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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999 ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO Editado pelo DEPARTAMENTO DE CÂMBIO Abr/Jun Brasília Análise do Mercado de Câmbio 1999 Ano 07

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 1

ANÁLISEDO

MERCADO DE CÂMBIO

Editado peloDEPARTAMENTO DE CÂMBIO

Abr/JunBrasíliaAnálise do Mercado de Câmbio 1999 Ano 07

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio2

ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO . Brasília: Banco Central do Brasil,1993- Trimestral

1. Câmbio. 2. Economia - Brasil. I. Banco Central do Brasil.

CDU 336.745

Trabalho elaborado pela Consultoria de Acompanhamento do Mercado de Câmbio - CONACEditoração: SECRE/SUREL

As opiniões expressas no trabalho não representam, necessariamente, a posição oficialdo Banco Central do Brasil. É permitida a reprodução total ou parcial das matérias, desdeque citada a fonte. Comentários e sugestões podem ser encaminhados ao Departamentode Câmbio por intermédio do correio eletrônico do SISBACEN, do E-MAIL ou do endereçoe telefones abaixo.

Banco Central do BrasilDiretoria de Assuntos Internacionais - DIREXDepartamento de Câmbio - DECAMSBS Quadra 3 Bloco BEdifício Sede 3º andar70074-900 Brasília (DF) BRASILTel.: (061) 414-1698/1689/2275Fax: (061) 414-2410E-Mail: [email protected]

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Banco Central do Brasil 3

SUMÁRIO

Índice de Tabelas e Gráficos............................................................................ 5

APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 9

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13

2. POLÍTICA CAMBIAL ................................................................................... 17

3. MERCADO DE CÂMBIO ............................................................................. 29

4. SEGMENTO DE TAXAS LIVRES

4.1. Balança Comercial Cambial ................................................................. 39

4.2. Movimento Financeiro .......................................................................... 49

5. SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES ..................................................... 61

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Banco Central do Brasil 5

Índice de Tabelas e Gráficos

2 - POLÍTICA CAMBIAL

Tabelas

2.1 - Variação Cambial x CDI ................................................................................. 17

2.2 - Compra/Venda Líquida de Divisas pelo Banco Central ................................ 21

2.3 - Posição de Câmbio do Mercado - Fechamento Mensal ............................... 22

2.4 - Reservas Internacionais ................................................................................ 23

2.5 - Mudanças nas Bandas e Intrabandas Cambiais ........................................... 24

2.6 - Leilões Realizados pelo Banco Central ......................................................... 24

Gráficos

2.1 - Intrabandas e Cotações Cambiais ................................................................ 18

2.2 - Fluxo Líquido Diário - Segmento Livre .......................................................... 18

2.3 - Aquisições Líquidas do Banco Central .......................................................... 19

2.4 - Posição de Câmbio do Sistema Bancário ..................................................... 19

2.5 - Reservas Internacionais ................................................................................ 20

Quadro2.1 - Metas de Taxas de Juros - mar/jun 1999 ................................................... 23

3 - MERCADO DE CÂMBIO

Tabelas

3.1 - Operações de Câmbio Contratadas. ............................................................. 29

3.2 - Fluxo no Mercado Primário ............................................................................ 31

3.3 - Operações Comerciais e Financeiras - Média Diária .................................... 32

3.4 - Interbancário - Volume Negociado ................................................................ 33

3.5 - Distribuição por Segmento ............................................................................ 35

Gráficos

3.1 - Giro Total ........................................................................................................ 30

3.2 - Movimento Primário - Média Móvel Diária (Segmento Livre) ........................ 32

3.3 - Média Diária do Interbancário ........................................................................ 33

3.4 - Relação Interbancário x Primário - ................................................................ 34

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4 - SEGMENTO DE TAXAS LIVRES

4.1 Balança Comercial Cambial

Tabelas

4.1.1 - Câmbio Contratado - Fluxo ........................................................................ 39

4.1.2 - Balança Comercial Física ........................................................................... 41

4.1.3 - Câmbio Comprado a Liquidar - Exportação ............................................... 42

4.1.4 - Formas de Contratação das Exportações .................................................. 43

4.1.5 - Saldos Contábeis Mensais das Linhas de Crédito..................................... 44

4.1.6 - Prazo Médio Previsto p/ Liquidação dos Contratos de Exportação .......... 46

Gráficos

4.1.1 - Contratações de Exportação ...................................................................... 40

4.1.2 - Contratações de Importação ...................................................................... 41

4.1.3 - Exportações Físicas ................................................................................... 42

4.1.4 - Importações Físicas .................................................................................... 43

4.1.5 - Importações Cambiais x Físicas ................................................................. 44

4.1.6 - Exportações Cambiais x Físicas ................................................................. 45

4.1.7 - Câmbio Comprado a Liquidar - Exportação - Saldo Contábil .................... 45

4.1.8 - Formas de Contratação das Exportações .................................................. 46

4.1.9 - Saldos Contábeis das Linhas de Crédito ................................................... 47

4.2 Movimento Financeiro

Tabelas

4.2.1 - Operações Financeiras............................................................................... 49

4.2.2 - Ingressos Financeiros ................................................................................. 50

4.2.3 - Remessas Financeiras ............................................................................... 52

4.2.4 - Ingressos Líquidos ...................................................................................... 54

Gráficos

4.2.1 - Saldo Financeiro Mensal ............................................................................ 50

4.2.2 - Saldo Financeiro Acumulado em 12 meses ................................................. 51

4.2.3 - Ingressos de Investimentos Diretos - Câmbio Contratado......................... 53

4.2.4 - Investimento Direto Líquido Acumulado em 12 meses -

Câmbio Contratado. .................................................................................... 55

4.2.5 - Resolução 1.289 - Anexos I a V - Contratação Líquida ............................. 55

4.2.6 - Ingressos de Capital Estrangeiro - Itens Selecionados

Câmbio Contratado ..................................................................................... 56

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Banco Central do Brasil 7

5 - SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES

Tabelas

5.1 - Fluxo Total ...................................................................................................... 62

5.2 - Operações entre Instituições ......................................................................... 63

5.3 - Operações com Clientes ............................................................................... 65

5.4 - Viagens Internacionais .................................................................................. 66

5.5 - Transferências Unilaterais - Principais Rubricas ........................................... 67

5.6 - Transferências Unilaterais - Rubricas e Países Selecionados ..................... 68

5.7 - Fluxo Primário Anual do Segmento Flutuante .............................................. 69

Gráficos

5.1 - Volume Total Negociado (turnover) ............................................................... 61

5.2 - Operações com Instituições no Exterior - Remessas

(por país de domicílio das Instituições) ......................................................... 62

5.3 - Cartões de Crédito Internacionais - Saldo Líquido ....................................... 64

5.4 - Cartões de Crédito Internacionais - Ingressos e Remessas -

valor médio diário........................................................................................... 66

5.5 - Fluxo Primário Líquido Diário ........................................................................ 68

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Banco Central do Brasil 9

APRESENTAÇÃO

O boletim Análise do Mercado de Câmbio é uma publicação de periodicidadetrimestral elaborada pelo Departamento de Câmbio do Banco Central do Brasil.Este trabalho, que nasceu da necessidade interna de análise permanente dofluxo primário de divisas, passou a ser publicado em 1994, em atenção ademandas de diversos setores da sociedade, e atualmente é divulgado por meiode ambiente eletrônico (www.bcb.gov.br).

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1. INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

A presente edição cobre o segundo trimestre de 1999, onde pode ser destacadaa melhor acomodação do mercado frente ao novo regime cambial de taxas flutuantesadotado em janeiro. Além da menor volatilidade na taxa de câmbio, o período emanálise apresentou recuperação nos volumes negociados no mercado de câmbio erelevante melhora do fluxo cambial – o primeiro resultado trimestral positivo desdeo terceiro trimestre de 1998.

A evolução da taxa de câmbio é objeto de análise em POLÍTICA CAMBIAL,que traz ainda o comportamento das posições de câmbio do sistema bancário. Ocapítulo MERCADO DE CÂMBIO, por sua vez, demonstra o movimento global dedivisas, com crescimento nos volumes trimestrais após duas quedas consecutivas– basicamente em função de maiores negociações interbancárias. O fluxo primáriode divisas, embora tenha mostrado redução no volume de negócios, apresentousubstancial melhora em seu saldo líquido, alcançando, no trimestre, superávitsuperior a US$ 1 bilhão.

O melhor desempenho no fluxo de divisas é atribuído basicamente aosresultados positivos verificados na BALANÇA COMERCIAL CAMBIAL, com aumentona contratação de exportações e diminuição das importações; e no MOVIMENTOFINANCEIRO, que apresentou maiores ingressos a título de Commercial Papers,Bonus e Notes, além de investimentos diretos e aplicações no mercado de capitais.Também foi importante o forte crescimento dos ingressos decorrentes de operaçõescom instituições no exterior, cursadas no SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES,incentivadas pela redução da alíquota de IOF, mais do que compensando as maioresdespesas em viagens internacionais e menores ingressos de transferênciasunilaterais do trimestre.

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2. POLÍTICA CAMBIAL

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2. POLÍTICA CAMBIAL

No segundo tr i-mestre de 1999, dadasas melhores condiçõesde liquidez de divisas erefletindo a boa percep-ção do mercado comrelação aos parâmetrosde negociação da moe-da estrangeira, a evo-lução da taxa de câmbiomostrou comportamen-to bem mais estável doque o verificado no tri-mestre anterior. O Paíspassou a emitir sinaisconsistentes de recu-peração dos sobre-ssaltos trazidos pelosdesdobramentos dacrise russa e melho-ravam sistematicamenteas perspectivas sobre osreais efeitos da mu-dança do regime cambialna economia brasileira.

À época da adoçãodo regime de l ivreflutuação, em meados dejaneiro, houve forte eimediata desvalorizaçãoda moeda nacional,chegando a atingir R$/US$ 2,1647 em 3 demarço. A partir de então,e até meados do trimestre em análise,a taxa de câmbio apresentouconsistente movimento de valorização,alcançando o mínimo de R$/US$1,6468 em 11 de maio, quando retomoutendência de desvalorização – que se

manteve até o final do trimestre (gráfico2.1). Em 30 de junho, o dólar estavasendo vendido a R$/US$ 1,7695 –desvalorização acumulada de 46,5%em relação à cotação vigente no iníciodo ano. Considerando-se apenas o

2.1 - Variação Cambial x CDI

1998 1/ 8,27 7,88 28,58 18,77 18,77 18,77 Jan 0,65 0,63 2,67 2,00 26,87 2,00 Fev 0,60 0,60 2,11 1,50 19,63 3,54 Mar 0,62 0,62 2,18 1,55 20,29 5,14

1º Tri 2/ 1,88 1,86 7,12 5,14 22,22 5,14

Abr 0,61 0,64 1,69 1,08 13,72 6,28

Mai 0,54 0,66 1,63 1,08 13,79 7,43

Jun 0,56 0,63 1,60 1,04 13,19 8,54

2º Tri 2/ 1,71 1,94 5,00 3,23 13,57 8,54

Jul 0,56 0,61 1,69 1,12 14,32 9,76

Ago 1,16 0,63 1,47 0,31 3,74 10,10

Set 0,74 0,69 2,49 1,74 22,97 12,01

3º Tri 2/ 2,48 1,94 5,75 3,19 13,40 12,01

Out 0,64 0,67 2,93 2,27 30,98 14,56

Nov 0,67 0,61 2,58 1,90 25,29 16,73

Dez 0,62 0,62 2,38 1,74 23,07 18,77

4º Tri 2/ 1,95 1,91 8,10 6,03 26,40 18,77

1999 1/ 46,40 65,17 14,49 -21,80 -21,80 -21,80

Jan 64,08 65,17 2,17 -37,73 -99,66 -37,73

Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79

Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19

1º Tri 2/ 42,47 - 8,01 -24,19 -66,96 -24,19

Abr -3,56 - 2,29 6,07 102,72 -19,59

Mai 3,81 - 1,96 -1,78 -19,42 -21,02

Jun 2,64 - 1,63 -0,98 -11,18 -21,80

2º Tri 2/ 2,76 - 5,99 3,15 13,21 -21,80 Fonte: Sisbacen.

Notas:

1/ Acumulado no ano;2/ Acumulado no trimestre, com exceção da coluna "CDI/US$ Livre-Anualizado", cujo valor éa média geométrica anualizada do trimestre;3/ Variação da taxa de venda, fechamento;4/ Diferencial bruto de rentabilidade;

(Resolução nº 2.588, de 25.0.99).5/ A partir de 1º.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas

(%)CDI/

US$ Livre(ao mês)

4/

CDI/US$ LivreAnualizado

4/

CDI/US$ Livre

Acumulado4/

Período

US$Livre

(ao mês)3/

US$Flutuante(ao mês)

3/ 5/

CDI(ao mês)

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio18

trimestre em análise, entretanto, adesvalorização acumulada foi de 2,8%.

A tabela 2.1, que traz a evoluçãoda taxa de câmbio frente ao rendimentodo CDI – cupom cambial bruto –, dánoção da amplitude relat iva dadesvalorização. Os números da tabelarepresentam, grosso modo, arentabilidade ex-post do capital externoingressado no País para investimentoremunerado em CDI.

Em conseqüência da valorizaçãoda moeda nacional ocorrida em abril e

dos altos juros vigentes no período, osegundo trimestre de 1999 acabou porapresentar cupom cambial bruto de13,21%. Esse resultado é amplamentefavorável se comparado com os 66,96%negativos do trimestre anterior, que foicondicionado pela forte desvalorizaçãoem janeiro. No acumulado do semestre,o rendimento do CDI continua inferiorà variação cambial, levando o cupomcambial bruto a 21,80% negativos.

A propósito, no segundo trimestrede 1999 foi iniciado efetivamente omovimento de redução nas taxas

2.1 - Intrabandas e Cotações Cambiais

1,1750

1,3179

1,4607

1,6036

1,7464

1,8893

2,0321

2,1750

04/0

1

08/0

1

14/0

1

20/0

1

26/0

1

01/0

2

05/0

2

11/0

2

19/0

2

25/0

2

03/0

3

09/0

3

15/0

3

19/0

3

25/0

3

31/0

3

08/0

4

14/0

4

20/0

4

27/0

4

03/0

5

07/0

5

13/0

5

19/0

5

25/0

5

31/0

5

07/0

6

11/0

6

17/0

6

23/0

6

29/0

6

R$/

US

$

LivreFlutuanteLimites da Intrabanda CambialLeilões de Spread

Fonte: Sisbacen.

Notas:1/ A partir de 15.01, a taxa de câmbio passou a ser definida livremente pelo mercado, podendo o Bacen intervir p/conter movimentos desordenados;2/ A partir de 01.02, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

2.2 - Fluxo Líquido Diário - Segmento Livre

-1.200

-1.000

-800

-600

-400

-200

0

200

400

600

800

1.000

05 A

br

07 A

br

09 A

br

13 A

br

15 A

br

19 A

br

22 A

br

26 A

br

28 A

br

30 A

br

04 M

ai

06 M

ai

10 M

ai

12 M

ai

14 M

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18 M

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20 M

ai

24 M

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26 M

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28 M

ai

01 J

un

04 J

un

08 J

un

10 J

un

14 J

un

16 J

un

18 J

un

22 J

un

24 J

un

28 J

un

30 J

un

US

$ m

ilhõe

s

Fonte: Sisbacen.

Nota: Inclui exportações, importações, ingressos e remessas financeiras.

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Banco Central do Brasil 19

básicas de juros, que, em 5 de março,por decisão do Comitê de PolíticaMonetária (Copom), havia sido fixadaem 45%, com viés de redução1. A médiamensal do Over Selic passou de43,25% em março para 36,12% emabril, 27,11% em maio e 22,01% emjunho. O quadro 2.1 mostra a evoluçãodas mudanças nas metas de taxas dejuros de março a junho, indicando asalterações decididas no âmbito do

Copom ou uso do viés por iniciativa dopresidente do Banco Central.

É importante ressaltar a mudançaestratégica do País na determinação dopata-mar dos juros da economia,promovendo sua desvinculação diretado propósito regulador do fluxo decapitais internacionais em favor damanu-tenção da estabi l idade dainflação. Essa posi-ção adquiriu caráter

1 – A 33ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 04.03.99, também decidiu pela descontinuação do uso de bandas deflutuação das taxas de juros (TBC e TBAN), optando pela adoção de metas da taxa Selic, com introdução do conceito de viés dejuros. O viés corresponde a sinalização fornecida pela autoridade monetária sobre a tendência de curto prazo das taxas de jurosbásicas, que podem ser alteradas pelo presidente do Banco Central do Brasil a qualquer momento no sentido indicado pelo viés.

2.3 - Aquisições Líquidas do Bacen

-2.500

-2.000

-1.500

-1.000

-500

0

500

1.000

05 A

br

07 A

br

09 A

br

13 A

br

15 A

br

19 A

br

22 A

br

26 A

br

28 A

br

30 A

br

04 M

ai

06 M

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10 M

ai

12 M

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14 M

ai

18 M

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20 M

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24 M

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26 M

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28 M

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01 J

un

04 J

un

08 J

un

10 J

un

14 J

un

16 J

un

18 J

un

22 J

un

24 J

un

28 J

un

30 J

un

US

$ m

ilhõe

s

Livre Flutuante

Fonte: Sisbacen.

2.4 - Posição de Câmbio Líquida do Sistema Bancário

-4.000

-3.500

-3.000

-2.500

-2.000

-1.500

-1.000

-500

0

500

05 A

br

07 A

br

09 A

br

13 A

br

15 A

br

19 A

br

22 A

br

26 A

br

28 A

br

30 A

br

04 M

ai

06 M

ai

10 M

ai

12 M

ai

14 M

ai

18 M

ai

20 M

ai

24 M

ai

26 M

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28 M

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01 J

un

04 J

un

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22 J

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24 J

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28 J

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30 J

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US

$ m

ilhõe

s

Média

Fonte: Sisbacen.

Nota: A partir de 01.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio20

explícito e oficial com a instituição doregime de política monetária de metaspara a inflação, que veio estabelecerformalmente uma nova âncora nominalpara a economia2.

Como pode ser verificado nográfico 2.2, durante boa parte dotrimestre predo-minaram os fluxoslíquidos positivos de divisas nosegmento Livre3, mostrando firmetendência até o final de maio. A saídalíquida mais forte ocorreu no dia 12.04– cerca de US$ 1,1 bilhão –, dos quaisUS$ 1 bilhão corres-pondeu a paga-mento de juros de bônus referentes aosacordos de rees-truturação da dívidaexterna do País4. A demanda de dólarespara essa remessa – obrigações dosetor público – foi suprida diretamentepelo Banco Central e não afetou ascotações no mercado de câmbio.

Fiel aos princí-pios do regime delivre flutuação, a autoridade monetáriamanteve-se praticamente neutra emtermos de ajuste de liquidez de divisasdurante a maior parte do trimestre,como pode ser comprovado na tabela2.2 e gráfico 2.3. As intervençõesefetuadas diretamente no mercado decâmbio ocorreram em função deeventuais fluxos de divisas decor-rentes de operações governamentais,como a comentada anteriormente, ouentão para corrigir movimentos deexcessiva volat i l idade nas taxascambiais5.

O acordo de assistênciafinanceira internacional coordenadopelo FMI diminuiu formalmente acapacidade de atuação do BancoCentral no mercado de câmbio aoestabelecer l imites mensais para

2 - Decreto nº 3.088, de 21.06.99. Por meio da Resolução nº 2.615, de 30.06.99, as metas de inflação, a serem medidas pelo Índicede Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)/IBGE, foram fixadas em 8% para 1999, 6% para 2000 e 4% para 2001 – todas comtolerância a desvios de até 2%.

