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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUO E SISTEMAS
LUIZ FABIANO DE SOUZA
IMPLANTAO DA METODOLOGIA APQP NA REA DE DESENVOL VIMENTO DE
PRODUTOS DE UMA EMPRESA DE PLSTICOS
JOINVILLE-SC
2010
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUO E SISTEMAS
LUIZ FABIANO DE SOUZA
IMPLANTAO DA METODOLOGIA APQP NA REA DE DESENVOL VIMENTO DE
PRODUTOS DE UMA EMPRESA DE PLSTICOS
JOINVILLE-SC
2010
Trabalho apresentado a Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito para a obteno do grau de Engenharia, no Curso de Graduao em Engenharia: Habilitao em Produo e Sistemas. Orientador: Evandro Bittencourt, Dr.
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LUIZ FABIANO DE SOUZA
IMPLANTAO DA METODOLOGIA APQP NA REA DE DESENVOL VIMENTO DE
PRODUTOS DE UMA EMPRESA DE PLSTICOS
Trabalho aprovado como requisito parcial para a obteno do grau de Engenheira, no
Curso de Graduao em Engenharia: Habilitao em Produo e Sistemas, da
Universidade do Estado de Santa Catarina.
Banca Examinadora
Orientador: _____________________________________________________________ Prof. Evandro Bittencourt Dr.
UDESC CCT
Membro: _____________________________________________________________ Prof. Rgis Kovacs Scalice Dr.
UDESC CCT
Membro: _____________________________________________________________ Prof. Lrio Nesi Filho Dr.
UDESC CCT
Joinville, 30 de novembro de 2010.
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Dedico este trabalho a meus pais e amigos, que me incentivaram e compreenderam minha ausncia em momentos importantes, durante esta realizao.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a meus pais, Nelson e Maria, pela estrutura disponibilizada
para concretizar a realizao deste curso.
Aos amigos, que sempre me apoiaram e incentivaram, dentro e fora da universidade.
Ao professor Evandro Bittencourt, pela orientao e conselhos, que contriburam
valiosamente para o desenvolvimento deste trabalho.
A todas as pessoas que de alguma forma colaboraram para minha formao
acadmica.
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Se no existe possibilidade de
fracasso, ento a vitria insignificante.
ROBERT H. SCHULLER
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LUIZ FABIANO DE SOUZA
IMPLANTAO DA METODOLOGIA APQP NA REA DE DESENVOL VIMENTO DE
PRODUTOS DE UMA EMPRESA DE PLSTICOS
RESUMO
O tema deste trabalho apresentar a implantao da metodologia APQP na rea de desenvolvimento de produtos de uma empresa do ramo de plsticos que est buscando a certificao ISO/TS 16949. Faz-se necessrio durante o desenvolvimento de um produto, que este esteja em plena conformidade com as expectativas, requisitos e necessidades do cliente. Para os produtos relacionados a linha automotiva, vital a ampla compreenso destes requisitos, alm disso, h uma preocupao constante de atendimento aos prazos da montadora. Para atender a esta necessidade de compreenso e conhecimento dos requisitos do cliente por todos os envolvidos na organizao durante um novo projeto, utiliza-se a metodologia APQP, que um meio estruturado de desenvolver produtos, englobando desde a etapa de pesquisa de mercado, at lanamento do produto e resposta do cliente. Este trabalho apresenta a implantao da metodologia atravs de uma planilha eletrnica onde esto descritos todos os itens do manual APQP. Este trabalho tambm apresenta a utilizao da metodologia implantada em um produto em desenvolvimento, onde foram verificados na prtica os conceitos estudados. Atravs da implantao realizada conseguiu-se estruturar todas as etapas do desenvolvimento de produtos automotivos da empresa e apresentar ao final uma lista de benefcios conseguidos com a implantao, para a empresa e para o cliente.
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento de Produtos. Linha Automotiva. Sistema de
Qualidade.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Ciclo de qualidade do produto.............................................................................. 23
Figura 02 Cronograma de planejamento da qualidade do produto....................................... 24
Figura 03 Equipe APQP....................................................................................................... 30
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LISTA DE ABREVIATURAS
APQP Advanced Product Quality Planning (Planejamento Avanado da Qualidade do Produto)
CEP Controle Estatstico do Processo
DFMEA Design Failure Modes and Effects Analysis (Anlise de Modo e Efeito de Falha do Desenho)
FMEA Failure Modes and Effect Analysis (Anlise de Modo e Efeito de Falha)
IATF International Automotive Task Force (Fora Tarefa Automotiva Internacional)
ISO/TS International Organization for Standardization / Technical Specification (Organizao Internacional para Padronizao / Especificao Tcnica)
MSA Measurement System Analysis (Anlise do Sistema de Medio)
PAPP Processo de Aprovao de Pea de Produo
PDP Processo de Desenvolvimento de Produtos
PFMEA Process Failure Mode and Effects Analysis (Anlise de Modo e Efeito de Falha do Processo)
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SUMRIO
1 INTRODUO.......................................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAO TERICA............................................................................. 15
2.1 GESTO DA QUALIDADE NOS SISTEMAS PRODUTIVOS............................... 15
2.2 SISTEMAS PRODUTIVOS........................................................................................ 15
2.2.1 Tipos de Sistemas de Produtivos.................................................................................. 16
2.3 SISTEMAS DA QUALIDADE................................................................................... 16
2.3.1 Padronizao Global: ISO 9001................................................................................... 17
2.3.2 Sistema da Qualidade no Setor Automotivo: ISO/TS 16949....................................... 17
2.3.3 Relao entre o Sistema da Qualidade e a Metodologia APQP................................... 18
2.4 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS...................................... 19
2.4.1 Definio de PDP......................................................................................................... 19
2.4.2 Caractersticas do PDP................................................................................................. 20
2.4.3 Tipos de PDP................................................................................................................ 21
2.4.4 PDP no setor Automotivo............................................................................................ 22
2.5 PLANEJAMENTO AVANADO DA QUALIDADE DO PRODUTO APQP...... 22
2.5.1 Objetivo do APQP........................................................................................................ 23
3 METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................................................... 28
4 APLICAO DA METODOLOGIA NA EMPRESA............... ............................ 29
4.1 A EMPRESA................................................................................................................ 29
4.1.1 Sistema Produtivo da Empresa Estudada..................................................................... 29
4.2 IMPLANTAO DA METODOLOGIA APQP........................................................ 30
5 DISCUSSO............................................................................................................... 37
5.1 BENEFCIOS DA IMPLANTAO DA METODOLOGIA PARA A
EMPRESA................................................................................................................... 37
5.2 BENEFCIOS DA IMPLANTAO DA METODOLOGIA PARA O
CLIENTE..................................................................................................................... 39
6 CONSIDERAES FINAIS.................................................................................... 40
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................... 42
8 APNDICE................................................................................................................. 44
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1 INTRODUO
O crescente desenvolvimento industrial dos ltimos anos associado s novas
tecnologias da produo tem proporcionado um cenrio de tendncias reduo de custos,
melhoria da qualidade e prazos de entrega menores como um requisito fundamental para
sobrevivncia no mercado, que est cada vez mais competitivo.
Com o grande volume de negociaes entre pases e a invaso de produtos importados,
levaram as organizaes brasileiras a adaptarem-se s condies competitivas dos pases
desenvolvidos, tornando-as mais geis, tendo o investimento em novas tecnologias como uma
necessidade, assim como a qualificao contnua de seu pessoal.
Sempre atualizada com os padres de qualidade mundiais, a indstria automotiva vem
servindo como referncia at para outros setores da indstria. Segundo Rosa (2004), as
montadoras de veculos brasileiras na dcada de 90 tinham como exigncia de seus
fornecedores o sistema de qualidade ISO 9000, em seguida, passou a utilizar a QS-9000,
principalmente por ser focado no setor. Com a evoluo da QS-9000 criou-se a ISO/TS 16949
que atualmente vem se estabelecendo no Brasil e no mundo com a promessa de atender as
normas dos sistemas de qualidade do setor.
Tendo a inovao como um objetivo constante, a indstria automotiva tambm
referncia no processo de desenvolvimento de produtos. Cada exigncia tcnica do novo
produto, com todos os detalhes, deve ser devidamente informada aos fornecedores para que
todas as possibilidades possam ser previstas no projeto do produto.
O objetivo deste trabalho descrever a implantao da metodologia de Planejamento
Avanado da Qualidade do Produto em uma empresa de transformao de plsticos, na rea
de desenvolvimento de produtos, para atendimento de itens especficos da norma ISO/TS
16949.
Este trabalho tem como tema a implantao da metodologia APQP na rea de
desenvolvimento de Produtos de uma empresa de plsticos para atendimento aos requisitos da
ISO/TS 16949.
Como limitao do tema, o trabalho ser realizado em uma empresa transformadora de
plsticos, na rea de desenvolvimento de Produtos. Esta empresa recebe com frequncia
projetos de produtos (peas plsticas) que so componentes da linha automotiva e necessita
cumprir os prazos apertados das montadoras.
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Ser realizada uma proposta de implantao da metodologia APQP, em conjunto com
um estudo sobre os benefcios para a empresa de se obter um procedimento estruturado para o
desenvolvimento de novos produtos de clientes da linha automotiva que facilita a
identificao de irregularidades do projeto a fim de reduzir custos de alterao aps o
lanamento do veculo.
Ao final ser implantada a metodologia na empresa em um projeto de uma pea do
Reservatrio de gua do radiador para caminhes onde sero analisados e discutidos a relao
entre teoria e prtica e demonstrao dos resultados.
Tem-se como problema do trabalho: Como fazer a implantao da metodologia APQP na
rea de desenvolvimento de produtos? Esse problema levanta os seguintes questionamentos:
quais os benefcios obtidos com a implantao da metodologia APQP, dentro da
empresa?
quais os benefcios para o cliente?
O objetivo geral descrever a implantao da metodologia APQP na rea de
desenvolvimento de produtos de uma empresa de plsticos.
Como objetivo especfico, tem-se:
Apresentar a definio terica dos assuntos relacionados;
Estudar a implantao da metodologia APQP;
Listar os benefcios encontrados com a implantao da metodologia;
Apresentar a implantao do mtodo em um produto real.
