ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA DE … · Considering tourism business as an economic...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA CURSO DE MESTRADO EM CULTURA & TURISMO ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA DE ILHÉUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DE SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS Ilhéus - BAHIA 2003 Excluído:

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA

CURSO DE MESTRADO EM CULTURA & TURISMO

AANNÁÁLLIISSEE DDAA AADDEEQQUUAAÇÇÃÃOO DDAA OOFFEERRTTAA TTUURRÍÍSSTTIICCAA DDEE IILLHHÉÉUUSS

EEMM RREELLAAÇÇÃÃOO AAOO PPEERRFFIILL DDEE SSUUAA DDEEMMAANNDDAA:: ÊÊnnffaassee eemm

HHoossppeeddaaggeemm

SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS

Ilhéus - BAHIA 2003

Excluído: ¶

SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS

AANNÁÁLLIISSEE DDAA AADDEEQQUUAAÇÇÃÃOO DDAA OOFFEERRTTAA TTUURRÍÍSSTTIICCAA DDEE IILLHHÉÉUUSS

EEMM RREELLAAÇÇÃÃOO AAOO PPEERRFFIILL DDEE SSUUAA DDEEMMAANNDDAA:: ÊÊnnffaassee eemm

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Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz/Universidade Federal da Bahia para obtenção do título de Mestre em Cultura & Turismo. Área de Concentração: Produtos e Serviços Turísticos Orientador: Prof. Dr. Henrique Tome C.Mata

Ilhéus - BAHIA 2003

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Pedimos com insistência:

Não digam nunca “Isso é natural” Sob o familiar, descubram o insólito

Sob o cotidiano, desvelem o inexplicável Que tudo o que é considerado habitual

Provoque inquietação Na regra, descubram o abuso

E sempre que o abuso for encontrado, Encontrem o remédio

Bertold Brecht

(1898 – 1956)

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SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS

AANNÁÁLLIISSEE DDAA AADDEEQQUUAAÇÇÃÃOO DDAA OOFFEERRTTAA TTUURRÍÍSSTTIICCAA DDEE IILLHHÉÉUUSS

EEMM RREELLAAÇÇÃÃOO AAOO PPEERRFFIILL DDEE SSUUAA DDEEMMAANNDDAA:: ÊÊnnffaassee eemm

HHoossppeeddaaggeemm

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz/Universidade Federal da Bahia para obtenção do título de Mestre em Cultura & Turismo. Área de Concentração: Produtos e Serviços Turísticos Orientador: Prof. Dr. Henrique Tome C.Mata

Ilhéus-BA, 20/10/2003

______________________________________ Dr. Henrique Tome Costa Mata

UESC (Orientador)

_______________________________________ Janete Ruiz de Macedo – PhD

UESC

_______________________________________ Jose Roberto de Lima Andrade – PhD

UFSE

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DEDICATÓRIA

À minha filha Ana Cândida, cuja complexa e simplória vida me veio trazer amadurecimento, mais compreensão do mundo e de mim próprio. À minha esposa Isis Brito, parceira, amiga, pela vida amadurecida e graciosa, que tanto me apóia e alegra. À minha mãe Damares Mattos, que por mim tudo fez, a quem devo o fôlego de vida e um grande investimento de amor. Ao meu pai Guilherme Mattos (in memorian), pelo exemplo de profissionalismo e relevante trabalho humanitário que realizou. Às minhas irmãs Ivana Mattos Souza, pela útil amizade com que sempre contei, e Rebeca Lília Mattos, pelo grande investimento de tempo e dedicação ao meu auxilio. Aos tios Luciano e Luete Vasconcelos, pela estima e apoio com que conto desde a infância. Aos tios Aderbal e Areci Mattos, pelo auxilio e valorização em determinante fase da vida. Ao sogro e amigo Apolônio Brito, pela sábia existência e grande exemplo de humanidade. Aos amigos Marcos Argolo e Patrícia Mountinho, pela presença em todos os momentos e em todas as aventuras. Aos amigos Sinoélia França e Fernando Botelho, com quem compartilho a graça da amizade da vida. Aos amigos de infância Adilson Ivo e Márcia Britto, pela longa camaradagem. Aos amigos Augustus Taylor e Myrna Joseph, pela família que me foram em terra estranha.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, na pessoa da Magnífica Reitora Renné Albagli Nogueira, pela oportunidade de fazer parte desta grande Instituição. Ao Dr. Helio Estrela Barroco, Coordenador do Mestrado em Cultura & Turismo, professor, orientador e amigo, pelo crédito em mim depositado e oportunidades a mim oferecidas. Ao Dr. Henrique Tomé Costa Mata, professor, orientador e colega, pela útil amizade e simpatia gratuita. Ao Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis, na pessoa do Prof. Rozilton Sales Ribeiro, amigo e colega, pela confiança e amizade. À Faculdade de Tecnologia e Ciências de Itabuna – FTC, na pessoa do Prof. Dr.Selem Rachid Asmar, Diretor Geral, a quem devo crédito de confiança e estima. Ao casal de amigos Prof. Aurélio e Dra.Janete Macedo, pelo importante apoio oferecido em momentos de difícil administração do tempo. À Profª Josanne Morais, pela sábia orientação e amizade.

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i

SUMÁRIO

Página Resumo .................................................................................. ix

Abstract .................................................................................. x

1 INTRODUÇÃO .................................................................. 17

1.1 Problema/Justificativa.................................................... 30

1.2 Objetivos ......................................................................... 43

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................. 42

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................. 43

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................ 44

2.1 O Turismo Entremeando os Caminhos da História ..... 44

2.2 A Atividade Turística .................................................... 52

2.3 Sistema Turístico .......................................................... 56

2.3.1 Demanda Turística ........................................................ 57

2.3.2 Oferta Turística .............................................................. 58

2.3.3 Produto Turístico .......................................................... 62

2.4 Fenômeno Turístico ....................................................... 69

2.5 Turismo e Desenvolvimento .......................................... 74

2.6 A Hotelaria ....................................................................... 77

2.6.1 Qualidade na Hotelaria .................................................. 90

2.7 O Turismo em Ilhéus ....................................................... 95

3 METODOLOGIA ............................................................... 101

3.1 Tipologia de Pesquisa ................................................... 101

3.2 Área de Estudo ............................................................... 102

3.3 Coleta e Tratamento de Dados ..................................... 103

3.4 Universo da Pesquisa e Plano Amostral ..................... 105

3.5 Definição de Variáveis .................................................. 107

3.6 Modelo Analítico ............................................................ 109

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................ 110

4.1 Perfil dos Turistas .......................................................... 110

4.1.1 Procedência dos Turistas .............................................. 110

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ii

4.1.2 Aspectos Socioeconômicos .......................................... 111

4.1.3 Aspectos Econômicos e Financeiros ............................ 118

4.1.4 Meios de Transporte Utilizados ..................................... 121

4.1.5 Motivação e Atrativos da Viagem .................................. 122

4.1.6 Aspectos Espaciais ....................................................... 124

4.1.7 Avaliação Geral dos Turistas ........................................ 126

4.2 Meios de Hospedagem .................................................. 132

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................... 144

REFERÊNCIAS .................................................................. 159

ANEXOS ............................................................................ 165

Excluído: ¶

iii

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 01 - Regiões turísticas da Bahia (Bahiatursa) ............ 24

Figura 02 – Localização da Costa do Cacau em relação ao

Mapa-múndi ........................................................

25

Figura 03 – Mapa da Costa do Cacau .................................... 29

Figura 04 – Sazonalidade da Demanda Turística .................. 36

Figura 05 – Ciclo de Vida do Produto ..................................... 73

Figura 06 – Procedência dos turistas ...................................... 110

Figura 07 – Distribuição dos turistas por sexo ....................... 112

Figura 08 – Estado Civil dos turistas .................................... 113

Figura 09 – Faixa Etária dos turistas ..................................... 114

Figura 10 – Acompanhantes dos turistas ............................. 115

Figura 11 – Escolaridade dos turistas..................................... 116

Figura 12 – Ocupação principal dos turistas............................ 117

Figura 13 – Renda Média Declarada ...................................... 119

Figura 14 – Gasto médio diário informado .............................. 121

Figura 15 – Meio de transporte utilizado ................................. 122

Figura 16 – Motivação da viagem ........................................... 124

Figura 17 – Intenção de Deslocamento para cidades

próximas ............................................................

125

Figura 18 – Maior atrativo turístico de Ilhéus ......................... 129

Figura 19 – Maior atrativo turístico do Hotel/Pousada ............ 130

Figura 20 – Aspecto crítico no turismo de Ilhéus ................... 131

Figura 21 – Aspectos críticos no meio de hospedagem ........ 132

Figura 22 – Classificação dos meios de hospedagem ............ 133

Figura 23 – Taxa média de ocupação dos meios de

hospedagem .......................................................

134

Figura 24 – Tipos de Unidade Habitacional............................. 135

Figura 25 – Tamanho médio das UH’s ................................... 136

Figura 26 – Valor médio das diárias ... ................................... 137

Figura 27 – Serviços disponíveis nos meios de hospedagem 138

Excluído: ¶

iv

Figura 28 – Atrativos turísticos nos meios de hospedagem ... 139

Figura 29 – Vínculo com a comunidade .................................. 140

Figura 30 – Atrativos turísticos de Ilhéus ............................... 141

Figura 31 – Aspectos críticos no turismo de Ilhéus ............... 142

Figura 32 – Atrativos turísticos no meio de hospedagem ..... 142

Figura 33 – Aspectos críticos nos meios de hospedagem ...... 143

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v

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 01 - Classificação dos equipamentos de hospedagem .. 180

Tabela 02 - Taxa média de ocupação ........................................ 180

Tabela 03 – Tipos de UH’s disponíveis ....................................... 180

Tabela 04 – Tamanho médio das UH’s disponíveis ................... 181

Tabela 05 – Valor médio das diárias cobradas .......................... 181

Tabela 06 – Serviços oferecidos nos equipamentos hoteleiros .. 181

Tabela 07 – Opções de pagamento disponíveis ......................... 182

Tabela 08 – Acessibilidade dos equipamentos de hospedagem 183

Tabela 09 – Meios de transporte disponíveis .............................. 183

Tabela 10 – Distância do Mar ..................................................... 183

Tabela 11– Atrativos turísticos nos meios de hospedagem ........ 183

Tabela 12– Tipos de culinária oferecida ..................................... 184

Tabela 13– Vínculos com produtos turísticos locais .................. 184

Tabela 14– Principal atrativo da cidade de Ilhéus ...................... 184

Tabela 15– Aspectos que carecem de melhoria na Cidade ........ 185

Tabela 16– Principais atrativos nos meios de hospedagem ....... 185

Tabela 17– Aspectos que carecem de melhoria nos meios de

hospedagem ...........................................................

185

Tabela 18 – Perfil demográfico dos turistas ................................ 186

Tabela 19 – Ocupação principal dos turistas .............................. 187

Tabela 20 – Procedência dos turistas ........................................ 187

Tabela 21 – Pólos emissores, por região .................................... 188

Tabela 22 – Informações Econômico-Financeiras dos turistas ... 188

Tabela 23 – Demanda por meios de transporte .......................... 188

Tabela 24 – Motivação da viagem ............................................... 189

Tabela 25 – Intenção de visita a cidades próximas .................... 189

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vi

LISTA DE QUADROS

Página

Quadro 01 – Meios de hospedagem de turismo e suas

características ..................................................

87

Quadro 02 - Operacionalização de variáveis em meios de hospedagem hoteleiros ....................................

109

Quadro 03 - Opinião de turistas/hóspedes ............................ 126

Excluído: ¶

vii

LISTA DE ANEXOS

Página

Anexo I – Evolução Demanda/Oferta Turísticas em Ilhéus ............. 165

Anexo II – Lei 8.181, art. 3o ........................................................... 167

Anexo III – Matriz de Classificação Hoteleira ................................... 168

Anexo IV – Resultados econômicos turismo no Brasil .................... 171

Anexo V – Estrutura populacional dos municípios da Costa do Cacau ........................................................................

172

Anexo VI – Sistema de Turismo ........................................................

173

Excluído: ¶

viii

LISTA DE APÊNDICES

Página

Apêndice A – Formulário para entrevista com Hotéis/Pousadas ..... 174

Apêndice B – Formulário para entrevista com Turistas/Hóspedes .. 177

Apêndice C – Tabelas da Pesquisa – Hotéis/Pousadas ................... 180

Apêndice D – Tabelas da Pesquisa – Turistas/Hóspedes ................ 186

Excluído: ¶

ix

ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA DE ILHÉUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DE SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem

Autor: SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS

Orientador: Dr. HENRIQUE TOME C.MATA

RESUMO

Sendo o turismo uma atividade econômica caracterizada pela prestação

de serviços especializados, a adequação desses serviços ao perfil do

consumidor, o turista, torna-se algo fundamental. Oferta e demanda precisam

de cruzar-se harmoniosamente de modo que o turista tenha seus desejos e

necessidades assistidos. Para tanto, os prestadores de serviço devem atentar

para as características dos seus consumidores no tocante à renda, origem,

interesses, etc. de modo que ofereçam com qualidade os serviços que estejam

sendo demandados, e assim assegurem a sobrevivência do seu negocio.

Ademais, o sucesso de um empreendimento turístico também depende do grau

de atratividade da cidade aonde se localiza – até porque o turista tende a

avaliar, como um todo, o conjunto de serviços e produtos consumidos em uma

viagem. Por assim considerar, o setor de hospedagem figura como algo de

extrema importância dentre os serviços turísticos e este, ao lado dos serviços

de transporte, agenciamento de viagens e outros, deve adequar-se à demanda

dos turistas. Este trabalho procurou avaliar essa adequação no que se refere

aos serviços de hospedagem de Ilhéus-Bahia, Cidade âncora da região

denominada Costa do Cacau. A análise dos dados coletados junto a

estabelecimentos hoteleiros – hotéis e pousadas (para analisar a oferta

turística da cidade, com ênfase nos serviços de hospedagem) - permitiu

concluir que, apesar do grande potencial de Ilhéus como destino turístico,

existe uma discrepância entre o que é oferecido pelos prestadores de serviço e

o que é demandado pelos turistas.

Palavras-chave: Oferta Turística, Perfil da Demanda, Adequação, Meios de Hospedagem, Serviços Hoteleiros,Costa do Cacau, Ilhéus.

Excluído: ¶

x

ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA DE ILHÉUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DE SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem

Author: SAMUEL LEANDRO OLIVEIRA DE MATTOS

Adviser: Dr. HENRIQUE TOME C.MATA

ABSTRACT

Considering tourism business as an economic activity characterized by

specialized services, the adjustment of those services to the shape of the

consumers, the tourists, becomes an important issue. Offering and demand

lines should cross harmoniously in a way that the tourist has his/her wishes

and needs fed. In order to obtain this, servers must observe the characteristics

of their consumers in terms of income, origin, interests, etc. so the services that

are demanded would be offered with quality and, doing this, business would

succeed. Also, it is necessary to admit that the success of the tourism business

depend on the degree of attractiveness of the city in which it is located because

the tourist in his/her trip tend to evaluate all the services as if they were one.

Considering this, hotel services show as very important services, among others

such as transportation and the ones offered by travel agencies, and it should

adjust itself to the characteristics of the demand. The present work tries to

evaluate the mentioned adjustment in the hotels of Ilheus - main city in the

region called Costa do Cacau(Cocoa Cost)in the State of Bahia, Brazil. The

analysis of the collected data from the hotels and pousadas - led to the

conclusion that, even considering the great potentiality of Ilhéus as a

destination, there is a difference between what is offered by the servers and

what is demanded by the tourists.

Key Words: Tourism Offering, Demand Characteristics, Adjustment, Hotels and pousadas, Hotel Services, Costa do Cacau, Ilhéus.

Excluído: ¶

17

1. INTRODUÇÃO

O turismo difere das demais atividades econômicas fundamentalmente

pelo seu tipo de produção, que obriga o consumidor a deslocar-se para

consumi-lo. É composto por elementos e percepção intangíveis e sentido pelo

consumidor como uma experiência. O produto turístico não possui limites

definidos, cor, forma, embalagem e é identificado somente no ato de consumo

pela presença e necessidade do turista.

Segundo Castelli (1975), o turismo, na sua verdadeira concepção,

coloca o indivíduo em contato com outras civilizações, culturas, costumes,

mentalidades e valores. Turismo engloba a infra-estrutura, os recursos

naturais, culturais, artísticos, históricos, os meios de hospedagem e os serviços

complementares. É movimento, evasão, abandono do cotidiano, divertimento,

desenvolvimento, descanso.

Assim, é necessário criar condições e formas que atraiam os turistas. Os

elementos do produto turístico são de primordial importância, porque

constituem o ponto sobre o qual o núcleo receptor do turismo se organiza. É

essencial também a facilidade de acomodações, serviços prestados e

Excluído: ¶

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informações aos turistas, as vias e os meios de transporte disponíveis, para

viabilizar economicamente a produção turística.

Os bens naturais e culturais (paisagem, equilíbrio ecológico, patrimônio

histórico, usos e costumes) são essenciais para a indústria turística. O

desequilíbrio ambiental interfere diretamente em localidades turísticas, criando

dificuldades e muitas vezes inviabilizando economicamente a produção de

Turismo de uma extensa região. E o desgaste desses valores atrativos é de

custosa e difícil recuperação, corrigido lentamente, mas sempre com certo grau

de desgaste na imagem da localidade, cuja construção é um processo de alto

custo, envolvendo pesados investimentos em infraestrutura e marketing.

O turismo desenvolvido traz benefícios às atividades locais, como o

consumo de bens e produtos locais, além do emprego de mão-de-obra

ocupada na produção de bens e serviços, exigida na prestação de serviços

diretos ao consumidor. A ramificação e interdependência, característica própria

da produção turística, estende os benefícios sociais para uma parcela maior da

população local, dando condições saudáveis de livre concorrência e

proporcionando a melhoria da qualidade dos serviços.

O desenvolvimento do turismo deve-se a diversos fatores, entre os quais

pode-se destacar a melhoria do nível de vida, maiores rendas individuais -

possibilitando às pessoas dar vazão à potencialidade de viajar, principalmente

nos países desenvolvidos - o aperfeiçoamento dos veículos de comercialização

Excluído: ¶

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turística e o fortalecimento de novos métodos de viagens organizadas,

minimizando os custos e oferecendo mais segurança aos viajantes. O turismo

atualmente deixou de se constituir num privilégio de minorias e passou a ser

uma necessidade de toda a sociedade moderna. O fenômeno pode ser visto

tanto como uma atividade econômica geradora de empregos e fonte de

recursos, como uma atividade cultural que aprimora conhecimentos mútuos,

para os turistas e aos núcleos receptores, que recebem influências dos

costumes e hábitos dos visitantes, contribuindo para o enriquecimento do ser

humano.

Segundo a Organização Mundial de Turismo-OMT1, com uma receita

anual de US$ 4,5 trilhões e atuando sobre 54 segmentos diferentes da

economia, a indústria do turismo vem crescendo velozmente, garantindo um

avanço econômico-social das mais diversas regiões e possibilitando, assim, a

expansão do mercado de trabalho. Trata-se de uma atividade econômica que

gera cerca de 192 milhões de empregos, sendo uma das maiores fontes de

ingresso de divisas para os países receptores.

Segundo a Embratur (2003), o Brasil, apesar dos avanços obtidos nos

últimos anos, está longe de ocupar um lugar no cenário turístico mundial

compatível com suas potencialidades e vocações. Após 7 anos de crescimento

contínuo, o número de turistas estrangeiros no Brasil caiu consideravelmente

nos 2 últimos ano; a crise econômica mundial, em especial a crise Argentina, o

1 A OMT é uma instituição reconhecida como consultora do Conselho Econômico e Social da ONU-Organização das Nações Unidas, sediada em Madri, sendo um dos seus objetivos atuar como agência internacional de coordenação e cooperação para difusão do turismo.

Excluído: ¶

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baixo crescimento do Brasil e os atentados de 11 de setembro, contribuíram

para que o País tivesse em 2002 apenas 3,8 milhões de turistas visitando o

Brasil, o pior resultado dos últimos cinco anos.

Apesar do enorme potencial turístico do país, tal cenário pode ser

compreendido por algumas limitações, como, por exemplo, o fato de que o país

apresenta atrações que podem ser obtidas a uma distância menor; outro

dificultador é ausência de características que tornem o Brasil único no cenário

mundial, um diferencial competitivo que confira ao país uma imagem

consagrada internacionalmente. Além disso, os graves problemas estruturais

prejudicam o crescimento do turismo: violência, poluição, trânsito caótico, a

falta de informação e a precariedade dos serviços, entre outros. A realidade é

que o turista está cada vez mais exigente. Segundo Andrade (1998, p.26),

Estudos realizados para definir o perfil dos turistas concluíram que eles se apresentam psicologicamente desarmados, desejam ser bem tratados, respeitados, valorizados e de certo modo, até mesmo bajulados. Desejam evitar tudo o que os lembre que, na vida de cada dia, vivem a encontrar-se com maior número de concorrentes que de amigos.

Quando se fala no turista mais exigente, nem sempre se trata do

consumidor de poder aquisitivo elevado que busca, em sua viagem de férias,

luxo ou ostentação. Pesquisas realizadas em outras regiões da América Latina

indicam que os visitantes, mesmo aqueles que possuem renda alta, quando

buscam o turismo de aventura, não necessariamente exigem o tratamento de

um hotel cinco estrelas, mas sim segurança e alguma comodidade. Esse

Excluído: ¶

21

segmento de cliente vai ao Peru, por exemplo, para conhecer a história desse

país, ter contato com a vida selvagem etc. E sabe-se que esses turistas pagam

bem pelo prazer de vivenciar uma experiência diferente.

No tocante à hotelaria no Brasil, segundo estimativas da EMBRATUR,

citado por Caixeta (2001), existe no país um total de 300 hotéis e pousadas em

construção ou em fase de acabamento. Calcula-se que empresas privadas

aplicaram um total de seis bilhões de dólares em obras turísticas entre 1998 e

2002, o que implica 140.000 empregos diretos e 420.000 indiretos, que se

somam ao milhão de pessoas já vinculadas ao setor hoteleiro em função do

turismo nacional.

O Plano Nacional de turismo, apresentado pelo Ministério do Turismo

em 2003, é um instrumento de planejamento composto de diretrizes, metas e

programas para o período 2003/2007, com o objetivo de fomentar a atividade

turística no País. As metas são:

a) Criar condições para gerar 1.200.000 novos empregos e ocupações

b) Aumentar para 9 milhões o número de turistas estrangeiros no Brasil

c) Gerar 8 bilhões de dólares em divisas

d) Aumentar para 65 milhões a chegada de passageiros nos vôos

domésticos

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

Excluído: ¶O turismo difere das

demais atividades econômicas fundamentalmente pelo seu tipo de produção, que obriga o consumidor deslocar-se para consumi-lo. É composto por elementos e percepção intangíveis e sentido pelo consumidor como uma experiência. O produto turístico não possui limites definidos, cor, forma, embalagem, identificado somente no ato de consumo pela presença e necessidade do turista.¶¶Segundo Castelli

(1975), o turismo, na sua verdadeira concepção, coloca o indivíduo em contato com outras civilizações, culturas, costumes, mentalidades e valores. Turismo engloba a infra-estrutura, os recursos naturais, culturais, artísticos, históricos, os meios de hospedagem e os serviços complementares. É movimento, evasão, abandono do cotidiano, divertimento, desenvolvimento, descanso.¶¶

Assim, é necessário criar condições e formas que atraiam os turistas. Os elementos do produto turístico são de primordial importância, porque constituem o ponto sobre o qual o núcleo receptor do turismo se organiza. É essencial também a facilidade de acomodações, serviços prestados e informações aos turistas, as vias e os meios de transporte disponíveis, para viabilizar economicamente a produção turística.¶¶

Os bens naturais e culturais (paisagem, equilíbrio ecológico, patrimônio histórico, usos e costumes) são essenciais para a indústria turística. O desequilíbrio ambiental interfere diretamente em localidades turísticas, criando dificuldades e muitas vezes inviabilizando economicamente a produção de Turismo de uma

Excluído: ¶

... [1]

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e) Ampliar a oferta turística brasileira, desenvolvendo no mínimo três

produtos de qualidade em cada Estado da Federação e Distrito Federal

Assim, tem-se uma grande confluência de fatores que devem contribuir

para o crescimento do turismo no Brasil neste novo milênio, sobretudo nos

serviços de receptivo. Entretanto, tal visão de futuro turva-se quando se

consideram alguns outros fatores fundamentais para a atividade turística. A

maioria dos municípios, por exemplo, apresenta uma absoluta falta de preparo

e de planejamento. Estes se lançam ao mercado como destinos turísticos, mas

suas populações não foram sensibilizadas para a atividade e sua infra-estrutura

não suporta aumento de demanda.

O Estado da Bahia ocupa um espaço privilegiado no país, apresentando

vantagens comparativas para o desenvolvimento do turismo. Dotado de

diversificados recursos naturais e vasto patrimônio histórico-cultural – que lhe

assegura o posto de 4o maior pólo de turismo receptivo internacional, sendo

superado apenas pelos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis,

respectivamente; é ainda o 2o maior pólo de turismo receptivo nacional,

superado apenas pelo Estado do Rio de Janeiro. Além disso, a Bahia é o maior

pólo turístico da região Nordeste, em relação ao número de visitantes.

(Embratur, 2000).5

5 De acordo com a Embratur (op.cit.), 15% dos estrangeiros que chegam ao Brasil passam pela Bahia. O gasto médio diário de cada hóspede estrangeiro em Salvador é de US$ 120, enquanto o turista brasileiro gasta em média, US$ 60; Com cerca de 23 mil leitos, a rede hoteleira da Cidade obteve uma ocupação média geral oscilando em 85% , entre os anos de 1999 a 2000.

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: em

Excluído: 4

23

O turismo na Bahia emprega, de forma direta e indireta, cerca de 385 mil

pessoas. Considerando o incremento de unidades habitacionais hoteleiras

previsto para os próximos anos (mais 34.000 leitos), a expectativa é de que, no

ano de 2005, o turismo esteja gerando algo em torno de 500 mil empregos, dos

quais 51 mil serão diretos, e o número de leitos será elevado para 140 mil

(BAHIATURSA, 2002).

Um ritmo acelerado de crescimento nos últimos anos tem marcado o

turismo na Bahia. O Estado vem mostrando um excelente desempenho com

relação ao incremento da demanda turística. Tal desempenho ocorre em

função de uma política voltada ao incentivo de ações de captação de turistas.

Essas ações podem ser atribuídas à oferta de produtos turísticos adequados à

sua demanda, ao uso de propaganda mais agressiva, à melhoria da infra-

estrutura turística, à recuperação do patrimônio histórico, às melhorias de

acessos, às obras de saneamento básico, à construção de hospitais, à oferta

de cursos e treinamentos para qualificação e requalificação dos prestadores de

serviços oferecidos, entre outros.

O ano de 1991 foi marcado pela elaboração da 3ª estratégia de turismo

do Estado, denominada de Plano de Desenvolvimento do Turismo da Bahia -

PRODETUR/Bahia, cuja meta principal foi retomar o crescimento do turismo

que, nos últimos quatro anos, havia perdido posição relativa no ranking

nacional. Para tanto, a estratégia incluiu o desenho de uma nova geografia

turística, a definição de um planejamento global de marketing e recursos

Excluído: ¶

Excluído: (+

24

humanos e a captação de recursos para investimentos em infra-estrutura nas

áreas turísticas. O Estado foi dividido em sete áreas turísticas, com base em

estudos técnicos, passando-se a considerar, para fins de investimentos,

promoção e educação para o turismo, um conjunto de municípios agrupados

em: Costa dos Coqueiros, Baía de Todos os Santos, Costa do Dendê, Costa do

Cacau, Costa do Descobrimento, Costa das Baleias e Chapada Diamantina,

além de Caminhos do Oeste, Sertão e São Francisco; Para cada uma dessas

regiões foi eleito um destino âncora, como é o caso das localidades Praia do

Forte, Salvador, Morro de São Paulo, Ilhéus, Porto Seguro, o Parque Nacional

Marinho de Abrolhos e Lençóis. (BAHIATURSA6, 2002). Em 1995, deu-se a

junção das áreas da cultura e do turismo, com a criação da Secretaria da

Cultura e Turismo, buscando-se, como parte da estratégia, maximizar a

utilização da cultura como diferencial do produto turístico e tornar o turista um

consumidor adicional do produto cultural.

Fonte: BAHIATURSA (2002).

Figura 01 – Regiões turísticas da Bahia segundo a BAHIATURSA

6 A Empresa de Turismo da Bahia S.A. – BAHIATURSA, criada em 28 de agosto de 1968, visou firmar uma visão estratégica do turismo como alternativa poderosa de desenvolvimento e reconhecendo a importância do Poder Público como provedor de serviços públicos indispensáveis, fiscalizador das ofertas turísticas e regulador do mercado.