3 - A inclusão dos fluxos de divisas do segmento Flutuante – objeto de análise específica no capítulo 5 – não muda significativamenteo perfil do gráfico 2.2.

4 - As remessas foram efetuadas em pagamento de juros dos seguintes títulos: Debt Conversion Bond, New Money Bond, ElegibleInterest Bond, Front-Loaded Interest Reduction With Capitalization Bond, Par Bond e Front-Loaded Interest Reduction Bond.

5 - As vendas líquidas do Banco Central efetuadas no segmento Flutuante em abril e maio correspondem a procedimentos operacionais,tratando-se de ajustes contábeis em decorrência da unificação das posições de câmbio dos dois segmentos determinada a partirde fevereiro de 1999. Com a Carta-Circular nº 2.856, de 04.06.99, esses ajustes passaram a ser efetuados sem a participação doBanco Central, devendo a instituição financeira fazer operações simultâneas nos dois mercados, figurando como compradora evendedora em ambas as operações.

2.5 - Reservas Internac ionais

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1993

Ja

n

Abr Ju

l

Out

1994

Ja

n

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l

Out

1995

Ja

n

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l

Out

1996

Ja

n

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l

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1997

Ja

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l

Out

1998

Jan Abr Ju

l

Out

1999

Jan Abr

US

$ bi

lhõe

s

Caixa Liquidez

Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 21

vendas l íquidas dedivisas externas – US$ 3bilhões em março,US$ 2 bilhões em abril,US$ 1,5 bilhão em maioe US$ 1,5 bi lhão emjunho. Foi previsto umincremento adicional de25% nos limites de cadamês ou dos valores dasparcelas não utilizadasno mês anterior, o quefosse menor. Adicional-mente, determinou-seque as vendas líquidasacumuladas em uma se-mana não excederia 30%do l imite determinadopara o respectivo mês.

Segundo o critériode desempenho estabe-lecido no acordo, vendaslíquidas de divisas exter-nas correspondem, pordefinição, à variação dasreservas internacionaislíquidas ajustadas –reservas oficiais brutas menos passivosoficiais brutos6.

Dessa forma, coube aos par-t icipantes do mercado de câmbioajustar-se às condições de liquidez ede desempenho da economia, consi-derando ainda sinal izações dasautoridades econômicas brasileiras –seja por vendas de títulos com correçãocambial por parte da autoridademonetária, seja por estímulos fiscais aoingresso de capitais.

Desde o primei-ro tr imestre vemsendo adotada polí-tica de atração decapitais, cujas medi-das t iveram dife-rentes repercussõese efeitos sobre omercado. Em março,foi prorrogada aisenção de impostode renda paraFundos de RendaF i x a / C a p i t a lEstrangeiro (FRF-CE) e reduzida aalíquota de IOF (de2,0% para 0,5%)incidente sobre osingressos de recur-sos estrangeirosdirecionados parafundos de renda fixa;para constituição dedisponibi-lidades decurto prazo, noBrasil; ou provenien-tes de operação

realizada entre instituição financeira doexterior e bancos no Brasi l . Ini-cialmente com prazo de validade até30 junho, essa redução da alíquota deIOF teve seus efeitos prorrogados até31 de dezembro pela Portaria MF nº157, de 24.06.99.

No início do trimestre em análise,foram estabelecidos ainda maisestímulos aos FRF-CE, trazendoalterações nas exigências decomposição de suas carteiras. Tambémforam flexibilizadas, ao final de abril,

6 - Reservas oficiais brutas são ativos líquidos no Banco Central denominados em moeda estrangeira, incluindo: ativos monetários,ouro livre, posições em DES, posição de reservas junto ao FMI e posições em aplicações em renda fixa. Excluem participaçõesem instituições financeiras internacionais, estoques de moeda não conversíveis e estoques de metais preciosos (diferentes deouro). Passivos oficiais brutos correspondem a passivos em moeda estrangeira com prazo original igual ou inferior a um ano;recursos do FMI e créditos bilaterais dentro do programa excepcional de financiamento; e passivo a termo denominado em moedaestrangeira contratado pelo Banco Central ou em nome dele (valores líquidos – posição vendidas menos posição comprada).Desde o final de fevereiro os aumentos de ativos em moeda estrangeira contra residentes, filiais ou subsidiárias externas deinstituições brasileiras não estão sendo contabilizados nas reservas internacionais líquidas.

2.2 - Compra/Venda Líquida de Divisas pelo Banco Central 1/ 2/

Período Livre Flutuante Total

1998 17.137,9 -31.861,9 -14.724,0Jan 3.136,7 -1.684,6 1.452,1Fev 6.257,5 -1.086,6 5.170,9Mar 11.713,6 -1.570,1 10.143,5

1º Tri 21.107,8 -4.341,3 16.766,5Abr 8.120,1 -2.058,8 6.061,3Mai 1.119,0 -3.143,2 -2.024,2Jun 1.681,2 -2.130,9 -449,7

2º Tri 10.920,3 -7.332,9 3.587,4Jul 6.545,5 -1.784,3 4.761,2Ago -9.322,5 -3.176,4 -12.498,9Set -9.870,9 -8.851,4 -18.722,3

3º Tri -12.647,9 -13.812,1 -26.460,0Out 1.001,4 -2.853,5 -1.852,1Nov 266,1 -1.224,1 -958,0Dez -3.509,8 -2.298,0 -5.807,8

4º Tri -2.242,3 -6.375,6 -8.617,9

1999 -8.890,7 -2.632,6 -11.523,3

Jan -6.308,3 -2.030,8 -8.339,1

Fev -770,9 - -770,9

Mar -1.156,2 - -1.156,2

1º Tri -8.235,4 -2.030,8 -10.266,2

Abr -1.062,2 -509,8 -1.572,0

Mai 407,0 -92,0 315,0

Jun -0,1 - -0,1

2º Tri -655,3 -601,8 -1.257,1

Fonte: Sisbacen.Notas:1/ Com base nas datas de contratação. Sujeito à revisão;2/ Interbancário automático.

US$ milhões

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio22

as aplicações de recursos captados via“Resolução 63”. Voltou-se a permitirque os recursos não empregados emrepasses a clientes fossem apli-cadosem operações de arren-damentomercantil, títulos públicos (NTN-D,NBC-E e NTN-I), repasses a outrainstituição interbancária (sem limite deprazo para emprés-timo ao cliente final,sendo admitido ainda o repasse a umaterceira instituição financeira) e demaismodalidades previstas na Circular nº2.781, de 12.11.97.

Anteriormente, como determinadopela Circular nº 2.848, de 11 de novembrode 1998, os recursos captados no exteriorpor meio de “Resolução 63” só podiamser repassados uma única vez a outrainstituição financeira, que era obrigadaa emprestar ao cliente final no mesmodia.

Surpreendendo analistas, aeconomia brasileira apresentou os

primeiros indica-dores favoráveis nomercado de câmbio já em março,revertendo as expectativas dos agentese com efeitos positivos sobre a vola-tilidade da taxa de câmbio em abril. Aforça da reversão das expectativasganha dimensão ainda maior se consi-derado que o mercado estimavaconcentração de vencimentos externosem abril por volta de US$ 6 bilhões,potencializando os maus resultadosque a balança comercial vinhaapresentando.

O espaço para lançamento debônus globais da República (US$ 2bilhões captados em moeda e US$ 1,2bilhão em troca de títulos da dívidaexterna brasileira reestruturada) enovas captações de agentes privadosno mercado internacional a partir deabril foram sinais inequívocos damelhor avaliação das condições daeconomia brasi le i ra, impactandofavoravelmente o mercado de câmbio.

2.3 - Posi ção de Câmbio do M ercado - Fechamento Mensal 1/

Comprada Vendida Líquida Comprada Vendida Líquida Comprada Vendida Líquida

45,6 1.014,3 -968,7 18,2 393,3 -375,1 63,8 1.407,5 -1.343,8

58,0 1.027,7 -969,6 17,9 429,6 -411,7 75,9 1.457,3 -1.381,4

70,1 965,2 -895,1 15,2 405,8 -390,6 85,3 1.371,0 -1.285,7

59,2 987,9 -928,7 15,1 415,4 -400,3 74,3 1.403,3 -1.329,0

350,4 574,8 -224,4 17,1 312,9 -295,8 367,5 887,7 -520,2

118,4 701,0 -582,6 19,0 256,4 -237,4 137,4 957,4 -820,0

92,4 772,1 -679,7 18,3 337,1 -318,8 110,7 1.109,2 -998,5

299,7 663,0 -363,3 76,6 201,4 -124,8 376,3 864,4 -488,1

126,0 561,7 -435,7 240,3 148,5 91,8 366,3 710,2 -343,9

158,9 633,4 -474,5 243,7 189,8 53,9 402,6 823,2 -420,6

86,4 1.000,0 -913,6 29,1 345,7 -316,7 115,5 1.345,7 -1.230,3

185,5 502,6 -317,1 31,1 147,3 -116,1 216,6 649,9 -433,2

532,0 1.160,7 -628,6 36,0 247,4 -211,4 568,1 1.408,0 -840,0

304,3 2.282,3 -1.977,9 - - - 304,3 2.282,3 -1.977,9

237,5 3.811,3 -3.573,8 - - - 237,5 3.811,3 -3.573,8

304,1 2.339,2 -2.035,2 - - - 304,1 2.339,2 -2.035,2

1.136,0 1.316,1 -180,1 - - - 1.136,0 1.316,1 -180,1

402,3 1.856,2 -1.453,9 - - - 402,3 1.856,2 -1.453,9Fonte: Sisbacen.

Notas:

1/ Dados sujeitos à revisão;

2/ A partir de 1º.02.99, inclui todos os agentes, inclusive aqueles que operam apenas no Flutuante;

3/ A partir de 1º.02.99, as posições de câmbio dos mercados Livre e Flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

31 Mar

30 Abr

30 Set

29 Mai

30 Jun

31 Jul

28 Ago

30 Out

30 Nov

31 Dez

US$ milhões

Livre 2/ Flutuante 3/ Livre e FlutuantePeríodo

98-30Jan

27 Fev

31 Mai

30 Jun

30 Abr

99-29Jan

26 Fev

31 Mar

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 23

Adicionalmente, oPaís passou a contar comrecursos referentes aoacordo de assistênciafinanceira internacional –coordenado pelo FMI –,que vieram reforçar oestoque das reservasinternacionais, sinalizandoo suporte desse orga-nismo às medidas ado-tadas pela equipe eco-nômica (US$ 9,8 bilhões,dos quais US$ 4,9correspondem a recursosdo Banco Internacional deCompensação – BIS e doBanco do Japão).

Com a vir tualausência da autoridademonetária, os efeitos dofluxo líquido de divisaspassam a recair d ire-tamente sobre o estoquede moeda estrangeira dasinstituições financeiras.Com efei to, durante oiníc io do tr imestre osbancos vinham mantendoposi-ção fortemente ven-dida, superando os 3,5 bilhões emmeados de abril (gráfico 2.4). Noentanto, no trans-correr do mês, emfunção do maior fluxode ingressos e con-seqüente absorçãodessas divisas pelosistema bancár io,houve clara tendên-cia de reversão emsuas posições decâmbio.

É interessanteainda explicitar al-guns movimentosque, embora não

afetem a posição cambial dosistema bancário, podemindicar alguma instabilidadeno mercado de câmbio,pressionando ou aumen-tando a volati l idade dascotações. Foi o que acon-teceu, por exemplo, quandoa seguida valorização doreal levou alguns bancos,ao final de abril e início demaio, a aumentar seusestoques de dólares,antecipando, em parte,compras para futurasremessas. Essa disposiçãofoi precipitada pela inse-gurança com relação ainstabilidades trazidas aomercado, principalmentenos momentos mais críticosdas investigações da Co-missão Parlamentar deInquérito (CPI) do senadosobre o sistema financeiro.Ao f inal de abr i l , comomostra a tabela 2.3, a tota-lidade dos bancos apresen-tava posição de câmbiolíquida vendida em poucomais de US$ 2 bilhões, bem

abaixo dos US$ 3,6 bilhões – tambémvendidos – em março.

2.4 - Reservas Internacionais

Caixa /1 Liquidez /2

8,75 9,97

8,55 9,41

19,01 23,75

25,90 32,20

36,47 38,81

50,45 51,84

59,04 60,11

51,36 52,17

43,62 44,56

52,48 53,10 57,42 58,78 67,77 68,59 73,85 74,66 71,95 72,83 70,06 70,90 69,37 70,21 66,48 67,33 44,99 45,81 41,56 42,39 40,29 41,19 43,62 44,56 35,18 36,14 34,64 35,46 32,87 33,85 43,38 44,32 43,36 44,31 40,42 41,35

Fonte: DEPEC.Notas:1/ disponibilidades imediatas;2/ agrega aos valores do con- ceito caixa os haveres re- presentativos de títulos de exportação e outros haveres de médio e longo prazos.

US$ bilhõesFim dePeríodo

Conceitos

1996199519941993

1998 Jan

199219911990

1998

1997

Abr

OutNovDez

FevMar

1999 Jan

JunMai

FevMarAbr

Set

MaiJunJul

Ago

05/Mar 45,0% 33ª Reunião Copom - 04 de março

25/Mar 42,0% Bacen - uso do viés de redução

06/Abr 39,5% Bacen - uso do viés de redução

15/Abr 34,0% 34ª Reunião Copom - 14 de abril

29/Abr 32,0% Bacen - uso do viés de redução

10/Mai 29,5% Bacen - uso do viés de redução

13/Mai 27,0% Bacen - uso do viés de redução

20/Mai 23,5% 35ª Reunião Copom - 19 de maio

09/Jun 22,0% Bacen - uso do viés de redução

24/Jun 21,0% 36ª Reunião Copom - 23 de junho

Fonte: Banco Central do Brasil.Nota: O viés corresponde a sinalização fornecida pela autoridade monetária sobre a tendência de curto prazo das taxas de juros básicas, que podem ser alteradas pelo presidente do Banco Central do Brasil a qualquer momento no sentido indicado pelo viés.

Data Meta

Quadro 2.1 - Metas de Taxas de Juros - mar/ jun 1999

Origem da Mudança

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio24

O movimento de redução nasposições cambiais líquidas vendidasprosseguiu até meados de maio edurou enquanto o fluxo primário líquidomostrava-se predominantementepositivo. O sistema chegou a apre-sentar posição de câmbio compradade 19.05 a 25.05 e nos dias 27 e 28.05,retomando a f i rme tendência deposição vendida a partir de 31.05, quefoi ampliada no decorrer de junho. Aofinal do trimestre, o sistema apresen-tava posição cambial líquida vendidaem quase US$ 1,5 bilhão, bem próximada média registrada no trimestre.

Parte dos dólares comprados emabril e maio pelas instituições bancá-rias foram devolvidos ao mercado paraas remessas em junho, que passarama mostrar-se mais fortes a partir daapreensão dos agentes econômicoscom relação à sustentação do regimecambial argentino frente ao agra-

2.6 - Leilões Realizados pelo Banco Central

Livre Flutuante Livre Flutuante Livre Flutuante1998 69 0 0 0 85 0Jan 10 0 0 0 7 0Fev 17 0 0 0 7 0Mar 17 0 0 0 7 0

1º Tri 44 0 0 0 21 0Abr 7 0 0 0 7 0Mai 4 0 0 0 7 0Jun 6 0 0 0 7 0

2º Tri 17 0 0 0 21 0Jul 6 0 0 0 7 0Ago 0 0 0 0 7 0Set 1 0 0 0 7 0

3º Tri 7 0 0 0 21 0Out 1 0 0 0 7 0Nov 0 0 0 0 7 0Dez 0 0 0 0 8 0

4º Tri 1 0 0 0 22 01999 0 0 2 2 2 0Jan 2/ 0 0 2 2 2 0Fev 0 0 0 0 0 0Mar 0 0 0 0 0 0

1º Tri 0 0 2 2 2 0

Fonte: Sisbacen

Notas:1/ Foram realizados dois leilões de spread em 24 jan para alteração da banda;

2/ Leilões efetuados até 14.01.99. A partir de 15.01.99, a taxa de câmbio passa a ser definida livremente pelo mercado, podendo o Bacen intervir ocasional-

mente para conter movimentos desordenados.

PeríodoCompra Venda Spread

2.5 - Mudanças nas Bandas e Intrabandas Cambiais

Inferior Superior0,86 0,900,88 0,930,91 0,990,97 1,061,05 1,141,12 1,221,20 1,32

- -- -

Inferior Superior (R$) (%) (R$) (%) Mês (%) Ano (%) Mês (%) Ano (%)

1,1230 1,1280 - 0,0070 0,63 0,0070 0,62 0,63 0,63 0,62 0,621,1300 1,1350 - 0,0070 0,62 0,0070 0,62 0,62 1,25 0,62 1,251,1370 1,1420 - 0,0070 0,62 0,0070 0,62 0,62 1,88 0,62 1,871,1435 1,1495 - 0,0065 0,57 0,0075 0,66 0,57 2,46 0,66 2,541,1500 1,1570 - 0,0065 0,57 0,0075 0,65 0,57 3,05 0,65 3,21

1,1565 1,1645 - 0,0065 0,57 0,0075 0,65 0,57 3,63 0,65 3,88

1,1630 1,1720 - 0,0065 0,56 0,0075 0,64 0,56 4,21 0,64 4,551,1695 1,1795 - 0,0065 0,56 0,0075 0,64 0,56 4,79 0,64 5,221,1760 1,1870 - 0,0065 0,56 0,0075 0,64 0,56 5,38 0,64 5,891,1825 1,1945 - 0,0065 0,55 0,0075 0,63 0,55 5,96 0,63 6,561,1890 1,2020 - 0,0065 0,55 0,0075 0,63 0,55 6,54 0,63 7,231,1955 1,2095 - 0,0065 0,55 0,0075 0,62 0,55 7,12 0,62 7,891,1965 1,2105 3 0,0010 0,08 0,0010 0,08 0,08 0,08 0,08 0,081,1975 1,2115 3 0,0010 0,08 0,0010 0,08 0,08 0,17 0,17 0,17

Fonte: Sisbacen.Notas:

2/ A partir de 15.01.99, a taxa de câmbio passou a ser definida livremente pelo mercado, podendo o Bacen intervir ocasionalmente para conter movimentos desordenados.

Suspensão do Regime de Banda CambiaisExtinção do Regime de Bandas Cambiais

Comunicado nº 6.563Comunicado nº 6.565

OutNovDez

1/ Os leilões de spread foram instituídos pelo Comunicado nº 4.637, de 21/6/95. A partir de então, as mudanças na intrabanda têm se efetuado por meio desses leilões;

Jun

JulAgoSet

FevMarAbrMai

Correção do Teto Acumulado do Piso Acumulado do Teto

1998-Jan

1997-Fev181998-Jan20

Data

1999-Jan151999-Jan18

1999-Jan13

Intrabanda Cambial 1/ 2/Limite Dias Úteis

Decorridos

Correção do Piso

1995-Mar06Mar10Jun22

1996-Jan30

Correção do Teto(%)

7,077,55

Banda Cambial

Comunicado nº 4.479 -

DataLimite

NormativoCorreção do Piso

(%)

-2,333,416,59

3,336,45

Comunicado nº 6.0028,256,67

Comunicado nº 4.492Comunicado nº 4.645Comunicado nº 4.987Comunicado nº 5.505

111999-Jan-6

Spread da Banda(%)

7,02

4,655,688,799,288,578,93

Comunicado nº 6.560 7,14 8,20 10,00

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Banco Central do Brasil 25

vamento da situação econômicanaquele país.

