Apostila de Pintura

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    NDICE:

    1. Introduo 1.1 Por que Pintar? 1.2 Corroso 2. Tinta Industrial 2.1 Definio 2.2 Constituintes bsicos das tintas 2.3 Slidos por volume, espessura

    mida e seca, rendimento terico e rendimento no campo

    2.4.1 Mecanismos de proteo das tintas industriais

    2.5 Formao do filme de tinta. 2.5.1 Classificao das tintas quanto a

    sua funo 2.5.2 Principais Famlias de tintas

    industriais 2.5.3 Alqudicas 2.5.4 Acrlicas a base de solventes

    orgnicos 2.5.5 Epxis 2.5.6 Poliuretanas 2.5.7 Etil silicato de zinco 2.5.8 Silicones 2.8 Especificao de Pintura. 3. Preparao da Superfcie 3.1 Objetivo 3.1.1 Carepa de laminao 3.2 Mtodos de Preparao da

    Superfcie 3.2.1 Limpeza por ao fsico-qumica 3.2.2 Limpeza por ferramentas manuais 3.2.3 Limpeza por ferramentas mecnicas 3.2.4 Jateamento abrasivo seco a ar

    comprimido 3.2.5 Jateamento abrasivo mido 3.2.5.1 Jateamento abrasivo mido

    pressurizado a ar 3.2.5.2 Jateamento abrasivo pressurizado a

    gua 3.3 Preparao do ao para a pintura

    4. Manuseio e Aplicao de Tintas Industriais

    4.1 Armazenamento de tintas 4.2 Condies para a pintura 4.3 Inspeo das tintas 4.4 Homogeneizao 4.5 Cuidados especiais com tintas em

    dois componentes 4.6 Intervalos de Repintura 4.7 Mtodos de Aplicao 4.7.1 Aplicao por Espalhamento de

    Contato 4.7.2 Aplicao por Pulverizao 4.8 Controle da Espessura mida (EFU) 4.9 Cuidados especiais com regies

    crticas 4.10 Falhas e defeito. 5. Sade, Segurana e Meio

    Ambiente 5.1 Descarte de Resduos dos Servios

    de Pintura 5.2 Ficha de Informao de Segurana

    de Produtos Qumicos (FISPQ)

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    1. Introduo

    1.1 Por que pintar?

    A pintura est presente na vida do homem faz muito tempo e de vrias formas. O homem das cavernas utilizava o sangue de animais para se comunicar e expressar nas paredes das cavernas. Na vida moderna a pintura est presente desde as artes at uma nave espacial passando pelos automveis, navios, avies e os ambientes que freqentamos, em casa e na empresa.

    Na indstria ela exerce vrios papeis importantes: A preservao de patrimnios pela proteo do ao da corroso (ferrugem), sinalizando, ajudando a produtividade e a segurana dentre outros.

    1.2 Corroso

    A corroso o desgaste dos materiais ou de suas propriedades devido o ataque dos agentes corrosivos. Por exemplo, o enferrujamento do ao um processo de corroso, as manchas brancas que observamos em uma superfcie galvanizada tambm corroso (do zinco, corroso branca).

    O que causa a corroso

    Instabilidade dos materiais que reagem com os agentes corrosivos. O ao, por exemplo, vem da natureza, na forma de minrio, grande esforo e energia so gastos para se obter o ao, porm ele nu em contato com os agentes corrosivos volta para seu estado natural.

    Agentes Corrosivos

    So substncias que causam corroso quando o metal est exposto a elas. Por exemplo: a gua, o oxignio, o sal, cidos, produtos qumicos, poluio, etc.

    PINTURA = UMA TCNICA DE CONTROLE DA CORROSO.

    A pintura isola o ao de seus agentes corrosivos e preserva assim os patrimnios.

    PINTURA = TINTA + PINTOR + EQUIPAMENTOS PARA TRATAMENTO E PINTURA.

    2. Tinta Industrial

    2.1 Definio

    um lquido que quando aplicado sobre uma superfcie forma uma pelcula aderente e contnua que ir conferir propriedades a esta superfcie tais como: proteo do meio ambiente, conservao, esttica, reflexo de luz e calor, etc.

    2.2 Constituintes bsicos das tintas

    Resina

    Tambm chamada de ligante ou veculo fixo, o componente que forma a pelcula aderente ao substrato (ao, madeira, etc.) e contm em seu interior todos os demais componentes da pintura.

    A resina deve formar uma pelcula, contnua, flexvel, aderente e impermevel que cumpra com as suas funes de evitar o contato do substrato com os agentes corrosivos do meio ambiente. A resina to importante que d nome s famlias (classificao das tintas pelo tipo de resina que usam).

    As resinas apresentam-se em forma

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    pastosa ou slida o que requer solventes para dissolv-las.

    Pigmentos

    So os componentes que conferem pintura propriedades tais como, proteo anticorrosiva, acabamento cosmtico, brilho, cor, resistncia abraso, etc.

    Apresentam-se na forma de ps muito finos.

    Aditivos

    So componentes muito variados e presentes em pequenas propores, que conferem propriedades especiais s tintas tais como:

    Auxiliar o processo de fabricao Aumentar a estabilidade no vasilhame Melhorar a aparncia do acabamento Acelerar a secagem Espessamento (tinta mais densa) Outras caractersticas

    Solventes

    Os solventes so componentes que contribuem e facilitam a fabricao e a aplicao das tintas, mas no fazem parte da pelcula seca de tinta. Os solventes so compostos orgnicos que evaporam totalmente, primeiro durante a aplicao e depois durante a secagem. Portanto as latas de tintas devem permanecer bem fechadas quando estocadas.