Como justificativa do trabalho, no momento atual da indstria de plsticos, no que diz
respeito ao fornecimento as montadoras de veculos, a competitividade e disputa por novos
negcios esto intensas. Com a crescente conscientizao da qualidade, tornou-se
indispensvel a preocupao com qualidade em todos os elos da cadeia de suprimentos. Para a
indstria automotiva, que contm uma cadeia complexa de fornecedores, um dos requisitos
fundamentais para a conquista de projetos de fornecimento de peas a certificao ISO/TS
16949.
A ISO/TS 16949 uma especificao tcnica que atua em conjunto com a norma ISO
9001 e define requisitos e parmetros especficos relacionados ao projeto e desenvolvimento,
produo, entre outros, referentes a peas componentes da linha automotiva.
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Para as empresas fornecedoras da cadeia automotiva, tornou-se uma obrigao possuir
esta certificao, pois trata-se de um requisito inicial para novos desenvolvimentos.
Alguns itens da ISO/TS 16949 esto relacionados ao atendimento dos requisitos dos
clientes quanto ao desenvolvimento de projeto do produto e projeto de manufatura do mesmo,
onde indica que a empresa deve identificar e utilizar ferramentas e tcnicas aplicveis para
isto, ou seja, preciso conhecer todos os requisitos do cliente sobre o produto, para que
durante sua produo ou montagem no cliente no haja nenhum imprevisto.
A metodologia APQP, que significa Planejamento Avanado da Qualidade do
Produto, fundamental para prever todas as necessidades do projeto do produto e do
processo, bem como para delegar responsabilidades e impor prazos nas diversas etapas de um
projeto e tambm estabelecer uma comunicao eficiente entre todos os setores envolvidos no
processo, visando a reduo ou eliminao de problemas com qualidade.
O APQP utilizado na rea de desenvolvimento de produtos da empresa, rea onde
inicia o processo de oramentao de materiais, peas e componentes. A rea de
desenvolvimento de produtos recebe do cliente os requisitos do produto como, por exemplo,
normas tcnicas da montadora, desenhos 2D com cotas preliminares ou um esboo 3D do
produto e uma breve descrio de sua aplicao, e a partir disto o PDP delega aos
responsveis de cada rea envolvida as atividades relacionadas ao cumprimento dos
requisitos, estabelecendo prazos para cada atividade.
O trabalho est estruturado em captulos cujo contedo est descrito conforme abaixo:
No primeiro captulo tratada a introduo do tema, objetivos, justificativa, entre
outros para conhecimento do foco do trabalho.
O segundo captulo trata da fundamentao terica, onde so descritos as bases para
compreenso do trabalho. So vistos conceitos de sistemas de qualidade, sistemas produtivos,
processo de desenvolvimento de produtos e sobre a metodologia APQP.
No terceiro captulo apresentada a metodologia utilizada na obteno dos dados e
informaes.
No quarto captulo descrito a implantao da metodologia APQP na empresa,
abordando aspectos prticos do setor plstico e caractersticas fundamentais para a satisfao
do cliente e viabilizao do projeto.
No quinto captulo esto discutido os benefcios encontrados com a implantao do
mtodo, tanto para a empresa quanto para o cliente.
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Os captulos seguintes complementam e finalizam o trabalho. So as consideraes
finais, referncias bibliogrficas e apndice.
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2 FUNDAMENTAO TERICA
Este captulo tem o objetivo de esclarecer teoricamente os assuntos pertinentes a
implantao do mtodo.
2.1 GESTO DA QUALIDADE NOS SISTEMAS PRODUTIVOS
Segundo Carpinetti et al (2009), gesto da qualidade pode ser entendida como uma
estratgia competitiva cujos objetivos principais so conquistar mercados e reduzir
desperdcios. Somente empresas com qualidade demonstrada podem fazer parte da cadeia de
suprimentos, como o caso da indstria automotiva, da linha branca, entre outras.
Segundo Young (1996) no setor automotivo, os sistemas de qualidade tm papel
fundamental. Os requisitos e parmetros de qualidade para produo interna e bens fornecidos
sempre foram mais rigorosos para este segmento. A indstria automotiva lder histrico na
evoluo em gesto da produtividade e qualidade. A padronizao e busca pela melhoria
contnua poder ser alcanada com menor esforo pela cadeia de fornecimento atravs destas
normas.
2.2 SISTEMAS PRODUTIVOS
Conforme Ritzman e Krajewski (2004) Um sistema de produo consiste de entradas,
processos, sadas e de fluxos de informaes que interagem com os clientes internos e
externos da organizao. E fazem parte do sistema, por exemplo: recursos humanos
(operrios), capital e equipamentos, materiais e servios, aluguel e energia.
De acordo com Moreira (2009), sistema de produo o conjunto de atividades e
operaes inter-relacionadas envolvidas na produo de bens ou servios. Podem ser
diferenciados de acordo com elementos fundamentais constituintes do mesmo, como tipos de
insumos, processo de transformao, os produtos ou servios e o subsistema de controle.
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2.2.1 Tipos de Sistemas Produtivos
de grande utilidade a classificao dos sistemas produtivos pois dependendo do tipo
pode-se utilizar uma determinada tcnica de planejamento e gesto da produo para atender
os nveis de eficincia do projeto. Segundo Moreira (2009), tradicionalmente, existem trs
grandes categorias:
a) Sistemas de Produo Contnua: Neste sistema os produtos so padronizados e fluem de
um posto de trabalho a outro em uma sequncia prevista, apresentando inflexibilidade. Podem
ser divididos em Produo em massa e Produo contnua.
Produo em massa, para linhas de montagem de produtos variados com grau de
diferenciao baixo, como por exemplo carros, geladeiras, foges;
Produo contnua, para processos contnuos como, por exemplo, a indstria qumica, papel,
vidro, ao. Tendem a ser automatizados e padronizados, exigindo grande volume de produo
para sua viabilizao econmica.
b) Sistema de Produo por Lotes: No sistema de produo por lotes, ao trmino da
fabricao de um lote do produto, outros ocupam seu lugar nas mquinas. Geralmente
apresenta flexibilidade na utilizao de equipamentos, porm com baixo volume de produo
em comparao com o sistema contnuo.
Embora esse sistema proporcione uma facilidade para mudana de produtos ou
volumes de produo nas mquinas, o tempo que se perde nas trocas de ferramentas acarreta
uma relativa ineficincia.
c) Sistema de Produo para Grandes Projetos: Este sistema consiste em um projeto de um
produto nico. Geralmente tem-se uma sequncia de tarefas de longa durao, com pouca ou
nenhuma repetitividade. So exemplos deste sistema a produo de navios, avies e grandes
estruturas.
2.3 SISTEMAS DA QUALIDADE
Este item trata dos sistemas de qualidade envolvidos na empresa e na implantao do
mtodo, a ISO 9001 e a especificao tcnica TS 16949.
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2.3.1 Padronizao Global: ISO 9001
Baseada em normas anteriores, especialmente a norma britnica BSI 5750, em 1987
surgiu a primeira edio da ISO 9000. Mais tarde em 1994 lanou a segunda edio, porm,
por um perodo esta norma ainda sofria crticas da comunidade empresarial quanto a sua
credibilidade. No ano de 2000 surgiu a terceira edio com o objetivo de tornar o sistema
mais robusto, incorporando de maneira mais objetiva e concreta, vrios princpios bsicos de
gesto da qualidade. Carpinetti et al (2009)
Em 2008, a quarta edio foi lanada com algumas revises objetivando uma melhor
interpretao dos requisitos.
Definido hoje como ISO 9001, um sistema da qualidade tido como referncia de
boas prticas na gesto da qualidade.
2.3.2 Sistema da Qualidade no Setor Automotivo: ISO/TS 16949
A TS 16949 uma especificao tcnica desenvolvida por diversas organizaes do
setor automotivo dos pases Estados Unidos, Itlia, Alemanha e Frana, conhecida como
IATF. Esta uma evoluo dos diferentes sistemas de qualidade utilizados pelos fabricantes
de veculos.
Os objetivos da TS 16949 so guiar a empresa, para o desenvolvimento de um sistema
de gesto da qualidade que estimule a melhoria contnua, enfatizando a preveno de defeitos,
a reduo da variao no processo e o desperdcio na cadeia de fornecimento. Chrysler (2008)
Juntamente com os requisitos aplicveis do cliente, esta especificao tcnica, em
conjunto com a ISO 9001, define os requisitos do sistema de gesto da qualidade para o
projeto, desenvolvimento e produo de produtos relacionados ao setor automotivo.
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2.3.3 Relao entre o Sistema da Qualidade e a Metodologia APQP
A especificao tcnica ISO/TS 16949 possui alguns tpicos que exigem o
atendimento aos requisitos do projeto e do cliente. Alguns podem ser citados resumidamente,
como:
Item 6.2.2.1: Este item informa que a organizao deve assegurar que o pessoal com
responsabilidade pelo projeto do produto competente para atingir os requisitos de projeto.
Atendido na Fase 0, com a elaborao da equipe multifuncional.
Item 7.1.1: Informa que os requisitos e especificaes tcnicas dos produtos devem ser
inclusos no planejamento de realizao do produto. Atendido na Fase 2, nas especificaes de
engenharia.
Item 7.2.1: A organizao deve se atentar aos requisitos de:
Entrega e ps-entrega;
Requisitos no declarados pelo cliente, mas necessrios para o uso especificado;
Requisitos estatutrios e regulamentares;
Outros requisitos adicionais que a organizao achar necessrio, como por exemplo, a
reciclagem do material, impacto ambiental.
Atendido na Fase 1, com a pesquisa de mercado e plano de negcios.
Item 7.2.2: A organizao deve analisar criticamente os requisitos relacionados ao produto,
antes de assumir o compromisso de fornecimento. Atendido na Fase 3, com o
comprometimento da equipe quanto a viabilidade.
Item 7.2.2.2: Trata da confirmao e documentao da viabilidade da manufatura dos
produtos pretendidos. Atendido na Fase 3, com o comprometimento da equipe quanto a
viabilidade.