Excluído: ¶

25

Essa estratégia está alicerçada em três vertentes afins e

complementares: infraestrutura turística, marketing turístico e educação

para o turismo. A política de implantação de infraestrutura física nas zonas

turísticas é parte da estratégia que visa a ampliar e modernizar a oferta,

possibilitar as interligações das destinações turísticas tradicionais e promover a

dinamização das atividades do turismo. Dentre as ferramentas adotadas para o

desenvolvimento do turismo no Estado, o marketing elaborado pela Secretaria

de Cultura e Turismo - SECTUR e pela BAHIATURSA tem-se mostrado

eficiente. Caracteriza-se pela expressiva participação do Estado em eventos de

Fonte: Site www.costadocacau.com.br Figura 02 – Localização da Costa do Cacau em relação ao

mapa-múndi

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26

grande público e elevado poder aquisitivo, possibilitando a divulgação das

campanhas publicitárias, utilizando-se de slogans como “Bahia: terra da

felicidade”; “Bahia, é pra lá que eu vou”; “Sorria, você está na Bahia” (Fontes,

2001, p.6). Tais investimentos públicos estão sendo viabilizados através do

principal instrumento institucional do Estado, o PRODETUR, que conta com

recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID e do Tesouro

Estadual. Ademais, a Secretaria de Trabalho e Ação Social do Estado da

Bahia(SETRAS), através dos departamentos de extensão das universidades

estaduais, tem oferecido vários cursos de capacitação na área de turismo, a

exemplo de “Conscientização Turística”, “Inglês para Turismo”, e outros –

sobretudo nas cidades de Ilhéus e Porto Seguro.

No entanto, segundo Burgos (2001), pesquisas aplicadas pela

Bahiatursa sinalizam que a taxa média anual do crescimento do fluxo de

turistas para o estado no período 1991/2000 foi de 8,5%, enquanto o

crescimento da receita foi de 8,2%. Nos últimos cinco anos, essa tendência de

crescimento desigual no setor se acentuou, passando o fluxo a ter uma média

de incremento de 8% e a taxa de crescimento da receita de 4,3%. A meta do

governo é a de que essa relação se altere, pretendendo que o crescimento do

número de visitantes que vem à Bahia chegue, nos próximos anos, no patamar

de 9% para um aumento de receita de, no mínimo, 10,5%. Para isso,

pretende-se atrair um turista que gaste mais na Bahia e que também impacte

menos a sua infraestrutura e o meio-ambiente.

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27

Esta estratégia parte da constatação que o turista de menor poder

aquisitivo gasta pouco em serviços, fica pouco tempo no local e não é exigente

em termos de qualidade. Além disso, o turismo de massa sobrecarrega o

serviço público, já que exige mais dos serviços de limpeza, saúde e segurança;

Já o turista de maior poder aquisitivo gasta mais em serviços de

entretenimento, fica mais tempo no destino e exige mais em termos de

qualidade, sem falar no fato de que tradicionalmente possui uma preocupação

maior com a conservação ambiental.

Acima de tudo, o mais importante é oferecer uma experiência

diferenciada. Afinal, sol e praia existem em vários outros lugares do mundo.

Mas, por outro lado, a Bahia é dona de uma personalidade cultural única. Este

diferencial vem sendo trabalhado através de uma maior integração entre

cultura, lazer e turismo no estado, por intermédio da constituição de um cluster

(núcleo) de entretenimento. Contratada pelo governo baiano, através de

convênio com a Fundação Luís Eduardo Magalhães e as secretarias da Cultura

e Turismo, da Indústria, Comércio e Mineração e de Planejamento, a empresa

de consultoria norte-americana Monitor Group vem realizando estudos voltados

à criação do cluster.

Em 1991, do total 1,9 milhão de turistas que visitou a Bahia, 9% eram

estrangeiros (174 mil). No ano de 2000, o estado recebeu 4,1 milhão de

visitantes, dos quais 7% (297 mil) eram estrangeiros originários principalmente

da Argentina (21% do total), Itália (11%), Portugal (11%), Estados Unidos

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28

(11%), França (10%) e Alemanha (10%). A constatação do tímido crescimento

relativo nesse segmento choca-se com a estratégia de atrair um turista mais

qualificado. O gasto médio da estada de um turista estrangeiro em território

baiano, que em 2000 foi de R$ 924, é quase o triplo do turista doméstico – R$

336. A rigor, para chegar à Bahia, o turista internacional tem que superar

barreiras como a língua, cultura, distâncias e moedas. Por isso, tende a ser um

cliente mais exigente do que a média dos turistas brasileiros. Espera-se que a

chegada de redes internacionais na operação de empreendimentos turísticos

no estado signifique uma maior facilidade de inserção do “destino Bahia” no

mercado mundial. Até porque pode implicar também na introdução de

parâmetros operacionais mais próximos daqueles praticados pelos principais

destinos-concorrentes internacionais, estimulando a melhoria do padrão de

qualidade dos equipamentos e serviços turísticos baianos.

No litoral da Bahia, a Cidade de Ilhéus está classificada como um pólo

turístico de grande importância. Localizada na Costa do Cacau (municípios de

Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una, Santa Luzia e Canavieiras) - entre os pólos

turísticos de Salvador e Porto Seguro, após décadas de monocultura do cacau

começa a entrar num novo ciclo de negócios, buscando renascimento

econômico através do turismo. Ilhéus possui um excelente perfil turístico, por

seus atrativos naturais e histórico-culturais, oferecendo condições para que se

desenvolvam o ecoturismo (destacando-se entre eles o turismo rural),

congressos e negócios, entre outras áreas (GRANATO, 2001).

Excluído: ¶

Excluído: Canavieiras )

29

Fonte: BAHIATURSA, 2002

Figura 03 – Mapa da Costa do Cacau

Apesar dos dificultadores intrínsecos ao estudo sistematizado e analítico

do turismo, entre os quais sua multidisciplinaridade e o fato do turismo se

constituir uma disciplina em desenvolvimento, que emprega métodos e

conceitos da maioria das ciências sociais já consolidadas, esta pesquisa

buscará estabelecer relações entre a Oferta Turística dos meios de

hospedagem (Hotéis e Pousadas classificados como de categoria

Turística/Superior) e o decréscimo no fluxo e na permanência do turista na

Cidade de Ilhéus, verificados no trabalho de Nascimento (2001).

Excluído: ¶

30

1.1 O PROBLEMA/JUSTIFICATIVA

Não obstante a diversidade da oferta turística da Cidade de Ilhéus e das

inúmeras tentativas de desenvolvimento do turismo na localidade como

atividade alternativa à agricultura, o turismo local não tem sido bem sucedido.

Localizada no sudeste do Estado da Bahia, a Cidade de Ilhéus faz parte

da Costa do Cacau, conforme divisão turística do litoral baiano efetuado pela

BAHIATURSA. É uma cidade dotada de atrativos naturais, históricos e

culturais, fato este considerado como vantagem comparativa7. Sua diversidade

ambiental, característica das áreas de Mata Atlântica, apresenta

aproximadamente 93 km de litoral com belas praias, clima ameno, cursos

d’água, lagoas, enseadas e vegetação rica em orquídeas, bromélias e outras

plantas exóticas. Some-se a esse quadro a riqueza cultural difundida na obra

de Jorge Amado, Adonias Filho e outros autores regionais. Assim, tem-se um

destino turístico de grande atratividade.

A oferta turística pode ser definida como a quantidade de bens e

serviços turísticos que se possa oferecer a dado preço, em determinado

período de tempo; pode também ser conceituada, segundo Lage (2001, p.72),

como “ o conjunto de atrações naturais e artificiais de uma região, assim como

de todos os produtos turísticos à disposição dos consumidores para a

satisfação de suas necessidades”.

7 Vantagem Comparativa decorre de menor custo dos fatores como trabalho, matéria-prima, capital ou infra-estrutura na produção de um bem ou serviço. No caso do turismo, recursos naturais e ou culturais podem caracterizar tal vantagem se estes são também comuns a outras localidades receptoras.

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31

Segundo a autora (Ibid., 2001), representam a oferta turística, em seu

sentido estrito, as atrações que a natureza oferece. Para complementá-la, é

indispensável a formação de uma infraestrutura de bens e serviços turísticos

que possibilitem uma atividade turística viável e desenvolvida, a exemplo dos

meios de transporte, de hospedagem, dos restaurantes, o comércio e outros

equipamentos.

Com o crescimento do Turismo como atividade econômica, tem

aumentado a cada dia o número de investimentos no setor hoteleiro. A

chegada de grandes redes internacionais – com elevado nível de qualidade e

padrão de serviços - tem despertado os empresários do setor para um novo

cenário competitivo, no qual o produto oferecido precisa estar configurado de

forma profissional.

Para que o turismo venha se desenvolver adequadamente, espera-se

que a qualidade dos serviços disponíveis e a formatação do produto

correspondam à expectativa dos turistas. Todas as atividades próprias ou

específicas de um hotel – incluindo-se os serviços de bem receber e o

fornecimento dos bens necessários ao desempenho requerido ao cumprimento

de suas funções – é o que se denomina hospedagem8. Diante da competição

global, os produtos e os serviços estão cada vez mais parecidos

tecnologicamente, isso porque cada um dos concorrentes procura copiar o que

o outro tem de melhor. O que se observa, então, é uma tendência da qualidade

8 Hospedagem abrange o conjunto de atividades da administração, recepção, e da prestação de serviços

diretos e indiretos de atendimento aos hóspedes.

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32

voltada basicamente para a qualidade no atendimento. Como preconiza Denton

(1990, p.38),

A abordagem da organização com relação a comunicações abertas e compartilhadas de informações ajuda a produzir empregados com mais conhecimentos e mais bem informados. Para conquistar esse nível funcional privilegiado, as empresas precisam preparar-se e organizar-se, investindo permanentemente em qualidade como meio para obter a satisfação interna e, conseqüentemente, dos clientes.

A BA-001 é uma das rodovias turísticas9 que fazem parte do

PRODETUR-BA - Programa de Desenvolvimento do Turismo (Bahia). O plano

do Governo do Estado em interligar as regiões turísticas litorâneas da Bahia

tem se mostrado estratégico para a consolidação do cluster10 de turismo

baiano, cujo projeto, desenvolvido pela empresa americana Monitor (dirigida

por Michael Porter), encontra-se em fase de execução. O objetivo maior é o

desenvolvimento sócio-econômico - através do turismo - das cidades

envolvidas, entre as quais insere-se Ilhéus, localizada entre os municípios de

Una e Itacaré11.

No entanto, a “vocação turística” natural e cultural da Cidade de Ilhéus

só nos últimos anos começou a ser percebida como alternativa econômica para

uma região em crise, em função do declínio da cacauicultura como base da

economia regional. Mas o turismo evoluiu de modo desordenado, sem que

fossem definidas, previamente, estratégias para o seu desenvolvimento,

9 Rodovia turística, segundo Stephen Page (2000), autoridade estadunidense da área de transportes, é a

via livre de transporte de carga, sendo utilizada apenas por ônibus e veículos de passeio. 10 Cluster é um termo utilizado por Michael Porter, um dos maiores nomes na área de estratégia

empresarial, significando grupos, agrupamentos ou aglomerados. São concentrações geográficas de empresas de determinado setor de atividade e organizações correlatas, de fornecedores de insumos a instituições de ensino e clientes. ( Revista HSM Management no 15,jul-ago/99).

11 Palestra proferida pelo Dr. Paulo Gaudenzi (SECTUR-BA) , na aula magna do Mestrado em Cultura e Turismo na Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC, Ilhéus(Ba), em 03.09.2001.

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33

levando a atividade a defrontar-se com uma série de desequilíbrios. Se por um

lado houve um crescimento expressivo na rede de hospedagem, por outro, as

carências municipais, no que se refere a equipamentos culturais e de lazer e de

uma infraestrutura de suporte ao setor, tornaram-se mais nítidas. Em

decorrência desses problemas, o tempo de permanência do visitante tende a

ser reduzido e a sazonalidade do turismo a ser agravada, conduzindo à

ociosidade de alguns equipamentos hoteleiros em vários meses do ano, o que

implica retração na rentabilidade do setor (Nascimento, 2000, p.41).

Apesar da atual tentativa de diversificação da economia – fruticultura,

cultura do café e do coco, agroindústria, além do pólo de informática, o

município de Ilhéus ainda apresenta graves problemas sócio-econômicos,

decorrentes principalmente da crise da lavoura cacaueira. Considerando seu

diversificado potencial turístico decorrente dos seus recursos naturais, culturais

e históricos, a atividade turística mostra-se como uma importante alternativa

para um desenvolvimento sustentável12, desde que ajustado ao novo

paradigma de preservação e conservação dos ecossistemas (Fontes, 2001,

p.16).

Embora o PLANO ESTRATÉGICO DO TURISMO DE ILHÉUS-PET

(2001), registre que

A atividade turística desempenhou um crescimento significativo entre 1997 e 2000 (com base no Imposto sobre Serviços-ISS) nos segmento de Meios de Hospedagem (237,39%) e agenciamento de

12 Desenvolvimento Sustentável aqui entendido como o desenvolvimento social, econômico e cultural que

atenda às buscas do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras nem os ecossistemas e os recursos naturais disponíveis ( Ruschmann, 2000, p.65).

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Excluído: “...

Excluído: a

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34

viagens e turismo (128,74%), de forma a destacar-se no cenário local como uma importante fonte de negócios, renda e empregos.

O trabalho de Nascimento (2001, p.32), constatou um baixo gasto médio

diário individual declarado pelos turistas que visitaram Ilhéus no período de

fevereiro de 1988 a julho de 2000, supondo que fatores como altos preços

praticados no parque turístico local, além da falta de atrações e de produtos

turísticos podem ser responsáveis pela diminuição do fluxo turístico da cidade,

bem como dos dias de permanência. A oferta turística ilheense, por sua vez,

sobretudo a dos meios de hospedagem, de acordo com da Empresa Municipal

de Turismo (Ilheustur), ora incorporada pela Secretaria de Turismo de Ilhéus

(Setur), apresentou considerável crescimento a partir do final dos anos oitenta.

O Anexo I apresenta a evolução histórica da oferta e demanda turística em

Ilhéus.

As praias de Ilhéus são consideradas de grande beleza cênica, com

areia fina, clara, e águas de agradável temperatura. Esses atrativos naturais

representam a maior motivação para 97% dos turistas que viajaram a passeio a

Ilhéus em 2002, de acordo com a pesquisa de Demanda Turística realizada

pela BAHIATURSA (BAHIATURSA, 2002). Segundo Fontes (2001, p.70), as

praias são responsáveis por praticamente todo o lazer oferecido ao turista que

vem a Ilhéus, que, em sua pesquisa, foram consideradas boas por 38,5% e

ótimas por 23,1%. No entanto, a autora registra que

A falta de uma proposta urbanística agride a cada dia a paisagem local. O crescimento desordenado, carência de infraestrutura (esgotamento sanitário e iluminação), insuficiência de serviços básicos (limpeza e segurança), informações turísticas e serviços deficientes são alguns dos problemas apontados.

Excluído: ¶

Excluído: ,...”

Excluído: O trabalho de Nascimento (2001:32), constatou um baixo gasto médio diário individual declarado pelos turistas que visitaram Ilhéus no período de fevereiro de 1988 a julho de 2000, supondo que fatores como altos preços praticados no parque turístico local, além da falta de atrações e de produtos turísticos podem ser responsáveis pela diminuição do fluxo turístico da cidade, bem como dos dias de permanência. O Anexo I apresenta (Inserir comentário com base no arquivo de Gerson)...¶

Excluído: :

Excluído: “...

Excluído: ”.

35

Assim, o precário estado de conservação de um dos seus principais

atrativos representa o padrão do tratamento dado pelos setores responsáveis a

uma localidade com tal potencial turístico, não percebendo que a não

conservação desses recursos prejudica definitivamente a sustentabilidade do

setor e de todo o município (Ibid.).

A oferta turística de uma localidade precisa ser adequada ao perfil do

turista que forma a demanda para esse destino. As carências infraestruturais

da região turística polarizada por Ilhéus, além de afetarem a permanência

média dos seus meios de hospedagem, também influem no fluxo de visitantes

que migram para este núcleo (Queiroz, 1993).

Um dos grandes problemas enfrentados pelo trade turístico em Ilhéus é

a sazonalidade. Diferentes estratégias de marketing revelam a importância de

incrementar a demanda fora de temporada, especialmente em função dos

custos fixos dos empreendimentos turísticos. Há necessidade de promover

melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais no decorrer de todo

o período anual. Segundo Lage (2001, p.85), para elevar a satisfação dos

turistas e melhorar o aproveitamento das instalações durante todo o ano deve-

se reduzir ao mínimo o nível de variação da demanda das temporadas altas

para as baixas, conforme mostra a Figura 04.

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36

Fonte: Lage (2001, p.83), adaptado pelo autor.

Figura 04 – Sazonalidade da demanda turística

Lage (Ibid., p.85) sugere duas estratégias para tornar a demanda

turística mais homogênea e regular durante o ano, proporcionando uma

ocupação mais adequada dos serviços e equipamentos turísticos. São elas:

• Uso múltiplo: significa complementar os atrativos da alta

estação de um lugar com outras atrações, que criariam demanda para os viajantes durante os períodos de baixa temporada. (...) Festas religiosas, promoções gastronômicas, destaques folclóricos, celebrações especiais, convenções, congressos, atrações desportivas patrocinadas e promovidas em várias regiões, principalmente nos períodos escolares, são exemplos de estratégias de uso múltiplo;

• Política de Preços: Em comparação com a estratégia de uso múltiplo, essa técnica cria mercados para os períodos fora de temporada, utilizando preços diferenciados, como um instrumento eficiente para transferir demanda da alta para a baixa estação. (...) A estratégia do desconto nos preços dos serviços ajudam a estimular a demanda turística em períodos especiais.

Segundo a Empresa Municipal de Turismo de Ilhéus-ILHEUSTUR, que

em 2003 teve suas atividades absorvidas pela Secretaria de Turismo do

Oferta

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37

Município, a Cidade dispõe atualmente de uma bem estruturada rede hoteleira

composta de 140 Hotéis e Pousadas, numa oferta total de 7.500 leitos, cuja

taxa de ocupação desaba nos períodos de baixa estação. Pesquisa de

demanda turística efetuada pela BAHIATURSA em 2002 registra que apenas

41,2% dos turistas de Ilhéus hospedam-se em Hotéis ou Pousadas da Cidade;

Aproximadamente 43% utiliza casa de amigos e/ou parentes, e os demais

optam por aluguel de casas, Camping, etc. A pesquisa de Fontes (2001:93)

encontrou expressivas pontuações para os meios de hospedagem (em relação

à oferta turística como um todo) na percepção dos turistas em Ilhéus, dos quais

69,2% considerou “bom” e 30,8% como regular.

O município de Ilhéus, além de uma parcial revitalização da lavoura

cacaueira (através de linhas especiais de crédito e investimentos em tecnologia

como a descoberta de clones resistentes à vassoura de bruxa e altamente

produtivos), vem diversificando sua atividade econômica através de outras

alternativas, como a fruticultura, a cultura do café, do coco e a agroindústria. Ao

mesmo tempo, a Cidade tem buscado se reestruturar com a consolidação da

indústria de informática e do turismo, assistida pela pesquisa e tecnologia

produzidas pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC e por outras

instituições de ensino, através da inserção da produção científica com as

atividades regionais (op.cit., 2001).

A previsão da BAHIATURSA, de que Ilhéus tenderia a conservar a

posição de 30 maior pólo de turismo receptivo da Bahia até o ano de 2005, não

está sendo concretizada. Segundo Martins, citado por Nascimento (2001, p.5),

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38

Ilhéus perdeu essa posição recentemente para as Cidades de Valença e Cairu

juntas, embora o fluxo turístico da Costa do Cacau (principalmente Ilhéus,

Canavieiras e Itacaré) perca apenas para Salvador e Porto Seguro. A

inexistência de um planejamento para a expansão do turismo em Ilhéus tem

prejudicado o desenvolvimento da sua Oferta Turística, haja vista que o

PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO DE ILHÉUS-PET foi formalizado

apenas no ano de 2001, contemplando ações a serem concretizadas no

período 2001-2004.

Não obstante representar um dos mais importantes centros de cultura e

lazer de toda a região cacaueira, graves problemas são apresentados por

todos que vivenciam e trabalham com o turismo em Ilhéus. Com serviços e

infraestrutura ainda incapazes de consolidar seu potencial, a atividade turística

local torna-se campo de pesquisa que propicia a realização de um diagnóstico,

com levantamento detalhado e indicação de estratégias possíveis, através de

um planejamento sistematizado para o aumento de sua competitividade.

Em seu trabalho, Nascimento (op.cit., p.42), utilizando métodos de

análise descritiva estatística e comparativa, em relação aos dados da Pesquisa

de turismo Receptivo de Ilhéus, desenvolvida pela BAHIATURSA no período

compreendido entre janeiro 1988 e julho de 2000, constatou que:

a) Excetuando-se o mês de julho de 1998, a maioria dos turistas que

visitou Ilhéus é residente no próprio estado. Em fevereiro de 2000

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

39

representou 45,95%, seguidos de São Paulo, Distrito Federal, Rio de

Janeiro, Minas Gerais e Goiás;

b) O maior contingente de turistas é do sexo masculino, apresentando

variações entre 76,26% em fevereiro de 1998 a 60% em fevereiro de

2000;

c) A faixa etária dos entrevistados ficou entre 36 e 50 anos – 46,50% em

julho de 2000, enquanto a faixa etária de 26 a 35 anos vem

decrescendo;

d) Entre as principais ocupações dos turistas que demandaram Ilhéus,

destacam-se comerciantes, professores, funcionários públicos e

estudantes, percebendo-se um declínio mais acentuado de estudantes –

saindo de 10,10% em fevereiro de 1998 para 3,3% em julho de 2000;

e) A renda média mensal em julho de 1988 chegou a R$ 4.073,28 e em

fevereiro de 2000 foi de R$ 2.815,94, sendo caracterizada como renda

de classe média alta;

f) O gasto médio diário individual que chegou a R$ 56,78 em julho de 1988

– acompanhando a renda média mensal, caindo para R$ 27,49 em julho

de 2000;

g) A permanência média dos turistas em Ilhéus oscilou entre 7,3 e 14,6

dias;

h) Excetuando-se o mês de julho de 1998, a maioria dos turistas que

visitou Ilhéus é residente no próprio estado. Em fevereiro de 2000

representou 45,95%, seguidos de São Paulo, Distrito Federal, Rio de

Janeiro, Minas Gerais e Goiás;

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Formatados: Marcadores enumeração

Excluído: ¶

40

i) O maior contingente de turistas é do sexo masculino, apresentando

variações entre 76,26% em fevereiro de 1998 a 60% em fevereiro de

2000;

j) A faixa etária dos entrevistados ficou entre 36 e 50 anos – 46,50% em

julho de 2000, enquanto a faixa etária de 26 a 35 anos vem

decrescendo;

k) Entre as principais ocupações dos turistas que demandaram Ilhéus,

destacam-se comerciantes, professores, funcionários públicos e

estudantes, percebendo-se um declínio mais acentuado de estudantes –

saindo de 10,10% em fevereiro de 1998 para 3,3% em julho de 2000;

l) A renda média mensal em julho de 1988 chegou a R$ 4.073,28 e em

fevereiro de 2000 foi de R$ 2.815,94, sendo caracterizada como renda

de classe média alta;

m) O gasto médio diário individual que chegou a R$ 56,78 em julho de 1988

– acompanhando a renda média mensal, caindo para R$ 27,49 em julho

de 2000;

n) A permanência média dos turistas em Ilhéus oscilou entre 7,3 e 14,6

dias;

o) O principal motivo da viagem dos turistas entrevistados foi a passeio,

destacando-se outras motivações como negócio e, no último período

analisado, aparece com relevância a motivação congresso/convenções;

p) Quanto aos principais aspectos positivos da cidade, segundo os

entrevistados, destacam-se as praias, os atrativos naturais e a

hospitalidade;

Excluído: ¶

41

Dentre os aspectos negativos da cidade, segundo os turistas, está a

precariedade da limpeza pública, assim como se reclama da poluição das

praias e da falta de segurança pública. Para tornar o turismo a principal base

econômica da Cidade é preciso profissionalizá-lo, o que exige, entre outros

fatores uma melhor adequação da Oferta Turística - em particular a dos meios

de hospedagem, ao perfil do turista13 de Ilhéus.

O elenco de ações previstas no PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO

DE ILHÉUS (2001) - que abrangem desde a elaboração de inventário turístico

do município até a ações de fomento ao investimento no setor - deixa patente o

nível de necessidades a serem satisfeitas para que a Cidade se transforme

num destino turístico atrativo. “... Quem chega ao Núcleo do Descobrimento,

sabe o que quer e acha o que procura...” afirma Queiroz (1993, p.30), que

registra as múltiplas opções de lazer, com vida noturna rica e atraente na

Cidade de Porto Seguro, comparando-a com Ilhéus, onde isto não acontece.

A “vocação turística” de Ilhéus, cantada em verso e prosa por sua gente,

precisa transformar-se em realidade, com uma oferta turística de qualidade e

adequada à sua demanda. Esta pesquisa visa a detectar o grau de adequação

da Oferta Turística dos meios de hospedagem (nas variáveis infraestrutura e

qualidade dos serviços, preços e atrativos) ao perfil do turista de Ilhéus,

considerando-se que tal adequação impacta diretamente a manutenção e

crescimento dos benefícios sócio-econômicos decorrentes da atividade turística

13 O Perfil do turista nesta pesquisa será caracterizado pelos aspectos sexo, estado civil, faixa etária, ocupação principal, renda média mensal, gasto médio diário, permanência média e motivo da viagem, objeto da pesquisa de Nascimento (2001).

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Excluído: :

42

para o município. Além disso, a determinação do perfil da oferta e das

preferências da demanda diminui os riscos para novos investidores e sinaliza

rumos para o planejamento a longo prazo.

Dadas as dificuldades relacionadas ao tempo e recursos financeiros

para realizar esta pesquisa abrangendo toda a Oferta Turística de Ilhéus

(Meios de hospedagem, Alimentos e Bebidas, Entretenimento, Serviços, etc.),

optou-se por focalizar os meios de hospedagem – Hotéis e Pousadas,

considerando-se sua importância no conjunto dos bens e serviços colocados à

disposição dos turistas. Os dados referem-se a Hotéis e Pousadas

classificados como categoria econômica e Turística.14, tanto centrais como

localizados nos litorais sul e norte da Cidade. A questão central é: até que

ponto a competitividade do produto turístico Ilhéus vem sendo prejudicada por

uma inadequação da Oferta Turística - em especial a dos meios de

Hospedagem, ao perfil do seu turista?

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a adequação da oferta turística de Ilhéus, em especial dos meios

de hospedagem em relação ao perfil da sua demanda, visando a fornecer

14 A atual classificação de Hotéis e Pousadas da EMBRATUR e Associação Brasileira da Indústria de

Hotéis-ABIH utiliza as categorias: Simples, Econômico, Turístico, Superior, Luxo e Plus Super Luxo. Maiores detalhes sobre cada uma no Anexo III.

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Excluído: ¶¶

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Excluído: Apêndice A..

43

subsídios ao planejamento e administração do turismo ao trade ilheense e aos

órgãos públicos ligados ao setor.

1.2.2 Objetivos Específicos a) Conhecer a real oferta dos meios de hospedagem em Ilhéus e sua

classificação;

b) Verificar existência de ações de marketing pelo trade turístico para diminuir

os impactos da sazonalidade;

c) Identificar as variáveis que estão influenciando na escolha do destino

Ilhéus, na opinião do turista;

d) Identificar as variáveis que estão influenciando na escolha dos meios de

hospedagem de Ilhéus, na opinião do turista;

e) Avaliar o impacto das variáveis preço e qualidade dos serviços nos meios

de hospedagem de Ilhéus em relação a outros destinos turísticos da Costa

do Cacau: Itacaré, Una e Canavieiras;

f) Analisar se os aspectos localização, atrativos turísticos do hotel ou

pousada, meios de acesso, serviços e recursos tecnológicos à disposição

do hóspede correspondem às expectativas do turista.

Excluído: ¶

Excluído: ¶

44

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Característico de uma sociedade de consumo, afirma Andrade (1999)

que o turismo, como um todo estruturado, não é mais do que um produto

composto ou uma combinação de bens e serviços, cuja funcionalidade

depende de uma série de conhecimentos operacionais e de paciente dedicação

para atendimento cabal dos requisitos da oferta e das exigências da demanda.

2.1 O Turismo Entremeando os Caminhos da História

Atualmente o turismo tem como principal característica ser um fenômeno

de massa, que deve ser compreendido a partir da história da humanidade.

Essa análise permitirá um melhor embasamento teórico que possibilite

repensar qual a melhor forma de desenvolvimento turístico que deve ser

incentivado. A compreensão da história do mundo ocidental pode ser verificada

por meio de uma descrição de forma cronológica, e cada período é definido a

partir do modo de produção que caracteriza as relações sócio, política e

econômica durante as Idades: Antiga, Média, Moderna e Contemporânea.