    2.3 Slidos por Volume, Espessura mida e Seca, Rendimento Terico e Rendimento no Campo

    2.3.1 Slidos por Volume

    Como j vimos os solventes so volteis e

    as demais matrias primas que compe as tintas no so volteis. Ento, quando uma tinta aplicada, os solventes evaporam ficando na superfcie apenas os no volteis tambm chamados de Slidos por Volume (S.V.) que so informados em percentual. Por exemplo: Interseal 670HS tem 82% de S.V., ento 18% a parte voltil deste produto.

    Voc j comea a perceber a importncia dos Slidos por Volume. Sero eles que iro conferir espessura e proteo.

    Os Slidos por Volume influenciam diretamente no rendimento.

    Maior Slidos por Volume = maior rendimento.

    2.3.2 Unidade de Medida de Espessuras

    Para falar sobre distncias entre cidades usamos o quilmetro (Km). Para falar da espessura de uma chapa de ao usamos o milmetro (mm). Para falar da espessura de uma pintura usamos o micrometro (m).

    1 milmetro 1 metro dividido por 1.000.

    1 micrometro 1 milmetro dividido por 1.000.

    Ento, 1.000 micrometros so o mesmo que 1 milmetro.

    A folha de papel em que voc est lendo estas informaes provavelmente ter uma espessura em torno de 100m (cem micrometros).

    Evapora

    No Volteis

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    2.3.3 Espessura mida e Espessura Seca

    Vejam o exemplo a seguir:

    Tinta A, Slidos por Volume = 82%

    Tinta B, Slidos por volume = 50%

    Notamos que tintas com baixo teor de slidos por volume (tinta B) necessitam de maior espessura do filme mido para atingir uma espessura de filme seco especificada.

    Tintas com alto teor de slidos por volume (tinta A) demandam menos vapores de solventes no ambiente e, portanto so menos agressivas para o homem e o meio ambiente. So as chamadas tintas baixo VOC (baixo contedo de volteis orgnicos).

    2.3.4 Rendimento Terico e Rendimento no Campo

    Os rendimentos das tintas so registrados em metros quadrados por litro (m2/litro) ou metros quadrados por galo (m2/galo).

    Rendimento terico (R.T.)

    o rendimento sem levar em conta as perdas, a rugosidade da superfcie e variaes de espessura, ventos, habilidade do pintor, etc. calculado pela frmula a seguir:

    R. T. (m2/litro) = Slidos por Volume x 10 Espessura filme Seco

    Rendimento no Campo (R.C.)

    Tambm chamado de rendimento real, aquele constatado no campo depois de aplicada uma tinta em uma rea de metros quadrados conhecidos. Basta dividir a rea pelo volume de tinta consumido conforme a frmula abaixo.

    R. C. (m2/litro) = rea pintada, m2 Tinta consumida, litros

    2.4 Mecanismos de Proteo das Tintas

    Proteo por Barreira

    O principal mecanismo que a pintura utiliza para proteger as superfcies o de proteo por barreira. Toda pintura em menor ou maior escala possui este mecanismo. Ele baseado na impermeabilidade da resina, tintas de alta espessura, tintas contendo pigmentos lamelares.

    Pigmentos lamelares (xido de ferro micceo, alumnio lamelar) aumentam a proteo por barreira, pois na pelcula de tinta procuram ficarem paralelos ao substrato, criando uma barreira adicional para a umidade, o chamado efeito tijolinho.

    Proteo Catdica

    Tintas pigmentadas com alto teor de zinco metlico (ricas em zinco) conferem ao ao alm da proteo por barreira uma proteo catdica que pode ser comparada com a proteo que a zincagem a fogo proporciona ao ao. O zinco se oxida para proteger o ao.

    Espessura mida de 100m

    Espessura mida de 100m

    Espessura seca de 82m

    Espessura seca de 50m

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    Proteo Andica

    Em tintas pigmentadas com o pigmento fosfato de zinco, quando a umidade tenta atacar o ao em um local de pintura danificada, o pigmento reage com a umidade e produz um meio no corrosivo.

    Outros pigmentos anticorrosivos tais como zarco e cromato de zinco no so mais utilizados por fabricantes conscientes devido serem nocivos sade.

    2.5 Formao do filme de Tinta

    A tinta em sua forma lquida pode ser considerada como um produto intermedirio que s tem seu real valor quando aplicada em um objeto e vem a formar uma pelcula contnua, slida e aderente. Este processo chamado formao do filme.

    Existem dois mecanismos bsicos de formao do filme:

    Secagem Fsica: Todas as tintas a base de solventes depois de aplicadas liberam seus solventes por evaporao. As tintas que s possuem esse mecanismo geram pinturas que se dissolvem a qualquer momento pelo contato com o seu solvente. Exemplo: Tintas acrlicas a base de solventes, laca nitrocelulose, esmaltes para unhas.

    Cura Qumica: Juntamente com a evaporao dos solventes (exceo para tintas sem solventes) ocorre converso do filme de tinta aplicado pela reao dos componentes misturados antes da aplicao ou por reao da tinta com componentes do ar. Exemplos: Tintas epxi Reao da mistura dos componentes A e B, Tintas poliuretano reao da mistura dos componentes A e B, Tintas alqudicas reao com o oxignio do ar.

    2.6 Classificao das tintas quanto funo

    De acordo com a posio da demo de tinta no sistema de pintura, a tinta pode estar desempenhando papel de primer,

    intermediria ou acabamento ou uma funo especial.

    Primer ou fundo: a primeira demo, algumas vezes tambm a segunda, tem contato direto com o substrato (ao, concreto, galvanizado, etc.) deve promover aderncia e conferir proteo.

    Intermediria: Completa a espessura desejada do esquema de pintura. Deve ser compatvel com o primer que cobrir e servir de base para a demo que se segue, acabamento.