Naturalmente, as taxas decâmbio do real frente ao dólar acabaramsendo afetadas, revertendo a tendênciade queda que vinha ocorrendo desde oinício de março como resposta diretaaos seguidos resultados negativos nofluxo primário líquido a partir de então.A desvalorização manteve-se até o finaldo trimestre, consistente também como considerável montante de venci-mentos externos em junho e de retornosde investimentos em renda fixa, quepassaram a pagar CPMF a partir de 16de junho. Além disso, a previsão para ofim de isenção do imposto de renda em1º de julho e as sucessivas reduções dastaxas de juros domésticas foram fatoresde desestímulo às aplicações em rendafixa.

Em termos de reservas inter-nacionais, o segundo trimestre mostrourecuperação considerável em relação aotrimestre anterior, alcançando, ao final dejunho, mais de US$ 41 bilhões noconceito liquidez e mais de US$ 40bilhões no conceito caixa – crescimentode 22% e 23%, respectivamente, emrelação ao estoque no final de março(tabela 2.4). Com esses valores, asreservas internacionais retornaram apatamar equivalente ao verificado noúltimo trimestre de 1998, em julho de1995 e durante o segundo semestre de1994 (gráfico 2.5).

Dada a ausência do BancoCentral no mercado de câmbio, oaumento no nível de reservas pode serexplicado principalmente pela comen-tada captação de bônus da Repúblicaemitido no exterior e liberação derecursos por parte do acordo deassistência financeira internacional emabril. A redução verificada em junhodeveu-se grande parte a antecipaçõesde pagamento de juros e amortizações

ao BIS e Banco do Japão, que apresen-tavam condições favoráveis.

Encerrando os comentários docapítulo, cabe indicar as principaisalterações normativas promovidas peloBanco Central no que se refere à atuaçãoda autoridade monetária junto aosdealers, bem como quanto à contrataçãode operações de câmbio futuras e atermo. Em linhas gerais, tratam-se demudanças de caráter operacional emcontribuição ao novo regime de livreflutuação da taxa de câmbio.

As Circulares nº 2.884, de06.05.99, e nº 2.888, de 20.05.99, bemcomo a Carta-Circular nº 2.851, de20.05.99, vieram consolidar formalmenteo modo de atuação da autoridademonetária no mercado de câmbio e detítulos da dívida pública interna. As novasnormas determinaram que o BancoCentral passasse a negociar apenas cominstituições credenciadas (dealers),obrigando-se a fazer propostas simul-tâneas a pelo menos cinco dealers. Ficouainda determinada a redução das então48 para 25 instituições credenciadas aoperar com a mesa de câmbio do BancoCentral. A título ilustrativo, a tabela 2.5traz as últimas intervenções do BancoCentral no regime de bandas, anterior àlivre flutuação da taxa de câmbio,enquanto a tabela 2.6 mostra os leilõesrealizados.

No trimestre em análise, não háregistro de leilões, tendo a partici-pação da autoridade monetária ficadorestrita ao fornecimento de dólarespara a remessa em pagamento dejuros de bônus da dívida externa eeventuais compras ou vendas diretasvisando conter maior volatilidade nomercado.

Com relação a operaçõesfuturas, a Circular nº 2.891, de26.05.99, veio aliviar a pressão nas

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Departamento de Câmbio26

posições compradas ao determinar queoperações interbancárias de compracontratadas para liquidação futurafossem apuradas, para fins de cálculode posição cambial da instituição,apenas a partir do segundo dia útilanterior à data prevista de liquidação.Inicialmente prevista para ter seusefeitos válidos a partir de 1º de junho,teve o prazo alterado para 12 de julho(Circular nº 2.895, de 02.06.99) comfins de permitir a adaptação opera-cional das instituições.

Por sua vez, ainda com relaçãoao prazo de liquidação das contra-tações de câmbio, a Circular nº 2.896,de 09.06.99, veio autorizar queoperações de natureza financeira –compras ou vendas – sejam contra-tadas para liquidação futura pelo prazomáximo de 30 dias. Anteriormente, emlinhas gerais, as operações de compradeveriam ser contratadas para liqui-

dação pronta e as de venda limitavam-se ao vencimento da obrigação noexterior.

Outra novidade trazida aomercado, já ao final do trimestre, foi aautorização para contratações deoperações interbancárias a termo7

(Resolução nº 2.614 e Circular nº2.902, de 30.06.99), com o prazomáximo de 360 dias. Para fins deposição de câmbio, as operações sãocontabilizadas na data da liquidação.

Por fim, há que se ressaltar amaior preocupação com o risco deexposição do sistema financeiro e asupervisão bancária, onde pode serdestacado a limitação à exposição deinstituição financeira no mercado decâmbio, ouro e demais operaçõescorrelatas vinculadas a variaçãocambial (Resolução nº 2.606 e Circularnº 2.894, de 27.05.99 ).

7 - Definidas, segundo a Resolução nº 2.614, como operações interbancárias celebradas para liquidação em data futura, onde as

taxas de câmbio pactuadas espelham o preço na data de liquidação.

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3. MERCADO DE CÂMBIO

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3. MERCADO DE CÂMBIO

No período em análise, omercado de câmbio brasi leiroapresentou movimento total deUS$ 525.320 milhões, como informadona tabela 3.1. Esse valor é 3,5%superior ao apurado no 1º tri/1999 (US$507.679 milhões) e registra aumento novolume total de negócios trimestraisapós duas quedas consecutivas. Emvalores absolutos, o aumento foi deUS$ 17.641 milhões. Frente a igualperíodo do ano passado, observou-serecuo de US$ 370.621 milhões, o queequivale a 41,4%.

Como se observa dos grandesgrupos de rubricas elencados na tabela3.1, essa pequena recuperação no girodo mercado no 2º tri/1999, na compa-ração com o período imediatamenteanterior, se explica exclusivamentepelo aumento de 7,8% no volume denegócios do interbancário Livre, que

teve movimento US$ 34.089 milhõessuperior, visto que entre os demaisgrupos de rubricas, tanto no Livrequanto no Flutuante, os valoresabsolutos negativos – informativos deredução de volume de negócios – sãosuperiores àqueles com melhoria demovimento.

As principais variaçõespercentuais verificadas em relação aotrimestre anterior, no segmento Livre,ocorreram, pela ordem, em VendasFinanceiras (queda de 30,9%) eCompras Financeiras (aumento de11,9%). No total o primário do Livre teveredução de 11,2% nos seus negócios.No Flutuante os destaques de variaçãoforam Outras, com elevação de541,3%, Turnover do Interbancário, queapresentou queda de 76,8% e ComprasFlutuante, com aumento de 22,1%. Nacomparação com igual período do ano

3.1 - Operações de Câm bio Contratadas

Total Mercado Livre 510.413 486.674 4,9 23.738 820.021 -37,8 -309.609 Subtotal Movimento Primário 65.599 73.906 -11,2 -8.307 75.829 -13,5 -10.229 Exportações 10.516 10.045 4,7 471 13.176 -20,2 -2.660 Importações 7.627 8.433 -9,6 -807 10.614 -28,1 -2.987 Compras Financeiras 23.885 21.338 11,9 2.547 30.462 -21,6 -6.577 Vendas Financeiras 23.571 34.089 -30,9 -10.518 21.577 9,2 1.995 Turnover do Interbancário 444.813 412.768 7,8 32.045 744.193 -40,2 -299.379 Total Mercado Flutuante 14.908 21.005 -29,0 -6.098 75.920 -80,4 -61.013 Compras Flutuante 3.014 2.468 22,1 546 1.623 85,7 1.391 Vendas Flutuante 5.215 4.996 4,4 219 9.151 -43,0 -3.936 Turnover do Interbancário 3.014 12.970 -76,8 -9.955 62.337 -95,2 -59.323 Outras 1/ 3.665 571 541,3 3.093 2.810 30,4 855

TOTAL GERAL 525.320 507.679 3,5 17.641 895.942 -41,4 -370.621 Fonte: Sisbacen.

Nota: 1/ Inclui o turnover de Arbitragens no País, no Exterior e de Posição Ouro contra Câmbio; e Agências de Turismo - Operaçõescom Bancos Credenciados e Outros Fatos. Exclui Operações Interdepartamentais.

A / B%

1º TRI 99(B)

2º TRI 99(A)

2º TRI 98(C)

US$ milhõesA - B A / C

%

A - C

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Departamento de Câmbio30

passado, chamam a atenção asvariações ocorridas no interbancário doLivre e no do Flutuante, reduções de40,2% e de 95,2%, respectivamente,acompanhadas de crescimento de85,7% em Compras Flutuante ediminuição de 43,0% em VendasFlutuante.

A redução de 76,8% nointerbancário do Flutuante indica novopatamar de operações dessa naturezaapós o afastamento do Banco Central,em face da alteração do regimecambial. Ressalte-se que os númerosde janeiro refletem, ainda, a fortepresença da autoridade monetáriafornecendo liquidez ao mercado, fatoconstante durante a vigência do antigoregime de câmbio.

O giro total do mercado decâmbio, com periodicidade mensal, éobjeto do gráfico 3.1, onde se vê que omercado, após abrir o trimestre emanálise com movimentação pratica-mente estável em relação ao últimomês do período anterior (US$ 204.506milhões em abril, frente a US$ 205.420em março), seguiu rota decrescentenos meses seguintes, ao registrarUS$ 167.488 em maio e US$ 153.327milhões em junho, reforçando ainda

mais a inflexão da curva de tendênciado movimento cambial.

O fluxo do mercado primário,objeto da tabela 3.2, registrou superávitde US$ 1.002 milhões no período emanálise, revertendo a situação alta-mente deficitária apurada no trimestreanterior. Com isso, o défici t deUS$ 13.667 milhões produzido noprimeiro tr imestre recuou paraUS$ 12.666 milhões, no acumulado dosseis primeiros meses do ano.

Examinando-se os resultadosparciais do período, nota-se que essareversão no movimento líquido, queocorre após três trimestres consecu-t ivos com resultados negativos,decorreu do desempenho do mês demaio, que registrou superávit deUS$ 2.245 milhões, visto que em abrilhouve quase que perfeito equilíbrioentre entradas e saídas, com resultadopositivo de apenas US$ 35 milhões,enquanto em junho o déficit chegou aUS$ 1.277 milhões.

Na mesma tabela 3.2, chama aatenção a queda de 26,6% nas vendasde importação e financeiras do Livre,que marcaram US$ 31.198 milhões notr imestre em análise, contra

3.1 - Giro Total

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

93 J

an Abr Ju

l

Out

94 J

an Abr Ju

l

Out

95 J

an Abr Ju

l

Out

96 J

an Abr Ju

l

Out

97 J

an Abr Ju

l

Out

98 J

an Abr Ju

l

Out

99 J

an Abr

US

$ m

ilhõe

s

Flutuante

Livre

Média Móvel dos Últimos 12 Meses

Fonte: Sisbacen.

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Banco Central do Brasil 31

US$ 42.522 milhões no períodoanterior. Relativamente a igual períododo ano anterior, nota-se certaestabilidade nesse agrupamento derubricas de saídas, com recuo deapenas 3,1%.

Do lado das compras deexportação e financeiras do Livre,constatamos aumento de 9,6% nosingressos, que passaram deUS$ 31.383 milhões para US$ 34.401milhões, entre os dois primeirostrimestres do ano. Conseqüência dessecomportamento foi o fluxo positivo deUS$ 3.203 milhões no movimentolíquido do Livre, que registrou déficitde US$ 11.139 milhões no 1º tri/1999.

Contudo, na comparação com o 1º tri/1998, as compras mostram queda de21,2%.

No segmento Flutuante, asituação foi mais equilibrada, com ascompras crescendo 22,1% entre oprimeiro e o segundo trimestres do ano,enquanto as vendas aumentavam4,4%, no mesmo período. Quanto aoseu resultado líquido, o Flutuante, quemais uma vez apresentou resultadonegativo em todos os meses, teve, aocontrário do Livre, o seu pior resultadono mês de maio (US$ 915 milhões).

Buscando as causas do bomresultado do movimento líquido total de

3.2 - Fluxo no Mercado Primário

Compras Vendas

1998 169.070 151.752 17.318 7.531 39.284 -31.754 -14.435 367.637 4,5% 25,9%

Jan 12.002 9.438 2.564 484 2.259 -1.775 789 24.184 4,0% 23,9% Fev 14.322 8.042 6.281 549 1.670 -1.121 5.160 24.582 3,8% 20,8%

Mar 22.391 10.439 11.952 535 2.156 -1.621 10.331 35.522 2,4% 20,7%

1º Tri 48.716 27.919 20.797 1.568 6.085 -4.517 16.280 84.289 3,2% 21,8%

Abr 18.213 9.732 8.481 555 3.096 -2.542 5.940 31.596 3,0% 31,8%

Mai 12.051 10.342 1.709 489 3.518 -3.029 -1.320 26.400 4,1% 34,0%

Jun 13.374 12.116 1.258 579 2.537 -1.958 -700 28.606 4,3% 20,9%

2º Tri 43.638 32.190 11.448 1.623 9.151 -7.528 3.920 86.602 3,7% 28,4%

Jul 19.294 12.601 6.694 679 2.538 -1.859 4.834 35.112 3,5% 20,1%

Ago 11.179 20.168 -8.989 516 3.309 -2.793 -11.782 35.173 4,6% 16,4%

Set 9.852 20.198 -10.346 578 9.138 -8.560 -18.906 39.766 5,9% 45,2%

3º Tri 40.325 52.967 -12.642 1.773 14.985 -13.212 -25.853 110.051 4,4% 28,3%

Out 15.087 14.105 982 1.359 4.214 -2.854 -1.872 34.765 9,0% 29,9%

Nov 10.012 10.288 -275 573 2.142 -1.569 -1.845 23.014 5,7% 20,8%

Dez 11.290 14.282 -2.992 635 2.708 -2.073 -5.065 28.915 5,6% 19,0%

4º Tri 36.390 38.675 -2.285 2.567 9.063 -6.496 -8.781 86.695 7,1% 23,4%

1999 65.785 73.720 -7.936 5.481 10.211 -4.730 -12.666 155.198 8,3% 13,9%

Jan 7.984 14.479 -6.495 567 2.656 -2.089 -8.584 25.685 7,1% 18,3%

Fev 10.937 13.127 -2.189 678 955 -277 -2.466 25.697 6,2% 7,3%

Mar 12.462 14.917 -2.455 1.223 1.386 -163 -2.617 29.988 9,8% 9,3%

1º Tri 31.383 42.522 -11.139 2.468 4.996 -2.528 -13.667 81.370 7,9% 11,7%

Abr 11.394 10.448 947 945 1.857 -912 35 24.645 8,3% 17,8%

Mai 12.573 9.413 3.160 659 1.574 -915 2.245 24.219 5,2% 16,7%

Jun 10.434 11.337 -903 1.409 1.784 -375 -1.277 24.965 13,5% 15,7%

2º Tri 34.401 31.198 3.203 3.014 5.215 -2.202 1.002 73.828 8,8% 16,7%

Fonte: Sisbacen.

Nota:

1/ Inclui operações com instituições financeiras do exterior.

2/ A partir de 07.04.99, exportações de jóias, gemas, pedras preciosas e de artefatos de ouro e de pedras preciosas, bem como as operações de câmbio de frete e seguro dessas exportações passaram a cursar no Mercado de Câmbio de Taxas Livres;

Vendas(Financ.)

2/

MovimentoLíquido

(B)

Período

LIVRE FLUTUANTE 1/ MovimentoLíquidoTotal(A+B)

Representatividadedo Flutuante emRelação ao Livre

US$ milhões

MovimentoPrimário

Total

Compras(Export.+

Financ.) 2/

Compras(Export.+F

inanc.)

Vendas(Import.+Financ.)

MovimentoLíquido

(A)

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio32

maio (US$ 2.245 milhões), notamosque isso se deveu à situação ótima que

resultou da apuração, naquele mês, dovalor máximo de ingressos combinado

3.3 - Operações Comerciais e FinanceirasMédia Diária - Câmbio Contratado

Exportação Importação Compra Venda Compra Venda

1998 191,7 176,5 487,2 433,0 1.288,4 30,2 157,8 188,0 1.476,5

Jan 201,5 185,4 370,0 264,0 1.021,0 23,1 107,6 130,6 1.151,6

Fev 238,0 179,4 557,7 267,4 1.242,5 30,5 92,8 123,2 1.365,7

Mar 202,1 181,0 815,7 293,5 1.492,3 24,3 98,0 122,3 1.614,6

1º Tri 212,5 182,1 586,1 275,6 1.256,3 25,7 99,8 125,5 1.381,8

Abr 226,1 182,8 732,5 329,4 1.470,8 29,2 163,0 192,1 1.663,0

Mai 208,4 169,0 394,1 348,1 1.119,7 24,5 175,9 200,4 1.320,0

Jun 224,4 179,0 412,5 398,0 1.213,8 27,6 120,8 148,4 1.362,2

2º Tri 219,6 176,9 507,7 359,6 1.263,8 27,0 152,5 179,6 1.443,4

Jul 208,2 152,0 630,7 395,9 1.386,7 29,5 110,3 139,9 1.526,6

Ago 168,9 170,1 363,5 790,3 1.492,7 24,6 157,6 182,2 1.674,9

Set 155,3 201,5 313,9 760,4 1.431,0 27,5 435,1 462,7 1.893,6

3º Tri 178,4 173,8 442,0 641,1 1.435,3 27,3 230,5 257,8 1.693,1

Out 151,8 193,2 566,7 478,5 1.390,1 64,7 200,6 265,4 1.655,5

Nov 175,2 171,0 325,4 343,4 1.015,0 28,6 107,1 135,7 1.150,7

Dez 151,0 156,6 362,2 492,6 1.162,4 28,9 123,1 151,9 1.314,3

4º Tri 158,9 173,4 418,7 440,5 1.191,5 40,7 143,9 184,6 1.376,1

1999 168,5 131,6 370,7 472,6 1.143,5 44,9 83,7 128,6 1.272,1

Jan 142,7 132,8 256,5 591,1 1.123,1 28,3 132,8 161,1 1.284,2

Fev 181,5 134,5 426,2 594,8 1.336,9 37,7 53,1 90,7 1.427,6

Mar 170,6 145,9 371,2 502,7 1.190,4 53,2 60,2 113,4 1.303,8

1º Tri 164,7 138,2 349,8 558,8 1.211,6 40,5 81,9 122,4 1.333,9

Abr 171,8 135,4 427,9 414,5 1.149,6 49,8 97,7 147,5 1.297,1

Mai 181,5 118,4 417,2 329,8 1.047,0 31,4 74,9 106,3 1.153,3

Jun 163,8 122,2 333,1 417,6 1.036,7 67,1 85,0 152,1 1.188,8

2º Tri 172,4 125,0 391,6 386,4 1.075,4 49,4 85,5 134,9 1.210,3

Fonte: Sisbacen.

US$ milhões

Subtotal

FlutuanteTotal

Livre

SubtotalComerciais FinanceirasPeríodo Primário

3.2 - Movimento PrimárioMédia Móvel Diária 12 Meses - Segmento Livre

0

200

400

600

800

1.000

1.200

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94 J

an

Mar

Mai Jul

Set

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95 J

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Mai Jul

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96 J

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Nov

99 J

an

Mar

Mai

US

$ m

ilhõe

s

Remessas

Ingressos

Importações

Exportações

Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 33

com o valor mínimo de saídas doperíodo em análise, especialmente porconta do Livre.

Ainda na tabela 3.2, vemos queo movimento primário total do trimestrefoi inferior em 9,3% ao do 1º tri/1999.Quanto à distribuição dos negócios deprimário entre os segmentos Livre eFlutuante, que é objeto das duas últi-mas colunas da tabela, constatamosuma melhoria na participação desteúltimo, que ganhou 0,9 ponto percen-tual no lado das compras e 5,0 pontospercentuais no lado das vendas.

