ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA DE … · Considering tourism business as an economic...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA
CURSO DE MESTRADO EM CULTURA & TURISMO
AANNÁÁLLIISSEE DDAA AADDEEQQUUAAÇÇÃÃOO DDAA OOFFEERRTTAA TTUURRÍÍSSTTIICCAA DDEE IILLHHÉÉUUSS
EEMM RREELLAAÇÇÃÃOO AAOO PPEERRFFIILL DDEE SSUUAA DDEEMMAANNDDAA:: ÊÊnnffaassee eemm
HHoossppeeddaaggeemm
SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS
Ilhéus - BAHIA 2003
Excluído: ¶
SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS
AANNÁÁLLIISSEE DDAA AADDEEQQUUAAÇÇÃÃOO DDAA OOFFEERRTTAA TTUURRÍÍSSTTIICCAA DDEE IILLHHÉÉUUSS
EEMM RREELLAAÇÇÃÃOO AAOO PPEERRFFIILL DDEE SSUUAA DDEEMMAANNDDAA:: ÊÊnnffaassee eemm
HHoossppeeddaaggeemm
Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz/Universidade Federal da Bahia para obtenção do título de Mestre em Cultura & Turismo. Área de Concentração: Produtos e Serviços Turísticos Orientador: Prof. Dr. Henrique Tome C.Mata
Ilhéus - BAHIA 2003
Excluído: ¶
Pedimos com insistência:
Não digam nunca “Isso é natural” Sob o familiar, descubram o insólito
Sob o cotidiano, desvelem o inexplicável Que tudo o que é considerado habitual
Provoque inquietação Na regra, descubram o abuso
E sempre que o abuso for encontrado, Encontrem o remédio
Bertold Brecht
(1898 – 1956)
Excluído: ¶
SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS
AANNÁÁLLIISSEE DDAA AADDEEQQUUAAÇÇÃÃOO DDAA OOFFEERRTTAA TTUURRÍÍSSTTIICCAA DDEE IILLHHÉÉUUSS
EEMM RREELLAAÇÇÃÃOO AAOO PPEERRFFIILL DDEE SSUUAA DDEEMMAANNDDAA:: ÊÊnnffaassee eemm
HHoossppeeddaaggeemm
Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz/Universidade Federal da Bahia para obtenção do título de Mestre em Cultura & Turismo. Área de Concentração: Produtos e Serviços Turísticos Orientador: Prof. Dr. Henrique Tome C.Mata
Ilhéus-BA, 20/10/2003
______________________________________ Dr. Henrique Tome Costa Mata
UESC (Orientador)
_______________________________________ Janete Ruiz de Macedo – PhD
UESC
_______________________________________ Jose Roberto de Lima Andrade – PhD
UFSE
Excluído: ¶
DEDICATÓRIA
À minha filha Ana Cândida, cuja complexa e simplória vida me veio trazer amadurecimento, mais compreensão do mundo e de mim próprio. À minha esposa Isis Brito, parceira, amiga, pela vida amadurecida e graciosa, que tanto me apóia e alegra. À minha mãe Damares Mattos, que por mim tudo fez, a quem devo o fôlego de vida e um grande investimento de amor. Ao meu pai Guilherme Mattos (in memorian), pelo exemplo de profissionalismo e relevante trabalho humanitário que realizou. Às minhas irmãs Ivana Mattos Souza, pela útil amizade com que sempre contei, e Rebeca Lília Mattos, pelo grande investimento de tempo e dedicação ao meu auxilio. Aos tios Luciano e Luete Vasconcelos, pela estima e apoio com que conto desde a infância. Aos tios Aderbal e Areci Mattos, pelo auxilio e valorização em determinante fase da vida. Ao sogro e amigo Apolônio Brito, pela sábia existência e grande exemplo de humanidade. Aos amigos Marcos Argolo e Patrícia Mountinho, pela presença em todos os momentos e em todas as aventuras. Aos amigos Sinoélia França e Fernando Botelho, com quem compartilho a graça da amizade da vida. Aos amigos de infância Adilson Ivo e Márcia Britto, pela longa camaradagem. Aos amigos Augustus Taylor e Myrna Joseph, pela família que me foram em terra estranha.
Excluído: ¶
21
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, na pessoa da Magnífica Reitora Renné Albagli Nogueira, pela oportunidade de fazer parte desta grande Instituição. Ao Dr. Helio Estrela Barroco, Coordenador do Mestrado em Cultura & Turismo, professor, orientador e amigo, pelo crédito em mim depositado e oportunidades a mim oferecidas. Ao Dr. Henrique Tomé Costa Mata, professor, orientador e colega, pela útil amizade e simpatia gratuita. Ao Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis, na pessoa do Prof. Rozilton Sales Ribeiro, amigo e colega, pela confiança e amizade. À Faculdade de Tecnologia e Ciências de Itabuna – FTC, na pessoa do Prof. Dr.Selem Rachid Asmar, Diretor Geral, a quem devo crédito de confiança e estima. Ao casal de amigos Prof. Aurélio e Dra.Janete Macedo, pelo importante apoio oferecido em momentos de difícil administração do tempo. À Profª Josanne Morais, pela sábia orientação e amizade.
Excluído: ¶
i
SUMÁRIO
Página Resumo .................................................................................. ix
Abstract .................................................................................. x
1 INTRODUÇÃO .................................................................. 17
1.1 Problema/Justificativa.................................................... 30
1.2 Objetivos ......................................................................... 43
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................. 42
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................. 43
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................ 44
2.1 O Turismo Entremeando os Caminhos da História ..... 44
2.2 A Atividade Turística .................................................... 52
2.3 Sistema Turístico .......................................................... 56
2.3.1 Demanda Turística ........................................................ 57
2.3.2 Oferta Turística .............................................................. 58
2.3.3 Produto Turístico .......................................................... 62
2.4 Fenômeno Turístico ....................................................... 69
2.5 Turismo e Desenvolvimento .......................................... 74
2.6 A Hotelaria ....................................................................... 77
2.6.1 Qualidade na Hotelaria .................................................. 90
2.7 O Turismo em Ilhéus ....................................................... 95
3 METODOLOGIA ............................................................... 101
3.1 Tipologia de Pesquisa ................................................... 101
3.2 Área de Estudo ............................................................... 102
3.3 Coleta e Tratamento de Dados ..................................... 103
3.4 Universo da Pesquisa e Plano Amostral ..................... 105
3.5 Definição de Variáveis .................................................. 107
3.6 Modelo Analítico ............................................................ 109
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................ 110
4.1 Perfil dos Turistas .......................................................... 110
4.1.1 Procedência dos Turistas .............................................. 110
Excluído: ¶
ii
4.1.2 Aspectos Socioeconômicos .......................................... 111
4.1.3 Aspectos Econômicos e Financeiros ............................ 118
4.1.4 Meios de Transporte Utilizados ..................................... 121
4.1.5 Motivação e Atrativos da Viagem .................................. 122
4.1.6 Aspectos Espaciais ....................................................... 124
4.1.7 Avaliação Geral dos Turistas ........................................ 126
4.2 Meios de Hospedagem .................................................. 132
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................... 144
REFERÊNCIAS .................................................................. 159
ANEXOS ............................................................................ 165
Excluído: ¶
iii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 01 - Regiões turísticas da Bahia (Bahiatursa) ............ 24
Figura 02 – Localização da Costa do Cacau em relação ao
Mapa-múndi ........................................................
25
Figura 03 – Mapa da Costa do Cacau .................................... 29
Figura 04 – Sazonalidade da Demanda Turística .................. 36
Figura 05 – Ciclo de Vida do Produto ..................................... 73
Figura 06 – Procedência dos turistas ...................................... 110
Figura 07 – Distribuição dos turistas por sexo ....................... 112
Figura 08 – Estado Civil dos turistas .................................... 113
Figura 09 – Faixa Etária dos turistas ..................................... 114
Figura 10 – Acompanhantes dos turistas ............................. 115
Figura 11 – Escolaridade dos turistas..................................... 116
Figura 12 – Ocupação principal dos turistas............................ 117
Figura 13 – Renda Média Declarada ...................................... 119
Figura 14 – Gasto médio diário informado .............................. 121
Figura 15 – Meio de transporte utilizado ................................. 122
Figura 16 – Motivação da viagem ........................................... 124
Figura 17 – Intenção de Deslocamento para cidades
próximas ............................................................
125
Figura 18 – Maior atrativo turístico de Ilhéus ......................... 129
Figura 19 – Maior atrativo turístico do Hotel/Pousada ............ 130
Figura 20 – Aspecto crítico no turismo de Ilhéus ................... 131
Figura 21 – Aspectos críticos no meio de hospedagem ........ 132
Figura 22 – Classificação dos meios de hospedagem ............ 133
Figura 23 – Taxa média de ocupação dos meios de
hospedagem .......................................................
134
Figura 24 – Tipos de Unidade Habitacional............................. 135
Figura 25 – Tamanho médio das UH’s ................................... 136
Figura 26 – Valor médio das diárias ... ................................... 137
Figura 27 – Serviços disponíveis nos meios de hospedagem 138
Excluído: ¶
iv
Figura 28 – Atrativos turísticos nos meios de hospedagem ... 139
Figura 29 – Vínculo com a comunidade .................................. 140
Figura 30 – Atrativos turísticos de Ilhéus ............................... 141
Figura 31 – Aspectos críticos no turismo de Ilhéus ............... 142
Figura 32 – Atrativos turísticos no meio de hospedagem ..... 142
Figura 33 – Aspectos críticos nos meios de hospedagem ...... 143
Excluído: ¶
v
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 01 - Classificação dos equipamentos de hospedagem .. 180
Tabela 02 - Taxa média de ocupação ........................................ 180
Tabela 03 – Tipos de UH’s disponíveis ....................................... 180
Tabela 04 – Tamanho médio das UH’s disponíveis ................... 181
Tabela 05 – Valor médio das diárias cobradas .......................... 181
Tabela 06 – Serviços oferecidos nos equipamentos hoteleiros .. 181
Tabela 07 – Opções de pagamento disponíveis ......................... 182
Tabela 08 – Acessibilidade dos equipamentos de hospedagem 183
Tabela 09 – Meios de transporte disponíveis .............................. 183
Tabela 10 – Distância do Mar ..................................................... 183
Tabela 11– Atrativos turísticos nos meios de hospedagem ........ 183
Tabela 12– Tipos de culinária oferecida ..................................... 184
Tabela 13– Vínculos com produtos turísticos locais .................. 184
Tabela 14– Principal atrativo da cidade de Ilhéus ...................... 184
Tabela 15– Aspectos que carecem de melhoria na Cidade ........ 185
Tabela 16– Principais atrativos nos meios de hospedagem ....... 185
Tabela 17– Aspectos que carecem de melhoria nos meios de
hospedagem ...........................................................
185
Tabela 18 – Perfil demográfico dos turistas ................................ 186
Tabela 19 – Ocupação principal dos turistas .............................. 187
Tabela 20 – Procedência dos turistas ........................................ 187
Tabela 21 – Pólos emissores, por região .................................... 188
Tabela 22 – Informações Econômico-Financeiras dos turistas ... 188
Tabela 23 – Demanda por meios de transporte .......................... 188
Tabela 24 – Motivação da viagem ............................................... 189
Tabela 25 – Intenção de visita a cidades próximas .................... 189
Excluído: ¶
vi
LISTA DE QUADROS
Página
Quadro 01 – Meios de hospedagem de turismo e suas
características ..................................................
87
Quadro 02 - Operacionalização de variáveis em meios de hospedagem hoteleiros ....................................
109
Quadro 03 - Opinião de turistas/hóspedes ............................ 126
Excluído: ¶
vii
LISTA DE ANEXOS
Página
Anexo I – Evolução Demanda/Oferta Turísticas em Ilhéus ............. 165
Anexo II – Lei 8.181, art. 3o ........................................................... 167
Anexo III – Matriz de Classificação Hoteleira ................................... 168
Anexo IV – Resultados econômicos turismo no Brasil .................... 171
Anexo V – Estrutura populacional dos municípios da Costa do Cacau ........................................................................
172
Anexo VI – Sistema de Turismo ........................................................
173
Excluído: ¶
viii
LISTA DE APÊNDICES
Página
Apêndice A – Formulário para entrevista com Hotéis/Pousadas ..... 174
Apêndice B – Formulário para entrevista com Turistas/Hóspedes .. 177
Apêndice C – Tabelas da Pesquisa – Hotéis/Pousadas ................... 180
Apêndice D – Tabelas da Pesquisa – Turistas/Hóspedes ................ 186
Excluído: ¶
ix
ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA DE ILHÉUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DE SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem
Autor: SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS
Orientador: Dr. HENRIQUE TOME C.MATA
RESUMO
Sendo o turismo uma atividade econômica caracterizada pela prestação
de serviços especializados, a adequação desses serviços ao perfil do
consumidor, o turista, torna-se algo fundamental. Oferta e demanda precisam
de cruzar-se harmoniosamente de modo que o turista tenha seus desejos e
necessidades assistidos. Para tanto, os prestadores de serviço devem atentar
para as características dos seus consumidores no tocante à renda, origem,
interesses, etc. de modo que ofereçam com qualidade os serviços que estejam
sendo demandados, e assim assegurem a sobrevivência do seu negocio.
Ademais, o sucesso de um empreendimento turístico também depende do grau
de atratividade da cidade aonde se localiza – até porque o turista tende a
avaliar, como um todo, o conjunto de serviços e produtos consumidos em uma
viagem. Por assim considerar, o setor de hospedagem figura como algo de
extrema importância dentre os serviços turísticos e este, ao lado dos serviços
de transporte, agenciamento de viagens e outros, deve adequar-se à demanda
dos turistas. Este trabalho procurou avaliar essa adequação no que se refere
aos serviços de hospedagem de Ilhéus-Bahia, Cidade âncora da região
denominada Costa do Cacau. A análise dos dados coletados junto a
estabelecimentos hoteleiros – hotéis e pousadas (para analisar a oferta
turística da cidade, com ênfase nos serviços de hospedagem) - permitiu
concluir que, apesar do grande potencial de Ilhéus como destino turístico,
existe uma discrepância entre o que é oferecido pelos prestadores de serviço e
o que é demandado pelos turistas.
Palavras-chave: Oferta Turística, Perfil da Demanda, Adequação, Meios de Hospedagem, Serviços Hoteleiros,Costa do Cacau, Ilhéus.
Excluído: ¶
x
ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA DE ILHÉUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DE SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem
Author: SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS
Adviser: Dr. HENRIQUE TOME C.MATA
ABSTRACT
Considering tourism business as an economic activity characterized by
specialized services, the adjustment of those services to the shape of the
consumers, the tourists, becomes an important issue. Offering and demand
lines should cross harmoniously in a way that the tourist has his/her wishes
and needs fed. In order to obtain this, servers must observe the characteristics
of their consumers in terms of income, origin, interests, etc. so the services that
are demanded would be offered with quality and, doing this, business would
succeed. Also, it is necessary to admit that the success of the tourism business
depend on the degree of attractiveness of the city in which it is located because
the tourist in his/her trip tend to evaluate all the services as if they were one.
Considering this, hotel services show as very important services, among others
such as transportation and the ones offered by travel agencies, and it should
adjust itself to the characteristics of the demand. The present work tries to
evaluate the mentioned adjustment in the hotels of Ilheus - main city in the
region called Costa do Cacau(Cocoa Cost)in the State of Bahia, Brazil. The
analysis of the collected data from the hotels and pousadas - led to the
conclusion that, even considering the great potentiality of Ilhéus as a
destination, there is a difference between what is offered by the servers and
what is demanded by the tourists.
Key Words: Tourism Offering, Demand Characteristics, Adjustment, Hotels and pousadas, Hotel Services, Costa do Cacau, Ilhéus.
Excluído: ¶
17
1. INTRODUÇÃO
O turismo difere das demais atividades econômicas fundamentalmente
pelo seu tipo de produção, que obriga o consumidor a deslocar-se para
consumi-lo. É composto por elementos e percepção intangíveis e sentido pelo
consumidor como uma experiência. O produto turístico não possui limites
definidos, cor, forma, embalagem e é identificado somente no ato de consumo
pela presença e necessidade do turista.
Segundo Castelli (1975), o turismo, na sua verdadeira concepção,
coloca o indivíduo em contato com outras civilizações, culturas, costumes,
mentalidades e valores. Turismo engloba a infra-estrutura, os recursos
naturais, culturais, artísticos, históricos, os meios de hospedagem e os serviços
complementares. É movimento, evasão, abandono do cotidiano, divertimento,
desenvolvimento, descanso.
Assim, é necessário criar condições e formas que atraiam os turistas. Os
elementos do produto turístico são de primordial importância, porque
constituem o ponto sobre o qual o núcleo receptor do turismo se organiza. É
essencial também a facilidade de acomodações, serviços prestados e
Excluído: ¶
18
informações aos turistas, as vias e os meios de transporte disponíveis, para
viabilizar economicamente a produção turística.
Os bens naturais e culturais (paisagem, equilíbrio ecológico, patrimônio
histórico, usos e costumes) são essenciais para a indústria turística. O
desequilíbrio ambiental interfere diretamente em localidades turísticas, criando
dificuldades e muitas vezes inviabilizando economicamente a produção de
Turismo de uma extensa região. E o desgaste desses valores atrativos é de
custosa e difícil recuperação, corrigido lentamente, mas sempre com certo grau
de desgaste na imagem da localidade, cuja construção é um processo de alto
custo, envolvendo pesados investimentos em infraestrutura e marketing.
O turismo desenvolvido traz benefícios às atividades locais, como o
consumo de bens e produtos locais, além do emprego de mão-de-obra
ocupada na produção de bens e serviços, exigida na prestação de serviços
diretos ao consumidor. A ramificação e interdependência, característica própria
da produção turística, estende os benefícios sociais para uma parcela maior da
população local, dando condições saudáveis de livre concorrência e
proporcionando a melhoria da qualidade dos serviços.
O desenvolvimento do turismo deve-se a diversos fatores, entre os quais
pode-se destacar a melhoria do nível de vida, maiores rendas individuais -
possibilitando às pessoas dar vazão à potencialidade de viajar, principalmente
nos países desenvolvidos - o aperfeiçoamento dos veículos de comercialização
Excluído: ¶
19
turística e o fortalecimento de novos métodos de viagens organizadas,
minimizando os custos e oferecendo mais segurança aos viajantes. O turismo
atualmente deixou de se constituir num privilégio de minorias e passou a ser
uma necessidade de toda a sociedade moderna. O fenômeno pode ser visto
tanto como uma atividade econômica geradora de empregos e fonte de
recursos, como uma atividade cultural que aprimora conhecimentos mútuos,
para os turistas e aos núcleos receptores, que recebem influências dos
costumes e hábitos dos visitantes, contribuindo para o enriquecimento do ser
humano.
Segundo a Organização Mundial de Turismo-OMT1, com uma receita
anual de US$ 4,5 trilhões e atuando sobre 54 segmentos diferentes da
economia, a indústria do turismo vem crescendo velozmente, garantindo um
avanço econômico-social das mais diversas regiões e possibilitando, assim, a
expansão do mercado de trabalho. Trata-se de uma atividade econômica que
gera cerca de 192 milhões de empregos, sendo uma das maiores fontes de
ingresso de divisas para os países receptores.
Segundo a Embratur (2003), o Brasil, apesar dos avanços obtidos nos
últimos anos, está longe de ocupar um lugar no cenário turístico mundial
compatível com suas potencialidades e vocações. Após 7 anos de crescimento
contínuo, o número de turistas estrangeiros no Brasil caiu consideravelmente
nos 2 últimos ano; a crise econômica mundial, em especial a crise Argentina, o
1 A OMT é uma instituição reconhecida como consultora do Conselho Econômico e Social da ONU-Organização das Nações Unidas, sediada em Madri, sendo um dos seus objetivos atuar como agência internacional de coordenação e cooperação para difusão do turismo.
Excluído: ¶
20
baixo crescimento do Brasil e os atentados de 11 de setembro, contribuíram
para que o País tivesse em 2002 apenas 3,8 milhões de turistas visitando o
Brasil, o pior resultado dos últimos cinco anos.
Apesar do enorme potencial turístico do país, tal cenário pode ser
compreendido por algumas limitações, como, por exemplo, o fato de que o país
apresenta atrações que podem ser obtidas a uma distância menor; outro
dificultador é ausência de características que tornem o Brasil único no cenário
mundial, um diferencial competitivo que confira ao país uma imagem
consagrada internacionalmente. Além disso, os graves problemas estruturais
prejudicam o crescimento do turismo: violência, poluição, trânsito caótico, a
falta de informação e a precariedade dos serviços, entre outros. A realidade é
que o turista está cada vez mais exigente. Segundo Andrade (1998, p.26),
Estudos realizados para definir o perfil dos turistas concluíram que eles se apresentam psicologicamente desarmados, desejam ser bem tratados, respeitados, valorizados e de certo modo, até mesmo bajulados. Desejam evitar tudo o que os lembre que, na vida de cada dia, vivem a encontrar-se com maior número de concorrentes que de amigos.
Quando se fala no turista mais exigente, nem sempre se trata do
consumidor de poder aquisitivo elevado que busca, em sua viagem de férias,
luxo ou ostentação. Pesquisas realizadas em outras regiões da América Latina
indicam que os visitantes, mesmo aqueles que possuem renda alta, quando
buscam o turismo de aventura, não necessariamente exigem o tratamento de
um hotel cinco estrelas, mas sim segurança e alguma comodidade. Esse
Excluído: ¶
21
segmento de cliente vai ao Peru, por exemplo, para conhecer a história desse
país, ter contato com a vida selvagem etc. E sabe-se que esses turistas pagam
bem pelo prazer de vivenciar uma experiência diferente.
No tocante à hotelaria no Brasil, segundo estimativas da EMBRATUR,
citado por Caixeta (2001), existe no país um total de 300 hotéis e pousadas em
construção ou em fase de acabamento. Calcula-se que empresas privadas
aplicaram um total de seis bilhões de dólares em obras turísticas entre 1998 e
2002, o que implica 140.000 empregos diretos e 420.000 indiretos, que se
somam ao milhão de pessoas já vinculadas ao setor hoteleiro em função do
turismo nacional.
O Plano Nacional de turismo, apresentado pelo Ministério do Turismo
em 2003, é um instrumento de planejamento composto de diretrizes, metas e
programas para o período 2003/2007, com o objetivo de fomentar a atividade
turística no País. As metas são:
a) Criar condições para gerar 1.200.000 novos empregos e ocupações
b) Aumentar para 9 milhões o número de turistas estrangeiros no Brasil
c) Gerar 8 bilhões de dólares em divisas
d) Aumentar para 65 milhões a chegada de passageiros nos vôos
domésticos
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Excluído: ¶O turismo difere das
demais atividades econômicas fundamentalmente pelo seu tipo de produção, que obriga o consumidor deslocar-se para consumi-lo. É composto por elementos e percepção intangíveis e sentido pelo consumidor como uma experiência. O produto turístico não possui limites definidos, cor, forma, embalagem, identificado somente no ato de consumo pela presença e necessidade do turista.¶¶Segundo Castelli
(1975), o turismo, na sua verdadeira concepção, coloca o indivíduo em contato com outras civilizações, culturas, costumes, mentalidades e valores. Turismo engloba a infra-estrutura, os recursos naturais, culturais, artísticos, históricos, os meios de hospedagem e os serviços complementares. É movimento, evasão, abandono do cotidiano, divertimento, desenvolvimento, descanso.¶¶
Assim, é necessário criar condições e formas que atraiam os turistas. Os elementos do produto turístico são de primordial importância, porque constituem o ponto sobre o qual o núcleo receptor do turismo se organiza. É essencial também a facilidade de acomodações, serviços prestados e informações aos turistas, as vias e os meios de transporte disponíveis, para viabilizar economicamente a produção turística.¶¶
Os bens naturais e culturais (paisagem, equilíbrio ecológico, patrimônio histórico, usos e costumes) são essenciais para a indústria turística. O desequilíbrio ambiental interfere diretamente em localidades turísticas, criando dificuldades e muitas vezes inviabilizando economicamente a produção de Turismo de uma
Excluído: ¶
... [1]
22
e) Ampliar a oferta turística brasileira, desenvolvendo no mínimo três
produtos de qualidade em cada Estado da Federação e Distrito Federal
Assim, tem-se uma grande confluência de fatores que devem contribuir
para o crescimento do turismo no Brasil neste novo milênio, sobretudo nos
serviços de receptivo. Entretanto, tal visão de futuro turva-se quando se
consideram alguns outros fatores fundamentais para a atividade turística. A
maioria dos municípios, por exemplo, apresenta uma absoluta falta de preparo
e de planejamento. Estes se lançam ao mercado como destinos turísticos, mas
suas populações não foram sensibilizadas para a atividade e sua infra-estrutura
não suporta aumento de demanda.
O Estado da Bahia ocupa um espaço privilegiado no país, apresentando
vantagens comparativas para o desenvolvimento do turismo. Dotado de
diversificados recursos naturais e vasto patrimônio histórico-cultural – que lhe
assegura o posto de 4o maior pólo de turismo receptivo internacional, sendo
superado apenas pelos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis,
respectivamente; é ainda o 2o maior pólo de turismo receptivo nacional,
superado apenas pelo Estado do Rio de Janeiro. Além disso, a Bahia é o maior
pólo turístico da região Nordeste, em relação ao número de visitantes.
(Embratur, 2000).5
5 De acordo com a Embratur (op.cit.), 15% dos estrangeiros que chegam ao Brasil passam pela Bahia. O gasto médio diário de cada hóspede estrangeiro em Salvador é de US$ 120, enquanto o turista brasileiro gasta em média, US$ 60; Com cerca de 23 mil leitos, a rede hoteleira da Cidade obteve uma ocupação média geral oscilando em 85% , entre os anos de 1999 a 2000.
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: em
Excluído: 4
23
O turismo na Bahia emprega, de forma direta e indireta, cerca de 385 mil
pessoas. Considerando o incremento de unidades habitacionais hoteleiras
previsto para os próximos anos (mais 34.000 leitos), a expectativa é de que, no
ano de 2005, o turismo esteja gerando algo em torno de 500 mil empregos, dos
quais 51 mil serão diretos, e o número de leitos será elevado para 140 mil
(BAHIATURSA, 2002).
Um ritmo acelerado de crescimento nos últimos anos tem marcado o
turismo na Bahia. O Estado vem mostrando um excelente desempenho com
relação ao incremento da demanda turística. Tal desempenho ocorre em
função de uma política voltada ao incentivo de ações de captação de turistas.
Essas ações podem ser atribuídas à oferta de produtos turísticos adequados à
sua demanda, ao uso de propaganda mais agressiva, à melhoria da infra-
estrutura turística, à recuperação do patrimônio histórico, às melhorias de
acessos, às obras de saneamento básico, à construção de hospitais, à oferta
de cursos e treinamentos para qualificação e requalificação dos prestadores de
serviços oferecidos, entre outros.
O ano de 1991 foi marcado pela elaboração da 3ª estratégia de turismo
do Estado, denominada de Plano de Desenvolvimento do Turismo da Bahia -
PRODETUR/Bahia, cuja meta principal foi retomar o crescimento do turismo
que, nos últimos quatro anos, havia perdido posição relativa no ranking
nacional. Para tanto, a estratégia incluiu o desenho de uma nova geografia
turística, a definição de um planejamento global de marketing e recursos
Excluído: ¶
Excluído: (+
24
humanos e a captação de recursos para investimentos em infra-estrutura nas
áreas turísticas. O Estado foi dividido em sete áreas turísticas, com base em
estudos técnicos, passando-se a considerar, para fins de investimentos,
promoção e educação para o turismo, um conjunto de municípios agrupados
em: Costa dos Coqueiros, Baía de Todos os Santos, Costa do Dendê, Costa do
Cacau, Costa do Descobrimento, Costa das Baleias e Chapada Diamantina,
além de Caminhos do Oeste, Sertão e São Francisco; Para cada uma dessas
regiões foi eleito um destino âncora, como é o caso das localidades Praia do
Forte, Salvador, Morro de São Paulo, Ilhéus, Porto Seguro, o Parque Nacional
Marinho de Abrolhos e Lençóis. (BAHIATURSA6, 2002). Em 1995, deu-se a
junção das áreas da cultura e do turismo, com a criação da Secretaria da
Cultura e Turismo, buscando-se, como parte da estratégia, maximizar a
utilização da cultura como diferencial do produto turístico e tornar o turista um
consumidor adicional do produto cultural.
Fonte: BAHIATURSA (2002).
Figura 01 – Regiões turísticas da Bahia segundo a BAHIATURSA
6 A Empresa de Turismo da Bahia S.A. – BAHIATURSA, criada em 28 de agosto de 1968, visou firmar uma visão estratégica do turismo como alternativa poderosa de desenvolvimento e reconhecendo a importância do Poder Público como provedor de serviços públicos indispensáveis, fiscalizador das ofertas turísticas e regulador do mercado.
Excluído: ¶
25
Essa estratégia está alicerçada em três vertentes afins e
complementares: infraestrutura turística, marketing turístico e educação
para o turismo. A política de implantação de infraestrutura física nas zonas
turísticas é parte da estratégia que visa a ampliar e modernizar a oferta,
possibilitar as interligações das destinações turísticas tradicionais e promover a
dinamização das atividades do turismo. Dentre as ferramentas adotadas para o
desenvolvimento do turismo no Estado, o marketing elaborado pela Secretaria
de Cultura e Turismo - SECTUR e pela BAHIATURSA tem-se mostrado
eficiente. Caracteriza-se pela expressiva participação do Estado em eventos de
Fonte: Site www.costadocacau.com.br Figura 02 – Localização da Costa do Cacau em relação ao
mapa-múndi
Excluído: ¶
Excluído: ¶¶¶
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Excluído:
26
grande público e elevado poder aquisitivo, possibilitando a divulgação das
campanhas publicitárias, utilizando-se de slogans como “Bahia: terra da
felicidade”; “Bahia, é pra lá que eu vou”; “Sorria, você está na Bahia” (Fontes,
2001, p.6). Tais investimentos públicos estão sendo viabilizados através do
principal instrumento institucional do Estado, o PRODETUR, que conta com
recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID e do Tesouro
Estadual. Ademais, a Secretaria de Trabalho e Ação Social do Estado da
Bahia(SETRAS), através dos departamentos de extensão das universidades
estaduais, tem oferecido vários cursos de capacitação na área de turismo, a
exemplo de “Conscientização Turística”, “Inglês para Turismo”, e outros –
sobretudo nas cidades de Ilhéus e Porto Seguro.
No entanto, segundo Burgos (2001), pesquisas aplicadas pela
Bahiatursa sinalizam que a taxa média anual do crescimento do fluxo de
turistas para o estado no período 1991/2000 foi de 8,5%, enquanto o
crescimento da receita foi de 8,2%. Nos últimos cinco anos, essa tendência de
crescimento desigual no setor se acentuou, passando o fluxo a ter uma média
de incremento de 8% e a taxa de crescimento da receita de 4,3%. A meta do
governo é a de que essa relação se altere, pretendendo que o crescimento do
número de visitantes que vem à Bahia chegue, nos próximos anos, no patamar
de 9% para um aumento de receita de, no mínimo, 10,5%. Para isso,
pretende-se atrair um turista que gaste mais na Bahia e que também impacte
menos a sua infraestrutura e o meio-ambiente.
Excluído: ¶
Excluído: :
27
Esta estratégia parte da constatação que o turista de menor poder
aquisitivo gasta pouco em serviços, fica pouco tempo no local e não é exigente
em termos de qualidade. Além disso, o turismo de massa sobrecarrega o
serviço público, já que exige mais dos serviços de limpeza, saúde e segurança;
Já o turista de maior poder aquisitivo gasta mais em serviços de
entretenimento, fica mais tempo no destino e exige mais em termos de
qualidade, sem falar no fato de que tradicionalmente possui uma preocupação
maior com a conservação ambiental.
Acima de tudo, o mais importante é oferecer uma experiência
diferenciada. Afinal, sol e praia existem em vários outros lugares do mundo.
Mas, por outro lado, a Bahia é dona de uma personalidade cultural única. Este
diferencial vem sendo trabalhado através de uma maior integração entre
cultura, lazer e turismo no estado, por intermédio da constituição de um cluster
(núcleo) de entretenimento. Contratada pelo governo baiano, através de
convênio com a Fundação Luís Eduardo Magalhães e as secretarias da Cultura
e Turismo, da Indústria, Comércio e Mineração e de Planejamento, a empresa
de consultoria norte-americana Monitor Group vem realizando estudos voltados
à criação do cluster.
Em 1991, do total 1,9 milhão de turistas que visitou a Bahia, 9% eram
estrangeiros (174 mil). No ano de 2000, o estado recebeu 4,1 milhão de
visitantes, dos quais 7% (297 mil) eram estrangeiros originários principalmente
da Argentina (21% do total), Itália (11%), Portugal (11%), Estados Unidos
Excluído: ¶
28
(11%), França (10%) e Alemanha (10%). A constatação do tímido crescimento
relativo nesse segmento choca-se com a estratégia de atrair um turista mais
qualificado. O gasto médio da estada de um turista estrangeiro em território
baiano, que em 2000 foi de R$ 924, é quase o triplo do turista doméstico – R$
336. A rigor, para chegar à Bahia, o turista internacional tem que superar
barreiras como a língua, cultura, distâncias e moedas. Por isso, tende a ser um
cliente mais exigente do que a média dos turistas brasileiros. Espera-se que a
chegada de redes internacionais na operação de empreendimentos turísticos
no estado signifique uma maior facilidade de inserção do “destino Bahia” no
mercado mundial. Até porque pode implicar também na introdução de
parâmetros operacionais mais próximos daqueles praticados pelos principais
destinos-concorrentes internacionais, estimulando a melhoria do padrão de
qualidade dos equipamentos e serviços turísticos baianos.
No litoral da Bahia, a Cidade de Ilhéus está classificada como um pólo
turístico de grande importância. Localizada na Costa do Cacau (municípios de
Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una, Santa Luzia e Canavieiras) - entre os pólos
turísticos de Salvador e Porto Seguro, após décadas de monocultura do cacau
começa a entrar num novo ciclo de negócios, buscando renascimento
econômico através do turismo. Ilhéus possui um excelente perfil turístico, por
seus atrativos naturais e histórico-culturais, oferecendo condições para que se
desenvolvam o ecoturismo (destacando-se entre eles o turismo rural),
congressos e negócios, entre outras áreas (GRANATO, 2001).
Excluído: ¶
Excluído: Canavieiras )
29
Fonte: BAHIATURSA, 2002
Figura 03 – Mapa da Costa do Cacau
Apesar dos dificultadores intrínsecos ao estudo sistematizado e analítico
do turismo, entre os quais sua multidisciplinaridade e o fato do turismo se
constituir uma disciplina em desenvolvimento, que emprega métodos e
conceitos da maioria das ciências sociais já consolidadas, esta pesquisa
buscará estabelecer relações entre a Oferta Turística dos meios de
hospedagem (Hotéis e Pousadas classificados como de categoria
Turística/Superior) e o decréscimo no fluxo e na permanência do turista na
Cidade de Ilhéus, verificados no trabalho de Nascimento (2001).
Excluído: ¶
30
1.1 O PROBLEMA/JUSTIFICATIVA
Não obstante a diversidade da oferta turística da Cidade de Ilhéus e das
inúmeras tentativas de desenvolvimento do turismo na localidade como
atividade alternativa à agricultura, o turismo local não tem sido bem sucedido.
Localizada no sudeste do Estado da Bahia, a Cidade de Ilhéus faz parte
da Costa do Cacau, conforme divisão turística do litoral baiano efetuado pela
BAHIATURSA. É uma cidade dotada de atrativos naturais, históricos e
culturais, fato este considerado como vantagem comparativa7. Sua diversidade
ambiental, característica das áreas de Mata Atlântica, apresenta
aproximadamente 93 km de litoral com belas praias, clima ameno, cursos
d’água, lagoas, enseadas e vegetação rica em orquídeas, bromélias e outras
plantas exóticas. Some-se a esse quadro a riqueza cultural difundida na obra
de Jorge Amado, Adonias Filho e outros autores regionais. Assim, tem-se um
destino turístico de grande atratividade.
A oferta turística pode ser definida como a quantidade de bens e
serviços turísticos que se possa oferecer a dado preço, em determinado
período de tempo; pode também ser conceituada, segundo Lage (2001, p.72),
como “ o conjunto de atrações naturais e artificiais de uma região, assim como
de todos os produtos turísticos à disposição dos consumidores para a
satisfação de suas necessidades”.
7 Vantagem Comparativa decorre de menor custo dos fatores como trabalho, matéria-prima, capital ou infra-estrutura na produção de um bem ou serviço. No caso do turismo, recursos naturais e ou culturais podem caracterizar tal vantagem se estes são também comuns a outras localidades receptoras.