Item 7.3.1: A organizao deve gerenciar as etapas do projeto e desenvolvimento,
assegurando uma comunicao eficaz e a designao de responsabilidades a uma equipe
multidisciplinar. Atendido na Fase 0, com a elaborao da equipe multifuncional e
cronograma.
Item 7.3.2: Manter registros das entradas referentes do projeto, como requisitos de
funcionamento, regulamentares ou se h projetos semelhantes anteriores, caractersticas
especiais, meta de qualidade, tempo de vida e outros requisitos essenciais do projeto.
Atendido na Fase 1, com o benchmark, inputs do cliente e estudos de confiabilidade.
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Entre outros que citam direta ou indiretamente requisitos que comprometam o
planejamento da qualidade do produto como Itens 7.3.3, 7.3.4, 7.3.5, 7.3.6, 7.5.1.1, entre
outros.
2.4 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
Neste tpico sero apresentados a definio do Processo de desenvolvimento de
produtos, suas caractersticas e tipos que caracterizam sua aplicao.
2.4.1 Definio de PDP
Segundo Rozenfeld et al (2006), desenvolver produtos consiste em um conjunto de
atividades por meio das quais busca-se, a partir das necessidades de mercado e das
possibilidades e restries tecnolgicas, e considerando as estratgias competitivas e de
produto da empresa, chegar as especificaes do projeto de um produto e de seu processo de
produo, para que a manufatura seja capaz de produzi-lo.
Tambm segundo Rozenfeld et al (2006) o processo de desenvolvimento de produtos
situa-se na interface entre a empresa e o mercado, cabendo a ele identificar, e at mesmo se
antecipar, as necessidades do mercado e propor solues que atendam a tais necessidades.
Segundo Kaminski (2000), a observao das necessidades do mercado e convergncia
desta em produtos ou servios viveis financeiramente, envolvendo diversas reas da
organizao para sua materializao, pode ser definida como processo de desenvolvimento de
produtos, envolvendo desde o projeto de desenvolvimento do produto, fabricao, at a
avaliao do produto pelo consumidor.
O PDP possui tipos e caractersticas diferentes conforme a necessidade do mercado ou
do produto.
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2.4.2 Caractersticas do PDP
As principais caractersticas do PDP segundo Rozenfeld et al (2006) so:
Elevado grau de incerteza e riscos das atividades e resultados;
Decises importantes devem ser tomadas no incio do processo, quando as incertezas
so ainda maiores;
Dificuldade de mudar as decises iniciais;
As atividades bsicas seguem um ciclo iterativo do tipo: Projetar-Construir-Testar-
Otimizar;
Manipulao e gerao de alto volume de informao;
As informaes e atividades provem de diversas fontes e reas da empresa e da cadeia
de suprimentos; e
Multiplicidade de requisitos a serem atendidos pelo processo, considerando todas as
fases do ciclo de vida do produto e seus clientes.
Cada projeto pode apresentar problemas, dificuldades e histricos muito particulares,
ou seja, a atividade de desenvolvimento no uma atividade rotineira ao contrrio de outras
reas como produo ou financeira.
De uma forma global, Kaminski (2000) apresenta as seguintes caractersticas gerais
como sendo parte integrante do processo de desenvolvimento de produtos, durante a execuo
do projeto:
a) Necessidades: o produto a resposta ou soluo a uma necessidade;
b) Exequibilidade fsica: Devem ser produto e processos fabricveis, ou seja, capazes de
serem produzidos;
c) Viabilidade econmica: o produto apresenta um valor interessante de utilidade para o
cliente e valor interessante financeiro para o fabricante;
d) Otimizao: o produto escolhido deve ser a melhor opo de soluo dentre as
disponveis;
e) Critrio de projeto: a otimizao deve ser feita atravs de um critrio de equilbrio de
requisitos, como exigncias e expectativas dos clientes, do fabricante.
f) Subprojetos: No projeto de produtos, surgem novos problemas que necessitam de
novas solues, que so resolvidas com subprojetos.
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g) Aumento da confiana: os conhecimentos absorvidos durante a execuo do projeto
tornam a equipe confiante no sucesso do produto.
h) Custo da certeza: O custo destinado a obteno de informaes sobre o produto e
projeto so proporcionais ao aumento da certeza sobre o sucesso do produto. Deve ser
interrompido caso as informaes indiquem fracasso.
i) Apresentao: O projeto uma apresentao de um produto ou processo, sendo
apresentado em forma de desenho, prottipo ou outros.
2.4.3 Tipos de PDP
Conforme Rozenfeld et al (2006) so diversos os critrios de classificao de projetos
de desenvolvimento de produtos, sendo a mais comum e til a baseada no grau de mudanas
que o projeto representa em relao a projetos anteriores. Segue abaixo tipos de projetos
existentes:
Projetos Radicais (breakthrough): envolvem significativas mudanas no projeto do produto
ou do processo existente, podendo criar uma nova famlia de produtos para a empresa,
incorporando novas tecnologias e materiais, normalmente requerendo um processo de
manufatura inovador.
Projetos plataforma ou prxima gerao: representam alteraes significativas no produto
e/ou processo sem a introduo de novas tecnologias ou materiais mas representando um
novo sistema de solues para o cliente, podendo representar uma prxima gerao de um
produto ou de uma famlia de produtos. Para funcionar como plataforma um projeto deve
suportar toda uma gerao de produto (ou de processo) e ter ligao com as geraes
anteriores e posteriores.
Projetos incrementais ou derivados: envolvem projetos que criam produtos e processos que
so derivados, hbridos ou com pequenas modificaes em relao aos projetos existentes.
Esses projetos incluem reduo de custo de um produto, inovaes incrementais no produto
ou processo, requerendo menos recursos pois partem de produtos ou processos existentes.
Projetos follow-source (seguir a fonte): so projetos que chegam da matriz ou de outras
empresas e que no requerem alteraes significativas da unidade brasileira que ir adequar o
projeto e produzir o produto. So realizadas atividades como adaptaes realidade local,
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validao de processo e de equipamentos e ferramentas, a produo do lote piloto e o incio da
produo.
Projetos de Pesquisa Avanada: Projeto menos comum, tem por objetivo criar conhecimento
para projetos futuros. Normalmente so precursores do desenvolvimento comercial, no se
tratando de um projeto de desenvolvimento de produto, mas sim, de pesquisa avanada.
2.4.4 PDP no Setor Automotivo
O desenvolvimento de produtos no setor automotivo uma competncia fundamental
para o sucesso de qualquer companhia voltada ao consumidor. No mercado hipercompetitivo
atual, a excelncia no PDP um diferenciador estratgico mais importante que a capacidade
de produo, pois existem mais oportunidades de vantagem competitiva no desenvolvimento
de produto do que em qualquer outro departamento (MORGAN e LIKER, 2008).
As montadoras recomendam e estimulam o uso de vrias ferramentas para o
desenvolvimento de projeto e melhoria continua, sendo uma dela o APQP. Deve-se considerar
o processo de lanamento de um produto, dividido em duas partes principais, o planejamento
antes do lanamento e a execuo desse planejamento, culminando com a validao do
produto e seu processo de manufatura (KAMINSKI, 2000).
2.5 PLANEJAMENTO AVANADO DA QUALIDADE DO PRODUTO - APQP
Neste item ser abordada a metodologia APQP, seus objetivos e benefcios, alm de
uma apresentao resumida de seu contedo.
Diversos trabalhos acadmicos j foram publicados relacionando a metodologia
APQP. Como o trabalho de graduao de Vieira (2007), sobre a efetividade do APQP para
preveno de defeitos de qualidade no lanamento de novos produtos. O artigo de Gonzalez
(1999), sobre estruturar o processo de desenvolvimento de produtos com o APQP da QS
9000.
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2.5.1 Objetivo do APQP
O APQP um mtodo estruturado para estabelecer as etapas necessrias para garantir
que um produto satisfaa o cliente. Tem como meta a comunicao com todos os envolvidos
para assegurar o cumprimento destes prazos (CHRYSLER, 2008).
Alguns dos benefcios de sua aplicao so:
Direcionar os recursos para satisfazer os clientes;
Promover a identificao antecipada das alteraes necessrias;
Evitar alteraes de ltima hora;
Fornecer um produto de qualidade dentro do prazo a um custo reduzido.
Segundo Yoshimura (2002), fazer adequaes depois do lanamento de um produto
implica em investimentos muito altos. Muitos destes custos so dificilmente recuperveis,
como por exemplo, a satisfao do cliente.
A metodologia APQP tem como princpio o Ciclo de Planejamento de Qualidade,
similarmente ao ciclo PDCA de Deming, a seguir ilustrado na Figura 01. Este ciclo acontece
em forma de linha de tempo nica, onde as sadas de uma fase servem como entrada para fase
seguinte, iniciando com Planejamento (Plan) e terminando com avaliao e ao corretiva
(act).
Figura 01 - Ciclo de qualidade do produto Fonte: (CHRYSLER, 2008)
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A metodologia APQP a espinha dorsal de todo desenvolvimento de produto, e como
mencionado, esta abrange todas as fases do produto, do planejamento ps-venda, conforme
figura 02.
A metodologia APQP, conforme Chrysler (2008) composta de 5 fases. Cada fase
geram sadas (outputs) para a fase seguinte.
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Fase 0 Definio da Equipe
Esta fase consiste em organizar a equipe que desenvolver as atividades do mtodo
APQP.
Objetivos pretendidos (outputs):
Organizar a equipe;
Definir a abrangncia
Elaborao do Cronograma
Fase 1 Planejar e Definir o Programa
Esta fase ir assegurar que as necessidades e expectativas do cliente sejam claramente
compreendidas bem como a identificao preliminar do processo.
Objetivos pretendidos (outputs):
Definio dos objetivos do projeto;
Estabelecer metas de confiabilidade e qualidade;
Lista preliminar de materiais;
Fluxograma preliminar do processo;
Lista preliminar de caractersticas especiais do produto e processo;
Plano de Garantia do Produto;
Suporte da Gerncia.