Examinando-se a tabela 3.3,informativa da média diária decontratações de câmbio do mercadoprimário, nos segmentos Livre e Flu-tuante, notamos, nas contraçõesrelativas ao comércio exterior, cresci-mento de 4,7% nas contratações deexportação, com destaque no mês demaio. Essa melhora ocorreu após doismeses consecutivos de queda. Nacomparação com o 2º tri/1998, contudo,a média de US$ 172,4 milhões apuradano período em análise é 21,5% menor.

Na importação, a média denegócios diários apurada no trimestre(US$ 125,0 milhões), que é a menor da

amostra, f icou 9,6% abaixo doresultado do período anterior e 29,3%aquém daquela registrada no 2º tri/1998. Observando-se as médiasacumuladas no primeiro semestre doano, constata-se queda bastanteacentuada dos negócios, tanto na

3.4 - Interbancário - Volume Negociado

1998 2.737.727,9 278.076,4 3.015.804,3 Jan 158.382,5 19.002,2 177.384,7 Fev 162.829,1 17.778,4 180.607,5 Mar 263.101,8 24.976,4 288.078,2

1º Tri 584.313,4 61.757,0 646.070,4 Abr 252.296,0 20.798,4 273.094,4 Mai 244.003,4 22.099,0 266.102,4 Jun 247.893,3 19.439,8 267.333,1

2º Tri 744.192,7 62.337,2 806.529,9 Jul 255.992,4 19.309,6 275.302,0 Ago 256.664,6 23.579,2 280.243,8 Set 261.150,6 33.780,2 294.930,8

3º Tri 773.807,6 76.669,0 850.476,6 Out 241.604,6 28.372,2 269.976,8 Nov 186.429,4 25.058,4 211.487,8 Dez 207.380,2 23.882,6 231.262,8

4º Tri 635.414,2 77.313,2 712.727,4 1999 857.581,8 15.984,2 873.566,0 Jan 142.985,8 11.599,4 154.585,2 Fev 95.523,4 405,0 95.928,4 Mar 174.259,2 965,4 175.224,6

1º Tri 412.768,4 12.969,8 425.738,2 Abr 178.244,0 1.549,8 179.793,8 Mai 142.540,4 599,4 143.139,8 Jun 124.029,0 865,2 124.894,2

2º Tri 444.813,4 3.014,4 447.827,8 Fonte: Sisbacen.

Período Total

US$ milhões

Livre(Compra+ Venda)

Flutuante(Compra+ Venda)

3.3 - Média Diária do Interbancário

0

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4.000

6.000

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12.000

14.000

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93 J

an Abr Ju

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94 J

an Abr Ju

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an Abr Ju

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97 J

an Abr Ju

l

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98 J

an Abr Ju

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Out

99 J

an Abr

US

$ m

ilhõe

sLivre Flutuante

Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio34

exportação (12,1%) quanto naimportação (25,4%), quando compa-rados com os respectivos númerosmédios de todo o ano anterior.

No Financeiro do Livre, tivemoscrescimento de 12,0% nas compras equeda de 31,0% nas vendas, nacomparação entre os dois primeirostrimestres de1999. A reação nas com-pras é a primeira desde o primeirotrimestre/1998. Quando os números do2º tri/1999 são comparados com os deigual período do ano passado, notamosque os US$ 391,6 milhões informativosdas compras financeiras são 23,0%menores, enquanto o valor deUS$ 386,4 milhões, das vendas, é 7,5%maior que seu correspondente do anoanterior. A evolução histórica dasmédias diárias de negócios dosegmento Livre – câmbio comercial efinanceiro – é objeto do gráfico 3.2.

Do lado do Flutuante, houvemelhora nas médias diárias denegócios tanto nas compras (22,0%)quanto nas vendas (4,4%), frente aoperíodo imediatamente anterior. Noconfronto com o 2º tri/1998 constata-se aumento de 83,0% no movimento decompras e queda de 43,9% nas vendas.No total, a média diária de negócios do

mercado de câmbio foi de US$ 1.210,3milhões, com queda de 9,3% sobre operíodo anterior e de 16,2% sobre osegundo trimestre/1998.

Os volumes mensais negociadosno mercado secundário são objeto databela 3.4, onde se observa, além dodelineamento do novo perfil do Flu-tuante, após a unificação das posiçõesde câmbio, que recuou 75,0% entre osdois últimos trimestres, o crescimentode 7,8% no movimento do Livre, apósqueda por três períodos trimestraisconsecutivos. No total, graças aocomportamento do Livre, que respon-deu por 99,3% do movimento total,tivemos aumento de 5,2%.

Essa participação determinantedo Livre fica bem clara no gráfico 3.3,pois como se pode ver da evolução dascurvas desde 1993, o interbancário doFlutuante, que teve seus momentosáureos em meados de 1995, agoraapenas reforça os limites da curvainformativa da participação do Livre.Ainda sobre o interbancário, o gráfico3.4 mostra a relação entre interbancárioe primário, tanto no Livre quanto noFlutuante. Como se pode ver, a decisãode unificação das posições de câmbiodeterminou a redução da alavancagem

3.4 - Relação Interbancário x Primário

0

2

4

6

8

10

12

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22

93 J

an

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Mai Ju

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Set

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94 J

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Set

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95 J

an

Mar

Mai Ju

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96 J

an

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Mai Ju

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97 J

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98 J

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Livre Flutuante

Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 35

do Flutuante para nível bastante baixo,não alcançando mais sequer o volumede transações do seu mercadoprimário.

A tabela 3.5, que traz adistr ibuição das contratações decâmbio entre os segmentos Livre eFlutuante, registra nova queda departicipação do Flutuante no total de

3.5 - Distribuição por Segmento

Livre Flutuante Total Livre Flutuante Total Livre Flutuante Total

US$ milhões US$ milhões US$ milhões

1998 87,3 12,7 367.637 90,6 9,4 3.020.655 90,3 9,7 3.388.291

Jan 88,7 11,3 24.184 89,2 10,8 177.565 89,1 10,9 201.749

Fev 91,0 9,0 24.582 90,1 9,9 180.735 90,2 9,8 205.317

Mar 92,4 7,6 35.522 91,2 8,8 288.385 91,4 8,6 323.907

1º Tri 90,9 9,1 84.289 90,4 9,6 646.684 90,4 9,6 730.973

Abr 88,4 11,6 31.596 91,9 8,1 274.609 91,5 8,5 306.205

Mai 84,8 15,2 26.400 91,5 8,5 266.691 90,9 9,1 293.092

Jun 89,1 10,9 28.606 92,5 7,5 268.039 92,2 7,8 296.645

2º Tri 87,6 12,4 86.602 92,0 8,0 809.339 91,5 8,5 895.942

Jul 90,8 9,2 35.112 92,9 7,1 275.441 92,7 7,3 310.553

Ago 89,1 10,9 35.173 91,4 8,6 280.745 91,2 8,8 315.918

Set 75,6 24,4 39.766 88,5 11,5 295.248 86,9 13,1 335.014

3º Tri 84,8 15,2 110.051 90,9 9,1 851.434 90,2 9,8 961.485

Out 84,0 16,0 34.765 89,4 10,6 270.155 88,8 11,2 304.921

Nov 88,2 11,8 23.014 88,1 11,9 211.626 88,1 11,9 234.641

Dez 88,4 11,6 28.915 89,6 10,4 231.415 89,5 10,5 260.331

4º Tri 86,6 13,4 86.695 89,1 10,9 713.197 88,8 11,2 799.892

1999 89,9 10,1 155.198 97,7 2,3 877.802 96,5 3,5 1.033.000

Jan 87,5 12,5 25.685 92,4 7,6 154.769 91,7 8,3 180.453

Fev 93,6 6,4 25.697 99,4 0,6 96.109 98,2 1,8 121.806

Mar 91,3 8,7 29.988 99,3 0,7 175.432 98,2 1,8 205.420

1º Tri 90,8 9,2 81.370 96,8 3,2 426.310 95,9 4,1 507.679

Abr 88,6 11,4 24.645 99,1 0,9 179.861 97,8 2,2 204.506

Mai 90,8 9,2 24.219 99,5 0,5 143.269 98,2 1,8 167.488

Jun 87,2 12,8 24.965 96,6 3,4 128.362 95,1 4,9 153.327

2º Tri 88,9 11,1 73.828 98,5 1,5 451.492 97,2 2,8 525.320

Fonte: Sisbacen.

PeríodoPrimário Secundário Primário + Secundário

(%) (%) (%)

negócios do mercado de câmbio, quepassou de 4,1%, no 1º tri/1999, para2,8%, no período em análise. Essamudança foi novamente devida aocomportamento do seu interbancário,que perdeu 1,7 ponto percentual departicipação, uma vez que, no primário,sua parte no volume de negócioscresceu de 9,2% para 11,1% entre osdois últimos períodos.

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Banco Central do Brasil 37

4. SEGMENTO DE TAXAS LIVRES

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Departamento de Câmbio38

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Banco Central do Brasil 39

4.1. BALANÇA COMERCIAL CAMBIAL

4.1.1 - Câmbio Contratado - Fluxo

1998 47.745 192 43.938 176 3.807 91.684 Jan 4.232 202 3.894 185 338 8.126 Fev 4.284 238 3.229 179 1.055 7.513 Mar 4.446 202 3.983 181 463 8.428

1º Tri 12.962 212 11.106 182 1.856 24.068 Abr 4.296 226 3.474 183 822 7.770 Mai 4.169 208 3.381 169 788 7.550 Jun 4.712 224 3.759 179 953 8.470

2º Tri 13.176 220 10.614 177 2.563 23.790 Jul 4.789 208 3.495 152 1.293 8.284 Ago 3.546 169 3.572 170 -26 7.118 Set 3.260 155 4.231 201 -970 7.491

3º Tri 11.595 178 11.298 174 297 22.893 Out 3.187 152 4.057 193 -870 7.244 Nov 3.504 175 3.420 171 85 6.924 Dez 3.321 151 3.444 157 -123 6.766

4º Tri 10.013 159 10.921 173 -909 20.934 1999 20.561 169 16.060 132 4.501 36.621 Jan 2.854 143 2.657 133 198 5.511 Fev 3.266 181 2.421 134 845 5.687 Mar 3.925 171 3.356 146 569 7.281

1º Tri 10.045 165 8.433 138 1.612 18.478 Abr 3.265 172 2.573 135 692 5.838 Mai 3.811 181 2.487 118 1.324 6.297 Jun 3.440 164 2.567 122 873 6.007

2º Tri 10.516 172 7.627 125 2.889 18.143

Fonte: Sisbacen.

Nota: Média diária por dias úteis.

US$ milhões

Correntede

Comércio

PeríodoExportação Importação

SaldoMédiaDiária

ValorValor MédiaDiária

No 2º tri/1999 as contratações decâmbio de exportação e importaçãoproduziram saldo cambial positivo deUS$ 2.889 milhões, com crescimentode 79,2% sobre o período anterior.Esse resultado decorreu do incrementode 4,9% nas contratações deexportação combinado com nova quedanas de importação – a terceira, emseqüência –, que recuaram 9,6% frenteao 1º tr i /1999. Por conta docomportamento acanhado dasimportações cambiais a corrente decomércio cambial mostrou recuo de1,8% na comparação com o períodoanterior, ficando desta feita em US$18.143 milhões, resultantes da somados US$ 7.627 milhões da importaçãoaos US$ 10.516 milhões da exportação– tabela 4.1.1.

No comparativo com igual períododo ano anterior, quando o superávit foide US$ 2.563 milhões, os números dascontratações de câmbio relativas aocomércio exterior brasileiro mostram-se ainda mais modestos, com quedasde 20,2% e 28,1%, na exportação e naimportação, respectivamente. Comoconseqüência, temos uma queda deUS$ 5.647 milhões no movimento decâmbio comercial, o que representaretração de 23,7% no volume total denegócios.

As razões para esse desempenhoseriam certa expectativa dos agentesfrente ao novo contexto trazido pelaf lutuação da taxa de câmbio; asdificuldades de acesso ao créditocomercial, face à retração nas linhas

externas, que representam a principalfonte de crédito ao comércio exteriorbrasileiro; e a provável pretensão dosimportadores externos de tirar algumproveito da desvalorização até entãohavida, o que implicaria a revisão deacordos mercantis, especialmente noque se referem aos preços que vinhamsendo praticados, retardando acontratação do câmbio.

Sobre isso, notamos que ocomportamento errático da taxa decâmbio, que apresentou valorizaçãonos dois primeiros meses do trimestree desvalorização no últ imo, com

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio40

variações diárias de até 2.91%,ocorrida no dia 25 de maio, deve terforçado os exportadores, não compro-metidos comercialmente, à certareflexão, frente a incertezas quanto aganhos de arbitragem, que dependemde dois fatores básicos: diferença entreas taxas de juros interna e externa ecomportamento da taxa de câmbio.

A ocorrência de desvalorizaçãoentre a data de contratação e deliquidação do contrato, quando há aefetiva entrega da moeda estrangeiraao banco, em percentual que, aplicadosobre o valor em dólares do contrato,produza valor de magnitude superiorao ganho f inanceiro medido peladiferença de juros causa sensação deperda ao exportador, que tende, porisso e sempre que possível, a serbastante cuidadoso na avaliação docusto de oportunidade da antecipaçãodo contrato. De qualquer maneira, doponto de vista do resultado cambial,vale notar que os dois primeirostrimestre de 1999 acumularam saldo deUS$ 4.501 milhões, valor este que jáse mostra superior, em 18,2%, aoresultado de todo o ano de 1998.

O gráfico 4.1.1, que traz aevolução mensal das contratações de

câmbio de exportação, desde 1996,deixa ainda mais evidente a fraquezados números do 2º tri/1999, ao mostrarque todos os totais mensais ficaramabaixo daqueles apurados nos mesmosmeses dos anos anteriores. A diferençaé mais flagrante com relação a 1997,quando o primeiro período do anoregistrou o recorde histórico decontratações de câmbio de exportaçãoem um período trimestral. Comparandoos totais trimestrais contratados nessesúltimos quatro anos, notamos que oapurado no período em análise mostraas seguintes reduções relativamente acada um dos anos anteriores infor-mados: 1996 (17,2%); 1997 (32,1%); e1998 (20,2%). Na comparação entre osmeses do 2º tri/1999, notamos que omelhor desempenho ocorreu em maio,a exemplo de 1996 e 1997.

No gráfico 4.1.2, que mostra ascurvas de comportamento das contra-tações de importação, pode ser vistoque após a forte subida verificada nomês de março, frente aos demaismeses do ano, as contratações assu-miram impressionante regularidadecom os três valores do 2º tri/1999tangenciando a linha dos US$ 2.500milhões por mês, confirmando expec-tat ivas de queda no patamar de

4.1.1 - Contratações de Exportação

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

US

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ilhõe

s

1996

1997

1998

1999

Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 41

contratações dessa natureza,especialmente em virtude da flutuaçãodo câmbio, não obstante a valorizaçãoobservada entre os valores de taxapraticados no início de março e a médiados três meses em exame.

O que se podeconcluir é que, a exemplodos exportadores, osimportadores, de maneiraainda mais séria, tiveramde repensar seus proje-tos, o que teria implicadocerta retração nos negó-cios. Paralelamente aisso, tivemos a edição daCircular nº 2.876, de17.03.1999, que f lexi-bilizou as exigências decâmbio prévio instituídaspela Circular nº 2.747, de25.03.1997, com amparona MP 1.569/97. Pelo quese pode notar do compor-tamento da distribuiçãodos prazos de liquidaçãodos contratos de câmbiode importação – medidopela diferença entre adata da contratação e aprevista para l iquidação –, as contratações

para liquidação nas faixas de até 30dias mostraram crescimento firme,embora pequeno, desde março.

Sobre isso, note-se que enquantonos meses imediatamente seguintes àedição da Circular nº 2.747 registrou-

4.1.2 - Balan ça Comercial Física

1998 51.120 -3,5 205 57.731 -3,5 232 -6.611 108.851 Jan 3.914 -13,7 186 4.647 -12,3 221 -733 8.561 Fev 3.715 -5,1 206 3.943 -15,1 219 -228 7.658 Mar 4.273 15,0 194 5.168 31,1 235 -895 9.441

1º Tri 11.902 -10,5 195 13.758 -15,1 226 -1.856 25.660 Abr 4.571 7,0 241 4.629 -10,4 244 -58 9.200 Mai 4.609 0,8 230 4.734 2,3 237 -125 9.343 Jun 4.886 6,0 233 4.701 -0,7 224 185 9.587

2º Tri 14.066 18,2 234 14.064 2,2 234 2 28.130 Jul 4.970 1,7 216 5.395 14,8 235 -425 10.365 Ago 3.985 -19,8 190 4.154 -23,0 198 -169 8.139 Set 4.537 13,9 216 5.724 37,8 273 -1.187 10.261

3º Tri 13.492 -4,1 208 15.273 8,6 235 -1.781 28.765 Out 4.014 -11,5 191 5.454 -4,7 260 -1.440 9.468 Nov 3.702 -7,8 185 4.727 -13,3 236 -1.025 8.429 Dez 3.944 6,5 179 4.455 -5,8 203 -511 8.399

4º Tri 11.660 -13,6 185 14.636 -4,2 232 -2.976 26.296 1999 22.446 -13,6 184 23.064 -17,1 189 -618 45.510 Jan 2.946 -25,3 147 3.646 -18,2 182 -700 6.592 Fev 3.267 10,9 182 3.164 -13,2 176 103 6.431 Mar 3.829 17,2 166 4.052 28,1 176 -223 7.881

1º Tri 10.042 -13,9 165 10.862 -25,8 178 -820 20.904 Abr 3.705 -3,2 195 3.669 -9,5 193 36 7.374 Mai 4.386 18,4 209 4.075 11,1 194 311 8.461 Jun 4.313 -1,7 205 4.458 9,4 212 -145 8.771

2º Tri 12.404 23,5 203 12.202 12,3 200 202 24.606

Fonte: Secex.

MédiaDiária

Var.(%)

Valor Valor

US$ milhões

Período

Exportações Importações

SaldoCorrente

deComércio

Var.(%)

MédiaDiária

4.1.2 - Contratações de Importação

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

US

$ m

ilhõe

s1996

1997

1998

1999

Fonte: Sisbacen.

Page 42: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO · 2000. 5. 26. · e até meados do trimestre em análise, a taxa de câmbio apresentou consistente movimento de valorização, alcançando o mínimo

Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio42

se forte crescimento nas contrataçõesde importação, que t iveram, porimposição legal, de ser antecipadas,tem-se agora o efeito inverso, comessas contratações mais ou menos seajustando aos prazos de pagamento,visto que a nova regulamentação exigeantecipação, máxima de aproxi-madamente 90 dias, somente noscasos em que os vencimentos externosestejam previstos para ocorrer até o

final do segundo mês subsequente aode registro da declaração de impor-tação, enquanto anteriormente a ne-cessidade de câmbio prévio, de atéaproximadamente 180 dias em relaçãoà data do vencimento, alcançava todasas importações com prazo de paga-mento inferior a 360 dias.

Na balança comercial f ísica,objeto da tabela 4.1.2, diferentementeda balança cambial, que registrou certaestabi l idade dos negócios, tantoexportação (23,5%) quanto importação(12,3%) mostraram acréscimos signi-ficativos, fazendo com que a correntede comércio passasse da média mensalde US$ 6.968 milhões, apurada noprimeiro tr imestre do ano, paraUS$ 8.202 milhões, no período emanálise. Atentos aos números mensais,notamos que enquanto a importaçãomostrou seqüência de crescimento daordem de 10,0% ao mês, a partir doprimeiro mês do período, na exportaçãotivemos pequena oscilação em junho,queda de 1,7% frente a maio, quecrescera 18,4% sobre abril.