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31
Segundo a autora (Ibid., 2001), representam a oferta turística, em seu
sentido estrito, as atrações que a natureza oferece. Para complementá-la, é
indispensável a formação de uma infraestrutura de bens e serviços turísticos
que possibilitem uma atividade turística viável e desenvolvida, a exemplo dos
meios de transporte, de hospedagem, dos restaurantes, o comércio e outros
equipamentos.
Com o crescimento do Turismo como atividade econômica, tem
aumentado a cada dia o número de investimentos no setor hoteleiro. A
chegada de grandes redes internacionais – com elevado nível de qualidade e
padrão de serviços - tem despertado os empresários do setor para um novo
cenário competitivo, no qual o produto oferecido precisa estar configurado de
forma profissional.
Para que o turismo venha se desenvolver adequadamente, espera-se
que a qualidade dos serviços disponíveis e a formatação do produto
correspondam à expectativa dos turistas. Todas as atividades próprias ou
específicas de um hotel – incluindo-se os serviços de bem receber e o
fornecimento dos bens necessários ao desempenho requerido ao cumprimento
de suas funções – é o que se denomina hospedagem8. Diante da competição
global, os produtos e os serviços estão cada vez mais parecidos
tecnologicamente, isso porque cada um dos concorrentes procura copiar o que
o outro tem de melhor. O que se observa, então, é uma tendência da qualidade
8 Hospedagem abrange o conjunto de atividades da administração, recepção, e da prestação de serviços
diretos e indiretos de atendimento aos hóspedes.
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32
voltada basicamente para a qualidade no atendimento. Como preconiza Denton
(1990, p.38),
A abordagem da organização com relação a comunicações abertas e compartilhadas de informações ajuda a produzir empregados com mais conhecimentos e mais bem informados. Para conquistar esse nível funcional privilegiado, as empresas precisam preparar-se e organizar-se, investindo permanentemente em qualidade como meio para obter a satisfação interna e, conseqüentemente, dos clientes.
A BA-001 é uma das rodovias turísticas9 que fazem parte do
PRODETUR-BA - Programa de Desenvolvimento do Turismo (Bahia). O plano
do Governo do Estado em interligar as regiões turísticas litorâneas da Bahia
tem se mostrado estratégico para a consolidação do cluster10 de turismo
baiano, cujo projeto, desenvolvido pela empresa americana Monitor (dirigida
por Michael Porter), encontra-se em fase de execução. O objetivo maior é o
desenvolvimento sócio-econômico - através do turismo - das cidades
envolvidas, entre as quais insere-se Ilhéus, localizada entre os municípios de
Una e Itacaré11.
No entanto, a “vocação turística” natural e cultural da Cidade de Ilhéus
só nos últimos anos começou a ser percebida como alternativa econômica para
uma região em crise, em função do declínio da cacauicultura como base da
economia regional. Mas o turismo evoluiu de modo desordenado, sem que
fossem definidas, previamente, estratégias para o seu desenvolvimento,
9 Rodovia turística, segundo Stephen Page (2000), autoridade estadunidense da área de transportes, é a
via livre de transporte de carga, sendo utilizada apenas por ônibus e veículos de passeio. 10 Cluster é um termo utilizado por Michael Porter, um dos maiores nomes na área de estratégia
empresarial, significando grupos, agrupamentos ou aglomerados. São concentrações geográficas de empresas de determinado setor de atividade e organizações correlatas, de fornecedores de insumos a instituições de ensino e clientes. ( Revista HSM Management no 15,jul-ago/99).
11 Palestra proferida pelo Dr. Paulo Gaudenzi (SECTUR-BA) , na aula magna do Mestrado em Cultura e Turismo na Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC, Ilhéus(Ba), em 03.09.2001.
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33
levando a atividade a defrontar-se com uma série de desequilíbrios. Se por um
lado houve um crescimento expressivo na rede de hospedagem, por outro, as
carências municipais, no que se refere a equipamentos culturais e de lazer e de
uma infraestrutura de suporte ao setor, tornaram-se mais nítidas. Em
decorrência desses problemas, o tempo de permanência do visitante tende a
ser reduzido e a sazonalidade do turismo a ser agravada, conduzindo à
ociosidade de alguns equipamentos hoteleiros em vários meses do ano, o que
implica retração na rentabilidade do setor (Nascimento, 2000, p.41).
Apesar da atual tentativa de diversificação da economia – fruticultura,
cultura do café e do coco, agroindústria, além do pólo de informática, o
município de Ilhéus ainda apresenta graves problemas sócio-econômicos,
decorrentes principalmente da crise da lavoura cacaueira. Considerando seu
diversificado potencial turístico decorrente dos seus recursos naturais, culturais
e históricos, a atividade turística mostra-se como uma importante alternativa
para um desenvolvimento sustentável12, desde que ajustado ao novo
paradigma de preservação e conservação dos ecossistemas (Fontes, 2001,
p.16).
Embora o PLANO ESTRATÉGICO DO TURISMO DE ILHÉUS-PET
(2001), registre que
A atividade turística desempenhou um crescimento significativo entre 1997 e 2000 (com base no Imposto sobre Serviços-ISS) nos segmento de Meios de Hospedagem (237,39%) e agenciamento de
12 Desenvolvimento Sustentável aqui entendido como o desenvolvimento social, econômico e cultural que
atenda às buscas do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras nem os ecossistemas e os recursos naturais disponíveis ( Ruschmann, 2000, p.65).
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34
viagens e turismo (128,74%), de forma a destacar-se no cenário local como uma importante fonte de negócios, renda e empregos.
O trabalho de Nascimento (2001, p.32), constatou um baixo gasto médio
diário individual declarado pelos turistas que visitaram Ilhéus no período de
fevereiro de 1988 a julho de 2000, supondo que fatores como altos preços
praticados no parque turístico local, além da falta de atrações e de produtos
turísticos podem ser responsáveis pela diminuição do fluxo turístico da cidade,
bem como dos dias de permanência. A oferta turística ilheense, por sua vez,
sobretudo a dos meios de hospedagem, de acordo com da Empresa Municipal
de Turismo (Ilheustur), ora incorporada pela Secretaria de Turismo de Ilhéus
(Setur), apresentou considerável crescimento a partir do final dos anos oitenta.
O Anexo I apresenta a evolução histórica da oferta e demanda turística em
Ilhéus.
As praias de Ilhéus são consideradas de grande beleza cênica, com
areia fina, clara, e águas de agradável temperatura. Esses atrativos naturais
representam a maior motivação para 97% dos turistas que viajaram a passeio a
Ilhéus em 2002, de acordo com a pesquisa de Demanda Turística realizada
pela BAHIATURSA (BAHIATURSA, 2002). Segundo Fontes (2001, p.70), as
praias são responsáveis por praticamente todo o lazer oferecido ao turista que
vem a Ilhéus, que, em sua pesquisa, foram consideradas boas por 38,5% e
ótimas por 23,1%. No entanto, a autora registra que
A falta de uma proposta urbanística agride a cada dia a paisagem local. O crescimento desordenado, carência de infraestrutura (esgotamento sanitário e iluminação), insuficiência de serviços básicos (limpeza e segurança), informações turísticas e serviços deficientes são alguns dos problemas apontados.
Excluído: ¶
Excluído: ,...”
Excluído: O trabalho de Nascimento (2001:32), constatou um baixo gasto médio diário individual declarado pelos turistas que visitaram Ilhéus no período de fevereiro de 1988 a julho de 2000, supondo que fatores como altos preços praticados no parque turístico local, além da falta de atrações e de produtos turísticos podem ser responsáveis pela diminuição do fluxo turístico da cidade, bem como dos dias de permanência. O Anexo I apresenta (Inserir comentário com base no arquivo de Gerson)...¶
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Excluído: ”.
35
Assim, o precário estado de conservação de um dos seus principais
atrativos representa o padrão do tratamento dado pelos setores responsáveis a
uma localidade com tal potencial turístico, não percebendo que a não
conservação desses recursos prejudica definitivamente a sustentabilidade do
setor e de todo o município (Ibid.).
A oferta turística de uma localidade precisa ser adequada ao perfil do
turista que forma a demanda para esse destino. As carências infraestruturais
da região turística polarizada por Ilhéus, além de afetarem a permanência
média dos seus meios de hospedagem, também influem no fluxo de visitantes
que migram para este núcleo (Queiroz, 1993).
Um dos grandes problemas enfrentados pelo trade turístico em Ilhéus é
a sazonalidade. Diferentes estratégias de marketing revelam a importância de
incrementar a demanda fora de temporada, especialmente em função dos
custos fixos dos empreendimentos turísticos. Há necessidade de promover
melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais no decorrer de todo
o período anual. Segundo Lage (2001, p.85), para elevar a satisfação dos
turistas e melhorar o aproveitamento das instalações durante todo o ano deve-
se reduzir ao mínimo o nível de variação da demanda das temporadas altas
para as baixas, conforme mostra a Figura 04.
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36
Fonte: Lage (2001, p.83), adaptado pelo autor.
Figura 04 – Sazonalidade da demanda turística
Lage (Ibid., p.85) sugere duas estratégias para tornar a demanda
turística mais homogênea e regular durante o ano, proporcionando uma
ocupação mais adequada dos serviços e equipamentos turísticos. São elas:
• Uso múltiplo: significa complementar os atrativos da alta
estação de um lugar com outras atrações, que criariam demanda para os viajantes durante os períodos de baixa temporada. (...) Festas religiosas, promoções gastronômicas, destaques folclóricos, celebrações especiais, convenções, congressos, atrações desportivas patrocinadas e promovidas em várias regiões, principalmente nos períodos escolares, são exemplos de estratégias de uso múltiplo;
• Política de Preços: Em comparação com a estratégia de uso múltiplo, essa técnica cria mercados para os períodos fora de temporada, utilizando preços diferenciados, como um instrumento eficiente para transferir demanda da alta para a baixa estação. (...) A estratégia do desconto nos preços dos serviços ajudam a estimular a demanda turística em períodos especiais.
Segundo a Empresa Municipal de Turismo de Ilhéus-ILHEUSTUR, que
em 2003 teve suas atividades absorvidas pela Secretaria de Turismo do
Oferta
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37
Município, a Cidade dispõe atualmente de uma bem estruturada rede hoteleira
composta de 140 Hotéis e Pousadas, numa oferta total de 7.500 leitos, cuja
taxa de ocupação desaba nos períodos de baixa estação. Pesquisa de
demanda turística efetuada pela BAHIATURSA em 2002 registra que apenas
41,2% dos turistas de Ilhéus hospedam-se em Hotéis ou Pousadas da Cidade;
Aproximadamente 43% utiliza casa de amigos e/ou parentes, e os demais
optam por aluguel de casas, Camping, etc. A pesquisa de Fontes (2001:93)
encontrou expressivas pontuações para os meios de hospedagem (em relação
à oferta turística como um todo) na percepção dos turistas em Ilhéus, dos quais
69,2% considerou “bom” e 30,8% como regular.
O município de Ilhéus, além de uma parcial revitalização da lavoura
cacaueira (através de linhas especiais de crédito e investimentos em tecnologia
como a descoberta de clones resistentes à vassoura de bruxa e altamente
produtivos), vem diversificando sua atividade econômica através de outras
alternativas, como a fruticultura, a cultura do café, do coco e a agroindústria. Ao
mesmo tempo, a Cidade tem buscado se reestruturar com a consolidação da
indústria de informática e do turismo, assistida pela pesquisa e tecnologia
produzidas pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC e por outras
instituições de ensino, através da inserção da produção científica com as
atividades regionais (op.cit., 2001).
A previsão da BAHIATURSA, de que Ilhéus tenderia a conservar a
posição de 30 maior pólo de turismo receptivo da Bahia até o ano de 2005, não
está sendo concretizada. Segundo Martins, citado por Nascimento (2001, p.5),
Excluído: ¶
Excluído: :
38
Ilhéus perdeu essa posição recentemente para as Cidades de Valença e Cairu
juntas, embora o fluxo turístico da Costa do Cacau (principalmente Ilhéus,
Canavieiras e Itacaré) perca apenas para Salvador e Porto Seguro. A
inexistência de um planejamento para a expansão do turismo em Ilhéus tem
prejudicado o desenvolvimento da sua Oferta Turística, haja vista que o
PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO DE ILHÉUS-PET foi formalizado
apenas no ano de 2001, contemplando ações a serem concretizadas no
período 2001-2004.
Não obstante representar um dos mais importantes centros de cultura e
lazer de toda a região cacaueira, graves problemas são apresentados por
todos que vivenciam e trabalham com o turismo em Ilhéus. Com serviços e
infraestrutura ainda incapazes de consolidar seu potencial, a atividade turística
local torna-se campo de pesquisa que propicia a realização de um diagnóstico,
com levantamento detalhado e indicação de estratégias possíveis, através de
um planejamento sistematizado para o aumento de sua competitividade.
Em seu trabalho, Nascimento (op.cit., p.42), utilizando métodos de
análise descritiva estatística e comparativa, em relação aos dados da Pesquisa
de turismo Receptivo de Ilhéus, desenvolvida pela BAHIATURSA no período
compreendido entre janeiro 1988 e julho de 2000, constatou que:
a) Excetuando-se o mês de julho de 1998, a maioria dos turistas que
visitou Ilhéus é residente no próprio estado. Em fevereiro de 2000
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
39
representou 45,95%, seguidos de São Paulo, Distrito Federal, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Goiás;
b) O maior contingente de turistas é do sexo masculino, apresentando
variações entre 76,26% em fevereiro de 1998 a 60% em fevereiro de
2000;
c) A faixa etária dos entrevistados ficou entre 36 e 50 anos – 46,50% em
julho de 2000, enquanto a faixa etária de 26 a 35 anos vem
decrescendo;
d) Entre as principais ocupações dos turistas que demandaram Ilhéus,
destacam-se comerciantes, professores, funcionários públicos e
estudantes, percebendo-se um declínio mais acentuado de estudantes –
saindo de 10,10% em fevereiro de 1998 para 3,3% em julho de 2000;
e) A renda média mensal em julho de 1988 chegou a R$ 4.073,28 e em
fevereiro de 2000 foi de R$ 2.815,94, sendo caracterizada como renda
de classe média alta;
f) O gasto médio diário individual que chegou a R$ 56,78 em julho de 1988
– acompanhando a renda média mensal, caindo para R$ 27,49 em julho
de 2000;
g) A permanência média dos turistas em Ilhéus oscilou entre 7,3 e 14,6
dias;
h) Excetuando-se o mês de julho de 1998, a maioria dos turistas que
visitou Ilhéus é residente no próprio estado. Em fevereiro de 2000
representou 45,95%, seguidos de São Paulo, Distrito Federal, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Goiás;
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Excluído: ¶
40
i) O maior contingente de turistas é do sexo masculino, apresentando
variações entre 76,26% em fevereiro de 1998 a 60% em fevereiro de
2000;
j) A faixa etária dos entrevistados ficou entre 36 e 50 anos – 46,50% em
julho de 2000, enquanto a faixa etária de 26 a 35 anos vem
decrescendo;
k) Entre as principais ocupações dos turistas que demandaram Ilhéus,
destacam-se comerciantes, professores, funcionários públicos e
estudantes, percebendo-se um declínio mais acentuado de estudantes –
saindo de 10,10% em fevereiro de 1998 para 3,3% em julho de 2000;
l) A renda média mensal em julho de 1988 chegou a R$ 4.073,28 e em
fevereiro de 2000 foi de R$ 2.815,94, sendo caracterizada como renda
de classe média alta;
m) O gasto médio diário individual que chegou a R$ 56,78 em julho de 1988
– acompanhando a renda média mensal, caindo para R$ 27,49 em julho
de 2000;
n) A permanência média dos turistas em Ilhéus oscilou entre 7,3 e 14,6
dias;
o) O principal motivo da viagem dos turistas entrevistados foi a passeio,
destacando-se outras motivações como negócio e, no último período
analisado, aparece com relevância a motivação congresso/convenções;
p) Quanto aos principais aspectos positivos da cidade, segundo os
entrevistados, destacam-se as praias, os atrativos naturais e a
hospitalidade;
Excluído: ¶
41
Dentre os aspectos negativos da cidade, segundo os turistas, está a
precariedade da limpeza pública, assim como se reclama da poluição das
praias e da falta de segurança pública. Para tornar o turismo a principal base
econômica da Cidade é preciso profissionalizá-lo, o que exige, entre outros
fatores uma melhor adequação da Oferta Turística - em particular a dos meios
de hospedagem, ao perfil do turista13 de Ilhéus.
O elenco de ações previstas no PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO
DE ILHÉUS (2001) - que abrangem desde a elaboração de inventário turístico
do município até a ações de fomento ao investimento no setor - deixa patente o
nível de necessidades a serem satisfeitas para que a Cidade se transforme
num destino turístico atrativo. “... Quem chega ao Núcleo do Descobrimento,
sabe o que quer e acha o que procura...” afirma Queiroz (1993, p.30), que
registra as múltiplas opções de lazer, com vida noturna rica e atraente na
Cidade de Porto Seguro, comparando-a com Ilhéus, onde isto não acontece.
A “vocação turística” de Ilhéus, cantada em verso e prosa por sua gente,
precisa transformar-se em realidade, com uma oferta turística de qualidade e
adequada à sua demanda. Esta pesquisa visa a detectar o grau de adequação
da Oferta Turística dos meios de hospedagem (nas variáveis infraestrutura e
qualidade dos serviços, preços e atrativos) ao perfil do turista de Ilhéus,
considerando-se que tal adequação impacta diretamente a manutenção e
crescimento dos benefícios sócio-econômicos decorrentes da atividade turística
13 O Perfil do turista nesta pesquisa será caracterizado pelos aspectos sexo, estado civil, faixa etária, ocupação principal, renda média mensal, gasto médio diário, permanência média e motivo da viagem, objeto da pesquisa de Nascimento (2001).
Excluído: ¶
Excluído: :
42
para o município. Além disso, a determinação do perfil da oferta e das
preferências da demanda diminui os riscos para novos investidores e sinaliza
rumos para o planejamento a longo prazo.
Dadas as dificuldades relacionadas ao tempo e recursos financeiros
para realizar esta pesquisa abrangendo toda a Oferta Turística de Ilhéus
(Meios de hospedagem, Alimentos e Bebidas, Entretenimento, Serviços, etc.),
optou-se por focalizar os meios de hospedagem – Hotéis e Pousadas,
considerando-se sua importância no conjunto dos bens e serviços colocados à
disposição dos turistas. Os dados referem-se a Hotéis e Pousadas
classificados como categoria econômica e Turística.14, tanto centrais como
localizados nos litorais sul e norte da Cidade. A questão central é: até que
ponto a competitividade do produto turístico Ilhéus vem sendo prejudicada por
uma inadequação da Oferta Turística - em especial a dos meios de
Hospedagem, ao perfil do seu turista?
1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a adequação da oferta turística de Ilhéus, em especial dos meios
de hospedagem em relação ao perfil da sua demanda, visando a fornecer
14 A atual classificação de Hotéis e Pousadas da EMBRATUR e Associação Brasileira da Indústria de
Hotéis-ABIH utiliza as categorias: Simples, Econômico, Turístico, Superior, Luxo e Plus Super Luxo. Maiores detalhes sobre cada uma no Anexo III.
Excluído: ¶
Excluído: ¶¶
Excluído: ¶¶
Excluído: Apêndice A..
43
subsídios ao planejamento e administração do turismo ao trade ilheense e aos
órgãos públicos ligados ao setor.
1.2.2 Objetivos Específicos a) Conhecer a real oferta dos meios de hospedagem em Ilhéus e sua
classificação;
b) Verificar existência de ações de marketing pelo trade turístico para diminuir
os impactos da sazonalidade;
c) Identificar as variáveis que estão influenciando na escolha do destino
Ilhéus, na opinião do turista;
d) Identificar as variáveis que estão influenciando na escolha dos meios de
hospedagem de Ilhéus, na opinião do turista;
e) Avaliar o impacto das variáveis preço e qualidade dos serviços nos meios
de hospedagem de Ilhéus em relação a outros destinos turísticos da Costa
do Cacau: Itacaré, Una e Canavieiras;
f) Analisar se os aspectos localização, atrativos turísticos do hotel ou
pousada, meios de acesso, serviços e recursos tecnológicos à disposição
do hóspede correspondem às expectativas do turista.
Excluído: ¶
Excluído: ¶
44
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Característico de uma sociedade de consumo, afirma Andrade (1999)
que o turismo, como um todo estruturado, não é mais do que um produto
composto ou uma combinação de bens e serviços, cuja funcionalidade
depende de uma série de conhecimentos operacionais e de paciente dedicação
para atendimento cabal dos requisitos da oferta e das exigências da demanda.
2.1 O Turismo Entremeando os Caminhos da História
Atualmente o turismo tem como principal característica ser um fenômeno
de massa, que deve ser compreendido a partir da história da humanidade.
Essa análise permitirá um melhor embasamento teórico que possibilite
repensar qual a melhor forma de desenvolvimento turístico que deve ser
incentivado. A compreensão da história do mundo ocidental pode ser verificada
por meio de uma descrição de forma cronológica, e cada período é definido a
partir do modo de produção que caracteriza as relações sócio, política e
econômica durante as Idades: Antiga, Média, Moderna e Contemporânea.
Excluído: ¶
45
Na Idade Antiga que compreende o período que vai desde o surgimento
da escrita (aproximadamente 4.000 a.C.) até a queda do Império Romano do
Ocidente (476 d.C.), verifica-se um momento de transição da sociedade,
caracterizada por uma maior organização política e social. (Acerenza,2003)
registra que durante este período foram encontrados alguns registros das
viagens realizadas pelos povos gregos, entre esses os manuscritos de
Heródoto, que foi considerado o "Padre de los Escritores de Turismo", por seus
escritos que continham descrições e relatos de suas viagens.
O Império Romano é considerado um dos maiores impérios já existentes
em termos territoriais, que obteve sua expansão com as expedições
organizadas realizadas por meio das viagens. Este Império deixou um
significativo acervo que caracteriza os hábitos das viagens realizadas pelo seu
povo, como por exemplo: as termas romanas, sítios de veraneio e também
templos e santuários. O crescimento do Império contribuiu para seu
enfraquecimento, quando sua grande extensão territorial promoveu a
descentralização do poder e teve como conseqüência sua queda. A partir deste
momento as viagens passam a ser perigosas, sendo reduzidas durante algum
tempo.
As viagens ressurgem durante a Idade Média, período que compreende
de 476 d.C., até o ano de 1453, com a queda do Império Romano do Oriente.
Esta época caracteriza-se pelo surgimento do feudalismo, que nasceu da fusão
da sociedade romana decadente e a sociedade bárbara germânica em
Excluído: ¶
46
transformação e representou um sistema social, político e econômico
predominante durante este período. O citado autor (Ibid.) registra que a
consolidação do feudalismo deu-se por meio de uma economia baseada na
agricultura de subsistência, no trabalho servil do camponês, na sociedade
hierarquizada, no poder político descentralizado nas mãos de diversos
senhores feudais, e no predomínio da Igreja católica no plano religioso, cultural
e ideológico.
Segundo Acerenza (Ibid.), a Igreja exerce seu poder de dominação no
campo cultural e ideológico e estimula as viagens por meio das peregrinações,
que representaram o acontecimento da época, quando milhões de pessoas
passam a deslocar-se com uma motivação religiosa. Os peregrinos passam a
viajar em grupos organizados, percorrem grandes trechos para visitar lugares
como Canterbury (Inglaterra), Santiago de Compostela (Espanha) e
principalmente a Terra Santa (Israel).
A partir do século XII surgem as Cruzadas, o que representou uma
síntese das contradições religiosas, sociais, políticas e econômicas deste
período, e tem como característica o renascimento do comércio e renascimento
urbano. Essas transformações trazem ao feudalismo um vigoroso processo de
transformação, que culminou com a sua própria destruição. O início das
cruzadas foi marcado pela tomada da Palestina pelos turcos, impedindo as
peregrinações religiosas aos lugares sagrados de Jerusalém (Terra Santa -
Israel). Em represália a essa atitude foram organizadas expedições militares
Excluído: ¶
47
com o objetivo de resgatar a Terra Santa das mãos dos infiéis. Essas
expedições receberam o nome de Cruzadas, que para os cristãos representava
a luta contra os inimigos de Deus. Após a batalha o guerreiro era
recompensado com a indulgência (perdão dos pecados).
Pedro (1988) registra que grande parte das viagens ocorridas durante
este período estavam relacionadas às expedições militares e ao comércio,
representando desta forma um excelente negócio, principalmente para os
italianos que detinham a hegemonia do comércio entre Oriente e Ocidente. No
fim da Idade Média, Veneza destaca-se por sua beleza e riqueza, como
também pelos atrativos que oferece aos viajantes. Com um significativo
aumento das viagens surge então o guia del viajero del siglo XIV, que oferecia
aos peregrinos informações detalhadas sobre as regiões, e locais onde
poderiam cruzar com segurança como também hospedarias existentes no
percurso.
Mudanças nas relações de produção feudal durante o século XIV são
caracterizadas pelo surgimento do comércio e núcleos urbanos, assim como
também pelo surgimento de uma nova classe social: a burguesia. Todo este
processo foi manifestado na economia, na sociedade, na política e na religião,
proporcionando um aumento do poder político dos reis apoiados pela
burguesia, e o enfraquecimento da igreja católica. Neste momento as viagens
mais representativas tiveram como principal motivação o comércio.
Excluído: ¶
48
A Idade Moderna compreende o ano de 1453 até 1789, com a
Revolução Francesa. Este período caracteriza-se pela formação das
monarquias nacionais que representavam a centralização do poder político nas
mãos do Rei (absolutismo). Esta centralização refletia-se na formação de
territórios contínuos e fronteiras definidas para o reino, além da conquista de
novos territórios. As grandes navegações fazem parte do processo de
expansão europeu, dando início à Era dos Descobrimentos, motivados pela
busca de mercadorias e metais preciosos além das fronteiras européias. Este
movimento tem como conseqüência a descoberta de novos mercados, assim
como o enriquecimento da burguesia.
A partir do século XVI, surgem novas motivações de viagens distintas
dos fatores que anteriormente incentivavam os peregrinos e os mercadores da
Idade Média. Jovens pertencentes à nobreza realizavam viagens
impulsionadas principalmente por motivos educacionais e no século seguinte
os médicos reconhecem as propriedades curativas das águas termais, sendo
organizadas dessa maneira viagens a esses centros. Os meios de
comunicação e transportes exercem importante contribuição no surgimento das
novas motivações de viagens (Acerenza, 2003).
O capitalismo, sistema econômico baseado na propriedade privada, nos
meios de produção e no trabalho assalariado, cresceu dentro do absolutismo e
no mercantilismo. As viagens também se adaptam aos sistemas de governo.
Surgem novas motivações, assim como melhoria da infra-estrutura e
Excluído: ¶
49
aprimoramento dos meios de transportes e comunicação. Durante o século
XVIII, inicia-se a utilização dos mares como uma nova alternativa para os
viajantes.
O processo de rompimento com o regime absolutista iniciou-se no
século XVII com uma crise geral, e se prolongou até o século XVIII, culminando
em uma dupla revolução: a Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra
em fins do séc. XVIII, e a Revolução Francesa, em 1789, que representa o
marco do início da Idade Contemporânea. Segundo Acerenza (2003), durante
o final do século XVIII e todo o século XIX, as viagens estiveram caracterizadas
por uma nova motivação: o prazer do descanso e da contemplação das
paisagens e montanhas. Esta nova motivação teve cada vez mais adeptos,
conseqüência da diminuição da qualidade de vida nos grandes centros urbanos
industrializados.
Barreto (1992) registra o surgimento, em 1841, do primeiro agente de
viagem profissional, Thomas Cook, que organizou viagem com 570 pessoas,
comprou e revendeu os bilhetes, configurando assim a primeira viagem
agenciada. Em 1846, organizou viagem similar a Londres, utilizando guias
turísticos, fato que caracterizou o início do turismo coletivo. Cook trouxe
enormes contribuições ao turismo: Elaborou o primeiro itinerário descritivo de
viagem preparado de forma profissional denominado: Handbook of the Trip,
efetuou Tours com participação de guias de turismo, organizou também a
primeira volta ao mundo, criou o cupom de hotel, atualmente conhecido por
Excluído: ¶
50
Voucher, antecessor do Traveller Cheque, uma vez que esse documento era
aceito pelos bancos, hotéis, restaurantes e algumas casas comerciais em
distintas partes do mundo. Em 1891 a American Express criou o Traveler
Cheque como conhecido atualmente. No entanto, Pedro (1988) afirma que o
maior aporte efetuado por Cook foi a introdução do conceito de excursão
organizada, atualmente conhecido por pacote turístico, permitindo dessa forma
que grande parte da população tivesse acesso às viagens.
Durante a segunda metade do século XIX verificou-se um vertiginoso
avanço das atividades industriais e financeiras, na Europa e Estados Unidos. A
expansão da produção aumentou ainda mais a sede de lucros, provocando um
intenso movimento de conquistas dos novos mercados, encontrados na Ásia e
África, que seriam fornecedores de matérias-primas e também compradores
dos produtos saídos das fábricas européias. Iniciava-se então a era do
imperialismo, que culminou com a I Guerra Mundial (1914-1918).
No período anterior à Primeira Guerra, o transporte utilizado foram os
trens ferroviários; após a guerra, os veículos excedentes foram adaptados para
o transporte de passageiros. Entre 1919 e 1920 os ingleses realizaram
excursões de ônibus aos campos de batalha da França, como também na
Costa Azul da Espanha e, posteriormente, em toda Europa. Em 1924 as
excursões chegaram ao norte da África e em 1935 realizaram a primeira
excursão de ônibus a Leningrado e Moscou. Por volta de 1938 surge também a
aviação civil, criando mais opções aos viajantes (Pedro, 1988).
Excluído: ¶
51
Após a Primeira Guerra, a Europa já não era a mesma, tendo perdido
lugar de destaque no cenário mundial, passando o centro das decisões para o
outro lado do Atlântico. Em meados do séc. XIX encontram-se no auge os
centro turísticos Norte Americanos como Atlantic City e os situados na
península da Flórida, como também a fundação de Mar del Plata, na Argentina
e Viña del Mar, no Chile.
Neste momento a economia mundial encontra-se estagnada, em um
quadro de crise geral com a desvalorização de moedas de países europeus
como Itália e Alemanha. Em 1931, o Departamento de Comércio Americano
publica uma nota oficial justificando os gastos em publicidade do país no
exterior, concluindo que o turismo seria uma importante fonte de ingressos.
A história registra que todos os acordos firmados após a Primeira Guerra
deixaram claro que nenhum país estava satisfeito. A luta desesperada por
fontes de matéria-prima, mercados e facilidades de investimentos lucrativos
levaria inevitavelmente a uma nova guerra, que teve seu início em 1939 e seu
término em 1945 com a rendição da Alemanha.
Verifica-se que antes da II Guerra Mundial (1939-1945) o turismo foi uma
atividade amplamente desenvolvida, não só na Europa como também no
continente Americano, porém somente depois da guerra que o turismo
transforma-se em um fenômeno de massa e desperta interesse da maioria dos
países do mundo. Seu crescimento se dá pela conquista da paz, melhoria dos
Excluído: ¶
52
meios de comunicações, disponibilidade de tempo livre, mudanças
tecnológicas, e outras mais que somente são verificadas a partir desse
momento. Durante as décadas de 1920 e 1930 surgem vários centros turísticos
na América Latina, a exemplo de Punta Del Este no Uruguai, Acapulco no
México (Acerenza, 2003).
Por fim, as formas e motivações de viagens turísticas encontradas hoje
são características do período que tem início após a II Guerra Mundial.
Portanto, o termo fenômeno turístico refere-se ao turismo desenvolvido a partir
desse período, e tem como característica principal ser um fenômeno de massa
decorrente da existência de tempo livre e do desenvolvimento dos meios de
comunicação e de transportes. No Brasil, surgem em 1922 os primeiros
grandes hotéis no Rio de Janeiro e, no ano seguinte, a Sociedade Brasileira de
Turismo, que mais tarde toma o nome de Touring Club do Brasil. Algum ano
depois se inicia o turismo de águas termais no estado de São Paulo, e o
turismo cultural no estado do Rio Grande do Sul.
2.2 A Atividade Turística
Discute-se a atividade turística nos mais diversos enfoques. Alguns
termos são utilizados para caracterizar essa atividade, como, por exemplo, o
termo "Indústria Turística", que é utilizado por muitos autores e principalmente
nos discursos, livros, manuais e pela mídia. Reforçando o caráter de produção
Excluído: ¶
Excluído: mudanças tecnológicas, e outras mais que somente são verificadas a partir desse momento. Durante a década de 1920 surgem vários centros turísticos na América Latina, Punta Del Este no Uruguai, Acapulco no México, a partir da década de 1930 (Acerenza, 2003). ¶¶
53
do turismo, como um bem que pode ser produzido em grande escala de forma
impessoal.
Encontra-se no dicionário Aurélio a seguinte definição para a palavra
indústria: "atividade de produção de mercadorias, abrangendo a extração de
produtos naturais e sua transformação". Esta definição sugere a extração de
produtos naturais e sua transformação, mas não se adapta à proposta da
atividade turística, uma vez que sua matéria-prima na maioria das vezes
depende da existência dos recursos naturais, como por exemplo, no caso das
praias que devem ser utilizadas pela atividade turística e não transformadas, o
que a médio e longo prazo certamente causará a extinção deste recurso.
Situar a atividade turística no setor produtivo torna-se uma importante
base conceitual, uma vez que as grandes preocupações nas discussões sobre
o tema estão diretamente relacionados às questões econômicas. Em 1940
Colin Clark, citado por Boullón (1997) propôs uma classificação para os setores
de produção, que vem sendo utilizada até hoje, e são: setor primário,
responsável pela matéria prima vindas da superfície da terra ou de suas
entranhas; onde se encontra a produção agropecuária; setor secundário, que
compreendem os processos industriais de transformação e utilizam em sua
maioria produtos oriundos do setor primário; e setor terciário, que são as
necessidades atendidas por diversas atividades e sua importância está na
variadíssima gama de "serviços".
Excluído: ¶
54
Portanto, entende-se que o turismo é uma atividade situada no setor
terciário de produção, e tem como principal característica a prestação de
serviços, utilizando-se dos demais setores produtivos que são responsáveis
pelo seu funcionamento. A atividade turística possui relações próprias que
integram todos os setores produtivos, caracterizando-se como um sistema.
Importante ressaltar que os produtos e serviços turísticos são oferecidos
por uma gama de produtores e fornecedores diferentes que, apesar de atuarem
de forma individual, são entendidos pelo turista como um todo que integra a
experiência vivencial da viagem. Uma atuação cooperada e centralizada é
necessária – apesar das peculiaridades de cada segmento – para a definição
de metas e estratégias que possibilitem o desenvolvimento sustentável, a partir
de decisões conjuntas entre empreendedores e órgãos públicos da Cidade
(Ilheustur– Setur e Bahiatursa).
O turismo deve ser concebido como atividade capaz de melhorar a
qualidade de vida da comunidade, gerando renda e emprego para as
populações local e regional sem descuidar-se da proteção ambiental e cultural,
o que constitui um modelo de desenvolvimento sustentável. Petrocchi (1998)
alerta para a importância da formação profissional dos que oferecem serviços
turísticos: “... Mas o sucesso do turismo não se alcança de forma isolada. Uma
bela praia é o ponto de partida, mas e os serviços, o conforto do cliente e a
forma de tratá-lo?”
Excluído: ¶
55
Segundo o autor (Ibid.), ao visitar um determinado lugar o turista,
inevitavelmente, começa a avaliá-lo já no momento em que sai do avião, ou do
ônibus. Ele sente a temperatura, o clima, os ventos, aprecia a arquitetura local,
o tráfego de veículos, a beleza das construções, entre outros, até ter os
primeiros contatos com as pessoas, ou seja, com a prestação dos serviços:
observa se existe cortesia ou desrespeito, se os preços são justos, avalia as
atrações do lugar. Tudo é especial e apreciado em seus detalhes, pois ele está
pagando e deseja o melhor. Os visitantes são recebidos pelo sistema
turístico,15 mas eles têm contato direto e pessoal com os operadores do
sistema. Se estes não compreenderem a importância do cliente e não forem
treinados para atendê-los, corre-se o risco de frustrar o atendimento e, assim,
receber por parte do visitante uma avaliação negativa, que se propaga e
representa uma ameaça à reprodução do sistema. Petrocchi conclui, então,
que a sobrevivência do sistema turístico se prende a um atendimento ao cliente
no mínimo satisfatório, pois cliente significa mercado.