Excluído: ¶

45

Na Idade Antiga que compreende o período que vai desde o surgimento

da escrita (aproximadamente 4.000 a.C.) até a queda do Império Romano do

Ocidente (476 d.C.), verifica-se um momento de transição da sociedade,

caracterizada por uma maior organização política e social. (Acerenza,2003)

registra que durante este período foram encontrados alguns registros das

viagens realizadas pelos povos gregos, entre esses os manuscritos de

Heródoto, que foi considerado o "Padre de los Escritores de Turismo", por seus

escritos que continham descrições e relatos de suas viagens.

O Império Romano é considerado um dos maiores impérios já existentes

em termos territoriais, que obteve sua expansão com as expedições

organizadas realizadas por meio das viagens. Este Império deixou um

significativo acervo que caracteriza os hábitos das viagens realizadas pelo seu

povo, como por exemplo: as termas romanas, sítios de veraneio e também

templos e santuários. O crescimento do Império contribuiu para seu

enfraquecimento, quando sua grande extensão territorial promoveu a

descentralização do poder e teve como conseqüência sua queda. A partir deste

momento as viagens passam a ser perigosas, sendo reduzidas durante algum

tempo.

As viagens ressurgem durante a Idade Média, período que compreende

de 476 d.C., até o ano de 1453, com a queda do Império Romano do Oriente.

Esta época caracteriza-se pelo surgimento do feudalismo, que nasceu da fusão

da sociedade romana decadente e a sociedade bárbara germânica em

Excluído: ¶

46

transformação e representou um sistema social, político e econômico

predominante durante este período. O citado autor (Ibid.) registra que a

consolidação do feudalismo deu-se por meio de uma economia baseada na

agricultura de subsistência, no trabalho servil do camponês, na sociedade

hierarquizada, no poder político descentralizado nas mãos de diversos

senhores feudais, e no predomínio da Igreja católica no plano religioso, cultural

e ideológico.

Segundo Acerenza (Ibid.), a Igreja exerce seu poder de dominação no

campo cultural e ideológico e estimula as viagens por meio das peregrinações,

que representaram o acontecimento da época, quando milhões de pessoas

passam a deslocar-se com uma motivação religiosa. Os peregrinos passam a

viajar em grupos organizados, percorrem grandes trechos para visitar lugares

como Canterbury (Inglaterra), Santiago de Compostela (Espanha) e

principalmente a Terra Santa (Israel).

A partir do século XII surgem as Cruzadas, o que representou uma

síntese das contradições religiosas, sociais, políticas e econômicas deste

período, e tem como característica o renascimento do comércio e renascimento

urbano. Essas transformações trazem ao feudalismo um vigoroso processo de

transformação, que culminou com a sua própria destruição. O início das

cruzadas foi marcado pela tomada da Palestina pelos turcos, impedindo as

peregrinações religiosas aos lugares sagrados de Jerusalém (Terra Santa -

Israel). Em represália a essa atitude foram organizadas expedições militares

Excluído: ¶

47

com o objetivo de resgatar a Terra Santa das mãos dos infiéis. Essas

expedições receberam o nome de Cruzadas, que para os cristãos representava

a luta contra os inimigos de Deus. Após a batalha o guerreiro era

recompensado com a indulgência (perdão dos pecados).

Pedro (1988) registra que grande parte das viagens ocorridas durante

este período estavam relacionadas às expedições militares e ao comércio,

representando desta forma um excelente negócio, principalmente para os

italianos que detinham a hegemonia do comércio entre Oriente e Ocidente. No

fim da Idade Média, Veneza destaca-se por sua beleza e riqueza, como

também pelos atrativos que oferece aos viajantes. Com um significativo

aumento das viagens surge então o guia del viajero del siglo XIV, que oferecia

aos peregrinos informações detalhadas sobre as regiões, e locais onde

poderiam cruzar com segurança como também hospedarias existentes no

percurso.

Mudanças nas relações de produção feudal durante o século XIV são

caracterizadas pelo surgimento do comércio e núcleos urbanos, assim como

também pelo surgimento de uma nova classe social: a burguesia. Todo este

processo foi manifestado na economia, na sociedade, na política e na religião,

proporcionando um aumento do poder político dos reis apoiados pela

burguesia, e o enfraquecimento da igreja católica. Neste momento as viagens

mais representativas tiveram como principal motivação o comércio.

Excluído: ¶

48

A Idade Moderna compreende o ano de 1453 até 1789, com a

Revolução Francesa. Este período caracteriza-se pela formação das

monarquias nacionais que representavam a centralização do poder político nas

mãos do Rei (absolutismo). Esta centralização refletia-se na formação de

territórios contínuos e fronteiras definidas para o reino, além da conquista de

novos territórios. As grandes navegações fazem parte do processo de

expansão europeu, dando início à Era dos Descobrimentos, motivados pela

busca de mercadorias e metais preciosos além das fronteiras européias. Este

movimento tem como conseqüência a descoberta de novos mercados, assim

como o enriquecimento da burguesia.

A partir do século XVI, surgem novas motivações de viagens distintas

dos fatores que anteriormente incentivavam os peregrinos e os mercadores da

Idade Média. Jovens pertencentes à nobreza realizavam viagens

impulsionadas principalmente por motivos educacionais e no século seguinte

os médicos reconhecem as propriedades curativas das águas termais, sendo

organizadas dessa maneira viagens a esses centros. Os meios de

comunicação e transportes exercem importante contribuição no surgimento das

novas motivações de viagens (Acerenza, 2003).

O capitalismo, sistema econômico baseado na propriedade privada, nos

meios de produção e no trabalho assalariado, cresceu dentro do absolutismo e

no mercantilismo. As viagens também se adaptam aos sistemas de governo.

Surgem novas motivações, assim como melhoria da infra-estrutura e

Excluído: ¶

49

aprimoramento dos meios de transportes e comunicação. Durante o século

XVIII, inicia-se a utilização dos mares como uma nova alternativa para os

viajantes.

O processo de rompimento com o regime absolutista iniciou-se no

século XVII com uma crise geral, e se prolongou até o século XVIII, culminando

em uma dupla revolução: a Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra

em fins do séc. XVIII, e a Revolução Francesa, em 1789, que representa o

marco do início da Idade Contemporânea. Segundo Acerenza (2003), durante

o final do século XVIII e todo o século XIX, as viagens estiveram caracterizadas

por uma nova motivação: o prazer do descanso e da contemplação das

paisagens e montanhas. Esta nova motivação teve cada vez mais adeptos,

conseqüência da diminuição da qualidade de vida nos grandes centros urbanos

industrializados.

Barreto (1992) registra o surgimento, em 1841, do primeiro agente de

viagem profissional, Thomas Cook, que organizou viagem com 570 pessoas,

comprou e revendeu os bilhetes, configurando assim a primeira viagem

agenciada. Em 1846, organizou viagem similar a Londres, utilizando guias

turísticos, fato que caracterizou o início do turismo coletivo. Cook trouxe

enormes contribuições ao turismo: Elaborou o primeiro itinerário descritivo de

viagem preparado de forma profissional denominado: Handbook of the Trip,

efetuou Tours com participação de guias de turismo, organizou também a

primeira volta ao mundo, criou o cupom de hotel, atualmente conhecido por

Excluído: ¶

50

Voucher, antecessor do Traveller Cheque, uma vez que esse documento era

aceito pelos bancos, hotéis, restaurantes e algumas casas comerciais em

distintas partes do mundo. Em 1891 a American Express criou o Traveler

Cheque como conhecido atualmente. No entanto, Pedro (1988) afirma que o

maior aporte efetuado por Cook foi a introdução do conceito de excursão

organizada, atualmente conhecido por pacote turístico, permitindo dessa forma

que grande parte da população tivesse acesso às viagens.

Durante a segunda metade do século XIX verificou-se um vertiginoso

avanço das atividades industriais e financeiras, na Europa e Estados Unidos. A

expansão da produção aumentou ainda mais a sede de lucros, provocando um

intenso movimento de conquistas dos novos mercados, encontrados na Ásia e

África, que seriam fornecedores de matérias-primas e também compradores

dos produtos saídos das fábricas européias. Iniciava-se então a era do

imperialismo, que culminou com a I Guerra Mundial (1914-1918).

No período anterior à Primeira Guerra, o transporte utilizado foram os

trens ferroviários; após a guerra, os veículos excedentes foram adaptados para

o transporte de passageiros. Entre 1919 e 1920 os ingleses realizaram

excursões de ônibus aos campos de batalha da França, como também na

Costa Azul da Espanha e, posteriormente, em toda Europa. Em 1924 as

excursões chegaram ao norte da África e em 1935 realizaram a primeira

excursão de ônibus a Leningrado e Moscou. Por volta de 1938 surge também a

aviação civil, criando mais opções aos viajantes (Pedro, 1988).

Excluído: ¶

51

Após a Primeira Guerra, a Europa já não era a mesma, tendo perdido

lugar de destaque no cenário mundial, passando o centro das decisões para o

outro lado do Atlântico. Em meados do séc. XIX encontram-se no auge os

centro turísticos Norte Americanos como Atlantic City e os situados na

península da Flórida, como também a fundação de Mar del Plata, na Argentina

e Viña del Mar, no Chile.

Neste momento a economia mundial encontra-se estagnada, em um

quadro de crise geral com a desvalorização de moedas de países europeus

como Itália e Alemanha. Em 1931, o Departamento de Comércio Americano

publica uma nota oficial justificando os gastos em publicidade do país no

exterior, concluindo que o turismo seria uma importante fonte de ingressos.

A história registra que todos os acordos firmados após a Primeira Guerra

deixaram claro que nenhum país estava satisfeito. A luta desesperada por

fontes de matéria-prima, mercados e facilidades de investimentos lucrativos

levaria inevitavelmente a uma nova guerra, que teve seu início em 1939 e seu

término em 1945 com a rendição da Alemanha.

Verifica-se que antes da II Guerra Mundial (1939-1945) o turismo foi uma

atividade amplamente desenvolvida, não só na Europa como também no

continente Americano, porém somente depois da guerra que o turismo

transforma-se em um fenômeno de massa e desperta interesse da maioria dos

países do mundo. Seu crescimento se dá pela conquista da paz, melhoria dos

Excluído: ¶

52

meios de comunicações, disponibilidade de tempo livre, mudanças

tecnológicas, e outras mais que somente são verificadas a partir desse

momento. Durante as décadas de 1920 e 1930 surgem vários centros turísticos

na América Latina, a exemplo de Punta Del Este no Uruguai, Acapulco no

México (Acerenza, 2003).

Por fim, as formas e motivações de viagens turísticas encontradas hoje

são características do período que tem início após a II Guerra Mundial.

Portanto, o termo fenômeno turístico refere-se ao turismo desenvolvido a partir

desse período, e tem como característica principal ser um fenômeno de massa

decorrente da existência de tempo livre e do desenvolvimento dos meios de

comunicação e de transportes. No Brasil, surgem em 1922 os primeiros

grandes hotéis no Rio de Janeiro e, no ano seguinte, a Sociedade Brasileira de

Turismo, que mais tarde toma o nome de Touring Club do Brasil. Algum ano

depois se inicia o turismo de águas termais no estado de São Paulo, e o

turismo cultural no estado do Rio Grande do Sul.

2.2 A Atividade Turística

Discute-se a atividade turística nos mais diversos enfoques. Alguns

termos são utilizados para caracterizar essa atividade, como, por exemplo, o

termo "Indústria Turística", que é utilizado por muitos autores e principalmente

nos discursos, livros, manuais e pela mídia. Reforçando o caráter de produção

Excluído: ¶

Excluído: mudanças tecnológicas, e outras mais que somente são verificadas a partir desse momento. Durante a década de 1920 surgem vários centros turísticos na América Latina, Punta Del Este no Uruguai, Acapulco no México, a partir da década de 1930 (Acerenza, 2003). ¶¶

53

do turismo, como um bem que pode ser produzido em grande escala de forma

impessoal.

Encontra-se no dicionário Aurélio a seguinte definição para a palavra

indústria: "atividade de produção de mercadorias, abrangendo a extração de

produtos naturais e sua transformação". Esta definição sugere a extração de

produtos naturais e sua transformação, mas não se adapta à proposta da

atividade turística, uma vez que sua matéria-prima na maioria das vezes

depende da existência dos recursos naturais, como por exemplo, no caso das

praias que devem ser utilizadas pela atividade turística e não transformadas, o

que a médio e longo prazo certamente causará a extinção deste recurso.

Situar a atividade turística no setor produtivo torna-se uma importante

base conceitual, uma vez que as grandes preocupações nas discussões sobre

o tema estão diretamente relacionados às questões econômicas. Em 1940

Colin Clark, citado por Boullón (1997) propôs uma classificação para os setores

de produção, que vem sendo utilizada até hoje, e são: setor primário,

responsável pela matéria prima vindas da superfície da terra ou de suas

entranhas; onde se encontra a produção agropecuária; setor secundário, que

compreendem os processos industriais de transformação e utilizam em sua

maioria produtos oriundos do setor primário; e setor terciário, que são as

necessidades atendidas por diversas atividades e sua importância está na

variadíssima gama de "serviços".

Excluído: ¶

54

Portanto, entende-se que o turismo é uma atividade situada no setor

terciário de produção, e tem como principal característica a prestação de

serviços, utilizando-se dos demais setores produtivos que são responsáveis

pelo seu funcionamento. A atividade turística possui relações próprias que

integram todos os setores produtivos, caracterizando-se como um sistema.

Importante ressaltar que os produtos e serviços turísticos são oferecidos

por uma gama de produtores e fornecedores diferentes que, apesar de atuarem

de forma individual, são entendidos pelo turista como um todo que integra a

experiência vivencial da viagem. Uma atuação cooperada e centralizada é

necessária – apesar das peculiaridades de cada segmento – para a definição

de metas e estratégias que possibilitem o desenvolvimento sustentável, a partir

de decisões conjuntas entre empreendedores e órgãos públicos da Cidade

(Ilheustur– Setur e Bahiatursa).

O turismo deve ser concebido como atividade capaz de melhorar a

qualidade de vida da comunidade, gerando renda e emprego para as

populações local e regional sem descuidar-se da proteção ambiental e cultural,

o que constitui um modelo de desenvolvimento sustentável. Petrocchi (1998)

alerta para a importância da formação profissional dos que oferecem serviços

turísticos: “... Mas o sucesso do turismo não se alcança de forma isolada. Uma

bela praia é o ponto de partida, mas e os serviços, o conforto do cliente e a

forma de tratá-lo?”

Excluído: ¶

55

Segundo o autor (Ibid.), ao visitar um determinado lugar o turista,

inevitavelmente, começa a avaliá-lo já no momento em que sai do avião, ou do

ônibus. Ele sente a temperatura, o clima, os ventos, aprecia a arquitetura local,

o tráfego de veículos, a beleza das construções, entre outros, até ter os

primeiros contatos com as pessoas, ou seja, com a prestação dos serviços:

observa se existe cortesia ou desrespeito, se os preços são justos, avalia as

atrações do lugar. Tudo é especial e apreciado em seus detalhes, pois ele está

pagando e deseja o melhor. Os visitantes são recebidos pelo sistema

turístico,15 mas eles têm contato direto e pessoal com os operadores do

sistema. Se estes não compreenderem a importância do cliente e não forem

treinados para atendê-los, corre-se o risco de frustrar o atendimento e, assim,

receber por parte do visitante uma avaliação negativa, que se propaga e

representa uma ameaça à reprodução do sistema. Petrocchi conclui, então,

que a sobrevivência do sistema turístico se prende a um atendimento ao cliente

no mínimo satisfatório, pois cliente significa mercado.

A indústria do turismo no Brasil vem ganhando novos impulsos em

função da percepção dos setores envolvidos, assim como pela ainda incipiente

conscientização da população brasileira quanto à importância dessa atividade

no País. Quando da exploração de maneira adequada, as nossas riquezas

naturais, nossos prédios, os monumentos históricos, a cultura e o folclore, o

turismo pode-se tornar a principal atividade econômica do País, geradora de 15 Segundo Beni (2001), “a Teoria Geral dos Sistemas afirma que cada variável, em um sistema específico, interage com todas as outras variáveis desse sistema e com as de outros sistemas que com ele realizam operações de troca e de interação, explicando e desenhando as configurações aproximadas da dinâmica da vida real”. O Sistema Turístico pode ser melhor entendido através do diagrama constante do Anexo VI. 17 IPHAN é a sigla do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional.

Excluído: ¶

Excluído: ¶Portanto, entende-se que o

turismo é uma atividade situada no setor terciário de produção e tem como principal característica a prestação de serviços, utilizando-se dos demais setores produtivos que são responsáveis pelo seu funcionamento. A atividade turística possui relações próprias que integram todos os setores produtivos, caracterizando-se como um sistema.¶¶

Importante ressaltar que os produtos e serviços turísticos são oferecidos por uma gama de produtores e fornecedores diferentes que, apesar de atuarem de forma individual, são entendidos pelo turista como um todo que integra a experiência vivencial da viagem. Uma atuação cooperada e centralizada é necessária – apesar das peculiaridades de cada segmento – para a definição de metas e estratégias que possibilitem o desenvolvimento sustentável, a partir de decisões conjuntas entre empreendedores e órgãos públicos da Cidade.¶¶

O turismo deve ser concebido como atividade capaz de melhorar a qualidade de vida da comunidade, gerando renda e emprego para as populações local e regional sem descuidar-se da proteção ambiental e cultural, o que constitui um modelo de desenvolvimento sustentável. Petrocchi (1998) alerta para a importância da formação profissional dos que oferecem serviços turísticos: “... Mas o sucesso do turismo não se alcança de forma isolada. Uma bela praia é o ponto de partida, mas e os serviços, o conforto do cliente e a forma de tratá-lo?”¶¶

Segundo o autor (Ibid.), ao visitar um determinado lugar o turista, inevitavelmente, começa a avaliá-lo já no momento em que sai do avião, ou do ônibus. Ele sente a temperatura, o clima, os ventos, aprecia a arquitetura local, o tráfego de veículos, a beleza das construções, entre outros, até ter os primeiros contatos com as pessoas, ou seja, com a prestação dos serviços: observa se existe

Excluído: Apêndice

Excluído: D

... [2]

56

divisas e empregos. Kuazaqui (2000), a atividade turística não é recente,

todavia, as inúmeras transformações do mercado, o setor tem-se sofisticado,

exigindo cada vez maior qualificação do produto turístico.

2.3 Sistema Turístico

Beni (1988, p.25) entende sistema como:

Um conjunto de partes que interagem de modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou princípio; ou conjunto de procedimentos, doutrinas, idéias ou princípios, logicamente ordenados e coesos com intenção de descrever, explicar ou dirigir o funcionamento de um todo.

Miller apud Beni (Ibid,p.25) apresenta outra definição, destacando que

“sistema é um conjunto de unidades com relações entre si’. A palavra conjunto,

para ele, “implica que as unidades possuem propriedades comuns” , ou seja, “

o estado de cada unidade é controlado, condicionado ou dependente do estado

das outras unidades”. Assim, o conjunto encontra-se organizado em virtude das

inter-relações entre as unidades, e seu grau de organização permite que

assuma a função de um todo que é maior que a soma de suas partes.

Beni (1998, p.26) identifica algumas características básicas ao sistema,

que são:

a. meio ambiente – são todos os aspectos que não compõem diretamente o sistema porém exercem influências sobre a operação do mesmo;

b. unidades ou elementos – são as partes que compõem o sistema;

Excluído: ¶

Excluído:

Excluído: :

Excluído: “...

Excluído: u

Excluído: o”.

Excluído: :

Excluído: “

57

c. relações – são as inter-relações entre os elementos através de ligações que denunciam os fluxos;

d. atributos – qualidades atribuídas aos elementos ou ao sistema, a fim de caracteriza-lo;

e. entrada (input) – tudo aquilo que o sistema recebe; f. saída (output) – produto final dos processos de transformação a que

se submete o conteúdo da entrada; g. realimentação (feedback) – processo de controle para manter o

sistema em equilíbrio; h. modelo – é a representação do sistema através da abstração para

facilitar o projeto e/ou análise do sistema. Tem por objetivo básico facilitar o estudo do sistema, possibilitando uma maior abrangência e ao mesmo tempo permitindo a análise de causa e efeito entre seus elementos.

A seguir apresenta-se o funcionamento do sistema turístico por meio de

um modelo referencial com base na análise da oferta e demanda. O modelo

proposto foi elaborado a partir do modelo da oferta e demanda de Roberto

Boullón (1997) e complementado sob alguns aspectos com a proposta do

sistema de turismo SISTUR de Mário Beni (1998).

O modelo apresentado no anexo VI permite a compreensão da atividade

turística de forma sistêmica, e é claro que quanto maior o objeto de estudo,

mais complexo será o modelo. Para o presente estudo considera-se suficiente

o modelo simplificado, uma vez que o principal objetivo está em verificar a

adequação da oferta turística de hospedagem ao perfil do turista de Ilhéus.

2.3.1 Demanda Turística

A Demanda pode ser medida ou contabilizada pelo total de turistas que

entram em um destino turístico, podendo ser um local, região, zona, país,

Excluído: ¶

Excluído: ”

Excluído: ¶

Excluído: apêndice D

Excluído: ¶

58

centro ou atrativo turístico. Pode ser verificada por meio de uma análise mais

profunda, Identificando-se como se distribuem esses gastos nos destinos

turísticos, e os tipos de serviços utilizados. Boullón (1997, p.33) afirma que,

para realizar um estudo completo sobre a demanda, deve-se analisar os

seguintes tipos de demanda: real, turista real - consumidor potencial, histórica,

futura e potencial:

a. demanda real : é a quantidade de turistas que existe em um dado momento em um determinado lugar, e a soma de bens e serviços utilizados pelos consumidores neste lugar durante o tempo de sua estadia;

b. turista real - consumidor potencial : refere-se aos gastos adicionais que podem realizar a demanda real durante sua estadia, e o consumo de bens e serviços que não estavam previamente programados antes do deslocamento do turista;

c. demanda histórica - que são os registros estatísticos ocorridos no passado;

d. demanda futura - é o resultado de cálculos feitos a partir de fórmulas matemáticas para projetar o perfil da demanda turística durante um período de tempo a partir do presente;

e. demanda potencial - é a possibilidade de obter um segmento de mercado emissor não conquistado.

Analisar a demanda significa conhecer o consumidor do produto

turístico, este estudo é utilizado como importante instrumento para o

planejamento da atividade turística.

2.3.2 Oferta Turística

Por meio da análise econômica entende-se por oferta a quantidade de

mercadorias ou serviços que entra no mercado consumidor, por um preço em

um determinado período de tempo. A oferta torna-se realidade a partir do

momento que surge o consumidor real, ou seja, o consumidor deve conhecer o

Excluído: ¶

Excluído: :

Excluído: “

Excluído: se refere

Excluído: ”

Excluído: ¶¶

59

produto turístico oferecido, do contrário este produto não está sendo ofertado.

Afirma Boullón (1997, p.35) que:

Para que en servicio turístico se convierta en oferta turística, es imprescindible que el consumidor potencial conozca su existencia. De lo contrario, esse producto no cumple com el requisito de haber entrado en el mercado por un periodo determinado.

A Oferta turística é constituída pelo conjunto de bens e serviços

turísticos, atrações, acessos e facilidades colocados no mercado, à disposição

dos turistas, em conjunto ou individualmente, visando atender suas

necessidades, solicitações ou desejos (Rushmann, 1991); Já Ignarra (2001)

define oferta turística pelo conjunto de elementos divididos em alguns grupos,

como atrativos turísticos, serviços turísticos, serviços públicos e infraestrutura

básica.

Por sua vez, Lage (1991) alerta que a viabilidade da atividade turística

exige a complementação da oferta turística “natural” de uma localidade com

uma bem montada infraestrutura de bens e serviços turísticos - hospedagem,

transporte, alimentação, comércio, etc., e elenca as principais variáveis que

influenciam a demanda turística: preços dos produtos turísticos, preços dos

outros bens e serviços, nível de renda e preferências dos turistas. Sobre os

preços dos produtos turísticos, Andrade (1997) afirma que estes devem ser

justos e proporcionais ao poder econômico das classes a que são destinados.

Excluído: ¶

Excluído: :

Excluído: “

Excluído: ”

60

Considerando a estrutura e natureza, segundo Andrade a oferta turística

apresenta as seguintes características (Ibid., p.102):

a. Não admite estocagem ou reserva; b. Seus recursos são estáveis e “consumidos” no próprio receptivo

em que são produzidos e comercializados; c. Seus recursos são estáticos: não podem ser transportados em

seu todo ou em partes significativas, sem alterações no próprio conjunto do potencial;

d. Os recursos são imóveis: os turistas é que se deslocam para usufruí-los;

e. A oferta turística é rígida e inadaptável, pois não possui flexibilidade suficiente para qualquer outra utilização, sem correr riscos de descaracterização;

f. A oferta turística é sensivelmente dependente da concorrência de mercado e da vontade do cliente, que vê o turismo como supérfluo ou produto substituível e mesmo dispensável;

g. Os sucessos cultural e comercial dependem da qualidade e do grau de união e de colaboração de significativa série de fatores relacionados à oferta e ao funcionamento dos bens e serviços, sua qualificação e seus preços.

Andrade (Ibid) continua afirmando também que os turistas, na função de

consumidores, emitem juízos determinantes a respeito da qualidade dos bens

que adquirem. No entanto, avaliam as ofertas turísticas natural e artificial

separando-as e atribuindo-lhes valores expressos em escalas diferentes,

porque a primeira é essencialmente imutável ou estática como atrativo

específico, e a segunda é de natureza dinâmica e capaz de realizar ações de

adequação sempre que necessárias ou oportunas.

Ruschmann (1999) afirma que a característica mais marcante da Oferta

Turística é a sua heterogeneidade, e se constitui da justaposição de bens e

serviços oferecidos ao turista e consumidos por eles. Esses bens e serviços

são agrupados em duas categorias de oferta: As atrações, que são os recursos

naturais, sócio-culturais e tecnológicos, também chamados de oferta

Excluído: ¶

61

diferencial, porque da sua diversidade depende o seu grau de atratividade.

Mercadologicamente, são responsáveis pela escolha do turista por uma

destinação, em detrimento de outra; e os equipamentos e serviços (ou

“facilidades”), que correspondem aos alojamentos, serviços de alimentação, de

entretenimentos, de transporte para a localidade e dentro dela, responsáveis

pelo maior ou menor tempo de permanência do turista, de acordo com sua

qualidade e preço.

Um outro elemento fundamental da oferta turística é o conjunto de

serviços públicos que são necessários ao ato do consumo turístico. Segundo

Ignarra (op.cit., p.57), “Não adianta uma localidade possuir bons atrativos e

bons serviços se não coloca à disposição do turista alguns serviços básicos

como transportes públicos, por exemplo.” Cada segmento de turismo gera

maior ou menor demanda por determinados serviços públicos necessários ao

apoio ao turista, como os serviços de comunicações para o turismo de eventos

e de negócios. Desta forma, os serviços públicos são de extrema importância

para a viabilidade de fluxos turísticos em uma destinação turística e diferem

dos serviços turísticos por terem como usuários, além dos turistas, a população

local.

A importância dada ao lazer nos dias de hoje faz com que o turista se

disponha a pagar mais caro por um serviço que lhe garanta toda a

tranqüilidade, satisfação e segurança desejadas. As facilidades de

deslocamento e de obtenção de informações geradas pelo avanço tecnológico

permitem que o turista opte pelo destino que preencha melhor suas

Excluído: ¶

62

necessidades. Sendo assim, garantir a qualidade dos serviços prestados é hoje

de essencial importância, frente ao cenário globalizado em nível regional,

nacional e internacional. A oferta de destinos turísticos é grande, logo a

competitividade é fator essencial para manter a clientela. Além de conhecer as

expectativas dos turistas quanto às facilidades e serviços encontrados no

destino, é importante que se conheça também a avaliação dos turistas para os

serviços utilizados. Dessa forma, pode-se aperfeiçoar o produto turístico,

proporcionando-lhe maior diversidade e qualidade.

2.3.3 Produto Turístico

O produto turístico é formado pelos bens e serviços que servem à

atividade turística. Segundo Andrade (1999), o produto turístico compõe-se de

atividades e serviços ligados aos empreendimentos de hospedagem, aos bens

de alimentação, aos transportes, e aos produtos típicos locais, como objetos de

arte, de artesanato, além de visitas a locais diversos e utilização de

equipamentos de lazer e de divertimento, tanto naturais como artificiais.

Bens e serviços turísticos, unidos por relação de interação e

interdependência, formam o produto turístico. Sua singularidade o distingue

dos bens industrializados e do comércio, como também dos demais tipos de

serviços. Uma das suas características mais marcantes é que se trata de um

produto cujo resíduo, após o uso, é uma experiência vivencial. Por se tratar de

um bem abstrato, não pode ser avaliado de acordo com seu peso, cor,

Excluído: ¶

63

tamanho ou formato. O que induz o cliente à sua compra são as promessas de

satisfação (Ruschmann, 1991).