Fase 2 Verificao do Projeto e Desenvolvimento do Produto
Definidas as caractersticas e aspectos do projeto praticamente no formato definitivo.
onde so confeccionados prottipos para verificao e anlise dos requisitos de engenharia,
qualidade, custo, prazo entre outros. realizada uma anlise ampla e crtica nestes requisitos.
Objetivos pretendidos (outputs):
Anlise de modo e efeitos de falha de projeto;
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Projeto para manufaturabilidade e montagem;
Verificao do projeto;
Construo do prottipo;
Desenhos de engenharia;
Especificaes de engenharia;
Especificaes de material;
Alteraes de desenhos e especificaes;
Requisitos para novos equipamentos;
Caractersticas especiais do produto e processo;
Requisitos para Dispositivos de medio;
Comprometimento da equipe com a viabilidade.
Fase 3 Verificao do Processo e Desenvolvimento do Processo
Verificar os aspectos principais quanto produo e respectivos planos de controle
para obteno de produtos de qualidade, devendo assegurar o atendimento aos requisitos e
necessidades do cliente.
Objetivos pretendidos (outputs):
Padres e especificaes de embalagem;
Anlise crtica do sistema de qualidade do produto/Processo;
Fluxograma do processo;
Layout das instalaes;
Matriz de caractersticas;
Anlise de modo e efeito de falha do processo;
Plano de controle de pr-lanamento;
Instrues do processo;
Plano de anlise dos sistemas de medio;
Plano de estudo preliminar de capabilidade do processo;
Suporte da Gerncia.
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27
Fase 4 Validao do Produto e do Processo
Ao ser iniciada a produo piloto do produto a equipe deve assegurar que o plano de
controle e o fluxograma de processo estejam sendo seguidos, atendendo aos requisitos do
cliente. Particularidades adicionais devem ser identificadas para investigao e resoluo
antes da produo regular.
Objetivos pretendidos (outputs):
Corrida piloto de produo;
Avaliao dos sistemas de medio;
Estudo preliminar de capabilidade do processo;
Aprovao de pea de produo;
Testes de validao da produo;
Avaliao da embalagem;
Plano de controle de produo;
Aprovao do planejamento da qualidade;
Suporte da Gerncia.
Fase 5 Anlise da Retroalimentao e Ao Corretiva
Atravs dos dados da fase anterior, obtidos na corrida piloto, MAS e PAPP, a equipe
deve concentrar seu foco em desenvolver tcnicas a fim de diminuir a variao do processo.
Objetivos pretendidos (outputs):
Variao reduzida;
Maior satisfao do cliente;
Entrega e assistncia tcnica aperfeioadas;
Uso efetivo das lies aprendidas/melhores prticas.
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3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste captulo, ser explanado, conforme definio terica, a caracterstica da
pesquisa e os meio utilizados para obteno de informaes.
Durante a pesquisa de informaes sobre os processos internos da organizao foram
utilizados documentos da empresa para anlise da situao atual. Estes documentos como
fichas de processo, modelos de FMEA utilizados, foram necessrios para adaptao do
mtodo APQP aos processos internos da empresa. Para avaliar a melhor maneira de implantar
o mtodo, foi realizada uma pesquisa bibliogrfica, documental e qualitativa descritiva.
Conforme Rodrigues (2006), a Metodologia cientfica, consiste no estudo, atravs de
mtodos, tcnicas e processos utilizados na investigao e soluo de problemas, para o
desenvolvimento de conhecimento cientfico.
A pesquisa desenvolvida se caracteriza como qualitativa descritiva. De acordo com a
definio de Marconi e Lakatos (2001), as pesquisas qualitativas descritivas consistem em
investigaes de pesquisa emprica cuja principal finalidade a anlise de caractersticas de
fatos ou fenmenos, a avaliao de programas, ou o isolamento de variveis, podendo utilizar
mtodos formais, que se aproximam dos mtodos experimentais, com finalidade de fornecer
dados para verificao de hipteses.
Foi utilizada a coleta de dados para anlise dos procedimentos internos da empresa,
como fichas de processo, oramentos de produtos automotivos anteriores, formulrios de
processos, fichas de inspeo de qualidade, que serviram de base para adaptao do modelo
APQP indstria de plsticos. Utilizou-se nesta adaptao fichas de produtos, FMEA, entre
outros, o que caracteriza a pesquisa documental, que tambm segundo Marconi e Lakatos
(2001), comentam que as caractersticas da pesquisa documental que a fonte de coleta de
dados est restrita a documentos, escritos ou no, constituindo o que se denomina fontes
primrias, podendo ser feitas no momento que o fato ocorre ou depois.
Por ser uma pesquisa qualitativa, para compreenso e aprofundamento no tema, foi
realizada uma pesquisa bibliogrfica e como coleta de dados, a observao. Conforme cita
Marconi e Lakatos (2001), que a pesquisa bibliogrfica abrange toda a bibliografia j tornada
pblica em relao ao tema em estudo. A observao uma tcnica de coleta de dados para
conseguir informaes utilizando os sentidos na obteno de determinados aspectos da
realidade. No consiste apenas em ver e ouvir, mas tambm em examinar fatos ou fenmenos
que se deseja estudar.
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4 APLICAO DA METODOLOGIA NA EMPRESA
Este captulo expe informaes sobre a empresa estudada e a implantao de todas as
fases da metodologia.
4.1 A EMPRESA
A empresa estudada est localizada na regio sul do pas, possui uma estrutura com
300 funcionrios e seus processos produtivos so: Sopro, injeo, cromagem (galvanoplastia),
e rotomoldagem de plsticos.
Atualmente fornece cerca de 400 itens para a indstria automotiva. Seus principais
clientes so montadoras de caminhes localizadas na cidade de So Bernardo do Campo, So
Paulo.
Atualmente a empresa no dispe de um processo estruturado para atendimento aos
novos projetos automotivos. Os projetos chegam na empresa e vo sendo atendidos conforme
solicitao do cliente, sem um planejamento adequado para execuo das atividades, o que
vem acarretando atraso no cumprimento dos prazos estipulados pela montadora.
4.1.1 Sistema Produtivo da Empresa Estudada
A empresa estudada apresenta, conforme definio de Moreira (2008), o sistema de
produo por lotes, pois esta possui uma gama de produtos diferenciados que so produzidos
em uma sequncia estabelecida pelos departamentos comercial e PCP. Geralmente procura-se
produzir a demanda de um ms informada pela montadora e estocada. As retiradas de
materiais so feitas atravs de Kanban e o sistema de coleta o Milk-run no decorrer do ms.
Zacarelli (1979) cita este tipo de sistema de produo como intermitente, em que a
manufatura repetitiva de lotes de produtos padronizados apresenta sempre as mesmas
caractersticas de fluxo devido a tal padronizao.
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4.2 IMPLANTAO DA METODOLOGIA APQP
A metodologia APQP estudada foi implantada na empresa, no produto
RESERVATRIO DE GUA DO RADIADOR, projeto que a empresa est desenvolvendo
junto montadora.
Para obter de forma estruturada todos os requisitos do manual APQP, foi desenvolvida
uma planilha eletrnica (Apndice A) que abrange todos os itens do Planejamento Avanado
da Qualidade do Produto. Desta forma, a troca de informaes e acompanhamento dos dados
ficam facilitados para os membros da equipe, que compartilham a mesma planilha atravs de
um meio eletrnico.
FASE 0: DEFINIO DA EQUIPE E CRONOGRAMA
Primeiramente para dar incio a abertura do processo APQP do produto a ser
desenvolvido, determinou-se um responsvel pelo projeto e uma equipe multifuncional. A
equipe foi determinada com membros de reas especficas da empresa, geralmente, so peas
chaves as reas de: Comercial/Vendas, Engenharia de produtos, Engenharia Industrial,
Compras de Materiais. A figura 3, retirada da planilha APQP, demonstra os responsveis e
sua respectiva rea.
Figura 03 Equipe APQP Fonte: pg.1 da Planilha APQP 25/05/2010
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31
Com a determinao da equipe, foi feita uma anlise nos requisitos de prazo da
montadora e confeccionado o cronograma. (Vide pgina 2 do apndice).
Este cronograma identifica todas as etapas do processo APQP. Para cada processo est
definido: um responsvel e a quinzena do ms em que esta atividade deve ser concluda.
As atividades mencionadas no cronograma so padres extrados do manual de
aplicao da metodologia APQP, no sendo sua execuo obrigatria caso o cliente j fornea
as informaes buscadas. Por exemplo, caso o cliente fornea a lista de materiais da fase 1,
esta atividade pode ser eliminada.
Nesta etapa importante que a empresa faa uma anlise quanto a viabilidade de
atender aos prazos da montadora. Geralmente tem-se prazos muito curtos at o lanamento do
produto e caso a empresa no consiga atender estas datas poder sofrer multas de atraso no
projeto.
FASE 1: PLANEJAR E DEFINIR O PROGRAMA
A fase 1 do projeto comea com um esboo genrico do produto. Nesta fase se busca
conhecer o produto sua funo e aplicao e alguns detalhes onde ser analisada a viabilidade
econmica.
Grande parte das informaes so fornecidas pelo cliente e as consideradas mais
importantes para anlise de viabilidade so:
Demanda (produo mensal ou anual);
Preo alvo unitrio;
Produto similar, para compreenso do nvel de complexidade do processo;
Capacidade de produo interna ou nova tecnologia.
De posse destas informaes, a empresa realiza um estudo de custos e envia a
montadora uma proposta comercial de fornecimento, com preo e demais condies.
importante levar em considerao cada detalhe informado pelo cliente e ainda assim
estar atento aos detalhes que no foram mencionados. No reservatrio A112233, o cliente no
informou sobre a necessidade de o material (Polipropileno) conter um aditivo contra raios
ultra-violeta, que evita que os reservatrios fiquem amarelados quando expostos a
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temperaturas maiores. A empresa informou o cliente que fez a alterao no projeto para
incluso do aditivo.
Esta ateno aos detalhes evita que problemas apaream durante ou aps o lanamento
do produto, aumentando assim o grau de satisfao do cliente.