A indústria do turismo no Brasil vem ganhando novos impulsos em
função da percepção dos setores envolvidos, assim como pela ainda incipiente
conscientização da população brasileira quanto à importância dessa atividade
no País. Quando da exploração de maneira adequada, as nossas riquezas
naturais, nossos prédios, os monumentos históricos, a cultura e o folclore, o
turismo pode-se tornar a principal atividade econômica do País, geradora de 15 Segundo Beni (2001), “a Teoria Geral dos Sistemas afirma que cada variável, em um sistema específico, interage com todas as outras variáveis desse sistema e com as de outros sistemas que com ele realizam operações de troca e de interação, explicando e desenhando as configurações aproximadas da dinâmica da vida real”. O Sistema Turístico pode ser melhor entendido através do diagrama constante do Anexo VI. 17 IPHAN é a sigla do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional.
Excluído: ¶
Excluído: ¶Portanto, entende-se que o
turismo é uma atividade situada no setor terciário de produção e tem como principal característica a prestação de serviços, utilizando-se dos demais setores produtivos que são responsáveis pelo seu funcionamento. A atividade turística possui relações próprias que integram todos os setores produtivos, caracterizando-se como um sistema.¶¶
Importante ressaltar que os produtos e serviços turísticos são oferecidos por uma gama de produtores e fornecedores diferentes que, apesar de atuarem de forma individual, são entendidos pelo turista como um todo que integra a experiência vivencial da viagem. Uma atuação cooperada e centralizada é necessária – apesar das peculiaridades de cada segmento – para a definição de metas e estratégias que possibilitem o desenvolvimento sustentável, a partir de decisões conjuntas entre empreendedores e órgãos públicos da Cidade.¶¶
O turismo deve ser concebido como atividade capaz de melhorar a qualidade de vida da comunidade, gerando renda e emprego para as populações local e regional sem descuidar-se da proteção ambiental e cultural, o que constitui um modelo de desenvolvimento sustentável. Petrocchi (1998) alerta para a importância da formação profissional dos que oferecem serviços turísticos: “... Mas o sucesso do turismo não se alcança de forma isolada. Uma bela praia é o ponto de partida, mas e os serviços, o conforto do cliente e a forma de tratá-lo?”¶¶
Segundo o autor (Ibid.), ao visitar um determinado lugar o turista, inevitavelmente, começa a avaliá-lo já no momento em que sai do avião, ou do ônibus. Ele sente a temperatura, o clima, os ventos, aprecia a arquitetura local, o tráfego de veículos, a beleza das construções, entre outros, até ter os primeiros contatos com as pessoas, ou seja, com a prestação dos serviços: observa se existe
Excluído: Apêndice
Excluído: D
... [2]
56
divisas e empregos. Kuazaqui (2000), a atividade turística não é recente,
todavia, as inúmeras transformações do mercado, o setor tem-se sofisticado,
exigindo cada vez maior qualificação do produto turístico.
2.3 Sistema Turístico
Beni (1988, p.25) entende sistema como:
Um conjunto de partes que interagem de modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou princípio; ou conjunto de procedimentos, doutrinas, idéias ou princípios, logicamente ordenados e coesos com intenção de descrever, explicar ou dirigir o funcionamento de um todo.
Miller apud Beni (Ibid,p.25) apresenta outra definição, destacando que
“sistema é um conjunto de unidades com relações entre si’. A palavra conjunto,
para ele, “implica que as unidades possuem propriedades comuns” , ou seja, “
o estado de cada unidade é controlado, condicionado ou dependente do estado
das outras unidades”. Assim, o conjunto encontra-se organizado em virtude das
inter-relações entre as unidades, e seu grau de organização permite que
assuma a função de um todo que é maior que a soma de suas partes.
Beni (1998, p.26) identifica algumas características básicas ao sistema,
que são:
a. meio ambiente – são todos os aspectos que não compõem diretamente o sistema porém exercem influências sobre a operação do mesmo;
b. unidades ou elementos – são as partes que compõem o sistema;
Excluído: ¶
Excluído:
Excluído: :
Excluído: “...
Excluído: u
Excluído: o”.
Excluído: :
Excluído: “
57
c. relações – são as inter-relações entre os elementos através de ligações que denunciam os fluxos;
d. atributos – qualidades atribuídas aos elementos ou ao sistema, a fim de caracteriza-lo;
e. entrada (input) – tudo aquilo que o sistema recebe; f. saída (output) – produto final dos processos de transformação a que
se submete o conteúdo da entrada; g. realimentação (feedback) – processo de controle para manter o
sistema em equilíbrio; h. modelo – é a representação do sistema através da abstração para
facilitar o projeto e/ou análise do sistema. Tem por objetivo básico facilitar o estudo do sistema, possibilitando uma maior abrangência e ao mesmo tempo permitindo a análise de causa e efeito entre seus elementos.
A seguir apresenta-se o funcionamento do sistema turístico por meio de
um modelo referencial com base na análise da oferta e demanda. O modelo
proposto foi elaborado a partir do modelo da oferta e demanda de Roberto
Boullón (1997) e complementado sob alguns aspectos com a proposta do
sistema de turismo SISTUR de Mário Beni (1998).
O modelo apresentado no anexo VI permite a compreensão da atividade
turística de forma sistêmica, e é claro que quanto maior o objeto de estudo,
mais complexo será o modelo. Para o presente estudo considera-se suficiente
o modelo simplificado, uma vez que o principal objetivo está em verificar a
adequação da oferta turística de hospedagem ao perfil do turista de Ilhéus.
2.3.1 Demanda Turística
A Demanda pode ser medida ou contabilizada pelo total de turistas que
entram em um destino turístico, podendo ser um local, região, zona, país,
Excluído: ¶
Excluído: ”
Excluído: ¶
Excluído: apêndice D
Excluído: ¶
58
centro ou atrativo turístico. Pode ser verificada por meio de uma análise mais
profunda, Identificando-se como se distribuem esses gastos nos destinos
turísticos, e os tipos de serviços utilizados. Boullón (1997, p.33) afirma que,
para realizar um estudo completo sobre a demanda, deve-se analisar os
seguintes tipos de demanda: real, turista real - consumidor potencial, histórica,
futura e potencial:
a. demanda real : é a quantidade de turistas que existe em um dado momento em um determinado lugar, e a soma de bens e serviços utilizados pelos consumidores neste lugar durante o tempo de sua estadia;
b. turista real - consumidor potencial : refere-se aos gastos adicionais que podem realizar a demanda real durante sua estadia, e o consumo de bens e serviços que não estavam previamente programados antes do deslocamento do turista;
c. demanda histórica - que são os registros estatísticos ocorridos no passado;
d. demanda futura - é o resultado de cálculos feitos a partir de fórmulas matemáticas para projetar o perfil da demanda turística durante um período de tempo a partir do presente;
e. demanda potencial - é a possibilidade de obter um segmento de mercado emissor não conquistado.
Analisar a demanda significa conhecer o consumidor do produto
turístico, este estudo é utilizado como importante instrumento para o
planejamento da atividade turística.
2.3.2 Oferta Turística
Por meio da análise econômica entende-se por oferta a quantidade de
mercadorias ou serviços que entra no mercado consumidor, por um preço em
um determinado período de tempo. A oferta torna-se realidade a partir do
momento que surge o consumidor real, ou seja, o consumidor deve conhecer o
Excluído: ¶
Excluído: :
Excluído: “
Excluído: se refere
Excluído: ”
Excluído: ¶¶
59
produto turístico oferecido, do contrário este produto não está sendo ofertado.
Afirma Boullón (1997, p.35) que:
Para que en servicio turístico se convierta en oferta turística, es imprescindible que el consumidor potencial conozca su existencia. De lo contrario, esse producto no cumple com el requisito de haber entrado en el mercado por un periodo determinado.
A Oferta turística é constituída pelo conjunto de bens e serviços
turísticos, atrações, acessos e facilidades colocados no mercado, à disposição
dos turistas, em conjunto ou individualmente, visando atender suas
necessidades, solicitações ou desejos (Rushmann, 1991); Já Ignarra (2001)
define oferta turística pelo conjunto de elementos divididos em alguns grupos,
como atrativos turísticos, serviços turísticos, serviços públicos e infraestrutura
básica.
Por sua vez, Lage (1991) alerta que a viabilidade da atividade turística
exige a complementação da oferta turística “natural” de uma localidade com
uma bem montada infraestrutura de bens e serviços turísticos - hospedagem,
transporte, alimentação, comércio, etc., e elenca as principais variáveis que
influenciam a demanda turística: preços dos produtos turísticos, preços dos
outros bens e serviços, nível de renda e preferências dos turistas. Sobre os
preços dos produtos turísticos, Andrade (1997) afirma que estes devem ser
justos e proporcionais ao poder econômico das classes a que são destinados.
Excluído: ¶
Excluído: :
Excluído: “
Excluído: ”
60
Considerando a estrutura e natureza, segundo Andrade a oferta turística
apresenta as seguintes características (Ibid., p.102):
a. Não admite estocagem ou reserva; b. Seus recursos são estáveis e “consumidos” no próprio receptivo
em que são produzidos e comercializados; c. Seus recursos são estáticos: não podem ser transportados em
seu todo ou em partes significativas, sem alterações no próprio conjunto do potencial;
d. Os recursos são imóveis: os turistas é que se deslocam para usufruí-los;
e. A oferta turística é rígida e inadaptável, pois não possui flexibilidade suficiente para qualquer outra utilização, sem correr riscos de descaracterização;
f. A oferta turística é sensivelmente dependente da concorrência de mercado e da vontade do cliente, que vê o turismo como supérfluo ou produto substituível e mesmo dispensável;
g. Os sucessos cultural e comercial dependem da qualidade e do grau de união e de colaboração de significativa série de fatores relacionados à oferta e ao funcionamento dos bens e serviços, sua qualificação e seus preços.
Andrade (Ibid) continua afirmando também que os turistas, na função de
consumidores, emitem juízos determinantes a respeito da qualidade dos bens
que adquirem. No entanto, avaliam as ofertas turísticas natural e artificial
separando-as e atribuindo-lhes valores expressos em escalas diferentes,
porque a primeira é essencialmente imutável ou estática como atrativo
específico, e a segunda é de natureza dinâmica e capaz de realizar ações de
adequação sempre que necessárias ou oportunas.
Ruschmann (1999) afirma que a característica mais marcante da Oferta
Turística é a sua heterogeneidade, e se constitui da justaposição de bens e
serviços oferecidos ao turista e consumidos por eles. Esses bens e serviços
são agrupados em duas categorias de oferta: As atrações, que são os recursos
naturais, sócio-culturais e tecnológicos, também chamados de oferta
Excluído: ¶
61
diferencial, porque da sua diversidade depende o seu grau de atratividade.
Mercadologicamente, são responsáveis pela escolha do turista por uma
destinação, em detrimento de outra; e os equipamentos e serviços (ou
“facilidades”), que correspondem aos alojamentos, serviços de alimentação, de
entretenimentos, de transporte para a localidade e dentro dela, responsáveis
pelo maior ou menor tempo de permanência do turista, de acordo com sua
qualidade e preço.
Um outro elemento fundamental da oferta turística é o conjunto de
serviços públicos que são necessários ao ato do consumo turístico. Segundo
Ignarra (op.cit., p.57), “Não adianta uma localidade possuir bons atrativos e
bons serviços se não coloca à disposição do turista alguns serviços básicos
como transportes públicos, por exemplo.” Cada segmento de turismo gera
maior ou menor demanda por determinados serviços públicos necessários ao
apoio ao turista, como os serviços de comunicações para o turismo de eventos
e de negócios. Desta forma, os serviços públicos são de extrema importância
para a viabilidade de fluxos turísticos em uma destinação turística e diferem
dos serviços turísticos por terem como usuários, além dos turistas, a população
local.
A importância dada ao lazer nos dias de hoje faz com que o turista se
disponha a pagar mais caro por um serviço que lhe garanta toda a
tranqüilidade, satisfação e segurança desejadas. As facilidades de
deslocamento e de obtenção de informações geradas pelo avanço tecnológico
permitem que o turista opte pelo destino que preencha melhor suas
Excluído: ¶
62
necessidades. Sendo assim, garantir a qualidade dos serviços prestados é hoje
de essencial importância, frente ao cenário globalizado em nível regional,
nacional e internacional. A oferta de destinos turísticos é grande, logo a
competitividade é fator essencial para manter a clientela. Além de conhecer as
expectativas dos turistas quanto às facilidades e serviços encontrados no
destino, é importante que se conheça também a avaliação dos turistas para os
serviços utilizados. Dessa forma, pode-se aperfeiçoar o produto turístico,
proporcionando-lhe maior diversidade e qualidade.
2.3.3 Produto Turístico
O produto turístico é formado pelos bens e serviços que servem à
atividade turística. Segundo Andrade (1999), o produto turístico compõe-se de
atividades e serviços ligados aos empreendimentos de hospedagem, aos bens
de alimentação, aos transportes, e aos produtos típicos locais, como objetos de
arte, de artesanato, além de visitas a locais diversos e utilização de
equipamentos de lazer e de divertimento, tanto naturais como artificiais.
Bens e serviços turísticos, unidos por relação de interação e
interdependência, formam o produto turístico. Sua singularidade o distingue
dos bens industrializados e do comércio, como também dos demais tipos de
serviços. Uma das suas características mais marcantes é que se trata de um
produto cujo resíduo, após o uso, é uma experiência vivencial. Por se tratar de
um bem abstrato, não pode ser avaliado de acordo com seu peso, cor,
Excluído: ¶
63
tamanho ou formato. O que induz o cliente à sua compra são as promessas de
satisfação (Ruschmann, 1991).
Os bens e serviços oferecidos, para serem consumidos pelos turistas,
necessitam ser produzidos. Num enfoque microeconômico, a oferta turística
considera o comportamento dos vendedores de bens e serviços turísticos, seja
de qualquer categoria (hoteleira, de transporte, de locação, de operação
turística, de alimentação, de lazer, etc.). Segundo Lage (Op.cit.,p.76), os
principais fatores que influenciam a oferta de um produto turístico são:
1. Preço do produto turístico: quanto mais alto for o preço de
mercado do produto turístico, maior será o incentivo aos produtores em aumentar sua oferta;
2. Preços de outros bens e serviços: Se os preços dos outros bens e serviços aumentarem e os preços dos produtos turísticos permanecerem constantes, sua produção torna-se menos interessante em relação à produção dos outros bens e serviços, e, conseqüentemente, sua oferta diminuirá; Assim, observamos que ocorre uma relação inversa entre a oferta dos bens e serviços turísticos e os preços dos outros bens e serviços existentes na economia;
3. Preço dos fatores de produção: O preço dos fatores produtivos utilizados está diretamente relacionado com o custo final dos produtos do turismo ofertados e com o lucro dos produtos turísticos; e inversamente relacionado com a oferta dos produtos turísticos;
4. Nível de avanço tecnológico: Quanto maior for o avanço tecnológico, maior será o aproveitamento dos recursos disponíveis e, portanto, maior será a oferta dos produtos turísticos. Esse fato encontra-se relacionado aos efeitos dos custos de produção na oferta dos produtos.
Segundo Lage, citada em Yasoshima (2000), os produtos turísticos,
como qualquer tipo de bens ou de serviços econômicos, caracterizam-se em
complementares ou substitutos. Os bens e serviços complementares são os
que são consumidos juntamente com outros; os substitutos são os que passam
a ser consumidos em troca de outros. O produto do turismo é composto por
Excluído: ¶
Excluído: ¶
64
quatro componentes fundamentais: o transporte, a alimentação, a acomodação
e o entretenimento. Ao se criar um produto turístico, por exemplo, os serviços
de transporte serão complementados com os de alojamento que, por sua vez,
necessitarão também dos serviços de alimentação e de entretenimentos.
Assim, não se pode analisar a qualidade dos produtos e serviços
turísticos sem uma visão sistêmica, considerando-se todos os componentes
como de suma importância. Neste contexto, Yasoshima (Ibid.) destaca a
importância dos componentes acomodação e alimentação, pois estão
relacionados às necessidades primárias do ser humano: as necessidades
fisiológicas (repouso, alimentação) e as necessidades de segurança (abrigo),
explicando assim - com base na Teoria de Maslow, muitas das atitudes e
comportamentos dos turistas.
Beni (2000, p.17) afirma que “... Hoje, o êxito de um cluster nos
mercados turísticos regionais, nacionais e internacionais depende cada vez
menos de suas vantagens comparativas e cada vez mais de suas vantagens
competitivas”. Os clusters provocam tanto a concorrência como a cooperação:
as empresas continuam disputando o mesmo mercado, mas cooperam em
aspectos que trazem ganhos mútuos, como por exemplo, participação em
feiras, consórcio de exportação, compartilhamento de fretes e tratamento de
matéria prima, aumentado a produtividade das empresas sediadas na região,
indicando a direção e o ritmo da inovação, que sustentam o futuro crescimento
da produtividade e estimulando a formação de novas empresas, o que expande
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e reforça o próprio cluster. Por estarem próximas, as empresas interagem com
efeitos positivos. Por estarem concentradas, as empresas criam um mercado
de trabalho especializado, atraem fornecedores de diversos tipos e geram um
ambiente de disseminação de tecnologias. E enquanto as vantagens
comparativas abrangem os recursos naturais específicos de uma localidade, as
vantagens competitivas precisam ser criadas, num processo permanente de
inovação e melhoria dos produtos turísticos e processos de prestação de
serviços, bem como novos enfoques de marketing.
O turismo deve ser concebido como atividade capaz de melhorar a
qualidade de vida da comunidade, gerando renda e emprego para as
populações local e regional sem descuidar-se da proteção ambiental e cultural,
o que constitui um modelo de desenvolvimento sustentável. Brasil, citado em
Dencker (1998:193) advoga que, para a concretização desse modelo, é de
fundamental importância o conhecimento da demanda, pois a análise da
correlação entre demanda e oferta turística implica conhecimento de sua
estrutura, de sua evolução e de suas tendências futuras.
A realidade é que o turista, como o consumidor em geral, está mais
atento e mais exigente, em busca de um maior grau de satisfação com os
serviços prestados. Segundo Andrade (1998, p.26),
Além disso, estudos realizados para definir o perfil dos turistas concluíram que eles se apresentam psicologicamente desarmados, desejam ser bem tratados, respeitados, valorizados e, de certo modo, até mesmo bajulados. Desejam evitar tudo o que os lembre que, na
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vida de cada dia, vivem a encontrar-se com maior número de concorrentes que de amigos.
Assim, em um primeiro momento, o produto turístico é abstrato. Durante
o planejamento de uma viajem ou na compra de um pacote turístico, torna-se
difícil ver ou tocar o produto desejado. Cria-se desta forma algumas imagens
produzidas a partir das informações que são divulgadas principalmente por
meio dos materiais publicitários. O produto turístico somente é consumido a
partir do momento em que o turista/visitante chega ao destino e utiliza os
serviços oferecidos. Segundo Ignarra (2001), constituem o produto turístico:
a. Atrativo turístico - Os atrativos são considerados a "matéria prima" da
atividade turística, ou seja, o principal recurso da atividade turística, e pela
qual baseia seu planejamento. Podem ser: paisagem natural (praia,
montanha, rio, deserto, caverna, parques nacionais, etc.); paisagem
construída (cidades, museus, parques temáticos, etc.) e atrativos culturais e
históricos (eventos, ruínas e sítios arqueológicos, festas, manifestações
populares, etc.).
b. Planta turística, equipamentos e instalações - Os equipamentos incluem
todos os estabelecimentos administrados pelo setor público e privado que
se dedicam a facilitar os serviços básicos, como por exemplo: alojamento,
alimentação, transporte, agências de viagens, informações, etc. As
instalações são todas as construções criadas especialmente para permitir e
facilitar a prática de atividades turísticas, como por exemplo: marinas,
mirantes, teleféricos piscinas, passarelas, pontes, etc.
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67
c. Infraestrutura - Entende-se por infraestrutura os bens e serviços de um
país para sustentar as estruturas sociais produtivas, e são formadas por
vários subsistemas de serviço de apoio à comunidade, como: saneamento,
água, energia, educação, sistema de acesso e de transporte, sistema de
comunicações e segurança, e outros.
d. Superestrutura - Apesar de muitas vezes esquecida pelos planejadores, a
superestrutura é um dos principais subsistemas da atividade turística. Beni
(1988:97) define a superestrutura:
Esse subsistema refere-se à complexa organização tanto pública quanto privada que permite harmonizar a produção e a venda de diferentes serviços do Sistur. Compreende a política oficial de Turismo e sua ordenação jurídico-administrativa que se manifesta no conjunto de medidas de organização e de promoção dos órgãos e instituições oficiais, e estratégias governamentais que interferem no setor.
No Brasil, existe pequena quantidade de trabalhos científicos acerca do
fenômeno turismo, o que se reflete no enorme amadorismo que comanda o
desenvolvimento da atividade. O poder público por sua vez compactuou com
esta indiferença, sobretudo no que diz respeito às áreas responsáveis pelo
desenvolvimento e investigação da atividade turística. Somente no ano de
1966 o governo federal reconhece a importância da atividade turística como
fonte provedora para o desenvolvimento econômico do país, criando por meio
do Decreto Lei n.º 55, a Empresa Brasileira de Turismo - EMBRATUR. Em
1991, durante o governo Collor, passa à condição de Autarquia com a Lei n.º
8181, com a denominação de Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR,
vinculado ao Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, com a função
de formular, coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional do
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Turismo. Suas competências estão estabelecidas no art. 3º da Lei no 8.181
(Anexo II).
No ano de 1994 surge a política nacional para o desenvolvimento do
turismo, proposto no Mãos à obra Brasil, plano de governo do então presidente
Fernando Henrique Cardoso, desenvolvida por meio de seus programas
institucionais (Cardoso, 1994, p.178) com a finalidade de:
Formular, coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional de Turismo. Espera-se que o turismo, alicerçado nas potencialidades naturais do maior país tropical do mundo, possa cooperar de forma substantiva como instrumento de desenvolvimento regional sustentável, alcançando resultados expressivos para o país. Dentre estes resultados, destacam-se: a melhoria da qualidade de vida de milhões de brasileiros que vivem em regiões com reconhecido potencial turístico; a integração socioeconômica e cultural da população; a proteção ao meio-ambiente e ao patrimônio histórico e cultural; a geração de novos empregos e frentes de trabalho; o maior aporte de divisas.
A Política Nacional de Turismo coordenada pela EMBRATUR estabelece
vinte e três programas considerados básicos para o desenvolvimento da
atividade turística no Brasil. Entre esses programas encontra-se o Programa
Nacional de Municipalização do Turismo - PMNT, tem como proposta a
descentralização da gestão da atividade turística e melhorar a qualidade de
vida das comunidades a partir da base local. O PMNT sem dúvida é o primeiro
programa brasileiro de fomento à atividade turística que abrange um grande
número de municípios de norte a sul do país. Porém, apresenta uma baixa
efetividade, uma vez que as diretrizes para o desenvolvimento da atividade
turística nos municípios, não consideram as diferenças regionais e municipais.
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Excluído: <#>Propor ao Governo Federal normas e medidas necessárias à execução da Política Nacional do Turismo e executar as decisões que, para esse fim, lhe sejam recomendadas; ¶<#>Estimular as iniciativas públicas e privadas, tendentes a desenvolver o turismo interno e o do exterior para o Brasil; ¶<#>Promover e divulgar o turismo nacional, no país e no exterior, de modo a ampliar o ingresso e a circulação de fluxos turísticos, no território brasileiro; ¶<#>Analisar o mercado turístico e planejar o seu desenvolvimento, definindo as áreas, empreendimentos e ações prioritárias a serem estimuladas e incentivadas; ¶<#>Fomentar e financiar, direta e indiretamente, as iniciativas, planos, programas e projetos que visem o desenvolvimento da indústria de turismo, controlando e coordenando a execução de projetos considerados como de interesse para a indústria do turismo; ¶<#>Estimular e fomentar a ampliação, diversificação, reforma e melhoria da qualidade da infra-estrutura turística nacional; ¶<#>Definir critérios, analisar, aprovar e acompanhar os projetos de empreendimentos turísticos que sejam financiados ou incentivados pelo Estado;¶<#>Inventariar, hierarquizar e ordenar o uso e a ocupação de áreas e locais de interesse turístico e estimular o aproveitamento turístico dos recursos naturais e culturais que integram o patrimônio turístico, com vistas à sua preservação;¶<#>Estimular as iniciativas destinadas a preservar o ambiente natural e a fisionomia social e cultural dos locais turísticos e das populações afetadas pelo seu desenvolvimento, em articulação com os demais órgãos e entidades competentes;¶<#>Cadastrar as empresas, classificar os empreendimentos dedicados às atividades turísticas e exercer função
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... [3]
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Beni (1998) afirma a necessidade da Política de turismo ter diretrizes
claras, ao mesmo tempo sendo suficientemente flexível para permitir a inclusão
de novos objetivos e instrumentos, como forma de reabastecimento do sistema.
Ela deve ter em seu escopo não só a defesa e preservação do patrimônio
cultural e natural de um país, como também o combate à poluição, defesa da
paisagem, do ar, das águas, e outros. Todos os programas deverão estar
orientados às políticas de preservação e conservação do patrimônio natural e
cultural, estando dessa forma órgãos e entidades ligadas ao turismo articuladas
com as organizações públicas e privadas, na preservação e conservação dos
recursos naturais e dos valores culturais.
A exploração de empreendimentos turísticos deverá pertencer à
iniciativa privada; aos órgãos públicos cabe a formulação de diretrizes básicas,
coordenação e promoção da atividade, assim como, também, a concessão de
incentivos fiscais e financeiros, além de obras e serviços considerados de
interesse turístico. O governo tem como missão garantir os interesses da
coletividade e, ao mesmo tempo, tornar-se o principal gestor para o
desenvolvimento da atividade turística.
2.4 Fenômeno Turístico
A Revolução Industrial que teve início na Inglaterra nos fins do séc. XVIII
representa um marco referencial para o novo modelo capitalista, que é,
segundo Ferreira (1993, p.100),
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Sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro e empregando o trabalho assalariado, e no funcionamento do sistema de preços.
Acerenza (2003, p.158) enfatiza que este novo modelo capitalista
possibilita
Novos instrumentos de produção que deixam de ser simplesmente ferramentas auxiliares do trabalho e passaram a realizar múltiplas tarefas de que, antes, só o trabalho manual era capaz. Por isso, a ‘marca registrada’ da Revolução Industrial foi a máquina-ferramenta: um mecanismo onde estão presas as ferramentas necessárias ao manuseio da matéria-prima.
As alterações do modelo de produção causaram grandes mudanças
políticas, sociais e econômicas, uma vez que os "novos métodos de trabalho
são inseparáveis de um modo específico de viver e de pensar e sentir a
vida”.(Burns, 1957:647). Surgiram importantes mudanças nas formas de lazer,
que anteriormente estavam relacionadas a valores humanitários e preenchidos
por atividades propiciadoras de crescimento psicossocial, como por exemplo,
as festas religiosas, encontros culturais e outros tipos de atividades. A partir
desse momento o lazer adquire um caráter ideológico de tempo
correspondente ao não-trabalho, concebendo novas alternativas de ocupação
do tempo livre ou mesmo alterando o significado das atividades de lazer
tradicionais.
Em princípios do século XX surge o fordismo, quando Henry Ford
introduz o dia de oito horas, e recompensa em dinheiro para os trabalhadores
da linha automática de montagem de carros. O modo de implantação geral do
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fordismo foi muito mais amplo, e o que havia de especial em sua visão foi o
reconhecimento de que a produção em massa significava consumo de massa,
um novo sistema de produção da força de trabalho, uma nova política de
controle e gerência do trabalho, uma nova roupagem e uma nova psicologia;
em suma, um novo tipo de sociedade democrática, racionalizada, modernista e
populista (Burns,1957).
A forma como o sistema fordista estabeleceu-se constitui uma longa e
complicada história. Por quase meio século, esta situação dependeu de muitas
decisões individuais ou até mesmo escolhas políticas, feitas como uma busca
de soluções às tendências de crise do capitalismo. Somente após a Segunda
Guerra Mundial (1945) o fordismo alcança o auge, reforçando sua base por um
longo período de expansão pós-guerra, mantendo-se intacto até
aproximadamente 1973.
A partir de 1945 uma série de indústrias baseadas em tecnologias
desenvolvidas no período entre guerras passam a ser utilizadas como uma
nova opção para muitas economias em crise, vislumbrando a necessidade do
crescimento econômico, estimulando também o aumento de muitas outras
atividades como bancos, seguros, hotéis, aeroportos, etc. As viagens passam a
ser motivadas não só pelo lazer, como também negócios, conhecimentos
científicos entre outros. Este movimento foi fortemente auxiliado pelas
capacidades recém descobertas de reunir, avaliar e distribuir informações.
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A partir da Segunda Guerra Mundial as viagens ocupam cada vez mais
um importante lugar de destaque nas relações econômicas, sociais e políticas
das sociedades. A Atividade Turística conhecida atualmente caracteriza-se
como um fenômeno de massa, desenvolvido por meio de uma produção e de
um consumo massificados, reforçando os padrões vigentes do crescimento
econômico. O tipo de turismo decorrente deste processo é o turismo de massa
ou convencional, que inspirou Butler apud Ruschmann (1997, p.103), a
apresentar o conceito de ciclo de vida das destinações turísticas, com base no
conceito do ciclo de vida dos produtos. Tal estudo foi utilizado para estudar o
crescimento e o declínio dos equipamentos turísticos nas regiões onde estão
localizados, propondo etapas que caracterizam este ciclo. São elas:
a. Desenvolvimento, está dividido em: investimento e exploração, a localidade possui uma vocação e apresenta algumas facilidades para os primeiros visitantes. A população local amplia essas facilidades fomentando o desenvolvimento com o objetivo de auferir lucros e a criação de um mercado forte e fiel. Logo após, verifica-se a inserção de facilidades criadas por organizações externas, que estimulam o crescimento do número de visitantes;
b. Consolidação, caracterizada pelo domínio das empresas que mantém a competitividade do local perante outros destinos turísticos;
c. Apogeu, quantitativo da demanda que representa a fase de saturação do produto, a partir desse momento a Destinação começa a decair na preferência dos turistas.
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EMBRIONÁRIA
INTRODUÇÃO
CRESCIMENTO
MATURIDADE
SATURAÇÃO
DECLÍNIO
VALOR
TEMPO
CICLO DE VIDA DO PRODUTO
Fonte: Butler apud Ruschmann (1997:103)
Figura 05 - Ciclo de vida das destinações turísticas
Ruschmann (1997, p.103) alerta para o fato de que:
Na luta pela sobrevivência, por meio da quantidade de turistas que precisam lotar os equipamentos para viabilizá-los economicamente, os preços baixam e passam a atrair demanda de menor poder aquisitivo. A localidade passa por um desgaste econômico, social e ambiental. Os equipamentos físicos começam a se degradar e as atrações criadas para o atendimento dos turistas nas fases de desenvolvimento e de consolidação envelhecem, saem de moda e perdem a atratividade. O ambiente natural, que antes era o ponto de maior atração, deteriora-se pelo mau uso da paisagem na construção de hotéis e de outros equipamentos, e o numero de visitantes excede os limites da capacidade de carga.
O turismo desenvolvido atualmente possui uma direta relação com o
modelo de crescimento econômico desenvolvido após a Segunda Guerra
Mundial. Caracteriza-se pela produção e o consumo de massa, onde os custos
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ambientais estão alijados do processo sem uma preocupação como o ato de
extinção do bem situação que, lamentavelmente, vem apresentando-se como
conseqüência deste tipo de turismo.
2.5 Turismo e Desenvolvimento
Loiola (2001) afirma que uma estratégia de desenvolvimento do local
deve visar dois alvos simultaneamente: promover a aglutinação em clusters de
empresas via criação de fatores locacionais e estimulá-las a funcionarem com
base nas best practices setoriais, ou seja, a serem empresas inovadoras e
líderes em seu segmento de atuação. Os clusters produtivos corresponderiam
à concentração geográfica de empresas e instituições interconectadas e
pertencentes a um campo específico. Segundo Porter (1999), a proximidade de
companhias e instituições – e a freqüência de trocas entre elas – estimularia a
melhor coordenação e o estabelecimento de relações de confiança entre elas
isto é, levaria à formação de capital social no local.
Em particular, empresas dotadas de condições de competitividade
dinâmica, ou seja, que apresentam condutas atualizadas e perspectivas de
renová-las, aparecem freqüentemente vinculadas a locais caracterizados pelo
elevado padrão de vida. A essas empresas vinculam-se postos de trabalho de
qualidade e melhor remunerados; potencial de criação de novos postos de
trabalho; capacidade de geração, difusão e incorporação de inovações
tecnológicas e gerenciais; efeito multiplicador de benefícios sobre as
Excluído: ¶
Excluído: de renova-las
75
comunidades; capacidade de criação de capital social e intelectual;
crescimento auto-sustentado; liderança em seus segmentos de mercado.
(Porter, Ibid.)
Sem dúvida, a sustentabilidade do desenvolvimento requer a realização
de investimentos para a requalificação dos fatores produtivos pré-existentes no
local e para a criação de novos fatores, tudo isso conduzido a partir de uma
preocupação conservacionista do meio ambiente e valorizadora das
especificidades socioculturais locais. Condutas desatualizadas na utilização
dos fatores produtivos geram maior necessidade de investimentos, proteções,
incentivos e subsídios seletivos em termos de setores, temporários, regressivos
no tempo e progressivos em termos de exigência de resultados empresariais
para a reconversão do modelo de desenvolvimento pré-existente e sua
transformação em modelo de desenvolvimento sustentável.
No entanto, uma vez realizados tais investimentos e formatados os
sistemas de regulação com exigências progressivas em relação às condutas
operacionais e resultados, os retornos sociais e privados tendem a crescer
exponencialmente, seja porque os consumidores inclinam-se a pagar preços
diferenciados por produtos social e ambientalmente limpos, seja porque os
contribuintes tendem a reconhecer a necessidade da arrecadação de impostos
para manter ou melhorar o ambiente ou, ainda, porque, no médio prazo, os
próprios custos operacionais das empresas e governos tendem a cair e novas
oportunidades de negócios e de geração de receitas podem emergir.
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O princípio de sustentabilidade transcende a dimensão ecológica e o de
local supera a ideologia do localismo. Conforme Ruschmann (1991), o
conceito de turismo sustentável adotado neste artigo, compreende cinco
dimensões: sustentabilidade ecológica, social, cultural, econômica e espacial.
A sustentabilidade ecológica traduz-se em proteção/conservação da natureza e
da diversidade biológica. Pressupõe o respeito à capacidade de suporte dos
ecossistemas e ao limite de consumo dos recursos naturais. A sustentabilidade
social significa a participação cidadã no processo de desenvolvimento para
assegurar um padrão negociado e mais estável de crescimento, e menos
desigual em termos de renda e de qualidade de vida. Já a sustentabilidade
cultural pressupõe a necessidade de se buscar soluções de âmbito local,
valorizadoras das especificidades das culturas locais. A sustentabilidade
econômica, por sua vez, significa não só a compatibilização entre crescimento
e utilização sustentável dos recursos naturais, mas ainda a internalização nos
locais dos vetores de crescimento econômico. Por fim a sustentabilidade
espacial requer a distribuição geográfica mais equilibrada dos assentamentos
turísticos.
Embora seja comum subestimar-se ou superestimar-se o seu peso
devido a imprecisões metodológicas, segundo Beni (1998), o turismo, hoje,
representa uma das mais importantes fontes de acumulação de capital. Trata-
se de uma atividade que se expande em escalas planetárias, não poupando
qualquer território, em ritmos diferenciados, como reflexo das desigualdades
nos níveis de desenvolvimento econômico e social entre as nações: ainda hoje,
a maior parte do fluxo do turismo internacional concentra-se entre os próprios
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países emissores ou desenvolvidos, e entre esses e novos países
industrializados (NIC’s).
2.6 A Hotelaria
Dentre os serviços considerados turísticos, a hospedagem se constitui
num dos mais importantes, visto que, uma vez estando fora de casa, o turista
necessita de hospedar-se. Ademais, talvez resida na hospedagem o maior
vínculo da atividade turística com a cultura local. Hospedar pois é oferecer
acomodação, conforto, segurança, dentro de padrões culturais vigentes. Por
assim considerar, um banheiro pode não fazer parte da hospedagem, se não
houver hábito de banho diário no local. A exemplo disso, ainda hoje em
algumas pousadas portuguesas e espanholas há apenas uma casa de banho
para um conjunto de quartos (banheiro coletivo). Já no Brasil, devido à
tradição cultural do banho e do relacionamento lúdico que tem o brasileiro com
os recursos hídricos (como herança dos primeiros habitantes do país, os
indígenas, que passavam o dia em contato com a água).