Os bens e serviços oferecidos, para serem consumidos pelos turistas,

necessitam ser produzidos. Num enfoque microeconômico, a oferta turística

considera o comportamento dos vendedores de bens e serviços turísticos, seja

de qualquer categoria (hoteleira, de transporte, de locação, de operação

turística, de alimentação, de lazer, etc.). Segundo Lage (Op.cit.,p.76), os

principais fatores que influenciam a oferta de um produto turístico são:

1. Preço do produto turístico: quanto mais alto for o preço de

mercado do produto turístico, maior será o incentivo aos produtores em aumentar sua oferta;

2. Preços de outros bens e serviços: Se os preços dos outros bens e serviços aumentarem e os preços dos produtos turísticos permanecerem constantes, sua produção torna-se menos interessante em relação à produção dos outros bens e serviços, e, conseqüentemente, sua oferta diminuirá; Assim, observamos que ocorre uma relação inversa entre a oferta dos bens e serviços turísticos e os preços dos outros bens e serviços existentes na economia;

3. Preço dos fatores de produção: O preço dos fatores produtivos utilizados está diretamente relacionado com o custo final dos produtos do turismo ofertados e com o lucro dos produtos turísticos; e inversamente relacionado com a oferta dos produtos turísticos;

4. Nível de avanço tecnológico: Quanto maior for o avanço tecnológico, maior será o aproveitamento dos recursos disponíveis e, portanto, maior será a oferta dos produtos turísticos. Esse fato encontra-se relacionado aos efeitos dos custos de produção na oferta dos produtos.

Segundo Lage, citada em Yasoshima (2000), os produtos turísticos,

como qualquer tipo de bens ou de serviços econômicos, caracterizam-se em

complementares ou substitutos. Os bens e serviços complementares são os

que são consumidos juntamente com outros; os substitutos são os que passam

a ser consumidos em troca de outros. O produto do turismo é composto por

Excluído: ¶

Excluído: ¶

64

quatro componentes fundamentais: o transporte, a alimentação, a acomodação

e o entretenimento. Ao se criar um produto turístico, por exemplo, os serviços

de transporte serão complementados com os de alojamento que, por sua vez,

necessitarão também dos serviços de alimentação e de entretenimentos.

Assim, não se pode analisar a qualidade dos produtos e serviços

turísticos sem uma visão sistêmica, considerando-se todos os componentes

como de suma importância. Neste contexto, Yasoshima (Ibid.) destaca a

importância dos componentes acomodação e alimentação, pois estão

relacionados às necessidades primárias do ser humano: as necessidades

fisiológicas (repouso, alimentação) e as necessidades de segurança (abrigo),

explicando assim - com base na Teoria de Maslow, muitas das atitudes e

comportamentos dos turistas.

Beni (2000, p.17) afirma que “... Hoje, o êxito de um cluster nos

mercados turísticos regionais, nacionais e internacionais depende cada vez

menos de suas vantagens comparativas e cada vez mais de suas vantagens

competitivas”. Os clusters provocam tanto a concorrência como a cooperação:

as empresas continuam disputando o mesmo mercado, mas cooperam em

aspectos que trazem ganhos mútuos, como por exemplo, participação em

feiras, consórcio de exportação, compartilhamento de fretes e tratamento de

matéria prima, aumentado a produtividade das empresas sediadas na região,

indicando a direção e o ritmo da inovação, que sustentam o futuro crescimento

da produtividade e estimulando a formação de novas empresas, o que expande

Excluído: ¶

Excluído: :

65

e reforça o próprio cluster. Por estarem próximas, as empresas interagem com

efeitos positivos. Por estarem concentradas, as empresas criam um mercado

de trabalho especializado, atraem fornecedores de diversos tipos e geram um

ambiente de disseminação de tecnologias. E enquanto as vantagens

comparativas abrangem os recursos naturais específicos de uma localidade, as

vantagens competitivas precisam ser criadas, num processo permanente de

inovação e melhoria dos produtos turísticos e processos de prestação de

serviços, bem como novos enfoques de marketing.

O turismo deve ser concebido como atividade capaz de melhorar a

qualidade de vida da comunidade, gerando renda e emprego para as

populações local e regional sem descuidar-se da proteção ambiental e cultural,

o que constitui um modelo de desenvolvimento sustentável. Brasil, citado em

Dencker (1998:193) advoga que, para a concretização desse modelo, é de

fundamental importância o conhecimento da demanda, pois a análise da

correlação entre demanda e oferta turística implica conhecimento de sua

estrutura, de sua evolução e de suas tendências futuras.

A realidade é que o turista, como o consumidor em geral, está mais

atento e mais exigente, em busca de um maior grau de satisfação com os

serviços prestados. Segundo Andrade (1998, p.26),

Além disso, estudos realizados para definir o perfil dos turistas concluíram que eles se apresentam psicologicamente desarmados, desejam ser bem tratados, respeitados, valorizados e, de certo modo, até mesmo bajulados. Desejam evitar tudo o que os lembre que, na

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66

vida de cada dia, vivem a encontrar-se com maior número de concorrentes que de amigos.

Assim, em um primeiro momento, o produto turístico é abstrato. Durante

o planejamento de uma viajem ou na compra de um pacote turístico, torna-se

difícil ver ou tocar o produto desejado. Cria-se desta forma algumas imagens

produzidas a partir das informações que são divulgadas principalmente por

meio dos materiais publicitários. O produto turístico somente é consumido a

partir do momento em que o turista/visitante chega ao destino e utiliza os

serviços oferecidos. Segundo Ignarra (2001), constituem o produto turístico:

a. Atrativo turístico - Os atrativos são considerados a "matéria prima" da

atividade turística, ou seja, o principal recurso da atividade turística, e pela

qual baseia seu planejamento. Podem ser: paisagem natural (praia,

montanha, rio, deserto, caverna, parques nacionais, etc.); paisagem

construída (cidades, museus, parques temáticos, etc.) e atrativos culturais e

históricos (eventos, ruínas e sítios arqueológicos, festas, manifestações

populares, etc.).

b. Planta turística, equipamentos e instalações - Os equipamentos incluem

todos os estabelecimentos administrados pelo setor público e privado que

se dedicam a facilitar os serviços básicos, como por exemplo: alojamento,

alimentação, transporte, agências de viagens, informações, etc. As

instalações são todas as construções criadas especialmente para permitir e

facilitar a prática de atividades turísticas, como por exemplo: marinas,

mirantes, teleféricos piscinas, passarelas, pontes, etc.

Excluído: ¶

Excluído: ”.

67

c. Infraestrutura - Entende-se por infraestrutura os bens e serviços de um

país para sustentar as estruturas sociais produtivas, e são formadas por

vários subsistemas de serviço de apoio à comunidade, como: saneamento,

água, energia, educação, sistema de acesso e de transporte, sistema de

comunicações e segurança, e outros.

d. Superestrutura - Apesar de muitas vezes esquecida pelos planejadores, a

superestrutura é um dos principais subsistemas da atividade turística. Beni

(1988:97) define a superestrutura:

Esse subsistema refere-se à complexa organização tanto pública quanto privada que permite harmonizar a produção e a venda de diferentes serviços do Sistur. Compreende a política oficial de Turismo e sua ordenação jurídico-administrativa que se manifesta no conjunto de medidas de organização e de promoção dos órgãos e instituições oficiais, e estratégias governamentais que interferem no setor.

No Brasil, existe pequena quantidade de trabalhos científicos acerca do

fenômeno turismo, o que se reflete no enorme amadorismo que comanda o

desenvolvimento da atividade. O poder público por sua vez compactuou com

esta indiferença, sobretudo no que diz respeito às áreas responsáveis pelo

desenvolvimento e investigação da atividade turística. Somente no ano de

1966 o governo federal reconhece a importância da atividade turística como

fonte provedora para o desenvolvimento econômico do país, criando por meio

do Decreto Lei n.º 55, a Empresa Brasileira de Turismo - EMBRATUR. Em

1991, durante o governo Collor, passa à condição de Autarquia com a Lei n.º

8181, com a denominação de Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR,

vinculado ao Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, com a função

de formular, coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional do

Excluído: ¶

Excluído: “...

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68

Turismo. Suas competências estão estabelecidas no art. 3º da Lei no 8.181

(Anexo II).

No ano de 1994 surge a política nacional para o desenvolvimento do

turismo, proposto no Mãos à obra Brasil, plano de governo do então presidente

Fernando Henrique Cardoso, desenvolvida por meio de seus programas

institucionais (Cardoso, 1994, p.178) com a finalidade de:

Formular, coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional de Turismo. Espera-se que o turismo, alicerçado nas potencialidades naturais do maior país tropical do mundo, possa cooperar de forma substantiva como instrumento de desenvolvimento regional sustentável, alcançando resultados expressivos para o país. Dentre estes resultados, destacam-se: a melhoria da qualidade de vida de milhões de brasileiros que vivem em regiões com reconhecido potencial turístico; a integração socioeconômica e cultural da população; a proteção ao meio-ambiente e ao patrimônio histórico e cultural; a geração de novos empregos e frentes de trabalho; o maior aporte de divisas.

A Política Nacional de Turismo coordenada pela EMBRATUR estabelece

vinte e três programas considerados básicos para o desenvolvimento da

atividade turística no Brasil. Entre esses programas encontra-se o Programa

Nacional de Municipalização do Turismo - PMNT, tem como proposta a

descentralização da gestão da atividade turística e melhorar a qualidade de

vida das comunidades a partir da base local. O PMNT sem dúvida é o primeiro

programa brasileiro de fomento à atividade turística que abrange um grande

número de municípios de norte a sul do país. Porém, apresenta uma baixa

efetividade, uma vez que as diretrizes para o desenvolvimento da atividade

turística nos municípios, não consideram as diferenças regionais e municipais.

Excluído: ¶

Excluído: <#>Propor ao Governo Federal normas e medidas necessárias à execução da Política Nacional do Turismo e executar as decisões que, para esse fim, lhe sejam recomendadas; ¶<#>Estimular as iniciativas públicas e privadas, tendentes a desenvolver o turismo interno e o do exterior para o Brasil; ¶<#>Promover e divulgar o turismo nacional, no país e no exterior, de modo a ampliar o ingresso e a circulação de fluxos turísticos, no território brasileiro; ¶<#>Analisar o mercado turístico e planejar o seu desenvolvimento, definindo as áreas, empreendimentos e ações prioritárias a serem estimuladas e incentivadas; ¶<#>Fomentar e financiar, direta e indiretamente, as iniciativas, planos, programas e projetos que visem o desenvolvimento da indústria de turismo, controlando e coordenando a execução de projetos considerados como de interesse para a indústria do turismo; ¶<#>Estimular e fomentar a ampliação, diversificação, reforma e melhoria da qualidade da infra-estrutura turística nacional; ¶<#>Definir critérios, analisar, aprovar e acompanhar os projetos de empreendimentos turísticos que sejam financiados ou incentivados pelo Estado;¶<#>Inventariar, hierarquizar e ordenar o uso e a ocupação de áreas e locais de interesse turístico e estimular o aproveitamento turístico dos recursos naturais e culturais que integram o patrimônio turístico, com vistas à sua preservação;¶<#>Estimular as iniciativas destinadas a preservar o ambiente natural e a fisionomia social e cultural dos locais turísticos e das populações afetadas pelo seu desenvolvimento, em articulação com os demais órgãos e entidades competentes;¶<#>Cadastrar as empresas, classificar os empreendimentos dedicados às atividades turísticas e exercer função

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Excluído: “...

Excluído: f

Excluído: ”

... [3]

69

Beni (1998) afirma a necessidade da Política de turismo ter diretrizes

claras, ao mesmo tempo sendo suficientemente flexível para permitir a inclusão

de novos objetivos e instrumentos, como forma de reabastecimento do sistema.

Ela deve ter em seu escopo não só a defesa e preservação do patrimônio

cultural e natural de um país, como também o combate à poluição, defesa da

paisagem, do ar, das águas, e outros. Todos os programas deverão estar

orientados às políticas de preservação e conservação do patrimônio natural e

cultural, estando dessa forma órgãos e entidades ligadas ao turismo articuladas

com as organizações públicas e privadas, na preservação e conservação dos

recursos naturais e dos valores culturais.

A exploração de empreendimentos turísticos deverá pertencer à

iniciativa privada; aos órgãos públicos cabe a formulação de diretrizes básicas,

coordenação e promoção da atividade, assim como, também, a concessão de

incentivos fiscais e financeiros, além de obras e serviços considerados de

interesse turístico. O governo tem como missão garantir os interesses da

coletividade e, ao mesmo tempo, tornar-se o principal gestor para o

desenvolvimento da atividade turística.

2.4 Fenômeno Turístico

A Revolução Industrial que teve início na Inglaterra nos fins do séc. XVIII

representa um marco referencial para o novo modelo capitalista, que é,

segundo Ferreira (1993, p.100),

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70

Sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro e empregando o trabalho assalariado, e no funcionamento do sistema de preços.

Acerenza (2003, p.158) enfatiza que este novo modelo capitalista

possibilita

Novos instrumentos de produção que deixam de ser simplesmente ferramentas auxiliares do trabalho e passaram a realizar múltiplas tarefas de que, antes, só o trabalho manual era capaz. Por isso, a ‘marca registrada’ da Revolução Industrial foi a máquina-ferramenta: um mecanismo onde estão presas as ferramentas necessárias ao manuseio da matéria-prima.

As alterações do modelo de produção causaram grandes mudanças

políticas, sociais e econômicas, uma vez que os "novos métodos de trabalho

são inseparáveis de um modo específico de viver e de pensar e sentir a

vida”.(Burns, 1957:647). Surgiram importantes mudanças nas formas de lazer,

que anteriormente estavam relacionadas a valores humanitários e preenchidos

por atividades propiciadoras de crescimento psicossocial, como por exemplo,

as festas religiosas, encontros culturais e outros tipos de atividades. A partir

desse momento o lazer adquire um caráter ideológico de tempo

correspondente ao não-trabalho, concebendo novas alternativas de ocupação

do tempo livre ou mesmo alterando o significado das atividades de lazer

tradicionais.

Em princípios do século XX surge o fordismo, quando Henry Ford

introduz o dia de oito horas, e recompensa em dinheiro para os trabalhadores

da linha automática de montagem de carros. O modo de implantação geral do

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71

fordismo foi muito mais amplo, e o que havia de especial em sua visão foi o

reconhecimento de que a produção em massa significava consumo de massa,

um novo sistema de produção da força de trabalho, uma nova política de

controle e gerência do trabalho, uma nova roupagem e uma nova psicologia;

em suma, um novo tipo de sociedade democrática, racionalizada, modernista e

populista (Burns,1957).

A forma como o sistema fordista estabeleceu-se constitui uma longa e

complicada história. Por quase meio século, esta situação dependeu de muitas

decisões individuais ou até mesmo escolhas políticas, feitas como uma busca

de soluções às tendências de crise do capitalismo. Somente após a Segunda

Guerra Mundial (1945) o fordismo alcança o auge, reforçando sua base por um

longo período de expansão pós-guerra, mantendo-se intacto até

aproximadamente 1973.

A partir de 1945 uma série de indústrias baseadas em tecnologias

desenvolvidas no período entre guerras passam a ser utilizadas como uma

nova opção para muitas economias em crise, vislumbrando a necessidade do

crescimento econômico, estimulando também o aumento de muitas outras

atividades como bancos, seguros, hotéis, aeroportos, etc. As viagens passam a

ser motivadas não só pelo lazer, como também negócios, conhecimentos

científicos entre outros. Este movimento foi fortemente auxiliado pelas

capacidades recém descobertas de reunir, avaliar e distribuir informações.

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72

A partir da Segunda Guerra Mundial as viagens ocupam cada vez mais

um importante lugar de destaque nas relações econômicas, sociais e políticas

das sociedades. A Atividade Turística conhecida atualmente caracteriza-se

como um fenômeno de massa, desenvolvido por meio de uma produção e de

um consumo massificados, reforçando os padrões vigentes do crescimento

econômico. O tipo de turismo decorrente deste processo é o turismo de massa

ou convencional, que inspirou Butler apud Ruschmann (1997, p.103), a

apresentar o conceito de ciclo de vida das destinações turísticas, com base no

conceito do ciclo de vida dos produtos. Tal estudo foi utilizado para estudar o

crescimento e o declínio dos equipamentos turísticos nas regiões onde estão

localizados, propondo etapas que caracterizam este ciclo. São elas:

a. Desenvolvimento, está dividido em: investimento e exploração, a localidade possui uma vocação e apresenta algumas facilidades para os primeiros visitantes. A população local amplia essas facilidades fomentando o desenvolvimento com o objetivo de auferir lucros e a criação de um mercado forte e fiel. Logo após, verifica-se a inserção de facilidades criadas por organizações externas, que estimulam o crescimento do número de visitantes;

b. Consolidação, caracterizada pelo domínio das empresas que mantém a competitividade do local perante outros destinos turísticos;

c. Apogeu, quantitativo da demanda que representa a fase de saturação do produto, a partir desse momento a Destinação começa a decair na preferência dos turistas.

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73

EMBRIONÁRIA

INTRODUÇÃO

CRESCIMENTO

MATURIDADE

SATURAÇÃO

DECLÍNIO

VALOR

TEMPO

CICLO DE VIDA DO PRODUTO

Fonte: Butler apud Ruschmann (1997:103)

Figura 05 - Ciclo de vida das destinações turísticas

Ruschmann (1997, p.103) alerta para o fato de que:

Na luta pela sobrevivência, por meio da quantidade de turistas que precisam lotar os equipamentos para viabilizá-los economicamente, os preços baixam e passam a atrair demanda de menor poder aquisitivo. A localidade passa por um desgaste econômico, social e ambiental. Os equipamentos físicos começam a se degradar e as atrações criadas para o atendimento dos turistas nas fases de desenvolvimento e de consolidação envelhecem, saem de moda e perdem a atratividade. O ambiente natural, que antes era o ponto de maior atração, deteriora-se pelo mau uso da paisagem na construção de hotéis e de outros equipamentos, e o numero de visitantes excede os limites da capacidade de carga.

O turismo desenvolvido atualmente possui uma direta relação com o

modelo de crescimento econômico desenvolvido após a Segunda Guerra

Mundial. Caracteriza-se pela produção e o consumo de massa, onde os custos

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74

ambientais estão alijados do processo sem uma preocupação como o ato de

extinção do bem situação que, lamentavelmente, vem apresentando-se como

conseqüência deste tipo de turismo.

2.5 Turismo e Desenvolvimento

Loiola (2001) afirma que uma estratégia de desenvolvimento do local

deve visar dois alvos simultaneamente: promover a aglutinação em clusters de

empresas via criação de fatores locacionais e estimulá-las a funcionarem com

base nas best practices setoriais, ou seja, a serem empresas inovadoras e

líderes em seu segmento de atuação. Os clusters produtivos corresponderiam

à concentração geográfica de empresas e instituições interconectadas e

pertencentes a um campo específico. Segundo Porter (1999), a proximidade de

companhias e instituições – e a freqüência de trocas entre elas – estimularia a

melhor coordenação e o estabelecimento de relações de confiança entre elas

isto é, levaria à formação de capital social no local.

Em particular, empresas dotadas de condições de competitividade

dinâmica, ou seja, que apresentam condutas atualizadas e perspectivas de

renová-las, aparecem freqüentemente vinculadas a locais caracterizados pelo

elevado padrão de vida. A essas empresas vinculam-se postos de trabalho de

qualidade e melhor remunerados; potencial de criação de novos postos de

trabalho; capacidade de geração, difusão e incorporação de inovações

tecnológicas e gerenciais; efeito multiplicador de benefícios sobre as

Excluído: ¶

Excluído: de renova-las

75

comunidades; capacidade de criação de capital social e intelectual;

crescimento auto-sustentado; liderança em seus segmentos de mercado.

(Porter, Ibid.)

Sem dúvida, a sustentabilidade do desenvolvimento requer a realização

de investimentos para a requalificação dos fatores produtivos pré-existentes no

local e para a criação de novos fatores, tudo isso conduzido a partir de uma

preocupação conservacionista do meio ambiente e valorizadora das

especificidades socioculturais locais. Condutas desatualizadas na utilização

dos fatores produtivos geram maior necessidade de investimentos, proteções,

incentivos e subsídios seletivos em termos de setores, temporários, regressivos

no tempo e progressivos em termos de exigência de resultados empresariais

para a reconversão do modelo de desenvolvimento pré-existente e sua

transformação em modelo de desenvolvimento sustentável.

No entanto, uma vez realizados tais investimentos e formatados os

sistemas de regulação com exigências progressivas em relação às condutas

operacionais e resultados, os retornos sociais e privados tendem a crescer

exponencialmente, seja porque os consumidores inclinam-se a pagar preços

diferenciados por produtos social e ambientalmente limpos, seja porque os

contribuintes tendem a reconhecer a necessidade da arrecadação de impostos

para manter ou melhorar o ambiente ou, ainda, porque, no médio prazo, os

próprios custos operacionais das empresas e governos tendem a cair e novas

oportunidades de negócios e de geração de receitas podem emergir.

Excluído: ¶

76

O princípio de sustentabilidade transcende a dimensão ecológica e o de

local supera a ideologia do localismo. Conforme Ruschmann (1991), o

conceito de turismo sustentável adotado neste artigo, compreende cinco

dimensões: sustentabilidade ecológica, social, cultural, econômica e espacial.

A sustentabilidade ecológica traduz-se em proteção/conservação da natureza e

da diversidade biológica. Pressupõe o respeito à capacidade de suporte dos

ecossistemas e ao limite de consumo dos recursos naturais. A sustentabilidade

social significa a participação cidadã no processo de desenvolvimento para

assegurar um padrão negociado e mais estável de crescimento, e menos

desigual em termos de renda e de qualidade de vida. Já a sustentabilidade

cultural pressupõe a necessidade de se buscar soluções de âmbito local,

valorizadoras das especificidades das culturas locais. A sustentabilidade

econômica, por sua vez, significa não só a compatibilização entre crescimento

e utilização sustentável dos recursos naturais, mas ainda a internalização nos

locais dos vetores de crescimento econômico. Por fim a sustentabilidade

espacial requer a distribuição geográfica mais equilibrada dos assentamentos

turísticos.

Embora seja comum subestimar-se ou superestimar-se o seu peso

devido a imprecisões metodológicas, segundo Beni (1998), o turismo, hoje,

representa uma das mais importantes fontes de acumulação de capital. Trata-

se de uma atividade que se expande em escalas planetárias, não poupando

qualquer território, em ritmos diferenciados, como reflexo das desigualdades

nos níveis de desenvolvimento econômico e social entre as nações: ainda hoje,

a maior parte do fluxo do turismo internacional concentra-se entre os próprios

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77

países emissores ou desenvolvidos, e entre esses e novos países

industrializados (NIC’s).

2.6 A Hotelaria

Dentre os serviços considerados turísticos, a hospedagem se constitui

num dos mais importantes, visto que, uma vez estando fora de casa, o turista

necessita de hospedar-se. Ademais, talvez resida na hospedagem o maior

vínculo da atividade turística com a cultura local. Hospedar pois é oferecer

acomodação, conforto, segurança, dentro de padrões culturais vigentes. Por

assim considerar, um banheiro pode não fazer parte da hospedagem, se não

houver hábito de banho diário no local. A exemplo disso, ainda hoje em

algumas pousadas portuguesas e espanholas há apenas uma casa de banho

para um conjunto de quartos (banheiro coletivo). Já no Brasil, devido à

tradição cultural do banho e do relacionamento lúdico que tem o brasileiro com

os recursos hídricos (como herança dos primeiros habitantes do país, os

indígenas, que passavam o dia em contato com a água).

A atividade hoteleira, e com ela a hospedagem, surge em função de uma

necessidade de fornecer abrigo a viajantes, que a princípio deslocavam-se em

função de motivos religiosos (visita a lugares sagrados), censo demográfico

(alguns povos eram recenseados na sua cidade de origem), dentre outros

motivos. A Bíblica Sagrada, no livro de Lucas, capítulo 2, versículo 7, narra

que José e Maria, que estava grávida do menino Jesus, deslocaram-se de

Nazaré à cidade de Belém a fim de alistarem-se (recenseamento), e chegando

Excluído: ¶

78

lá não acharam lugar na estalagem. Em algumas outras passagens, como nos

livros de Atos e Romanos, a Bíblia também faz referência ao ato de hospedar.

Contudo, os registros históricos são mais abundantes em relação ao Império

Romano. Uma das primeiras informações detalhadas sobre hospedagem de

que se tem notícia refere-se aos espaços destinados aos atletas e comitivas

desportivas durante os Jogos, na Grécia Antiga. O Santuário de Olímpia, por

exemplo, abrigava visitantes ilustres e nos arredores das arenas vários

serviços eram prestados. Lutadores, treinadores, e torcedores podiam contar

com serviços de acomodação, abrigo para cavalos, venda de alimentos,

ferreiro, carpinteiro, e outros.

Com a consolidação dos Jogos, que resultaram nas Olimpíadas que

hoje acontecem a cada quatro anos, foram construídos balneários e uma

hospedaria, com cerca de 10 mil metros quadrados , com o objetivo de abrigar

cada vez mais visitantes. Na vertente européia da História, essa hospedaria

talvez tenha sido o primeiro hotel do mundo. Na Roma Antiga, diferentemente

do que ocorria na Grécia, as famosas termas (com tecnologias assimiladas do

Egito), não se destinavam à hospedagem, mas sim ao lazer da elite romana.

Eram áreas com piscinas e hidromassagem, contando também com serviços

destinados ao relaxamento, como as massagens. Esses espaços e

equipamentos contudo serviram de base para a grande indústria de lazer e

entretenimento tão presentes na hotelaria moderna.

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79

Com a construção das estradas, durante os tempos áureos do Império

Romano, a arte de hospedar popularizou-se pela Europa. Ao longo das

estradas então se multiplicavam as pousadas. A crescente demanda de

hóspedes ficava por conta da precariedade dos transportes, através dos quais

não se conseguia percorrer mais de sessenta quilômetros por dia, fazendo com

que qualquer viagem durasse dias, e não horas, como hoje. Dentre tais

estradas destacou-se a “Via Appia”, ladeada por pequenas pousadas que, com

o passar do tempo, tornaram-se palco de orgias e crimes.

Segundo CAMPOS (1998), essas pousadas passaram a ser objeto de

preocupação do Governo Romano, sobretudo com a segurança, haja vista o

fato de hospedarem magistrados, militares, funcionários dos correios e nobres

cidadãos romanos. Muitas vezes os donos das pousadas eram pagos para que

relatassem tudo que ouvissem de seus hóspedes, além de relatar origem e

destino da viagem de cada um. Certamente essa foi a origem na Ficha

Nacional de Registro de Hóspedes, da EMBRATUR.

No período medieval, a Igreja também contribuiu para o

aperfeiçoamento da hospedagem dentro dos monastérios. Do hábito de

oferecer um simples leito surgiram vários serviços, como banho e alimentação,

o que resultou em construções de quartos e refeitórios separados. Por fim,

prédios destinados à hospedagem foram erguidos próximos aos monastérios.

Nesses abrigos, porém, os hóspedes eram obrigados a cuidar da própria

alimentação, da iluminação (velas, lampiões, etc.) e das roupas de dormir – o

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80

que hoje nos lembra a popular hospedagem chamada de Albergue da

Juventude.

No século XIII, na França, surgem as primeiras leis reguladoras dos

estabelecimentos e dos serviços hoteleiros. Na Inglaterra, por sua vez, no

século XVI, os hoteleiros de Londres foram reconhecidos legalmente, passando

de hostelers (hospedeiros) para innnholders (hoteleiros). Ainda na Inglaterra,

no mesmo século, foi editado o primeiro guia de viagens de que se tem notícia,

definindo de modo claro os diferentes tipos de acomodações disponíveis para

viajantes a negócio ou passeio. Certamente essa é a origem dos Guias

Turísticos de que hoje dispomos em várias línguas.

Assim como a princípio as estradas e as viagens de carruagem

possibilitaram o surgimento das pousadas, no século XVIII foram as ferrovias

que estimularam os meios de hospedagem. Assim, no entorno das estações de

trem passam a surgir não apenas os hotéis, como também serviços

relacionados ao entretenimento, a exemplo dos circos. Ademais, as passagens

de trem podiam ser adquiridas no próprio hotel. Dentre os hotéis que se

notabilizaram na época em função do luxo que ofereciam aos seus hóspedes -

sobretudo na Inglaterra - estão o Savoy, Ritz, Claridge e Carlton. Esses hotéis

iniciaram a hotelaria da forma como hoje se apresenta na Europa e no restante

do mundo.

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81

Em função da atual fase do processo de globalização, fase esta

caracterizada por uma tendência de pasteurização cultural a partir dos paises

mais ricos, surge hoje a necessidade de culturalmente desenvolver-se uma

identidade local como forma de preservar os traços típicos de cada povo. A

hotelaria moderna, então, no que se refere à decoração de ambientes, cores

utilizadas, tipos de utensílios, uniformes, etc. vê-se motivada a utilizar o local

em detrimento ao global. Assim, a mitologia, o folclore e a cultura popular,

como um todo, tende a fazer parte dos motivos usados no exterior e interior

dos hotéis. Embora na hotelaria da região denominada Recôncavo Baiano haja

utilização de tais motivos, com base sobretudo na cultura afrobaiana ali

desenvolvida, na Costa do Cacau, na qual Ilhéus figura como cidade âncora,

ainda não há uma identidade cultural expressa na sua hotelaria. Percebe-se

que os hotéis se utilizam de elementos culturais greco-romanos, nos lugares

que deveriam servir de mostras da cultura dos coronéis de cacau, dos

personagens de Jorge Amado e de outros motivos locais e regionais.