Na comparação com igual trimestredo ano anterior, os números da balançafísica registrados no 2º tri/1999 mostram-se relativamente melhores que os da

4.1.3 - Câmbio Comprado a Liquidar Exportação

PeríodoCom

EmbarqueSem

EmbarqueTotal

1998 Jan 3.311 8.942 12.252 Fev 3.207 9.387 12.593 Mar 3.268 9.206 12.474 Abr 3.266 9.093 12.359 Mai 3.206 9.089 12.295 Jun 3.245 9.059 12.304 Jul 3.160 8.898 12.058

Ago 3.032 8.440 11.472 Set 2.951 7.767 10.718 Out 3.001 7.517 10.518 Nov 3.024 7.317 10.341 Dez 3.022 6.822 9.844

1999 Jan 2.946 6.421 9.366 Fev 2.836 6.624 9.460 Mar 2.759 6.477 9.236 Abr 2.656 6.623 9.279 Mai 2.590 6.796 9.386 Jun 2.504 6.583 9.087

Fonte: Sisbacen (COSIF).

Nota:Divergências eventualmente encontradas nos números desta tabela em relação a anteriores devem-se a atrasona entrega de balancetes pelos bancos.

US$ milhões

4.1.3 - Exportações Físicas

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

US

$ m

ilhõe

s

1996

1997

1998

1999

Fonte: Secex.

Page 43: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO · 2000. 5. 26. · e até meados do trimestre em análise, a taxa de câmbio apresentou consistente movimento de valorização, alcançando o mínimo

Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 43

balança cambial, pois enquanto estesrecuavam, no total, 23,7%, aquelesencolhiam apenas 12,5%. Essa mesmacomparação mostra recuos de 11,8% naexportação e 13,2% na importação física.Quanto ao saldo comercial, notamos oregistro do resultado positivo de US$ 202milhões, que, embora pequeno, tem certarelevância quanto notamos a seqüênciade resultados negativostrimestrais mostrada natabela, somente quebrada,coincidentemente, em igualperíodo do ano passado,quando o superávit cambialfoi de míseros US$ 2,0milhões.

Além da tabela 4.1.2,o comportamento da ba-lança comercial física éobjeto dos gráficos 4.1.3 e4.1.4, que permitem análisecomparativa com iguaisperíodos dos três anosprecedentes a 1999. Mere-ce destaque nesses grá-ficos o mês de abril/1999,que registrou os menoresvalores da série, tanto naimportação quanto na ex-portação. Como de praxe,nosso relatório traz tam-

bém os gráficos 4.1.5 (importações) e4.1.6 (exportações), que permitem acomparação entre os comportamentosdas curvas de exportação e importação,nas balanças física e cambial. Noprimeiro deles, pode-se notar o aumen-to da distância entre os númerosreferentes à importação, por força daCircular nº 2.876.

4.1.4 - Formas de Contratação das Exportações

Valor (%) Valor (%) Valor (%)1998 47.745 11.676 24,5 27.508 57,6 39.184 82,1Jan 4.232 820 19,4 2.625 62,0 3.445 81,4Fev 4.284 1.131 26,4 2.510 58,6 3.641 85,0Mar 4.446 1.038 23,3 2.782 62,6 3.820 85,9

1º Trim. 12.962 2.989 23,1 7.917 61,1 10.906 84,1Abr 4.296 1.151 26,8 2.518 58,6 3.669 85,4Mai 4.169 875 21,0 2.617 62,8 3.492 83,8Jun 4.712 1.445 30,7 2.517 53,4 3.962 84,1

2º Trim. 13.176 3.471 26,3 7.652 58,1 11.123 84,4Jul 4.789 1.547 32,3 2.535 52,9 4.082 85,2Ago 3.546 924 26,1 1.934 54,5 2.858 80,6Set 3.260 807 24,8 1.781 54,6 2.588 79,4

3º Trim. 11.595 3.278 28,3 6.250 53,9 9.528 82,2Out 3.187 448 14,1 1.926 60,4 2.374 74,5Nov 3.504 692 19,7 1.987 56,7 2.679 76,4Dez 3.321 798 24,0 1.776 53,5 2.574 77,5

4º Trim. 10.013 1.938 19,4 5.689 56,8 7.627 76,21999 20.561 5.473 26,6 10.135 49,3 15.608 75,9Jan 2.854 793 27,8 1.338 46,9 2.131 74,7Fev 3.266 884 27,1 1.681 51,5 2.565 78,5Mar 3.925 1.211 30,9 1.867 47,6 3.078 78,4

1º Tri 10.045 2.888 28,8 4.886 48,6 7.774 77,4Abr 3.265 617 18,9 1.761 53,9 2.378 72,8Mai 3.811 1.023 26,8 1.924 50,5 2.947 77,3Jun 3.440 945 27,5 1.564 45,5 2.509 72,9

2º Tri 10.516 2.585 24,6 5.249 49,9 7.834 74,5

Fonte: Sisbacen.

US$ milhões

Período ACC Pag. Antecip.+ ACCPag. AntecipadoExportação

4.1.4 - Importações Físicas

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

6.500

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

US

$ m

ilhõe

s1996

1997

1998

1999

Fonte: Secex.

Page 44: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO · 2000. 5. 26. · e até meados do trimestre em análise, a taxa de câmbio apresentou consistente movimento de valorização, alcançando o mínimo

Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio44

Relativamente aos saldos defechamento mensal da conta CâmbioComprado a Liquidar – Exportação,notamos que, não obstante o pequenocrescimento das contratações deexportação verificado no 2º tri/1999, nacomparação com o período anterior,seu saldo médio trimestral mostrou, aocontrário, recuo de 1,1%, com o mêsde junho registrando o menor valor dasérie objeto da tabela 4.1.3. A variação

de saldo foi mais representativa naparcela informativa do saldo do câmbioa liquidar com mercadoria embarcada,que recuou 9,3% na comparação dasmédias trimestrais, enquanto a parcelasem embarque registrava mudança,posit iva, de 2,5%, na mesmacomparação.

Por força disso, houve cres-cimento da participação dos contratos

4.1.5 - Saldos Contábeis Mensais das Linhas de Crédito

Até 360 dias + de 360 dias Total Até 360 dias + de 360 dias Total12.349 60 12.409 5.162 6.372 11.533 23.94212.569 74 12.643 4.853 6.819 11.672 24.31512.932 86 13.018 4.556 7.236 11.792 24.81012.510 108 12.619 4.252 7.491 11.743 24.36112.430 130 12.561 4.032 7.514 11.546 24.10712.255 142 12.397 3.844 7.672 11.516 23.91312.261 162 12.423 3.698 7.846 11.544 23.96711.767 160 11.927 3.558 7.834 11.392 23.31911.041 152 11.194 3.259 7.664 10.922 22.11610.665 153 10.818 3.142 7.330 10.472 21.28910.502 147 10.648 2.907 7.100 10.007 20.6559.908 138 10.046 2.641 6.930 9.572 19.6189.263 141 9.404 2.576 6.793 9.369 18.7729.350 125 9.476 2.342 6.767 9.109 18.5859.633 99 9.733 2.089 6.595 8.684 18.4179.549 89 9.638 1.976 6.246 8.222 17.8609.592 58 9.650 2.064 5.842 7.906 17.5569.293 44 9.337 2.153 5.454 7.607 16.944

Fonte: Sisbacen (COSIF).

Notas:1/ As divergências eventualmente encontradas nos números desta tabela em relação a anteriores devem-se a atraso na entregade balancetes pelos bancos;2/ Atualizado em outubro/1999.

Jun

1999 Jan

1998 Jan

US$ milhões

NovDez

JulAgoSetOut

FevMarAbrMai

TotalGeral

Importação Exportação Período

AbrMaiJun

FevMar

4.1.5 - Importações Cambiais X Físicas

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

93 J

an Abr Ju

l

Out

94 J

an Abr Ju

l

Out

95 J

an Abr Ju

l

Out

96 J

an Abr Ju

l

Out

97 J

an Abr Ju

l

Out

98 J

an Abr Ju

l

Out

99 J

an Abr

US

$ m

ilhõe

s

Cambiais

Físicas

Fonte: Sisbacen e Secex.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 45

com mercadoria por embarcar, quepassaram de 69,6% para 72,1% do totalda conta, enquanto aqueles commercadoria embarcada recuavamconseqüentemente de 30,4% para27,9%. O comportamento histórico dossaldos mensais dessa conta é mostradono gráfico 4.1.7, que permite conferiras variações havidas desde 1992, tantonos saldos representativos de ACCquanto nos de ACE1.

Sobre as formas de financiamentodas exportações, Informadas no

contrato de câmbio, a tabela 4.1.4 e ográfico 4.1.8, mostram queda de 2,9pontos percentuais no valor percentualde financiamento à exportação viaadiantamento e/ou pagamento ante-cipado, ao passar dos 77,4% regis-trados no 1º tri/1999 para 74,5% noperíodo em análise. Quando confron-tados o percentual registrado no 2º tri/1999 com aquele apurado em igualperíodo do ano passado (84,4%), éverif icada a queda de 9,9 pontospercentuais, refletindo o quadro deretração de linhas de crédito e de

1 - A rigor, deve se ter em conta que o saldo dessa conta é ligeiramente inflado pelas contratações prontas de final de mês, quepodem não prever ACC ou ACE.

4.1.6 - Exportações Cambiais X Físicas

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

93 J

an Abr Ju

l

Out

94 J

an Abr Ju

l

Out

95 J

an Abr Ju

l

Out

96 J

an Abr Ju

l

Out

97 J

an Abr Ju

l

Out

98 J

an Abr Ju

l

Out

99 J

an Abr

US

$ m

ilhõe

sCambiais

Físicas

Fonte: Sisbacen e Secex.

4.1.7 - Câmbio Comprado a LiquidarExportação - Sa ldo Contábil

0

2

4

6

8

10

12

14

16

92-J

an Abr Ju

l

Out

93-J

an Abr Ju

l

Out

94-J

an Abr Ju

l

Out

95-J

an Abr Ju

l

Out

96-J

an Abr Ju

l

Out

97-J

an Abr Ju

l

Out

98-J

an Abr Ju

l

Out

99-J

an Abr

US

$ m

ilhõe

s

Com EmbarqueSem Embarque

Total

Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio46

exportadores com maiorcapacidade de crédito.Contribuiu decisivamen-te para esse resultado odesempenho do Paga-mento Antecipado (PA),que registrou 24,6% noperíodo em análisecontra 28,8% no 1º tri/1999. Por outro lado, oACC mostrou cresci-mento de 1,3 pontopercentual, ao evoluir de48,6% para 49,9%, namesma comparação.

Examinados os per-centuais mensais dessasduas formas de financia-mento, notamos, no ladodo ACC, que o períodoem análise caracterizou-se por seqüência decres-cente, após abri l terregistrado aumento de6,3 pontos percentuaissobre março. O resul-tado mais importantedesse comportamento foique junho/1999 registrou o menor valorpercentual de ACC de toda a sérieobjeto da tabela 4.1.4, ao marcarapenas 45,5% de participação no total

contratado no mês. Diferen-temente, no PA o ritmo foicrescente, especialmenteporque o valor de abril, queserve de base para a análiseda evolução no trimestre,registrou queda de 12,0pontos percentuais emrelação ao mês anterior.

Em relação ao compor-tamento do trimestre a partirdos valores absolutos, cons-tatamos, na comparaçãocom o 1º tri/1999, que omelhor resultado foi o doACC, que cresceuUS$ 363,0 milhões, o que re-presenta 7,43%. No PAconstatou-se queda deUS$ 303,0 milhões, ou10,5%. Como conseqüência,o total f inanciado no tri-mestre teve crescimento deUS$ 60,0 milhões entre osdois primeiros trimestres doano. Quando os valores emexame são submetidos àcomparação com aqueles

registrados em igual período do anopassado, notam-se quedas bastantesignif icativas, a saber: queda deUS$ 3.289 milhões no total financiado

4.1.6 - Prazo Médio Previsto para Liqui-dação dos Contratos de Exportação 1/

1998 - 96Jan 107Fev 102Mar 101 103Abr 98Mai 101Jun 86 95Jul 91Ago 91Set 87 90Out 99Nov 93Dez 89 941999 - 87Jan 79Fev 87Mar 82 83Abr 100Mai 93Jun 79 91

Fonte: Sisbacen.Notas: 1/ Fechamentos p/ liquidação com prazo superior a 390 dias não são computados no cálculo do prazo médio;2/ Média ponderada pelo valor das operações.

Períodomês

Prazo Médio (dias)

ano /Trim. 2/

4.1.8 - Formas de Contratação das Exportações

0

20

40

60

80

100

90 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

91 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

92 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

93 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

94 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

95 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

96 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

97 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

98 J

anM

arM

ai Jul

Set

Nov

99 J

anM

arM

ai

( %

)

ACC

PagamentoAntecipado

Demais

Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 47

(equivalentes a 29,6%); US$ 2.403 nasconcessões de ACC (equivalentes a31,4%); e US$ 886 milhões no PA (equi-valentes a 25,5%).

Coerentes com a situação acimacomentada, os saldos contábeis men-sais da conta Obrigações em MoedasEstrangeiras, informativos da captaçãode linhas de crédito comercial deorigem externa, expostos na tabela4.1.5 e no gráfico 4.1.9, mostram novaqueda na exposição dos banqueirosexternos ao mercado brasileiro. Acontar de julho/1998, constata-seseqüência de quedas por onze mesessucessivos. O valor de US$ 16.944milhões registrado em junho/1999mostra, na comparação com igual mêsdo ano anterior, queda de US$ 6.969milhões (o que equivale a 29,1%). Ovalor de junho deste ano é o mais baixoda série, tanto no total geral como nostotais parciais de exportação e deimportação, refletindo, a nosso ver,comportamento cauteloso dos banquei-ros externos2.

Comparando os números médiosdo trimestre em análise com aqueles

apurados em períodos anteriores,constatamos, relativamente ao 1º tri/1999 e ao 2º tri/1998, as seguintesretrações, respectivamente: 6,1% e27,7%, no total geral captado; 15,7% e31,8%, no total comprometido com aimportação; e 11,6% e estabilidade (naverdade acréscimo de US$ 4,0 milhões)nas captações para exportação.

Quanto à distribuição dessaslinhas entre importação e exportação,medida também pelos saldos médiostrimestrais, tivemos mudanças bastantesignif icativas, com a importaçãoperdendo 3,4 pontos percentuais, aopassar de 48,7%, no 1º tri/1999 para45,3% no período em análise, enquantoa exportação saía de 51,3% para54,7%, com ganho dos 3,4 pontospercentuais perdidos pela importação.

Essa queda nas l inhas deimportação, que chegaram apraticamente dividir a demanda pelaslinhas externas de comércio, no 2º sem/1998, não deve ser tomada comoconseqüência exclusiva da flexibi-lização das contratações de importa-ção, objeto da Circular nº 2.876, de

2 - Os valores relativos às contratações de exportação com pagamento antecipado, tenham previsão de pagamento pelo importador,banqueiro ou terceiros, não impactam o saldo dessa conta, que deve registrar, no caso da exportação, apenas os valores captadosdiretamente por bancos brasileiros para concessão de ACC.

4.1.9 - Saldos Contábeis das Linhas de Crédito

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

92 J

an Abr Ju

l

Out

93 J

an Abr Ju

l

Out

94 J

an Abr Ju

l

Out

95 J

an Abr Ju

l

Out

96 J

an Abr Ju

l

Out

97 J

an Abr Ju

l

Out

98 J

an Abr Ju

l

Out

99 J

an Abr

US

$ m

ilhõe

sTotal de Linhas de Crédito

Total de Exportação

Imp. até 360 dias

Imp. mais de 360 dias

Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio48

17.03.1999, uma vez que o compro-metimento de linhas com a importaçãovinha em ritmo decrescente desdemarço/1998, quando esse segmentoregistrou seu recorde histórico deutilização de crédito externo.

Por outro lado, os efeitos daCircular nº 2.876 podem ser vistos nadivisão do crédito para importaçãoentre as operações de curto e longoprazo, onde constatamos a primeiraqueda percentual na participação docrédito de longo prazo, que, medidopela média tr imestral, passou de74,2%, apurados no 1º tri/1999, para73,9%, no período em análise.

O que nos dá essa convicção é ocomportamento dos percentuais departicipação mensal do crédito de longoprazo que, após crescimento firme econstante desde abril/1997 – com aexceção do mês de outubro/1998,quando se faziam sentir os efeitos dacrise russa (houve queda de 0,2 pontopercentual sobre o mês anterior) –,passou a mostrar tendência claramentedecrescente, ao registrar, pela ordem,os seguintes valores de março a junho/1999: 75,9%; 76,0%; 74,0%; e 71,7%.

Registre-se, a propósito, que os76,0% apurados em abril marcou o

recorde de comprometimento com aimportação de longo prazo, querespondia por apenas 14,6% em março/1997. Contudo, deve ser levado emconta também, como indutor desseajuste dos prazos de pagamento dasimportações às novas condiçõesregulamentares, a crise de confiançaque levou os banqueiros externos areduzir a oferta de linhas, bem como adesvalorização cambial, que forçou osimportadores a reverem seus planos,especialmente aqueles de longo prazo.

Por fim, a tabela 4.1.6 mostraaumento de oito dias no prazo médioprevisto para liquidação dos contratosde exportação, que passou de 83, no1º tri/1999, para 91, no período emanálise. Esse resultado deve-se, emprimeiro lugar, ao resultado acanhadodo primeiro trimestre do ano, queregistrou média de apenas 83 dias, comqueda de 11 dias em relação ao últimotrimestre/1998, e, em segundo, aocomportamento do mês de abril, que,em conseqüência da combinação damais baixa participação do pagamentoantecipado, que têm liquidação pronta,com a mais alta do ACC, nofinanciamento das exportações no 1ºsem/1999 – ver tabela 4.1.4 –, registrouprazo de 100 dias, puxando conse-qüentemente a média do trimestre.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 49

4.2. MOVIMENTO FINANCEIRO

4.2.1 - Operações Financeiras - Câmbio Contratado

1 9 9 8 121.324 487,24 107.814 432,99 13.510 Jan 7.770 370,02 5.544 263,99 2.227 Fev 10.038 557,69 4.813 267,39 5.225 Mar 17.946 815,71 6.456 293,48 11.489

1º Tri 35.755 586,14 16.813 275,63 18.941 Abr 13.918 732,51 6.258 329,36 7.660 Mai 7.882 394,11 6.961 348,06 921 Jun 8.662 412,49 8.358 397,98 305

2º Tri 30.462 507,70 21.577 359,61 8.885 Jul 14.506 630,69 9.105 395,89 5.400 Ago 7.633 363,49 16.597 790,32 -8.963 Set 6.591 313,87 15.967 760,36 -9.376

3º Tri 28.731 442,01 41.670 641,07 -12.939 Out 11.900 566,68 10.048 478,48 1.852 Nov 6.508 325,41 6.868 343,41 -360 Dez 7.968 362,19 10.838 492,62 -2.869

4º Tri 26.377 418,68 27.754 440,54 -1.377 1 9 9 9 45.223 370,68 57.660 472,62 -12.436

Jan 5.130 256,48 11.822 591,10 -6.692 Fev 7.671 426,18 10.706 594,76 -3.035 Mar 8.537 371,19 11.562 502,67 -3.024

1º Tri 21.338 349,81 34.089 558,84 -12.751 Abr 8.128 427,81 7.874 414,44 254 Mai 8.762 417,26 6.928 329,93 1.834 Jun 6.994 333,06 8.768 417,51 -1.773

2º Tri 23.885 391,56 23.571 386,40 315

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central).