A atividade hoteleira, e com ela a hospedagem, surge em função de uma
necessidade de fornecer abrigo a viajantes, que a princípio deslocavam-se em
função de motivos religiosos (visita a lugares sagrados), censo demográfico
(alguns povos eram recenseados na sua cidade de origem), dentre outros
motivos. A Bíblica Sagrada, no livro de Lucas, capítulo 2, versículo 7, narra
que José e Maria, que estava grávida do menino Jesus, deslocaram-se de
Nazaré à cidade de Belém a fim de alistarem-se (recenseamento), e chegando
Excluído: ¶
78
lá não acharam lugar na estalagem. Em algumas outras passagens, como nos
livros de Atos e Romanos, a Bíblia também faz referência ao ato de hospedar.
Contudo, os registros históricos são mais abundantes em relação ao Império
Romano. Uma das primeiras informações detalhadas sobre hospedagem de
que se tem notícia refere-se aos espaços destinados aos atletas e comitivas
desportivas durante os Jogos, na Grécia Antiga. O Santuário de Olímpia, por
exemplo, abrigava visitantes ilustres e nos arredores das arenas vários
serviços eram prestados. Lutadores, treinadores, e torcedores podiam contar
com serviços de acomodação, abrigo para cavalos, venda de alimentos,
ferreiro, carpinteiro, e outros.
Com a consolidação dos Jogos, que resultaram nas Olimpíadas que
hoje acontecem a cada quatro anos, foram construídos balneários e uma
hospedaria, com cerca de 10 mil metros quadrados , com o objetivo de abrigar
cada vez mais visitantes. Na vertente européia da História, essa hospedaria
talvez tenha sido o primeiro hotel do mundo. Na Roma Antiga, diferentemente
do que ocorria na Grécia, as famosas termas (com tecnologias assimiladas do
Egito), não se destinavam à hospedagem, mas sim ao lazer da elite romana.
Eram áreas com piscinas e hidromassagem, contando também com serviços
destinados ao relaxamento, como as massagens. Esses espaços e
equipamentos contudo serviram de base para a grande indústria de lazer e
entretenimento tão presentes na hotelaria moderna.
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79
Com a construção das estradas, durante os tempos áureos do Império
Romano, a arte de hospedar popularizou-se pela Europa. Ao longo das
estradas então se multiplicavam as pousadas. A crescente demanda de
hóspedes ficava por conta da precariedade dos transportes, através dos quais
não se conseguia percorrer mais de sessenta quilômetros por dia, fazendo com
que qualquer viagem durasse dias, e não horas, como hoje. Dentre tais
estradas destacou-se a “Via Appia”, ladeada por pequenas pousadas que, com
o passar do tempo, tornaram-se palco de orgias e crimes.
Segundo CAMPOS (1998), essas pousadas passaram a ser objeto de
preocupação do Governo Romano, sobretudo com a segurança, haja vista o
fato de hospedarem magistrados, militares, funcionários dos correios e nobres
cidadãos romanos. Muitas vezes os donos das pousadas eram pagos para que
relatassem tudo que ouvissem de seus hóspedes, além de relatar origem e
destino da viagem de cada um. Certamente essa foi a origem na Ficha
Nacional de Registro de Hóspedes, da EMBRATUR.
No período medieval, a Igreja também contribuiu para o
aperfeiçoamento da hospedagem dentro dos monastérios. Do hábito de
oferecer um simples leito surgiram vários serviços, como banho e alimentação,
o que resultou em construções de quartos e refeitórios separados. Por fim,
prédios destinados à hospedagem foram erguidos próximos aos monastérios.
Nesses abrigos, porém, os hóspedes eram obrigados a cuidar da própria
alimentação, da iluminação (velas, lampiões, etc.) e das roupas de dormir – o
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80
que hoje nos lembra a popular hospedagem chamada de Albergue da
Juventude.
No século XIII, na França, surgem as primeiras leis reguladoras dos
estabelecimentos e dos serviços hoteleiros. Na Inglaterra, por sua vez, no
século XVI, os hoteleiros de Londres foram reconhecidos legalmente, passando
de hostelers (hospedeiros) para innnholders (hoteleiros). Ainda na Inglaterra,
no mesmo século, foi editado o primeiro guia de viagens de que se tem notícia,
definindo de modo claro os diferentes tipos de acomodações disponíveis para
viajantes a negócio ou passeio. Certamente essa é a origem dos Guias
Turísticos de que hoje dispomos em várias línguas.
Assim como a princípio as estradas e as viagens de carruagem
possibilitaram o surgimento das pousadas, no século XVIII foram as ferrovias
que estimularam os meios de hospedagem. Assim, no entorno das estações de
trem passam a surgir não apenas os hotéis, como também serviços
relacionados ao entretenimento, a exemplo dos circos. Ademais, as passagens
de trem podiam ser adquiridas no próprio hotel. Dentre os hotéis que se
notabilizaram na época em função do luxo que ofereciam aos seus hóspedes -
sobretudo na Inglaterra - estão o Savoy, Ritz, Claridge e Carlton. Esses hotéis
iniciaram a hotelaria da forma como hoje se apresenta na Europa e no restante
do mundo.
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81
Em função da atual fase do processo de globalização, fase esta
caracterizada por uma tendência de pasteurização cultural a partir dos paises
mais ricos, surge hoje a necessidade de culturalmente desenvolver-se uma
identidade local como forma de preservar os traços típicos de cada povo. A
hotelaria moderna, então, no que se refere à decoração de ambientes, cores
utilizadas, tipos de utensílios, uniformes, etc. vê-se motivada a utilizar o local
em detrimento ao global. Assim, a mitologia, o folclore e a cultura popular,
como um todo, tende a fazer parte dos motivos usados no exterior e interior
dos hotéis. Embora na hotelaria da região denominada Recôncavo Baiano haja
utilização de tais motivos, com base sobretudo na cultura afrobaiana ali
desenvolvida, na Costa do Cacau, na qual Ilhéus figura como cidade âncora,
ainda não há uma identidade cultural expressa na sua hotelaria. Percebe-se
que os hotéis se utilizam de elementos culturais greco-romanos, nos lugares
que deveriam servir de mostras da cultura dos coronéis de cacau, dos
personagens de Jorge Amado e de outros motivos locais e regionais.
Independente do seu gabarito ou classificação, HOTEL é o edifício onde
se exerce o comércio da recepção e da hospedagem de pessoas em viagem
ou não, onde são oferecidos serviços parciais ou completos, de acordo com a
capacidade da oferta, as necessidades ou as requisições da demanda.
Andrade (1997) ressalta que é a estrutura humana quem impulsiona e faz
funcionar todos os dispositivos físicos da hotelaria, e compõe-se do conjunto de
pessoas que exercem atividades de administração, recepção, prestação de
serviços diretos e indiretos de atendimento aos hóspedes. Enquanto o quadro
funcional constitui o volume da estrutura física ou dos recursos humanos, é a
Excluído: ¶
82
sua qualificação profissional que tem o poder de superar, ou não, as limitações
e os defeitos da própria estrutura física do estabelecimento. Referindo-se à
absoluta necessidade de profissionalização e qualificação permanente dos que
trabalham nos meios de hospedagem, Andrade (1998, p.24) afirma que:
Os turistas não se impressionam com altas qualificações dos receptivos: desejam encontrar a qualidade do diferente, do não-rotineiro, do descompromisso com agendas, horários e trabalhos. Em hotéis de cidades ou em estâncias, em casas de campo ou de praia, em campings ou em hospedarias simples, os turistas constroem eles mesmos o cerne da qualificação do turismo e do lazer.
Para cada um dos tipos de serviço utilizados no turismo, deve-se levar
em consideração uma infinidade de aspectos na sua avaliação, pois não é
suficiente que o serviço esteja disponível ao visitante, mas precisa apresentar
um padrão de qualidade. Segundo Ignarra (2001, p.56), na área de meios de
hospedagem devem ser examinados aspectos tais como:
a) Localização; b) Idade do estabelecimento; c) Capacidade medida em número de unidades habitacionais ou
leitos; d) Serviços oferecidos; e) Instalações; f) Quantidade e qualidade dos recursos humanos; g) Preços praticados.
Na antiguidade, os primeiros vestígios de hospedagem estavam
associados ao comércio. Famílias reais, sábios, músicos, artistas e
comerciantes de um modo geral, deixavam suas casas com o propósito de
comercializar seus produtos e serviços em outras localidades. No entanto, os
viajantes dessa época dividiam-se em duas classes sociais distintas: nobreza e
peregrinos. Estes últimos eram atendidos precariamente em albergues,
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estalagens ou em igrejas e mosteiros. Já a nobreza hospedava-se em castelos
e palácios luxuosos com conforto e regalias. Ainda nesse período, com o
crescimento das cidades, o número de hospedarias também aumentou. Nelas
se oferecia ao viajante refeições, vinhos, banhos de cachoeira, alimentação
para cavalos e manutenção de charretes ou de algum outro tipo de veículo.
Yasoshima (2000) registra que a qualidade dos serviços caiu
significantemente quando os serviços deixaram de ser iniciativas generosas,
sem visar os lucros, e começaram a ser pagos. O primeiro hotel
verdadeiramente planejado foi o Hotel Ritz em Paris, no ano de 1870,
construído pelo suíço César Ritz. A principal inovação desse hotel foi a
existência de banheiros privativos nos apartamentos, mas ocorreu ainda a
uniformização de empregados e outras melhorias.
No Brasil, os primórdios da hotelaria não foram diferentes, pois havia
rígida divisão de classes sociais. Os viajantes comuns eram acolhidos em
ranchos e casas de senhores de engenho da época. Este fato, além de ter
contribuído para o desenvolvimento hoteleiro no país, proporcionou também a
formação de novas cidades surgidas da aglomeração de ranchos que se
expandiam com rapidez. Enquanto isso, os viajantes considerados ilustres
eram hospedados nas igrejas e nos mosteiros. Aliás, no século XVIII, no
Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, foi construída uma área destinada
especialmente para hospedar viajantes de prestígio.
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84
Em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, mais
especificamente ao Rio de Janeiro, houve uma grande abertura para que
estrangeiros de outras procedências também viessem ao país para ocupar
cargos diplomáticos, científicos e econômicos. Devido a isso, ocorreu o
aumento da procura por alojamentos, a ponto de a estrutura física hoteleira do
Rio de Janeiro tornar-se insuficiente. Diante dessa situação, empreendedores
de outras regiões notaram que o setor de hotéis era um bom empreendimento
para capitalização, e então começaram surgir novos meios de hospedagem por
todo o Brasil, em especial nas grandes capitais, áreas paisagísticas e em
estâncias minerais. Dessa forma, descobriu-se o potencial turístico e hoteleiro
do País, sendo este hoje uma das atividades econômicas mais significativas e
em expansão.
Conforme Andrade (1998), os profissionais hoteleiros, em grande parte,
ingressam no ramo sem formação especializada, em busca de emprego,
aprendendo o ofício com o tempo e a prática. Almeida (1998) alerta para o fato
de que, quanto mais eficiente o atendimento do hotel, maior o rendimento do
capital e mais provável a efetivação da boa imagem na mente dos hóspedes,
pois, em geral, a hospitalidade é mensurada em sua qualificação pelos laços
de simpatia criados pela atuação e influência dos funcionários.
A escolha dos hotéis não é feita só com base no luxo, pois não é a
decoração suntuosa que faz o grande hotel. Tapetes caros, obras de arte,
peças milenares, jóias de colecionadores – tudo isso pode embelezar, mas não
garante a qualidade do serviço. Neste aspecto, os hotéis do oriente têm se
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destacado, pois o serviço oferecido é totalmente focado no cliente,
personalizado, repleto de pequenos detalhes e de alto valor agregado,
presente não apenas no bem físico que é oferecido, mas na conjunção perfeita
com o ato de entrega e no contato personalizado do empregado com o
hóspede.
Apesar dos investimentos em infraestrutura e tecnologia que vêm sendo
feitos na empresa hoteleira, o fator humano continua sendo peça fundamental
dentro desse setor, e sua qualificação através de treinamentos é condição sine
qua non para garantir um nível elevado dos serviços. A sazonalidade
(oscilação de demanda turística) cria também mobilizações e desmobilizações
no quadro de funcionários da rede hoteleira. Petrocchi (1998) afirma que a
descontinuidade da equipe joga por terra as esperanças de ganhos em
qualidade na mão-de-obra empregada.
O crescimento da rede hoteleira ocorreu principalmente nos anos 90,
devido à redução das taxas de inflação, ao aumento dos prazos de
financiamento, à desregulamentação do transporte aéreo, ao aumento do nível
de atividade e à expansão das feiras e convenções. Para demonstrar o
desenvolvimento do setor, há de se observar que no período compreendido
entre os anos de 1995 e 2003, o investimento estimado é de cerca de US$ 5
bilhões, aplicados na construção de novos empreendimentos e na
modernização dos hotéis já existentes. Segundo a Associação Brasileira da
Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), no Brasil existem cerca de 18 mil meios de
hospedagem que faturam por ano US$1,5 bilhão. Para garantir pelo menos a
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mesma lucratividade a “tendência" é investir mais em hotéis menores, com
menos serviços e funcionários. Calcula-se que o número de leitos chegue a
900 mil.
No Brasil, os hotéis de luxo não têm sido os melhores investimentos do
setor. De 1994 a 1996, o indicador (taxa de retorno do investimento total) ficou
em apenas 5%. Mantido o índice da demanda, seriam necessários 20 anos
para se recuperar o capital investido. Em 1994, o retorno de capital era de 7%
do investimento; no ano seguinte, caiu para 4% e, em 1996, para 3%. Assim,
se em 1994 a estrutura do capital do setor hoteleiro estaria recuperada em 20
anos, em 1995, o período passou para 25 anos; e, em 1996, subiu mais ainda,
para 33 anos. A queda de lucratividade acumulada no setor, nos últimos quatro
anos, teria sido de 57% (ABIH Nacional, 2001).
Na Europa, com 11,5 milhões de leitos em oferta, 61% dos hotéis estão
classificados com uma, duas ou três estrelas. Na América do Norte, México e
Caribe, 52% dos leitos (entre 7,5 milhões e 8,5 milhões oferecidos) estão
classificados em faixas de até três estrelas. No Brasil, ocorreu justamente o
contrário. Desde 1964, foram classificados no país cerca de 800 mil leitos, dos
quais 53% em estabelecimentos de quatro ou cinco estrelas. Tal cenário
fundamentava-se na expectativa - não concretizada - de captação de turistas
internacionais, de alto poder aquisitivo; a realidade tem se caracterizado por
uma demanda maior por meios de hospedagem mais econômicos.
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87
Por sua vez, o atual sistema de classificação de hotéis criado pela
ABIH/EMBRATUR (Anexo III), mais que a infraestrutura física, valoriza a oferta
de serviços, seguindo uma tendência internacional do mercado. Segundo esse
sistema de classificação, os meios de hospedagem e turismo são classificados
em categorias representadas de uma a cinco estrelas: luxo superior, cinco
estrelas, H, HH, HL; quatro estrelas, H, HH, HL; standard superior, três
estrelas, H, HH, HL, P; standard, duas estrelas, H, HL, HH, P; simples, uma
estrela, H, HL, HH, P. Por outro lado, a ABIH estabeleceu outra classificação
(segundo Andrade (2000), uma autoclassificação, já que feita pelos próprios
hoteleiros e apenas chancelada pela ABIH), na qual os hotéis são divididos
entre as categorias superluxo (seis estrelas); luxo (cinco estrelas); superior
(quatro estrelas); turística (três estrelas); econômica (duas estrelas) e simples
(uma estrela).
No Quadro 01, são apresentados os meios de hospedagem segundo o
mais recente sistema de classificação da EMBRATUR, instituído pela
Deliberação Normativa 367, de 23.11.96:
Quadro 01
OS MEIOS DE HOSPEDAGEM DE TURISMO E AS CARACTERÍSTICAS QUE OS DISTINGUEM
Tipo Localização Natureza da Edificação
Clientela Preferencial
Infraestrutura
Hotel - H Preferencialmente urbana
Normalmente, em edificação com vários pavimentos (partido arquitetônico vertical)
Mista, com executivos e turistas, predominando ora uns, ora outros.
Hospedagem e, dependendo da categoria, alguma infraestrutura para lazer e negócios.
Hotel Histórico - HH
Em prédios, locais ou cidades históricas (no meio urbano e rural)
Prédio tombado pelo IPHAN17 ou de significado histórico ou valor regional reconhecido.
Mista, com executivos e turistas, com predominância variável de uns e outros.
Normalmente, restrita à hospedagem.
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Hotel de Lazer - HL
Áreas rurais ou local turístico fora do centro urbano.
Normalmente, partido arquitetônico horizontal.
Turistas em viagens de recreação e lazer.
Áreas, instalações, equipamentos e serviços próprios para lazer do hóspede.
Pousada - P Locais turísticos, normalmente fora do centro urbano.
Predominantemente, partido arquitetônico horizontal.
Turistas em viagens de recreação e lazer.
Restrita à hospedagem.
Fonte: Embratur/Inmetro. Regulamento e matriz de classificação dos meios de hospedagem e turismo.(apud Andrade, 2000, p.45).
O extraordinário desenvolvimento do turismo e sua diversificação (lazer,
negócios, congressos, etc.), ocorridos nas últimas décadas paralelamente ao
encurtamento das distâncias e ao barateamento das viagens proporcionados
pela evolução dos transportes, vem criando a necessidade de novos tipos de
hotel, dirigidos aos nichos de mercado que vão sendo criados ou aos
preexistentes.
Segundo Andrade (2000), entre os produtos hoteleiros que caracterizam
essa proposta constante de novos atrativos para atender um mercado cada dia
mais diversificado, podem ser mencionados os hotéis-residências (apart-hotéis,
flats) e, mais recentemente, os hotéis dentro de hotéis, em que um mesmo
hotel destina parte de suas instalações para nichos especiais do mercado de
hóspedes, com ofertas de instalações e serviços diferenciados em relação ao
hotel como um todo. Em várias partes do mundo, o turismo de negócios é o
que mais se desenvolve na indústria turística. Segundo levantamentos
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realizados pela ABIH, está provado que o turista de negócios18 gasta mais de
R$ 325 em média, por dia, enquanto de lazer não desembolsa mais do que
R$150,00.
Aliar conforto e aconchego a espaços destinados a atividades de lazer e
serviços é uma das tendências do setor hoteleiro. Hotéis temáticos, com
arquitetura e decoração marcadas por um período da história, ou que fazem
referência a um filme, também são novidades da hotelaria mundial. No entanto,
pesquisa realizada pela Rede Accor19 mostrou que existe um grande mercado
em potencial para os hotéis mais simples. A consolidação do Mercosul aparece
no levantamento encomendado pela rede como uma das causas da maior
demanda pelos hotéis de categoria econômica em São Paulo. O
desenvolvimento das relações entre os parceiros do bloco provocou aumento
do fluxo de executivos, vendedores, técnicos e outras categorias de
funcionários das empresas instaladas nos países da região. A pesquisa mostra
ainda que 60% dos hotéis brasileiros podem ser considerados de categoria
econômica. Existe hoje no Brasil um quarto de hotel para cada mil habitantes.
Na França, a relação é de 100 para 1. Nos Estados Unidos, 70 para cada
habitante (ABIH, 2002).
Segundo a ABIH (2002), a Indústria hoteleira possui 18 mil
estabelecimentos e emprega 550 mil funcionários, o que representa 0,8 % da
18 Turista de Negócios é aquele que viaja a negócios referentes aos setores da atividade comercial ou industrial ou para conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convênios, treinar, vender,comprar, etc. (Turismo – Visão e Ação, 2000 p.26). 19 Rede ACCOR é um dos maiores grupos hoteleiros do mundo, atuando em diversos paises, detendo alto padrão de qualidade nos seus serviços.
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força de trabalho. O setor que possui um patrimônio de R$ 78,7 bilhões, gasta
R$ 2 milhões por ano com mão-de-obra e mais R$ 30 milhões com
Contribuição para Financiamento de Seguridade Social (COFINS), começa
voltar a sua atenção para o turismo de eventos, para aumentar o fluxo de
hóspedes, ao mesmo tempo em que revela preocupação com a preservação
do meio ambiente.
2.6.1 Qualidade na Hotelaria
Segundo Albrecht (1992, p.66), a "qualidade é uma medida da extensão
até a qual uma coisa ou experiência satisfaz uma necessidade, resolve um
problema ou adiciona valor para alguém". No caso da prestação de serviços,
cuja indústria hoteleira é um exemplo, é fundamental que se tenha um claro
entendimento do que o cliente necessita, ou seja, a agregação de valor está
intimamente relacionada ao atendimento das necessidades dos clientes. A
qualidade deve ser percebida, principalmente por quem vai usufruí-la, e
necessita de comprometimento de quem vai prestá-la. Como pode ser
observado no exemplo citado por Corrêa (1994, p.17):
Ao chegar, com quem o cliente depara: o dono do hotel, o seu gerente ou o seu subgerente? Não, nada disso!!! Quem o recebe e faz as honras da casa é o porteiro, o homem da recepção, a camareira. São essas pessoas que representam todo o esforço despendido. São elas que representam a primeira e, em alguns casos, a única impressão do hotel. São elas que devem sorrir, recepcionar e tratar de uma maneira toda especial o cliente, fazendo-o sentir o quanto é importante para o hotel. Afinal, além de uma boa noite de sono, de um bom jantar degustado antes e de todo o luxo do hotel, o que aproveita por um curto período de tempo, o cliente leva consigo apenas a sensação e a experiência de ter sido bem atendido.
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Portanto, a organização que se propõe a oferecer qualidade em tudo o
que faz, deve conhecer as atitudes e preferências básicas de cada cliente, ou
grupo de clientes, deve ter como foco principal as necessidades e expectativas
dos clientes, incluindo todos os clientes, tanto os internos como os externos.
Deve também gerar entre seus colaboradores o comprometimento com o papel
que representam para o desempenho de serviços e produtos que estejam
imbuídos de qualidade, para que o cliente perceba esta qualidade.
A qualidade dos serviços pode ser percebida pelos clientes através dos
seus componentes tangíveis e intangíveis. A tangibilidade de um serviço
consiste naquilo que o cliente sente e vê, como por exemplo, a aparência física
do hotel, tanto interna quanto externamente. Ou seja, conservação do prédio,
jardins bem cuidados, iluminação interna e externa, sinalização, decoração,
limpeza do ambiente, acesso, uniforme, asseio e apresentação dos
funcionários. Os componentes intangíveis são amabilidade, cordialidade e
cooperação. A cordialidade é traduzida através de um sorriso, de expressões
adequadas, de uma atitude que traduza a "disposição de servir". Portanto os
componentes intangíveis estão diretamente relacionados com o relacionamento
do pessoal do hotel com os clientes.
As pessoas envolvidas na prestação dos serviços são o marketing direto
das organizações em que atuam. No setor hoteleiro a atenção, a cordialidade e
a competência são, muitas vezes, mais importantes do que a tecnologia.
Diferente do setor manufatureiro, os serviços são gerados pelas pessoas e não
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produzidos por máquinas. Os serviços exigem maior conhecimento da força de
trabalho para responder eficazmente às rápidas mudanças que ocorrem no
mundo organizacional.
O hotel reúne um conjunto de serviços como restaurante, copa, quarto,
entre outros, todos os fatores que fazem parte deste conjunto resultam um
serviço com qualidade ou não, percebida imediatamente pelo cliente. Albrecht
(1992), classifica os serviços de acordo com critérios como: a ênfase em
pessoas ou equipamentos, grau de contato com o cliente, grau de
personalização do serviço, entre outros. A indústria hoteleira se posiciona de
acordo com a classificação de Albrecht (1992, p.45) numa "loja de serviços",
em que:
É o processo intermediário no contínuo entre os serviços profissionais e os serviços de massa. Este processo caracteriza-se por um volume maior de clientes processados por dia, como em hotéis, restaurantes, varejo em geral e no atendimento a pessoa física em bancos. Neste caso o valor do serviço é gerado tanto no front office (quarto ou lobby dos hotéis, salão do restaurante e balcão das lojas) como no back room (lavanderia e limpeza de quartos em hotéis, cozinha de restaurantes e setor de compras em loja”.
O produto hoteleiro possui características próprias, e embora sua
produção passe obrigatoriamente pela transformação de matérias-primas
envolvendo pessoas, equipamentos e instalações, a sua diferença substancial
está na participação indispensável do cliente no processo produtivo, pois sem
este não seria possível a efetivação da prestação do serviço. Segundo Castelli
(1999), o produto hoteleiro reúne, simultaneamente, os seguintes elementos:
• Tangíveis e intangíveis;
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• Materiais e imateriais;
• É estático, sendo o elemento móvel o cliente que se desloca até o hotel
e efetua o ato de consumo;
• Não é estocável, as UH´s que não forem ocupadas no dia, não podem
ficar no estoque para o dia seguinte, representando uma perda
irrecuperável;
• É instantâneo: a produção, a distribuição e o consumo são feitos
simultaneamente e no ato, com a presença obrigatória do consumidor,
que passa a fazer parte do processo produtivo.
O citado autor (ibid) considera que durante muito tempo a indústria
hoteleira pouco se preocupou com o real atendimento das necessidades dos
hóspedes, dando mais ênfase a estrutura física dos hotéis (prédios
imponentes, etc.). Para Castelli (Ibid., p.24),
Até agora deu certo a estratégia dos hotéis, no caso brasileiro, de colocarem o dinheiro em primeiro lugar ao entrarem neste tipo de negócio. Até porque o parque hoteleiro era muito pequeno. Em vista disso e devido a uma demanda reprimida, o negócio assim mesmo prosperou. Contudo, quem estiver ingressando neste ramo de negócio ou quiser nele permanecer deverá repensar a missão da sua empresa. O lucro passa, necessária e prioritariamente, pela satisfação das pessoas, sobretudo das pessoas enquanto hóspedes.
O hotel deve preocupar-se em satisfazer as necessidades de seus
hóspedes, a melhor maneira de conseguir esta satisfação é prestando um
serviço com qualidade. Serviço com qualidade envolve muitas variáveis como:
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boas instalações, funcionários preparados, administração comprometida com a
satisfação do hóspede e processos de prestação de serviços padronizados,
entre outros. Quando os clientes não estão satisfeitos ocorrem as reclamações
que se forem entendidas e conduzidas de maneira satisfatória se constituem
numa fonte de renovação; a maior parte das reclamações em hotéis quanto à
qualidade dos serviços tem como causa a ausência de um gerenciamento
voltado para o processo. Sem o qual fica difícil eliminar sistematicamente as
causas das reclamações e buscar-se uma melhoria contínua da qualidade. A
falta de gerenciamento do processo de prestação de serviço leva muitas vezes
o hotel ao descrédito, fazendo com que os hóspedes que não costumam
reclamar, não voltem mais a freqüentar o mesmo, e aqueles que reclamaram,
porém não foram atendidos em suas reclamações, fiquem frustrados quanto à
prestação dos serviços, pois sentem que suas necessidades não estão sendo
priorizadas.
O hotel deve possuir meios de identificar as necessidades dos clientes e
procurar satisfazê-las, para que isso ocorra, é preciso ter critérios claros e
mensuráveis de medição, para se estabelecer o controle sobre os processos,
assim como a definição de medidas de desempenho para assegurar que o
processo está de acordo com o padrão desejado. A identificação dos critérios
segundo os quais os clientes avaliam os serviços é para Albrecht (1992) uma
forma de compreender melhor as necessidades dos clientes. Este autor define
um conjunto de critérios de avaliação da qualidade do serviço, que orientam na
compreensão das necessidades dos clientes, como a consistência, a
competência, a flexibilidade, a velocidade de atendimento, entre outros.
Excluído: ¶
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2.7 O Turismo em Ilhéus
A atividade econômica do município de Ilhéus encontra-se diversificada
na agricultura, pecuária, serviços e indústria, de forma que o desenvolvimento
econômico conta com alternativas para sua sustentação e viabilidade. Ainda
assim, é no turismo que se encontra a vocação mais acentuada, bem como
uma importante trajetória que demonstra a determinação política de fomentar a
atividade: A ILHEUSTUR definiu como sua missão, constante do PLANO
ESTRATÉGICO DO TURISMO DE ILHÉUS (2001), levar o turismo à 1ª
economia do município.
Com uma população aproximada de 250 mil habitantes (Censo 2000),
Ilhéus representa um dos mais expressivos e importantes municípios baianos,
ainda mais pela sua proximidade com o município de Itabuna, cuja relevância
econômica e política contribui para o fortalecimento das atividades
desenvolvidas na região. Segundo informações da ILHEUSTUR e do SEBRAE,
Ilhéus representa a terceira maior oferta de meios de hospedagem do estado,
possuindo hoje cerca de 118 pousadas, 23 hotéis, 06 chalés, 02 albergues e 02
campings. As características, produtos e serviços oferecidos pelos
Hotéis/Pousadas classificáveis como “Econômicos” e “Turísticos”, objeto desta
pesquisa, encontram-se analiticamente elencados no Anexo III.
Ilhéus dispõe de importantes equipamentos de infraestrutura, como um
aeroporto onde operam as principais companhias aéreas do país, num total de
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Excluído: apêndice
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12 vôos diários, um porto internacional, 10 agências de turismo, 13 locadoras
de veículos, 32 restaurantes, 08 bares, 10 pizzarias, 06 lanchonetes, 02 cafés,
10 agências bancárias, 08 postos de Caixas Eletrônicos, 04 agências de
Correios, 04 delegacias (sendo uma de crime contra o patrimônio, uma de
proteção à mulher e duas delegacias de polícia), 07 hospitais, 03 rádios FM e
03 rádios AM (Fontes, 2001).
Quanto ao transporte turístico, operam regularmente no aeroporto do
município de Ilhéus quatro grandes companhias aéreas e o fluxo de transporte
rodoviário é intenso, operando, na estação rodoviária local, cerca de 10
empresas de ônibus.
A Fundação “Ilhéus Convention Bureau”, criada com objetivo de
captação de eventos para o Centro de Convenções Luis Eduardo Magalhães,
ainda se encontra em fase incipiente e enfrenta dificuldades em efetivar
parcerias com representantes de setores da sociedade ilheense. A partir de
2002, a empresa Predial, antes responsável por limpeza e manutenção do
Centro de Convenções, passou também a realizar trabalhos de captação de
eventos tanto para a cidade de Ilhéus como para Porto Seguro. O segmento
de turismo de negócios (convenções, congressos e feiras), de importância
capital para a melhoria das taxas de ocupação dos meios de hospedagem,
incremento do comércio e fomentador do desenvolvimento econômico e social,
com a esperada redução dos impactos da sazonalidade. (Fontes, 2001:93).
Até o momento, embora num ritmo ainda lento, verifica-se tendência crescente
na captação de eventos para a Cidade.
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Numa análise da realidade de Ilhéus, Barroco (2000) relaciona
importantes fatores que influenciam na demanda turística, como os níveis de
preços praticados pelos equipamentos turísticos (principalmente na alta
estação), a qualidade dos serviços – que fica a desejar quando comparada
com lugares onde o turismo seja mais desenvolvido. Serviços públicos
inadequados, ausência de infraestrutura, insegurança, esgotos que invadem
rios e praias, lixões urbanos e nos manguezais, favelas que invadem cidades e
Áreas de Proteção Ambiental-APA, fatores que produzem imensos problemas,
reduzindo a qualidade de vida e, conseqüentemente, a demanda por parte dos
turistas.
As transformações sociais e culturais decorrentes do processo de
globalização começam a definir um novo perfil de turismo e a induzir uma
redefinição dos modelos convencionais da ação turística. Avighi (2000) relata
que há cada vez mais turistas que, diferentemente do turista de consumo,
anseiam pelo lugar que os recebe, pelas pessoas e seus estilos. Cunha (1997,
p.170) afirma que:
As relações entre o turismo e a cultura são profundas e têm um duplo sentido: turismo como ato cultural e forma de cultura e turismo cultural como meio de permitir ao homem o acesso a formas de expressão cultural.
Apesar da existência de um valioso patrimônio histórico e cultural –
ainda mais enriquecido pela obra de Jorge Amado, infelizmente ainda não se
pode observar em Ilhéus ações que valorizem a cultura local, com
investimentos planejados para formatar produtos capazes de incrementar o
turismo cultural.
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Assim como a cacauicultura deu origem a um patrimônio cultural que se
expressa nas tradições, nas relações sociais, na arquitetura e em outras
manifestações culturais da região, também o turismo precisa estabelecer uma
cultura propícia ao seu crescimento. Como se tornar um pólo receptor sem
infra-estrutura adequada, sinalização turística, sem um calendário turístico
devidamente divulgado, sem a disponibilização de informações turísticas
sistemática e permanentemente?
A riqueza cultural da Cidade de Ilhéus é enorme, haja vista a historia dos
coronéis do cacau, as peculiaridades sociais em função do modelo sócio-
econômico implantado na chamada região Cacaueira Baiana e por ser berço
do escritor Jorge Amado, autor brasileiro mais lido no exterior, que muito
divulgou a Cidade em seus romances. Cunha (1997) reafirma a importância e
singularidade do turismo cultural, pois é o único que proporciona a força e
perenidade do turismo pela sua capacidade de responder aos anseios mais
profundos do homem; Se a localidade oferece apenas uma permanência
agradável, destituída de valores perduráveis, esgota-se com o fim da viagem.
Vasconcelos e Cyrino, citados em Fontes (2001, p.46), definem
competitividade como “a ocorrência de níveis de performance econômica acima
da média de mercado em função de estratégias adotadas”. A autora constatou,
em seu trabalho, que os recursos existentes na Cidade de Ilhéus – os fatores,
podem ser definidos como vantagens somente comparativas, pois são
decorrentes de menor custo de fatores como trabalho, matéria prima, ou
infraestrutura, fatores que podem ser adquiridos ou que existam em qualquer
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lugar do mundo e, neste contexto, não podem mais ser considerados como
competitivos.
A visão exclusivamente econômica oculta os laços entre a indústria do
turismo e a pessoa do turista, reduz o imaginário da viagem a artefatos
culturais (patrimônio histórico, cultural, etc.), oculta a imaginação e a cultura do
turista. Um novo enfoque, mais adequado às atuais configurações do mercado,
vê o turista como pessoa que participa, e na participação intervêm a
imaginação e a cultura, o prazer e a inteligência. É dessa forma que o turismo
fornece ao turista o acesso ao mundo.
O turismo possui um duplo papel a cumprir: gerar benefícios sociais e
econômicos para a região receptora e satisfazer às necessidades dos turistas.
O município possui função primordial, pois é o local onde o consumidor entra
em contato com o produto. Depende da conscientização e criatividade de cada
município, evidenciar o seu produto turístico. Pois de acordo com Castelli
(1999), "todo município tem algo a mostrar". O município possuidor dos
recursos turísticos organizará o setor de acordo com as suas possibilidades e
vocação. O citado autor (Ibid.), salienta a importância do município criar uma
organização capaz de estruturar, executar e promover o turismo local; a
estruturação do organismo municipal de turismo em forma de uma secretaria,
departamento, um serviço, um conselho, possuem as mesmas atribuições
como: elaborar seu regulamento; proceder ao levantamento dos recursos
turísticos existentes no município; coordenar as atividades de promoções
turísticas; efetuar campanhas de conscientização turística, divulgando os
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recursos turísticos, realizando roteiros e formulando o calendário turístico;
promover cursos de formação profissional, reciclagem e especialização;
fomentar as atividades de cunho artístico, folclórico e cultural; organizar
exposições e feiras; criar medidas que objetivem a melhoria dos serviços locais
de hotelaria, restaurantes; promover medidas que desenvolvam as atividades
esportivas; integrar-se com outros órgãos públicos e privados, do município e
região, para unir esforços e recursos para o desenvolvimento do turismo;
organizar e conservar a sinalização dos principais pontos turísticos do
município; planejar, analisar e controlar sistematicamente a atividade turística;
e principalmente motivar a iniciativa privada mediante incentivos municipais.
No município, cenário de produção e de consumo do turismo, é o local
onde se fazem os investimentos e onde se verifica o maior percentual das
opções de consumo. Conforme Fellini (1983), a única forma de organizar e
estimular o desenvolvimento de uma atividade tão complexa é através de
decisões amplas, embora em âmbito municipal. É necessária uma visão global
do conjunto para manter integrado os fatores que compõem o produto turístico.
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3. METODOLOGIA
A pesquisa no campo do turismo é caracterizada pela complexidade no
processo de coleta de dados e na consistência destes para uma análise
empírica que reflita a realidade dos fatos. Mesmo nos países desenvolvidos,
existem dúvidas a respeito da coleta de dados, não apenas pela inexistência de
uma metodologia específica, como também porque não foi possível ainda
delimitar e classificar os domínios desse importante setor produtivo da
atividade econômica, pois seus efeitos são vastos e abrigam uma
multiplicidade de conhecimentos teóricos e técnicos nas áreas de economia,
administração, antropologia, história, entre muitos outros.