Independente do seu gabarito ou classificação, HOTEL é o edifício onde

se exerce o comércio da recepção e da hospedagem de pessoas em viagem

ou não, onde são oferecidos serviços parciais ou completos, de acordo com a

capacidade da oferta, as necessidades ou as requisições da demanda.

Andrade (1997) ressalta que é a estrutura humana quem impulsiona e faz

funcionar todos os dispositivos físicos da hotelaria, e compõe-se do conjunto de

pessoas que exercem atividades de administração, recepção, prestação de

serviços diretos e indiretos de atendimento aos hóspedes. Enquanto o quadro

funcional constitui o volume da estrutura física ou dos recursos humanos, é a

Excluído: ¶

82

sua qualificação profissional que tem o poder de superar, ou não, as limitações

e os defeitos da própria estrutura física do estabelecimento. Referindo-se à

absoluta necessidade de profissionalização e qualificação permanente dos que

trabalham nos meios de hospedagem, Andrade (1998, p.24) afirma que:

Os turistas não se impressionam com altas qualificações dos receptivos: desejam encontrar a qualidade do diferente, do não-rotineiro, do descompromisso com agendas, horários e trabalhos. Em hotéis de cidades ou em estâncias, em casas de campo ou de praia, em campings ou em hospedarias simples, os turistas constroem eles mesmos o cerne da qualificação do turismo e do lazer.

Para cada um dos tipos de serviço utilizados no turismo, deve-se levar

em consideração uma infinidade de aspectos na sua avaliação, pois não é

suficiente que o serviço esteja disponível ao visitante, mas precisa apresentar

um padrão de qualidade. Segundo Ignarra (2001, p.56), na área de meios de

hospedagem devem ser examinados aspectos tais como:

a) Localização; b) Idade do estabelecimento; c) Capacidade medida em número de unidades habitacionais ou

leitos; d) Serviços oferecidos; e) Instalações; f) Quantidade e qualidade dos recursos humanos; g) Preços praticados.

Na antiguidade, os primeiros vestígios de hospedagem estavam

associados ao comércio. Famílias reais, sábios, músicos, artistas e

comerciantes de um modo geral, deixavam suas casas com o propósito de

comercializar seus produtos e serviços em outras localidades. No entanto, os

viajantes dessa época dividiam-se em duas classes sociais distintas: nobreza e

peregrinos. Estes últimos eram atendidos precariamente em albergues,

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83

estalagens ou em igrejas e mosteiros. Já a nobreza hospedava-se em castelos

e palácios luxuosos com conforto e regalias. Ainda nesse período, com o

crescimento das cidades, o número de hospedarias também aumentou. Nelas

se oferecia ao viajante refeições, vinhos, banhos de cachoeira, alimentação

para cavalos e manutenção de charretes ou de algum outro tipo de veículo.

Yasoshima (2000) registra que a qualidade dos serviços caiu

significantemente quando os serviços deixaram de ser iniciativas generosas,

sem visar os lucros, e começaram a ser pagos. O primeiro hotel

verdadeiramente planejado foi o Hotel Ritz em Paris, no ano de 1870,

construído pelo suíço César Ritz. A principal inovação desse hotel foi a

existência de banheiros privativos nos apartamentos, mas ocorreu ainda a

uniformização de empregados e outras melhorias.

No Brasil, os primórdios da hotelaria não foram diferentes, pois havia

rígida divisão de classes sociais. Os viajantes comuns eram acolhidos em

ranchos e casas de senhores de engenho da época. Este fato, além de ter

contribuído para o desenvolvimento hoteleiro no país, proporcionou também a

formação de novas cidades surgidas da aglomeração de ranchos que se

expandiam com rapidez. Enquanto isso, os viajantes considerados ilustres

eram hospedados nas igrejas e nos mosteiros. Aliás, no século XVIII, no

Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, foi construída uma área destinada

especialmente para hospedar viajantes de prestígio.

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84

Em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, mais

especificamente ao Rio de Janeiro, houve uma grande abertura para que

estrangeiros de outras procedências também viessem ao país para ocupar

cargos diplomáticos, científicos e econômicos. Devido a isso, ocorreu o

aumento da procura por alojamentos, a ponto de a estrutura física hoteleira do

Rio de Janeiro tornar-se insuficiente. Diante dessa situação, empreendedores

de outras regiões notaram que o setor de hotéis era um bom empreendimento

para capitalização, e então começaram surgir novos meios de hospedagem por

todo o Brasil, em especial nas grandes capitais, áreas paisagísticas e em

estâncias minerais. Dessa forma, descobriu-se o potencial turístico e hoteleiro

do País, sendo este hoje uma das atividades econômicas mais significativas e

em expansão.

Conforme Andrade (1998), os profissionais hoteleiros, em grande parte,

ingressam no ramo sem formação especializada, em busca de emprego,

aprendendo o ofício com o tempo e a prática. Almeida (1998) alerta para o fato

de que, quanto mais eficiente o atendimento do hotel, maior o rendimento do

capital e mais provável a efetivação da boa imagem na mente dos hóspedes,

pois, em geral, a hospitalidade é mensurada em sua qualificação pelos laços

de simpatia criados pela atuação e influência dos funcionários.

A escolha dos hotéis não é feita só com base no luxo, pois não é a

decoração suntuosa que faz o grande hotel. Tapetes caros, obras de arte,

peças milenares, jóias de colecionadores – tudo isso pode embelezar, mas não

garante a qualidade do serviço. Neste aspecto, os hotéis do oriente têm se

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destacado, pois o serviço oferecido é totalmente focado no cliente,

personalizado, repleto de pequenos detalhes e de alto valor agregado,

presente não apenas no bem físico que é oferecido, mas na conjunção perfeita

com o ato de entrega e no contato personalizado do empregado com o

hóspede.

Apesar dos investimentos em infraestrutura e tecnologia que vêm sendo

feitos na empresa hoteleira, o fator humano continua sendo peça fundamental

dentro desse setor, e sua qualificação através de treinamentos é condição sine

qua non para garantir um nível elevado dos serviços. A sazonalidade

(oscilação de demanda turística) cria também mobilizações e desmobilizações

no quadro de funcionários da rede hoteleira. Petrocchi (1998) afirma que a

descontinuidade da equipe joga por terra as esperanças de ganhos em

qualidade na mão-de-obra empregada.

O crescimento da rede hoteleira ocorreu principalmente nos anos 90,

devido à redução das taxas de inflação, ao aumento dos prazos de

financiamento, à desregulamentação do transporte aéreo, ao aumento do nível

de atividade e à expansão das feiras e convenções. Para demonstrar o

desenvolvimento do setor, há de se observar que no período compreendido

entre os anos de 1995 e 2003, o investimento estimado é de cerca de US$ 5

bilhões, aplicados na construção de novos empreendimentos e na

modernização dos hotéis já existentes. Segundo a Associação Brasileira da

Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), no Brasil existem cerca de 18 mil meios de

hospedagem que faturam por ano US$1,5 bilhão. Para garantir pelo menos a

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mesma lucratividade a “tendência" é investir mais em hotéis menores, com

menos serviços e funcionários. Calcula-se que o número de leitos chegue a

900 mil.

No Brasil, os hotéis de luxo não têm sido os melhores investimentos do

setor. De 1994 a 1996, o indicador (taxa de retorno do investimento total) ficou

em apenas 5%. Mantido o índice da demanda, seriam necessários 20 anos

para se recuperar o capital investido. Em 1994, o retorno de capital era de 7%

do investimento; no ano seguinte, caiu para 4% e, em 1996, para 3%. Assim,

se em 1994 a estrutura do capital do setor hoteleiro estaria recuperada em 20

anos, em 1995, o período passou para 25 anos; e, em 1996, subiu mais ainda,

para 33 anos. A queda de lucratividade acumulada no setor, nos últimos quatro

anos, teria sido de 57% (ABIH Nacional, 2001).

Na Europa, com 11,5 milhões de leitos em oferta, 61% dos hotéis estão

classificados com uma, duas ou três estrelas. Na América do Norte, México e

Caribe, 52% dos leitos (entre 7,5 milhões e 8,5 milhões oferecidos) estão

classificados em faixas de até três estrelas. No Brasil, ocorreu justamente o

contrário. Desde 1964, foram classificados no país cerca de 800 mil leitos, dos

quais 53% em estabelecimentos de quatro ou cinco estrelas. Tal cenário

fundamentava-se na expectativa - não concretizada - de captação de turistas

internacionais, de alto poder aquisitivo; a realidade tem se caracterizado por

uma demanda maior por meios de hospedagem mais econômicos.

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87

Por sua vez, o atual sistema de classificação de hotéis criado pela

ABIH/EMBRATUR (Anexo III), mais que a infraestrutura física, valoriza a oferta

de serviços, seguindo uma tendência internacional do mercado. Segundo esse

sistema de classificação, os meios de hospedagem e turismo são classificados

em categorias representadas de uma a cinco estrelas: luxo superior, cinco

estrelas, H, HH, HL; quatro estrelas, H, HH, HL; standard superior, três

estrelas, H, HH, HL, P; standard, duas estrelas, H, HL, HH, P; simples, uma

estrela, H, HL, HH, P. Por outro lado, a ABIH estabeleceu outra classificação

(segundo Andrade (2000), uma autoclassificação, já que feita pelos próprios

hoteleiros e apenas chancelada pela ABIH), na qual os hotéis são divididos

entre as categorias superluxo (seis estrelas); luxo (cinco estrelas); superior

(quatro estrelas); turística (três estrelas); econômica (duas estrelas) e simples

(uma estrela).

No Quadro 01, são apresentados os meios de hospedagem segundo o

mais recente sistema de classificação da EMBRATUR, instituído pela

Deliberação Normativa 367, de 23.11.96:

Quadro 01

OS MEIOS DE HOSPEDAGEM DE TURISMO E AS CARACTERÍSTICAS QUE OS DISTINGUEM

Tipo Localização Natureza da Edificação

Clientela Preferencial

Infraestrutura

Hotel - H Preferencialmente urbana

Normalmente, em edificação com vários pavimentos (partido arquitetônico vertical)

Mista, com executivos e turistas, predominando ora uns, ora outros.

Hospedagem e, dependendo da categoria, alguma infraestrutura para lazer e negócios.

Hotel Histórico - HH

Em prédios, locais ou cidades históricas (no meio urbano e rural)

Prédio tombado pelo IPHAN17 ou de significado histórico ou valor regional reconhecido.

Mista, com executivos e turistas, com predominância variável de uns e outros.

Normalmente, restrita à hospedagem.

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Hotel de Lazer - HL

Áreas rurais ou local turístico fora do centro urbano.

Normalmente, partido arquitetônico horizontal.

Turistas em viagens de recreação e lazer.

Áreas, instalações, equipamentos e serviços próprios para lazer do hóspede.

Pousada - P Locais turísticos, normalmente fora do centro urbano.

Predominantemente, partido arquitetônico horizontal.

Turistas em viagens de recreação e lazer.

Restrita à hospedagem.

Fonte: Embratur/Inmetro. Regulamento e matriz de classificação dos meios de hospedagem e turismo.(apud Andrade, 2000, p.45).

O extraordinário desenvolvimento do turismo e sua diversificação (lazer,

negócios, congressos, etc.), ocorridos nas últimas décadas paralelamente ao

encurtamento das distâncias e ao barateamento das viagens proporcionados

pela evolução dos transportes, vem criando a necessidade de novos tipos de

hotel, dirigidos aos nichos de mercado que vão sendo criados ou aos

preexistentes.

Segundo Andrade (2000), entre os produtos hoteleiros que caracterizam

essa proposta constante de novos atrativos para atender um mercado cada dia

mais diversificado, podem ser mencionados os hotéis-residências (apart-hotéis,

flats) e, mais recentemente, os hotéis dentro de hotéis, em que um mesmo

hotel destina parte de suas instalações para nichos especiais do mercado de

hóspedes, com ofertas de instalações e serviços diferenciados em relação ao

hotel como um todo. Em várias partes do mundo, o turismo de negócios é o

que mais se desenvolve na indústria turística. Segundo levantamentos

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89

realizados pela ABIH, está provado que o turista de negócios18 gasta mais de

R$ 325 em média, por dia, enquanto de lazer não desembolsa mais do que

R$150,00.

Aliar conforto e aconchego a espaços destinados a atividades de lazer e

serviços é uma das tendências do setor hoteleiro. Hotéis temáticos, com

arquitetura e decoração marcadas por um período da história, ou que fazem

referência a um filme, também são novidades da hotelaria mundial. No entanto,

pesquisa realizada pela Rede Accor19 mostrou que existe um grande mercado

em potencial para os hotéis mais simples. A consolidação do Mercosul aparece

no levantamento encomendado pela rede como uma das causas da maior

demanda pelos hotéis de categoria econômica em São Paulo. O

desenvolvimento das relações entre os parceiros do bloco provocou aumento

do fluxo de executivos, vendedores, técnicos e outras categorias de

funcionários das empresas instaladas nos países da região. A pesquisa mostra

ainda que 60% dos hotéis brasileiros podem ser considerados de categoria

econômica. Existe hoje no Brasil um quarto de hotel para cada mil habitantes.

Na França, a relação é de 100 para 1. Nos Estados Unidos, 70 para cada

habitante (ABIH, 2002).

Segundo a ABIH (2002), a Indústria hoteleira possui 18 mil

estabelecimentos e emprega 550 mil funcionários, o que representa 0,8 % da

18 Turista de Negócios é aquele que viaja a negócios referentes aos setores da atividade comercial ou industrial ou para conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convênios, treinar, vender,comprar, etc. (Turismo – Visão e Ação, 2000 p.26). 19 Rede ACCOR é um dos maiores grupos hoteleiros do mundo, atuando em diversos paises, detendo alto padrão de qualidade nos seus serviços.

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força de trabalho. O setor que possui um patrimônio de R$ 78,7 bilhões, gasta

R$ 2 milhões por ano com mão-de-obra e mais R$ 30 milhões com

Contribuição para Financiamento de Seguridade Social (COFINS), começa

voltar a sua atenção para o turismo de eventos, para aumentar o fluxo de

hóspedes, ao mesmo tempo em que revela preocupação com a preservação

do meio ambiente.

2.6.1 Qualidade na Hotelaria

Segundo Albrecht (1992, p.66), a "qualidade é uma medida da extensão

até a qual uma coisa ou experiência satisfaz uma necessidade, resolve um

problema ou adiciona valor para alguém". No caso da prestação de serviços,

cuja indústria hoteleira é um exemplo, é fundamental que se tenha um claro

entendimento do que o cliente necessita, ou seja, a agregação de valor está

intimamente relacionada ao atendimento das necessidades dos clientes. A

qualidade deve ser percebida, principalmente por quem vai usufruí-la, e

necessita de comprometimento de quem vai prestá-la. Como pode ser

observado no exemplo citado por Corrêa (1994, p.17):

Ao chegar, com quem o cliente depara: o dono do hotel, o seu gerente ou o seu subgerente? Não, nada disso!!! Quem o recebe e faz as honras da casa é o porteiro, o homem da recepção, a camareira. São essas pessoas que representam todo o esforço despendido. São elas que representam a primeira e, em alguns casos, a única impressão do hotel. São elas que devem sorrir, recepcionar e tratar de uma maneira toda especial o cliente, fazendo-o sentir o quanto é importante para o hotel. Afinal, além de uma boa noite de sono, de um bom jantar degustado antes e de todo o luxo do hotel, o que aproveita por um curto período de tempo, o cliente leva consigo apenas a sensação e a experiência de ter sido bem atendido.

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Portanto, a organização que se propõe a oferecer qualidade em tudo o

que faz, deve conhecer as atitudes e preferências básicas de cada cliente, ou

grupo de clientes, deve ter como foco principal as necessidades e expectativas

dos clientes, incluindo todos os clientes, tanto os internos como os externos.

Deve também gerar entre seus colaboradores o comprometimento com o papel

que representam para o desempenho de serviços e produtos que estejam

imbuídos de qualidade, para que o cliente perceba esta qualidade.

A qualidade dos serviços pode ser percebida pelos clientes através dos

seus componentes tangíveis e intangíveis. A tangibilidade de um serviço

consiste naquilo que o cliente sente e vê, como por exemplo, a aparência física

do hotel, tanto interna quanto externamente. Ou seja, conservação do prédio,

jardins bem cuidados, iluminação interna e externa, sinalização, decoração,

limpeza do ambiente, acesso, uniforme, asseio e apresentação dos

funcionários. Os componentes intangíveis são amabilidade, cordialidade e

cooperação. A cordialidade é traduzida através de um sorriso, de expressões

adequadas, de uma atitude que traduza a "disposição de servir". Portanto os

componentes intangíveis estão diretamente relacionados com o relacionamento

do pessoal do hotel com os clientes.

As pessoas envolvidas na prestação dos serviços são o marketing direto

das organizações em que atuam. No setor hoteleiro a atenção, a cordialidade e

a competência são, muitas vezes, mais importantes do que a tecnologia.

Diferente do setor manufatureiro, os serviços são gerados pelas pessoas e não

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produzidos por máquinas. Os serviços exigem maior conhecimento da força de

trabalho para responder eficazmente às rápidas mudanças que ocorrem no

mundo organizacional.

O hotel reúne um conjunto de serviços como restaurante, copa, quarto,

entre outros, todos os fatores que fazem parte deste conjunto resultam um

serviço com qualidade ou não, percebida imediatamente pelo cliente. Albrecht

(1992), classifica os serviços de acordo com critérios como: a ênfase em

pessoas ou equipamentos, grau de contato com o cliente, grau de

personalização do serviço, entre outros. A indústria hoteleira se posiciona de

acordo com a classificação de Albrecht (1992, p.45) numa "loja de serviços",

em que:

É o processo intermediário no contínuo entre os serviços profissionais e os serviços de massa. Este processo caracteriza-se por um volume maior de clientes processados por dia, como em hotéis, restaurantes, varejo em geral e no atendimento a pessoa física em bancos. Neste caso o valor do serviço é gerado tanto no front office (quarto ou lobby dos hotéis, salão do restaurante e balcão das lojas) como no back room (lavanderia e limpeza de quartos em hotéis, cozinha de restaurantes e setor de compras em loja”.

O produto hoteleiro possui características próprias, e embora sua

produção passe obrigatoriamente pela transformação de matérias-primas

envolvendo pessoas, equipamentos e instalações, a sua diferença substancial

está na participação indispensável do cliente no processo produtivo, pois sem

este não seria possível a efetivação da prestação do serviço. Segundo Castelli

(1999), o produto hoteleiro reúne, simultaneamente, os seguintes elementos:

• Tangíveis e intangíveis;

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• Materiais e imateriais;

• É estático, sendo o elemento móvel o cliente que se desloca até o hotel

e efetua o ato de consumo;

• Não é estocável, as UH´s que não forem ocupadas no dia, não podem

ficar no estoque para o dia seguinte, representando uma perda

irrecuperável;

• É instantâneo: a produção, a distribuição e o consumo são feitos

simultaneamente e no ato, com a presença obrigatória do consumidor,

que passa a fazer parte do processo produtivo.

O citado autor (ibid) considera que durante muito tempo a indústria

hoteleira pouco se preocupou com o real atendimento das necessidades dos

hóspedes, dando mais ênfase a estrutura física dos hotéis (prédios

imponentes, etc.). Para Castelli (Ibid., p.24),

Até agora deu certo a estratégia dos hotéis, no caso brasileiro, de colocarem o dinheiro em primeiro lugar ao entrarem neste tipo de negócio. Até porque o parque hoteleiro era muito pequeno. Em vista disso e devido a uma demanda reprimida, o negócio assim mesmo prosperou. Contudo, quem estiver ingressando neste ramo de negócio ou quiser nele permanecer deverá repensar a missão da sua empresa. O lucro passa, necessária e prioritariamente, pela satisfação das pessoas, sobretudo das pessoas enquanto hóspedes.

O hotel deve preocupar-se em satisfazer as necessidades de seus

hóspedes, a melhor maneira de conseguir esta satisfação é prestando um

serviço com qualidade. Serviço com qualidade envolve muitas variáveis como:

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boas instalações, funcionários preparados, administração comprometida com a

satisfação do hóspede e processos de prestação de serviços padronizados,

entre outros. Quando os clientes não estão satisfeitos ocorrem as reclamações

que se forem entendidas e conduzidas de maneira satisfatória se constituem

numa fonte de renovação; a maior parte das reclamações em hotéis quanto à

qualidade dos serviços tem como causa a ausência de um gerenciamento

voltado para o processo. Sem o qual fica difícil eliminar sistematicamente as

causas das reclamações e buscar-se uma melhoria contínua da qualidade. A

falta de gerenciamento do processo de prestação de serviço leva muitas vezes

o hotel ao descrédito, fazendo com que os hóspedes que não costumam

reclamar, não voltem mais a freqüentar o mesmo, e aqueles que reclamaram,

porém não foram atendidos em suas reclamações, fiquem frustrados quanto à

prestação dos serviços, pois sentem que suas necessidades não estão sendo

priorizadas.

O hotel deve possuir meios de identificar as necessidades dos clientes e

procurar satisfazê-las, para que isso ocorra, é preciso ter critérios claros e

mensuráveis de medição, para se estabelecer o controle sobre os processos,

assim como a definição de medidas de desempenho para assegurar que o

processo está de acordo com o padrão desejado. A identificação dos critérios

segundo os quais os clientes avaliam os serviços é para Albrecht (1992) uma

forma de compreender melhor as necessidades dos clientes. Este autor define

um conjunto de critérios de avaliação da qualidade do serviço, que orientam na

compreensão das necessidades dos clientes, como a consistência, a

competência, a flexibilidade, a velocidade de atendimento, entre outros.

Excluído: ¶

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95

2.7 O Turismo em Ilhéus

A atividade econômica do município de Ilhéus encontra-se diversificada

na agricultura, pecuária, serviços e indústria, de forma que o desenvolvimento

econômico conta com alternativas para sua sustentação e viabilidade. Ainda

assim, é no turismo que se encontra a vocação mais acentuada, bem como

uma importante trajetória que demonstra a determinação política de fomentar a

atividade: A ILHEUSTUR definiu como sua missão, constante do PLANO

ESTRATÉGICO DO TURISMO DE ILHÉUS (2001), levar o turismo à 1ª

economia do município.

Com uma população aproximada de 250 mil habitantes (Censo 2000),

Ilhéus representa um dos mais expressivos e importantes municípios baianos,

ainda mais pela sua proximidade com o município de Itabuna, cuja relevância

econômica e política contribui para o fortalecimento das atividades

desenvolvidas na região. Segundo informações da ILHEUSTUR e do SEBRAE,

Ilhéus representa a terceira maior oferta de meios de hospedagem do estado,

possuindo hoje cerca de 118 pousadas, 23 hotéis, 06 chalés, 02 albergues e 02

campings. As características, produtos e serviços oferecidos pelos

Hotéis/Pousadas classificáveis como “Econômicos” e “Turísticos”, objeto desta

pesquisa, encontram-se analiticamente elencados no Anexo III.

Ilhéus dispõe de importantes equipamentos de infraestrutura, como um

aeroporto onde operam as principais companhias aéreas do país, num total de

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Formatados: Marcadores enumeração

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Excluído: apêndice

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12 vôos diários, um porto internacional, 10 agências de turismo, 13 locadoras

de veículos, 32 restaurantes, 08 bares, 10 pizzarias, 06 lanchonetes, 02 cafés,

10 agências bancárias, 08 postos de Caixas Eletrônicos, 04 agências de

Correios, 04 delegacias (sendo uma de crime contra o patrimônio, uma de

proteção à mulher e duas delegacias de polícia), 07 hospitais, 03 rádios FM e

03 rádios AM (Fontes, 2001).

Quanto ao transporte turístico, operam regularmente no aeroporto do

município de Ilhéus quatro grandes companhias aéreas e o fluxo de transporte

rodoviário é intenso, operando, na estação rodoviária local, cerca de 10

empresas de ônibus.

A Fundação “Ilhéus Convention Bureau”, criada com objetivo de

captação de eventos para o Centro de Convenções Luis Eduardo Magalhães,

ainda se encontra em fase incipiente e enfrenta dificuldades em efetivar

parcerias com representantes de setores da sociedade ilheense. A partir de

2002, a empresa Predial, antes responsável por limpeza e manutenção do

Centro de Convenções, passou também a realizar trabalhos de captação de

eventos tanto para a cidade de Ilhéus como para Porto Seguro. O segmento

de turismo de negócios (convenções, congressos e feiras), de importância

capital para a melhoria das taxas de ocupação dos meios de hospedagem,

incremento do comércio e fomentador do desenvolvimento econômico e social,

com a esperada redução dos impactos da sazonalidade. (Fontes, 2001:93).

Até o momento, embora num ritmo ainda lento, verifica-se tendência crescente

na captação de eventos para a Cidade.

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Numa análise da realidade de Ilhéus, Barroco (2000) relaciona

importantes fatores que influenciam na demanda turística, como os níveis de

preços praticados pelos equipamentos turísticos (principalmente na alta

estação), a qualidade dos serviços – que fica a desejar quando comparada

com lugares onde o turismo seja mais desenvolvido. Serviços públicos

inadequados, ausência de infraestrutura, insegurança, esgotos que invadem

rios e praias, lixões urbanos e nos manguezais, favelas que invadem cidades e

Áreas de Proteção Ambiental-APA, fatores que produzem imensos problemas,

reduzindo a qualidade de vida e, conseqüentemente, a demanda por parte dos

turistas.

As transformações sociais e culturais decorrentes do processo de

globalização começam a definir um novo perfil de turismo e a induzir uma

redefinição dos modelos convencionais da ação turística. Avighi (2000) relata

que há cada vez mais turistas que, diferentemente do turista de consumo,

anseiam pelo lugar que os recebe, pelas pessoas e seus estilos. Cunha (1997,

p.170) afirma que:

As relações entre o turismo e a cultura são profundas e têm um duplo sentido: turismo como ato cultural e forma de cultura e turismo cultural como meio de permitir ao homem o acesso a formas de expressão cultural.

Apesar da existência de um valioso patrimônio histórico e cultural –

ainda mais enriquecido pela obra de Jorge Amado, infelizmente ainda não se

pode observar em Ilhéus ações que valorizem a cultura local, com

investimentos planejados para formatar produtos capazes de incrementar o

turismo cultural.

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Assim como a cacauicultura deu origem a um patrimônio cultural que se

expressa nas tradições, nas relações sociais, na arquitetura e em outras

manifestações culturais da região, também o turismo precisa estabelecer uma

cultura propícia ao seu crescimento. Como se tornar um pólo receptor sem

infra-estrutura adequada, sinalização turística, sem um calendário turístico

devidamente divulgado, sem a disponibilização de informações turísticas

sistemática e permanentemente?

A riqueza cultural da Cidade de Ilhéus é enorme, haja vista a historia dos

coronéis do cacau, as peculiaridades sociais em função do modelo sócio-

econômico implantado na chamada região Cacaueira Baiana e por ser berço

do escritor Jorge Amado, autor brasileiro mais lido no exterior, que muito

divulgou a Cidade em seus romances. Cunha (1997) reafirma a importância e

singularidade do turismo cultural, pois é o único que proporciona a força e

perenidade do turismo pela sua capacidade de responder aos anseios mais

profundos do homem; Se a localidade oferece apenas uma permanência

agradável, destituída de valores perduráveis, esgota-se com o fim da viagem.

Vasconcelos e Cyrino, citados em Fontes (2001, p.46), definem

competitividade como “a ocorrência de níveis de performance econômica acima

da média de mercado em função de estratégias adotadas”. A autora constatou,

em seu trabalho, que os recursos existentes na Cidade de Ilhéus – os fatores,

podem ser definidos como vantagens somente comparativas, pois são

decorrentes de menor custo de fatores como trabalho, matéria prima, ou

infraestrutura, fatores que podem ser adquiridos ou que existam em qualquer

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lugar do mundo e, neste contexto, não podem mais ser considerados como

competitivos.

A visão exclusivamente econômica oculta os laços entre a indústria do

turismo e a pessoa do turista, reduz o imaginário da viagem a artefatos

culturais (patrimônio histórico, cultural, etc.), oculta a imaginação e a cultura do

turista. Um novo enfoque, mais adequado às atuais configurações do mercado,

vê o turista como pessoa que participa, e na participação intervêm a

imaginação e a cultura, o prazer e a inteligência. É dessa forma que o turismo

fornece ao turista o acesso ao mundo.

O turismo possui um duplo papel a cumprir: gerar benefícios sociais e

econômicos para a região receptora e satisfazer às necessidades dos turistas.