US$ milhões

PeríodoValor Valor

Compras VendasSaldoMédia

DiáriaMédiaDiária

As contratações de câmbiofinanceiro no decorrer do segundotrimestre do ano somaram US$ 23,9bilhões na ponta de compra e US$ 23,6bilhões na ponta de venda, resultandona obtenção de saldo positivo deUS$ 315 milhões, o primeiro ingressolíquido trimestral desde o segundotrimestre de 1998. Após os resultadosextremamente negativos observadosnos primeiros três meses do ano, quesomaram saída l íquida de quaseUS$ 13 bilhões, as transações finan-ceiras cursadas no segmento Livrevoltaram a apresentar maiorequilíbrio, tendo os meses deabril (compras de US$ 8,1bilhões e vendas de US$ 7,9bilhões) e maio (compras deUS$ 8,8 bilhões e vendas deUS$ 6,9 bilhões) apresen-tado saldo líquido positivode, respectivamente, US$ 0,3bi lhão e US$ 1,8 bi lhão(tabela 4.2.1).

O mês de junho, tradi-cionalmente um mês em queos saldos tendem a sermenores por maior pressãoremissiva (gráfico 4.2.1),apresentou compras deUS$ 7,0 bilhões e vendas deUS$ 8,8 bilhões, gerandosaldo negativo de US$ 1,8bilhão, praticamente anulan-do os bons resultados alcan-çados nos meses de abril emaio. Importante notar,portanto, que as contrata-ções financeiras parecem

caminhar para um período de maiornormalidade, deixando para trás osmomentos agudos da crise iniciadacom a quebra russa em agosto do anopassado e que culminou com a decisãodo governo de deixar o Real flutuar emjaneiro do corrente ano. Observe-seque, apesar da significativa melhora, seconsiderarmos os valores trimestrais,as compras financeiras registram valorainda abaixo daqueles observados noperíodo pré-crise. O mesmo raciocíniovale para a ponta de venda, com totaltrimestral apresentando valor acima

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio50

4.2.2 - Segmento Livre - Ingressos Financeiros - Câmbio Contratado

1998 6.546 23.891 7.426 34.078 26.022 28.949 15.256 142.170 Jan 460 1.850 663 947 2.442 700 709 7.770 Fev 408 2.090 1.067 1.104 3.525 642 1.201 10.038 Mar 477 2.813 369 1.124 5.520 6.173 1.471 17.946

1º Tri 1.345 6.752 2.099 3.175 11.487 7.514 3.381 35.755 Abr 487 2.338 359 1.731 2.507 3.059 3.438 13.918 Mai 368 1.812 726 1.278 976 993 1.729 7.882 Jun 481 1.524 585 2.839 600 2.025 609 8.662

2º Tri 1.335 5.674 1.670 5.848 4.082 6.077 5.776 30.462 Jul 490 2.640 953 4.780 1.599 3.333 710 14.506 Ago 587 1.165 199 2.859 1.381 833 610 7.633 Set 425 894 399 1.909 1.253 792 919 6.591

3º Tri 1.502 4.699 1.551 9.548 4.232 4.959 2.238 28.731 Out 435 1.172 155 4.050 736 4.648 704 11.900 Nov 468 1.749 196 1.785 688 182 1.441 6.508 Dez 535 858 152 2.377 2.515 896 919 7.968

4º Tri 2.363 6.766 2.106 15.507 6.220 10.400 3.861 47.222 1999 2.662 7.691 1.585 12.326 5.573 7.453 7.935 45.223 Jan 541 1.078 294 1.087 730 287 1.112 5.130 Fev 367 739 262 4.594 569 343 797 7.671 Mar 595 1.109 221 1.596 936 1.173 2.909 8.537

1º Tri 1.503 2.927 777 7.277 2.234 1.803 4.818 21.338 Abr 327 1.605 245 1.991 1.026 1.372 1.562 8.128 Mai 441 2.008 321 1.194 1.431 2.654 714 8.762 Jun 391 1.151 242 1.865 881 1.624 841 6.994

2º Tri 1.159 4.764 808 5.049 3.338 5.650 3.118 23.885

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central).Notas: 1/ Inclui Transportes, Seguros, Viagens Internacionais, Rendas de Capitais, Gastos Governamentais e Serviços Diversos;2/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;3/ Imóveis, Investimentos em Subsidiárias ou Filiais e Participações em Empresas no País;4/ Resolução n º 63, Resolução nº 2.312 ('63 cambial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros empréstimos.5/ Inclui Transferências Unilaterais e ingressos de capitais não discriminados nas colunas anteriores.

Período Total

US$ milhões

Mercadode

Capitais2/

Depo-sitary

Receipts

Investi-mentosDiretos

3/

Emprés-timos a

Residentes4/

CommercialPapers,Bônus,Notes

Capitais

Outros5/

Serviços1/

4.2.1- Saldo Financeiro MensalCâmbio Contratado - 1997/99

-20.000

-15.000

-10.000

-5.000

0

5.000

10.000

15.000

20.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-9

7

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-9

8

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

Abr

-99

Mai

-99

Jun-

99

US

$ m

ilhõe

s

Saldo Ingressos RemessasFonte: Sisbacen.

Page 51: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO · 2000. 5. 26. · e até meados do trimestre em análise, a taxa de câmbio apresentou consistente movimento de valorização, alcançando o mínimo

Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 51

4.2.2 - Saldo Financeiro Acumulado em 12 mesesCâmbio Contratado - 1997/99

-40.000

-30.000

-20.000

-10.000

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-9

7

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-9

8

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

Abr

-99

Mai

-99

Jun-

99

US

$ m

ilhõe

s

Fonte: Sisbacen.

dos observados naquele período(tabela 4.2.1).

O bom resultado do segundotrimestre não parece refletido no gráficodo saldo financeiro acumulado em dozemeses (gráfico 4.2.2), que aponta valornegativo de US$ 26,8 bilhões ante US$18,1 bilhões registrados ao final doprimeiro tr imestre. Isso se devemeramente ao fato de estarmoscaptando nos doze meses consi-derados período de julho/98 a junho/99 todos os saldos negativos geradosno decorrer da crise iniciada justamenteem agosto de 1998: dos doze mesescaptados, nada menos que oitoapresentam déficit, alguns bastanteexpressivos. Basta dizer que se opróximo trimestre apresentar resultadolíquido nulo, o saldo f inanceiroacumulado em doze meses irá saltarpara US$ 13,9 bilhões negativos emvirtude do descarte do terceiro trimestredo ano passado, que somousubstanciais remessas líquidas deUS$ 12,9 bilhões (tabela 4.2.4).

O valor de junho, portanto, deverepresentar o ponto mais baixo doindicador e serve ainda parademonstrar a dimensão da crise pelaqual atravessou a economia brasileira:em julho de 1998, imediatamente antes

da crise que ceifou a Rússia eespalhou-se por vários mercadosemergentes, as contratações finan-ceiras acumuladas em 12 meses nosegmento livre somavam ingressoslíquidos de US$ 40,3 bi lhões.Confrontado com o indicador de junho(US$ 26,8 bilhões negativos) temosuma variação de impressionantesUS$ 67,1 bilhões.

Em se tratando da classificaçãodas contratações de compras finan-ceiras no segmento livre, a tabela 4.2.2registra algumas das principais vias deinternação de recursos no País.Somados, os ingressos classificadoscomo Serviços mais as cinco contasdiscriminadas em Capitais na citadatabela, respondem por 87% do volumeingressado no trimestre em análise. Noperíodo 1994-98 essas mesmas contasrepresentaram, em média, 90% do totalingressado.

A principal via de ingresso nosegundo trimestre de 1999 foi a contaCommercial Papers, Bonus e Notesque somaram compras de US$ 5,7bilhões (US$ 1,4 bilhão em abril,US$ 2,7 bilhões em maio e US$ 1,6bilhão em junho). Esse valor foi maisde três vezes que o verificado notrimestre anterior (US$ 1,8 bilhão)

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio52

4.2.3 - Segmento Livre - Remessas Financeiras - Câmbio Contratado

1998 11.728 7.188 9.932 22.727 2.116 2.415 16.686 17.805 4.513 12.704 107.814 Jan 786 322 740 1.504 230 15 753 514 309 371 5.544 Fev 607 305 732 1.405 67 43 518 544 257 335 4.813 Mar 799 505 770 1.516 188 732 922 622 198 205 6.456

1º Tri 2.191 1.132 2.242 4.426 484 791 2.194 1.679 764 911 16.813 Abr 827 591 696 1.927 145 132 583 1.022 114 221 6.258 Mai 903 765 755 2.212 151 55 442 1.195 346 138 6.961 Jun 1.153 490 757 1.985 233 30 1.480 1.569 246 414 8.358

2º Tri 2.883 1.846 2.209 6.125 528 217 2.504 3.786 706 774 21.577 Jul 1.038 212 923 1.910 109 147 2.106 1.707 472 481 9.105 Ago 838 610 1.232 3.443 211 43 2.808 1.829 654 4.928 16.597 Set 1.208 1.582 975 2.611 187 193 2.454 2.267 369 4.121 15.967

3º Tri 3.083 2.404 3.131 7.964 507 384 7.368 5.803 1.495 9.531 41.670 Out 1.266 503 729 1.271 236 196 1.908 2.262 701 977 10.048 Nov 915 435 743 1.193 167 54 829 2.075 212 244 6.868 Dez 1.390 868 878 1.748 193 774 1.883 2.201 634 268 10.838

4º Tri 3.571 1.805 2.350 4.212 596 1.024 4.620 6.537 1.548 1.490 27.754 1999 7.417 2.899 4.416 6.306 944 936 7.684 10.831 9.259 6.966 57.660 Jan 925 628 966 1.692 111 154 1.058 1.620 1.018 3.652 11.822 Fev 835 351 503 577 81 134 1.272 1.451 4.995 507 10.706 Mar 1.424 392 837 804 130 103 2.943 2.191 2.284 454 11.562

1º Tri 3.184 1.370 2.306 3.072 322 391 5.273 5.262 8.296 4.613 34.089 Abr 1.948 303 681 1.004 240 505 676 1.547 362 610 7.874 Mai 939 478 708 1.083 264 10 516 1.891 360 679 6.928 Jun 1.346 748 722 1.148 119 30 1.219 2.131 241 1.064 8.768

2º Tri 4.234 1.529 2.110 3.234 622 545 2.411 5.569 962 2.353 23.571

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central).Notas:

1/ Inclui Dividendos e Bonificações;

2/ Transportes, Seguros, Viagens Internacionais, Gastos Governamentais e Serviços Diversos;3/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;

4/ Imóveis, Investimentos em Subsidiárias ou Filiais e Participações em Empresas no País;

5/ Resolução nº 63, Resolução nº 2.312 ('63 cambial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros empréstimos.6/ Inclui Transferências Unilaterais e remessas de capitais não discriminadas nas colunas anteriores.

Serviços

Emp. a Re-sidentes

5/

Lucros1/

OutrosServiços

2/

Mercadode

Capitais3/

Depo-sitary

ReceiptsTotal

US$ milhões

CommercialPapers,Bônus,Notes

AmortizaçõesInvesti-mentosDiretos

4/

Outros6/Fin. a Im-

portação

Capitais

Período

Juros

demonstrando melhora no humor domercado externo frente a demanda deempresas brasileiras. Como pode serobservado na tabela 4.2.2, os ingressosregistrados na rubrica vinham sendorelativamente fracos desde agosto doano passado, exceção feita para o mêsde outubro, que reflete uma operaçãode antecipação de ingressos prove-nientes da privatização do SistemaTelebrás, registrados como notes doBNDES. A utilização de tal estratégiavisou trazer algum alívio ao mercadocambial, que naquele momento sofriaenorme pressão remissiva (tabela 4.2.3e tabela 4.2.4). Em fevereiro registrou-se, em caráter meramente contábil,remessas na rubrica e a contrapartida

em ingressos, classificados comoinvestimentos diretos.

Do lado das remessas,Commercial Papers, Bonus e Notesapresentou comportamento bastantefavorável, com saídas de US$ 0,4bilhão nos meses de abril e maio e maisUS$ 0,2 bilhão em junho. Com isso ototal de remessas no trimestre regis-trado na rubrica alcançou US$ 1,0bilhão. Isto posto, o influxo líquido nosegundo tr imestre do ano somouUS$ 4,7 bilhões, com expressivosvalores mensais: US$ 1,0 bilhão emabril, US$ 2,3 bilhões em maio eUS$ 1,4 bilhão em junho. Esse bomdesempenho coloca as captações

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 53

realizadas através do lançamento detítulos no exterior como a principal fontede ingressos líquidos no períodoanalisado.

Deve ser ressaltado, também,que o câmbio contratado sob aclassificação Commercial Papers,Bonus e Notes apresentado nastabelas passou a incluir aquelascaptações de prazos inferiores a umano. A edição da Circular 2.859 de 27de janeiro de 1999 baixou de 12 mesespara 90 dias, no mínimo, o prazomédio de amortização para as opera-ções de empréstimo externo. Taiscaptações de prazo inferior a 360 dias,consideradas capital estrangeiro decurto prazo, vinham sendo agregadasna rubrica Empréstimos a Residentes.A partir deste boletim do segundotr imestre de 1999, com a sér iedevidamente corrigida nas tabelas,essas captações de curto prazopassaram a ser agregadas, juntamentecom as de longo prazo, na deno-minação Commercial Papers, Bonus eNotes. Interessante observar que asmesmas não têm sido especialmenteintensas, somando US$ 242,1 milhõesem ingressos e US$ 2,0 milhões emremessas nos três meses em foco.

Outra importante fonte decontratação de compras financeirasforam as inversões classificadas comoinvestimentos estrangeiros diretos,que, mesmo considerando o períodoconturbado do primeiro semestre, jáacumulam ingressos de US$ 12,3bilhões, mantendo excelente desem-penho. No trimestre, foram registradosingressos de US$ 2,0 bilhões em abril,US$ 1,2 bilhão em maio e US$ 1,9bilhão em junho, que somados chegama US$ 5,0 bilhões, dos quais US$ 3,2bilhões aplicados em subsidiárias e/oufiliais e US$ 1,8 bilhão em participaçõesem empresas no País (gráfico 4.2.3).Para que se tenha uma base compa-rativa, o mesmo período de 1998 -anterior à crise na Rússia, portanto -registra ingressos de US$ 5,8 bilhões.

Em termos das remessasclassificadas em Investimentos Diretos,o segundo trimestre de 1999 soma,como é praxe, valor reduzido,alcançando US$ 545 milhões, dosquais US$ 505 milhões em abri l ,US$ 10 milhões em maio e US$ 30milhões em junho. Tendo em vista essecomportamento, as contrataçõeslíquidas de investimentos estrangeirosdiretos no período atingiram US$ 4,5

4.2.3 - Ingressos de Investimentos DiretosCâmbio Contratado - 1997/99

0

1.000

2.000

3.000

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-98

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-98

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s

Subsidiárias e/ou Filiais Participação em Empresas TotalFonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio54

4.2.4 - Transferências Financei ras - Ingressos Líquidos - Câmbio Contratado

1998 -23.227 -1.822 3.708 24.368 7.055 19.763 -16.334 13.510 Jan -1.387 345 434 932 1.688 391 -176 2.227 Fev -1.236 685 1.000 1.061 3.007 385 322 5.225 Mar -1.597 1.296 181 392 4.598 5.974 645 11.489

1º Tri -4.220 2.327 1.615 2.384 9.294 6.751 791 18.941 Abr -1.627 411 214 1.599 1.924 2.945 2.195 7.660 Mai -2.055 -400 576 1.224 535 647 396 921 Jun -1.920 -462 352 2.810 -880 1.779 -1.375 305

2º Tri -5.602 -451 1.142 5.632 1.578 5.370 1.216 8.885 Jul -1.683 731 844 4.633 -507 2.861 -1.478 5.400 Ago -2.093 -2.279 -12 2.816 -1.427 179 -6.147 -8.963 Set -3.340 -1.716 212 1.716 -1.201 423 -5.470 -9.376

3º Tri -7.116 -3.265 1.044 9.164 -3.136 3.463 -13.095 -12.939 Out -2.064 -98 -81 3.854 -1.172 3.947 -2.534 1.852 Nov -1.625 556 29 1.731 -142 -30 -879 -360 Dez -2.601 -891 -41 1.602 633 261 -1.833 -2.869

4º Tri -6.289 -433 -93 7.187 -681 4.179 -5.247 -1.377 1999 -12.071 1.384 640 11.390 -2.111 -1.806 -9.863 -12.436 Jan -1.978 -613 183 932 -328 -730 -4.159 -6.692 Fev -1.322 162 181 4.460 -703 -4.652 -1.162 -3.035 Mar -2.058 305 91 1.493 -2.008 -1.111 263 -3.024

1º Tri -5.357 -146 455 6.886 -3.038 -6.493 -5.058 -12.751 Abr -2.604 602 6 1.486 350 1.010 -595 254 Mai -1.685 925 57 1.184 915 2.294 -1.856 1.834 Jun -2.425 3 123 1.835 -339 1.383 -2.355 -1.773

2º Tri -6.714 1.530 185 4.504 927 4.687 -4.805 315

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central).Notas: 1/ Inclui Transportes, Seguros, Viagens Internacionais, Rendas de Capitais, Gastos Governamentais e Serviços Diversos;2/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;3/ Imóveis, Investimentos em Subsidiárias ou Filiais e Participações em Empresas no País;4/ Resolução nº 63, Resolução nº 2.312 ('63 cambial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros empréstimos.5/ Inclui Transferências Unilaterais e ingressos líquidos de capitais não discriminados nas colunas anteriores.

Período Serviços1/

CapitaisUS$ milhões

Emprés-timos a

Residentes4/

CommercialPapers,Bônus,Notes

Mercadode

Capitais2/

Depo-sitary

Receipts

Investi-mentosDiretos

3/

Outros 5/

Total

bilhões, dos quais US$ 1,5 bilhão emabri l , US$ 1,2 bi lhão em maio eUS$ 1,8 bilhão em junho (tabela 4.2.4).O investimento direto líquido acumu-lado em 12 meses (gráfico 4.2.4), comovem ocorrendo desde fevereiro,mantém-se acima do patamar dosUS$ 25,0 bilhões, tendo encerrado otrimestre registrando US$ 27,7 bilhões,o que representa queda de 3,9% emrelação ao dado do primeiro trimestredo ano (US$ 28,9 bilhões).

Ressalte-se que a manutenção deingressos consistentes em Inves-timentos Diretos pode ser consideradaainda mais significativa se for levado

em conta o resultado das privatizações,federais e estaduais, no primeirosemestre de 1999. Segundo dados doBNDES, incluindo receita de venda etransferência de dívida, os primeirosseis meses de 1999 geraram apenasUS$ 2,1 bilhões. Em 1997 as privatiza-ções alcançaram resultado de US$ 27,7bilhões e chegaram a US$ 37,6 bilhõesem 1998. Considerando a relevanteparticipação que o investidor estran-geiro vem tendo no processo deprivatização e as perspectivas devenda de empresas do setor elétrico, éde se esperar, portanto, a manutençãode ingressos em Investimentos Diretosem patamares elevados.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 55

As contratações de câmbio paraaplicação no mercado de capitaissomaram ingressos de US$ 4,8 bilhõesno segundo trimestre de 1999 (US$ 1,6bilhão em abril, US$ 2,0 bilhões emmaio e US$ 1,2 bilhão em junho). Essevalor implica aumento de 63% emrelação aos ingressos registrados noprimeiro trimestre do ano (US$ 2,9bilhões). Considerando as remessas deUS$ 1,0 bilhão em abril, US$ 1,1 bilhãoem maio e US$ 1,1 bilhão em junho,totalizando US$ 3,2 bilhões, o câmbiocontratado líquido sob a denominaçãoMercado de Capitais somou US$ 1,5bilhão positivo no segundo trimestre doano, o primeiro resultado trimestral

positivo para a rubrica desde o primeirotrimestre de 1998.