    Acabamento: Confere cor e brilho desejados. Completa a impermeabilidade do sistema. Deve resistir s agressividades do meio ambiente que ficar exposto. Funes especiais ou especficas:

    Primer/Acabamento: Tinta que rene as duas propriedades descritas.

    2.7 Principais Famlias de Tintas Industriais

    2.7.1 Alqudicas

    Vantagens: Fcil de aplicar, Mono-componente, Boa resistncia ao intemperismo e Baixo Custo.

    Limitaes: Baixa resistncia qumica, Baixa resistncia a abraso, Baixa espessura, Somente para atmosfera industrial leve.

    O mecanismo bsico de secagem das tintas alqudicas por oxidao com o oxignio do ar.

    2.7.2 Acrlicas (a base de solventes orgnicos)

    Vantagens: Secagem rpida, Alta resistncia ao intemperismo, Reteno de cor e brilho, Durvel, Mono-componente.

    Limitaes: Baixa resistncia a solventes, leo e graxa, termoplstico, Meio corrosivo moderado, No possvel formular tintas de baixo VOC, utilizada apenas como acabamento.

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    As resinas acrlicas na pintura imobiliria so formuladas base dgua para serem aplicadas em reas onde, por razes de segurana, vedado o uso de solventes, ou ainda, em indstrias alimentcias onde a evaporao dos solventes poderia contaminar os processos de fabricao.

    2.7.3 Epxis

    Vantagens: Alta resistncia qumica / solvente Alta resistncia mecnica Aderncia Impermeabilidade (gua doce e salgada) Flexibilidade Tintas baixo VOC e zero VOC Tintas com alto slidos Elevada proteo anticorrosiva Durvel

    Limitaes: Perde cor e brilho Gizamento

    So produtos em dois componentes os quais curam atravs de reao qumica entre os componentes. O agente de cura reage com a base para produzir um filme, extremamente duro, aderente e resistente a abraso.

    Como o filme de tinta formado atravs de reaes qumicas, as duas resinas (epxi e agente de cura) devem ser mantidas em separado at a sua utilizao, quando ento so misturadas para que o processo de cura se inicie.

    cada vez maior a presena de tintas epxis para pintura anticorrosiva devido a sua excelente resistncia a meios agressivos, a abraso e principalmente a formulao de tintas de altos slidos e baixo VOC ou zero VOC.

    Em anos recentes, foram desenvolvidos novos sistemas epxis para a preparao de superfcie mecnica (surface tolerant), primer e acabamento ao mesmo tempo (dupla funo), de secagem rpida (fast cure).

    Epxi Alcatro de Hulha (Coaltar Epxi)

    So produtos que combinam as

    propriedades do alcatro de hulha, como Impermeabilidade gua e custo baixo com as excelentes propriedades mecnicas da resina epxi, como dureza e resistncia abraso. Por conta de seu potencial de toxidade est sendo descontinuado. O epxi alcatro de hulha devido sua cor escura, tinha seu uso limitado a reas onde a aparncia no era primordial.

    Epxi a Base Dgua

    A ntida vantagem dos epxis base dgua a no utilizao de solventes, o que resulta em reduo dos riscos de manuseio bem como satisfaz vrios regulamentos visando poluio do ar. Dentre as aplicaes dos epxis base dgua incluem-se as superfcies de ao e concreto. Prev-se, para o futuro prximo, maior importncia para seu uso.

    2.7.4 Poliuretanos Alifticos

    Vantagens: Flexibilidade (Durabilidade) Reteno de cor e brilho Resistncia abraso e solventes Resistncia a atmosferas cidas

    Limitaes: Sensvel a umidade na aplicao. No resiste derramamentos alcalinos.

    Os revestimentos poliuretanos, de modo geral, apresentam-se como tintas bicomponentes. Apresentam caractersticas estticas, fsicas e qumicas distintas dos demais revestimentos de secagem ao ar.

    Os poliuretanos alifticos so caracterizados pela excelente resistncia ao intemperismo sob condies atmosfricas as mais adversas, tais como: orla martima, reas com grande incidncia de raios solares, reas industriais altamente poludas e midas, mantendo brilho e cor, por mais tempo que outras famlias.

    2.7.4 Tinta de Zinco Etil Silicato

    Vantagens: Proteo catdica, dureza, resiste a temperaturas de trabalho at 600oC, resistncia ao lcool e a solventes.

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    Limitaes: Requer rigoroso controle de espessura, requer tima preparao da superfcie, no resiste a produtos cidos ou alcalinos (soda custica).

    Tinta conversvel de zinco metlico e veculo de silicato, possuindo excelente propriedade de proteo anticorrosiva. O teor de zinco metlico na pelcula seca geralmente alto para fornecer proteo catdica quando em contato com eletrlitos.

    Este tipo de tinta requer um alto grau de preparao de superfcie por jateamento abrasivo e deve ser aplicado na espessura recomendada. Espessuras excessivas podem levar ao craqueamento da pelcula.

    Silicones

    Vantagens: Resistem altas temperaturas de trabalho (cerca de 600oC).

    Limitaes: Cuidados com espessura elevada, cores limitadas, requer tima preparao da superfcie.

    A principal utilizao das resinas puras de silicone, no ambiente industrial para altas temperaturas. A seleo dos pigmentos muito importante porque a maioria dos pigmentos se converte ou degrada a temperaturas prximas a 260oC.

    2.8 Especificao de Pintura

    A proteo anticorrosiva pela pintura industrial um dos mais econmicos processos existentes, quando empregada dentro dos melhores conhecimentos e critrios tcnicos. A especificao de pintura o projeto anticorrosivo ou seja a indicao completa para preparo da superfcie e sua pintura. Abaixo exemplo de especificao de pintura.

    Consulte tambm os Boletins Tcnicos e Fichas de Informao de Segurana de Produtos Qumicos (FISPQ) antes de utilizar qualquer uma das tintas de uma especificao.

