a fraqueza muscular ou desequilíbrio muscular e a disfunção
(TECKLIN, 2002), conforme ainda descrita por Gordon (1999) como uma síndrome
incomum do sistema musculoesquelético a artrogripose se torna aparente imediatamente
após o nascimento por causa da notável rigidez e grave deformidade em várias articulações
dos membros, concedendo a criança o aspecto e a sensação de boneca de pau (SALTER,
1999).
Conclui-se então que independente da forma clinica, as deformidades são devido ao
desequilíbrio muscular existente desde o início da vida intra-uterina. Associando a esse fato
a gravidade da doença de base, é explicado a grande morbidade nessa patologia, sendo a
mais recidivante das patologias ortopédicas.
O sucesso do tratamento desses pacientes depende de um acompanhamento
terapêutico desde o nascimento, com uma equipe multidisciplinar onde todos têm papel
fundamental na reabilitação, sempre tendo em mente não apenas a correção da
deformidade, mas um desenvolvimento global do individuo e suas possibilidades de
integração com o meio.
O tratamento cirúrgico nessa patologia se faz importante na medida em que se torna
necessário as correções das deformidades apresentadas, mesmo quando recidivam, visando
sempre a melhor condição de vida dos pacientes com artrogripose.
Em relação ao tratamento fisioterapêutico, os pacientes acometidos de artrogripose do
tipo distal têm na cinesioterapia motora um importante aliado no restabelecimento de seus
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movimentos ativos e passivos das extremidades. Através de técnicas já mencionas durante o
trabalho, é possível retornar a mobilidade e flexibilidade do aparelho músculo-esquelético,
desde que observado rigorosamente o tempo necessário para se atingir a tal meta. É de suma
importância que o fisioterapeuta faça um trabalho constante de exercícios e uma avaliação
periódica, propiciando ao paciente uma melhora em tempo mais rápido possível. Além de
restabelecer o lado físico do paciente, certamente a cinesioterapia motora pode agir como um
fator importante na melhora da auto-estima do paciente.
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