Tal resultado parece corroborar oquadro de melhoria geral e menorpressão sobre o mercado de câmbioapresentado pelas rubricas analisadasanteriormente. A conta Mercado deCapitais guarda também a peculia-ridade de refletir de maneira instan-tânea, ou até mesmo antecipada, asperspectivas por parte do mercado.Isso pode ser bem visualizado nográfico 4.2.5, que mostra ascontratações líquidas mensais dosanexos I a V da Resolução 1.289. Comopode ser observado, os momentos de

4.2.4 - Investimento Direto Líquido Acumulado em 12 meses - Câmbio Contratado - 1997/99

0

5.000

10.000

15.000

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25.000

30.000

35.000

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-98

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99

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s

Fonte: Sisbacen.

4.2.5 - Resolução 1.289 - Anexos I a VContratação Líquida - 1997/99

-2.500

-2.000

-1.500

-1.000

-500

0

500

1.000

1.500

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8

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-99

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-99

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99

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$ m

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Anexos I a IV Anexo V - Depositary Receipts TotalFonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio56

crise e conseqüente deterioração deexpectativas estão claramentemarcados em 1997, 1998 e início de1999.

Não é demais observar a imensainfluência que as apl icações deinvestidores estrangeiros têm exercidosobre o mercado acionário no País. Emoutubro de 1997, no desenrolar da criseasiática, registrou-se saída líquida emMercado de Capitais de US$ 1,5 bilhãoe a Bolsa de Valores do Estado de SãoPaulo - Bovespa acusou perdas de23,8% no mês. Em agosto de 1998,desta feita já sob os efeitos da quebrada Rússia, Mercados de Capitaismostra vendas líquidas de US$ 2,3bilhões e o índice Bovespa foi ao fundodo poço, registrando contração de39,6%. Finalmente, em dezembro de1998, com a piora das expectativassobre a capacidade de o governodefender a moeda, Mercado de Capitaisregistra perda efetiva de US$ 0,9bilhão, tendo a Bovespa registradoqueda de 21,4% nesse mesmo mês.

Como pode ser visto na tabela4.2.4, no primeiro semestre de 1999somente o mês de janeiro apresentasaídas líquidas. Desde então o saldovem sendo posit ivo até o virtual

equilíbrio registrado em junho, commeros US$ 3 milhões de ingressoslíquidos. A valorização acumulada peloIbovespa alcançou 71,4% no período,devendo ser lembrado, entretanto, queboa parte dessa valorização serviupara adequar os preços das ações dascompanhias brasi leiras à novarealidade cambial.

O mesmo cenário descrito até aquiserve também de base para explicar ocomportamento das contratações decâmbio financeiro sob a rubricaEmpréstimos a Residentes, que soma-ram no trimestre ingressos de US$ 3,3bilhões, dos quais US$ 1,0 bilhão emabril, US$ 1,4 bilhão em maio eUS$ 0,9 bilhão em junho. As remessasalcançaram US$ 0,7 bilhão em abril,US$ 0,5 bilhão em maio e US$ 1,2 bilhãoem junho, totalizando US$ 2,4 bilhõesno trimestre. O resultado líquido foi deUS$ 0,9 bilhão no período abril-junho, oprimeiro saldo positivo trimestral desdeo segundo trimestre do ano passado(US$ 1,6 bilhão). Reparar, porém, que ofluxo líquido de junho foi negativo em US$339 milhões e aqui cabem algunscomentários.

Essa saída líquida de recursos deEmpréstimos a Residentes, que inclui

4.2.6 - Ingressos de Capital EstrangeiroCâmbio Contratado - 1997/99

0

500

1000

1500

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Resolução 2.312 - '63 Cambial' Resolução 63 Resolução 2.483 - '63 Caipira'Fonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 57

basicamente as contratações decâmbio sob a égide da Resolução 63 esuas assemelhadas, pode ser creditadaao novo arcabouço da economiabrasileira, agora funcionando sob umregime cambial f lutuante. Anteri-ormente, dada a estrutura cambialrígida, de desvalorizações controladasmensais, taxas de juros internas -nominais e reais - elevadas e créditoexterno abundante, a captação derecursos externos era enormementeestimulada (gráfico 4.2.6).

Atualmente isso não é maisnecessariamente verdade. No trimestreem análise, a taxa de juros básica Selic- que reflete as operações de troca dereservas bancárias lastreadas emtítulos federais - caiu de 36,1% a.a. emmarço para 22,0% a.a. em junho, umcorte de quase 40%. A combinaçãocâmbio flutuante, taxas internas dejuros em queda e mercado externo comliquidez ainda restrita - o que significaem última instância custos maiores decaptação, serve como barreira naturalpara captações de empréstimos noexterior. Isto posto, com o Paísconseguindo uma política macroeco-nômica consistente e as taxas de jurosinternas passarem a convergir paravalores mais palatáveis, o fundinginterno pode vir a ser alternativarazoável para aqueles setores queestavam tomando empréstimos emmoeda estrangeira. Mantidas as atuaiscondições de melhoria no ambiente

econômico nacional, portanto, nãoacreditamos que a conta Empréstimosa Residentes venha a se manter comofonte significativa de ingressos líquidosde recursos externos como no passadorecente.

Para finalizar, a tabela 4.2.2, queapresenta as principais vias dos ingressosfinanceiros, mostra ainda as clas-sificações Serviços, com US$ 1,2 bilhãono trimestre em foco, Depositary Receipts,que soma US$ 0,8 bilhão, e Outros - naqual são agregadas as contrataçõesclassificadas como TransferênciasUnilaterais, além dos demais itens daconta Capitais não discriminadosanteriormente - com volume de US$ 3,1bilhões. Em termos de remessas (tabela4.2.3), Serviços mostra contratações devendas totais de US$ 7,8 bilhões(US$ 4,2 bilhões em Juros, US$ 1,5 bilhãoem Lucros e US$ 2,1 bilhões em OutrosServiços) enquanto Depositary Receiptsregistra US$ 0,6 bilhão.

Em termos líquidos, como podeser observado na tabela 4.2.4, aclassificação Serviços somou remessasde US$ 6,7 bilhões no período abril-junho, elevando o crônico défici tcambial do setor no segmento Livrepara US$ 12,1 bilhões no primeirosemestre. Como base de comparação,tal déficit mais do que anula o bomsuperávit obtido na rubricaInvestimentos Diretos, que alcançou nomesmo período US$ 11,4 bilhões.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

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5. SEGMENTO DE TAXAS

FLUTUANTES

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5. SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES

O segundo trimestre de 1999apresentou reduzido volume negociadonos dois grupos que compõem oFlutuante – “Operações com Clientes”e “Operações entre Instituições” –,relativamente mantendo o padrão dotrimestre anterior, como mostra o gráfi-co 5.1. Os US$ 11.404 milhõestransacionados no trimestre em análiserepresentam redução de 46% emrelação ao acumulado nos trêsprimeiros meses do ano e de 85% emrelação à media trimestral de 1998.Esse movimento é natural e esperadoem função da unificação, em fevereiro,das posições de câmbio do segmentoFlutuante com as do Livre. Parainstituições que operam nos doissegmentos, passou-se a registrar,então, uma posição única de câmbio,conhecida como posição do mercado– independentemente se as operaçõessão originadas especificamente noFlutuante ou no Livre. A evolução da

posição de câmbio no mercado podeser acompanhada no gráfico 2.4 docapítulo 2 (Política Cambial).

A maior queda do volumenegociado no segmento Flutuantedecorre da forte redução nas ope-rações do mercado secundário, que, nopresente trimestre, caíram 77% emrelação ao trimestre anterior (tabela5.1), tendo como condicionante aredução verificada no interbancário (ta-bela 5.2). Com a unificação, o Flutuantepassou a contar apenas com seisinsti tuições bancárias operandoexclusivamente nesse segmento, alémdas sociedades corretoras, sociedadesdistribuidoras de títulos e valoresmobiliários e as sociedades de crédito,financiamento e investimento.

No presente trimestre, foramnegociados US$ 3.014 milhões nomercado interbancário, ante

5.1 - Volume Total Negociado (Turnover) 1,2 - 1998/99

0

10.000

20.000

30.000

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98 J

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2º T

rim.

US

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Operações com Clientes

Operações entre Instituições

Fonte: Sisbacen.Notas:1/ Exclui "Operações Interdepartamentais";2/ A partir de 01.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio62

US$ 12.970 milhões do tr imestreanterior e média de US$ 69.519milhões nos quatro trimestres de 1998.Ressalte-se que mais da metade dosvalores negociados neste trimestreforam concentrados em abril, boa parteem função de vendas do Banco Centralao mercado. Muito embora o regimecambial seja de livre flutuação, o

Comunicado nº 6.565, que instituiu onovo regime em 18.01.99, prevê aparticipação da autoridade monetáriapara objet ivos de contenção demovimentos desordenados.

Ainda com referência ao mercadosecundário, cabe ressaltar a fortequeda nos volumes de arbitragens, seja

5.1 - Fluxo Total

Compra Venda Saldo Compra Venda Saldo Compra Venda Saldo1 9 9 8 5.185 12.122 -6.936 2.346 27.163 -24.817 7.531 39.284 -31.754 486 281.264 281.750 328.565

Jan 444 739 -296 41 1.520 -1.479 484 2.259 -1.775 48 19.076 19.124 21.868 Fev 487 576 -89 62 1.094 -1.033 549 1.670 -1.121 35 17.871 17.906 20.124 Mar 432 723 -291 103 1.434 -1.331 535 2.156 -1.621 36 25.080 25.115 27.807

1º Trim. 1.363 2.038 -675 205 4.047 -3.842 1.568 6.085 -4.517 118 62.027 62.145 69.798 Abr 410 2.153 -1.743 144 943 -799 555 3.096 -2.542 33 21.330 21.363 25.014 Mai 379 1.736 -1.357 110 1.782 -1.672 489 3.518 -3.029 36 22.652 22.688 26.695 Jun 406 682 -276 173 1.854 -1.682 579 2.537 -1.958 47 20.099 20.146 23.261

2º Trim. 1.196 4.571 -3.375 427 4.580 -4.153 1.623 9.151 -7.528 116 64.081 64.197 74.971 Jul 542 1.044 -502 137 1.494 -1.357 679 2.538 -1.859 50 19.399 19.449 22.665 Ago 397 798 -401 120 2.511 -2.391 516 3.309 -2.793 37 24.043 24.080 27.906 Set 393 962 -569 185 8.176 -7.991 578 9.138 -8.560 63 34.035 34.098 43.814

3º Trim. 1.332 2.804 -1.472 442 12.181 -11.740 1.773 14.985 -13.212 150 77.477 77.626 94.385 Out 428 1.072 -645 932 3.141 -2.210 1.359 4.214 -2.854 46 28.504 28.550 34.123 Nov 403 881 -477 169 1.261 -1.092 573 2.142 -1.569 24 25.173 25.197 27.911 Dez 464 756 -292 171 1.952 -1.781 635 2.708 -2.073 33 24.002 24.035 27.378

4º Trim. 1.295 2.709 -1.414 1.272 6.354 -5.082 2.567 9.063 -6.496 103 77.679 77.782 89.412 1 9 9 9 2.836 2.800 36 2.645 7.412 -4.766 5.481 10.211 -4.730 343 16.373 16.716 32.409

Jan 425 513 -88 142 2.143 -2.001 567 2.656 -2.089 23 11.760 11.783 15.005 Fev 552 351 201 126 604 -478 678 955 -277 109 476 586 2.219 Mar 619 357 262 604 1.029 -425 1.223 1.386 -163 141 1.031 1.173 3.781

1º Trim. 1.596 1.221 375 872 3.775 -2.904 2.468 4.996 -2.528 274 13.268 13.541 21.005 Abr 398 495 -97 548 1.363 -815 945 1.857 -912 24 1.594 1.617 4.420 Mai 392 429 -38 267 1.144 -877 659 1.574 -915 24 624 648 2.880 Jun 451 655 -204 959 1.129 -170 1.409 1.784 -375 22 888 910 4.103

2º Trim. 1.240 1.579 -339 1.774 3.636 -1.863 3.014 5.215 -2.202 70 3.105 3.175 11.404 Fonte: Sisbacen.

Nota:

1 - O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;

2 - Representadas, no caso do fluxo primário, por "Op.com Instituições no Exterior" (entre uma instit.no País e outra no exterior), incluindo op.de ouro contra moeda nacional, pronta e futura;

3 - Volume total negociado ("turnover"), exclui "Operações Interdepartamentais" e "Operações Intermercados" das Operações entre Instituições;

4 - Representadas, para o caso do mercado secundário, por "Agências de Turismo - Operações com Bancos/Operadores Credenciados".

Op.com Clientes

4/

US$ milhões

Mercado Secundário 3/

Período TotalOperações com Clientes

Mercado Primário 1/Operações entre Instituições 2/

Volume Total

NegociadoTotalOp.entre

Institituições

5.2 - OPERAÇÕES COM INSTITUIÇÕES NO EXTERIORRemessas (por países de domicílio das instituições) - 1997/99

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

1997

Jan Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez

1998

Jan Fev

Mar

Abr

Mai

o

Jun

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez

1999

Jan Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

US

$ m

ilhõe

s

Paraguai Uruguai Bahamas E.U.A. OutrosFonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 63

em Arbitragens no País, Arbitragens noExterior ou em Arbitragens de Ouro como Banco Central (tabela 5.2). Tambémfoi verificada redução no volume dasoperações de Ag.Turismo-Op.comBcos.Credenciados (tabela 5.3). Emtodas essas rubricas, foram registradosvalores bem abaixo dos níveis usuais,algo entre 25% e 50% da médianegociada desde 1994, corres-pondendo a volume de negóciosequivalentes aos do início da década.

Com relação ao mercado primário,que corresponde aos f luxos deingressos e remessas de divisas, houve

queda de 13% nas transferênciaslíquidas para o exterior no presentetr imestre. Comparando-se com omesmo período de 1998, a reduçãochega a 71%. O grupo de rubricas“Operações entre Inst i tuições”,representado, para o caso dos fluxosprimários, por Operações com Insti-tuições no Exterior, continua regis-trando os valores mais significativos,como mostram as tabelas 5.1 e 5.2.Essas operações referem-se, exclusi-vamente, aos fluxos decorrentes detransações com instituições no exterior(operações interbancárias interna-cionais). Os ingressos ou remessas de

Compra Venda1998 475 2.260 453 278.076 0 281.264 2.346 27.163 Jan 34 40 0 19.002 0 19.076 41 1.520 Fev 53 37 3 17.778 0 17.871 62 1.094 Mar 58 34 11 24.976 0 25.080 103 1.434

1ºTrim. 145 110 14 61.757 0 62.027 205 4.047 Abr 54 450 27 20.798 0 21.330 144 943 Mai 33 483 37 22.099 0 22.652 110 1.782 Jun 39 578 42 19.440 0 20.099 173 1.854

2ºTrim. 127 1.511 106 62.337 0 64.081 427 4.580

Jul 32 26 31 19.310 0 19.399 137 1.494

Ago 27 390 47 23.579 0 24.043 120 2.511

Set 42 125 88 33.780 0 34.035 185 8.176

3ºTrim. 101 541 166 76.669 0 77.477 442 12.181

Out 28 33 70 28.372 0 28.504 932 3.141

Nov 26 34 54 25.058 0 25.173 169 1.261

Dez 48 30 42 23.883 0 24.002 171 1.952

4º Trim. 102 97 166 77.313 0 77.679 1.272 6.354

1999 113 81 194 15.984 0 16.373 2.645 7.412

Jan 45 15 100 11.599 0 11.760 142 2.143

Fev 6 30 35 405 0 476 126 604

Mar 27 19 20 965 0 1.031 604 1.029

1ºTrim. 78 65 155 12.970 0 13.268 872 3.775

Abr 20 10 13 1.550 0 1.594 548 1.363

Mai 6 4 14 599 0 624 267 1.144

Jun 8 2 12 865 0 888 959 1.129

2ºTrim. 35 16 40 3.014 0 3.105 1.774 3.636 Fonte: Sisbacen.Notas:1/ No País e no Exterior. O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Volume total negociado ("turnover"), exclui "Operações Interdepartamentais" e "Operações Intermercados";3/ Pronta e Futura, incluindo ouro;4/ Boleto e automático, incluindo operações com o Bacen e operações de ouro c/ moeda nacional entre instituições no País;

5/ Compra e venda de moeda estrangeira e ouro contra moeda nacional.

Arbitr.de Pos.Ouro contra Pos.Camb.

(Bacen)

Operações Interbancárias

no País 4/

Outros Fatos

Total Mercado

Secundário

5.2 - Operações entre Institui ções 1/US$ milhões

Mercado Secundário 2/ Merc.Primário

PeríodoArbitragens no País 3/

Arbitragens no Exterior 3/

Operações com Instituições no

Exterior 5/

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio64

dólares derivados de compras ouvendas a instituições no exterior, res-pectivamente, têm contrapartida emreais, que cursam nas contas correntesde domiciliados no exterior abertas eminstituição bancária no Brasil – mais co-nhecidas pelo mercado como CC5.

No período em análise, houveforte elevação dos ingressos referentesa Operações com Instituições noExterior, passando de US$ 872 milhõesno acumulado de janeiro a março paraUS$ 1.774 milhões no presentetrimestre – crescimento de mais de100%. A propósito, desde março osingressos por essa rubrica vêmmostrando valores mais represen-tativos, superando, já no primeirosemestre, o total de todo o ano de 1998– efeito direto da redução da alíquotado IOF de 2,0% para 0,5% incidentesobre essas transferências do exterior(Portaria MF nº 56, de 12.03.99). OsUS$ 959 milhões ingressados em junhosó são menores do que os valoresmensais de novembro/94 a julho/95,período em que foram verificados fortesmovimentos de entrada e saída decapitais de curtíssimo prazo (aincidência da alíquota de IOF, de 7%em meados de agosto/95, veio reduzirsignificativamente esses ingressos,

caindo de US$ 2.373 milhões paraUS$ 76 milhões em setembro/95).

Por meio do gráfico 5.2, pode-seacompanhar mais detalhadamente asremessas cursadas via Operações comInstituições no Exterior, classificadaspor países de domicílio das instituiçõesde destino das transferências. AsBahamas continuam tendo relevanteparticipação, mas, dessa vez, apre-sentaram redução em termos relativos,principalmente frente aos EstadosUnidos. Com efeito, do total deUS$ 3.636 milhões em remessas dotrimestre, quase US$ 1.250 milhõesforam direcionados para instituiçõesdomiciliadas nas Bahamas, seguido deperto pelos US$ 1.067 milhõesenviados a instituições domiciliadasnos EUA.

Com relação às transferências deOperações com Instituições no Exteriorpara o Uruguai, não houve alteraçãosignificativa frente ao trimestre anterior,mantendo-se a média mensal deUS$ 250 milhões – bem menor do quea média de US$ 655 milhões verificadaem 1998 e de US$ 420 milhões em1997. Ressalte-se a retomada docrescimento das transferências parainstituições domiciliadas no Paraguai,

5.3 - CARTÕES DE CRÉDITO INTERNACIONAISSaldo Líquido - Fluxo Mensal e Média Diária - 1996/99

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

1996

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1997

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1998

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1999

Jan

Mar

Mai

Sal

do L

íqui

do (

US

$ m

ilhõe

s)

-17,5

-15,0

-12,5

-10,0

-7,5

-5,0

-2,5

0,0

Méd

ia D

iári

a (U

S$

milh

ões)

Saldo Líquido Mensal Média Diária Média Diária 12 MesesFonte: Sisbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 65

que, haviam atingido valores histori-camente baixos em fevereiro e março(US$ 3 milhões e US$ 26 milhões, res-pectivamente). No presente trimestre,essas remessas atingiram média supe-rior a US$ 170 milhões, ainda menoresque as médias mensais de US$ 368milhões em 1998 e de US$ 350 milhõesem 1997.