Sobre a viabilidade, foi estimada a produo horria de 30 ps/hora que com a
demanda de 600 ps ms resulta em 20 horas de produo. A empresa toma por lote padro
considerando o mnimo de 10 horas de produo. Alm disso, foi verificado que a empresa
dispe de capacidade produtiva e no necessita de investimentos para atendimento a demanda
do cliente.
O fluxograma preliminar do processo fica a cargo geralmente da engenharia industrial,
que deve prever as operaes padres do produto.
Ao final desta fase, apresentada a concluso ao gerente Comercial e de tecnologia,
para que estes possam revisar todas as informaes encontradas, tentar prever alguma que no
foi descoberta para assim aprovar o projeto
FASE 2: PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
Nesta fase so definidos todos os requisitos de engenharia em seu detalhe, que envolve
o DFMEA (FMEA de projeto), desenhos, especificaes de material, ferramentas e
dispositivos para produo e medio do sistema, entre outros.
Como o projeto do reservatrio j veio desenvolvido pelo cliente, muitas das
atividades desta etapa no sero necessrias. Geralmente, as montadoras procuram
desenvolver seus sub-componentes (de carros ou caminhes) e enviam aos potenciais
fornecedores somente os desenhos e requisitos de engenharia.
Mesmo que o projeto seja de responsabilidade do cliente, a empresa deve revisar todas
as etapas e requisitos de engenharia mencionados a fim de identificar potenciais problemas.
O projeto em que est inserido o Reservatrio A112233 o do sistema de refrigerao
do caminho, sendo o reservatrio somente um componente do sistema. No ser possvel
para a empresa analisar todos os aspectos fsicos e tcnicos referentes ao produto em sua
condio de trabalho no campo, porm a equipe APQP tentou enxergar alm dos requisitos do
cliente a fim de identificar anormalidades.
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O projeto de manufatura, tambm repassado pelo cliente, foi analisado pela equipe.
Uma melhoria foi identificada. No projeto da montadora constavam dois dispositivos de corte
de aparas separados e a equipe sugeriu a adaptao da funes da faca em apenas um
dispositivo.
Os desenhos de engenharia foram enviados equipe que procurou analisar
criticamente os dados contidos neste. Foram identificados pontos de controle e feito um
estudo sobre requisitos de medio.
Juntamente com os desenhos, a equipe recebeu o manual de requisitos do cliente, que
envolve requisitos de embalagem, metas de confiabilidade e qualidade,especificaes gerais
de engenharia entre outros.
Todas estas entradas de informaes devem ser compreendidas claramente pela equipe
APQP, nesta etapa em que o planejamento e desenvolvimento esto se solidificando. a
fase do produto em que os problemas devem ser descobertos.
FASE 3: PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO
Ao iniciar esta etapa, a montadora j definiu qual fornecedor ser pleiteado para
produo do produto. Desta forma comeam os preparativos para incio de produo. Esta
etapa foi desenvolvida para assegurar um sistema de manufatura efetivo, para atendimento
dos requisitos, necessidades e expectativa do cliente.
Para assegurar que a qualidade do produto Reservatrio A112233 seja compreendida
por todas as atividades do processo, foi realizada uma anlise crtica do sistema da qualidade
(pgina 8 do APQP).
Nesta anlise foram averiguados requisitos referentes a:
Pessoal qualificado;
Programas de treinamento;
Anlise do CEP;
Instrues de Inspeo;
Procedimentos de controle de produtos recebidos;
Alm da anlise para conhecer a capacidade tcnica do sistema da qualidade da
empresa, necessrio nesta etapa realizar uma anlise tambm no lay-out das instalaes para
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atender as necessidades de espao fsico do produto. Foram verificadas as identificaes dos
locais de processo bem com as reas demarcadas para acondicionamento de matrias-primas e
produtos acabados. Iluminao do local tambm atendia o ndice de luminncia para inspeo.
A empresa possui uma rea de inspeo de qualidade dentro da fbrica voltada
somente para produtos da linha automotiva. Os produtos so produzidos, acondicionados e
transportados para esta rea onde sero inspecionados pelo pessoal responsvel.
Procurando uma maneira de analisar o processo como um todo foi desenvolvido um
fluxograma, contendo todas as atividades desde o recebimento da matria-prima at a
expedio do material para o cliente. Utilizado para enfatizar o impacto das atividades sobre o
processo.
Um PFMEA foi desenvolvido para o produto, visando antes da produo, analisar e
revisar os processos para antecipar problemas em potencial e vislumbrar solues. A maior
incidncia de potenciais de falha ocorreu no processo de transformao por sopro que pode
apresentar maior variao.
Aps enviados os produtos prottipos foi realizado um plano de controle de pr-
lanamento, onde esto descritos as medies dimensionais e testes de material e funcional do
produto, antes que seja iniciada a produo em srie do cliente.
importante ressaltar, que haja um compromisso com os fornecedores de matrias-
primas em fornecer as resinas plsticas com as caractersticas tcnicas solicitadas. O processo
de transformao plstica exige que o material tenha fluidez, densidade, dureza, entre outras
caractersticas que influenciaro diretamente na qualidade do produto. Geralmente tais
requisitos de material so informados pelo cliente, desta forma a empresa deve criar um plano
de controle para inspecionar os lotes de materiais recebidos.
Atualmente a empresa desenvolve a anlise nos sistemas de medio. Ela dispe de
um tcnico laboratorista que est responsvel por inspecionar os equipamentos e
dispositivos de medio. importante que regularmente se efetue o MSA para assegurar que
os pretendidos ndices de linearidade, preciso, repetitividade e reprodutibilidade dos
dispositivos estejam dentro do aceitvel para garantir valores coerentes na execuo da
medio.
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FASE 4: VALIDAO DO PRODUTO E DO PROCESSO
Na validao do produto e do processo discute-se os aspectos principais relacionados a
manufatura atravs do lote piloto ou corrida piloto de produo. Deve-se assegurar que o
fluxograma de processo e os planos de controles estejam sendo seguidos, prestando-se muita
ateno nos requisitos do cliente.
Durante a corrida pilo de produo deve-se atentar aos dispositivos de monitoramento
especificados no plano de controle e averiguar a efetividade destes em relao ao controle e
medio dos requisitos de engenharia do produto.
Com as primeiras amostras do reservatrio A112233 prontas, foi elaborado o PAPP
(Processo de Aprovao de Pea de Produo) e enviados ao cliente a fim de demonstrar que
o processo de manufatura tem condies de produzir o produto solicitado. Geralmente a
montadora recebe as amostras e as utiliza para testes, onde so verificados os requisitos de
engenharia.
Uma dica importante nesta etapa evitar enviar a montadora peas com qualidade
acima do que o processo capaz de produzir a fim de causar uma boa impresso. Muitos
fornecedores adotam esta prtica para garantir o pleito do projeto e agradar o cliente. Isto
pode evitar que correes sejam feitas nas ferramentas alm de comprometerem-se a fornecer
um nvel de qualidade que o processo no conseguir suportar. essencial ser transparente
nesta etapa para evitar que a montadora sofra problemas de abastecimentos no incio da
produo em srie por no atendimento a qualidade.
Cada montadora possui requisitos especficos referentes a capabilidade do processo.
Os ndices de PP, CP, PPK e CPK foram informados e seguidos. Por no possuir uma
geometria complexa, o reservatrio A112233 atingiu todas as metas de capabilidade
rapidamente.
No embarque das amostras, a equipe ficou atenta nas condies da embalagem.
importante evidenciar as condies da embalagem no momento de embarque e entrega. O
produto pode ser danificado caso a embalagem seja frgil ou o transportador subcontratado
no manuseie corretamente. Estes tipos de problemas podem ser facilmente evitados
conhecendo-se os requisitos de embalagem do cliente, geralmente informado no manual de
embalagem fornecido pela montadora, onde constam informaes sobre acondionamento
adequado, transporte, entre outros.
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O membro da equipe responsvel pela engenharia industrial desenvolveu um plano de
controle de produo para o reservatrio. Neste plano, esto descritas todas as etapas do
processo desde a matria-prima at a inspeo da pea acabada. o documento mais
importante para assegurar a qualidade do produto, desta forma, essencial mant-lo sempre
atualizado e disp-lo para conhecimento de todos os envolvidos.
Todas estas etapas referentes a validao do produto e processo so analisadas
criticamente pela gerencia da empresa. Este auxlio da gerncia pode facilitar na tomada de
alguma deciso pendente.
FASE 5: RETROALIMENTAO, AVALIAO E AO CORRETIVA
Atravs dos dados da fase anterior, obtidos na corrida piloto, MSA PAPP, a equipe
deve concentrar seu foco em desenvolver tcnicas de controle estatstico, a fim de diminuir a
variao do processo.
Cartas de controle foram utilizadas para monitorar o processo. Com estas ferramentas
a equipe ir atuar em cima das causas especiais e comuns para diminuir a variao.
Foi evidenciado durante a manufatura o ndice de 6% de refugo, que foi considerado
aceitvel durante o processo de oramentao e anlise de viabilidade econmica. Analisando
as causas destas perdas, foi constatado que boa parte dos refugos eram originados pela
umidade da matria-prima. Foi sugerido um pr-aquecimento desta antes do processamento,
que reduziu para 3% o ndice de refugo. Este exemplo serve para entendimento de que cartas
de controle e outras tcnicas de anlise podem ser revertidas em benefcios, como reduo de
custos.
Junto a planilha APQP desenvolvida, esto ao final campos para preenchimento
referentes ao registro da:
Variao Reduzida: onde sero mencionados os aprimoramentos do processo para reduo da
variao.
Satisfao do cliente: para detalhadamento das atividades ps-envio do produto ou servio,
no estgio de adaptao ao cliente.
Entrega e assistncia tcnica: problemas de campo ou na planta do cliente, referentes aos
produtos com defeito tero suporte da empresa.
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5 DISCUSSO
Neste captulo ser listado os benefcios percebidos durante e aps a implantao da
metodologia.
5.1 BENEFCIOS DA IMPLANTAO DA METODOLOGIA PARA A EMPRESA
Abaixo, listados os benefcios para a empresa:
Melhor comunicao entre os envolvidos: Todos os responsveis por atividades
mencionadas no cronograma possuam acesso a tabela APQP, desta forma todos
sabiam a situao atual do projeto e quem eram os responsveis pelas atividades. Isto
facilitava na tomada de deciso, quando uma atividade dependia do desempenho de
outra.