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    3. Preparao da Superfcie

    3.1 Objetivo

    A Preparao da Superfcie , isoladamente, a operao mais importante e mais cara, que exigir de voc tempo e muita ateno. Caso ela seja mal feita, a pintura ter uma vida curta.

    O objetivo principal remover contaminantes nocivos pintura e criar uma rugosidade que permita satisfatria adeso (perfil de rugosidade). .

    Dentre os vrios contaminantes possveis citamos: Carepa de Laminao, Oleosidades, graxas, tinta velha em mau estado, ferrugem, sais, impurezas, terra, etc.

    3.1.1 Carepa de Laminao

    um contaminante especial, o pecado capital do ao, pois o ao usado na construo e reparos das indstrias geralmente laminado a quente e j sai da siderrgica com a carepa de laminao na sua superfcie. Em chapas pesadas, a camada de carepa pode atingir 250 micrometros de espessura. A carepa de laminao formada na siderrgica quando o oxignio da atmosfera do forno se combina com o metal quente formando os xidos que ficam na superfcie do ao. A maior parte desses xidos se forma durante o processo de laminao, mas outros so formados pelo calor que fica no ao depois que ele laminado, aderindo fortemente sua superfcie como um filme azul-acinzentado.

    A camada de carepa de laminao quebradia e racha com o resfriamento e flexo da chapa. Ela tambm se expande e contrai a uma taxa diferente no ao, tendendo a rachar e cair naturalmente quando a chapa fica exposta atmosfera. A exposio atmosfera era o mtodo

    tradicionalmente usado para a remoo da carepa de laminao, mas as modernas tcnicas de produo no permitem mais que as chapas de ao fiquem expostas atmosfera e a carepa de laminao so geralmente removidas por jateamento abrasivo. Os abrasivos metlicos pesados, que limpam pela energia de impacto, so normalmente usados antes que a placa seja revestida com o primer. Tratamento por ferramentas manuais ou mecnicas no so capazes de remover a carepa conforme citam as normas de preparao da superfcie.

    3.2 Mtodos de Preparao da Superfcie

    Os objetivos da preparao da superfcie so atingidos utilizando-se a associao de mtodos de preparao, em seqncia apropriada. Um nico mtodo no capaz de remover todos os contaminantes, por exemplo: Jateamento abrasivo capaz de remover carepa de laminao e corroso severa, mas no remover sais e graxa.

    3.2.1 Limpeza por Ao Fsico-Qumica (com desengraxantes ou solventes)

    essencial remover a contaminao por leo ou graxa que pode impedir a aderncia da pintura s superfcies.

    Produtos emulsificantes (desengraxantes a base de gua) podem ser utilizados, preferencialmente, no lugar dos solventes. As superfcies limpas por emulsificantes

    devem ser bem lavadas com gua doce aps o seu uso para remover os resduos.

    A norma N-5 descreve o mtodo de limpeza por emulsificantes e com solventes. Se voc estiver escolhendo o uso de solvente, considere sempre os aspectos de sade e segurana e aceitabilidade da superfcie. Para superfcies pintadas necessrio escolher um solvente que no ataque o filme de tinta. No use aguarrs para limpar superfcies que sero pintadas ele pode ser oleoso.

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    Lavagem com gua Doce

    Existem vrias razes para se usar o mtodo de lavagem com gua doce, principalmente a alta presso (presses em torno de 3000 psi), na preparao das superfcies.

    Lavagem com gua doce a alta presso geralmente especificada para qualquer situao em que sais e outros contaminantes solveis (soda, cidos) tenham que ser removidos. Por exemplo, antes de outras operaes de preparao da superfcie, repintura, pintura entre demos, etc.

    3.2.2 Limpeza com Ferramentas Manuais

    Ferramentas: Picadores de ferrugem, escovas de ao, lixas, raspadores, etc.

    Os mtodos manuais de preparao da superfcie so adequados somente para pequenas reas de corroso localizada ou ruptura da pintura. De modo geral, no economicamente compensador preparar grandes reas manualmente e, em qualquer caso, os padres alcanados so geralmente baixos.

    Todos os mtodos manuais deixam uma camada aderente de ferrugem ou placa de corroso sobre a superfcie do ao nu. Isso significa que a probabilidade do aparecimento precoce de falhas no revestimento muito alta. Geralmente utilizado apenas quando outro mtodo mais eficiente no pode ser utilizado ou para pequenas reas que justifiquem seu uso.

    O uso de escovas manuais de ao pode remover a contaminao solta, mas ineficaz para remover as placas de corroso e a corroso profunda. Ela pode, entretanto, polir a placa de corroso residual dando a aparncia de uma superfcie limpa. Se esta superfcie polida for raspada com uma faca, a ferrugem que no foi removida ficar exposta.

    3.2.3 Limpeza com Ferramentas Mecnicas (pneumticas, eltricas)

    Ferramentas: Lixadeiras, escovas de ao rotativas, pistolas de agulhas (agulheiros), enceradeiras, marteletes, e outras.

    Mais eficaz que a limpeza por ferramentas manuais, contudo no remove todos os produtos da corroso e carepa de laminao aderida. Deve-se tomar cuidado para no polir a superfcie uma vez que isto reduzir a adeso do primer. descrito na norma N-7.

    O uso de agulheiro imprescindvel para o tratamento de corroso por pites (cavidades). Lixadeiras com gro grosso so teis em remover resduos de corroso e proporcionar ranhuras para uma melhor aderncia das tintas em superfcies planas. As escovas de ao rotativas devem ser evitadas pois tendem a polir a superfcie.