3.1 Tipologia de Pesquisa
Entendendo-se a atividade de pesquisa como um processo de
investigação rigorosa, sistemática, empírica e crítica de dados, com o objetivo
de descobrir e ou descrever os fatos e ou de verificar a existência de relações
entre os fatos (Dencker, 1998), este estudo foi orientado com base no
procedimento metodológico e sistemático de coleta de dados, organização e
análise de informações primárias e secundárias, com a finalidade de descrever
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102
e interpretar os fenômenos e os determinantes do comportamento e tipo de
relações que permitam a elaboração de um diagnóstico adequado e
prognósticos eficientes sobre o desempenho do sistema turístico.
Para isso, a pesquisa foi desenvolvida com base nos métodos de análise
estatística descritiva e comparativa. Este procedimento apresenta grande
vantagem na análise e interpretação dos dados, permitindo a obtenção de
resultados cujas inferências podem explicar com bom grau de aproximação a
realidade do estudo. Os dados estatísticos da pesquisa foram tratados de
forma tabular e gráfica, com comparações em termos percentuais e de
medidas estatísticas de dispersão para cada variável.
3.2 Área de Estudo A área de estudo refere-se ao Município de Ilhéus-BA, localizada no
sudeste do Estado da Bahia, distante 471 Km de Salvador, Capital do Estado,
com uma população de 243.000 habitantes. Geograficamente, o Município de
Ilhéus limita-se ao leste com o Oceano Atlântico; ao norte com os municípios
de Aurelino Leal, Itacaré e Uruçuca; ao oeste com Buerarema, Coaraci,
Itabuna, Itajuípe e Itapitanga e, ao sul, com a Cidade de Una. As vias de
acesso rodoviário para o município são a BA-261, na altura de Uruçuca, a BA-
415, na altura de Itabuna utilizando-se a BR-101 e a Rodovia
Ilhéus/Canavieiras, passando pelo Município de Una.
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3.3 Coleta e Tratamento de Dados
Quanto aos dados utilizados nesta pesquisa, os procedimentos
metodológicos para a obtenção dos mesmos incluíram: a análise de dados
secundários, selecionados e coletados em livros, dissertações, monografias,
anuários estatísticos, revistas, jornais, pesquisas na internet, bem como
publicações e documentos de Órgãos oficiais na área de turismo,
principalmente BAHIATURSA e ILHEUSTUR; observância do universo de
hotéis e pousadas atualizado, definido através de levantamento efetuado junto
à instituição turística municipal ILHEUSTUR, levando-se em consideração,
entre outros aspectos, a localização (Centro e litorais norte/sul) e a
classificação segundo os critérios da EMBRATUR (Anexo III).
Considerando a dificuldade de se obter todos os dados necessários a
partir de fontes secundárias, foram também coletados dados primários
diretamente junto aos meios de hospedagem, nos hotéis/pousadas
selecionados pela amostra, conforme descrito no item seguinte. Foram
analisadas as informações sobre localização, infraestrutura, categoria,
excelência dos serviços, preços praticados, facilidade de meios de pagamento,
recursos tecnológicos à disposição dos hóspedes, atrativos turísticos, média de
ocupação e preços praticados nos meios de hospedagem, na alta e baixa
estação. Os dados sobre estas variáveis foram cruzados com os dados
secundários referentes ao perfil do turista de Ilhéus resultantes do trabalho
monográfico de Nascimento (2001), especificamente quanto aos fatores renda
Excluído: ¶
Excluído: pêndice A)
104
média, idade, sexo e ocupação principal, importantes para a descrição do perfil
do turista.
A Pesquisa sobre a oferta turística em Ilhéus foi realizada através de
entrevista direta, tendo-se determinado como pontos para a abordagem do
turista os Hotéis/Pousadas selecionados na amostra. O levantamento de
campo foi efetuado no período de 06 a 25 de janeiro de 2003, tendo sido
entrevistados, efetivamente, nesse período, um total de 350 turistas receptivos.
Os formulários, devidamente preenchidos durante entrevista com turistas
e administradores/gerentes dos meios de hospedagem selecionados na
amostragem, foram tabulados através de procedimentos estatísticos,
utilizando-se como ferramentas de apoio os softwares Statistic for Windows,
versão 5.1 e ExcelMicrosoft 2000.
Para os dados coletados foram aplicadas as estatísticas paramétricas,
tais como média aritmética e desvio padrão. A direção da tendência foi
determinada a partir da distribuição das freqüências, para cada variável.
Considerou-se, assim, a influência sobre a média aritmética dos valores
extremos – ou dispersão, traduzidos pelo desvio padrão. Por se tratar de um
levantamento exploratório, outros cálculos estatísticos foram dispensados.
Assim, a análise foi mais focada no aspecto descritivo, com maior abertura
para comentários, buscando suscitar o levantamento de hipóteses para
possíveis estudos posteriores.
Excluído: ¶
105
3.4 Universo da Pesquisa e Plano Amostral O universo de estudo é a infraestrutura de hospedagem,
especificamente os hotéis e pousadas disponíveis na Cidade de Ilhéus. O
levantamento foi efetuado junto à ILHEUSTUR, seguido de análise dos
equipamentos classificáveis como “econômico” ou “turístico”, localizados no
centro ou no litoral sul e norte da Cidade. Estes meios de hospedagem foram
escolhidos por serem os de maior demanda turística, antecedidos apenas pela
hospedagem em casa de amigos e familiares, segundo informações da
Empresa de Turismo da Bahia-BAHIATURSA (2002).
Para a seleção e determinação do tamanho das amostras, foram
definidas estatisticamente amostras probabilísticas, aleatórias simples,
representativas do universo atualizado de Hotéis e Pousadas da Cidade.
Utilizou-se critério estatístico de aleatorização adequado para assegurar a
representatividade e a confiabilidade, tendo sido adotado um erro relativo
máximo de 5%, obtendo-se um nível de confiança de 95%, que possibilita
inferências estatísticas para o universo de turistas que visitam o Município de
Ilhéus (Silver, 2000:268). Foi utilizada a fórmula matemática para o cálculo do
tamanho da amostra para uma população finita, como segue:
n = (Z αααα /2)2 * (δδδδ)2 * N
e2 * (N-1) + ((Z αααα /2)2 * (δδδδ)2)
onde: n = tamanho da amostra
δδδδ = desvios-padrão
Excluído: ¶
Excluído: Para a seleção e determinação do tamanho das amostras, foram definidas estatisticamente amostras probabilísticas, aleatórias simples, representativas do universo atualizado de Hotéis e Pousadas da Cidade. Utilizou-se critério estatístico de aleatorização adequado para assegurar a representatividade e a confiabilidade, tendo sido adotado um erro relativo máximo de 5%, obtendo-se um nível de confiança de 95%, que possibilita inferências estatísticas para o universo de turistas que visitam o Município de Ilhéus (Silver, 2000:268). Foi utilizada a fórmula matemática para o cálculo de amostra para uma população finita, como segue:¶<sp>¶¶¶
106
Zαααα /2 = nível de confiança escolhido (1- α = 95%)
N = tamanho da população
e2 = erro máximo permitido
Assim, com base no tamanho da população, estimou-se o tamanho da
amostra de hotéis/pousadas em Ilhéus a serem pesquisados, utilizando-se o
formulário específico (Apêndice A):
• Total de Hotéis/Pousadas em Ilhéus-Ba: 140
• Total de Hotéis/Pousadas classificáveis como Econômico/Turístico: 80
• Erro máximo permitido: 0,8
• Nível de confiança definido: 95%
Com base no universo, determinou-se um total de nove hotéis/pousadas
para efeitos de levantamento e pesquisa de campo.
De igual forma, definiu-se a quantidade de turistas a serem
entrevistados, utilizando-se o formulário específico (Apêndice B) e fórmula
matemática para cálculo de amostra para população finita:
n = (Z αααα /2)
2 * (δδδδ)2 * N e2 * (N-1) + ((Z αααα /2)
2 * (δδδδ)2) onde: n = tamanho da amostra
δδδδ = desvios-padrão
Zαααα /2 = nível de confiança escolhido (1- α = 95%)
Excluído: ¶
Excluído: A
Excluído: nexo III
Excluído: nexo IV
Excluído: <sp>¶¶
107
N = tamanho da população
e2 = erro máximo permitido
• Quantidade média fluxo turístico receptivo em Ilhéus: 227.000 turistas
• Total médio de turistas que se hospedam em Hotéis/Pousadas: 42% de
227.000 = 95.340
• Erro máximo permitido: 0,8
• Nível de confiança definido: 95%
Assim, um total de 327 turistas, hóspedes de Hotéis/Pousadas foram
determinados para efeitos amostrais e pesquisa de campo.
3.5 Definição de Variáveis Uma variável pode ser considerada como uma classificação ou atributo
de qualidade ou quantidade associado a determinado fenômeno de estudo. Os
valores associados ao conceito podem ser transformados em variável, que
assumem valores de quantidades, qualidades, características, magnitudes,
traços (Dencker, 1998).
Visando a alcançar os objetivos da Pesquisa, foram utilizadas as
variáveis abaixo, relativas a Hotéis e Pousadas, sendo que a variável 3.5.10
(Perfil do turista)20 refere-se diretamente ao perfil dos hóspedes:
20 O Perfil do turista nesta pesquisa será caracterizado pelos aspectos sexo, estado civil, faixa etária, ocupação principal, renda média mensal, gasto médio diário, permanência média e motivo da viagem, objeto da pesquisa de Nascimento (2001).
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: ¶
108
3.5.1 Localização: Avaliação da localização em relação à motivação da
viagem, na opinião do turista, quanto à distância das praias/centro e
meios de acesso;
3.5.2 Infraestrutura: Estrutura das unidades habitacionais (Tamanho,
conforto), área de eventos, Room Service, Serviços Diversos, etc.;
3.5.3 Excelência dos serviços: Agilidade, padronização de
procedimentos e cordialidade, na opinião do turista;
3.5.4 Preços praticados: Preços compatíveis com a renda média do
cliente;
3.5.5 Facilidades de meios de pagamento: Número de meios de
pagamento oferecidos;
3.5.6 Recursos tecnológicos à disposição do Hóspede: automação,
comunicação globalizada;
3.5.7 Atrativos Turísticos do Hotel/Pousada: Equipamentos de lazer e
entretenimento, como salão de jogos, parque aquático, quadras para
esportes, lanchonete, restaurante, etc.;
3.5.8 Proteção Ambiental e Cultural: Participação em
atividades/programas locais de proteção ambiental e/ou cultural;
3.5.9 Inovação e Criatividade: capacidade de diferenciação no mercado,
em relação a serviços ou produtos não disponíveis nos demais
hotéis/pousadas;
3.5.10 Perfil do Turista de Ilhéus: sexo, estado civil, faixa etária,
ocupação principal, renda média mensal, gasto médio diário,
permanência média, motivo da viagem.
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: ¶
109
3.6 Modelo Analítico
Neste estudo será considerado o modelo de operacionalização de
variáveis no campo do turismo apresentado por Dencker (1998, p.80),
adaptadas para a análise dos meios de hospedagem (Quadro 02).
QUADRO 02 – OPERACIONALIZAÇÃO DE VARIÁVEIS EM MEIOS DE HOSPEDAGEM HOTELEIROS
Variáveis Pontuação
a. Serviços, equipamentos e outros requisitos
Considerar o número total de serviços oferecidos em cada categoria.
b. Número de UH’s – Unidades Habitacionais
Por categoria: *SIMPLES, **ECONÕMICO, ***TURÍSTICO, ****SUPERIOR, *****LUXO, ******PLUS SUPER LUXO
b. Facilidades de meios de pagamento
Quantidade de opções de pagamento
c. Acessibilidade
1 = Difícil acesso 2 = Acesso não pavimentado 3 = Acesso pavimentado
d. Meios de transporte
1 = Público eventual 2 = Público regular 3 = Próprio
e. Distância do mar
1 = Acima de 1.000 m 2 = De 500 a 1.000 m 3 = Inferior a 500 m
f. Atrativos Turísticos
1 = Atrativos naturais e culturais não formatados 2 = Atrativos naturais ou culturais formatados 3 = Atrativos naturais e culturais formatados
g. Tipo de cozinha oferecida 1 = Cozinha popular 2 = Cozinha regional 3 = Cozinha internacional
h. Serviços oferecidos 1 = Apenas Estacionamento 2 = Estacionamento, música ambiente e ar condicionado 3 = Estacionamento, música ambiente, ar condicionado
e acesso à internet i. Vínculo com produtos turísticos
locais/regionais
1 = Não há vínculo 2 = Vínculo eventual 3 = Vínculo permanente, com formatação
Fonte: Adaptado de Dencker (1998, p.83).
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: :
Excluído: :
110
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Perfil dos Turistas 4.1.1 Procedência dos Turistas
De acordo com dados coletados em janeiro de 2003, os turistas que
estiveram em Ilhéus, hospedados nos hotéis/pousadas pesquisados eram, em
sua grande maioria, brasileiros. Destacaram-se as Cidades de São Paulo
(18,29%), Brasília (14,63%), Salvador (14,63%), Goiânia (13,41%) e Vitória
(7,32%), conforme ilustração da figura 06.
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
20,00
PROCEDÊNCIA DOS TURISTAS
São Paulo (SP) Brasília (DF) Salvador (BA)
Goiânia (GO) Vitória (ES) V. Conquista (BA)
B. Horizonte (MG) Campo Grande (MS) Itapetinga (BA)
Jequié (BA) Outras
Fonte: Dados da Tabela 20 (Pesquisa do autor, 2003)
Figura 06 – Procedência dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
Excluído: ¶
Excluído: ¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶
¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶
Excluído: ¶¶¶¶¶¶¶
Excluído: De acordo com dados coletados em janeiro de 2003, os turistas que estiveram em Ilhéus, hospedados nos hotéis/pousadas pesquisados eram, em sua grande maioria brasileiros. Destacaram-se as Cidades de São Paulo (18,29%), Brasília (14,63%), Salvador (14,63%), Goiânia (13,41%) e Vitória (7,32%).
Excluído: ¶
111
Pesquisa de demanda turística em Ilhéus realizada pela Ilheustur em
2003 detectou como principais fontes emissoras de turistas para Ilhéus os
estados: Bahia (38%), São Paulo (23%), Minas Gerais (14%), Distrito Federal
(13%), Rio de Janeiro (7%) e Goiás (5%). Nesta pesquisa observou-se ligeira
discrepância em relação aos turistas oriundos do Estado da Bahia, talvez
explicada pelo fato do período pesquisado atrair um maior número de turistas
de outras regiões, com menor afluxo de pessoas do próprio Estado (28%).
As regiões brasileiras que mais se destacaram quanto ao fluxo de
turistas para Ilhéus foram: a região Sudeste com 34,15%, a própria região
nordeste com 32,93% e a Centro-Oeste com 31,71%. A afluência de turistas
procedentes dos Estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal pode ser
explicada pela existência de infraestrutura de acesso, nomeadamente do
sistema de rodovias asfaltadas entre estes estados e o município de Ilhéus,
conferindo à Cidade uma vantagem comparativa no âmbito do turismo
receptivo.
4.1.2 Aspectos Socioeconômicos
Os aspectos pessoais são variáveis psicográficas, importantes para
a definição de produtos turísticos concretos direcionados a cada segmento de
mercado. A partir de informações como profissão, renda, idade, sexo, valores
pessoais, combinados com os atributos do destino e necessidades, pode-se
delinear o perfil do turista.
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: Pesquisa de demanda da turística em Ilhéus realizada pela Ilheustur em 2003 detectou como principais fontes emissoras de turistas para Ilhéus os estados: Bahia (38%), São Paulo (23%), Minas Gerais (14%), Distrito Federal (13%), Rio de Janeiro (7%) e Goiás (5%). Nesta pesquisa observou-se ligeira discrepância em relação aos turistas oriundos do Estado da Bahia, talvez explicada pelo fato do período pesquisado atrair um maior número de turistas de outras regiões, com menor afluxo de pessoas do próprio Estado (28%).¶
Excluído: ¶4.1.2 Aspectos Pessoais¶¶¶
112
A figura 07 ilustra a distribuição dos turistas por sexo, com base em
dados coletados no setor hoteleiro de Ilhéus. Observa-se que predomina no
setor hoteleiro turistas do sexo masculino, num total de 54%. Nascimento
(2001) verificou tendência de se igualarem a participação de turistas por sexo
no setor hoteleiro. Por outro lado, pesquisa de demanda da Bahiatursa
realizada em 2002 obteve resultados idênticos, com 42,9% de mulheres e
57,14% de homens. Deve-se considerar que o menor percentual de mulheres
que freqüentam os hotéis/pousadas pode estar relacionado ao tipo de turismo
predominante em Ilhéus, que é o de férias. De modo secundário, esses
resultados podem refletir, também, a superioridade da renda na classe de
turistas de sexo masculino, conforme dados observados em nível nacional.
SEXO - TURISTAS NA REDE HOTELEIRA DE ILHÉUS
Feminino46%
Masculino54%
Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003)
Figura 07 – Distribuição dos turistas por sexo, na rede hoteleira de Ilhéus em janeiro/2003.
Excluído: ¶
Excluído: Os aspectos pessoais são variáveis psicográficas, importantes para a definição de produtos turísticos concretos direcionados a cada segmento de mercado. A partir de informações como profissão, renda, idade, sexo, valores pessoais, combinados com os atributos do destino e necessidades pode-se delinear o perfil do turista.¶
113
O percentual de turistas casados atingiu 58% do número total de
entrevistados, sendo que deles 59% viajaram desacompanhados e 31,8% com
a família. Segundo Kotler (2001) o mercado é dividido em diferentes partes
com base em variáveis demográficas, a exemplo de idade, sexo, tamanho da
família, etc. visto que estes grupos apresentam desejos e necessidades
distintos por bens e serviços. Daí, a importância de buscar-se a adequação da
oferta dos meios de hospedagem de Ilhéus ao perfil dessa demanda turística.
ESTADO CIVIL - TURISTAS NA REDE HOTELEIRA
Outros
5% Solteiros
27%
Casados
58%
Divorciados
10%
Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003)
Figura 08 – Estado civil dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus em janeiro/2003.
A maior freqüência de faixa etária foi detectada entre os 30 a 39
anos (44%). Foram encontrados pequenos percentuais de turistas entre 15 a
19 anos (3%) e daqueles com mais de 60 anos (5%).O percentual de turistas
jovens, na faixa de 20 a 29 anos, foi de 27%, o que confirma o estudo de
Excluído: ¶
114
Nascimento (2001), que aponta tendência de declínio na participação de
visitantes jovens.
3
27
44
128
5
0
10
20
30
40
50
FAIXA ETÁRIA DOS TURISTAS NA REDE HOTELEIRA DE ILHÉUS
15 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
Acima de 60
Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 09 – Faixa etária dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
Por sua vez, o número de visitantes na faixa entre 51 a 60 anos de
idade apresentou ligeiro acréscimo, em relação aos percentuais encontrados
no citado trabalho (Ibid.). A grande maioria dos turistas instalados na rede
hoteleira pesquisada encontra-se na faixa etária de 30 a 39 anos, e vem à
Cidade acompanhada da família. Pesquisa de demanda da Ilheustur em 2003
indica idade média de 38 anos, a mesma encontrada pela Bahiatursa em 2002.
Tal cenário aponta para dois aspectos a serem analisados: ou a oferta turística
da Cidade está voltada para o turista mais adulto, ou inexistem produtos
Excluído: ¶
115
turísticos capazes de atrair os mais jovens; qual o perfil desejado para Ilhéus
como destino turístico?
Quanto à companhia dos turistas hospedados na rede hoteleira de
Ilhéus, 41% viaja acompanhado da família, 37% com um acompanhante, 10%
com amigos e 12% viaja desacompanhado. Observou-se a inexistência, entre
os entrevistados, de turistas em excursão organizada por agências de viagens.
COMPANHIA DOS TURISTAS NA REDE HOTELEIRA
Só12%
Amigos10%
Família41% Acompanhante
37%
Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 10 – Acompanhantes dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus em janeiro/2003.
O elevado percentual de turistas acompanhados das famílias, assim
como o maior fluxo na faixa etária entre 30 e 39 anos, sugere que a oferta
turística da Cidade de Ilhéus não tem oferecido atrativos suficientes para os
turistas mais jovens, que viajam, em geral, acompanhados de amigos.
Excluído: ¶
116
O estudo de Nascimento (2001) apontou tendência de declínio na
participação de visitantes jovens. Por sua vez, o número de visitantes na faixa
entre 51 a 60 anos de idade apresentou ligeiro acréscimo, em relação aos
percentuais encontrados no citado trabalho (Ibid.).
Os dados da pesquisa revelam que a maior parte do fluxo de turistas na
rede hoteleira ocorre na classe com nível de escolaridade superior completo, o
que indica que este segmento tende a investir mais em viagens, ou apresenta
maior probabilidade de conseguir nível de renda que possibilite viajar e
hospedar-se em hotéis/pousadas das categorias pesquisadas em Ilhéus.
0
20
40
60
ESCOLARIDADE DOS TURISTAS NA REDE HOTELEIRA DE ILHÉUS
1o grau Incompleto
1o grau Completo
2o grau Incomp.
2o grau Comp.
Superior Incompleto
Superior Completo
Especialização
Mestrado/Doutorado
Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 11 – Distribuição de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus, por classes de escolaridade.
Excluído: ¶
Excluído: A grande maioria dos turistas instalados na rede hoteleira pesquisada encontra-se na faixa etária de 30 a 39 anos, e vem à Cidade acompanhada da família. Pesquisa de demanda da Ilheustur em 2003 indica idade média de 38 anos, a mesma encontrada pela Bahiatursa em 2002. Tal cenário aponta para dois aspectos a serem analisados: ou a oferta turística da Cidade está voltada para o turista mais adulto, ou inexistem produtos turísticos capazes de atrair os mais jovens. Assim, questiona-se: qual o perfil desejado para Ilhéus como destino turístico?
Excluído: ¶
117
No geral, entre as principais ocupações citadas, aparecem o
professor, com um percentual de 13,6%; o estudante, com 11,9%, e o
funcionário público, com 8,5% dos entrevistados. As categorias profissionais
de empresários, administradores e profissionais liberais também apresentaram
percentuais significativos, o que sugere ser a estabilidade econômica um dos
fatores essenciais para que as pessoas façam turismo. O significativo fluxo de
professores e estudantes sugere que a oferta cultural e histórica da Cidade é
relevante para este segmento.
-
5
10
15
20
OCUPAÇÃO PRINCIPAL DOS TURISTAS
Professor Estudante Func. Público EmpresárioAdministrador Médico Farmacêutico EnfermeiroDona de Casa Odontólogo Comerciante BiólogoAssist. Social Advogado Outros
Fonte: Dados da Tabela 19 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 12 – Distribuição dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus por classes de ocupação principal.
Excluído: ¶
118
4.1.3 Aspectos Econômicos e Financeiros
A maioria dos turistas que estiveram em Ilhéus, no mês de
janeiro/2003, hospedados na rede hoteleira pesquisada, chegou com a
intenção de permanecer na Cidade por cinco dias (40,7%); apenas 28,8% dos
entrevistados desejaram permanecer por mais de cinco dias. Não foi possível
verificar se há alterações significativas entre a intenção inicial e a realidade.
Pesquisa de demanda da Bahiatursa (2002) demonstra permanência média de
8,2 dias entre os turistas de Ilhéus. Tal índice sugere que computou-se, na
amostra entrevistada turistas e veranistas, haja vista o grande número de
imóveis residenciais locados no verão, sobretudo os localizados nos litorais
norte e sul da Cidade.
É sabido que as pessoas em cada nível sócio-econômico apresentam
variadas aspirações e preferências, além de despender quantias diferentes em
busca da satisfação dos seus desejos. Dessa forma, turistas que pertencem a
grupos sociais mais elevados tendem a ter hábitos de consumo mais
sofisticados, são mais exigentes e apresentam disponibilidade para realizar
gastos superiores à média. Em Ilhéus, a renda média mensal declarada pelos
turistas entrevistados foi de aproximadamente R$ 2.180,00 equivalentes a
cerca de 9,1 salários mínimos21, o que caracteriza uma clientela de classe
média. Pesquisa de demanda da Bahiatursa (2002) apontou uma renda média
de US$ 1.208, o que equivale a cerca de 15 salários mínimos.22 Segundo
21 Utilizou-se o valor vigente do salário mínimo, que é de R$ 240,00 (Duzentos e quarenta reais). 22 Considerando o valor do dólar atual, de R$ 3,00.
Excluído: ¶
119
Barroco (2000), os turistas nacionais, de modo geral, têm o perfil de classe
média-baixa, assalariados e pequenos empresários, com renda em torno de R$
900,00 (novecentos reais).
0
10
20
30
40
50
TURISTAS - RENDA MÉDIA MENSAL DECLARADA
Até 500,00 + 500,00 a 1.000,00
+ 1.000,00 a 3.000,00 + 3.000,00 a 5.000,00
+ 5.000,00 a 10.000,00 Acima de 10.000,00
Fonte: Dados da Tabela 22 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 13 – Renda média mensal declarada dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
A média de gastos diários informada pelos turistas entrevistados,
excluindo-se o gasto com hospedagem, foi de aproximadamente R$ 147,50, o
que corresponde a aproximadamente US$ 50.00; considerando-se estarem
incluídas nestes gastos, aproximadamente duas pessoas, encontra-se um
gasto per capita de aproximadamente R$ 74,00. Observa-se que o gasto
médio diário dos turistas entrevistados é compatível com o nível de renda
Excluído: ¶
120
declarado, ou seja, quanto maior a renda do turista, maior tende a ser o seu
dispêndio, e vice-versa.
Por outro lado, o estudo de Nascimento (2001) mostrou tendência
de queda no gasto médio diário do turista em Ilhéus, cujas razões ainda não
foram pesquisadas. Pode-se supor a influência de fatores como altos preços
praticados, a falta de atrações e produtos turísticos, e falta de qualificação dos
serviços e do atendimento na redução da média de dias permanecidos na
Cidade.
Há registros de que um gasto médio inferior a US$ 100.00 não
produz um impacto significativo na geração de emprego e renda na localidade
receptora. Assim, conclui-se que a cidade de Ilhéus precisaria criar mais
atrativos, oferecendo um maior elenco de bens e serviços ou atrair turistas de
maior poder aquisitivo – o que também implicaria necessidade de melhoria na
qualidade dos seus serviços como um todo.
Excluído: ¶
121
0
10
20
30
40
50
60
GASTO MÉDIO DIÁRIO TURISTAS
menos de R$ 50,00
de 50,00 a 100,00
de 100,00 a 150,00
de R$ 150,00 a 200,00
Mais de R$ 200,00
Fonte: Dados da Tabela 22 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 14 – Gasto médio diário informado pelos turistas hospedados na
rede hoteleira de Ilhéus.
4.1.4 Meios de Transporte e Hospedagem
Quanto aos turistas entrevistados que estiveram no Ilhéus no mês
de janeiro/2003, o principal meio de transporte utilizado foi o automóvel
(52,54%), vindo em seguida o avião (28,81%), e o ônibus, com 18,64%.
Pesquisa de demanda da Ilheustur (2003) registrou valores que indicam nítido
predomínio da utilização de veículo próprio: automóvel (37,51%), ônibus
(35,76%), avião (26,33%) e outros (0,4%). Compreende-se porque o veículo
próprio é o meio de transporte mais utilizado, ao se constatar que a maioria dos
turistas entrevistados viaja acompanhada da família, e manifesta intenção de
visitar outras cidades da região. Se o turismo de negócios estivesse mais
desenvolvido, provavelmente o avião seria o meio mais freqüente.
Excluído: ¶
122
MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO
Avião29%
Ônibus19%
Veículo Próprio
52%
Fonte: Dados da Tabela 23 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 15 – Meio de transporte utilizado pelos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
4.1.5 Motivações e Atrativos da Viagem
A maior parte dos turistas entrevistados veio a Ilhéus à passeio.
Para eles, o principal atrativo da viagem é a beleza natural, em especial as
praias (29,3%), vindo em seguida a literatura de Jorge Amado (19,5%) e a
indicação de amigos/parentes (12,8%). A motiva curiosidade, influência de
propaganda da mídia e atrativos históricos também apresentou percentuais
significativos, apesar de existir uma lacuna a ser preenchida quanto ao
marketing da Cidade como um todo; o pequeno fluxo de turistas de negócios
(4,5%) sinaliza um nicho de mercado a ser explorado, pois se sabe que é um
segmento mais lucrativo que o turismo de férias. Enquanto a Pesquisa de
Demanda Turística realizada em 2002 pela Bahiatursa aponta que 100% dos
turistas são motivados pelos atrativos naturais de Ilhéus, a pesquisa realizada
Excluído: ¶
Excluído: ¶¶
123
pela Ilheustur em 2003 apresenta percentuais mais significativos para o
segmento turismo de negócios: lazer (58,55%), negócios (13,75%), visita a
amigos e familiares (11,98%), saúde (1,18%), eventos (7,07%) e outros
(7,47%). A tendência de crescimento e de maiores investimentos para o
turismo de negócios e eventos pode ser atribuída à implantação de indústrias
no pólo de informática, o moinho Santista, entre outros, além da incipiente
captação de eventos no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães.
A análise das motivações dos turistas é essencial para a adequação da
oferta turística da Cidade, e dos meios de hospedagem, objeto deste estudo.
Além disso, possibilita o levantamento de dados sobre o mercado turístico,
objetivando a concorrência e os serviços que devem ser disponibilizados.
Excluído: ¶
124
0
5
10
15
20
25
30
MOTIVAÇÃO DA VIAGEM
Atrativos Naturais Literatura Jorge Amado
Indicação de amigos/parentes Curiosidade
Propaganda Atrativos Históricos
Negócios Eventos
Manifestações populares Outras
Preços atraentes
Fonte: Dados da Tabela 24 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 16 – Motivação da viagem, segundo turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
4.1.6 Aspectos Espaciais
Além de Ilhéus, destacam-se como ponto de atração os municípios
litorâneos que fazem parte do Pólo Costa do Cacau, sendo a maior preferência
Itacaré (41,80%), Canavieiras (22,95 %) e outras (12,30%) como Olivença e
Porto Seguro, esta localizada na Costa do Descobrimento, mas ainda
constante do roteiro de muitos que vêm à Costa do Cacau.
Excluído: ¶
125
0
10
20
30
40
50
INTENÇÃO DE DESLOCAMENTO PARA CIDADES PRÓXIMAS
Itacaré
Una
Canavieiras
Itabuna
Outra(s)
Nenhuma
Fonte: Dados da Tabela 25 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 17 – Intenção de deslocamento para outras Cidades próximas, pelos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
Segundo Gerson Marques, Assessor de Marketing da Secretaria de
Turismo de Ilhéus (antiga Ilheustur), em palestra ministrada na Faculdade de
Tecnologia e Ciências de Itabuna, no dia 31.10.2002, Ilhéus não concorre com
Itacaré, Canavieiras ou nenhuma outra cidade da Costa do Cacau, visto que
cada uma apresenta oferta turística diferenciada e que Ilhéus, por ser cidade-
âncora da Região, hospeda turistas que também visitam as outras cidades
próximas, retornando ao final do dia. Assim, a atratividade turística de Itacaré e
Canavieiras, por exemplo, representa ganho para a cidade de Ilhéus.
Excluído: ¶
126
4.1.7 Avaliação Geral dos Turistas
O Quadro 03 mostra a avaliação da Cidade de Ilhéus e dos meios de
hospedagem, com base da amostra pesquisada, apresentando-se os
percentuais atribuídos em uma escala de notas de 1 a 5.
Quadro 03 – Opinião de turistas-hóspedes sobre a Cidade de Ilhéus e o ho- tel/pousada onde instalados.
Opinião/Notas (%) 1 2 3 4 5 1. Expectativa quanto à oferta turística de Ilhéus
antes de chegar 0,0 0,0 23,7 42,4 33,9
2. Primeira impressão ao chegar à Cidade
0,0 11,9 49,2 30,5 8,5
3. Primeira impressão ao chegar ao Hotel/Pousada
0,0 11,9 49,2 30,5 8,5
4. Qualidade do atendimento na Recepção
1,7 10,2 20,3 49,2 18,6
5. Sistema de Reservas
1,7 5,1 1,7 35,6 55,9
6. Localização do Hotel/Pousada
0,0 5,1 27,1 37,3 30,5
7. Infraestrutura Geral do Hotel/Pousada (Lobby,Room-service, Área de Lazer,etc.)
0,0 11,9 40,7 27,1 20,3
8. Infraestrutura das Unidades Habitacionais (tamanho, conforto, decoração, etc.)
0,0 10,2 42,4 35,6 11,9
9. Qualidade dos Serviços (agilidade, padrão, cordialidade)
0,0 20,3 40,7 20,3 18,6
10.Preços praticados (em relação aos serviços)
0,0 20,3 54,2 20,3 5,1
11.Facilidades de meios de pagamento disponíveis
0,0 18,6 16,9 32,2 32,2
12.Recursos tecnológicos à disposição do hóspede (fone, net, esc.virtual,etc.)
5,1 47,5 35,6 6,8 5,1
13.Atrativos turísticos do Hotel/Pousada (lazer/entretenimento, parque aquático, esportes, etc.)
8,5 28,8 35,6 16,9 10,2
14.Participação do Hotel/Pousada em atividades/Programas responsabilidade social/programas de proteção ambiental.
47,5 28,8 10,2 10,2 3,4
15.Participação do Hotel/Pousada em atividades/Programas de valorização cultura regional
35,6 22,0 30,5 6,8 5,1
16.Disponibilização de serviços inovadores e criativos, não disponíveis nos concorrentes.
49,2 33,9 11,9 0,0 5,1
17.Serviço do Restaurante
0,0 25,4 35,6 16,9 22,0
18.Padronização de atendimento dos funcionários em geral
0,0 23,7 35,6 22,0 18,6
NOTAS/MÉDIAS (%) 8,3 18,6 31,2 24,5 17,4 Fonte: Dados da Pesquisa (Pesquisa do autor, 2003).
Excluído: ¶
127
O Quadro 03 fornece dados interessantes para uma análise de como
o turismo em Ilhéus é percebido pelo turista-hóspede, considerando-se os
meios de hospedagem classificáveis nas categorias “econômico” e “turístico”.
Dos 18 itens avaliados, 18,6% foram pontuados com “nota 2”, 31,2% com “nota
3”, 24,5% com nota “nota 4”, e apenas 17,4% com a nota máxima (5).
Os itens percebidos como plenamente satisfatórios (nota 5), de
maneira geral, foram o sistema de reservas (55,9%), a facilidade de meios de
pagamento disponíveis (32,2%). De fato, em todos os hotéis/pousadas
pesquisados há sistema de reservas informatizado, a maioria com opção de
reservas pela internet, e aceita-se todas as opções convencionais para
pagamento (Cash, Cheque, Cartão de Débito, Cartão de Crédito e Fatura).
Quanto ao item 6 (localização do hotel/pousada), a frustração foi demonstrada
em função de certo conflito entre a motivação da viagem e a localização do
meio de hospedagem, nos casos em que um turista de negócios fica instalado
num hotel mais voltado para o turista de férias, localizado mais próximo das
praias e mais distante do centro da Cidade, por exemplo.
A diferença entre a expectativa antes de chegar à Cidade (item um)
e a primeira impressão em relação a Ilhéus e ao hotel/pousada escolhido (itens
2 e 3) sugere certa frustração pelo turista. Embora investigar as razões para tal
situação não seja o objetivo principal desta pesquisa, pode-se imaginar que há
aspectos como limpeza, paisagismo, atendimento, etc. envolvidos nesta
percepção.
Excluído: ¶
128
Os aspectos apontados como mais críticos foram a participação do
hotel/pousada em atividades/programas responsabilidade social/programas de
proteção ambiental, a participação do hotel/pousada em atividades/programas
de valorização cultura regional e a disponibilização de serviços inovadores e
criativos, não disponíveis nos concorrentes. É importante observar que nem
sempre tal tipo de participação é visível para os clientes, o que pode explicar
pontuações tão baixas; No entanto, na entrevista com hoteleiros/gerentes dos
meios de hospedagem pesquisados ficou patente que não existem, ainda,
preocupações do gênero por parte do empresariado hoteleiro; apenas um dos
hotéis pesquisados relatou que, sistematicamente, doa as sobras do café da
manhã para instituições beneficentes da Cidade. Num momento em que a
busca da consciência social e ambiental está em alta, parece importante –
principalmente para o segmento mais politizado – hospedar-se em
equipamentos que possuam ações voltadas para a interação com a
comunidade onde estão inseridos, participando direta ou indiretamente para a
melhoria da qualidade de vida local.