Para completar a análise dosfluxos primários registrados no seg-mento Flutuante, cabe examinar asrubricas de “Operações com Clientes”,que voltaram a apresentar déficit já apartir de abril, praticamente com-pensando o superávit ocorrido noprimeiro trimestre. O comportamento noinício do ano ref let ia o efeito dadesvalorização cambial ocorrida em

janeiro, favorecendo, à época, osmaiores ingressos de TransferênciasUnilaterais e desestimulando gastoscom viagens internacionais. Cor-respondia ao primeiro superávit em“Operações com Clientes” desde osegundo trimestre de 1996.

Como mostra a tabela 5.3, a voltado déficit nos fluxos resulta de quedanos ingressos (22%) simultaneamenteao aumento nas remessas (29%), quemostrou crescimento mesmo levando-se em conta a melhora em ViagensInternacionais.

No presente trimestre, o grupo derubricas Viagens Internacionais apre-sentou remessas líquidas no montantede US$ 375 milhões, ante US$ 408

5.3 - Operações com Clientes 1/

Merc.Sec.

Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda

1998 152 1 1.106 5.369 1.276 2.221 2.197 566 122 1.164 334 2.801 5.185 12.122 486 Jan 15 0 88 437 104 182 174 19 11 96 52 5 444 739 48 Fev 12 0 80 382 118 131 161 15 23 48 94 1 487 576 35 Mar 10 0 102 364 104 195 189 18 11 38 15 109 432 723 36

1º Trim. 37 0 270 1.182 326 508 524 52 45 182 161 114 1.363 2.038 118 Abr 17 0 93 390 85 161 190 19 13 56 13 1.527 410 2.153 33 Mai 13 0 89 418 80 145 174 21 7 34 17 1.117 379 1.736 36 Jun 10 0 82 485 110 154 174 26 5 15 26 2 406 682 47

2º Trim. 40 0 264 1.293 275 460 538 66 24 105 56 2.647 1.196 4.571 116

Jul 11 0 90 504 132 213 279 263 13 61 17 2 542 1.044 50

Ago 9 0 97 455 101 233 160 20 17 66 13 24 397 798 37

Set 10 0 94 598 97 173 152 32 10 149 30 9 393 962 63

3º Trim. 30 0 281 1.557 330 618 591 316 40 277 59 35 1.332 2.804 150

Out 15 0 95 561 121 174 183 25 1 308 13 4 428 1.072 46

Nov 19 0 100 380 108 166 163 82 6 253 8 0 403 881 24

Dez 11 0 97 395 117 296 198 26 5 39 37 1 464 756 33

4º Trim. 45 0 291 1.336 346 635 543 132 12 600 58 5 1.295 2.709 103

1999 45 1 560 1.343 639 859 1.341 93 96 442 155 62 2.836 2.800 343

Jan 12 0 89 332 119 110 179 17 14 53 12 1 425 513 23

Fev 13 0 93 206 120 102 273 8 24 35 29 0 552 351 109

Mar 19 0 121 174 111 132 315 15 18 36 34 1 619 357 141

1º Trim. 44 0 304 712 350 344 768 40 56 123 75 1 1.596 1.221 274

Abr 1 0 88 173 81 118 201 15 12 165 15 23 398 495 24

Mai 0 0 83 213 86 134 175 21 6 24 41 38 392 429 24

Jun 0 0 85 245 122 263 198 16 21 130 24 0 451 655 22

2º Trim. 1 0 256 631 289 515 574 53 40 319 80 61 1.240 1.579 70 Fonte: Sisbacen.Notas:

1/ O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;

3/ Exclui a rubrica "Agências de Turismo - Operações com Bancos/Operadores Credenciados", constante na coluna do mercado secundário;4/ Curto e Longo Prazos;

5/ Volume total negociado ("turnover").

US$ milhões

Ag.Tur.-Op. c/ Bancos Credenc.

5/

Exportações e Transportes

2/Período

Viagens Internacionais

3/

Mercado PrimárioRendas de Capitais e

Serv.Diversos

Transferências Unilaterais

Capitais Brasileiros

4/

Total Mercado Primário

2/ A partir de 07.04.99, exportações de jóias, gemas, pedras preciosas e de artefatos de ouro e de pedras preciosas, bem como as operações de câmbio de frete e seguro dessas exportações passaram a cursar no Mercado de Câmbio de Taxas Livres;

Capitais Estrangeiros

4/

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio66

milhões do trimestre anterior. Aliás,esses são os menores valores desde oquarto trimestre de 1994, quando foramregistradas remessas líquidas de

US$ 548 milhões. No acumulado deoutubro a dezembro de 1998 – períodoimediatamente anterior à desva-lorização –, as remessas líquidas

5.4 - CARTÕES DE CRÉDITO INTERNACIONAISIngressos e Remessas - valor médio diário 1996/99

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1996

Jan

Mar

Mai Ju

l

Set

Nov

1997

Jan

Mar

Mai Ju

l

Set

Nov

1998

Jan

Mar

Mai Ju

l

Set

Nov

1999

Jan

Mar

Mai

US

$ m

ilhõe

s

Ingressos RemessasFonte: Sisbacen.

5.4. Viagens Internacionais 1/ 2/

Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda

1998 160 31 62 1.658 849 3.465 34 215 1.106 5.369 Jan 14 1 5 139 66 282 2 14 88 437 Fev 14 2 4 82 60 285 2 13 80 382 Mar 15 2 6 77 78 266 3 18 102 364

1º Trim. 43 6 15 299 204 833 8 46 270 1.182 Abr 14 2 4 92 72 279 2 18 93 390 Mai 13 1 4 95 70 301 2 21 89 418 Jun 13 2 5 150 62 313 3 21 82 485

2º Trim. 39 5 13 337 204 892 7 59 264 1.293 Jul 14 2 6 167 67 318 3 18 90 504 Ago 14 2 6 132 75 302 3 18 97 455 Set 12 4 4 286 75 285 3 23 94 598

3º Trim. 40 9 16 585 216 905 9 59 281 1.557 Out 12 6 5 222 74 309 3 24 95 561 Nov 12 4 7 84 78 279 3 14 100 380 Dez 14 3 6 133 73 247 4 12 97 395

4ºTrim. 38 12 18 439 225 835 10 51 291 1.336 1999 95 4 39 319 411 938 15 81 560 1.343 Jan 15 1 7 77 65 242 3 12 89 332 Fev 23 1 12 20 57 176 1 10 93 206 Mar 20 1 8 32 90 128 4 14 121 174

1º Trim. 58 2 27 129 212 546 8 36 304 712 Abr 13 1 4 52 70 106 2 14 88 173 Mai 12 1 4 63 64 133 2 15 83 213 Jun 13 1 5 75 66 154 3 16 85 245

2º Trim. 37 2 12 190 199 393 7 46 256 631 Fonte: Sisbacen.Notas:

US$ milhões

TotalPeríodo

Turismo no País

Turismo no Exterior

Cartões de Crédito 3/

Outras Naturezas 4/

1/ O total poderá eventual divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Exclui a rubrica "Agências de Turismo - Op.com Bancos/Operadores Credenciados", pertencente ao mercado secundário;3/ "Gastos em Bens e Serviços" e "Saques". "Outras Receitas e Despesas" de cartões encontra-se em Serviços Diversos;

4/ "Fins Educacionais, Científicos, Culturais ou Eventos Esportivos", "Negócios, Serviços ou Treinamento" e "Tratamento de Saúde".

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Banco Central do Brasil 67

referentes a Viagens Internacionaisalcançaram US$ 1.045 milhões. Aqueda, portanto, foi bem significativa.Entretanto, parece não haver tendênciadefinida de maiores reduções.

A tabela 5.4 traz mais detalha-damente as rubricas que compõemViagens Internacionais, onde sedestaca a forte participação relativa dasoperações de cartões de crédito,sobretudo a relevante queda dastransferências ao exterior a esse título(gráficos 5.3 e 5.4). Em termos líquidos,houve redução bastante relevante nasremessas, passando dos US$ 610milhões registrados no último trimestrede 1998 para US$ 334 milhões noacumulado de janeiro a março de 1999.

No presente trimestre, a queda foiainda maior, registrando US$ 194milhões em remessas líquidas – omenor valor desde o terceiro trimestrede 1994.

Também foram fortes as quedasnas remessas a título de Turismo noExterior, que, a exemplo de Cartões deCrédito, foram bastante afetadas peladesvalorização ocorrida em janeiro. Nopresente tr imestre, as remessaslíquidas referentes a Turismo noExterior alcançaram US$ 178 milhões,bem abaixo da média de 1998 –US$ 399 milhões. Ressalte-se reaçãoinstantânea dessa rubrica à desva-lorização em janeiro, retratando bem ainfluência da taxa de câmbio no turismo

5.5 - Transferências U nilat erais - Principais Rubricas 1/

Compra Venda Compra Venda Compra Compra Venda Compra Venda Compra Venda

1998 562 8 808 181 288 388 325 152 51 2.197 566 Jan 36 0 70 15 26 30 1 11 4 174 19 Fev 35 0 63 11 23 27 1 13 3 161 15 Mar 44 0 78 14 28 31 1 8 2 189 18

1º Trim. 115 0 211 39 78 89 3 32 9 524 52 Abr 46 0 68 13 29 32 1 15 5 190 19 Mai 43 0 64 13 24 30 1 12 6 174 21 Jun 49 0 60 13 25 28 2 13 11 174 26

2º Trim. 138 1 191 39 79 90 5 41 22 538 66 Jul 98 1 63 15 26 83 245 9 3 279 263 Ago 41 0 56 15 24 24 1 15 4 160 20 Set 36 0 63 25 19 22 3 12 4 152 32

3º Trim. 176 1 182 55 69 128 248 36 11 591 316 Out 45 0 80 20 18 25 2 14 3 183 25 Nov 40 0 66 13 20 25 65 12 3 163 82 Dez 47 6 78 16 24 32 1 17 3 198 26

4ºTrim. 133 6 224 49 62 81 69 44 9 543 132 1999 257 4 499 64 279 202 9 104 17 1.341 93 Jan 38 0 76 12 28 27 1 10 3 179 17 Fev 43 0 90 6 84 45 0 11 2 273 8 Mar 49 0 107 11 95 52 1 13 3 315 15

1º Trim. 130 0 273 29 207 123 2 34 8 768 40 Abr 50 0 83 11 25 29 1 13 3 201 15 Mai 37 3 72 13 22 27 3 17 2 175 21 Jun 39 0 70 11 25 23 2 40 3 198 16

2º Trim. 127 3 226 35 72 79 6 70 8 574 53

Fonte: Sisbacen.

Notas:

US$ milhões

Outras Naturezas 3/

TotalPeríodo

DoaçõesManutenção

de Residentes

Disp.em M.Estr.

2/Patrimônio

1/ O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Exclusivo para compras não identificadas, até US$ 10.000,00;3/ "Contribuições a Sociedades Associativas", "Heranças e Legados", "Indenizações não Amparadas por Seguro", "Aposentadorias e Pensões, inclusive Judiciais e Contribuições a Entidades de Previdência ", "Prêmios Auferidos no País" e "Vales Postais Internacionais".

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Departamento de Câmbio68

internacional. Com relação a Turismono País, o presente trimestre não mos-tra maiores alterações em relação aosníveis usuais, tendo apresentadosuperávit de US$ 35 milhões.

Ainda sobre “Operações comClientes” (tabela 5.3), mais especifica-

mente buscando analisar o compor-tamento dos fluxos de ingressos, éinteressante acompanhar as Trans-ferências Unilaterais, que registram osmaiores volumes de entrada de divisasdo exterior classificadas como “Ope-rações com Clientes”. No presentetrimestre, houve queda de mais de 25%

5.5 - FLUXO PRIMÁRIO LÍQUIDO DIÁRIOOperações com Clientes e Operações com Instituições no Exterior

Julho/1998 a Junho/ 1999

-1.900-1.700-1.500-1.300-1.100

-900-700-500-300-100100300500700900

1.100

01/0

7/98

10/0

7/98

21/0

7/98

30/0

7/98

10/0

8/98

19/0

8/98

28/0

8/98

09/0

9/98

18/0

9/98

29/0

9/98

08/1

0/98

20/1

0/98

29/1

0/98

10/1

1/98

19/1

1/98

30/1

1/98

09/1

2/98

18/1

2/98

30/1

2/98

11/0

1/99

20/0

1/99

29/0

1/99

09/0

2/99

22/0

2/99

03/0

3/99

12/0

3/99

23/0

3/99

05/0

4/99

14/0

4/99

26/0

4/99

05/0

5/99

14/0

5/99

25/0

5/99

04/0

6/99

15/0

6/99

24/0

6/99

US

$ m

ilhõe

s

Fonte: Sisbacen.

5.6 - Transferências U nilat erais - Ingressos - Rubricas e Países Selecionados 1/

E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais Total

1998 346 43 173 342 379 87 151 89 147 839 511 407 1.757 Jan 19 3 14 29 34 7 13 11 7 61 48 28 137 Fev 20 3 11 26 31 7 10 8 9 56 43 27 125 Mar 24 4 17 31 39 8 14 10 7 68 53 32 153

1º Trim. 63 10 42 85 104 22 37 29 22 185 144 86 415 Abr 30 3 13 28 31 9 15 9 9 73 43 30 146 Mai 29 3 12 26 30 8 14 8 8 69 41 27 137 Jun 30 4 15 26 27 7 13 6 8 69 37 31 136

2º Trim. 89 9 40 80 88 24 42 23 25 211 120 88 419 Jul 80 3 15 28 27 8 11 4 67 118 35 91 244 Ago 24 3 14 25 25 7 12 4 8 61 31 29 121 Set 19 3 14 26 29 8 10 4 7 55 36 29 120

3º Trim. 123 10 43 78 81 23 34 12 82 234 103 148 485 Out 25 6 15 34 41 5 10 8 8 68 55 28 150 Nov 21 4 15 29 31 6 13 7 5 63 41 26 131 Dez 26 4 17 36 34 8 16 10 6 78 48 31 157

4º Trim. 72 14 47 99 106 19 39 24 18 209 144 84 438 1999 141 28 88 225 238 36 95 63 44 461 330 168 958 Jan 22 5 12 36 34 6 11 10 7 69 48 25 141 Fev 20 5 18 39 46 5 20 18 7 79 69 30 178 Mar 25 6 18 49 53 6 28 16 7 102 75 31 207

1º Trim. 67 16 48 124 133 17 59 43 21 249 192 85 526 Abr 31 6 14 38 39 7 13 8 8 82 53 28 163 Mai 22 4 11 33 33 6 12 6 9 67 43 26 136 Jun 21 3 15 31 33 6 12 5 6 63 42 27 133

2º Trim. 74 13 40 101 105 19 36 20 23 212 138 82 432 Fonte: Sisbacen.Nota: O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento.

US$ milhões

Total (a)+(b)+(c)Período Doações (a) Man.de Residentes (b) Patrimônio (c)

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Banco Central do Brasil 69

nos ingressos de TransferênciasUnilaterais, tendo alcançado US$ 574milhões, ante US$ 768 milhões dotrimestre anterior. Importante salientarque essa redução representa, na ver-dade, retorno aos níveis que vigiamanteriormente à desvalorização do real.

O detalhamento das principaisrubricas de Transferências Unilateraisé trazido pela tabela 5.5, onde nota-sea part icipação preponderante deManutenção de Residentes, seguido deDoações e Patrimônio. Também inte-ressante notar a forte redução em Dis-ponibilidades em Moedas Estrangeiras– que acolhe compras até US$10.000,00 não identificadas –, voltandoaos padrões anteriores.

Boa parte dos recursos ingres-sados via Transferências Unilateraistem origem em dois países – EUA eJapão –, como mostra a tabela 5.6. Emgeral, as transferências origináriasdesses países se equivalem, à exceçãode Doações, onde a participação norte-americana é bem superior.

Um último comentário sobre ofluxo primário em “Operações comClientes” recai sobre Capitais Brasi-

leiros e Estrangeiros (tabela 5.3), queusualmente não mostram padrãoestável de comportamento. As maioresremessas registradas no trimestre emanálise foram inf luenciadas pelatransferência a título de CapitaisBrasileiros em abril e junho (US$ 165milhões e US$ 130 milhões, respec-tivamente).

Encerrando os comentários sobreo segmento Flutuante, cabe analisar aevolução dos volumes agregados dofluxo primário. O gráfico 5.5 traz valo-res negociados diariamente, onde épercebida a manutenção da relativaacomodação no fluxo primário líquidodiário, à exceção de movimentosverificados em meados de junho, decaráter pontual e operacional.

A tabela 5.7 mostra os númerosdo fluxo primário em termos anuais,destacando-se o saldo superavitárioem “Operações com Clientes” noacumulado do semestre, muito emboraseja de se esperar reversão desseresultado a partir do terceiro trimestre.A propósito, a Circular nº 2.881, de07.04.99, determinou a transferênciapara o segmento Livre das operaçõesde exportações de jóias, gemas, pedras

5.7 - Movimento de Câmbio do Segmento Flutuante - Fluxo Pri mário - 1989 a 1999 2/

Ing. Rem. Saldo Ing. Rem. Saldo Ing. Rem. Saldo

1989 1.282,5 727,0 555,5 68,2 426,6 -358,4 1.350,7 1.153,6 197,2

1990 2.146,0 2.351,2 -205,2 1.532,1 6.019,1 -4.487,0 3.678,1 8.370,3 -4.692,2

1991 2.249,8 1.513,7 736,1 4.272,5 9.999,4 -5.726,9 6.522,3 11.513,1 -4.990,8

1992 3.623,6 1.580,7 2.042,8 2.791,5 8.389,3 -5.597,8 6.415,0 9.970,0 -3.555,0

1993 2.844,0 2.337,0 507,0 8.574,0 14.902,0 -6.328,0 11.418,0 17.239,0 -5.821,0

1994 4.376,5 3.054,2 1.322,3 8.099,6 13.312,9 -5.213,3 12.476,1 16.367,1 -3.891,0

1995 6.816,4 4.692,3 2.124,1 15.659,2 19.706,1 -4.046,9 22.475,6 24.398,4 -1.922,8

1996 4.854,9 6.230,3 -1.375,4 247,1 13.284,9 -13.037,8 5.102,0 19.515,2 -14.413,2

1997 4.928,2 7.609,3 -2.681,1 640,2 21.843,2 -21.203,0 5.568,4 29.452,5 -23.884,1

1998 5.185,1 12.121,5 -6.936,4 2.345,5 27.162,6 -24.817,1 7.530,6 39.284,1 -31.753,5

1999 2/ 2.835,9 2.799,6 36,3 2.645,4 7.411,5 -4.766,1 5.481,3 10.211,1 -4.729,8

Total 41.142,9 45.016,9 -3.874,0 46.875,3 142.457,6 -95.582,2 88.018,2 187.474,4 -99.456,2 Fonte: Sisbacen.Notas:1/ Não inclui operações de ouro contra moeda nacional, pronta e futura;2/ Até o segundo trimestre do ano.

US$ millhões

Op. com Clientes Op. com Inst. no Exterior 1/ TotalAno

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Análise do Mercado de Câmbio - 2º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio70

preciosas e de artefatos de ouro e depedras preciosas, bem como das ope-rações de câmbio referentes a frete eseguro dessas exportações.

Continuando com a tabela 5.7,também seria de se ressaltar o compor-

tamento da rubrica Operações comInstituições no Exterior, a única queregistra fluxos primários em “Opera-ções entre Instituições”, que, em 1999,aparentemente demonstra caminharpara o menor valor acumulado anualde remessas desde 1996.