Programao das atividades conforme prazos da montadora: Todos os prazos
estipulados no cronograma foram analisados e estudados quanto a viabilidade de
serem executados ou no. Todas as atividades foram programadas e a durao
estimada era vivel. Com este cronograma definido desde o incio do projeto,
estimulou a equipe a no atrasar nenhuma atividade, pois todos sabiam a data de incio
e trmino.
Definio de responsveis por cada atividade: Ao definir um responsvel, a equipe
distribui as atividades de forma a no sobrecarregar nenhum membro e tambm atenta
para que a atividade seja coerente com as atribuies do membro da equipe. Isto
ocorre para assegurar que o responsvel pela atividade tenha competncias para prever
e realizar a etapa do processo de maneira eficiente.
Organizao das informaes: A forma estruturada em que a metodologia APQP
apresentada conduz a um desenvolvimento do produto onde so estimuladas as etapas
mais importantes do processo. A seqncia das atividades programada para que a
equipe consiga prever todas as situaes inerentes do projeto, desde a matria-prima,
requisitos de mo-de-obra, instalaes da fbrica.
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Ambiente propcio reduo de custos do projeto: A equipe multifuncional APQP,
por possuir membros de reas especficas, tem ampla viso sobre o processo. Os
brainstormings realizados pela equipe no projeto do reservatrio A112233
evidenciaram muitas oportunidades de melhoria no processo, tanto ergonmicas
quanto de retorno financeiro na reduo de custos. Alm disso, a equipe est
envolvida com todo o clculo de mo-de-obra, material e demais recursos necessrios
para manufatura, podendo assim canalizar os esforos da empresa de maneira
adequada.
Abrangncia e compreenso de todos os requisitos do cliente: Durante a execuo e
preenchimento da planilha APQP so realizados diversos questionamentos e check-
lists para verificar o atendimento dos requisitos do projeto. Este registro estruturado de
questionamentos padroniza o planejamento de produtos, tendo nela importantes
tpicos inerentes ao conhecimento do requisito do cliente.
Confiana do cliente no mtodo APQP: A empresa pode apresentar ao cliente a
planilha APQP, a fim de que este acompanhe o andamento das atividades no
fornecedor. Este acompanhamento e a viso estruturada em que foram programadas as
atividades transmitem ao cliente a confiana de que a empresa est seguindo um
mtodo conceituado de desenvolvimento de produtos. Um APQP bem realizado poder
ser refletido em novos negcios, visto sua organizao e atendimento aos requisitos
do cliente
Histrico para projetos semelhantes futuros: As planilhas APQP utilizadas em
projetos podem servir como fonte de informaes para projetos futuros. Uma situao
que normalmente acontece desenvolver produtos semelhantes, porm para
montadoras diferentes. No caso, o reservatrio estudado no APQP deste trabalho, pode
servir para o desenvolvimento de um prximo reservatrio de gua no futuro. Isto nos
mostra novamente a importncia de mantermos o registro das melhorias obtidas no
processo da fase 5 do APQP, que podem servir tambm como melhorias para
desenvolvimentos futuros.
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5.2 BENEFCIOS DA IMPLANTAO DA METODOLOGIA PARA O CLIENTE
Abaixo, benefcios para a montadora:
Alterao de projeto ainda na fase de planejamento: Grande parte das montadoras
desenvolve o projeto das peas componentes do veculo, porm, os engenheiros do
produto muitas vezes no so especialistas no processo de transformao da pea. No
caso do plstico, existem diversos fatores a serem considerados no projeto da pea,
como: temperatura de transformao, tipo de material, necessidade de gabarito para
resfriamento, espessura de parede, no se limitando somente ao produto, mas tambm
as ferramentas de manufatura, moldes, gabaritos de teste, entre outros. Caso o
engenheiro de produto no leve em considerao algum fator crtico do processo, pode
inviabilizar toda uma produo. Ao realizar o APQP, a empresa torna-se parte do
desenvolvimento do produto, isto a atribui com a responsabilidade de prever tais
necessidades de alterao de projeto e informar o cliente ainda na fase de
planejamento.
Informaes estruturadas e nos prazos programados: As montadoras so rgidas nos
prazos estipulados. O prazo de lanamento de um veculo um compromisso
importante que deve ser respeitado. A metodologia APQP auxilia o cliente no
acompanhamento do projeto, alm de ser uma fonte de informaes para a prpria
montadora. O atendimento aos requisitos de prazo est aliado a capacidade da equipe
em analisar o tempo previsto de cada atividade e prever todos os eventuais problemas
e atrasos durante o desenvolvimento. A anlise crtica do cronograma servir
positivamente para a montadora, que assumir o prazo de lanamento do veculo com
o mercado.
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40
6 CONSIDERAES FINAIS
Durante a realizao deste trabalho, verificou-se que as empresas que trabalham com
projetos de peas automotivas tm uma demanda de informaes imensas. Mesmo o projeto
sendo desenvolvido totalmente pela montadora, fundamental considerar todas as
informaes para as adequaes do processo. E percebeu-se a necessidade de um mtodo
estruturado para organizao destas informaes que esteja de fcil acesso a todos os
envolvidos e que abranja todas as fases do desenvolvimento.
Parte desta preocupao no desenvolvimento deve-se ao fato de a manufatura de
componentes automotivos estar associada a produo em srie, o que requer um planejamento
rigoroso do produto e do processo para viabilizar o negcio em termos de custos, qualidade e
prazos de entrega.
Buscou-se nesta implantao, atravs da metodologia APQP, atender a todos os
requisitos da norma ISO/TS 16949. Aps o trmino da implantao da metodologia APQP, no
ms de junho de 2010, a empresa foi auditada pelo organismo certificador, responsvel por
certificar o sistema da qualidade das indstrias. Uma das etapas da auditoria a verificao do
atendimento aos requisitos do produto e do cliente. Foi apresentado ao auditor o APQP do
reservatrio A112233, onde este acompanhou todos as fases do projeto atravs da planilha
APQP. No houveram no-conformidades e no ms seguinte, julho, a empresa foi certificada
ISO/TS 16949.
Ao final da implantao da metodologia, no reservatrio A112233, foi verificados os
benefcios conseguidos com esta metodologia. Um dos benefcios citados foi o de alterao
do produto ainda na fase de projeto, que em termos de custos deve ser considerado o mais
importante pois alteraes de produto ou projeto aps o lanamento do veculo podem gerar
recalls, afetando significativamente os custos de reparo, como tambm afetando a
credibilidade da montadora perante os consumidores.
Outro ganho obtido foi a estruturao das informaes. Cada novo desenvolvimento
ter, para cada produto, uma planilha APQP, que ficar arquivada digitalmente, podendo ser
uma fonte de informao para consulta em novos desenvolvimentos similares. O fato de ter
informaes tcnicas de um determinado tipo de produto pode economizar consideravelmente
o tempo de desenvolvimento, que para a indstria automotiva, ser de grande ajuda,
aumentado o grau de satisfao com a montadora, em um projeto finalizado antes do prazo.
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41
O fornecimento para a indstria automotiva tem sido visto no mercado como um
grande desafio. Alm de exigir nveis de qualidade superiores, a cobrana intensa na
reduo de custos e melhoria contnua, porm, todos estes desafios so recompensados com a
demanda constante, devido a produo seriada da montadora.
A rigorosidade do sistema da qualidade no setor automotivo reflete positivamente no
desempenho da organizao. As melhorias conseguidas no processo da organizao
influenciam tambm a manufatura de produtos de outros mercados, pois compartilham dos
mesmos processos.
Todo este esforo focado no atendimento aos requisitos da indstria automotiva, e o
fato de ser fornecedor de uma montadora de veculos tem sido visto com grande orgulho pelas
organizaes e um referencial de qualidade e padronizao para o mercado.
Sugere-se para trabalhos futuros com este tema, a medio das redues de custo
obtidas com projetos estruturados com a metodologia APQP. Para enfatizar a importncia da
aplicao deste mtodo, importante ter-se uma idia do valor financeiro economizado com a
reduo de custo e fazer um comparativo com projetos que no esto estruturados com a
metodologia.
-
42
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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44
8 APNDICE
APNDICE A PLANILHA APQP: RESERVATRIO A112233
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PROJETO: VECULO X 2011
PRODUTO:CD. CLIENTE: A112233
INCIO DO PROJETO: 01/02/2010PRAZO FINAL: 31/10/2010
rea NomeEngenharia de Produtos CleberEngenharia Industrial TiagoEngenharia Industrial Cludio
Qualidade CsarComercial Luiz (Responsvel)Compras Cristiano
NDICE PG.CRONOGRAMA 2FASE 1 4FASE 2 6FASE 3 8FLUXO PROCESSO 10PFMEA 11PLANO DE CONTROLE 14FASE 4 15FORMULARIO DE APROVAO 16FASE 5 17
EQUIPE APQP
APQP - PLANEJAMENTO AVANADO DA QUALIDADE DO PRODUT OPG. 01-19 - EMPRESA TRANSFORMADORA DE PLSTICOS S/A
RESERVATRIO DE GUA
-
Descrio: Reservatrio Dt Inicial : 02/10Reviso: 0 Dt Final : 11/10
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
P Luiz
RP Csar
RP Cleber
RP Tiago
RP Cludio
RP CsarR
P
R
P
R
P
R
P
R
P
R
P
R
P
R
P
R
P
R
P
R
P
R
PR
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2P Tiago
RP Csar
RP Tiago
RP Cludio
RP Cleber
RP Tiago
RP Csar
RP Tiago
RP Csar
R
P Cleber
R
PG. 02-19 APQP - PLANEJAMENTO AVANADO DA QUALIDADE DO PRODUTO
dez/10ago/10 set/10 out/10 nov/10
Resp.