A inexistência de serviços inovadores e criativos, não ofertados
pelos concorrentes (item 16) foi bem captada pelos turistas. Ou seja, os
equipamentos hoteleiros de Ilhéus não estão desenvolvendo diferenciais que
se traduzam mercadologicamente em vantagens competitivas.
Um item percebido como necessitando de melhorias foi o de
recursos tecnológicos à disposição do hóspede (telefone, internet, escritório
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: A inexistência de serviços inovadores e criativos, não disponíveis nos concorrentes (item 16) foi bem captada pelos turistas. Ou seja, os equipamentos hoteleiros de Ilhéus não estão desenvolvendo diferenciais que se traduzam mercadologicamente em vantagens competitivas. ¶
129
virtual, etc.). Para 47,5% dos turistas entrevistados, o item recebeu “nota 2”.
Neste aspecto, a percepção dos turistas se confunde com a dos
hoteleiros/gerentes, que apontaram a necessidade de modernização
tecnológica como a mais urgente para o seu empreendimento, mas a que exige
maior aporte de capital.
As opiniões dos turistas em relação aos preços praticados revelam
que 54,2% dos entrevistados consideraram os preços razoáveis (nota 3), e
20,3% acharam os preços elevados e exorbitantes.
Na opinião de 65% dos turistas entrevistados, a beleza natural de
Ilhéus, em especial de suas praias, é o maior atrativo turístico da Cidade,
seguido dos seus atrativos históricos (24%), grandemente divulgado pela obra
de Jorge Amado.
MAIOR ATRATIVO TURÍSTICO DE ILHÉUSOutros
8%
Atrativos Históricos
24%
Clima3%
Beleza Natural65%
Fonte: Dados da Tabela 14 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 18 – Maior atrativo turístico de Ilhéus, na opinião de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
Excluído: ¶
130
Em relação ao meio de hospedagem onde estavam instalados,
38,5% apontou a infraestrutura como o maior atrativo turístico do
hotel/pousada, seguido do atendimento (20,5%) e localização (17,9%).
0
10
20
30
40
MAIOR ATRATIVO TURÍSTICO - HOTEL/POUSADA
AtendimentoInfraestruturaLocalizaçãoPaisagismoRestauranteServiços
Fonte: Dados da Tabela 11 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 19 – Maior atrativo turístico do Hotel/pousada, na opinião de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
Quanto aos itens no turismo de Ilhéus que mais necessitam de
melhorias, na opinião dos entrevistados, aparecem: opções de lazer noturno
(20,3), poluição das praias (18,6%) e infraestrutura turística (16,9%); quanto a
esta, uma das queixas mais freqüentes foi a reduzida oferta de churrascarias e
restaurantes com cozinha internacional.
Excluído: ¶
131
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
ASPECTOS CRÍTICOS NO TURISMO DE ILHÉUS
Lazer noturnoPoluição PraiasInfraestrutura turísticaConscientização da populaçãoPreços altosDivulgação
Fonte: Dados da Tabela 15 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 20 – Aspecto mais crítico no turismo de Ilhéus, na opinião de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
Avaliando os meios de hospedagem, na opinião dos turistas-
hóspedes os aspectos mais necessitados de melhorias são: o atendimento
(26,9%), modernização dos recursos tecnológicos (22,4%) e serviços
inovadores (11,9%), entre outros. A questão da qualidade do atendimento está
diretamente vinculada à qualificação dos funcionários da hotelaria, área em que
os empresários alegam ter dificuldades, seja pela pequena oferta de mão-de-
obra capacitada disponível, seja pelo elevado turnover do pessoal, decorrência
também da sazonalidade vivenciada pelo segmento. Muitos entrevistados
informaram sentir falta de TV a cabo, internet na unidade habitacional
(principalmente o hóspede de negócios), escritório virtual, etc. nos meios de
Excluído: ¶
132
hospedagem pesquisados; ou seja, o segmento mais lucrativo do turismo –
negócios – não está encontrando uma oferta turística que atenda suas
necessidades.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
ASPECTOS CRÍTICOS NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM DE ILHÉUS
Atendimento Recursos TecnológicosServiços inovadores EntretenimentoRecepção LocalizaçãoPreços altos RestauranteSauna Área lazerSala Ginástica
Fonte: Dados da Tabela 17 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 21 – Aspectos críticos do Hotel/pousada, na opinião de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.
4.2 Meios de Hospedagem
Os meios de hospedagem constituem importante segmento da “indústria
do turismo” em Ilhéus, indispensável para o crescimento da economia local.
Neste estudo, buscou-se delinear um panorama geral da estrutura e dinâmica
de funcionamento dos meios de hospedagem de Ilhéus, classificáveis nas
Excluído: ¶
133
categorias “econômicas” ou “turístico”. A figura 22 apresenta os resultados
obtidos na pesquisa.
CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM PESQUISADOS
33%
67%
EconômicoTurístico
Fonte: Dados da Tabela 01 (Pesquisa do autor, 2003)
Figura 22 - Meios de hospedagem pesquisados, por categoria.
As tabelas 03 e 04 (Apêndice C) indicam que, nas categorias citadas,
existe uma média de 54 Unidades Habitacionais-UH em cada meio de
hospedagem. Tecnicamente, considera-se economicamente viável para esse
empreendimento a disponibilização de, no mínimo, 30 UH’s (ABIH, 2002).
As taxas médias de ocupação informadas revelam um fluxo turismo
concentrado na alta estação, o que traz forte impacto na viabilidade
econômico-financeira dos meios de hospedagem; Relatos de alguns
hoteleiros/gerentes registram preocupante redução do período considerado
“verão”, pois, em função do aumento de dias letivos promovido no calendário
escolar (MEC), o período de maior fluxo turístico ficou restrito ao mês de
Excluído: ¶
Excluído: Anexo IV
134
janeiro. Importante ressaltar que os meios de hospedagem que apresentaram
menor flutuação nas taxas de ocupação são aqueles que têm buscado atrair o
turista de negócios, ainda que de forma incipiente.
TAXA MÉDIA DE OCUPAÇÃO NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM PESQUISADOS
23,75
76,25
0 20 40 60 80 100
BaixaEstação
AltaEstação
Fonte: Dados da Tabela 02 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 23 - Taxa média de ocupação nos meios de hospedagem.
Os tipos de Unidades habitacionais disponíveis são apresentados na
figura 24. O tipo “outros” engloba UH’s não classificáveis nas categorias
apresentadas, como: “luxo”, “econômica” ou “especiais”, considerando-se que
essa nomenclatura varia de um empreendimento para outro.Observa-se na
Figura 24 que a maior concentração é de UH single (87%), o que indica uma
possível inadequação dessa oferta em relação ao perfil do turista, que, em sua
maior parte, viaja acompanhado da família; por outro lado, este é o tipo de UH
com menor tarifa cobrada (Figura 26). Outra ocorrência interessante é a
Excluído: ¶
135
inexistência de UH’s tipo “chalé” no perímetro pesquisado; sabe-se que existem
apenas nos litorais norte e sul, na região mais distante do centro da Cidade.
87
10 2 9
0
20
40
60
80
100
TIPOS DE UNIDADES HABITACIONAIS DISPONÍVEIS (%)
SINGLE
CONJUGADO
CHALÉS
SUITEPRESID.OUTROS
Fonte: Dados da Tabela 03 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 24 - Tipos de UH’s oferecidos nos meios de hospedagem pesquisados.
O tamanho médio das UH’s disponíveis encontra-se na faixa aceitável,
pelos critérios da ABIH/EMBRATUR (Anexo III).
Excluído: ¶
Excluído: pêndice A
136
18 18
2621
0
10
20
30
TAMANHO MÉDIO DAS UNIDADES HABITACIONAIS
SINGLE
CONJUGADO
SUITEPRESID.
OUTROS
Fonte: Dados da Tabela 04 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 25 - Tamanho médio das UH’s dos meios de hospedagem pesquisados, por tipo (m2).
Quanto aos preços cobrados, optou-se por considerar apenas os valores
tabelados para a alta estação, sabendo-se que geralmente a hospedagem é
acertada por valores menores, quando negociada no balcão ou através de
agências de viagem. As opções de pagamento abrangem todas as possíveis,
em 100% dos meios de hospedagem pesquisados: cash, cheque, cartão de
débito, cartão de crédito e fatura (empresas e agências de viagem).
Excluído: ¶
137
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
VALOR MÉDIO DIÁRIA - ALTA ESTAÇÃO
SINGLECONJUGADOSUITE PRESID.OUTROS
Fonte: Dados da Tabela 05 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 26 - Valor médio das diárias cobradas nos meios de hospedagem pesquisados (R$). A oferta de serviços nos meios de hospedagem revela-se básica,
atendendo preferencialmente ao turista de férias (ar condicionado, frigobar, TV,
estacionamento, etc.). A maioria dos hoteleiros/gerentes registrou a
necessidade percebida de maiores investimentos em modernização
tecnológica dos meios de hospedagem, buscando, também, atrair o hóspede
de negócios, elemento essencial para equilibrar o fluxo turístico, atualmente
ainda dependente do turista de férias. É Interessante ressaltar que nenhum dos
meios de hospedagem pesquisados já oferece, por exemplo, conexão à
internet na Unidade Habitacional, serviço hoje considerado indispensável para
o turista de negócios.
Excluído: ¶
Excluído: A oferta de serviços nos meios de hospedagem revela-se básica, atendendo preferencialmente ao turista de férias (ar condicionado, frigobar, TV, estacionamento, etc.). A maioria dos hoteleiros/gerentes registrou a necessidade percebida de maiores investimentos em modernização tecnológica dos meios de hospedagem, buscando, também, atrair o hóspede de negócios, elemento essencial para equilibrar o fluxo turístico, atualmente ainda dependente do turista de férias. É Interessante ressaltar que nenhum dos equipamentos pesquisados já oferece, por exemplo, conexão à internet na Unidade Habitacional, serviço hoje considerado indispensável para o turista de negócios.
138
0
20
40
60
80
100
SERVIÇOS DISPONÍVEIS - MEIOS DE HOSPEDAGEM
Res.Net SIG Inform. Frigobar Ar.Condic.TV Fone UH Som UH Paisagism.Piscina Estac. Restaur. BarMesa Auditório S. Leitura Internet Esc.
Acessórios Recep. Bi R.Serv. 24 Salao JogosLoja Conv. Outros Circ.Int. TV TV CaboGerador Lavand. UH's Espec. Esc.Virt.Vídeo Cama King Lixo Selet.
Fonte: Dados da Tabela 06 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 27- Serviços/equipamentos disponíveis nos meios de hospedagem pesquisados. Observa-se, também, o limitado funcionamento do serviço de room-
service, até as 22 h, na maioria dos meios de hospedagem pesquisados. Além
disso, nenhum deles dispõe de UH para pessoas com necessidades especiais,
requisito previsto na nova classificação ABIH/EMBRATUR. Em nenhum dos
equipamentos de hospedagem pesquisados foram encontrados os serviços:
internet na UH, salão de beleza, serviço médico, DVD na UH, sala de ginástica,
Agência de Viagens, Câmbio, hidromassagem e Locação de Veículos.
Excluído: ¶
Excluído: ¶¶
139
O Acesso à grande maioria dos meios de hospedagem (91,7%) é
pavimentado, contando com serviço de transporte público regular e distantes
do mar a menos de 500 m. Tal cenário indica meios de hospedagem
tipicamente urbanos, ainda que nitidamente estruturados apenas para o turista
de férias.
A culinária oferecida está classificada como “regional” na maioria dos
meios de hospedagem pesquisados; apenas 16,67% oferece cozinha
internacional. Quanto aos atrativos naturais e culturais, apenas 42% os possui
formatados, sendo que 25% possui um ou outro formatado, conforme mostra a
figura 28.
3325
42
0
10
20
30
40
50
ATRATIVOS TURÍSTICOS
nat/culturais nãoformatadosnaturais ou culturais
naturais e culturais
Fonte: Dados da Tabela 11 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 28 - Atrativos Turísticos naturais/culturais dos meios de hospe- dagem pesquisados.
Excluído: ¶
140
É grande a atual exigência pela participação em projetos e/ou programas
nas áreas de responsabilidade social ou ambiental, que fixem na sociedade a
imagem de empresa ética e preocupada em contribuir para a melhoria da
qualidade de vida da comunidade onde encontra-se inserida. Dentre os meios
de hospedagem pesquisados, apenas 8% possui algum tipo de ação social,
ainda que de forma não sistemática, como a doação a instituições beneficentes
de sobras do café-da-manhã; 25% preocupa-se em valorizar produtos turísticos
locais e/ou regionais, seja expondo trabalhos de artistas, seja contratando,
preferencialmente, mão-de-obra local, para atendimento às suas demandas.
VÍNCULO COM A COMUNIDADE
25%
8%67%
Produto Turístico local/Regional
Resp.social/ambiental
Nenhum
Fonte: Dados da Tabela 13 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 29 - Ações de fortalecimento do vínculo com a comunidade pelos meios de hospedagem pesquisados. Indagando-se sobre como percebem a Cidade de Ilhéus e o próprio meio
de hospedagem, quanto aos pontos fortes e fracos, respectivamente, observa-
Excluído: ¶
141
se que, na opinião da maioria dos hoteleiros/gerentes entrevistados, o maior
atrativo de Ilhéus é a sua beleza natural, e o aspecto mais crítico a
necessidade de investimentos em infraestrutura (limpeza e segurança pública,
atrações noturnas, etc.).
TURISMO EM ILHÉUS - Atrativos
Beleza Natural
75%
Praias25%
Fonte: Dados da Tabela 14 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 30 - Atrativos Turísticos de Ilhéus, na opinião de hoteleiros/ gerentes dos meios de hospedagem pesquisados.
A figura 30 indica que a maior atratividade turística de Ilhéus ainda se
refere aos seus atrativos naturais, em parte pelo fato de grande parte dos
turistas serem oriundos de localidades não litorâneas, ou com litoral sem muita
beleza cênica.
Excluído: ¶
142
9% 9% 9%
26%30%
17%
0%
20%
40%
TURISMO EM ILHÉUS - ASPECTOS CRÍTICOS
Limpeza Pública Segurança Pública
Atrações Noturnas Divulgação Poder Público
Investimentos/Infraestrutura Apoio do Poder Público
Fonte: Dados da Tabela 15 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 31 - Aspectos críticos no turismo em Ilhéus, na opinião de gerentes/hoteleiros dos meios de hospedagem pesquisados.
Avaliando os meios de hospedagem como atrativo turístico, na opinião
dos hoteleiros/gerentes entrevistados a localização é o fator mais decisivo
(67%), seguido da infraestrutura (20%), conforme mostra a figura 32.
ATRATIVO TURÍSTICO - Meio de Hospedagem
20%
13%
67%
Localização Infraestrutura Qualidade dos Serviços
Fonte: Dados da Tabela 16 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 32 - Atrativos Turísticos dos meios de hospedagem, na opinião de hoteleiros/gerentes dos equipamentos pesquisados.
Excluído: ¶
143
Quanto aos aspectos que necessitam de melhoria, os
hoteleiros/gerentes apontaram a necessidade de modernização tecnológica
como a maior prioridade (67%), com a visão de que são necessários
investimentos que viabilizem o incremento do turismo de negócios, alternativa
para diminuir o impacto da sazonalidade vivenciada pelo setor; a necessidade
percebida de disponibilizar auditório (7%), ou ao menos uma sala de reuniões,
também agrega maior atratividade para esse segmento. Os empresários
reconhecem, também, a necessidade de maiores e melhores investimentos em
marketing, não apenas do próprio meio de hospedagem, mas do destino
turístico Ilhéus (Figura 32).
MEIO DE HOSPEDAGEM - Aspecto Crítico
13%
67%
13%7%
Falta Sala Reuniões/Auditório Modernização Tecnológica
Divulgação/Marketing Sauna/Sala de Ginástica
Fonte: Dados da Tabela 17 (Pesquisa do autor, 2003).
Figura 33 - Aspectos críticos dos meios de hospedagem, na opinião de hoteleiros/gerentes dos equipamentos pesquisados.
Excluído: ¶
144
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O turismo, considerado como um processo de interação entre os povos,
possibilitando o conhecimento de diferentes ambientes e culturas, fomenta a
educação no seu sentido mais amplo e genérico, além de envolver inúmeros
setores da economia, direta e indiretamente, criando inter-relação de
componentes ambientais, culturais, econômicos e sociais.
A gestão profissional em turismo requer, como paradigma básico, a
maximização da qualidade nos serviços prestados. Nesse cenário de
transformação, é relevante definir o papel do marketing, que passa a ser
considerado como uma necessidade primária, ou uma exigência da sistemática
de comercialização. Torna-se fundamental, portanto, o conhecimento do
produto. Assim sendo, qualquer que seja o ramo de atividade, é imprescindível
conhecer as potencialidades, fragilidades, oportunidades e ameaças presentes
na oferta do produto turístico, identificar o perfil do público-alvo e direcionar as
ações necessárias para alcançá-lo.
É essencial, ainda, manter-se informado a respeito dos constantes
movimentos da concorrência e monitorar a satisfação dos clientes, tornando
necessário, portanto, identificar as reclamações acerca do próprio negócio e
Excluído: ¶
145
compreender que, ao fornecer feedback, o cliente estará ajudando no alcance
das metas organizacionais. Outro fator, também, bastante importante, é o
endomarketing, pois, uma equipe insatisfeita, com pouco ou nenhum incentivo
ao desenvolvimento pessoal e profissional, e com elevado índice de
rotatividade, conjugada a uma população local que não aceita os turistas, só
poderá comprometer o futuro do empreendimento, e, conseqüentemente, a
própria imagem do produto turístico.
Dos perfis delineados – turista de Ilhéus e oferta de meios de
hospedagem, retira-se questões a serem investigadas visando à realização de
estudos capazes de subsidiar o desenvolvimento da oferta turística e
alargamento da demanda. O conhecimento do perfil da demanda, ou seja, das
características do segmento de mercado que viaja para Ilhéus, unido à vocação
natural desse destino, é necessário ao desenvolvimento dos parâmetros para
uma boa política de turismo. Os dados socioeconômicos da demanda somados
e comparados aos dados gerais da população nacional ou mundial permite que
se façam algumas previsões em relação ao desenvolvimento do turismo local.
A construção de um painel de informações sistemáticas sobre o
desempenho conjuntural da indústria hoteleira é necessária, na medida em que
o Governo local e as empresas desenvolvem esforços para consolidar o
turismo como um dos componentes do desenvolvimento econômico do
município. A análise da demanda hoteleira permite gerar a Taxa de Ocupação
Hoteleira, expressa em Leitos e UH’s. Um conjunto de indicadores correlatos é
também gerado, tais como: tempo de permanência média dos hóspedes;
Excluído: ¶
146
relação de ocupação entre leitos e UH’s; e total de hóspedes e pernoites ao
longo de cada período de referência. Esses indicadores devem subsidiar o
Planejamento Turístico da hotelaria com vistas ao controle de bom
desempenho e lucratividade do setor, gerando um conjunto de bens e serviços
com a qualidade desejada pela demanda. Estes indicadores medem a
utilização efetiva da capacidade instalada dos equipamentos, e o nível de
equilíbrio econômico do setor como um todo e em seus segmentos
componentes, com destaque para os pequenos e médios estabelecimentos.
Servem de balizamento para avaliar a adequação ou não da oferta hoteleira e,
portanto, como guia indispensável para orientar novos investimentos no setor.
Sugere-se desenvolver ações, tanto pelo poder público como pela
iniciativa privada, capazes de profissionalizar a atividade turística de forma a
torna-la economicamente rentável para o empresário e para o município, como
por exemplo:
• Indicadores do Turismo: a) Dimensionar o emprego gerado pela indústria hoteleira no pólo receptivo;
b) Fazer inferências, anualmente, da produtividade da mão-de-obra na
indústria hoteleira; e
c) Gerar uma série temporal contínua e padronizada, referente às taxas de
ocupação, que permita, num futuro próximo, prever os movimentos de fluxo
de turistas que consomem a indústria hoteleira, e as elasticidades dos
preços e da renda da demanda.
Excluído: ¶
147
• Monitoramento de Preços
Um fator de grande importância para a manutenção e o aumento da
demanda de visitantes encontra-se associado ao comportamento dos preços
dos bens e serviços ofertados aos turistas. O impacto da elevação na estrutura
local de preços, sobre a demanda turística, pode representar a retração da
mesma, tendo em vista outras alternativas de destinos turísticos concorrentes.
A estabilidade econômica no Brasil, a partir do Plano Real, tem permitido
a comparação de preços e tarifas em nível nacional e internacional, facilitando
aos consumidores a tomada de decisões quanto ao que, quando e onde
consumir. Segundo a literatura tradicional sobre o turismo, a decisão de viajar
por motivo de lazer, tomada pelo turista, passa por algumas etapas, que vão
desde a vontade inicial de deslocar-se para fora de sua residência permanente,
até a escolha e compra de um determinado destino.
Valendo-se da Economia do Turismo como referência teórica, a
demanda turística é influenciada pelos preços dos produtos turísticos, pelos
preços de outros bens e serviços, pela renda do consumidor e pelos gostos dos
mesmos. Do lado da oferta, monitorar o vetor de preços destes bens e serviços
é uma condição básica para que os turistas possam manter uma imagem
positiva e voltar outras vezes ao destino (competitividade), como também
divulgá-lo, como um local de boa receptividade e preços acessíveis. Significa
também que a população local não perderá seu poder aquisitivo diante do
Excluído: ¶
Excluído: Um fator de grande importância para a manutenção e o aumento da demanda de visitantes encontra-se associado ao comportamento dos preços dos bens e serviços oferecidos aos turistas. O impacto da elevação na estrutura local de preços, sobre a demanda turística, pode representar a retração da mesma, tendo em vista outras alternativas de destinos turísticos concorrentes.¶¶
148
aumento de preço dos produtos e serviços que servem tanto aos turistas
quanto aos moradores.
Uma pesquisa sistemática de preços busca acompanhar de forma
padronizada o nível e a evolução dos preços tendo como referência trimestral
as estações turísticas alta, média e baixa. Sugere-se calcular o vetor de preços
praticados em Ilhéus, tendo como referência cinco grandes grupos de bens e
serviços: alimentação (restaurantes e bares); transporte; receptivo;
entretenimento; e hospedagem. Tal cálculo pode viabilizar:
a) Definir o conjunto de bens e serviços que compõe a cesta básica de
consumo do turista;
b) Definir e operacionalizar um sistema de coleta de preços nos “clusters
turísticos”;
c) Definir e implantar um sistema de cálculo informatizado para o tratamento
dos preços individuais e agregados por grupos; e
d) Emissão de Relatórios Gerenciais para o Sistema de Monitoramento de
Preços do pólo receptivo.
• Perfil do Turista Emissivo e Receptivo
O conhecimento do Perfil Turístico Receptivo e Emissivo apresenta
finalidades distintas e complementares. O Perfil do Turista Receptivo é
enfocado sobre uma determinada área geográfica de abrangência, que
Excluído: ¶
149
representa uma demanda turística concreta. Os fatores condicionantes dessa
demanda podem ser:
a) De natureza difusa – caso em que se torna impossível determinar a sua
concentração em determinados atributos;
b) De natureza específica – caso em que os perfis ficam mais bem
delineados, ou seja, existe uma predominância modal em relação a
determinados atributos;
c) A importância no delineamento de perfis do Turista Receptivo diz respeito
ao processo de estruturação de empreendimentos e embasamento de
marketing turístico vinculados à:
a. Adequação da oferta de equipamentos, serviços e rotas que
constituem a logística turística; e
b. Fixação de marcas, imagens memoráveis, climas culturais, vetores
negociais e campanhas que contribuem para criar e reforçar pólos
receptores.
O Perfil do Turista Emissivo também é enfocado a partir de uma
determinada área geográfica de abrangência, onde se dá o processo de
geração de viagens para distintos destinos, segundo variados motivos. Permite
identificar o processo subjacente à concretização dos desejos de viagem e a
adequação da forma como o trade se insere nesse processo.
A pesquisa sobre os Perfis é um instrumento central para identificar a
dinâmica qualitativa dos processos que interferem na natureza dos fluxos
Excluído: ¶
150
turísticos, e a importância quantitativa que se expressa no balanço comercial
da conta turismo. Deve ser sistematicamente delineado a partir de informações
de turistas residentes (emissivos) e não residentes (receptivos) que saem pelos
principais portões de saída da Cidade: Terminal Rodoviário, Aeroporto e
Rodovias Estaduais / Federais.
Sugere-se a elaboração dos perfis do Turista Receptivo e Emissivo de
Ilhéus e aferir a sua variação na baixa, média e alta estações, através dos
aspectos fisiográficos, econômicos e sociais, a partir de um conjunto de
características e atributos do turista. Isto gera condições para:
• Em Relação ao Turista Receptivo
a) Conhecer os hábitos, preferências e escolhas no que diz respeito às
seguintes variáveis: sexo; idade; estado civil; formação escolar;
naturalidade; Cidade/Estado de origem; nível de renda mensal; ocupação;
motivos da visita; e principal motivo da estada;
b) Segmentar os perfis do Turista Receptivo segundo o motivo de viagem, a
renda, a opção de hospedagem hoteleira e não hoteleira, etc.;
c) Determinar as correntes turísticas em termos de origem e rotas;
d) Conhecer a distribuição do tempo de permanência do turista na cidade;
e) Estimar os recursos despendidos pelo turista;
f) Conhecer a opção dos meios de hospedagem utilizados;
g) Identificar os meios de transportes utilizados na viagem;
h) Conhecer o total de pessoas envolvidas nos gastos;
i) Atestar a utilização de agências de viagens;
Excluído: ¶
151
j) Identificar o processo de escolha do(s) destino(s);
k) Identificar a atratividade dos locais mais visitados na cidade; e
l) Medir o índice de retorno e identificar a propensão ao retorno.
• Em Relação ao Turista Emissivo
a) Conhecer os hábitos, preferências e escolhas do turista emissivo no que diz
respeito às seguintes variáveis: local de residência; sexo; idade; formação
escolar; nível de renda mensal; ocupação; e motivo da viagem;
b) Segmentar os perfis do Turista Emissivo segundo o motivo de viagem, a
renda, a opção de hospedagem hoteleira e não hoteleira, etc.;
c) Construir a distribuição do tempo de duração das viagens;
d) Conhecer os meios de transportes utilizados;
e) Conhecer o(s) destino(s);
f) Atestar a utilização de agências de viagens;
g) Identificar a quantidade de pessoas envolvidas nos gastos;
h) Inferir a previsão de gastos com a viagem e a distribuição percentual de
gastos com: hospedagem; alimentação; lazer; compras; e transportes;
i) Inferir a previsão de viagens no mês pesquisado; e
j) Identificar o número de viagens por ano.
A taxa de retorno do turista é analisada a partir de dois componentes
disponíveis: o primeiro, de caráter “ex ante”, expresso na proporção de
respostas afirmativas dos turistas que pretendem regressar a Ilhéus; e o
segundo, de caráter “ex post”, correspondente ao número de entrevistados que
afirmaram não ser a primeira vez que visitam a cidade. Este segundo
Excluído: ¶
152
componente, por sua vez, é utilizado para indicar se a política de atração de
turistas da Cidade/Região está tendo êxito.
A demanda doméstica turística anual (inter e intra-estadual) pelo destino
Ilhéus está estimada em 230.000 turistas, levando-se em consideração um
percentual de 6 % do fluxo total nacional (Fipe/USP – 2000). Desse total, a
demanda originada em outros Estados da Federação é de 67,07%, sendo o
Estado de São Paulo o maior emissor de turistas para o destino Ilhéus.
Podemos discriminar como principais características da demanda receptiva da
alta estação, representada pelo período do mês de janeiro:
a) o principal mercado emissor é a própria Região Nordeste;
b) A Região Sudeste responde por 34,15%, sendo que São Paulo
responde por 20,73% desse total;
c) Permanecem em média, 5 dias na destinação;
d) A maioria gasta cerca de R$ 148,00 durante a permanência;
e) Utilizam o transporte aéreo em 28,81% das vezes para retornarem às
suas residências;
f) A maioria é casada, e viaja com a família;
g) A principal motivação está caracterizada pelo lazer;
h) A classe de renda modal encontra-se entre R$ 1.000,00 e 3.000,00;
i) Os meios de hospedagem pagos atendem apenas a 44,79% da
demanda;
j) Itacaré e Canavieiras despontam como os destinos mais visitados nas
proximidades de Ilhéus; e
Excluído: ¶
153
k) A grande maioria dos turistas deseja retornar ao destino (58%).
• Pontos que Merecem Atenção dos Gestores
a) Limpeza pública e serviços de ônibus coletivo;
b) Segurança pública e o serviço de saúde pública;
c) Serviços de lavanderia nos meios de hospedagem;
d) Quantidade das porções de alimentos oferecidas nos
bares/restaurantes; e
e) Atendimento dos garçons em bares e restaurantes.
A região da Costa do Cacau tem o turismo como opção para o
desenvolvimento. Para tanto, é imperiosa a necessidade de cooperação entre
os órgãos da Administração Pública e a iniciativa privada. O Município
necessita fazer a sua parte, como manter uma infra-estrutura básica para
atender as necessidades fundamentais no desenvolvimento turístico da cidade.
Em Ilhéus tem-se algumas deficiências nesta área, pois as ruas necessitam de
reformas urgentes, maiores cuidados com as praças e parques, lugares que
são utilizados para feiras e apresentações artísticas poderiam tornar-se mais
atrativos com maiores cuidados, além da ampla disponibilização de material
informativo sobre as atrações turísticas e maior divulgação destas atrações.
Conhecendo-se as necessidades do consumidor e as demandas do
setor privado, torna-se possível desenhar pacotes de serviços e produtos
capazes de atrair diversos grupos de visitantes dispostos a gastar em várias
Excluído: ¶
154
atividades de lazer correlatas. Tais ações são próprias do setor privado e das
organizações que gravitam em torno do cluster.
Ao poder público cabe cuidar da infraestrutura, da organização básica,
assim como permitir que haja um ambiente competitivo saudável entre as
empresas, ou seja, que não se fomente a proteção especial a alguns grupos.
Quanto à iniciativa privada, sua atribuição é a de se organizar visando
conhecer seus clientes e, assim, poder disponibilizar produtos e serviços
adequados às necessidades dos diversos segmentos existentes no mercado.
As deficiências apontadas na qualidade dos serviços prestados
merecem um cuidado especial pelos trade turístico. Ainda prevalece na
iniciativa privada um pensamento que integra um ciclo vicioso, o da competição
pelo menor preço. Para reduzir os custos operacionais, os empresários pagam
baixos salários, não oferecem treinamento aos empregados e mantêm uma alta
rotatividade de mão-de-obra. Receituário perfeito para prestação de um serviço
de má qualidade. Se a pretensão é atrair um público que irá consumir e gastar
mais, é fundamental que se transforme essa lógica prevalecente.
Também é fundamental atrair novos segmentos do capital privado,
estrangeiro ou local, para que se possa oferecer produtos de entretenimento de
maneira mais organizada. Embora ó governo tenha importante função na
definição de um produto turístico, não deve assumir o papel de gestor e/ou de
promotor de negócios. A função do governo é a de servir de suporte, gerindo
os investimentos em obras de infraestrutura. Cabe ao governo, por exemplo,
Excluído: ¶
155
identificar a necessidade de construção de uma rodovia diante de um grande
projeto de complexo hoteleiro, ou priorizar melhorias na educação visando à
qualificação de pessoal. Não apenas para o turismo, mas para o
entretenimento, em seus diversos segmentos, nos diversos negócios, diversos
clusters. É fundamental que haja alguém administrando as questões de base e
que se tenha consciência das limitações econômicas que existem no município.
O Convention Bureau, formado por representantes do governo do
estado, da prefeitura e da iniciativa privada, poderá ser o passo inicial para
formação do cluster em Ilhéus. As ações desenvolvidas por esse organismo
deverão ter como centro o investimento em formação de pessoal, posto que o
maior diferencial em uma localidade turística não é a praia, um bom hotel ou a
infraestrutura, mas sim o serviço. E o serviço depende das pessoas, tanto dos
empresários quanto dos funcionários. Dessa maneira, o produto turístico
deixará de ser competitivo tão-somente pelo baixo custo, passando a
apresentar um diferencial capaz de atrair outros tipos de turistas, aqueles de
maior poder aquisitivo,e, portanto, mais rentáveis.
Para isso é fundamental conhecer o perfil do cliente, estabelecer
parcerias corretas dentro do cluster e definir um marketing adequado. Dessa
forma a Cidade de Ilhéus será capaz de atrair os segmentos de turistas
adequados à qualificação do pólo turístico. Por outro lado, os empresários
precisam fazer sua parte também, principalmente aqueles diretamente ligados
à atividade turística. Iniciativas isoladas de empresários e pessoas ligadas a
entidades turísticas são encontradas, mas necessitam de maior apoio tanto da
Excluído: ¶
156
comunidade em geral, como do Poder Público. A expectativa é grande em
relação ao desenvolvimento turístico da região de Ilhéus, principalmente em
relação ao setor de eventos, que pode contribuir para a redução dos impactos
negativos da sazonalidade.
A criação de um Parque Temático, valorizando a cultura do Cacau,
destacando a importância da obra de Jorge Amado, também é uma sugestão
interessante, para posterior apreciação pelos possíveis envolvidos. Outras
formas de expansão do turismo na região de Ilhéus é o agroturismo, que além
de ser uma alternativa econômica para o proprietário rural, é uma fuga das
tensões da cidade e aprendizado de como é o cotidiano rural. Outro importante
fator para a expansão da atividade turística do município é a atuação efetiva do
Convention & Visitors Bureau, organismo que tem como função principal
apoiar, fomentar e viabilizar a captação de eventos e turistas.
Por fim, entende-se que o município de Ilhéus possui condições
geográficas, climáticas, paisagísticas, culturais, ambientais, sociais e históricas
favoráveis ao desenvolvimento da atividade turística, que pode ser compatível
com desenvolvimento sustentável, desde que desenvolvidos a partir de uma
nova forma de produção e consumo desta atividade.
O presente trabalho mostra os resultados da Análise da Adequação da
Oferta de Hospedagem ao Perfil do Turista de Ilhéus, sendo um instrumento
que permitirá a todos os agentes envolvidos com o turismo local e regional
Excluído: ¶
157
conhecerem seu cliente (turista), seus anseios e necessidades em relação aos
meios de hospedagem, para, então, formular estratégias visando a obter uma
posição sólida nesse mercado cada vez mais competitivo.
Com uma queda no movimento durante a baixa estação de cerca de
70%, a rede hoteleira de Ilhéus precisa investir no turismo de negócios ou
eventos como uma alternativa de mercado viável. A Ilheustur acredita que,
devidamente estimulado, o turismo de negócios pode resultar em um
incremento de até 35% no contingente de mão-de-obra do setor, entre outros
ganhos indiretos. É importante ressaltar que a sazonalidade estimula a
superconcentração espacial e a tendência à superexploração da atividade.
Para fazer face a essa característica negativa, a experiência tem indicado a
adoção de duas alternativas: ampliar as estações e diversificar os atrativos.
Uma sensibilidade ambiental crescente vem estimulando, com mais
freqüência, os esforços no sentido de proteger, conservar e valorizar tanto o
meio natural como o sociocultural, o que tenderá a produzir efeitos sobre a
visão empresarial de busca de lucro no curto prazo e implicará a valorização do
planejamento de longo prazo como pré-requisito para o sucesso empresarial
(Gottschall, 2001). A conscientização ambiental tem alcançado também o setor
de alojamentos turísticos, com a valorização das restaurações ou reformas em
substituição à construção de novos hotéis.
Excluído: ¶
Excluído: encarar
Excluído:
158
Mudanças no perfil do consumidor, que passa a incorporar novos
valores e estilos de vida, compõem também o novo cenário no qual o turismo
se insere. Conscientização ecológica, estilo de vida pró-ativo, valorização do
próprio tempo e estilo de consumo mais consciente serão algumas O modelo
de exploração do turismo deve ser sustentável.
Enfim, por assim considerar, os resultados obtidos neste trabalho
mostram que a oferta turística da Cidade de Ilhéus, em especial a de
hospedagem, não se mostra em perfeita adequação em relação ao perfil do
seu turista e possivelmente tal discrepância é parcialmente responsável pelo
baixo desempenho da atividade turística no Município. Os prestadores de
serviço da hotelaria ilheense terão que adequar seus serviços ao perfil dos
turistas que hoje consomem seus serviços, ou tentar captar turistas cujo perfil
seja compatível com os serviços hoje oferecidos; só assim haverá uma
necessária compatibilidade entre oferta e demanda na hotelaria de Ilhéus.