O município possui função primordial, pois é o local onde o consumidor entra

em contato com o produto. Depende da conscientização e criatividade de cada

município, evidenciar o seu produto turístico. Pois de acordo com Castelli

(1999), "todo município tem algo a mostrar". O município possuidor dos

recursos turísticos organizará o setor de acordo com as suas possibilidades e

vocação. O citado autor (Ibid.), salienta a importância do município criar uma

organização capaz de estruturar, executar e promover o turismo local; a

estruturação do organismo municipal de turismo em forma de uma secretaria,

departamento, um serviço, um conselho, possuem as mesmas atribuições

como: elaborar seu regulamento; proceder ao levantamento dos recursos

turísticos existentes no município; coordenar as atividades de promoções

turísticas; efetuar campanhas de conscientização turística, divulgando os

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100

recursos turísticos, realizando roteiros e formulando o calendário turístico;

promover cursos de formação profissional, reciclagem e especialização;

fomentar as atividades de cunho artístico, folclórico e cultural; organizar

exposições e feiras; criar medidas que objetivem a melhoria dos serviços locais

de hotelaria, restaurantes; promover medidas que desenvolvam as atividades

esportivas; integrar-se com outros órgãos públicos e privados, do município e

região, para unir esforços e recursos para o desenvolvimento do turismo;

organizar e conservar a sinalização dos principais pontos turísticos do

município; planejar, analisar e controlar sistematicamente a atividade turística;

e principalmente motivar a iniciativa privada mediante incentivos municipais.

No município, cenário de produção e de consumo do turismo, é o local

onde se fazem os investimentos e onde se verifica o maior percentual das

opções de consumo. Conforme Fellini (1983), a única forma de organizar e

estimular o desenvolvimento de uma atividade tão complexa é através de

decisões amplas, embora em âmbito municipal. É necessária uma visão global

do conjunto para manter integrado os fatores que compõem o produto turístico.

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101

3. METODOLOGIA

A pesquisa no campo do turismo é caracterizada pela complexidade no

processo de coleta de dados e na consistência destes para uma análise

empírica que reflita a realidade dos fatos. Mesmo nos países desenvolvidos,

existem dúvidas a respeito da coleta de dados, não apenas pela inexistência de

uma metodologia específica, como também porque não foi possível ainda

delimitar e classificar os domínios desse importante setor produtivo da

atividade econômica, pois seus efeitos são vastos e abrigam uma

multiplicidade de conhecimentos teóricos e técnicos nas áreas de economia,

administração, antropologia, história, entre muitos outros.

3.1 Tipologia de Pesquisa

Entendendo-se a atividade de pesquisa como um processo de

investigação rigorosa, sistemática, empírica e crítica de dados, com o objetivo

de descobrir e ou descrever os fatos e ou de verificar a existência de relações

entre os fatos (Dencker, 1998), este estudo foi orientado com base no

procedimento metodológico e sistemático de coleta de dados, organização e

análise de informações primárias e secundárias, com a finalidade de descrever

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102

e interpretar os fenômenos e os determinantes do comportamento e tipo de

relações que permitam a elaboração de um diagnóstico adequado e

prognósticos eficientes sobre o desempenho do sistema turístico.

Para isso, a pesquisa foi desenvolvida com base nos métodos de análise

estatística descritiva e comparativa. Este procedimento apresenta grande

vantagem na análise e interpretação dos dados, permitindo a obtenção de

resultados cujas inferências podem explicar com bom grau de aproximação a

realidade do estudo. Os dados estatísticos da pesquisa foram tratados de

forma tabular e gráfica, com comparações em termos percentuais e de

medidas estatísticas de dispersão para cada variável.

3.2 Área de Estudo A área de estudo refere-se ao Município de Ilhéus-BA, localizada no

sudeste do Estado da Bahia, distante 471 Km de Salvador, Capital do Estado,

com uma população de 243.000 habitantes. Geograficamente, o Município de

Ilhéus limita-se ao leste com o Oceano Atlântico; ao norte com os municípios

de Aurelino Leal, Itacaré e Uruçuca; ao oeste com Buerarema, Coaraci,

Itabuna, Itajuípe e Itapitanga e, ao sul, com a Cidade de Una. As vias de

acesso rodoviário para o município são a BA-261, na altura de Uruçuca, a BA-

415, na altura de Itabuna utilizando-se a BR-101 e a Rodovia

Ilhéus/Canavieiras, passando pelo Município de Una.

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3.3 Coleta e Tratamento de Dados

Quanto aos dados utilizados nesta pesquisa, os procedimentos

metodológicos para a obtenção dos mesmos incluíram: a análise de dados

secundários, selecionados e coletados em livros, dissertações, monografias,

anuários estatísticos, revistas, jornais, pesquisas na internet, bem como

publicações e documentos de Órgãos oficiais na área de turismo,

principalmente BAHIATURSA e ILHEUSTUR; observância do universo de

hotéis e pousadas atualizado, definido através de levantamento efetuado junto

à instituição turística municipal ILHEUSTUR, levando-se em consideração,

entre outros aspectos, a localização (Centro e litorais norte/sul) e a

classificação segundo os critérios da EMBRATUR (Anexo III).

Considerando a dificuldade de se obter todos os dados necessários a

partir de fontes secundárias, foram também coletados dados primários

diretamente junto aos meios de hospedagem, nos hotéis/pousadas

selecionados pela amostra, conforme descrito no item seguinte. Foram

analisadas as informações sobre localização, infraestrutura, categoria,

excelência dos serviços, preços praticados, facilidade de meios de pagamento,

recursos tecnológicos à disposição dos hóspedes, atrativos turísticos, média de

ocupação e preços praticados nos meios de hospedagem, na alta e baixa

estação. Os dados sobre estas variáveis foram cruzados com os dados

secundários referentes ao perfil do turista de Ilhéus resultantes do trabalho

monográfico de Nascimento (2001), especificamente quanto aos fatores renda

Excluído: ¶

Excluído: pêndice A)

104

média, idade, sexo e ocupação principal, importantes para a descrição do perfil

do turista.

A Pesquisa sobre a oferta turística em Ilhéus foi realizada através de

entrevista direta, tendo-se determinado como pontos para a abordagem do

turista os Hotéis/Pousadas selecionados na amostra. O levantamento de

campo foi efetuado no período de 06 a 25 de janeiro de 2003, tendo sido

entrevistados, efetivamente, nesse período, um total de 350 turistas receptivos.

Os formulários, devidamente preenchidos durante entrevista com turistas

e administradores/gerentes dos meios de hospedagem selecionados na

amostragem, foram tabulados através de procedimentos estatísticos,

utilizando-se como ferramentas de apoio os softwares Statistic for Windows,

versão 5.1 e ExcelMicrosoft 2000.

Para os dados coletados foram aplicadas as estatísticas paramétricas,

tais como média aritmética e desvio padrão. A direção da tendência foi

determinada a partir da distribuição das freqüências, para cada variável.

Considerou-se, assim, a influência sobre a média aritmética dos valores

extremos – ou dispersão, traduzidos pelo desvio padrão. Por se tratar de um

levantamento exploratório, outros cálculos estatísticos foram dispensados.

Assim, a análise foi mais focada no aspecto descritivo, com maior abertura

para comentários, buscando suscitar o levantamento de hipóteses para

possíveis estudos posteriores.

Excluído: ¶

105

3.4 Universo da Pesquisa e Plano Amostral O universo de estudo é a infraestrutura de hospedagem,

especificamente os hotéis e pousadas disponíveis na Cidade de Ilhéus. O

levantamento foi efetuado junto à ILHEUSTUR, seguido de análise dos

equipamentos classificáveis como “econômico” ou “turístico”, localizados no

centro ou no litoral sul e norte da Cidade. Estes meios de hospedagem foram

escolhidos por serem os de maior demanda turística, antecedidos apenas pela

hospedagem em casa de amigos e familiares, segundo informações da

Empresa de Turismo da Bahia-BAHIATURSA (2002).

Para a seleção e determinação do tamanho das amostras, foram

definidas estatisticamente amostras probabilísticas, aleatórias simples,

representativas do universo atualizado de Hotéis e Pousadas da Cidade.

Utilizou-se critério estatístico de aleatorização adequado para assegurar a

representatividade e a confiabilidade, tendo sido adotado um erro relativo

máximo de 5%, obtendo-se um nível de confiança de 95%, que possibilita

inferências estatísticas para o universo de turistas que visitam o Município de

Ilhéus (Silver, 2000:268). Foi utilizada a fórmula matemática para o cálculo do

tamanho da amostra para uma população finita, como segue:

n = (Z αααα /2)2 * (δδδδ)2 * N

e2 * (N-1) + ((Z αααα /2)2 * (δδδδ)2)

onde: n = tamanho da amostra

δδδδ = desvios-padrão

Excluído: ¶

Excluído: Para a seleção e determinação do tamanho das amostras, foram definidas estatisticamente amostras probabilísticas, aleatórias simples, representativas do universo atualizado de Hotéis e Pousadas da Cidade. Utilizou-se critério estatístico de aleatorização adequado para assegurar a representatividade e a confiabilidade, tendo sido adotado um erro relativo máximo de 5%, obtendo-se um nível de confiança de 95%, que possibilita inferências estatísticas para o universo de turistas que visitam o Município de Ilhéus (Silver, 2000:268). Foi utilizada a fórmula matemática para o cálculo de amostra para uma população finita, como segue:¶<sp>¶¶¶

106

Zαααα /2 = nível de confiança escolhido (1- α = 95%)

N = tamanho da população

e2 = erro máximo permitido

Assim, com base no tamanho da população, estimou-se o tamanho da

amostra de hotéis/pousadas em Ilhéus a serem pesquisados, utilizando-se o

formulário específico (Apêndice A):

• Total de Hotéis/Pousadas em Ilhéus-Ba: 140

• Total de Hotéis/Pousadas classificáveis como Econômico/Turístico: 80

• Erro máximo permitido: 0,8

• Nível de confiança definido: 95%

Com base no universo, determinou-se um total de nove hotéis/pousadas

para efeitos de levantamento e pesquisa de campo.

De igual forma, definiu-se a quantidade de turistas a serem

entrevistados, utilizando-se o formulário específico (Apêndice B) e fórmula

matemática para cálculo de amostra para população finita:

n = (Z αααα /2)

2 * (δδδδ)2 * N e2 * (N-1) + ((Z αααα /2)

2 * (δδδδ)2) onde: n = tamanho da amostra

δδδδ = desvios-padrão

Zαααα /2 = nível de confiança escolhido (1- α = 95%)

Excluído: ¶

Excluído: A

Excluído: nexo III

Excluído: nexo IV

Excluído: <sp>¶¶

107

N = tamanho da população

e2 = erro máximo permitido

• Quantidade média fluxo turístico receptivo em Ilhéus: 227.000 turistas

• Total médio de turistas que se hospedam em Hotéis/Pousadas: 42% de

227.000 = 95.340

• Erro máximo permitido: 0,8

• Nível de confiança definido: 95%

Assim, um total de 327 turistas, hóspedes de Hotéis/Pousadas foram

determinados para efeitos amostrais e pesquisa de campo.

3.5 Definição de Variáveis Uma variável pode ser considerada como uma classificação ou atributo

de qualidade ou quantidade associado a determinado fenômeno de estudo. Os

valores associados ao conceito podem ser transformados em variável, que

assumem valores de quantidades, qualidades, características, magnitudes,

traços (Dencker, 1998).

Visando a alcançar os objetivos da Pesquisa, foram utilizadas as

variáveis abaixo, relativas a Hotéis e Pousadas, sendo que a variável 3.5.10

(Perfil do turista)20 refere-se diretamente ao perfil dos hóspedes:

20 O Perfil do turista nesta pesquisa será caracterizado pelos aspectos sexo, estado civil, faixa etária, ocupação principal, renda média mensal, gasto médio diário, permanência média e motivo da viagem, objeto da pesquisa de Nascimento (2001).

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: ¶

108

3.5.1 Localização: Avaliação da localização em relação à motivação da

viagem, na opinião do turista, quanto à distância das praias/centro e

meios de acesso;

3.5.2 Infraestrutura: Estrutura das unidades habitacionais (Tamanho,

conforto), área de eventos, Room Service, Serviços Diversos, etc.;

3.5.3 Excelência dos serviços: Agilidade, padronização de

procedimentos e cordialidade, na opinião do turista;

3.5.4 Preços praticados: Preços compatíveis com a renda média do

cliente;

3.5.5 Facilidades de meios de pagamento: Número de meios de

pagamento oferecidos;

3.5.6 Recursos tecnológicos à disposição do Hóspede: automação,

comunicação globalizada;

3.5.7 Atrativos Turísticos do Hotel/Pousada: Equipamentos de lazer e

entretenimento, como salão de jogos, parque aquático, quadras para

esportes, lanchonete, restaurante, etc.;

3.5.8 Proteção Ambiental e Cultural: Participação em

atividades/programas locais de proteção ambiental e/ou cultural;

3.5.9 Inovação e Criatividade: capacidade de diferenciação no mercado,

em relação a serviços ou produtos não disponíveis nos demais

hotéis/pousadas;

3.5.10 Perfil do Turista de Ilhéus: sexo, estado civil, faixa etária,

ocupação principal, renda média mensal, gasto médio diário,

permanência média, motivo da viagem.

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: ¶

109

3.6 Modelo Analítico

Neste estudo será considerado o modelo de operacionalização de

variáveis no campo do turismo apresentado por Dencker (1998, p.80),

adaptadas para a análise dos meios de hospedagem (Quadro 02).

QUADRO 02 – OPERACIONALIZAÇÃO DE VARIÁVEIS EM MEIOS DE HOSPEDAGEM HOTELEIROS

Variáveis Pontuação

a. Serviços, equipamentos e outros requisitos

Considerar o número total de serviços oferecidos em cada categoria.

b. Número de UH’s – Unidades Habitacionais

Por categoria: *SIMPLES, **ECONÕMICO, ***TURÍSTICO, ****SUPERIOR, *****LUXO, ******PLUS SUPER LUXO

b. Facilidades de meios de pagamento

Quantidade de opções de pagamento

c. Acessibilidade

1 = Difícil acesso 2 = Acesso não pavimentado 3 = Acesso pavimentado

d. Meios de transporte

1 = Público eventual 2 = Público regular 3 = Próprio

e. Distância do mar

1 = Acima de 1.000 m 2 = De 500 a 1.000 m 3 = Inferior a 500 m

f. Atrativos Turísticos

1 = Atrativos naturais e culturais não formatados 2 = Atrativos naturais ou culturais formatados 3 = Atrativos naturais e culturais formatados

g. Tipo de cozinha oferecida 1 = Cozinha popular 2 = Cozinha regional 3 = Cozinha internacional

h. Serviços oferecidos 1 = Apenas Estacionamento 2 = Estacionamento, música ambiente e ar condicionado 3 = Estacionamento, música ambiente, ar condicionado

e acesso à internet i. Vínculo com produtos turísticos

locais/regionais

1 = Não há vínculo 2 = Vínculo eventual 3 = Vínculo permanente, com formatação

Fonte: Adaptado de Dencker (1998, p.83).

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: :

Excluído: :

110

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Perfil dos Turistas 4.1.1 Procedência dos Turistas

De acordo com dados coletados em janeiro de 2003, os turistas que

estiveram em Ilhéus, hospedados nos hotéis/pousadas pesquisados eram, em

sua grande maioria, brasileiros. Destacaram-se as Cidades de São Paulo

(18,29%), Brasília (14,63%), Salvador (14,63%), Goiânia (13,41%) e Vitória

(7,32%), conforme ilustração da figura 06.

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00

PROCEDÊNCIA DOS TURISTAS

São Paulo (SP) Brasília (DF) Salvador (BA)

Goiânia (GO) Vitória (ES) V. Conquista (BA)

B. Horizonte (MG) Campo Grande (MS) Itapetinga (BA)

Jequié (BA) Outras

Fonte: Dados da Tabela 20 (Pesquisa do autor, 2003)

Figura 06 – Procedência dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

Excluído: ¶

Excluído: ¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶

¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶

Excluído: ¶¶¶¶¶¶¶

Excluído: De acordo com dados coletados em janeiro de 2003, os turistas que estiveram em Ilhéus, hospedados nos hotéis/pousadas pesquisados eram, em sua grande maioria brasileiros. Destacaram-se as Cidades de São Paulo (18,29%), Brasília (14,63%), Salvador (14,63%), Goiânia (13,41%) e Vitória (7,32%).

Excluído: ¶

111

Pesquisa de demanda turística em Ilhéus realizada pela Ilheustur em

2003 detectou como principais fontes emissoras de turistas para Ilhéus os

estados: Bahia (38%), São Paulo (23%), Minas Gerais (14%), Distrito Federal

(13%), Rio de Janeiro (7%) e Goiás (5%). Nesta pesquisa observou-se ligeira

discrepância em relação aos turistas oriundos do Estado da Bahia, talvez

explicada pelo fato do período pesquisado atrair um maior número de turistas

de outras regiões, com menor afluxo de pessoas do próprio Estado (28%).

As regiões brasileiras que mais se destacaram quanto ao fluxo de

turistas para Ilhéus foram: a região Sudeste com 34,15%, a própria região

nordeste com 32,93% e a Centro-Oeste com 31,71%. A afluência de turistas

procedentes dos Estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal pode ser

explicada pela existência de infraestrutura de acesso, nomeadamente do

sistema de rodovias asfaltadas entre estes estados e o município de Ilhéus,

conferindo à Cidade uma vantagem comparativa no âmbito do turismo

receptivo.

4.1.2 Aspectos Socioeconômicos

Os aspectos pessoais são variáveis psicográficas, importantes para

a definição de produtos turísticos concretos direcionados a cada segmento de

mercado. A partir de informações como profissão, renda, idade, sexo, valores

pessoais, combinados com os atributos do destino e necessidades, pode-se

delinear o perfil do turista.

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: Pesquisa de demanda da turística em Ilhéus realizada pela Ilheustur em 2003 detectou como principais fontes emissoras de turistas para Ilhéus os estados: Bahia (38%), São Paulo (23%), Minas Gerais (14%), Distrito Federal (13%), Rio de Janeiro (7%) e Goiás (5%). Nesta pesquisa observou-se ligeira discrepância em relação aos turistas oriundos do Estado da Bahia, talvez explicada pelo fato do período pesquisado atrair um maior número de turistas de outras regiões, com menor afluxo de pessoas do próprio Estado (28%).¶

Excluído: ¶4.1.2 Aspectos Pessoais¶¶¶

112

A figura 07 ilustra a distribuição dos turistas por sexo, com base em

dados coletados no setor hoteleiro de Ilhéus. Observa-se que predomina no

setor hoteleiro turistas do sexo masculino, num total de 54%. Nascimento

(2001) verificou tendência de se igualarem a participação de turistas por sexo

no setor hoteleiro. Por outro lado, pesquisa de demanda da Bahiatursa

realizada em 2002 obteve resultados idênticos, com 42,9% de mulheres e

57,14% de homens. Deve-se considerar que o menor percentual de mulheres

que freqüentam os hotéis/pousadas pode estar relacionado ao tipo de turismo

predominante em Ilhéus, que é o de férias. De modo secundário, esses

resultados podem refletir, também, a superioridade da renda na classe de

turistas de sexo masculino, conforme dados observados em nível nacional.

SEXO - TURISTAS NA REDE HOTELEIRA DE ILHÉUS

Feminino46%

Masculino54%

Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003)

Figura 07 – Distribuição dos turistas por sexo, na rede hoteleira de Ilhéus em janeiro/2003.

Excluído: ¶

Excluído: Os aspectos pessoais são variáveis psicográficas, importantes para a definição de produtos turísticos concretos direcionados a cada segmento de mercado. A partir de informações como profissão, renda, idade, sexo, valores pessoais, combinados com os atributos do destino e necessidades pode-se delinear o perfil do turista.¶

113

O percentual de turistas casados atingiu 58% do número total de

entrevistados, sendo que deles 59% viajaram desacompanhados e 31,8% com

a família. Segundo Kotler (2001) o mercado é dividido em diferentes partes

com base em variáveis demográficas, a exemplo de idade, sexo, tamanho da

família, etc. visto que estes grupos apresentam desejos e necessidades

distintos por bens e serviços. Daí, a importância de buscar-se a adequação da

oferta dos meios de hospedagem de Ilhéus ao perfil dessa demanda turística.

ESTADO CIVIL - TURISTAS NA REDE HOTELEIRA

Outros

5% Solteiros

27%

Casados

58%

Divorciados

10%

Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003)

Figura 08 – Estado civil dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus em janeiro/2003.

A maior freqüência de faixa etária foi detectada entre os 30 a 39

anos (44%). Foram encontrados pequenos percentuais de turistas entre 15 a

19 anos (3%) e daqueles com mais de 60 anos (5%).O percentual de turistas

jovens, na faixa de 20 a 29 anos, foi de 27%, o que confirma o estudo de

Excluído: ¶

114

Nascimento (2001), que aponta tendência de declínio na participação de

visitantes jovens.

3

27

44

128

5

0

10

20

30

40

50

FAIXA ETÁRIA DOS TURISTAS NA REDE HOTELEIRA DE ILHÉUS

15 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

Acima de 60

Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 09 – Faixa etária dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

Por sua vez, o número de visitantes na faixa entre 51 a 60 anos de

idade apresentou ligeiro acréscimo, em relação aos percentuais encontrados

no citado trabalho (Ibid.). A grande maioria dos turistas instalados na rede

hoteleira pesquisada encontra-se na faixa etária de 30 a 39 anos, e vem à

Cidade acompanhada da família. Pesquisa de demanda da Ilheustur em 2003

indica idade média de 38 anos, a mesma encontrada pela Bahiatursa em 2002.

Tal cenário aponta para dois aspectos a serem analisados: ou a oferta turística

da Cidade está voltada para o turista mais adulto, ou inexistem produtos

Excluído: ¶

115

turísticos capazes de atrair os mais jovens; qual o perfil desejado para Ilhéus

como destino turístico?

Quanto à companhia dos turistas hospedados na rede hoteleira de

Ilhéus, 41% viaja acompanhado da família, 37% com um acompanhante, 10%

com amigos e 12% viaja desacompanhado. Observou-se a inexistência, entre

os entrevistados, de turistas em excursão organizada por agências de viagens.

COMPANHIA DOS TURISTAS NA REDE HOTELEIRA

Só12%

Amigos10%

Família41% Acompanhante

37%

Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 10 – Acompanhantes dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus em janeiro/2003.

O elevado percentual de turistas acompanhados das famílias, assim

como o maior fluxo na faixa etária entre 30 e 39 anos, sugere que a oferta

turística da Cidade de Ilhéus não tem oferecido atrativos suficientes para os

turistas mais jovens, que viajam, em geral, acompanhados de amigos.

Excluído: ¶

116

O estudo de Nascimento (2001) apontou tendência de declínio na

participação de visitantes jovens. Por sua vez, o número de visitantes na faixa

entre 51 a 60 anos de idade apresentou ligeiro acréscimo, em relação aos

percentuais encontrados no citado trabalho (Ibid.).

Os dados da pesquisa revelam que a maior parte do fluxo de turistas na

rede hoteleira ocorre na classe com nível de escolaridade superior completo, o

que indica que este segmento tende a investir mais em viagens, ou apresenta

maior probabilidade de conseguir nível de renda que possibilite viajar e

hospedar-se em hotéis/pousadas das categorias pesquisadas em Ilhéus.

0

20

40

60

ESCOLARIDADE DOS TURISTAS NA REDE HOTELEIRA DE ILHÉUS

1o grau Incompleto

1o grau Completo

2o grau Incomp.

2o grau Comp.

Superior Incompleto

Superior Completo

Especialização

Mestrado/Doutorado

Fonte: Dados da Tabela 18 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 11 – Distribuição de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus, por classes de escolaridade.

Excluído: ¶

Excluído: A grande maioria dos turistas instalados na rede hoteleira pesquisada encontra-se na faixa etária de 30 a 39 anos, e vem à Cidade acompanhada da família. Pesquisa de demanda da Ilheustur em 2003 indica idade média de 38 anos, a mesma encontrada pela Bahiatursa em 2002. Tal cenário aponta para dois aspectos a serem analisados: ou a oferta turística da Cidade está voltada para o turista mais adulto, ou inexistem produtos turísticos capazes de atrair os mais jovens. Assim, questiona-se: qual o perfil desejado para Ilhéus como destino turístico?

Excluído: ¶

117

No geral, entre as principais ocupações citadas, aparecem o

professor, com um percentual de 13,6%; o estudante, com 11,9%, e o

funcionário público, com 8,5% dos entrevistados. As categorias profissionais

de empresários, administradores e profissionais liberais também apresentaram

percentuais significativos, o que sugere ser a estabilidade econômica um dos

fatores essenciais para que as pessoas façam turismo. O significativo fluxo de

professores e estudantes sugere que a oferta cultural e histórica da Cidade é

relevante para este segmento.

-

5

10

15

20

OCUPAÇÃO PRINCIPAL DOS TURISTAS

Professor Estudante Func. Público EmpresárioAdministrador Médico Farmacêutico EnfermeiroDona de Casa Odontólogo Comerciante BiólogoAssist. Social Advogado Outros

Fonte: Dados da Tabela 19 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 12 – Distribuição dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus por classes de ocupação principal.

Excluído: ¶

118

4.1.3 Aspectos Econômicos e Financeiros

A maioria dos turistas que estiveram em Ilhéus, no mês de

janeiro/2003, hospedados na rede hoteleira pesquisada, chegou com a

intenção de permanecer na Cidade por cinco dias (40,7%); apenas 28,8% dos

entrevistados desejaram permanecer por mais de cinco dias. Não foi possível

verificar se há alterações significativas entre a intenção inicial e a realidade.

Pesquisa de demanda da Bahiatursa (2002) demonstra permanência média de

8,2 dias entre os turistas de Ilhéus. Tal índice sugere que computou-se, na

amostra entrevistada turistas e veranistas, haja vista o grande número de

imóveis residenciais locados no verão, sobretudo os localizados nos litorais

norte e sul da Cidade.

É sabido que as pessoas em cada nível sócio-econômico apresentam

variadas aspirações e preferências, além de despender quantias diferentes em

busca da satisfação dos seus desejos. Dessa forma, turistas que pertencem a

grupos sociais mais elevados tendem a ter hábitos de consumo mais

sofisticados, são mais exigentes e apresentam disponibilidade para realizar

gastos superiores à média. Em Ilhéus, a renda média mensal declarada pelos

turistas entrevistados foi de aproximadamente R$ 2.180,00 equivalentes a

cerca de 9,1 salários mínimos21, o que caracteriza uma clientela de classe

média. Pesquisa de demanda da Bahiatursa (2002) apontou uma renda média

de US$ 1.208, o que equivale a cerca de 15 salários mínimos.22 Segundo

21 Utilizou-se o valor vigente do salário mínimo, que é de R$ 240,00 (Duzentos e quarenta reais). 22 Considerando o valor do dólar atual, de R$ 3,00.

Excluído: ¶

119

Barroco (2000), os turistas nacionais, de modo geral, têm o perfil de classe

média-baixa, assalariados e pequenos empresários, com renda em torno de R$

900,00 (novecentos reais).

0

10

20

30

40

50

TURISTAS - RENDA MÉDIA MENSAL DECLARADA

Até 500,00 + 500,00 a 1.000,00

+ 1.000,00 a 3.000,00 + 3.000,00 a 5.000,00

+ 5.000,00 a 10.000,00 Acima de 10.000,00

Fonte: Dados da Tabela 22 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 13 – Renda média mensal declarada dos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

A média de gastos diários informada pelos turistas entrevistados,

excluindo-se o gasto com hospedagem, foi de aproximadamente R$ 147,50, o

que corresponde a aproximadamente US$ 50.00; considerando-se estarem

incluídas nestes gastos, aproximadamente duas pessoas, encontra-se um

gasto per capita de aproximadamente R$ 74,00. Observa-se que o gasto

médio diário dos turistas entrevistados é compatível com o nível de renda

Excluído: ¶

120

declarado, ou seja, quanto maior a renda do turista, maior tende a ser o seu

dispêndio, e vice-versa.

Por outro lado, o estudo de Nascimento (2001) mostrou tendência

de queda no gasto médio diário do turista em Ilhéus, cujas razões ainda não

foram pesquisadas. Pode-se supor a influência de fatores como altos preços

praticados, a falta de atrações e produtos turísticos, e falta de qualificação dos

serviços e do atendimento na redução da média de dias permanecidos na

Cidade.

Há registros de que um gasto médio inferior a US$ 100.00 não

produz um impacto significativo na geração de emprego e renda na localidade

receptora. Assim, conclui-se que a cidade de Ilhéus precisaria criar mais

atrativos, oferecendo um maior elenco de bens e serviços ou atrair turistas de

maior poder aquisitivo – o que também implicaria necessidade de melhoria na

qualidade dos seus serviços como um todo.

Excluído: ¶

121

0

10

20

30

40

50

60

GASTO MÉDIO DIÁRIO TURISTAS

menos de R$ 50,00

de 50,00 a 100,00

de 100,00 a 150,00

de R$ 150,00 a 200,00

Mais de R$ 200,00

Fonte: Dados da Tabela 22 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 14 – Gasto médio diário informado pelos turistas hospedados na

rede hoteleira de Ilhéus.