FA
SE
2 -
Pro
jeto
e D
ese
nvo
lvim
en
to d
e P
rod
uto
jun/10Ms:Quinzena do ms:
Requisitos para meios de medies/equip. de teste
Proj. Manuf. e Montagem
Requisitos para novos equip., Ferramental e Instalaes
Especificaes de Material
Caractersticas especiais do Produto e do Processo
out/10 nov/10 dez/10mai/10 jul/10
Telefone: (xx) nnnn-nnnn
Plano de Negcio, Anlise Crtica e Oramentos
fev/10 mar/10 abr/10 set/10ago/10
Anlise Crtica de Projeto
Plano de Garantia do Produto
Lista Preliminar de Materiais
Metas de Confiabilidade e de Qualidade
Fluxograma Preliminar do Processo
Lista Preliminar de Caracterst. Esp. De Prod/Processo
Desenho: A112233Contato: Eng Francisco
Contruo de Prottipo - Plano de Controle
Fluxograma do Processo
Pea/Cdigo: Reserv. A112233Cliente: MONTADORA SBC
FA
SE
1 -
Pla
ne
jam
en
to
Verificao do Projeto
Desenhos de Engenharia
Alteraes de Desenhos e Especificaes
FA
SE
3 -
Pro
jeto
e D
ese
nvo
lvim
en
to d
o P
roce
sso
Anlise de Modo de Falha de Projeto (DFMEA)
Especificaes da Engenharia
Instrues do Processo
Matriz de Caractersticas
Resp.
Padres de Embalagem
mai/10 jun/10 jul/10fev/10 mar/10 abr/10
Especificaes de Embalagem
Layout das Instalaes
Plano de Anlise dos Sistemas de Medio
Anlise Crtica do Sistema da Qualidade Produto/Processo
Anlise de Modo e Efeito de Falha do Processo (PFMEA)
Plano de Controle de Pr-Lanamento
Projeto Desenvolvido pelo Cliente
-
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2P Cludio
RP Csar
RP Tiago
RP Cludio
RP Tiago
RP Cludio
R
P Cleber
RP Csar
RP Luiz
RP Luiz
R
Resp.
Testes de Validao da Produo
FA
SE
4 -
Va
lida
o
do
Pro
du
to e
do
Pro
cess
oF
AS
E 5
- A
n
lise
e R
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oa
l. e
A
o C
orr
etiv
a
Variao Reduzida
Satisfao do Cliente
Corrida Piloto de Produo
Aprovao de Pea de Produo
Entrega e Assistncia Tcnica
Avaliao de Sistema de Medio
Aprovao do Planejamento da Qualidade
Avaliao de Embalagem
Plano de Controle da Produo
jul/10
PG. 03-19
mar/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10mai/10abr/10 dez/10jun/10fev/10
Aprovao:Planejado
Realizado
-
Objetivo do Projeto:
Tipo de Testes Anlise Qumica: ( ) Dureza: ( )Trao: ( x )Elasticidade ( x )
Outros: ( x ) Qual: Dimensional
Quantidade aproximada peas/ms: 600
Concorrentes: xxx
Produto Similar: ( x ) Sim ( ) No
Preo alvo (target cost):
PG. 04-19 1 - PLANEJAR E DEFINIR PROGRAMA
1.6 INFORMAES ADICIONAIS DO CLIENTEIdentificar todos os lotes com ms/ano (rastreabilidade).
1.8 FLUXOGRAMA PRELIMINAR DO PROCESSOVide anexo.
Produto similar j fornecido pela empresa? Sim, item 4040
1.3 BENCHMARKING (dados de "benchmark" do produto e processo)
1.7 LISTA PRELIMINAR DE MATERIAISPolipropileno (PP) Fornecedor: xxx.
1.5 ESTUDO DE CONFIABILIDADE DO PRODUTO
Qual a vida til estimada do produto?Nas condies informadas, 8 anos
Irregularidade da espessura de parede (no uniforme), processo de sopro no permite estabilidade 100%.
Dados sobre o produto da concorrncia: Design das abas de fixao do Reservatrio apresentamum entalhe.
1.4 PREMISSAS DO PRODUTO/PROCESSO
1.2 PLANO DE NEGCIO / ESTRATGIAS DE "MARKETING"Tempo de Produo: Aproximadamente 5 anos.
Investimento Necessrio: No.
xxx
Aplicao: Montada na parte frontal do caminho, no sistema de arrefecimento do radiador.
TESTES:
Produto ficar exposto a temperatura variando de 20~80C
1.1 - CLIENTE (pesquisa de Mercado,informaes histricas de garantia e qualidade, experinca da equipe)
Dados Tcnicos: Material deve ser polipropileno para sopro, cor natural.
Modelo de veculo: xxx.
RESERVATRIO DE AGUA DO RADIADORDescrio da pea: RESERVATRIO DE GUA A112233
-
PG. 05-19
Requisito do Cliente:Requisito do Programa:Durabilidade:
Aprovao:
150 PPM
1.9 LISTA PRELIMINAR DE CARACTERSTICAS ESPECIAIS DO PRODUTONo informado.
1.10 PLANO DE GARANTIA DO PRODUTO
1.11 SUPORTE DA GERNCIA
No.
PPM ( No requerido pelo cliente)
Carlos - Gerente de Tecnologia
Anos ( Desconhecida)
Existe alguma embalagem j definida para o transporte do produto?
O Projeto exige alguma nova tecnologia?
O projeto exige algum tipo de material especial?No.
Grade metlica.
-
Data: NomeXX XX
N Sim No Comentrios
1X
2X
3X
4X
5 X
6 X
7 X
8 X
9 XNo-Uniformidade de parde aceita pelo cliente. Tolerncia +/- 0,5mm
10 X
2.5 ESPECIFICAES DE MATERIAL
Descrio
O projeto de ferramentas e equipamentos foi previsto para prova de erros?
O projeto de ferramentas e equipamentos foi previsto para troca rpida.
POLIPROPILENO (CONFORME DESENHO)
O projeto de ferramentas e equipamentos foram previstos para que o sistema seja flexvel
XX
OBS.: NO SOLICITADO
2.6 ALTERAES DE DESENHO E ESPECIFICAES
2.7 REQUISITOS PARA NOVOS EQUIPAMENTOS FERRAMENTAL E INSTALAES
As instrues de instalao para novos equipamentos e ferramental esto completas e so compreensveis?
H necessidade de novas ferramentas?
Foi completado um plano de manuteno preventiva para os equipamentos e ferramental?
O equipamento de manufatura possui capacidade suficiente para absorver os volumes estimados para produo?
H necessidade de novos equipamentos de testes e instrumentos de medio?
As caractersticas de processo que afetam as caractersticas especiais do produto foram identificadas?
H necessidade de novos equipamentos para a produo?
XXVistoAlterao
PG. 06-19 2 - Projeto e Desenvolvimento de Produto
No.
CONFORME ESPECIFICADO NOS DESENHOS 2D
Quantidade de prottipos: No solicitado.
2.3 DESENHOS DA ENGENHARIA (Incluindo dados matemticos)Cliente enviou desenho 3D e 2D.
Cliente forneceu FMEA do projeto?
2.4 ESPECIFICAES DA ENGENHARIA
2.2 CONSTRUO DO PROTTIPO - PLANO DE CONTROLE
2.1 ANLISE DE MODO DE FALHA DE PROJETO (DFMEA)
-
NDescrio / Comentrios Especificaes / Tolerncia
1 Espessura de parede 3 +/- 0,5mm2 Diametro do bocal 16 +/- 0,5mm3 Encaixe encaixe 4 furaes
4 Teste Estanqueidade 6 bar5
Sim No
XX
xx
X
requisitos especificados.
Aprovao
X
O produto pode ser produzido conforme especificado, sem restries.Reviso do projeto requerida para a manufatura do produto dentro dos
Concluso:
Obs.:
Os processos esto sob controle e estveis?Os CPKs so maiores que 1,33?
Onde for utilizado o controle estatstico de processo em produtos similares:x
O controle estatstico de processo est sendo atualmente utilizado em produtos similares?
X
x
Custo de equipamentos de transformao?
Obs.: Produto sem caractersticas crticas.
Custos de ferramental?Mtodos de manufatura alternativos?Obs.: necessrio controle estatstico do processo para o produto?
Obs.:
O produto pode ser manufaturando sem incorrer em inesperado:
Existe capacidade adequada para a fabricao do Produto.Obs.:
Obs.:
X
XO projeto permite o uso de tcnica de manuseio de material eficiente?
X
X
como descritas?Obs.:
O produto pode ser manufaturado com Cpks que atendam s especificaes?
O produto pode ser manufaturado de acordo com as tolerncias especifi-X
Caracterstica do Plano de Controle
Consideraes sobre viabilidade: projeto vivel, visto gerncia
2.9 COMPROMETIMENTO DA EQUIPE COM A VIABILIDADE E SUPORTE DA GERNCIA
habilitar a avaliao da viabilidade?
Instrumentos Controle
Paqumetro
2.8 CARACTERSTICAS DO PRODUTO E DO PROCESSO
PaqumetroGabarito de teste B112233
dispositivo de teste C112233
PG. 07-19
Obs.:cadas no desenho?
X
O produto est adequadamente definido (requisito de aplicao, etc) para
Obs.:
Considerao
As especificaes de desempenho de engenharia podem ser atendidas,
-
N Fone1 xxx
2 xxxSim No Comentrio
3.1 x3.2 x3.3 x3.4 x
4.1 x4.2 x4.3 x
5.1 x5.2 x5.3 x5.4 x
5.5 x
5.6 x
6.1 x6.2 x6.3 x6.4 x6.5 x
7.1 x
Treinamento realizado in loco atravs dos inspetores e lderes.
7.2 x7.3 x
7.4x
7.5
x
8.1 x8.2 x8.3 x8.4 x8.5 x
8.6x
Facilmente compreendidas?
Caracterstica a serem inspecionadas?
Existe algum procedimento para identificar, segregar e controlar produtos no conforme para evitar a sua entrega no cliente?
As instalaes e equipamentos de inspeo so adequados para proporcionar uma inspeo dimensional inicial e contnua em todos os detalhes e componentes?