    3.2.4 Jateamento Abrasivo Seco a Ar Comprimido

    Desde o incio de sua aplicao nos anos 30, o jateamento abrasivo tornou-se o tipo de preparao de superfcie mais utilizado. Isso se deve natureza confivel do equipamento, sua versatilidade e eficincia na limpeza dos substratos. O sistema funciona basicamente pela propulso do abrasivo a alta velocidade junto com o ar comprimido sobre a superfcie. Quanto maior a velocidade e fora do impacto, maior a velocidade de limpeza.

    A tcnica de jateamento abrasivo produz grandes quantidades de abrasivo usado e poeira. A poluio e os problemas de segurana causados pelo jateamento em rea aberta so inaceitveis em algumas situaes e o processo est sendo cada vez mais proibido no mundo. O uso de areia como abrasivo est proibido no Brasil. Tcnicas alternativas de preparao de superfcie esto sendo desenvolvidas e as que prometem mais so: jateamento abrasivo mido, jateamento em circuito fecho e hidrojateamento.

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    Acima:Esquema bsico de uma mquina de jateamento

    3.2.5 Jateamento Abrasivo mido

    uma tcnica onde se utiliza uma mistura de abrasivo e gua para limpar as superfcies. Sua maior vantagem que ele pode reduzir em muito a poeira, sendo usada em situaes em que a poeira produzida pelo jateamento com abrasivo seco poderia causar problemas. As tcnicas mais comuns de jateamento mido so:

    3.2.5.1 Jateamento Abrasivo mido Pressurizado a Ar

    Este mtodo usa o ar comprimido para impulsionar o abrasivo. Muitos sistemas usam equipamentos de jateamento a seco modificados. A gua pode ser acrescentada ao fluxo de abrasivos em diversos pontos, isto , na mquina de jateamento, junto ao bico de jato ou logo antes do bico de jato.

    Outros sistemas ajustam um anel adaptador (chuveirinho) a um bico de jateamento convencional, envelopando o fluxo de abrasivo em gua. Esse mtodo de cortina de gua no mistura o abrasivo com a gua, mas o prprio invlucro de gua pode reduzir os nveis de poeira em 50-70%. Muitos operadores desligam a cortina de gua no meio do jateamento, quando eles podem passar sem ela, continuando o servio como se fosse uma operao normal de jateamento a seco. Como esse tipo de jateamento usa os equipamentos convencionais do jateamento a seco ao invs de equipamentos de alta tecnologia pressurizados a gua, os seus custos so relativamente baixos e a

    velocidade de limpeza geralmente atinge 70-90% da velocidade do jateamento a seco.

    3.2.5.2 Jateamento Abrasivo mido Pressurizado gua

    Este mtodo essencialmente adiciona um abrasivo (seco ou mido) a um jato de gua a alta presso. O sistema mistura gua e abrasivo em uma unidade especial e ento bombeia essa mistura para o bico de jateamento com uma bomba de baixa presso. As mquinas mais simples podem bombear o abrasivo para o bico sem misturar com gua, ou ento o abrasivo pode ser simplesmente succionado para dentro do bico a partir de um reservatrio, pelo efeito venturi criado pela passagem da gua a alta presso.

    A superfcie preparada por jateamento abrasivo mido no tem o mesmo aspecto das superfcies preparadas por jateamento abrasivo seco, j h presena de gua no processo e esta far com que ocorra um natural enferrujamento do ao (flash rusting) em maior ou menor velocidade dependendo das condies climticas e temperatura do ao, dentre outros fatores.

    Um dos aspectos mais discutidos quanto ao uso de inibidores de corroso na gua com objetivo de evitar a oxidao instantnea do ao. Os inibidores de corroso so solveis e considerados contaminantes que podem causar falha da pintura caso os seus resduos no sejam removidos atravs de lavagem com gua

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    Ao com corroso inicial Flash Rusting - aps hidrojateamento

    grau D Leve Moderado Severo

    doce antes da aplicao do esquema de pintura, principalmente para regies imersas. Tambm se deve levar em considerao a toxidez do produto quando lanado ao meio ambiente.

    3.3 Preparao do Ao para a Pintura

    Durante a preparao da superfcie voc pode perceber respingos de solda, arestas muito cortantes, rebarbas de ao, pontos estes favorveis corroso, suavize-os com esmeril, a fim de que a pelcula de tinta a ser aplicada fique mais uniforme e protetora.

    4. Manuseio e Aplicao das Tintas Industrias

    Nem a mais avanada tinta, poder oferecer desempenho timo sobre uma superfcie inadequadamente preparada ou mal aplicada. No apenas perda de tempo, mas tambm desperdcio de tinta boa. Na Pintura Industrial o objetivo principal a ser atingido na aplicao de tintas a formao de uma pelcula contnua e uniforme sobre a superfcie a ser protegida.

    Dentro de uma lata de tinta pode existir o melhor produto, mas se este produto no for corretamente manuseado e aplicado, ele no servir da nada. E, toda esta responsabilidade est nas mos dos pintores. Desta forma, conhecimento e qualificao da mo de obra nunca so demasiados.

    4.1 Armazenamento de Tintas

    Os locais para armazenamento de tintas e solventes, devem ser cobertos, secos e bem ventilados; no sujeitos a calor excessivo, a centelhas, a descargas atmosfricas e luz solar direta. Armazenar sobre concreto ou outro pavimento impenetrvel. Os locais devem ser exclusivos e providos de sistema de combate a incndio. Aconselhvel sistema eltrico blindado para centelhas.

    O empilhamento deve respeitar os seguintes limites mximos:

    5 caixas com gales (20 gales) 4 caixas com latas de 5 litros (24 latas) 5 Baldes

    Agrupar as tintas por lotes e numa disposio que possibilite a retirada em primeiro lugar do lote mais antigo.

    No permitir acesso a pessoas no autorizadas.

    No permitir fumo em reas de pintura e estocagem de tintas.