4.1.4 Meios de Transporte e Hospedagem

Quanto aos turistas entrevistados que estiveram no Ilhéus no mês

de janeiro/2003, o principal meio de transporte utilizado foi o automóvel

(52,54%), vindo em seguida o avião (28,81%), e o ônibus, com 18,64%.

Pesquisa de demanda da Ilheustur (2003) registrou valores que indicam nítido

predomínio da utilização de veículo próprio: automóvel (37,51%), ônibus

(35,76%), avião (26,33%) e outros (0,4%). Compreende-se porque o veículo

próprio é o meio de transporte mais utilizado, ao se constatar que a maioria dos

turistas entrevistados viaja acompanhada da família, e manifesta intenção de

visitar outras cidades da região. Se o turismo de negócios estivesse mais

desenvolvido, provavelmente o avião seria o meio mais freqüente.

Excluído: ¶

122

MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO

Avião29%

Ônibus19%

Veículo Próprio

52%

Fonte: Dados da Tabela 23 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 15 – Meio de transporte utilizado pelos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

4.1.5 Motivações e Atrativos da Viagem

A maior parte dos turistas entrevistados veio a Ilhéus à passeio.

Para eles, o principal atrativo da viagem é a beleza natural, em especial as

praias (29,3%), vindo em seguida a literatura de Jorge Amado (19,5%) e a

indicação de amigos/parentes (12,8%). A motiva curiosidade, influência de

propaganda da mídia e atrativos históricos também apresentou percentuais

significativos, apesar de existir uma lacuna a ser preenchida quanto ao

marketing da Cidade como um todo; o pequeno fluxo de turistas de negócios

(4,5%) sinaliza um nicho de mercado a ser explorado, pois se sabe que é um

segmento mais lucrativo que o turismo de férias. Enquanto a Pesquisa de

Demanda Turística realizada em 2002 pela Bahiatursa aponta que 100% dos

turistas são motivados pelos atrativos naturais de Ilhéus, a pesquisa realizada

Excluído: ¶

Excluído: ¶¶

123

pela Ilheustur em 2003 apresenta percentuais mais significativos para o

segmento turismo de negócios: lazer (58,55%), negócios (13,75%), visita a

amigos e familiares (11,98%), saúde (1,18%), eventos (7,07%) e outros

(7,47%). A tendência de crescimento e de maiores investimentos para o

turismo de negócios e eventos pode ser atribuída à implantação de indústrias

no pólo de informática, o moinho Santista, entre outros, além da incipiente

captação de eventos no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães.

A análise das motivações dos turistas é essencial para a adequação da

oferta turística da Cidade, e dos meios de hospedagem, objeto deste estudo.

Além disso, possibilita o levantamento de dados sobre o mercado turístico,

objetivando a concorrência e os serviços que devem ser disponibilizados.

Excluído: ¶

124

0

5

10

15

20

25

30

MOTIVAÇÃO DA VIAGEM

Atrativos Naturais Literatura Jorge Amado

Indicação de amigos/parentes Curiosidade

Propaganda Atrativos Históricos

Negócios Eventos

Manifestações populares Outras

Preços atraentes

Fonte: Dados da Tabela 24 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 16 – Motivação da viagem, segundo turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

4.1.6 Aspectos Espaciais

Além de Ilhéus, destacam-se como ponto de atração os municípios

litorâneos que fazem parte do Pólo Costa do Cacau, sendo a maior preferência

Itacaré (41,80%), Canavieiras (22,95 %) e outras (12,30%) como Olivença e

Porto Seguro, esta localizada na Costa do Descobrimento, mas ainda

constante do roteiro de muitos que vêm à Costa do Cacau.

Excluído: ¶

125

0

10

20

30

40

50

INTENÇÃO DE DESLOCAMENTO PARA CIDADES PRÓXIMAS

Itacaré

Una

Canavieiras

Itabuna

Outra(s)

Nenhuma

Fonte: Dados da Tabela 25 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 17 – Intenção de deslocamento para outras Cidades próximas, pelos turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

Segundo Gerson Marques, Assessor de Marketing da Secretaria de

Turismo de Ilhéus (antiga Ilheustur), em palestra ministrada na Faculdade de

Tecnologia e Ciências de Itabuna, no dia 31.10.2002, Ilhéus não concorre com

Itacaré, Canavieiras ou nenhuma outra cidade da Costa do Cacau, visto que

cada uma apresenta oferta turística diferenciada e que Ilhéus, por ser cidade-

âncora da Região, hospeda turistas que também visitam as outras cidades

próximas, retornando ao final do dia. Assim, a atratividade turística de Itacaré e

Canavieiras, por exemplo, representa ganho para a cidade de Ilhéus.

Excluído: ¶

126

4.1.7 Avaliação Geral dos Turistas

O Quadro 03 mostra a avaliação da Cidade de Ilhéus e dos meios de

hospedagem, com base da amostra pesquisada, apresentando-se os

percentuais atribuídos em uma escala de notas de 1 a 5.

Quadro 03 – Opinião de turistas-hóspedes sobre a Cidade de Ilhéus e o ho- tel/pousada onde instalados.

Opinião/Notas (%) 1 2 3 4 5 1. Expectativa quanto à oferta turística de Ilhéus

antes de chegar 0,0 0,0 23,7 42,4 33,9

2. Primeira impressão ao chegar à Cidade

0,0 11,9 49,2 30,5 8,5

3. Primeira impressão ao chegar ao Hotel/Pousada

0,0 11,9 49,2 30,5 8,5

4. Qualidade do atendimento na Recepção

1,7 10,2 20,3 49,2 18,6

5. Sistema de Reservas

1,7 5,1 1,7 35,6 55,9

6. Localização do Hotel/Pousada

0,0 5,1 27,1 37,3 30,5

7. Infraestrutura Geral do Hotel/Pousada (Lobby,Room-service, Área de Lazer,etc.)

0,0 11,9 40,7 27,1 20,3

8. Infraestrutura das Unidades Habitacionais (tamanho, conforto, decoração, etc.)

0,0 10,2 42,4 35,6 11,9

9. Qualidade dos Serviços (agilidade, padrão, cordialidade)

0,0 20,3 40,7 20,3 18,6

10.Preços praticados (em relação aos serviços)

0,0 20,3 54,2 20,3 5,1

11.Facilidades de meios de pagamento disponíveis

0,0 18,6 16,9 32,2 32,2

12.Recursos tecnológicos à disposição do hóspede (fone, net, esc.virtual,etc.)

5,1 47,5 35,6 6,8 5,1

13.Atrativos turísticos do Hotel/Pousada (lazer/entretenimento, parque aquático, esportes, etc.)

8,5 28,8 35,6 16,9 10,2

14.Participação do Hotel/Pousada em atividades/Programas responsabilidade social/programas de proteção ambiental.

47,5 28,8 10,2 10,2 3,4

15.Participação do Hotel/Pousada em atividades/Programas de valorização cultura regional

35,6 22,0 30,5 6,8 5,1

16.Disponibilização de serviços inovadores e criativos, não disponíveis nos concorrentes.

49,2 33,9 11,9 0,0 5,1

17.Serviço do Restaurante

0,0 25,4 35,6 16,9 22,0

18.Padronização de atendimento dos funcionários em geral

0,0 23,7 35,6 22,0 18,6

NOTAS/MÉDIAS (%) 8,3 18,6 31,2 24,5 17,4 Fonte: Dados da Pesquisa (Pesquisa do autor, 2003).

Excluído: ¶

127

O Quadro 03 fornece dados interessantes para uma análise de como

o turismo em Ilhéus é percebido pelo turista-hóspede, considerando-se os

meios de hospedagem classificáveis nas categorias “econômico” e “turístico”.

Dos 18 itens avaliados, 18,6% foram pontuados com “nota 2”, 31,2% com “nota

3”, 24,5% com nota “nota 4”, e apenas 17,4% com a nota máxima (5).

Os itens percebidos como plenamente satisfatórios (nota 5), de

maneira geral, foram o sistema de reservas (55,9%), a facilidade de meios de

pagamento disponíveis (32,2%). De fato, em todos os hotéis/pousadas

pesquisados há sistema de reservas informatizado, a maioria com opção de

reservas pela internet, e aceita-se todas as opções convencionais para

pagamento (Cash, Cheque, Cartão de Débito, Cartão de Crédito e Fatura).

Quanto ao item 6 (localização do hotel/pousada), a frustração foi demonstrada

em função de certo conflito entre a motivação da viagem e a localização do

meio de hospedagem, nos casos em que um turista de negócios fica instalado

num hotel mais voltado para o turista de férias, localizado mais próximo das

praias e mais distante do centro da Cidade, por exemplo.

A diferença entre a expectativa antes de chegar à Cidade (item um)

e a primeira impressão em relação a Ilhéus e ao hotel/pousada escolhido (itens

2 e 3) sugere certa frustração pelo turista. Embora investigar as razões para tal

situação não seja o objetivo principal desta pesquisa, pode-se imaginar que há

aspectos como limpeza, paisagismo, atendimento, etc. envolvidos nesta

percepção.

Excluído: ¶

128

Os aspectos apontados como mais críticos foram a participação do

hotel/pousada em atividades/programas responsabilidade social/programas de

proteção ambiental, a participação do hotel/pousada em atividades/programas

de valorização cultura regional e a disponibilização de serviços inovadores e

criativos, não disponíveis nos concorrentes. É importante observar que nem

sempre tal tipo de participação é visível para os clientes, o que pode explicar

pontuações tão baixas; No entanto, na entrevista com hoteleiros/gerentes dos

meios de hospedagem pesquisados ficou patente que não existem, ainda,

preocupações do gênero por parte do empresariado hoteleiro; apenas um dos

hotéis pesquisados relatou que, sistematicamente, doa as sobras do café da

manhã para instituições beneficentes da Cidade. Num momento em que a

busca da consciência social e ambiental está em alta, parece importante –

principalmente para o segmento mais politizado – hospedar-se em

equipamentos que possuam ações voltadas para a interação com a

comunidade onde estão inseridos, participando direta ou indiretamente para a

melhoria da qualidade de vida local.

A inexistência de serviços inovadores e criativos, não ofertados

pelos concorrentes (item 16) foi bem captada pelos turistas. Ou seja, os

equipamentos hoteleiros de Ilhéus não estão desenvolvendo diferenciais que

se traduzam mercadologicamente em vantagens competitivas.

Um item percebido como necessitando de melhorias foi o de

recursos tecnológicos à disposição do hóspede (telefone, internet, escritório

Excluído: ¶

Excluído: ¶

Excluído: A inexistência de serviços inovadores e criativos, não disponíveis nos concorrentes (item 16) foi bem captada pelos turistas. Ou seja, os equipamentos hoteleiros de Ilhéus não estão desenvolvendo diferenciais que se traduzam mercadologicamente em vantagens competitivas. ¶

129

virtual, etc.). Para 47,5% dos turistas entrevistados, o item recebeu “nota 2”.

Neste aspecto, a percepção dos turistas se confunde com a dos

hoteleiros/gerentes, que apontaram a necessidade de modernização

tecnológica como a mais urgente para o seu empreendimento, mas a que exige

maior aporte de capital.

As opiniões dos turistas em relação aos preços praticados revelam

que 54,2% dos entrevistados consideraram os preços razoáveis (nota 3), e

20,3% acharam os preços elevados e exorbitantes.

Na opinião de 65% dos turistas entrevistados, a beleza natural de

Ilhéus, em especial de suas praias, é o maior atrativo turístico da Cidade,

seguido dos seus atrativos históricos (24%), grandemente divulgado pela obra

de Jorge Amado.

MAIOR ATRATIVO TURÍSTICO DE ILHÉUSOutros

8%

Atrativos Históricos

24%

Clima3%

Beleza Natural65%

Fonte: Dados da Tabela 14 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 18 – Maior atrativo turístico de Ilhéus, na opinião de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

Excluído: ¶

130

Em relação ao meio de hospedagem onde estavam instalados,

38,5% apontou a infraestrutura como o maior atrativo turístico do

hotel/pousada, seguido do atendimento (20,5%) e localização (17,9%).

0

10

20

30

40

MAIOR ATRATIVO TURÍSTICO - HOTEL/POUSADA

AtendimentoInfraestruturaLocalizaçãoPaisagismoRestauranteServiços

Fonte: Dados da Tabela 11 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 19 – Maior atrativo turístico do Hotel/pousada, na opinião de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

Quanto aos itens no turismo de Ilhéus que mais necessitam de

melhorias, na opinião dos entrevistados, aparecem: opções de lazer noturno

(20,3), poluição das praias (18,6%) e infraestrutura turística (16,9%); quanto a

esta, uma das queixas mais freqüentes foi a reduzida oferta de churrascarias e

restaurantes com cozinha internacional.

Excluído: ¶

131

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

ASPECTOS CRÍTICOS NO TURISMO DE ILHÉUS

Lazer noturnoPoluição PraiasInfraestrutura turísticaConscientização da populaçãoPreços altosDivulgação

Fonte: Dados da Tabela 15 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 20 – Aspecto mais crítico no turismo de Ilhéus, na opinião de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

Avaliando os meios de hospedagem, na opinião dos turistas-

hóspedes os aspectos mais necessitados de melhorias são: o atendimento

(26,9%), modernização dos recursos tecnológicos (22,4%) e serviços

inovadores (11,9%), entre outros. A questão da qualidade do atendimento está

diretamente vinculada à qualificação dos funcionários da hotelaria, área em que

os empresários alegam ter dificuldades, seja pela pequena oferta de mão-de-

obra capacitada disponível, seja pelo elevado turnover do pessoal, decorrência

também da sazonalidade vivenciada pelo segmento. Muitos entrevistados

informaram sentir falta de TV a cabo, internet na unidade habitacional

(principalmente o hóspede de negócios), escritório virtual, etc. nos meios de

Excluído: ¶

132

hospedagem pesquisados; ou seja, o segmento mais lucrativo do turismo –

negócios – não está encontrando uma oferta turística que atenda suas

necessidades.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

ASPECTOS CRÍTICOS NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM DE ILHÉUS

Atendimento Recursos TecnológicosServiços inovadores EntretenimentoRecepção LocalizaçãoPreços altos RestauranteSauna Área lazerSala Ginástica

Fonte: Dados da Tabela 17 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 21 – Aspectos críticos do Hotel/pousada, na opinião de turistas hospedados na rede hoteleira de Ilhéus.

4.2 Meios de Hospedagem

Os meios de hospedagem constituem importante segmento da “indústria

do turismo” em Ilhéus, indispensável para o crescimento da economia local.

Neste estudo, buscou-se delinear um panorama geral da estrutura e dinâmica

de funcionamento dos meios de hospedagem de Ilhéus, classificáveis nas

Excluído: ¶

133

categorias “econômicas” ou “turístico”. A figura 22 apresenta os resultados

obtidos na pesquisa.

CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM PESQUISADOS

33%

67%

EconômicoTurístico

Fonte: Dados da Tabela 01 (Pesquisa do autor, 2003)

Figura 22 - Meios de hospedagem pesquisados, por categoria.

As tabelas 03 e 04 (Apêndice C) indicam que, nas categorias citadas,

existe uma média de 54 Unidades Habitacionais-UH em cada meio de

hospedagem. Tecnicamente, considera-se economicamente viável para esse

empreendimento a disponibilização de, no mínimo, 30 UH’s (ABIH, 2002).

As taxas médias de ocupação informadas revelam um fluxo turismo

concentrado na alta estação, o que traz forte impacto na viabilidade

econômico-financeira dos meios de hospedagem; Relatos de alguns

hoteleiros/gerentes registram preocupante redução do período considerado

“verão”, pois, em função do aumento de dias letivos promovido no calendário

escolar (MEC), o período de maior fluxo turístico ficou restrito ao mês de

Excluído: ¶

Excluído: Anexo IV

134

janeiro. Importante ressaltar que os meios de hospedagem que apresentaram

menor flutuação nas taxas de ocupação são aqueles que têm buscado atrair o

turista de negócios, ainda que de forma incipiente.

TAXA MÉDIA DE OCUPAÇÃO NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM PESQUISADOS

23,75

76,25

0 20 40 60 80 100

BaixaEstação

AltaEstação

Fonte: Dados da Tabela 02 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 23 - Taxa média de ocupação nos meios de hospedagem.

Os tipos de Unidades habitacionais disponíveis são apresentados na

figura 24. O tipo “outros” engloba UH’s não classificáveis nas categorias

apresentadas, como: “luxo”, “econômica” ou “especiais”, considerando-se que

essa nomenclatura varia de um empreendimento para outro.Observa-se na

Figura 24 que a maior concentração é de UH single (87%), o que indica uma

possível inadequação dessa oferta em relação ao perfil do turista, que, em sua

maior parte, viaja acompanhado da família; por outro lado, este é o tipo de UH

com menor tarifa cobrada (Figura 26). Outra ocorrência interessante é a

Excluído: ¶

135

inexistência de UH’s tipo “chalé” no perímetro pesquisado; sabe-se que existem

apenas nos litorais norte e sul, na região mais distante do centro da Cidade.

87

10 2 9

0

20

40

60

80

100

TIPOS DE UNIDADES HABITACIONAIS DISPONÍVEIS (%)

SINGLE

CONJUGADO

CHALÉS

SUITEPRESID.OUTROS

Fonte: Dados da Tabela 03 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 24 - Tipos de UH’s oferecidos nos meios de hospedagem pesquisados.

O tamanho médio das UH’s disponíveis encontra-se na faixa aceitável,

pelos critérios da ABIH/EMBRATUR (Anexo III).

Excluído: ¶

Excluído: pêndice A

136

18 18

2621

0

10

20

30

TAMANHO MÉDIO DAS UNIDADES HABITACIONAIS

SINGLE

CONJUGADO

SUITEPRESID.

OUTROS

Fonte: Dados da Tabela 04 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 25 - Tamanho médio das UH’s dos meios de hospedagem pesquisados, por tipo (m2).

Quanto aos preços cobrados, optou-se por considerar apenas os valores

tabelados para a alta estação, sabendo-se que geralmente a hospedagem é

acertada por valores menores, quando negociada no balcão ou através de

agências de viagem. As opções de pagamento abrangem todas as possíveis,

em 100% dos meios de hospedagem pesquisados: cash, cheque, cartão de

débito, cartão de crédito e fatura (empresas e agências de viagem).

Excluído: ¶

137

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

VALOR MÉDIO DIÁRIA - ALTA ESTAÇÃO

SINGLECONJUGADOSUITE PRESID.OUTROS

Fonte: Dados da Tabela 05 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 26 - Valor médio das diárias cobradas nos meios de hospedagem pesquisados (R$). A oferta de serviços nos meios de hospedagem revela-se básica,

atendendo preferencialmente ao turista de férias (ar condicionado, frigobar, TV,

estacionamento, etc.). A maioria dos hoteleiros/gerentes registrou a

necessidade percebida de maiores investimentos em modernização

tecnológica dos meios de hospedagem, buscando, também, atrair o hóspede

de negócios, elemento essencial para equilibrar o fluxo turístico, atualmente

ainda dependente do turista de férias. É Interessante ressaltar que nenhum dos

meios de hospedagem pesquisados já oferece, por exemplo, conexão à

internet na Unidade Habitacional, serviço hoje considerado indispensável para

o turista de negócios.

Excluído: ¶

Excluído: A oferta de serviços nos meios de hospedagem revela-se básica, atendendo preferencialmente ao turista de férias (ar condicionado, frigobar, TV, estacionamento, etc.). A maioria dos hoteleiros/gerentes registrou a necessidade percebida de maiores investimentos em modernização tecnológica dos meios de hospedagem, buscando, também, atrair o hóspede de negócios, elemento essencial para equilibrar o fluxo turístico, atualmente ainda dependente do turista de férias. É Interessante ressaltar que nenhum dos equipamentos pesquisados já oferece, por exemplo, conexão à internet na Unidade Habitacional, serviço hoje considerado indispensável para o turista de negócios.

138

0

20

40

60

80

100

SERVIÇOS DISPONÍVEIS - MEIOS DE HOSPEDAGEM

Res.Net SIG Inform. Frigobar Ar.Condic.TV Fone UH Som UH Paisagism.Piscina Estac. Restaur. BarMesa Auditório S. Leitura Internet Esc.

Acessórios Recep. Bi R.Serv. 24 Salao JogosLoja Conv. Outros Circ.Int. TV TV CaboGerador Lavand. UH's Espec. Esc.Virt.Vídeo Cama King Lixo Selet.

Fonte: Dados da Tabela 06 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 27- Serviços/equipamentos disponíveis nos meios de hospedagem pesquisados. Observa-se, também, o limitado funcionamento do serviço de room-

service, até as 22 h, na maioria dos meios de hospedagem pesquisados. Além

disso, nenhum deles dispõe de UH para pessoas com necessidades especiais,

requisito previsto na nova classificação ABIH/EMBRATUR. Em nenhum dos

equipamentos de hospedagem pesquisados foram encontrados os serviços:

internet na UH, salão de beleza, serviço médico, DVD na UH, sala de ginástica,

Agência de Viagens, Câmbio, hidromassagem e Locação de Veículos.

Excluído: ¶

Excluído: ¶¶

139

O Acesso à grande maioria dos meios de hospedagem (91,7%) é

pavimentado, contando com serviço de transporte público regular e distantes

do mar a menos de 500 m. Tal cenário indica meios de hospedagem

tipicamente urbanos, ainda que nitidamente estruturados apenas para o turista

de férias.

A culinária oferecida está classificada como “regional” na maioria dos

meios de hospedagem pesquisados; apenas 16,67% oferece cozinha

internacional. Quanto aos atrativos naturais e culturais, apenas 42% os possui

formatados, sendo que 25% possui um ou outro formatado, conforme mostra a

figura 28.

3325

42

0

10

20

30

40

50

ATRATIVOS TURÍSTICOS

nat/culturais nãoformatadosnaturais ou culturais

naturais e culturais

Fonte: Dados da Tabela 11 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 28 - Atrativos Turísticos naturais/culturais dos meios de hospe- dagem pesquisados.

Excluído: ¶

140

É grande a atual exigência pela participação em projetos e/ou programas

nas áreas de responsabilidade social ou ambiental, que fixem na sociedade a

imagem de empresa ética e preocupada em contribuir para a melhoria da

qualidade de vida da comunidade onde encontra-se inserida. Dentre os meios

de hospedagem pesquisados, apenas 8% possui algum tipo de ação social,

ainda que de forma não sistemática, como a doação a instituições beneficentes

de sobras do café-da-manhã; 25% preocupa-se em valorizar produtos turísticos

locais e/ou regionais, seja expondo trabalhos de artistas, seja contratando,

preferencialmente, mão-de-obra local, para atendimento às suas demandas.

VÍNCULO COM A COMUNIDADE

25%

8%67%

Produto Turístico local/Regional

Resp.social/ambiental

Nenhum

Fonte: Dados da Tabela 13 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 29 - Ações de fortalecimento do vínculo com a comunidade pelos meios de hospedagem pesquisados. Indagando-se sobre como percebem a Cidade de Ilhéus e o próprio meio

de hospedagem, quanto aos pontos fortes e fracos, respectivamente, observa-

Excluído: ¶

141

se que, na opinião da maioria dos hoteleiros/gerentes entrevistados, o maior

atrativo de Ilhéus é a sua beleza natural, e o aspecto mais crítico a

necessidade de investimentos em infraestrutura (limpeza e segurança pública,

atrações noturnas, etc.).

TURISMO EM ILHÉUS - Atrativos

Beleza Natural

75%

Praias25%

Fonte: Dados da Tabela 14 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 30 - Atrativos Turísticos de Ilhéus, na opinião de hoteleiros/ gerentes dos meios de hospedagem pesquisados.

A figura 30 indica que a maior atratividade turística de Ilhéus ainda se

refere aos seus atrativos naturais, em parte pelo fato de grande parte dos

turistas serem oriundos de localidades não litorâneas, ou com litoral sem muita

beleza cênica.

Excluído: ¶

142

9% 9% 9%

26%30%

17%

0%

20%

40%

TURISMO EM ILHÉUS - ASPECTOS CRÍTICOS

Limpeza Pública Segurança Pública

Atrações Noturnas Divulgação Poder Público

Investimentos/Infraestrutura Apoio do Poder Público

Fonte: Dados da Tabela 15 (Pesquisa do autor, 2003). Figura 31 - Aspectos críticos no turismo em Ilhéus, na opinião de gerentes/hoteleiros dos meios de hospedagem pesquisados.

Avaliando os meios de hospedagem como atrativo turístico, na opinião

dos hoteleiros/gerentes entrevistados a localização é o fator mais decisivo

(67%), seguido da infraestrutura (20%), conforme mostra a figura 32.

ATRATIVO TURÍSTICO - Meio de Hospedagem

20%

13%

67%

Localização Infraestrutura Qualidade dos Serviços

Fonte: Dados da Tabela 16 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 32 - Atrativos Turísticos dos meios de hospedagem, na opinião de hoteleiros/gerentes dos equipamentos pesquisados.

Excluído: ¶

143

Quanto aos aspectos que necessitam de melhoria, os

hoteleiros/gerentes apontaram a necessidade de modernização tecnológica

como a maior prioridade (67%), com a visão de que são necessários

investimentos que viabilizem o incremento do turismo de negócios, alternativa

para diminuir o impacto da sazonalidade vivenciada pelo setor; a necessidade

percebida de disponibilizar auditório (7%), ou ao menos uma sala de reuniões,

também agrega maior atratividade para esse segmento. Os empresários

reconhecem, também, a necessidade de maiores e melhores investimentos em

marketing, não apenas do próprio meio de hospedagem, mas do destino

turístico Ilhéus (Figura 32).

MEIO DE HOSPEDAGEM - Aspecto Crítico

13%

67%

13%7%

Falta Sala Reuniões/Auditório Modernização Tecnológica

Divulgação/Marketing Sauna/Sala de Ginástica

Fonte: Dados da Tabela 17 (Pesquisa do autor, 2003).

Figura 33 - Aspectos críticos dos meios de hospedagem, na opinião de hoteleiros/gerentes dos equipamentos pesquisados.

Excluído: ¶

144

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O turismo, considerado como um processo de interação entre os povos,

possibilitando o conhecimento de diferentes ambientes e culturas, fomenta a

educação no seu sentido mais amplo e genérico, além de envolver inúmeros

setores da economia, direta e indiretamente, criando inter-relação de

componentes ambientais, culturais, econômicos e sociais.

A gestão profissional em turismo requer, como paradigma básico, a

maximização da qualidade nos serviços prestados. Nesse cenário de

transformação, é relevante definir o papel do marketing, que passa a ser

considerado como uma necessidade primária, ou uma exigência da sistemática

de comercialização. Torna-se fundamental, portanto, o conhecimento do

produto. Assim sendo, qualquer que seja o ramo de atividade, é imprescindível

conhecer as potencialidades, fragilidades, oportunidades e ameaças presentes

na oferta do produto turístico, identificar o perfil do público-alvo e direcionar as

ações necessárias para alcançá-lo.

É essencial, ainda, manter-se informado a respeito dos constantes

movimentos da concorrência e monitorar a satisfação dos clientes, tornando

necessário, portanto, identificar as reclamações acerca do próprio negócio e

Excluído: ¶

145

compreender que, ao fornecer feedback, o cliente estará ajudando no alcance

das metas organizacionais. Outro fator, também, bastante importante, é o

endomarketing, pois, uma equipe insatisfeita, com pouco ou nenhum incentivo

ao desenvolvimento pessoal e profissional, e com elevado índice de

rotatividade, conjugada a uma população local que não aceita os turistas, só

poderá comprometer o futuro do empreendimento, e, conseqüentemente, a

própria imagem do produto turístico.

Dos perfis delineados – turista de Ilhéus e oferta de meios de

hospedagem, retira-se questões a serem investigadas visando à realização de

estudos capazes de subsidiar o desenvolvimento da oferta turística e

alargamento da demanda. O conhecimento do perfil da demanda, ou seja, das

características do segmento de mercado que viaja para Ilhéus, unido à vocação

natural desse destino, é necessário ao desenvolvimento dos parâmetros para

uma boa política de turismo. Os dados socioeconômicos da demanda somados

e comparados aos dados gerais da população nacional ou mundial permite que

se façam algumas previsões em relação ao desenvolvimento do turismo local.

A construção de um painel de informações sistemáticas sobre o

desempenho conjuntural da indústria hoteleira é necessária, na medida em que

o Governo local e as empresas desenvolvem esforços para consolidar o

turismo como um dos componentes do desenvolvimento econômico do

município. A análise da demanda hoteleira permite gerar a Taxa de Ocupação

Hoteleira, expressa em Leitos e UH’s. Um conjunto de indicadores correlatos é

também gerado, tais como: tempo de permanência média dos hóspedes;

Excluído: ¶

146

relação de ocupação entre leitos e UH’s; e total de hóspedes e pernoites ao

longo de cada período de referência. Esses indicadores devem subsidiar o

Planejamento Turístico da hotelaria com vistas ao controle de bom

desempenho e lucratividade do setor, gerando um conjunto de bens e serviços

com a qualidade desejada pela demanda. Estes indicadores medem a

utilização efetiva da capacidade instalada dos equipamentos, e o nível de

equilíbrio econômico do setor como um todo e em seus segmentos

componentes, com destaque para os pequenos e médios estabelecimentos.