8 Existe algum procedimento para o controle de recebimento de produtos que identifica:
Local designado para o produto aprovado
PG. 08-19 3- Projeto e Desenvolvimento do Processo
Grade metlica, 150 ps por grade.
Disposio de produtos no-conforme?
Documentao?
Frequncia de inspeo?
7 - As instrues visuais so:
O plano de controle prev Plano de Reao?
DescrioQuem ser o contato da qualidade com o cliente?
5 Foi completado treinamento para:
Pessoa
Prova de erros?Cada operao de processo dotada de instrues de processo ligado com o plano de controle?
Csar
Cristiano3 Existe pessoal suficiente identificado para cobrir:
Quem ser o contato da qualidade com seus fornecedores?
Requisito do plano de controle?
Inclua todos os funcionrios?
Inspeo dimensional?Testes de desempenho de engenharia?
Fornea uma programao de treinamento?
Instrues trabalho para o operador esto disponveis para cada operao?
Especificaes de desempenho de engenharia facilmente compreendidas?
6 As instrues de inspeo incluem:
4 Existe um programa de treinamento documentado que:
Estudos de capabilidade?
Descreva aqueles que foram treinados?
Soluo de problemas?
Controle estatstico de processo?
Tamanho das amostras?
Tamanho da amostras?Frequncia de testes?
Aprovados?
Plano de reao?
Formulrios / registros esto disponveis para que o pessoal adequado registre os resultados de inspeo?
3.2 ANLISE CRTICA DO SISTEMA DA QUALIDADE DO PRODUTO / PROCESSO
3.1 PADRES DE EMBALAGEM
Anlise de solues de problemas?
-
8.7x
Disposio para retrabalho est descrita no registro de retrabalho.
8.8x
8.9 x8.10 x
N Sim No Comentrios
1 x
2 x
3 x4
4.1 x4.2 x
5 x6
6.1 x
6.2 x6.3 x
6.4 x
N Sim No Comentrios1 X
2 XRealizar estudo de MSA. Resp.: Augusto
3 X
Foram planejadas e implantadas auditorias peridicas de produto acabado?O cliente aprovou a especificao da embalagem?
Esto disponveis procedimentos de retrabalho?
PG. 09-19
3.3 FLUXOGRAMA DO PROCESSOAnexo.
Existe um sistema adequado e rastreabilidade e lotes?
As instalaes identificam todos os processos requeridos e pontos de inspeo?
Foram claramente marcadas as reas para todos os materiais, ferramentas e equipamentos para cada operao considerada?
3.4 LAYOUT DAS INSTALAESDescrio
3.8 INSTRUO DE PROCESSO
Foi reservado espao suficiente pra todos os equipamentos?
De tamanho adequado?Corretamente iluminadas?As reas de inspeo contm equipamentos e arquivos necessrios?
Anexo
Anexo plano de produo.
reas de reteno?
Os pontos de inspeo esto logicamente localizados para evitar a entrega de produtos no conformes?
3.7 PLANO DE CONTROLE DE PR-LANAMENTO
Foram providenciadas instalaes para auditoria final?Os controle so adequados para evitar o movimento de material de entrada fora do conformidade para estocagem ou ponto de utilizao?
3.6 ANLISE DE MODO E EFEITO DE FALHA DO PROCESSO (PFMEA)
H necessidade de nova instrues de trabalho? Sim
DescrioOs instrumentos esto calibrados?
H necessidade de novo estudo de MSA.
3.9 PLANO DE ANLISE DOS SISTEMAS DE MEDIOResponsvel: Engenharia de produtos / Engenharia Industrial
As reas de processo e inspeo so:
So adequadas:
Aprovao:
O treinamento de pessoal est concludo?
3.10 PLANO DE ESTUDO PRELIMINAR DA CAPACIDADE DO PROCESSO
Comentrios:3.11 SUPORTE DA GERNCIA
Projeto sem caracterstica crtica.
-
Nmero do Desenho Reviso /Data desenho. Data
A112233 00/2010 20/03/2010Nmero da Pea Aprovado por Reviso
A112233 Tiago 00
Smbolo
Fim
Incio/Fim Operao Operao e Inspeo Estocagem Inspeo Transporte
Operao 10 - Recebimento de Material
Operao 40 - Prepara matria-prima conforme especificao de composto
Operao 70 - Acondicionar conforme especificao de embalagem
Operao 80 - Transportar para a inspeo final
Operao 90 - Inspecionar conforme sistema
Operao 110 - Estocar
Operao 120 - Tranportar para o cliente
Operao 60 - Soprar Reservatrio de gua conforme especificao de processo e inspecionar conforme plano de inspeo
Operao 50 - Transporta matria-prima para a mquina sopradora
Operao 100 - Transportar para estoque
Operao 20 - Estocagem da matria-prima
Operao 30 - Transportar matria-prima para a setor de preparao
FLUXO DO PROCESSO
Descrio da Operao
INCIO
PG. 10-19
Cliente
MONTADORA SBCNome da Pea
RESERVATRIO DE GUA
-
Pgina 11 de 19
Data de incio:Maio/2010
Material trocado
Quantidade incorreta
Manuseio incorreto do material
Danificao do material 7Falha do operador no
manuseio2
Treinamento do operador
Visual 7 98
Dificulta processamento
Gera produtos no conforme
Dificulta processamento
Gera produtos no conforme
40 - Preparar a matria-prima conforme especificao de
composto
Tempo de secagem insuficiente
Bolhas no produto 4Falha do operador na
programao do tempo no temporizador
3Treinamento do
operadorVisual 7 84
10 - Receber matria-prima
Falha do operador na identificao do material
Treinamento do operador
Visual 8 112Identificao incorreta do
material7 2
1122Treinamento do
operador
Confronto de laudo com
especificaes8
Liberao do material fora do
especificado7
Falha do operador na liberao do material
1122Treinamento do
operadorVisual 7
PG. 11-19 PFMEAANLISE DE MODO E EFEITOS DE FALHAS POTENCIAL DE PROCESSO
Funo & Requisito do processo
Ver./Data do desenho:ver01 01/01/2010xxx
Controles Preveno
Controles Deteco
Nome da pea:Reservatrio
NPR
Respons. e Prazo
Resultados da Ao
Aes Implementadas
S
Aprovado por: Data:0001-1Nmero/ Ver. Pea (Organizao)xxx
Responsvel pelo processo:
Nmero da pea (Cliente):
TiagoCliente:
1Nmero da FMEA:
Preparado por:
Organizao:xxx
Tiago / Cleber / Cludio / LuizIdentificao do Produto:
Aes Recomendadas
Verso com bomba eltrica 12vObservaes:
Equipe:Luiz / Cristiano / Cleber / Cludio / Tiago / Csar /
Ocorr
Processo Atual Detec
NPR
Fev.1010
DO
Data ChaveData Ver.
Falha na conferncia do
material
Falha do operador na conferncia
Modo de Falha Potencial
Efeito(s) Potencial(ais) da Falha
Sev
Class
Causa(s) Potencial(is) de Falha
8
APQP RESERVATORIO - VERSAO EXCEL.xls - PFMEA
-
Pgina 12 de 19
Funo & Requisito do processo Controles
PrevenoControles Deteco
NPR
Respons. e Prazo
Resultados da Ao
Aes Implementadas
S
Aes Recomendadas
Ocorr
Processo Atual Detec
NPR
DO
Modo de Falha Potencial
Efeito(s) Potencial(ais) da Falha
Sev
Class
Causa(s) Potencial(is) de Falha
Peas incompletas 8 2 Visual 7 112
Dobras 7 2 Visual 7 98
Espessura fora do especificado
7 Desgaste do ferramental 2Manuteno Preventiva
Inspeo com paqumetro
6 84
Peas incompletasFalha na regulagem da
temperaturaTreinamento do
operador
ManchasResistncia do canho
queimadaManuteno Preventiva
Pino de sopro descentralizado
Peas incompletas 8Falha na regulagem do
pino de sopro2
Treinamento do operador
Visual 7 112
Retardo de sopro insuficiente
Peas incompletas 8Falha na regulagem do
retardo de sopro2
Treinamento do operador
Visual 7 112
Peas incompletas
Deformao
Retardo de sopro em excesso
Dobras 7Falha do operador na
regulagem do retardo de sopro
2Treinamento do
operadorVisual 7 98
Falta de ar de apoio ou pr-sopro
Dobras 7Falha do operador na
regulagem do pr-sopro ou ar de apoio
2Treinamento do
operadorVisual 7 98
Manchas
DeformaoBolhas
Temperatura do molde baixa
Manchas 3Falha na regulagem do resfriamento do molde
3Treinamento do
operadorVisual 7 42
Temperatura do molde alta
Deformao 5Falha na regulagem do resfriamento do molde
3Treinamento do
operadorVisual 7 105
Velocidade de ejeo alta
Manchas 3Falha do operador na
regulagem da velocidade de ejeo
3Treinamento do
operadorVisual 7 63
gua no ar de apoio
Bolhas 3 Lubrifil danificado 4Manuteno Preventiva
Visual 7 84
Cortes de faca (riscos)
Rebarbas
112
1053Treinamento do
operadorVisual 7
Corte / Rebarbao irregular
5Falha do operador na
operao de corte
105Treinamento do
operadorVisual 75
Falha do operador na regulagem da temperatura
do canho3
112Visual 7Temperatura baixa
do material8
Temperatura alta do material
Falha do operador na regulagem da espessura do
parison
Treinamento do operador
Treinamento do operador
Visual 7Baixa presso de
sopro8
Falha do operador na regulagem da presso de
sopro
Descentralizao do parizon
60 - Soprar peas plsticas
2
2
APQP RESERVATORIO - VERSAO EXCEL.xls - PFMEA
-
Pgina 13 de 19
Funo & Requisito do processo Controles
PrevenoControles Deteco
NPR
Respons. e Prazo
Resultados da Ao
Aes Implementadas
S
Aes Recomendadas
Ocorr
Processo Atual Detec
NPR
DO
Modo de Falha Potencial
Efeito(s) Potencial(ais) da Falha
Sev
Class
Causa(s) Potencial(is) de Falha
Furos
Espessura do produto fora do especificado
Espessura grossa do parison
Espessura do produto fora do especificado