    Observar as leis e regulamentaes pertinentes. Para materiais contaminados com tintas e solventes que no podem ser reaproveitados a melhor forma de destinao : co-processamento, incinerao ou envio para aterro industrial.

    Setor de Pintura:

    Um ambiente organizado e limpo favorece a segurana, manuseio das tintas, equipamentos, etc.

    Tambm, sempre til manter estampado o plano de pintura com as informaes relevantes em local visvel.

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    Latas de tintas de dois componentes utilizadas parcialmente devem formar um par inseparvel (Componentes A & B) at serem consumidas.

    Mantenha o ambiente provido de extintores em condies de uso. Use luvas de borracha sinttica para manusear removedores, agentes corrosivos e solventes.

    4.2 Condies para a Pintura

    Mau tempo um problema familiar para aqueles que realizam pintura. A umidade relativa do ar, isoladamente, raramente cria problemas. A maioria das tintas tolera alta umidade, desde que no esteja ocorrendo condensao na superfcie a ser pintada, exceo para as tintas poliuretnicas que so sensveis umidade e no se recomenda na aplicao e durante a cura, umidade relativa do ar maior que 80%. Algumas tintas de ltima gerao podem ser aplicadas sem restrio de umidade e ponto de orvalho (por exemplo: Interbond 998).

    Os fatores mais importantes a serem considerados na pintura industrial so:

    Condies atmosfricas (preferveis dias firmes e claros, pouco vento).

    Condies da superfcie (temperatura no mnimo 3oC acima do ponto de orvalho).

    Umidade relativa do ar abaixo de 85%.

    Uma exceo a Tinta Etil silicato de zinco (inorgnico) que no tem restrio de umidade relativa mxima, mas requer umidade mnima de 50% e temperatura da superfcie 3o Centgrados acima do ponto de orvalho.

    4.3 Inspeo das Tintas

    Prazo de validade: Os prazos de validade estampados nas embalagens possuem, usualmente, uma larga margem de segurana. Prazo de validade excedido no significa necessariamente produto imprestvel para uso. Entretanto, se o

    prazo de validade foi ultrapassado, separe o produto. Consulte seu encarregado que orientar como proceder.

    Estado da Embalagem: Verificar se a embalagem est em bom estado. Muito cuidado com latas estufadas (tampa e/ou fundo), isto sinal de presso interna, exposio ao calor, etc. Caso queira abrir a lata, cubra a tampa com pano e pressionando tampa/pano, abra a tampa lentamente at aliviar a eventual presso interna.

    4.4 Homogeneizao

    normal tintas apresentarem sedimentao dos pigmentos no fundo da lata. Para homogeneizar necessrio agitar com uma esptula. No caso de baldes convm usar um agitador pneumtico. Tinta bem homogeneizada aquela que no apresenta grumos, diferentes tons de cor ou sedimentao.

    4.5 Cuidados Especiais com Tintas em Dois Componentes (Bicomponentes)

    Estas tintas so as mais resistentes corroso e as que tm maior durabilidade, porm so mais exigentes quanto ao seu manuseio e preparao, por isso muito importante observar rigorosamente instrues a seguir:

    Componentes: Estas tintas so fornecidas em dois componentes assim chamados:

    Componente A, tambm chamado de Base.

    Componente B, tambm chamado de Endurecedor, Agente de Cura, ou Catalisador.

    Usualmente, na embalagem do Componente A existe espao suficiente para o contedo do Componente B correspondente.

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    Relao de Mistura:

    Varia de um tipo de tinta para a outra e normalmente expressa em volume. Exemplo: Interthane 990, relao de mistura = 6:1, ou seja, so 6 partes de A para uma de B.

    Mistura dos Componentes

    Homogeneizar primeiro o Componente A, depois homogeneizar o Componente B. Em seguida, sob agitao, o Componente B deve ser adicionado lentamente ao Componente A, at formar uma mistura homognea.

    Dica: Caso o Componente B seja transparente, como um verniz, no necessrio homogeneiz-lo. Est pronto para a mistura.

    Tempo de Induo

    Depois de misturados A e B e antes da aplicao, a mistura deve descansar, ficando em repouso por uns 5 a 10 minutos. Isto se faz necessrio para que a reao entre os dois componentes se inicie dentro da lata, normalmente. Tintas mais modernas podem no requerer tempo de induo. Interseal 670HS no requer tempo de induo.

    Depois de misturados A e B, a tinta deve ser utilizada dentro do Tempo de Vida til da Mistura.

    Tempo de Vida til da Mistura

    o prazo de tempo que um tipo de tinta especfico, de dois componentes, permite sua aplicao sem perder suas caractersticas, depois de misturados os componentes A e B.

    Tinta de dois componentes que tenha ultrapassado o Tempo de Vida til da Mistura no deve ser aplicada, mesmo que ela esteja aparentemente lquida e boa quando na verdade no mais est.

    O tempo de vida til da mistura depende da temperatura.

    Exemplo: Interseal 670HS 25oC, vida til da mistura de 2 horas. Interseal 670HS 40oC, vida til da mistura de 1 hora.

    Preparando Pequenos Volumes (menores que um galo)

    Primeiro veja o seguinte: Um galo de tinta representa 3,6 litros.

    Agora veja este exemplo: Ao adquirir um galo de tinta bicomponente, voc recebeu dois volumes, uma embalagem de galo (parte A) e outra embalagem menor (parte B). No boletim tcnico do produto voc verificou que a relao de mistura (A : B) de 3:1, ou seja, 3 partes de A para cada parte de B.

    Ento, para que voc no seja roubado e esteja sendo respeitada a relao de mistura, a embalagem em galo (parte A) tem que conter 2,7 litros e a embalagem menor (parte B) tem que ter 0,9 litros.

    2,7 litros + 0,9 litros = 3,6 litros.