Excluído: ¶
Excluído: <sp>
Excluído: Enfim, por assim considerar, conclui-se que a oferta turística da Cidade de Ilhéus, em especial a de hospedagem, perfil do seu turista e possivelmente tal inadequação é parcialmente reponsável pelo baixo desempenho da atividade turística no Município.
159
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Excluído: ¶
Excluído:
165
Anexo I
Evolução da Demanda e da Oferta Turísticas em Ilhéus
Demanda
Perfil/Anos 1999 2000 2001 2002 � Origem Nacional 98,2% 94,5% 98,4% 95,5% Internacional 1,8% 4,5% 1,6% 4,5% � Sexo Masculino 69,7% 64,8% 58,3% 60,7% Feminino 30,3% 35,2% 41,7% 39,3% � Faixa Etária Media 37 anos 40 anos 36 anos 39 anos � Ocupação principal Comerciante 12,1% 13,2% 13,0% 12,7% Estudante 9,4% 14,6% 8,3% 10,5% Professor 8,6% 9,4% 10,4% 11,5% Funcionário Publico 20,1% 17,5% 17,2% 24,0% � Renda media (US$) 2.103,77 2.000,00 1.012,00 1.195,00 � Forma de Viajar Com familiares 61,6% 56,2% 74,1% 66,0% Com amigos 12,2% 30,4% 12,7% 13,6% Sozinho 26,2% 12,6% 13,2% 20,4% � Meio de Transporte Utilizado Ônibus 25,6% 32,6% 35,4% 25,4% Automóvel 47,7% 41,8% 33,5% 40,2% Avião 25,8% 25,6% 28,1% 34,4% � Meio de Hospedagem Casa de Parentes/amigos 39,4% 43,2% 42,2% 38,6% Pousadas 25,5% 30,4% 28,1% 34,8% Hotéis 13,3% 16,1% 17,2% 18,5% � Motivação da Viagem Atrativos Naturais 90,6% 91,1% 90,6% 91,2% � Permanência Media (dias) 9,7 dias 7,3 dias 7,1 dias 6,6 dias � Gasto Médio Realizado (US$) 21,54 15,50 18,50 17,10
Oferta Turística
Décadas Principais Características 1970 � Inexistência de políticas publicas para o turismo
� Cidade atraía apenas veranistas (casas para aluguel) � Parque hoteleiro se resumia a apenas 5 hotéis. Ilhéus recebe grande
fluxo turístico por causa da novela Gabriela � Novela Gabriela, da Rede Globo, estimula a criação de uma empresa
municipal de turismo.
1980 � Criação da Empresa Municipal de Turismo( Ilheustur) � Boom turístico em Porto Seguro-Ba � Grupos suíços investem na hotelaria de Ilhéus � Surge grande especulação imobiliária na Cidade
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
166
Oferta Turística
Décadas Principais Características 1990 � O turismo se torna objeto de interesse dos empresários locais, dada a
crise agrícola existente � Novela Renascer, da Rede Globo, coloca Ilhéus na mídia novamente � Ilhéus recebe grande fluxo turístico por causa da Novela � Desenvolve-se modelo empírico na administração dos negócios
relacionados ao turismo
2000 � Criação da Secretaria de Turismo (Setur) � Inicia-se fase mais profissional do turismo ilheense � Há escassez de recursos financeiros para financiamentos � Trade turístico percebe mudanças no perfil do turista, surgindo o turismo
de eventos na cidade.
Fonte: Palestra proferida pelo Sr. Gerson Marques, Assessor de Marketing da Ilheustur, na Faculdade de Ciências e Tecnologia-Itabuna (Ba), em 31 de outubro de 2002.
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Excluído: Anexo I¶¶Evolução da Demanda e da Oferta Turísticas em Ilhéus – 1999 a 2002¶¶Demanda ... [4]
167
Anexo II
Lei 8.181 , de 28.03.91, art 3º
I. Propor ao Governo Federal normas e medidas necessárias à execução da Política Nacional do Turismo e executar as decisões que, para esse fim, lhe sejam recomendadas;
II. Estimular as iniciativas públicas e privadas, tendentes a desenvolver o turismo interno e o do exterior para o Brasil;
III. Promover e divulgar o turismo nacional, no país e no exterior, de modo a ampliar o ingresso e a circulação de fluxos turísticos, no território brasileiro;
IV. Analisar o mercado turístico e planejar o seu desenvolvimento, definindo as áreas, empreendimentos e ações prioritárias a serem estimuladas e incentivadas;
V. Fomentar e financiar, direta e indiretamente, as iniciativas, planos, programas e projetos que visem o desenvolvimento da indústria de turismo, controlando e coordenando a execução de projetos considerados como de interesse para a indústria do turismo;
VI. Estimular e fomentar a ampliação, diversificação, reforma e melhoria da qualidade da infra-estrutura turística nacional;
VII. Definir critérios, analisar, aprovar e acompanhar os projetos de empreendimentos turísticos que sejam financiados ou incentivados pelo Estado;
VIII. Inventariar, hierarquizar e ordenar o uso e a ocupação de áreas e locais de interesse turístico e estimular o aproveitamento turístico dos recursos naturais e culturais que integram o patrimônio turístico, com vistas à sua preservação;
IX. Estimular as iniciativas destinadas a preservar o ambiente natural e a fisionomia social e cultural dos locais turísticos e das populações afetadas pelo seu desenvolvimento, em articulação com os demais órgãos e entidades competentes;
X. Cadastrar as empresas, classificar os empreendimentos dedicados às atividades turísticas e exercer função fiscalizadora, nos termos da legislação vigente;
XI. Promover, junto às autoridades competentes, os atos e medidas necessários ao desenvolvimento das atividades turísticas, à melhoria ou ao aperfeiçoamento dos serviços oferecidos aos turistas e à facilitação do deslocamento de pessoas no território nacional, com finalidade turística;
XII. Celebrar contratos, convênios, acordos e ajustes com organizações e entidades públicas ou privadas nacionais, estrangeiras e internacionais, para a realização dos seus objetivos;
XIII. Realizar serviços de consultoria e de promoção destinados ao fomento da atividade turística;
XIV. Patrocinar eventos turísticos; XV. Conceder prêmios e outros incentivos ao turismo; XVI. Participar de entidades nacionais e internacionais de turismo.
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Excluído: ...................,
Excluído: 1999 ¶¶Origem¶¶Nacional - 98,23%¶Internacional – 1,77%¶¶Sexo: 69,70% Homens¶ 30,30% Mulheres¶¶Faixa etária média : 37 anos 36 a 50 anos (42,39%) 26 a 35 anos (26,22%)¶¶Ocupação principal: comerciante 12,09%¶ Estudante 9,38%¶ Professor 8,15%¶¶Renda média: US$2.103,77 ¶¶Forma de viajar: c/ família 61,55%¶ Só 26,22%¶ ¶¶Meio de transporte: Automóvel 47,96%¶ Avião 25,82%¶ Ônubus 25,68%¶¶Meio de hospedagem 39,40% casa de amigos e familiares¶ 25,54 % pousadas¶ 13,32% hotéis ¶¶Motivação da viagem: Atrativos naturais: 90,62%¶¶Permanência Média: 9,74 dias¶¶ ¶Gastos Médio Realizado: RS$21,58¶ ¶ ¶ ¶¶¶Demanda turística para Ilhéus - ¶¶¶2000 ¶¶Origem¶¶Nacional - 94,5% Bahia 21,2% São Paulo 20,9% MG 13,6% DF 13,2% ¶Internacional – 4,5%¶ ... [5]
168
ANEXO III
MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO DE HOTÉIS ABIH / EMBRATUR
1 ITENS GERAIS 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★ SL
1.1 POSTURAS LEGAIS 1.1.1 Posturas municipais, estaduais e federais
aplicáveis, comprovadas pelos registros, inscrições e documentações exigidos, especialmente com referência a “Habite-se”, “Alvará de Localização e Funcionamento”, registro como empresa hoteleira e prova de regularidade perante as autoridades ambientais, sanitárias e concessionárias de serviços públicos.
���� ���� ���� ���� ���� ����
1.1.2 Legislação quanto à proteção contra incêndio, dispondo de equipamentos e instalações exigidos pelas autoridades competentes e prevendo rotas de fuga, iluminação de emergência e providências em situações de pânico.
���� ���� ���� ���� ���� ����
1.1.3 Elevadores para passageiros e para Carga/serviço em prédio de quatro ou mais pavimentos, inclusive o térreo, ou conforme as posturas municipais.
���� ���� ���� ���� ���� ����
1.1.4 Exigências da EMBRATUR, constantes da legislação de turismo, referentes a:
a) Registro do hóspede, por intermédio de Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH
���� ���� ���� ���� ���� ����
b) Fornecimento mensal do Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH, preenchido
���� ���� ���� ���� ���� ����
c) Fornecimento de Cartão do Estabelecimento com o nome do hóspede e período de hospedagem.
���� ���� ����
d) Placa de classificação fixada no local determinado pela ABIH/EMBRATUR
���� ���� ���� ���� ���� ����
e) Divulgação e explicitação dos compromissos recíprocos para com o hóspede através de: e.1) Regulamento Interno, com direitos e
deveres do hóspede; e.2) Serviços e preços oferecidos, incluídos,
ou não, na diária, divulgados na forma da legislação
���� ���� ���� ���� ���� ����
f) Meios para pesquisar opiniões e reclamações dos hóspedes e solucioná-las.
���� ���� ���� ���� ���� ����
1.1.5 Facilidades construtivas, de instalações e de ���� ���� ���� ���� ���� ����
Excluído: ¶
Excluído: Anexo III¶¶FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – HOTÉIS/POUSADAS¶<sp>¶UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC ¶UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA¶MESTRADO EM CULTURA E TURISMO¶¶¶
Prezado Sr(a)., ¶¶¶
Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO ADEQUAÇÃO DA OFERTA DE HOSPEDAGEM AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em HospedagemDO TURISTA DE ILHÉUS “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho.¶¶Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos¶Fone: (73) 9981-0291¶E-mail: [email protected]¶¶¶¶Hotel/Pousada ... [6]
169
uso, para pessoas com necessidades especiais, de acordo com a NBR 9050 - 1994, em prédio com projeto de arquitetura aprovado pela Prefeitura Municipal, como meio de hospedagem, após 12 de agosto de 1987. NOTA: No caso de projetos anteriores, o meio de hospedagem deverá dispor de sistema especial de atendimento.
1.2 SEGURANÇA 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★
SL 1.2.1 Meios para controle do uso dos cofres ���� ���� ����
1.2.2 Circuito interno de TV ou equipamento de segurança
���� ���� ����
1.2.3 Gerador de emergência com partida automática
���� ����
1.2.4 Rotas de fuga sinalizadas nas áreas sociais e restaurantes
���� ���� ���� ����
1.2.5 Serviço de segurança no estabelecimento, por intermédio de: a) pessoal com formação adequada, próprio ou
contratado, e com dedicação exclusiva ���� ����
b) porteiro (admite-se acúmulo de funções) ���� ���� ���� ���� 1.2.6 Preparo para lidar com situações de incêndio e pânico (assalto, explosão,
inundação e outros) a) com equipes predeterminadas, com
treinamento específico (Brigadas) ���� ���� ����
b) com treinamento geral do pessoal ���� ���� ���� 1.2.6 Preparo para lidar com situações de incêndio
e pânico (assalto, explosão, inundação e outros)
1.2.7 Cobertura contra roubos, furtos e responsabilidade civil
���� ���� ���� ����
1.2.8 Disponibilização de serviços qualificados de segurança particular
����
1.2.9 Sistema eletrônico de detecção da presença do hóspede em todas as áreas do Meio de Hospedagem
����
1.3 SAÚDE / HIGIENE 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★
SL 1.3.1 Serviço de atendimento médico de urgência ���� ���� ����
1.3.2 Tratamento de resíduos ���� ���� ���� ���� ���� ����
1.3.3 Imunização permanente contra insetos e roedores
���� ���� ���� ���� ���� ����
1.3.4 Higiene do ambiente, das pessoas e dos serviços
���� ���� ���� ���� ���� ����
1.3.5 Higienização do alimento “in natura” antes do armazenamento
���� ���� ����
1.3.6 Higienização adequada de equipamentos ���� ���� ���� ���� ���� ����
Excluído: ¶
170
(roupas de cama / mesa / banho; louças e talheres; sanitários)
1.3.7 Tratamento de água ���� ���� ���� ���� ���� ���� 1.4 CONSERVAÇÃO / MANUTENÇÃO 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★
SL 1.4.1 Todas as áreas, equipamentos e instalações
em condições adequadas de conservação /manutenção
���� ���� ����
1.5 ATENDIMENTO AO HÓSPEDE 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★
SL 1.5.1 Instalações e equipamentos com nível de
sistemas capazes de assegurar maior comodidade aos hóspedes.
���� ����
1.5.2 Abertura de cama ���� ����
1.5.3 Disponibilização gratuita em 100% das unidades de cesta de frutas e/ou outras cortesias especiais.
���� ����
1.5.4 Roupa lavada e passada no mesmo dia ���� ����
1.5.5 Procedimento para atendimento especial para autoridades e personalidades.
���� ���� ����
1.5.6 Facilidades de atendimento para minorias especiais (fumantes, idosos, pessoas portadoras de deficiências físicas e/ou com necessidades especiais, alimentação especial, etc.).
���� ���� ����
1.5.7 Detalhes especiais de cordialidade no atendimento.
���� ���� ����
1.5.8 Estabelecimento de critérios para qualificação dos funcionários bi e trilingües
���� ���� ����
1.5.9 Estabelecimento de critérios para qualificação dos funcionários que interagem com o público.
���� ���� ���� ����
Excluído: ¶
171
ANEXO IV
Resultados Econômicos
Balanço de Serviços - Conta Turismo do Brasil - 1980/2000
Fonte: Embratur / Bacen Notas:(1) - Dados fornecidos:Banco Central do Brasil (2) - Dados estimados através de pesquisas (3) - Banco Central / Embratur
Anos Receita Despesa Saldo 1980(2) 1.794.363 1.159.909 634.454 1981(2) 1.726.726 1.299.674 425.052 1982(2) 1.607.739 1.506.728 101.011 1983(2) 1.532.647 839.022 693.625 1984(2) 1.511.508 938.631 572.877 1985(2) 1.492.639 1.194.139 298.500 1986(2) 1.527.222 1.464.287 62.935 1987(2) 1.502.393 1.249.309 253.084 1988(2) 1.642.759 1.084.032 558.727 1989(1) 1.224.821 750.863 473.958 1990(1) 1.444.171 1.559.079 (114.908) 1991(1) 1.558.800 1.223.569 335.231 1992(2) 1.307.065 - - 1993(1) 1.091.419 1.892.027 (800.608) 1994(1) 1.924.800 2.930.900 (1.006.100) 1995(3) 2.097.100 3.411.900 (1.314.800) 1996(3) 2.469.146 4.438.000 (1.968.854) 1997(3) 2.594.884 5.446.000 (2.851.116) 1998(3) 3.678.029 5.732.000 (2.053.971) 1999(3) 3.994.144 3.085.000 909.144 2000(3) 4.227.606 3.893.000 334.606
Excluído: ¶
Excluído:
172
ANEXO V
ESTRUTURA POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS DA COSTA DO CACAU
Densidade População Urbana Rural Área
demográfica Municípios
Total Homem Mulher Homem Mulher (km2) ( hab/km2 )
Estado da Bahia 13.070.250 4.227.922 4.544.426 2.234.111 2.063.791 567.295,0 23,0
Canavieiras 35.322 12.912 13.431 5.035 3.944 1.380,5 25,59
Ilhéus 222.127 78.680 83.445 31.765 28.237 1.847,7 120,22
Itacaré 18.120 4.036 3.915 5.578 4.591 732,9 24,72
Santa Luzia 15.503 4.244 4.085 4.003 3.171 788,1 19,67
Una 31.261 7.729 7.545 8.868 7.119 1.163,5 26,87
Uruçuca 20.323 6.917 7.241 3.434 2.731 338,9 59,97
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000
Excluído: ¶
173
ANEXO VI
SISTEMA DE TURISMO (SISTUR) DISTRIBUIÇÃO Modelo Empírico
OFERTA MERCADO DEMANDA
SUPERESTRUTURA : Ordenação Jurídico-Administrativa
Procura de meios de transportes, bens de consumo e equipamentos receptivos. I. VARIÁVEIS ENDÓGENAS
• Área de captação do consumidor (origem da viagem)
• Meios de transporte utilizados na viagem • Tipologia da viagem • Tempo de permanência • Solicitação e tipologia dos equipamentos
solicitados • Atividades de recreação • Motivações, preferências e necessidades
do fluxo • Freqüência da visita • Estrutura de gastos do consumidor II. VARIÁVEIS EXÓGENAS Estratificação socioeconômica do fluxo turístico na área receptora: sexo, renda pessoal, ocupação principal, grau de instrução e outros.
I. ORIGINAL E DIFERENCIAL
(Atrativos turísticos) • Naturais • Culturais • Artificiais II. AGREGADA (Serviços) • Transportes • Intermediação de Serviços, Agências de
Viagens e Operadoras Turísticas
Equipamentos receptivos de alojamento hoteleiro, extra-hoteleiro e
complementares de recreação, alimentação e promoção.
I. + II. = produto turístico
P R O D U Ç Ã O
C O N S U M O
INFRA-ESTRUTURA : básica de acesso / básica urbana
Excluído: ¶
174
Apêndice A
FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – HOTÉIS/POUSADAS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA
MESTRADO EM CULTURA E TURISMO
Prezado Sr(a)., Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho. Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Fone: (73) 9981-0291 E-mail: [email protected]
Hotel/Pousada
Endereço
Função do Respondente Tempo na Empresa
Favor indicar a existência/quantidade, neste meio de hospedagem, dos itens abaixo:
• Número total de UH’s • Taxa Média de Ocupação
Baixa estação Alta Estação • Tipos de Unidades Habitacionais Disponíveis Aptos. Single
Aptos. Conjugados
Chalés Suíte Presidencial
Outros
• Tamanho das Unidades Habitacionais Disponíveis (em m2) Aptos. Single
Aptos. Conjugados
Chalés Suíte Presidencial
Outros
• Valor das Diárias (Tabela) na alta estação (em R$) Aptos. Single
Aptos. Conjugados
Chalés Suíte Presidencial
Outros
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
175
• Classificação EMBRATUR / Outra Classificação Simples Econômico Turístico Superior Luxo Plus Super
Luxo
• Serviços, equipamentos e instalações Circuito interno TV Aud itório / Sala de Reuniões Internet na Unidade Habitacional UH’s p/ pessoas c/necessidades
especiais
TV a cabo Recepção Bi/Trilíngüe Gerador de emergência Sistema Gerencial Informatizado Lavanderia Room Service 24 h Restaurante Escritório Virtual Sistema Reservas Internet Frigobar Ar Condicionado Piscina Salão de Jogos Estacionamento/Garagem Loja de Conveniências Ramais Telefônicos Salão de Beleza Bar Serviço Médico Cama King Size TV / Vídeo/ DVD Hidromassa-gem Sonorização na UH Acessórios p/ banho/higiene Tratamento Paisagístico Mesa de trabalho na UH Sala de Ginástica Sala de Leitura Agência de turismo Locadora de Veículos Câmbio Lixo seletivo
• Facilidades de meios de pagamento Cash Cheque Cartão de
Débito Cartão de
Crédito Fatura
• Acessibilidade Difícil acesso Acesso não
pavimentado Acesso
pavimentado
• Meios de transporte Público Eventual Público Regular Próprio
• Distância do mar Acima de 1.000 m De 500 a 1.000 m Inferior a 500 m
• Atrativos Turísticos Atrativos naturais e culturais não formatados
Atrativos naturais ou culturais formatados
Atrativos naturais e culturais formatados
• Tipo de cozinha oferecida Cozinha Popular Cozinha Regional Cozinha
Internacional
• Vínculo com produtos turísticos locais/regionais Sim Não Tipo
• Programa/Ação de Responsabilidade social / Sim Não Tipo
• Opinião sobre o ponto forte Ilhéus Hotel/Pousada
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
176
• Opinião sobre o aspecto que mais precisa de melhorias Ilhéus Hotel/Pousada
• Observações/Comentários
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
177
Apêndice B
FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – TURISTAS (Hóspedes)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA
MESTRADO EM CULTURA E TURISMO
Prezado Sr(a)., Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo, portanto, seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho. Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Fone: (73) 9981-0291 E-mail: [email protected]
_______________________________________________________________
• Dados Pessoais
Sexo Masculino Feminino
Profissão Cidade de Origem
Estado Civil Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Outros
Faixa Etária (anos) 15 a 19 40 a 49 20 a 29 50 a 59 30 a 39 Acima de 60
Renda Média (R$) Até 500,00 + 3.000,00 a 5.000,00 + 500,00 a 1.000,00 + 5.000,00 a 10.000,00 + 1.000,00 a 3.000,00 Acima de 10.000,00
Escolaridade 1o grau Incompleto 2o grau Comp. 1o grau Completo Superior Incompleto 2o grau Incomp. Superior Completo Especialização Mestrado/Doutorado
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
178
Previsão Permanência (dias) Gasto médio/dia (R$)
Costuma viajar: Só c/Acompanhante Família Amigos Excursão
Três (03) principais motivos que o (a) levaram a vir a esta Cidade Propaganda (TV, Revistas, Jornais, etc.)
Atrativos Históricos
Indicação de amigos/parentes Manifestações populares Atrativos Naturais Literatura Jorge Amado Curiosidade Preços atraentes Negócios Eventos
Meio de Transporte utilizado Veículo próprio Ônibus Avião Outros
Outras Cidades da Região que pretende visitar Itacaré Una Canavieiras Itabuna Outra(s)
• Opinião
Favor atribuir, em sua opinião, notas de 01 a 05 em relação aos itens abaixo, referentes à Cidade de Ilhéus e a este meio de hospedagem:
01 Observações/Comentários Expectativa quanto à oferta turística de Ilhéus 1 2 3 4 5 antes de chegar 02
Primeira impressão ao chegar à Cidade 1 2 3 4 5 03
Primeira impressão ao chegar ao Hotel/Pousa- 1 2 3 4 5 da 04
Qualidade do atendimento na Recepção 1 2 3 4 5 05
Sistema de Reservas 1 2 3 4 5 06
Localização do Hotel/Pousada 1 2 3 4 5 07
Infraestrutura Geral do Hotel/Pousada (Lobby, 1 2 3 4 5 Room-Service, Área de Lazer, etc.) 08
Infraestrutura das Unidades Habitacionais 1 2 3 4 5 (tamanho, conforto, decoração, etc.) 09
Qualidade dos Serviços (agilidade, padrão, cor- 1 2 3 4 5 dialidade) 10
Preços praticados (em relação aos serviços) 1 2 3 4 5 11
Facilidades de meios de pagamento disponí- 1 2 3 4 5 veis 12
Recursos tecnológicos à disposição do hóspe- 1 2 3 4 5 de (telefone, internet, escritório virtual, etc.)
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
179
13
Atrativos turísticos do Hotel/Pousada (lazer/en- 1 2 3 4 5 tretenimento, parque aquático, esportes, etc.) 14
Participação do Hotel/Pousada em atividades/ 1 2 3 4 5 Programas de proteção ambiental 15
Participação do Hotel/Pousada em atividades/ 1 2 3 4 5 Programas de valorização da cultura regional 16
Disponibilização de serviços inovadores / criati- 1 2 3 4 5 vos, não disponíveis nos concorrentes 17
Serviço do Restaurante 1 2 3 4 5 18
Padronização de atendimento dos funcionários 1 2 3 4 5 Em Geral
• Opinião sobre o ponto forte Ilhéus Hotel/Pousada
• Opinião sobre o aspecto que mais precisa de melhorias Ilhéus Hotel/Pousada
• Pretende retornar a esta Cidade/Hotel-Pousada em outra oportunidade?
• Observações / Comentários
Excluído: ¶
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
180
Apêndice C
TABELAS DA PESQUISA – MEIOS DE HOSPEDAGEM
Tabela 1 . Classificação dos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Classificação (*) % Econômico 33,33 Turístico 66,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
(*) Considerados segundo critérios ABIH/EMBRATUR, mesmo que não oficialmente classificados. Tabela 2 . Taxa Média de ocupação verificada nos equipamentos de hospedagem pesquisados .
Taxa de Ocupação Média (%) Baixa Estação 23,75 Alta Estação 76,25 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 3 . Percentual de Tipos de UH’s disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Tipo UH's %
Single 86,73 Conjugado 1,42 Chalés 0,00 Suite Presidencial 2,37 Outros 9,48 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Excluído: ¶
181
Tabela 4. Tamanho Médio das UH’s disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Tamanho UH's Média (m2) Single 18,00 Conjugado 18,00 Chalés 26,00 Suite Presidencial 21,00 Outros 18,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 5. Valor médio das diárias cobradas na alta estação, nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Tipo UH's Diária (R$) Single 96,00 Conjugado 66,00 Chalés 0,00 Suíte Presidencial 86,00 Outros 39,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 6. Serviços oferecidos nos equipamentos de hospedagem pesquisados
Serviços % Acessórios p/ banho 25,00 Agência de Turismo 0,00 Ar Condicionado 100,00 Auditório/Sala de Reuniões 50,00 Bar 66,67 Cama King Size 8,33 Câmbio 0,00 Circuito Interno de TV 8,33 Coleta Seletiva do Lixo 8,33 DVD nas UH’s 0,00 Escritório Virtual 8,33 Estacionamento/Garagem 83,33 Fone nas UH’s 100,00 Frigobar 100,00 Gerador de Emergência 8,33
Excluído: ¶
182
Hidromassagem 0,00 Internet em Espaço Público 25,00 Internet nas UH’s 0,00 Lavanderia 8,33 Locadora de Veículos 0,00 Loja de Conveniências 16,67 Mesa de trabalho nas UH’s 58,33 Paisagismo 83,33 Piscina 83,33 Recepcionista Bilíngue 16,67 Reservas via Internet 100,00 Restaurante 66,67 Room Service 24 h 16,67 Sala de Ginástica 0,00 Sala de Leitura 33,33 Salão de Beleza 0,00 Salão de Jogos 16,67 Serviço Médico 0,00 Sistema Gerencial Informatizado 100,00 Som nas UH’s 83,33 TV a Cabo 8,33 TV nas UH’s 100,00 UH's p/ Necessidades Especiais 8,33 Vídeo nas UH’s 8,33 Outros 16,67
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 7. Opções de pagamento disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Opções de Pagamento % Cash 100,00 Cheque 100,00 C.Débito 100,00 C.Crédito 100,00 Fatura 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Excluído: ¶
183
Tabela 8. Acessibilidade dos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Acesso % Difícil 0,00 Não pavimentado 8,33 Pavimentado 91,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 9. Meios de transporte disponíveis para acesso aos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Transporte % Público Eventual 0,00 Público Regular 91,67 Próprio 8,33 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 10. Distância do mar, em relação aos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Distância do Mar % Acima 1000 m 0,00 De 500 a 1000 m 8,33 Inferior a 500 m 91,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 11. Atrativos Turísticos, naturais e/ou culturais, encontrados equipamentos de hospedagem pesquisados.
Atrativos Turísticos % Naturais/culturais não formatados 33,33 Naturais ou culturais formatados 25,00 Naturais e culturais formatados 41,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Excluído: ¶
184
Tabela 12. Tipo de culinária oferecida nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Cozinha % Popular 0,00 Regional 83,33 Internacional 16,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 13. Existência de vínculos com produtos turísticos locais/regionais, e/ou programas de responsabilidade social/ambiental nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Vínculo c/ Comunidade % Produto Turístico local/Regional 25,00 Programa Responsabilidade social/ambiental 8,33 Nenhum 66,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 14. Principal atrativo da Cidade de Ilhéus, na opinião dos geren- tes/hoteleiros entrevistados.
Ilhéus
Ponto Forte % Beleza Natural 75,00 Praias 25,00 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Excluído: ¶
185
Tabela 15. Aspectos que carecem de melhorias na Cidade de Ilhéus, na opinião dos gerentes/hoteleiros entrevistados.
Ilhéus
Ponto Fraco % Limpeza Pública 8,70 Segurança Pública 8,70 Atrações Noturnas 8,70 Divulgação Poder Público 26,09 Investimentos/Infraestrutura 30,43 Apoio do Poder Público 17,39 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 16. Principal atrativo dos meios de hospedagem pesquisados, na opinião dos gerentes/hoteleiros.
Hotel/Pousada
Ponto Forte % Localização 66,67 Boa Infraestrutura 20,00 Qualidade dos Serviços 13,33 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 17. Aspectos que carecem de melhorias nos meios de hospedagem pesquisados, na opinião dos gerentes/hoteleiros.
Hotel/Pousada
Ponto Fraco % Falta Sala Reuniões/Auditório 13,33 Modernização Tecnológica 66,67 Divulgação/Marketing 13,33 Sauna/Sala de Ginástica 6,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Excluído: ¶
186
Apêndice D
TABELAS DA PESQUISA – TURISTAS (Hóspedes)
Tabela 18. Perfil dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Aspectos Pessoais % Sexo 100,00
Masculino 54,24 Feminino 45,76
Faixa Etária 100,00
15 a 19 3,39 20 a 29 27,12 30 a 39 44,07 40 a 49 11,86 50 a 59 8,47 Acima de 60 5,08
Nível de Escolaridade 100,00 1o grau Incompleto 0,00 1o grau Completo 3,39 2o grau Incompleto 3,39 2o grau Completo 23,73 Superior Incompleto 11,86 Superior Completo 50,85 Especialização 0,00 Mestrado/Doutorado 10,17
Estado Civil 100,00 Solteiro 27,12 Casado 57,63 Divorciado 10,17 Outros 5,08
Nível de Sociabilidade 100,00
Viajando desacompanhado 11,86 Com Acompanhante 37,29 Com a Família 40,68 Com Amigos 10,17 Excursão 0,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Excluído: ¶
187
Tabela 19. Ocupação principal dos turistas entrevistados nos meios de hospe- dagem pesquisados.
Ocupação / Profissão % Professor 13,56 Estudante 11,86 Funcionário Público 8,47 Empresário 6,78 Administrador 6,78 Médico 5,08 Farmacêutico 5,08 Enfermeiro 5,08 Dona de Casa 5,08 Odontólogo 3,39 Comerciante 3,39 Biólogo 3,39 Assistente Social 3,39 Advogado 3,39 Outros 15,25 Total 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 20. Procedência (Residência) dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Cidades de Origem (%)
Aracaju (SE) 2,44 B. Horizonte (MG) 3,66 Betim (MG) 1,22 Brasília (DF) 14,63 Campinas (SP) 2,44 Campo Grande (MS) 3,66 Colatina (ES) 1,22 Fortaleza(CE) 1,22 Goiânia (GO) 13,41 Itapetinga (BA) 3,66 Jequié (BA) 3,66 Maceió (AL) 1,22 Maringá (PR) 1,22 Salvador (BA) 14,63 São Paulo (SP) 18,29 V. Conquista (BA) 6,10 Vitória (ES) 7,32 Total 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Excluído: ¶
188
Tabela 21. Pólos emissores (por região) dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Região e Estados de Origem (%) Norte 0,00
Nordeste 6,78 Alagoas 1.69 Bahia 1,69 Ceará 1,69 Sergipe 1,69
Sudeste 47,46 Espírito Santo 10,86 Minas Gerais 28,81 São Paulo 28,81
Centro-Oeste 44,07 Distrito Federal 20,34 Goiás 18,64 Mato Grosso do Sul 5,08
Sul 1,69 Paraná 1,69 Rio Grande do Sul 0,3 Santa Catarina 0,9
Internacional 0,00 Total 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 22. Informações econômico-financeiras dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados (médias).
Variáveis % Permanência na Localidade 4,83 Gasto Aproximado/dia na Localidade (R$) 147,46 Pessoas Incluídas nos Gastos 02 Gasto per capita (R$) 74,00 Renda média dos Entrevistados (R$) 2.180,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 23. Demanda turística para meios de transporte segundo turistas entre- vistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Tipos de Transporte % Automóvel 52,54
Avião 28,81
Ônibus 18,64
Outros 0,00
Total 100.00 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Excluído: ¶
189
Tabela 24. Motivação da Viagem dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Atrativos %
Atrativos Históricos 9,02 Atrativos Naturais 29,32 Curiosidade 12,03 Eventos 0,75 Indicação de amigos/parentes 12,78 Literatura Jorge Amado 19,55 Manifestações populares 0,75 Negócios 4,51 Preços atraentes 0,00 Propaganda (revistas,jornais, midia em geral) 10,53 Outras 0,75
Total 100,00 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 25. Intenção de visita a outras cidades da região, pelos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Cidades %
Pólo Costa do Cacau Canavieiras 23 Itabuna 6 Itacaré 42 Olivença 4 Una 14 Outras Porto Seguro 8
Nenhuma 3 Total Geral 100
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Excluído: ¶
Excluído: APÊNDICE B¶¶Resultados Econômicos¶Balanço de Serviços - Conta Turismo do Brasil - 1980/2000¶Anos ... [7]
174
Página 21: [1] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 18/12/2003 01:07:00
O turismo difere das demais atividades
econômicas fundamentalmente pelo seu tipo de
produção, que obriga o consumidor deslocar-se para
consumi-lo. É composto por elementos e percepção
intangíveis e sentido pelo consumidor como uma
experiência. O produto turístico não possui
limites definidos, cor, forma, embalagem,
identificado somente no ato de consumo pela
presença e necessidade do turista.
Segundo Castelli (1975), o turismo, na sua verdadeira concepção, coloca o indivíduo em contato com outras civilizações, culturas,
costumes, mentalidades e valores. Turismo engloba a infra-estrutura, os recursos naturais,
culturais, artísticos, históricos, os meios de hospedagem e os serviços complementares. É movimento, evasão, abandono do cotidiano, divertimento, desenvolvimento, descanso.
Assim, é necessário criar condições e formas que atraiam os turistas. Os
elementos do produto turístico são de primordial importância, porque
constituem o ponto sobre o qual o núcleo receptor do turismo se organiza. É
essencial também a facilidade de acomodações, serviços prestados e
informações aos turistas, as vias e os meios de transporte disponíveis, para
viabilizar economicamente a produção turística.
175
Os bens naturais e culturais (paisagem, equilíbrio ecológico, patrimônio
histórico, usos e costumes) são essenciais para a indústria turística. O
desequilíbrio ambiental interfere diretamente em localidades turísticas, criando
dificuldades e muitas vezes inviabilizando economicamente a produção de
Turismo de uma extensa região. E o desgaste desses valores atrativos é de
custosa e difícil recuperação, corrigido lentamente, mas sempre com certo grau
de desgaste na imagem da localidade, cuja construção é um processo de alto
3custo, envolvendo pesados investimentos em infraestrutura e marketing.
O turismo desenvolvido traz benefícios às atividades locais, como o
consumo de bens e produtos locais, além do emprego de mão-de-obra
ocupada na produção de bens e serviços, exigida na prestação de serviços
diretos ao consumidor. A ramificação e interdependência, característica própria
da produção turística, estende benefícios sociais para uma parcela maior da
população local, dando condições saudáveis de livre concorrência,
proporcionando a melhoria da qualidade dos serviços.
O desenvolvimento do turismo deve-se a diversos fatores, entre os quais
pode-se destacar a melhoria do nível de vida, maiores rendas individuais -
possibilitando às pessoas dar vazão à potencialidade de viajar, principalmente
nos países desenvolvidos - o aperfeiçoamento dos veículos de comercialização
turística e o fortalecimento de novos métodos de viagens organizadas,
minimizando os custos e oferecendo mais segurança aos viajantes. O turismo
176
atualmente deixou de se constituir um privilégio de minorias e passou a ser
uma necessidade de toda a sociedade moderna. O fenômeno pode ser visto
tanto como uma atividade econômica geradora de empregos e fonte de
recursos, como uma atividade cultural que aprimora conhecimentos mútuos,
para os turistas e aos núcleos receptores, que recebem influências dos
costumes e hábitos dos visitantes, contribuindo para o enriquecimento do ser
humano.
Segundo a Organização Mundial de Turismo-OMT1, com uma receita
anual de US$ 4,5 trilhões e atuando sobre 54 segmentos diferentes da
economia, a indústria do turismo vem crescendo velozmente, garantindo um
avanço econômico-social das mais diversas regiões e possibilitando, assim, a
expansão do mercado de trabalho. Trata-se de uma atividade econômica que
gera cerca de 192 milhões de empregos, sendo uma das maiores fontes de
ingresso de divisas para os países receptores.