    E, veja s ... 2,7 = 0,9 + 0,9 + 0,9 (3 vezes parte B)

    Assim ento, voc pode retirar 3 pores iguais da Parte A e reuni-la em um recipiente vazio com 1 poro igual s anteriores de Parte B.

    Quanto menor a medida (poro) menor ser o volume de tinta preparado.

    4.6 Intervalos de Repintura

    Intervalo mnimo para repintura:

    o tempo mnimo que uma pelcula de tinta depois de aplicada deve aguardar para receber a prxima demo do plano de pintura.

    Intervalo mximo de repintura:

    o tempo mximo que uma pelcula de tinta aplicada pode aguardar para receber a prxima demo do plano de pintura.

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    Ateno: Temperatura ambiente, temperatura do substrato, ventilao e umidade relativa do ar

    (em certos casos) tem influncia direta no tempo de cura e intervalos de repintura, para mais ou para menos. Consulte sempre os boletins tcnicos dos produtos.

    4.7 Mtodos de Aplicao

    A tinta s mostra seu valor quando for transferida da lata para a superfcie devidamente tratada e transformar-se numa pintura uniforme, aderente e impermevel que ir proteger e embelezar por muitos anos equipamentos, estruturas, tanques, dentre outros. Os mtodos de aplicao mais usuais na pintura industrial so:

    4.7.1 Aplicao por Espalhamento de Contato

    Aplicao com Trincha

    Para pequenas reas onde o rolo e a pistola no entram. Seu emprego obrigatrio nas reas de reforo ou recorte (strip coat) tais como cantos vivos, cordes de solda, escalopes, arestas, etc., locais estes que devem ter a pintura reforada, pois so onde a corroso ataca preferencialmente.

    Ao trmino da pintura, limpe o pincel ou trincha em solvente adequado e aps secos envolva em papel ou plstico e guarde de maneira a no deformar os pelos, suspensos pelo cabo por exemplo.

    Aplicao com rolo

    Para reas planas e grandes. O rolo mais adequado para a pintura industrial o feito com plo de carneiro, o rolo antes do uso deve ser preparado para eliminar plos soltos. Para a aplicao de primers recomendada a tcnica de aplicao em movimentos cruzados.

    O controle da espessura pode no ser facilmente obtido. Como na aplicao a trincha, geralmente, altas espessuras no podem ser obtidas, salvo em superfcies horizontais onde a tinta pode ser derramada.

    4.7.2 Aplicao por Pulverizao

    Aplicao por Pulverizao a Ar - Convencional

    um mtodo para reas planas e grandes, porm exige maiores conhecimentos e prtica. Locais inacessveis ou de difcil acesso para o jato de tinta devem ser pintados por rolo ou trincha com o cuidado de manter a espessura mnima recomendada para a regio.

    Neste sistema o ar misturado com a tinta. A maior desvantagem deste sistema que geralmente as tintas de alta espessura no podem ser aplicadas por este mtodo, muitas tm que ser diludas para se obter uma pulverizao satisfatria.

    Tipos de Pistolas de Pintura Convencional

    Existem trs modos de trabalhar com as pistolas de pintura. O primeiro o tradicional caneco em baixo da pistola (denominado sistema de suco), o segundo, com o caneco na parte superior (denominado de sistema de gravidade) e o terceiro, o mais utilizado na pintura industrial, onde as pistolas so alimentadas pela tinta sob presso (tanque pressurizado ou bomba).

    Pistolas Alimentadas sob Presso

    Neste tipo de pistola a alimentao de tinta vem de um recipiente pressurizado ou de uma bomba de alimentao. Assim no s evitam-se paradas contnuas como tambm torna a pistola extremamente fcil de manejar, e aumenta-se notavelmente a possibilidade de regulagens: variando a presso de alimentao da tinta se obtm vazes diversas, logo uma diferente velocidade de aplicao sem a substituio do bico.

    Ao Lado: Vista de equipamento bsico de pintura por tanque de presso.

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    Com as pistolas de pintura por pulverizao possvel aplicar uma vasta gama de produtos, obtendo-se superfcies muito lisas e uniformes. Uma boa aplicao necessita de:

    Uma regulagem adequada do fluxo de ar e da tinta

    O uso de bicos compatveis com o produto a aplicar

    Uma correta diluio O emprego de diluentes adequados A aplicao em condies de

    temperatura e umidade previstas para a tinta

    Aplicador habilidoso.

    Pulverizao Hidrulica (Airless Spray)

    Seu uso no comum. o melhor processo para reas extensas mas requer largo conhecimento e prtica, tem maior produtividade e menor perdas em se comparando com o sistema convencional.

    Tintas de altos slidos ou sem solventes de alta espessura podem ser aplicadas sem diluio na espessura desejada. O ar no se mistura com a tinta.

    4.8 Controle de Espessura mida

    A leitura da espessura mida da tinta imediatamente aps sua aplicao um bom mtodo para controle da espessura que est sendo aplicada.

    Para cada produto e espessura seca

    desejada corresponde uma espessura mida. Exemplos: Interseal 670 HS: para 100m secos, aplicar 122m midos. Interseal 670 HS: para 150m secos, aplicar 183m midos. Interthane 990: para 50m secos, aplicar 88m midos.

    Espessura mida a ser aplicada = E.F.S. x (100 + % diluio)

    Slidos por Volume

    Usa-se um medidor que contm uma srie de dentes calibrados que so pressionados firmemente na camada mida de tinta a 90o da superfcie. A espessura mida corresponde ao maior valor de dente molhado pela camada de tinta.

    importante que os dentes sejam mantidos limpos e estejam isentos de tinta.

    4.9 Cuidados Especiais com Regies Crticas

    Seja qual for o mtodo escolhido a aplicao de demo de reforo (stripe coat) em cantos vivos, cordes de solda, etc., de vital importncia. Para tal, trincha/pincel e rolo so ferramentas indispensveis.