O Brasil tem se destacado como um pólo turístico cada vez mais
atrativo. Carvalho (2000:2) registra que, no plano externo, o país pulou do 43o
lugar em 1994 para 29o em 1999 no que toca aos destinos turísticos mais
demandados no mundo, no concorrido ranking da OMT, com o ingresso de
aproximadamente 4,8 milhões de turistas estrangeiros no país ao ano. A meta
1 A OMT é uma instituição reconhecida como consultora do Conselho Econômico e Social da ONU-Organização das Nações Unidas, sediada em Madri, sendo um dos seus objetivos atuar como agência internacional de coordenação e cooperação para difusão do turismo.
177
nacional da Embratur2 é, até o ano 2003, aumentar o fluxo de turistas
estrangeiros para 6,5 milhões ao ano e o turismo doméstico para 57 milhões de
viajantes, gerando US$ 5,5 bilhões de receita cambial e 500 mil novos
empregos.
Embora os ataques terroristas aos Estados Unidos em 11 de setembro
de 2001, tenham gerado a expectativa de que parte do fluxo internacional de
turistas, por questões de segurança, tenderia a deslocar-se para destinos
turísticos “periféricos”, entre os quais o Brasil, os resultados preliminares do
balanço do turismo no Brasil em 2002 são catastróficos, situando o país no 34o
lugar do ranking do turismo, atrás de países como Tunísia, Polônia e Indonésia.
Segundo a Embratur (apud Antunes, p.90), apenas 3,8 milhões de estrangeiros
visitou o país, número 20% inferior ao registrado em 2001. Apesar do enorme
potencial turístico do país, tal cenário pode ser compreendido por algumas
limitações, como, por exemplo, o fato de que o país apresenta atrações que
podem ser obtidas a uma distância menor; outro dificultador é ausência de
características que tornem o Brasil único no cenário mundial, um diferencial
competitivo que confira ao país uma imagem consagrada internacionalmente.
Além disso, os graves problemas estruturais prejudicam o crescimento do
turismo: violência, poluição, trânsito caótico, a falta de informação e a
precariedade dos serviços, entre outros. A realidade é que o turista está cada
vez mais exigente. Segundo Andrade (1998:26),
2 O Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR é uma autarquia especial com sede e foro em Brasília – DF, com juriasdicao em todo o território nacional, que tem por finalidade formular, executar e fazer executar a Política Nacional de Turismo;`A EMBRATUR cabe exercer competências estabelecidas no Artigo 30 da Lei nº 8.181.
178
“... Estudos realizados para definir o perfil dos turistas concluíram que eles se apresentam psicologicamente desarmados, desejam ser bem tratados, respeitados, valorizados e de certo modo, até mesmo bajulados. Desejam evitar tudo o que os lembre que, na vida de cada dia, vivem a encontrar-se com maior número de concorrentes que de amigos”.
Quando se fala no turista mais exigente, nem sempre se trata do
consumidor de poder aquisitivo elevado que busca, em sua viagem de férias,
luxo ou ostentação. Pesquisas realizadas em outras regiões da América Latina
indicam que os visitantes, mesmo aqueles que possuem renda alta, quando
buscam o turismo de aventura, não necessariamente exigem o tratamento de
um hotel cinco estrelas, mas sim segurança e alguma comodidade. Esse
segmento de cliente vai ao Peru, por exemplo, para conhecer a história desse
país, ter contato com a vida selvagem etc. E sabe-se que esses turistas pagam
bem pelo prazer de vivenciar uma experiência diferente.
Página 55: [2] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 18/12/2003 00:38:00
Portanto, entende-se que o turismo é uma atividade situada no setor
terciário de produção e tem como principal característica a prestação de
serviços, utilizando-se dos demais setores produtivos que são responsáveis
pelo seu funcionamento. A atividade turística possui relações próprias que
integram todos os setores produtivos, caracterizando-se como um sistema.
Importante ressaltar que os produtos e serviços turísticos são oferecidos
por uma gama de produtores e fornecedores diferentes que, apesar de atuarem
179
de forma individual, são entendidos pelo turista como um todo que integra a
experiência vivencial da viagem. Uma atuação cooperada e centralizada é
necessária – apesar das peculiaridades de cada segmento – para a definição
de metas e estratégias que possibilitem o desenvolvimento sustentável, a partir
de decisões conjuntas entre empreendedores e órgãos públicos da Cidade.
O turismo deve ser concebido como atividade capaz de melhorar a
qualidade de vida da comunidade, gerando renda e emprego para as
populações local e regional sem descuidar-se da proteção ambiental e cultural,
o que constitui um modelo de desenvolvimento sustentável. Petrocchi (1998)
alerta para a importância da formação profissional dos que oferecem serviços
turísticos: “... Mas o sucesso do turismo não se alcança de forma isolada. Uma
bela praia é o ponto de partida, mas e os serviços, o conforto do cliente e a
forma de tratá-lo?”
Segundo o autor (Ibid.), ao visitar um determinado lugar o turista,
inevitavelmente, começa a avaliá-lo já no momento em que sai do avião, ou do
ônibus. Ele sente a temperatura, o clima, os ventos, aprecia a arquitetura local,
o tráfego de veículos, a beleza das construções, entre outros, até ter os
primeiros contatos com as pessoas, ou seja, com a prestação dos serviços:
observa se existe cortesia ou desrespeito, se os preços são justos, avalia as
atrações do lugar. Tudo é especial e apreciado em seus detalhes, pois ele está
180
pagando e deseja o melhor. Os visitantes são recebidos pelo sistema turístico,3
mas eles têm contato direto e pessoal com os operadores do sistema. Se estes
não compreenderem a importância do cliente e não forem treinados para
atendê-los, corre-se o risco de frustrar o atendimento e, assim, receber por
parte do visitante uma avaliação negativa, que se propaga e representa uma
ameaça ao sistema. Petrocchi conclui, então, que a sobrevivência do sistema
turístico se prende a um atendimento ao cliente no mínimo satisfatório, pois
cliente significa mercado.
Página 68: [3] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 18/12/2003 01:24:00
Propor ao Governo Federal normas e medidas necessárias à execução da Política Nacional do Turismo e executar as decisões que, para esse fim, lhe sejam recomendadas;
Estimular as iniciativas públicas e privadas, tendentes a desenvolver o turismo interno e o do exterior para o Brasil;
Promover e divulgar o turismo nacional, no país e no exterior, de modo a ampliar o ingresso e a circulação de fluxos turísticos, no território brasileiro;
Analisar o mercado turístico e planejar o seu desenvolvimento, definindo as áreas, empreendimentos e ações prioritárias a serem estimuladas e incentivadas;
Fomentar e financiar, direta e indiretamente, as iniciativas, planos, programas e projetos que visem o desenvolvimento da indústria de turismo, controlando e coordenando a execução de projetos considerados como de interesse para a indústria do turismo;
Estimular e fomentar a ampliação, diversificação, reforma e melhoria da qualidade da infra-estrutura turística nacional;
Definir critérios, analisar, aprovar e acompanhar os projetos de empreendimentos turísticos que sejam financiados ou incentivados pelo Estado;
Inventariar, hierarquizar e ordenar o uso e a ocupação de áreas e locais de interesse turístico e estimular o aproveitamento turístico dos recursos naturais e culturais que integram o patrimônio turístico, com vistas à sua preservação;
Estimular as iniciativas destinadas a preservar o ambiente natural e a fisionomia social e cultural dos locais turísticos e das populações afetadas pelo seu desenvolvimento, em articulação com os demais órgãos e entidades competentes;
3 Segundo Beni (2001), “a Teoria Geral dos Sistemas afirma que cada variável, em um sistema específico, interage com todas as outras variáveis desse sistema e com as de outros sistemas que com ele realizam operações de troca e de interação, explicando e desenhando as configurações aproximadas da dinâmica da vida real”. O Sistema Turístico pode ser melhor entendido através do diagrama constante do Apêndice D.
181
Cadastrar as empresas, classificar os empreendimentos dedicados às atividades turísticas e exercer função fiscalizadora, nos termos da legislação vigente;
Promover, junto às autoridades competentes, os atos e medidas necessários ao desenvolvimento das atividades turísticas, à melhoria ou ao aperfeiçoamento dos serviços oferecidos aos turistas e à facilitação do deslocamento de pessoas no território nacional, com finalidade turística;
Celebrar contratos, convênios, acordos e ajustes com organizações e entidades públicas ou privadas nacionais, estrangeiras e internacionais, para a realização dos seus objetivos;
Realizar serviços de consultoria e de promoção destinados ao fomento da atividade turística;
Patrocinar eventos turísticos; Conceder prêmios e outros incentivos ao turismo; Participar de entidades nacionais e internacionais de turismo.
Página 166: [4] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 17/12/2003 23:15:00
Anexo I
Evolução da Demanda e da Oferta Turísticas em Ilhéus – 1999 a 2002
Demanda Perfil/Anos 1999 2000 2001 2002
Origem Nacional Internacional
Oferta Perfil/Anos 1999 2000 2001 2002
182
Página 167: [5] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 17/12/2003 23:44:00
1999 Origem Nacional - 98,23% Internacional – 1,77% Sexo: 69,70% Homens 30,30% Mulheres Faixa etária média : 37 anos 36 a 50 anos (42,39%) 26 a 35 anos (26,22%) Ocupação principal: comerciante 12,09% Estudante 9,38% Professor 8,15% Renda média: US$2.103,77 Forma de viajar: c/ família 61,55% Só 26,22% Meio de transporte: Automóvel 47,96% Avião 25,82% Ônubus 25,68% Meio de hospedagem 39,40% casa de amigos e familiares 25,54 % pousadas 13,32% hotéis Motivação da viagem: Atrativos naturais: 90,62% Permanência Média: 9,74 dias Gastos Médio Realizado: RS$21,58
183
Demanda turística para Ilhéus - 2000 Origem Nacional - 94,5% Bahia 21,2% São Paulo 20,9% MG 13,6% DF 13,2% Internacional – 4,5% Sexo: 64,8% Homens 35,2% Mulheres Faixa etária média : 40 anos 36 a 50 anos (46,5%) 26 a 35 anos (24,2%) Ocupação principal: comerciantes 13,2% Outros % Professor 13,2% Renda média: US$2,000.00 Forma de viajar: c/ família 56,2% Com amigos 30,4% Só 12,6% Meio de transporte: Automóvel 41,8% Avião 25,6% Ônubus 32,6% Meio de hospedagem 43,2% casa de amigos e familiares 30,4 % pousadas 16,1% hotéis Motivação da viagem: Atrativos naturais: 91,1% Permanência Média: 7,3 dias Gastos Médio Realizado: RS$15,50 Demanda turística para Ilhéus - 2001
184
Origem Nacional - 98,4% Sexo: 58,3% Homens 41,7% Mulheres Faixa etária média : 36 anos 36 a 50 anos (38,0%) 26 a 35 anos (26,6%) Ocupação principal: Func.Público 17,2% Comerciantes 13,0% Estudantes 8,3% Renda média: US$1.012.00 Forma de viajar: c/ família 74,1% C/ amigos 12,7% Só ................. Meio de transporte: Automóvel 33,3% Avião 28,1% Ônubus 35,4% Meio de hospedagem 42,2% casa de amigos e familiares 28,1 % pousadas 17,2% hotéis Motivação da viagem: Atrativos naturais: 90,62% Permanência Média: 9,8 dias Gastos Médio Realizado: RS$18,50 Residência Permanente:
Residência Permanente
185
A maioria dos entrevistados que visitaram Ilhéus é de brasileiros – 95,5%. A Bahia
aparece com 25,0%, seguida de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, com
participações de 23,2%, 13,4% e 9,8% respectivamente. Em relação ao mercado
internacional, cuja participação foi de 4,5%, merece destaque a França, com
participação de 1,3%. Quadro 07.
Sexo
60,7% dos turistas são homens, contra 39,3% de mulheres. Quadro 11.
Faixa Etária
As faixas de 36 a 50 e 26 a 35 anos aparecem com percentuais de 45,5% e 26,8% cada,
seguidas da faixa de 18 a 25 anos, com 12,5%. A faixa de 51 a 65 anos aparece com
9,8%. A idade média foi de 39 anos. Quadro 16.
Escolaridade
Quanto à escolaridade, predominaram entre os turistas os portadores de nível superior e
do 2º grau, com percentuais de 51,3% e 36,6% cada. 6,3% eram portadores do 1º grau
e 3,6% pós graduados. Quadro 21.
Atividade Econômica
Os empregados do setor privado, do setor público e os profissionais liberais
aparecem com percentuais de 26,8%, 25,9% e 13,4% cada. Quadro 24.
Ocupação Principal
Quanto às ocupações, destacaram-se os funcionários públicos, os profissionais
liberais e os comerciários, com 24,6%, 11,6% e 10,7%, respectivamente. Os
comerciantes e os industriários aparecem com 7,6% cada. Quadro 28.
Freqüência da Visita
64,3% dos entrevistados que visitaram Ilhéus já conheciam a cidade, enquanto que
35,7% foram pela primeira vez. Quadro 34.
186
Permanência Média
A permanência média dos turistas foi de 6,6 dias. Quando o motivo da viagem é
visita, a permanência se eleva para 11,5 dias. No caso de negócio e passeio a
permanência média fica em 9,5 e 5,9 dias. Se é congresso, a permanência é de 5,6 dias.
Quadro 36.
Forma de Viajar
Com a família e com amigos viajaram 66,2% e 13,6% respectivamente. Sozinhos
viajaram 10,9% e em excursão 9,3%. Quadro 52.
Meio de Transporte
O automóvel foi o principal meio de transporte, utilizado por 40,2%. Aparece, em
seguida, o avião regular, utilizado por 34,4%. O ônibus de linha foi utilizado por
22,8% dos entrevistados. Quadro 56.
Meio de Hospedagem
O meio de hospedagem mais utilizado foi pousada, com 34,8% dos entrevistados. Em
seguida aparecem hotel e casa de parentes e amigos, com 28,6% e 27,2%
respectivamente. Quadro 61.
Forma de Organização da Viagem
Quanto à forma de organização da viagem, a maioria viajou de forma espontânea –
92,9%. Quadro 71.
Gasto Médio Diário Individual
O GMDI, gasto médio individual diário, foi de US$ 17,10. Os que participaram de
congresso gastaram US$ 54,60. Quadro 74. Para os hospedados em hotel, o GMDI foi
de US$ 40,20. Para os hospedados em pousada, US$ 19,80. Quadro 75. O GMDI
187
exclusivamente com hospedagem foi de US$ 13,50. Aqueles que se hospedaram em
hotel tiveram um dispêndio diário de US$ 21,80. Quadro 76.
Estrutura de Gastos
Em relação aos gastos dos entrevistados, a hospedagem e a alimentação foram os itens
de maior relevância – 30,4% e 28,1% respectivamente, seguidos de compras e
diversão, com 16,4% e 11,6% cada. Quadro 86.
Avaliação dos Preços
Entre os turistas entrevistados, 66,1% consideraram os preços normais. Outros 24,6%
consideraram elevados. 9,4% consideraram os preços baixos. Quadro 122.
Renda
13,6% dos turistas pesquisados declararam rendimentos mensais acima de US$ 2.000.
A renda média é de US$ 1.195,00. Quadro 127.
Motivo de Viagem
Passeio foi o motivo de viagem para a maioria dos entrevistados de Ilhéus, com 55,8%,
seguido de trabalho, com 20,5%. Visita foi citado por 17,4% dos entrevistados e
negócio por 3,6%. Quadro 132.
Motivação do Passeio
Os atrativos naturais predominaram entre os entrevistados que viajaram a passeio,
com 91,2%. Quadro 133.
Influência do Passeio
Em relação aos que vieram a passeio, 50,4% Já conheciam a cidade. Outros 43,2%
foram influenciados pelo comentário de parentes e amigos. Quadro 136.
188
Intenção de Retornar
Entre os entrevistados 94,2% pretendem retornar a Ilhéus. Quadro 142.
Avaliação da Cidade
Os atrativos naturais e o patrimônio histórico obtiveram 92,4% e 69,2% cada, entre
os turistas que responderam ótimo e bom. Quanto às manifestações populares, 70,1%
dos turistas não souberam classificar. Quadro 148.
Os itens dos equipamentos e serviços que mais se destacaram com a classificação de
ótimo e bom foram hospitalidade, bares e restaurantes e meios de hospedagem, com
índices de 94,7%, 69,2% e 56,7%, respectivamente. Quadro 149.
Entre os itens da infra-estrutura urbana, as comunicações, a sinalização urbana e a
segurança aparecem com 64,8%, 60,3% e 54,5% respectivamente. Esses itens
apresentaram os melhores índices, somando-se os conceitos obtidos entre ótimo e bom.
Quadro 150.
Aspectos que Agradaram ou Desagradaram os Turistas
Quanto à questão aberta sobre o que mais agradou, o item praias, atrativos naturais e
hospitalidade foram citados por 59,0%, 21,0% e 12,7%% dos entrevistados,
respectivamente. Quadro 151.
Em relação ao que menos agradou, limpeza pública, diversões noturnas, e clima e
infra-estrutura foram citados por 22,2%, 7,2%, 5,9% e 5,9% respectivamente.
Quadro 154.
Observações/sugestões Melhorar o transporte coletivo, a infra-estrutura,
os serviços telefônicos e as informações
turísticas foram algumas das várias
observações/sugestões apontadas pelos turistas
entrevistados em Ilhéus.
189
Quebra de página
Página 168: [6] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 22/12/2003 10:06:00
Anexo III
FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – HOTÉIS/POUSADAS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA
MESTRADO EM CULTURA E TURISMO
Prezado Sr(a)., Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO ADEQUAÇÃO DA OFERTA DE HOSPEDAGEM AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em HospedagemDO TURISTA DE ILHÉUS “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho. Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Fone: (73) 9981-0291 E-mail: [email protected]
Hotel/Pousada
Endereço
Função do Respondente Tempo na Empresa
Favor indicar a existência/quantidade, neste meio de hospedagem, dos itens abaixo:
Número total de UH’s Taxa Média de Ocupação
Baixa estação Alta Estação Tipos de Unidades Habitacionais Disponíveis Aptos. Single
Aptos. Conjugados
Chalés Suíte Presidencial
Outros
Tamanho das Unidades Habitacionais Disponíveis (em m2)
190
Aptos. Single
Aptos. Conjugados
Chalés Suíte Presidencial
Outros
Valor das Diárias (Tabela) na alta estação (em R$) Aptos. Single
Aptos. Conjugados
Chalés Suíte Presidencial
Outros
Classificação EMBRATUR / Outra Classificação Simples Econômico Turístico Superior Luxo Plus Super
Luxo
Serviços, equipamentos e instalações Circuito interno TV Aud itório / Sala de Reuniões Internet na Unidade Habitacional UH’s p/ pessoas c/necessidades
especiais
TV a cabo Recepção Bi/Trilíngüe Gerador de emergência Sistema Gerencial Informatizado Lavanderia Room Service 24 h Restaurante Escritório Virtual Sistema Reservas Internet Frigobar Ar Condicionado Piscina Salão de Jogos Estacionamento/Garagem Loja de Conveniências Ramais Telefônicos Salão de Beleza Bar Serviço Médico Cama King Size TV / Vídeo/ DVD Hidromassa-gem Sonorização na UH Acessórios p/ banho/higiene Tratamento Paisagístico Mesa de trabalho na UH Sala de Ginástica Sala de Leitura Agência de turismo Locadora de Veículos Câmbio Lixo seletivo
Facilidades de meios de pagamento Cash Cheque Cartão de
Débito Cartão de
Crédito Fatura
Acessibilidade Difícil acesso Acesso não
pavimentado Acesso
pavimentado
Meios de transporte Público Eventual Público Regular Próprio
Distância do mar Acima de 1.000 m De 500 a 1.000 m Inferior a 500 m
Atrativos Turísticos Atrativos naturais e culturais não formatados
Atrativos naturais ou culturais formatados
Atrativos naturais e culturais formatados
Tipo de cozinha oferecida Cozinha Popular Cozinha Regional Cozinha
Internacional
Vínculo com produtos turísticos locais/regionais Sim Não Tipo
191
Programa/Ação de Responsabilidade social / ambiental Sim Não Tipo
Opinião sobre o ponto forte Ilhéus Hotel/Pousada
Opinião sobre o aspecto que mais precisa de melhorias Ilhéus Hotel/Pousada
Observações/Comentários
192
Anexo IV
FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – TURISTAS (Hóspedes)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA
MESTRADO EM CULTURA E TURISMO
Prezado Sr(a)., Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo, portanto, seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem ““ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA DE HOSPEDAGEM AO PERFIL DO TURISTA DE ILHÉUS “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho. Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Fone: (73) 9981-0291 E-mail: [email protected]
_______________________________________________________________
Dados Pessoais
Sexo Masculino Feminino
Profissão Cidade de Origem
Estado Civil Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Outros
Faixa Etária (anos) 15 a 19 40 a 49 20 a 29 50 a 59 30 a 39 Acima de 60
Renda Média (R$) Até 500,00 + 3.000,00 a 5.000,00 + 500,00 a 1.000,00 + 5.000,00 a 10.000,00
193
+ 1.000,00 a 3.000,00 Acima de 10.000,00
Escolaridade 1o grau Incompleto 2o grau Comp. 1o grau Completo Superior Incompleto 2o grau Incomp. Superior Completo Especialização Mestrado/Doutorado
Previsão Permanência (dias) Gasto médio/dia (R$)
Costuma viajar: Só c/Acompanhante Família Amigos Excursão
Três (03) principais motivos que o (a) levaram a vir a esta Cidade Propaganda (TV, Revistas, Jornais, etc.)
Atrativos Históricos
Indicação de amigos/parentes Manifestações populares Atrativos Naturais Literatura Jorge Amado Curiosidade Preços atraentes Negócios Eventos
Meio de Transporte utilizado Veículo próprio Ônibus Avião Outros
Outras Cidades da Região que pretende visitar Itacaré Una Canavieiras Itabuna Outra(s)
Opinião
Favor atribuir, em sua opinião, notas de 01 a 05 em relação aos itens abaixo, referentes à Cidade de Ilhéus e a este meio de hospedagem:
01 Observações/Comentários Expectativa quanto à oferta turística de Ilhéus 1 2 3 4 5 antes de chegar 02
Primeira impressão ao chegar à Cidade 1 2 3 4 5 03
Primeira impressão ao chegar ao Hotel/Pousa- 1 2 3 4 5 da 04
Qualidade do atendimento na Recepção 1 2 3 4 5 05
Sistema de Reservas 1 2 3 4 5 06
Localização do Hotel/Pousada 1 2 3 4 5 07
Infraestrutura Geral do Hotel/Pousada (Lobby, 1 2 3 4 5 Room-Service, Área de Lazer, etc.) 08
Infraestrutura das Unidades Habitacionais 1 2 3 4 5 (tamanho, conforto, decoração, etc.) 09
Qualidade dos Serviços (agilidade, padrão, cor- 1 2 3 4 5 dialidade) 10
194
Preços praticados (em relação aos serviços) 1 2 3 4 5 11
Facilidades de meios de pagamento disponí- 1 2 3 4 5 veis 12
Recursos tecnológicos à disposição do hóspe- 1 2 3 4 5 de (telefone, internet, escritório virtual, etc.) 13
Atrativos turísticos do Hotel/Pousada (lazer/en- 1 2 3 4 5 tretenimento, parque aquático, esportes, etc.) 14
Participação do Hotel/Pousada em atividades/ 1 2 3 4 5 Programas de proteção ambiental 15
Participação do Hotel/Pousada em atividades/ 1 2 3 4 5 Programas de valorização da cultura regional 16
Disponibilização de serviços inovadores / criati- 1 2 3 4 5 vos, não disponíveis nos concorrentes 17
Serviço do Restaurante 1 2 3 4 5 18
Padronização de atendimento dos funcionários 1 2 3 4 5 Em Geral
Opinião sobre o ponto forte Ilhéus Hotel/Pousada
Opinião sobre o aspecto que mais precisa de melhorias Ilhéus Hotel/Pousada
Pretende retornar a esta Cidade/Hotel-Pousada em outra oportunidade?
Observações / Comentários
195
ANEXO V
TABELAS DA PESQUISA – MEIOS DE HOSPEDAGEM
Tabela 1 . Classificação dos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Classificação (*) % Econômico 33,33 Turístico 66,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
(*) Considerados segundo critérios ABIH/EMBRATUR, mesmo que não oficialmente classificados. Tabela 2 . Taxa Média de ocupação verificada nos equipamentos de hospedagem pesquisados .
Taxa de Ocupação Média (%) Baixa Estação 23,75 Alta Estação 76,25 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 3 . Percentual de Tipos de UH’s disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Tipo UH's %
Single 86,73 Conjugado 1,42 Chalés 0,00 Suite Presidencial 2,37
196
Outros 9,48 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 4. Tamanho Médio das UH’s disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Tamanho UH's Média (m2) Single 18,00 Conjugado 18,00 Chalés 26,00 Suite Presidencial 21,00 Outros 18,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 5. Valor médio das diárias cobradas na alta estação, nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Tipo UH's Diária (R$) Single 96,00 Conjugado 66,00 Chalés 0,00 Suíte Presidencial 86,00 Outros 39,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 6. Serviços oferecidos nos equipamentos de hospedagem pesquisados
Serviços % Acessórios p/ banho 25,00 Agência de Turismo 0,00 Ar Condicionado 100,00 Auditório/Sala de Reuniões 50,00 Bar 66,67 Cama King Size 8,33 Câmbio 0,00 Circuito Interno de TV 8,33 Coleta Seletiva do Lixo 8,33 DVD nas UH’s 0,00
197
Escritório Virtual 8,33 Estacionamento/Garagem 83,33 Fone nas UH’s 100,00 Frigobar 100,00 Gerador de Emergência 8,33 Hidromassagem 0,00 Internet em Espaço Público 25,00 Internet nas UH’s 0,00 Lavanderia 8,33 Locadora de Veículos 0,00 Loja de Conveniências 16,67 Mesa de trabalho nas UH’s 58,33 Paisagismo 83,33 Piscina 83,33 Recepcionista Bilíngue 16,67 Reservas via Internet 100,00 Restaurante 66,67 Room Service 24 h 16,67 Sala de Ginástica 0,00 Sala de Leitura 33,33 Salão de Beleza 0,00 Salão de Jogos 16,67 Serviço Médico 0,00 Sistema Gerencial Informatizado 100,00 Som nas UH’s 83,33 TV a Cabo 8,33 TV nas UH’s 100,00 UH's p/ Necessidades Especiais 8,33 Vídeo nas UH’s 8,33 Outros 16,67
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 7. Opções de pagamento disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Opções de Pagamento % Cash 100,00 Cheque 100,00 C.Débito 100,00 C.Crédito 100,00 Fatura 100,00
198
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 8. Acessibilidade dos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Acesso % Difícil 0,00 Não pavimentado 8,33 Pavimentado 91,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 9. Meios de transporte disponíveis para acesso aos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Transporte % Público Eventual 0,00 Público Regular 91,67 Próprio 8,33 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 10. Distância do mar, em relação aos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Distância do Mar % Acima 1000 m 0,00 De 500 a 1000 m 8,33 Inferior a 500 m 91,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 11. Atrativos Turísticos, naturais e/ou culturais, encontrados equipamentos de hospedagem pesquisados.
Atrativos Turísticos % Naturais/culturais não 33,33
199
formatados Naturais ou culturais formatados 25,00 Naturais e culturais formatados 41,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 12. Tipo de culinária oferecida nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Cozinha % Popular 0,00 Regional 83,33 Internacional 16,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 13. Existência de vínculos com produtos turísticos locais/regionais, e/ou programas de responsabilidade social/ambiental nos equipamentos de hospedagem pesquisados.
Vínculo c/ Comunidade % Produto Turístico local/Regional 25,00 Programa Responsabilidade social/ambiental 8,33 Nenhum 66,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 14. Principal atrativo da Cidade de Ilhéus, na opinião dos geren- tes/hoteleiros entrevistados.
Ilhéus
Ponto Forte % Beleza Natural 75,00 Praias 25,00 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
200
Tabela 15. Aspectos que carecem de melhorias na Cidade de Ilhéus, na opinião dos gerentes/hoteleiros entrevistados.
Ilhéus
Ponto Fraco % Limpeza Pública 8,70 Segurança Pública 8,70 Atrações Noturnas 8,70 Divulgação Poder Público 26,09 Investimentos/Infraestrutura 30,43 Apoio do Poder Público 17,39 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 16. Principal atrativo dos meios de hospedagem pesquisados, na opinião dos gerentes/hoteleiros.
Hotel/Pousada
Ponto Forte % Localização 66,67 Boa Infraestrutura 20,00 Qualidade dos Serviços 13,33 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 17. Aspectos que carecem de melhorias nos meios de hospedagem pesquisados, na opinião dos gerentes/hoteleiros.
Hotel/Pousada
Ponto Fraco % Falta Sala Reuniões/Auditório 13,33 Modernização Tecnológica 66,67 Divulgação/Marketing 13,33
201
Sauna/Sala de Ginástica 6,67 TOTAL 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa
ANEXO VI
TABELAS DA PESQUISA – TURISTAS (Hóspedes)
Tabela 18. Perfil dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Aspectos Pessoais % Sexo 100,00
Masculino 54,24 Feminino 45,76
Faixa Etária 100,00
15 a 19 3,39 20 a 29 27,12 30 a 39 44,07 40 a 49 11,86 50 a 59 8,47 Acima de 60 5,08
Nível de Escolaridade 100,00 1o grau Incompleto 0,00 1o grau Completo 3,39 2o grau Incompleto 3,39 2o grau Completo 23,73 Superior Incompleto 11,86 Superior Completo 50,85 Especialização 0,00 Mestrado/Doutorado 10,17
Estado Civil 100,00 Solteiro 27,12 Casado 57,63 Divorciado 10,17 Outros 5,08
Nível de Sociabilidade 100,00
Viajando desacompanhado 11,86 Com Acompanhante 37,29 Com a Família 40,68 Com Amigos 10,17 Excursão 0,00
202
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 19. Ocupação principal dos turistas entrevistados nos meios de hospe- dagem pesquisados.
Ocupação / Profissão % Professor 13,56 Estudante 11,86 Funcionário Público 8,47 Empresário 6,78 Administrador 6,78 Médico 5,08 Farmacêutico 5,08 Enfermeiro 5,08 Dona de Casa 5,08 Odontólogo 3,39 Comerciante 3,39 Biólogo 3,39 Assistente Social 3,39 Advogado 3,39 Outros 15,25 Total 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 20. Procedência (Residência) dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Cidades de Origem (%)
Aracaju (SE) 2,44 B. Horizonte (MG) 3,66 Betim (MG) 1,22 Brasília (DF) 14,63 Campinas (SP) 2,44 Campo Grande (MS) 3,66 Colatina (ES) 1,22 Fortaleza(CE) 1,22 Goiânia (GO) 13,41 Itapetinga (BA) 3,66 Jequié (BA) 3,66 Maceió (AL) 1,22 Maringá (PR) 1,22
203
Salvador (BA) 14,63 São Paulo (SP) 18,29 V. Conquista (BA) 6,10 Vitória (ES) 7,32 Total 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003) Tabela 21. Pólos emissores (por região) dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Região e Estados de Origem (%) Norte 0,00
Nordeste 6,78 Alagoas 1.69 Bahia 1,69 Ceará 1,69 Sergipe 1,69
Sudeste 47,46 Espírito Santo 10,86 Minas Gerais 28,81 São Paulo 28,81
Centro-Oeste 44,07 Distrito Federal 20,34 Goiás 18,64 Mato Grosso do Sul 5,08
Sul 1,69 Paraná 1,69 Rio Grande do Sul 0,3 Santa Catarina 0,9
Internacional 0,00 Total 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 22. Informações econômico-financeiras dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados (médias).
Variáveis % Permanência na Localidade 4,83 Gasto Aproximado/dia na Localidade (R$) 147,46 Pessoas Incluídas nos Gastos 02 Gasto per capita (R$) 74,00 Renda média dos Entrevistados (R$) 2.180,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 23. Demanda turística para meios de transporte segundo turistas entre- vistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Tipos de Transporte %
204
Automóvel 52,54
Avião 28,81
Ônibus 18,64
Outros 0,00
Total 100.00 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 24. Motivação da Viagem dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Atrativos %
Atrativos Históricos 9,02 Atrativos Naturais 29,32 Curiosidade 12,03 Eventos 0,75 Indicação de amigos/parentes 12,78 Literatura Jorge Amado 19,55 Manifestações populares 0,75 Negócios 4,51 Preços atraentes 0,00 Propaganda (revistas,jornais, midia em geral) 10,53 Outras 0,75
Total 100,00 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
Tabela 25. Intenção de visita a outras cidades da região, pelos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.
Cidades %
Pólo Costa do Cacau Canavieiras 23 Itabuna 6 Itacaré 42 Olivença 4 Una 14 Outras
Porto Seguro 8
Nenhuma 3
Total Geral 100 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)
205
APÊNDICE A
Página 189: [7] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 22/12/2003 10:13:00
APÊNDICE B
Resultados Econômicos
Balanço de Serviços - Conta Turismo do Brasil - 1980/2000
Anos Receita Despesa Saldo 1980(2) 1.794.363 1.159.909 634.454 1981(2) 1.726.726 1.299.674 425.052 1982(2) 1.607.739 1.506.728 101.011 1983(2) 1.532.647 839.022 693.625 1984(2) 1.511.508 938.631 572.877 1985(2) 1.492.639 1.194.139 298.500 1986(2) 1.527.222 1.464.287 62.935 1987(2) 1.502.393 1.249.309 253.084 1988(2) 1.642.759 1.084.032 558.727 1989(1) 1.224.821 750.863 473.958 1990(1) 1.444.171 1.559.079 (114.908) 1991(1) 1.558.800 1.223.569 335.231 1992(2) 1.307.065 - - 1993(1) 1.091.419 1.892.027 (800.608) 1994(1) 1.924.800 2.930.900 (1.006.100) 1995(3) 2.097.100 3.411.900 (1.314.800) 1996(3) 2.469.146 4.438.000 (1.968.854) 1997(3) 2.594.884 5.446.000 (2.851.116) 1998(3) 3.678.029 5.732.000 (2.053.971) 1999(3) 3.994.144 3.085.000 909.144 2000(3) 4.227.606 3.893.000 334.606
206
Fonte: Embratur / Bacen Notas:(1) - Dados fornecidos:Banco Central do Brasil (2) - Dados estimados através de pesquisas (3) - Banco Central / Embratur
APÊNDICE C
ESTRUTURA POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS DA COSTA DO CACAU
Densidade População Urbana Rural Área
demográfica Municípios
Total Homem Mulher Homem Mulher (km2) ( hab/km2 )
Estado da Bahia 13.070.250 4.227.922 4.544.426 2.234.111 2.063.791 567.295,0 23,0
Canavieiras 35.322 12.912 13.431 5.035 3.944 1.380,5 25,59
Ilhéus 222.127 78.680 83.445 31.765 28.237 1.847,7 120,22
Itacaré 18.120 4.036 3.915 5.578 4.591 732,9 24,72
Santa Luzia 15.503 4.244 4.085 4.003 3.171 788,1 19,67
Una 31.261 7.729 7.545 8.868 7.119 1.163,5 26,87
Uruçuca 20.323 6.917 7.241 3.434 2.731 338,9 59,97
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000
208
Apêndice D
SISTEMA DE TURISMO (SISTUR) DISTRIBUIÇÃO Modelo
Empírico
OFERTA MERCADO DEMANDA
SUPERESTRUTURA : Ordenação Jurídico-Administrativa
Procura de meios de transpoconsumo e equipamentos receptivos. I. VARIÁVEIS ENDÓGENAS
• Área de captação do consumidor (origem da viagem)
• Meios de transporte utilizados na viagem• Tipologia da viagem • Tempo de permanência• Solicitação e tipologia dos equipamentos
solicitados • Atividades de recreação• Motivações, preferências e necessidades
do fluxo • Freqüência da visita • Estrutura de gastos do consumidor II. VARIÁVEIS EXÓGENAS Estratificação socioeconômica do fluxo turístico na área receptora: sexo, renda pessoal, ocupação priinstrução e outros.
I. ORIGINAL E DIFERENCIAL
(Atrativos turísticos) • Naturais • Culturais • Artificiais II. AGREGADA (Serviços) • Transportes • Intermediação de Serviços, Agências de
Viagens e Operadoras Turísticas
Equipamentos receptivos de alojamento hoteleiro, extra-hoteleiro e
complementares de recreação, alimentação e promoção.
I. + II. = produto turístico
INFRA-ESTRUTURA básica de acesso / básica urbana
INFRA-ESTRUTURA : básica de acesso / básica urbana
P R O D U Ç Ã O