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    4.10 Falhas e Defeitos

    Este um assunto que no gostaramos de abordar, mas de fato falhas e defeitos podem ocorrer. Estes acontecem durante a aplicao, durante a secagem e cura da pintura ou em servio, de maneira localizada ou generalizada.

    De maneira positiva vamos procurar abordar as principais falhas e defeitos de maneira que as evitemos pelo conhecimento de suas causas.

    Corroso Precoce:

    A pintura exposta ao meio ambiente apresenta corroso muito antes do tempo de vida previsto. As causas so as mais variadas. No caso de falhas localizadas, significam que estes locais no receberam o mesmo cuidado das demais reas seja no tratamento da superfcie ou na aplicao das tintas. Cordes de solda que no receberam demo de reforo (stripe coat) e locais de baixa espessura do filme seco (E.F.S.) costumam ser fontes de corroso precoce.

    Ao lado, Tinta Etil Silicato: Incio de corroso por baixa espessura.

    Escorrimento ou descaimento:

    Ocorre durante a aplicao ou logo aps. A pintura ter sua cosmtica prejudicada e em alguns tipos de escorrimentos pode ocorrer prejuzo tambm para a proteo anticorrosiva. As causas mais comuns so aplicaes de espessura de filme mido (E.F.U.) muito alm do especificado e diluio excessiva da tinta.

    Crateras ou olhos de peixe:

    Surgem durante a aplicao ou secagem da pintura. Pode ser sinal de que algo est contaminado com gua ou leo, o ar comprimido utilizado para pulverizao, latas utilizadas para a mistura da tinta, pistola com lubrificante, etc.

    Pulverizao seca ou dry-spray:

    Ocorre durante a aplicao por pulverizao a tinta no molha a superfcie. A pintura fica porosa ou parecendo uma lixa. As causas principais so tcnicas de pulverizao, temperatura elevada e ventos.

    Descascamento, descolamento, perda de aderncia:

    Ocorre aps cura das demos ou em servio. As causas mais comuns so contaminao da superfcie antes da pintura e aplicao aps o intervalo mximo de repintura.

    Perda de brilho ou manchamento:

    A pintura depois de curada no apresenta o brilho ou cor costumeira. Ocorre principalmente com acabamentos poliuretano ou epxi que ficam expostos a umidades altas ou pegam chuva durante a secagem e cura.

    Enrugamento:

    A pintura depois de curada, em servio, apresenta enrugamento na parte externa e mida em seu interior. Isto ocorre em tintas de cura qumica por absoro de oxignio como as tintas alqudicas (sintticas) e tintas a leo quando aplicadas com espessura acima do recomendado.

    Ao lado: Pintura alqudica com enrugamento.

    5. Sade, Segurana e Meio Ambiente

    No seu treinamento para pintor voc est recebendo no s as informaes para se tornar competente na pintura industrial mas tambm treinamento para executar seu trabalho com segurana, bem estar e respeito ao meio ambiente. Como reforo a este treinamento citamos:

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    Equipamentos de Proteo Individual:

    Verifique sempre os recursos e equipamentos de segurana que sero necessrios e se esto em boas condies de uso.

    5.1 Descarte de Resduos dos Servios de Pintura

    Descarte de embalagens vazias de tintas

    Latas vazias com resduo seco (tinta isenta de solvente) podem ser prensadas e enviadas para serem

    fundidas em fornos de siderrgicas.

    Antes de descartar as embalagens de tinta, dever ser retirado o mximo possvel de seu contedo e a embalagem dever ser inutilizada, fazendo-se um furo no fundo da mesma, com objetivo de evitar o seu uso para outros fins.

    Descarte de Resduos de Tinta

    Os resduos de tintas em grandes quantidades so reciclados em empresas especializadas nestes servios. O resduo de tinta deve ser retirado da embalagem (mximo possvel) e colocado em um tambor fechado e identificado.

    Descarte de Solvente Usado (Sujo com Tinta) em grande Quantidade

    Os solventes usados podem ser enviados para serem reciclados em empresas especializadas nestes servios. O solvente

    sujo deve ser colocado em um tambor fechado e identificado.

    Descarte de Borra de Tinta ou Solvente (Pequenas Quantidades)

    Os solventes ou borras de tintas, por serem inflamveis, so enviados para incinerao e/ou co-processamento em empresas especializadas.

    Descarte de materiais impregnados com tinta ou solventes (trapos, papis, plsticos, ferramentas no reaproveitveis)

    Este tipo de material pode ser enviado para incinerao e/ou co-processamento em empresas especializadas

    5.2 Ficha de Informao de Segurana de Produtos Qumicos (FISPQ)

    Assim como o Boletim Tcnico do produto, a FISPQ um documento informativo fornecido pelo fabricante de tinta que serve para informar o aplicador sobre os requerimentos de segurana para cada produto. Quando um produto bicomponente h duas fichas FISPQ, uma para a parte A e outra para a parte B.

    A FISPQ dividida em vrias sees. Cada Seo fornece uma informao especfica. Dentre elas:

    1) identificao do produto e da empresa composio e informao sobre os ingredientes 3) Identificao dos perigos 4) Medidas de primeiros socorros 5) Medidas de combate a incndio 6) Medidas de controle para derramamentos ou vazamentos 7) Manuseio e Armazenamento 8) Controle de exposio e proteo individual 9) Propriedades Fsico Qumicas 10) Estabilidade e Reatividade 11) Informao toxicolgica 12) Informao ecolgica 13) Consideraes sobre tratamento e disposio 14) Informao sobre transporte 15) Regulamentaes 16) Outras informaes Em adio a FISPQ o boletim tcnico da Tinta pode informar algumas outras notas gerais de segurana.