Servem de balizamento para avaliar a adequação ou não da oferta hoteleira e,

portanto, como guia indispensável para orientar novos investimentos no setor.

Sugere-se desenvolver ações, tanto pelo poder público como pela

iniciativa privada, capazes de profissionalizar a atividade turística de forma a

torna-la economicamente rentável para o empresário e para o município, como

por exemplo:

• Indicadores do Turismo: a) Dimensionar o emprego gerado pela indústria hoteleira no pólo receptivo;

b) Fazer inferências, anualmente, da produtividade da mão-de-obra na

indústria hoteleira; e

c) Gerar uma série temporal contínua e padronizada, referente às taxas de

ocupação, que permita, num futuro próximo, prever os movimentos de fluxo

de turistas que consomem a indústria hoteleira, e as elasticidades dos

preços e da renda da demanda.

Excluído: ¶

147

• Monitoramento de Preços

Um fator de grande importância para a manutenção e o aumento da

demanda de visitantes encontra-se associado ao comportamento dos preços

dos bens e serviços ofertados aos turistas. O impacto da elevação na estrutura

local de preços, sobre a demanda turística, pode representar a retração da

mesma, tendo em vista outras alternativas de destinos turísticos concorrentes.

A estabilidade econômica no Brasil, a partir do Plano Real, tem permitido

a comparação de preços e tarifas em nível nacional e internacional, facilitando

aos consumidores a tomada de decisões quanto ao que, quando e onde

consumir. Segundo a literatura tradicional sobre o turismo, a decisão de viajar

por motivo de lazer, tomada pelo turista, passa por algumas etapas, que vão

desde a vontade inicial de deslocar-se para fora de sua residência permanente,

até a escolha e compra de um determinado destino.

Valendo-se da Economia do Turismo como referência teórica, a

demanda turística é influenciada pelos preços dos produtos turísticos, pelos

preços de outros bens e serviços, pela renda do consumidor e pelos gostos dos

mesmos. Do lado da oferta, monitorar o vetor de preços destes bens e serviços

é uma condição básica para que os turistas possam manter uma imagem

positiva e voltar outras vezes ao destino (competitividade), como também

divulgá-lo, como um local de boa receptividade e preços acessíveis. Significa

também que a população local não perderá seu poder aquisitivo diante do

Excluído: ¶

Excluído: Um fator de grande importância para a manutenção e o aumento da demanda de visitantes encontra-se associado ao comportamento dos preços dos bens e serviços oferecidos aos turistas. O impacto da elevação na estrutura local de preços, sobre a demanda turística, pode representar a retração da mesma, tendo em vista outras alternativas de destinos turísticos concorrentes.¶¶

148

aumento de preço dos produtos e serviços que servem tanto aos turistas

quanto aos moradores.

Uma pesquisa sistemática de preços busca acompanhar de forma

padronizada o nível e a evolução dos preços tendo como referência trimestral

as estações turísticas alta, média e baixa. Sugere-se calcular o vetor de preços

praticados em Ilhéus, tendo como referência cinco grandes grupos de bens e

serviços: alimentação (restaurantes e bares); transporte; receptivo;

entretenimento; e hospedagem. Tal cálculo pode viabilizar:

a) Definir o conjunto de bens e serviços que compõe a cesta básica de

consumo do turista;

b) Definir e operacionalizar um sistema de coleta de preços nos “clusters

turísticos”;

c) Definir e implantar um sistema de cálculo informatizado para o tratamento

dos preços individuais e agregados por grupos; e

d) Emissão de Relatórios Gerenciais para o Sistema de Monitoramento de

Preços do pólo receptivo.

• Perfil do Turista Emissivo e Receptivo

O conhecimento do Perfil Turístico Receptivo e Emissivo apresenta

finalidades distintas e complementares. O Perfil do Turista Receptivo é

enfocado sobre uma determinada área geográfica de abrangência, que

Excluído: ¶

149

representa uma demanda turística concreta. Os fatores condicionantes dessa

demanda podem ser:

a) De natureza difusa – caso em que se torna impossível determinar a sua

concentração em determinados atributos;

b) De natureza específica – caso em que os perfis ficam mais bem

delineados, ou seja, existe uma predominância modal em relação a

determinados atributos;

c) A importância no delineamento de perfis do Turista Receptivo diz respeito

ao processo de estruturação de empreendimentos e embasamento de

marketing turístico vinculados à:

a. Adequação da oferta de equipamentos, serviços e rotas que

constituem a logística turística; e

b. Fixação de marcas, imagens memoráveis, climas culturais, vetores

negociais e campanhas que contribuem para criar e reforçar pólos

receptores.

O Perfil do Turista Emissivo também é enfocado a partir de uma

determinada área geográfica de abrangência, onde se dá o processo de

geração de viagens para distintos destinos, segundo variados motivos. Permite

identificar o processo subjacente à concretização dos desejos de viagem e a

adequação da forma como o trade se insere nesse processo.

A pesquisa sobre os Perfis é um instrumento central para identificar a

dinâmica qualitativa dos processos que interferem na natureza dos fluxos

Excluído: ¶

150

turísticos, e a importância quantitativa que se expressa no balanço comercial

da conta turismo. Deve ser sistematicamente delineado a partir de informações

de turistas residentes (emissivos) e não residentes (receptivos) que saem pelos

principais portões de saída da Cidade: Terminal Rodoviário, Aeroporto e

Rodovias Estaduais / Federais.

Sugere-se a elaboração dos perfis do Turista Receptivo e Emissivo de

Ilhéus e aferir a sua variação na baixa, média e alta estações, através dos

aspectos fisiográficos, econômicos e sociais, a partir de um conjunto de

características e atributos do turista. Isto gera condições para:

• Em Relação ao Turista Receptivo

a) Conhecer os hábitos, preferências e escolhas no que diz respeito às

seguintes variáveis: sexo; idade; estado civil; formação escolar;

naturalidade; Cidade/Estado de origem; nível de renda mensal; ocupação;

motivos da visita; e principal motivo da estada;

b) Segmentar os perfis do Turista Receptivo segundo o motivo de viagem, a

renda, a opção de hospedagem hoteleira e não hoteleira, etc.;

c) Determinar as correntes turísticas em termos de origem e rotas;

d) Conhecer a distribuição do tempo de permanência do turista na cidade;

e) Estimar os recursos despendidos pelo turista;

f) Conhecer a opção dos meios de hospedagem utilizados;

g) Identificar os meios de transportes utilizados na viagem;

h) Conhecer o total de pessoas envolvidas nos gastos;

i) Atestar a utilização de agências de viagens;

Excluído: ¶

151

j) Identificar o processo de escolha do(s) destino(s);

k) Identificar a atratividade dos locais mais visitados na cidade; e

l) Medir o índice de retorno e identificar a propensão ao retorno.

• Em Relação ao Turista Emissivo

a) Conhecer os hábitos, preferências e escolhas do turista emissivo no que diz

respeito às seguintes variáveis: local de residência; sexo; idade; formação

escolar; nível de renda mensal; ocupação; e motivo da viagem;

b) Segmentar os perfis do Turista Emissivo segundo o motivo de viagem, a

renda, a opção de hospedagem hoteleira e não hoteleira, etc.;

c) Construir a distribuição do tempo de duração das viagens;

d) Conhecer os meios de transportes utilizados;

e) Conhecer o(s) destino(s);

f) Atestar a utilização de agências de viagens;

g) Identificar a quantidade de pessoas envolvidas nos gastos;

h) Inferir a previsão de gastos com a viagem e a distribuição percentual de

gastos com: hospedagem; alimentação; lazer; compras; e transportes;

i) Inferir a previsão de viagens no mês pesquisado; e

j) Identificar o número de viagens por ano.

A taxa de retorno do turista é analisada a partir de dois componentes

disponíveis: o primeiro, de caráter “ex ante”, expresso na proporção de

respostas afirmativas dos turistas que pretendem regressar a Ilhéus; e o

segundo, de caráter “ex post”, correspondente ao número de entrevistados que

afirmaram não ser a primeira vez que visitam a cidade. Este segundo

Excluído: ¶

152

componente, por sua vez, é utilizado para indicar se a política de atração de

turistas da Cidade/Região está tendo êxito.

A demanda doméstica turística anual (inter e intra-estadual) pelo destino

Ilhéus está estimada em 230.000 turistas, levando-se em consideração um

percentual de 6 % do fluxo total nacional (Fipe/USP – 2000). Desse total, a

demanda originada em outros Estados da Federação é de 67,07%, sendo o

Estado de São Paulo o maior emissor de turistas para o destino Ilhéus.

Podemos discriminar como principais características da demanda receptiva da

alta estação, representada pelo período do mês de janeiro:

a) o principal mercado emissor é a própria Região Nordeste;

b) A Região Sudeste responde por 34,15%, sendo que São Paulo

responde por 20,73% desse total;

c) Permanecem em média, 5 dias na destinação;

d) A maioria gasta cerca de R$ 148,00 durante a permanência;

e) Utilizam o transporte aéreo em 28,81% das vezes para retornarem às

suas residências;

f) A maioria é casada, e viaja com a família;

g) A principal motivação está caracterizada pelo lazer;

h) A classe de renda modal encontra-se entre R$ 1.000,00 e 3.000,00;

i) Os meios de hospedagem pagos atendem apenas a 44,79% da

demanda;

j) Itacaré e Canavieiras despontam como os destinos mais visitados nas

proximidades de Ilhéus; e

Excluído: ¶

153

k) A grande maioria dos turistas deseja retornar ao destino (58%).

• Pontos que Merecem Atenção dos Gestores

a) Limpeza pública e serviços de ônibus coletivo;

b) Segurança pública e o serviço de saúde pública;

c) Serviços de lavanderia nos meios de hospedagem;

d) Quantidade das porções de alimentos oferecidas nos

bares/restaurantes; e

e) Atendimento dos garçons em bares e restaurantes.

A região da Costa do Cacau tem o turismo como opção para o

desenvolvimento. Para tanto, é imperiosa a necessidade de cooperação entre

os órgãos da Administração Pública e a iniciativa privada. O Município

necessita fazer a sua parte, como manter uma infra-estrutura básica para

atender as necessidades fundamentais no desenvolvimento turístico da cidade.

Em Ilhéus tem-se algumas deficiências nesta área, pois as ruas necessitam de

reformas urgentes, maiores cuidados com as praças e parques, lugares que

são utilizados para feiras e apresentações artísticas poderiam tornar-se mais

atrativos com maiores cuidados, além da ampla disponibilização de material

informativo sobre as atrações turísticas e maior divulgação destas atrações.

Conhecendo-se as necessidades do consumidor e as demandas do

setor privado, torna-se possível desenhar pacotes de serviços e produtos

capazes de atrair diversos grupos de visitantes dispostos a gastar em várias

Excluído: ¶

154

atividades de lazer correlatas. Tais ações são próprias do setor privado e das

organizações que gravitam em torno do cluster.

Ao poder público cabe cuidar da infraestrutura, da organização básica,

assim como permitir que haja um ambiente competitivo saudável entre as

empresas, ou seja, que não se fomente a proteção especial a alguns grupos.

Quanto à iniciativa privada, sua atribuição é a de se organizar visando

conhecer seus clientes e, assim, poder disponibilizar produtos e serviços

adequados às necessidades dos diversos segmentos existentes no mercado.

As deficiências apontadas na qualidade dos serviços prestados

merecem um cuidado especial pelos trade turístico. Ainda prevalece na

iniciativa privada um pensamento que integra um ciclo vicioso, o da competição

pelo menor preço. Para reduzir os custos operacionais, os empresários pagam

baixos salários, não oferecem treinamento aos empregados e mantêm uma alta

rotatividade de mão-de-obra. Receituário perfeito para prestação de um serviço

de má qualidade. Se a pretensão é atrair um público que irá consumir e gastar

mais, é fundamental que se transforme essa lógica prevalecente.

Também é fundamental atrair novos segmentos do capital privado,

estrangeiro ou local, para que se possa oferecer produtos de entretenimento de

maneira mais organizada. Embora ó governo tenha importante função na

definição de um produto turístico, não deve assumir o papel de gestor e/ou de

promotor de negócios. A função do governo é a de servir de suporte, gerindo

os investimentos em obras de infraestrutura. Cabe ao governo, por exemplo,

Excluído: ¶

155

identificar a necessidade de construção de uma rodovia diante de um grande

projeto de complexo hoteleiro, ou priorizar melhorias na educação visando à

qualificação de pessoal. Não apenas para o turismo, mas para o

entretenimento, em seus diversos segmentos, nos diversos negócios, diversos

clusters. É fundamental que haja alguém administrando as questões de base e

que se tenha consciência das limitações econômicas que existem no município.

O Convention Bureau, formado por representantes do governo do

estado, da prefeitura e da iniciativa privada, poderá ser o passo inicial para

formação do cluster em Ilhéus. As ações desenvolvidas por esse organismo

deverão ter como centro o investimento em formação de pessoal, posto que o

maior diferencial em uma localidade turística não é a praia, um bom hotel ou a

infraestrutura, mas sim o serviço. E o serviço depende das pessoas, tanto dos

empresários quanto dos funcionários. Dessa maneira, o produto turístico

deixará de ser competitivo tão-somente pelo baixo custo, passando a

apresentar um diferencial capaz de atrair outros tipos de turistas, aqueles de

maior poder aquisitivo,e, portanto, mais rentáveis.

Para isso é fundamental conhecer o perfil do cliente, estabelecer

parcerias corretas dentro do cluster e definir um marketing adequado. Dessa

forma a Cidade de Ilhéus será capaz de atrair os segmentos de turistas

adequados à qualificação do pólo turístico. Por outro lado, os empresários

precisam fazer sua parte também, principalmente aqueles diretamente ligados

à atividade turística. Iniciativas isoladas de empresários e pessoas ligadas a

entidades turísticas são encontradas, mas necessitam de maior apoio tanto da

Excluído: ¶

156

comunidade em geral, como do Poder Público. A expectativa é grande em

relação ao desenvolvimento turístico da região de Ilhéus, principalmente em

relação ao setor de eventos, que pode contribuir para a redução dos impactos

negativos da sazonalidade.

A criação de um Parque Temático, valorizando a cultura do Cacau,

destacando a importância da obra de Jorge Amado, também é uma sugestão

interessante, para posterior apreciação pelos possíveis envolvidos. Outras

formas de expansão do turismo na região de Ilhéus é o agroturismo, que além

de ser uma alternativa econômica para o proprietário rural, é uma fuga das

tensões da cidade e aprendizado de como é o cotidiano rural. Outro importante

fator para a expansão da atividade turística do município é a atuação efetiva do

Convention & Visitors Bureau, organismo que tem como função principal

apoiar, fomentar e viabilizar a captação de eventos e turistas.

Por fim, entende-se que o município de Ilhéus possui condições

geográficas, climáticas, paisagísticas, culturais, ambientais, sociais e históricas

favoráveis ao desenvolvimento da atividade turística, que pode ser compatível

com desenvolvimento sustentável, desde que desenvolvidos a partir de uma

nova forma de produção e consumo desta atividade.

O presente trabalho mostra os resultados da Análise da Adequação da

Oferta de Hospedagem ao Perfil do Turista de Ilhéus, sendo um instrumento

que permitirá a todos os agentes envolvidos com o turismo local e regional

Excluído: ¶

157

conhecerem seu cliente (turista), seus anseios e necessidades em relação aos

meios de hospedagem, para, então, formular estratégias visando a obter uma

posição sólida nesse mercado cada vez mais competitivo.

Com uma queda no movimento durante a baixa estação de cerca de

70%, a rede hoteleira de Ilhéus precisa investir no turismo de negócios ou

eventos como uma alternativa de mercado viável. A Ilheustur acredita que,

devidamente estimulado, o turismo de negócios pode resultar em um

incremento de até 35% no contingente de mão-de-obra do setor, entre outros

ganhos indiretos. É importante ressaltar que a sazonalidade estimula a

superconcentração espacial e a tendência à superexploração da atividade.

Para fazer face a essa característica negativa, a experiência tem indicado a

adoção de duas alternativas: ampliar as estações e diversificar os atrativos.

Uma sensibilidade ambiental crescente vem estimulando, com mais

freqüência, os esforços no sentido de proteger, conservar e valorizar tanto o

meio natural como o sociocultural, o que tenderá a produzir efeitos sobre a

visão empresarial de busca de lucro no curto prazo e implicará a valorização do

planejamento de longo prazo como pré-requisito para o sucesso empresarial

(Gottschall, 2001). A conscientização ambiental tem alcançado também o setor

de alojamentos turísticos, com a valorização das restaurações ou reformas em

substituição à construção de novos hotéis.

Excluído: ¶

Excluído: encarar

Excluído:

158

Mudanças no perfil do consumidor, que passa a incorporar novos

valores e estilos de vida, compõem também o novo cenário no qual o turismo

se insere. Conscientização ecológica, estilo de vida pró-ativo, valorização do

próprio tempo e estilo de consumo mais consciente serão algumas O modelo

de exploração do turismo deve ser sustentável.

Enfim, por assim considerar, os resultados obtidos neste trabalho

mostram que a oferta turística da Cidade de Ilhéus, em especial a de

hospedagem, não se mostra em perfeita adequação em relação ao perfil do

seu turista e possivelmente tal discrepância é parcialmente responsável pelo

baixo desempenho da atividade turística no Município. Os prestadores de

serviço da hotelaria ilheense terão que adequar seus serviços ao perfil dos

turistas que hoje consomem seus serviços, ou tentar captar turistas cujo perfil

seja compatível com os serviços hoje oferecidos; só assim haverá uma

necessária compatibilidade entre oferta e demanda na hotelaria de Ilhéus.

Excluído: ¶

Excluído: <sp>

Excluído: Enfim, por assim considerar, conclui-se que a oferta turística da Cidade de Ilhéus, em especial a de hospedagem, perfil do seu turista e possivelmente tal inadequação é parcialmente reponsável pelo baixo desempenho da atividade turística no Município.

159

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Excluído: ¶

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Excluído: ¶

Excluído:

165

Anexo I

Evolução da Demanda e da Oferta Turísticas em Ilhéus

Demanda

Perfil/Anos 1999 2000 2001 2002 � Origem Nacional 98,2% 94,5% 98,4% 95,5% Internacional 1,8% 4,5% 1,6% 4,5% � Sexo Masculino 69,7% 64,8% 58,3% 60,7% Feminino 30,3% 35,2% 41,7% 39,3% � Faixa Etária Media 37 anos 40 anos 36 anos 39 anos � Ocupação principal Comerciante 12,1% 13,2% 13,0% 12,7% Estudante 9,4% 14,6% 8,3% 10,5% Professor 8,6% 9,4% 10,4% 11,5% Funcionário Publico 20,1% 17,5% 17,2% 24,0% � Renda media (US$) 2.103,77 2.000,00 1.012,00 1.195,00 � Forma de Viajar Com familiares 61,6% 56,2% 74,1% 66,0% Com amigos 12,2% 30,4% 12,7% 13,6% Sozinho 26,2% 12,6% 13,2% 20,4% � Meio de Transporte Utilizado Ônibus 25,6% 32,6% 35,4% 25,4% Automóvel 47,7% 41,8% 33,5% 40,2% Avião 25,8% 25,6% 28,1% 34,4% � Meio de Hospedagem Casa de Parentes/amigos 39,4% 43,2% 42,2% 38,6% Pousadas 25,5% 30,4% 28,1% 34,8% Hotéis 13,3% 16,1% 17,2% 18,5% � Motivação da Viagem Atrativos Naturais 90,6% 91,1% 90,6% 91,2% � Permanência Media (dias) 9,7 dias 7,3 dias 7,1 dias 6,6 dias � Gasto Médio Realizado (US$) 21,54 15,50 18,50 17,10

Oferta Turística

Décadas Principais Características 1970 � Inexistência de políticas publicas para o turismo

� Cidade atraía apenas veranistas (casas para aluguel) � Parque hoteleiro se resumia a apenas 5 hotéis. Ilhéus recebe grande

fluxo turístico por causa da novela Gabriela � Novela Gabriela, da Rede Globo, estimula a criação de uma empresa

municipal de turismo.

1980 � Criação da Empresa Municipal de Turismo( Ilheustur) � Boom turístico em Porto Seguro-Ba � Grupos suíços investem na hotelaria de Ilhéus � Surge grande especulação imobiliária na Cidade

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

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Formatados: Marcadores enumeração

166

Oferta Turística

Décadas Principais Características 1990 � O turismo se torna objeto de interesse dos empresários locais, dada a

crise agrícola existente � Novela Renascer, da Rede Globo, coloca Ilhéus na mídia novamente � Ilhéus recebe grande fluxo turístico por causa da Novela � Desenvolve-se modelo empírico na administração dos negócios

relacionados ao turismo

2000 � Criação da Secretaria de Turismo (Setur) � Inicia-se fase mais profissional do turismo ilheense � Há escassez de recursos financeiros para financiamentos � Trade turístico percebe mudanças no perfil do turista, surgindo o turismo

de eventos na cidade.

Fonte: Palestra proferida pelo Sr. Gerson Marques, Assessor de Marketing da Ilheustur, na Faculdade de Ciências e Tecnologia-Itabuna (Ba), em 31 de outubro de 2002.

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Excluído: Anexo I¶¶Evolução da Demanda e da Oferta Turísticas em Ilhéus – 1999 a 2002¶¶Demanda ... [4]

167

Anexo II

Lei 8.181 , de 28.03.91, art 3º

I. Propor ao Governo Federal normas e medidas necessárias à execução da Política Nacional do Turismo e executar as decisões que, para esse fim, lhe sejam recomendadas;

II. Estimular as iniciativas públicas e privadas, tendentes a desenvolver o turismo interno e o do exterior para o Brasil;

III. Promover e divulgar o turismo nacional, no país e no exterior, de modo a ampliar o ingresso e a circulação de fluxos turísticos, no território brasileiro;

IV. Analisar o mercado turístico e planejar o seu desenvolvimento, definindo as áreas, empreendimentos e ações prioritárias a serem estimuladas e incentivadas;

V. Fomentar e financiar, direta e indiretamente, as iniciativas, planos, programas e projetos que visem o desenvolvimento da indústria de turismo, controlando e coordenando a execução de projetos considerados como de interesse para a indústria do turismo;

VI. Estimular e fomentar a ampliação, diversificação, reforma e melhoria da qualidade da infra-estrutura turística nacional;

VII. Definir critérios, analisar, aprovar e acompanhar os projetos de empreendimentos turísticos que sejam financiados ou incentivados pelo Estado;

VIII. Inventariar, hierarquizar e ordenar o uso e a ocupação de áreas e locais de interesse turístico e estimular o aproveitamento turístico dos recursos naturais e culturais que integram o patrimônio turístico, com vistas à sua preservação;

IX. Estimular as iniciativas destinadas a preservar o ambiente natural e a fisionomia social e cultural dos locais turísticos e das populações afetadas pelo seu desenvolvimento, em articulação com os demais órgãos e entidades competentes;

X. Cadastrar as empresas, classificar os empreendimentos dedicados às atividades turísticas e exercer função fiscalizadora, nos termos da legislação vigente;

XI. Promover, junto às autoridades competentes, os atos e medidas necessários ao desenvolvimento das atividades turísticas, à melhoria ou ao aperfeiçoamento dos serviços oferecidos aos turistas e à facilitação do deslocamento de pessoas no território nacional, com finalidade turística;

XII. Celebrar contratos, convênios, acordos e ajustes com organizações e entidades públicas ou privadas nacionais, estrangeiras e internacionais, para a realização dos seus objetivos;

XIII. Realizar serviços de consultoria e de promoção destinados ao fomento da atividade turística;

XIV. Patrocinar eventos turísticos; XV. Conceder prêmios e outros incentivos ao turismo; XVI. Participar de entidades nacionais e internacionais de turismo.

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

Excluído: ...................,

Excluído: 1999 ¶¶Origem¶¶Nacional - 98,23%¶Internacional – 1,77%¶¶Sexo: 69,70% Homens¶ 30,30% Mulheres¶¶Faixa etária média : 37 anos 36 a 50 anos (42,39%) 26 a 35 anos (26,22%)¶¶Ocupação principal: comerciante 12,09%¶ Estudante 9,38%¶ Professor 8,15%¶¶Renda média: US$2.103,77 ¶¶Forma de viajar: c/ família 61,55%¶ Só 26,22%¶ ¶¶Meio de transporte: Automóvel 47,96%¶ Avião 25,82%¶ Ônubus 25,68%¶¶Meio de hospedagem 39,40% casa de amigos e familiares¶ 25,54 % pousadas¶ 13,32% hotéis ¶¶Motivação da viagem: Atrativos naturais: 90,62%¶¶Permanência Média: 9,74 dias¶¶ ¶Gastos Médio Realizado: RS$21,58¶ ¶ ¶ ¶¶¶Demanda turística para Ilhéus - ¶¶¶2000 ¶¶Origem¶¶Nacional - 94,5% Bahia 21,2% São Paulo 20,9% MG 13,6% DF 13,2% ¶Internacional – 4,5%¶ ... [5]

168

ANEXO III

MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO DE HOTÉIS ABIH / EMBRATUR

1 ITENS GERAIS 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★ SL

1.1 POSTURAS LEGAIS 1.1.1 Posturas municipais, estaduais e federais

aplicáveis, comprovadas pelos registros, inscrições e documentações exigidos, especialmente com referência a “Habite-se”, “Alvará de Localização e Funcionamento”, registro como empresa hoteleira e prova de regularidade perante as autoridades ambientais, sanitárias e concessionárias de serviços públicos.

���� ���� ���� ���� ���� ����

1.1.2 Legislação quanto à proteção contra incêndio, dispondo de equipamentos e instalações exigidos pelas autoridades competentes e prevendo rotas de fuga, iluminação de emergência e providências em situações de pânico.

���� ���� ���� ���� ���� ����

1.1.3 Elevadores para passageiros e para Carga/serviço em prédio de quatro ou mais pavimentos, inclusive o térreo, ou conforme as posturas municipais.

���� ���� ���� ���� ���� ����

1.1.4 Exigências da EMBRATUR, constantes da legislação de turismo, referentes a:

a) Registro do hóspede, por intermédio de Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH

���� ���� ���� ���� ���� ����

b) Fornecimento mensal do Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH, preenchido

���� ���� ���� ���� ���� ����

c) Fornecimento de Cartão do Estabelecimento com o nome do hóspede e período de hospedagem.

���� ���� ����

d) Placa de classificação fixada no local determinado pela ABIH/EMBRATUR

���� ���� ���� ���� ���� ����

e) Divulgação e explicitação dos compromissos recíprocos para com o hóspede através de: e.1) Regulamento Interno, com direitos e

deveres do hóspede; e.2) Serviços e preços oferecidos, incluídos,

ou não, na diária, divulgados na forma da legislação

���� ���� ���� ���� ���� ����

f) Meios para pesquisar opiniões e reclamações dos hóspedes e solucioná-las.

���� ���� ���� ���� ���� ����

1.1.5 Facilidades construtivas, de instalações e de ���� ���� ���� ���� ���� ����

Excluído: ¶

Excluído: Anexo III¶¶FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – HOTÉIS/POUSADAS¶<sp>¶UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC ¶UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA¶MESTRADO EM CULTURA E TURISMO¶¶¶

Prezado Sr(a)., ¶¶¶

Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO ADEQUAÇÃO DA OFERTA DE HOSPEDAGEM AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em HospedagemDO TURISTA DE ILHÉUS “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho.¶¶Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos¶Fone: (73) 9981-0291¶E-mail: [email protected]¶¶¶¶Hotel/Pousada ... [6]

169

uso, para pessoas com necessidades especiais, de acordo com a NBR 9050 - 1994, em prédio com projeto de arquitetura aprovado pela Prefeitura Municipal, como meio de hospedagem, após 12 de agosto de 1987. NOTA: No caso de projetos anteriores, o meio de hospedagem deverá dispor de sistema especial de atendimento.

1.2 SEGURANÇA 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★

SL 1.2.1 Meios para controle do uso dos cofres ���� ���� ����

1.2.2 Circuito interno de TV ou equipamento de segurança

���� ���� ����

1.2.3 Gerador de emergência com partida automática

���� ����

1.2.4 Rotas de fuga sinalizadas nas áreas sociais e restaurantes

���� ���� ���� ����

1.2.5 Serviço de segurança no estabelecimento, por intermédio de: a) pessoal com formação adequada, próprio ou

contratado, e com dedicação exclusiva ���� ����

b) porteiro (admite-se acúmulo de funções) ���� ���� ���� ���� 1.2.6 Preparo para lidar com situações de incêndio e pânico (assalto, explosão,

inundação e outros) a) com equipes predeterminadas, com

treinamento específico (Brigadas) ���� ���� ����

b) com treinamento geral do pessoal ���� ���� ���� 1.2.6 Preparo para lidar com situações de incêndio

e pânico (assalto, explosão, inundação e outros)

1.2.7 Cobertura contra roubos, furtos e responsabilidade civil

���� ���� ���� ����

1.2.8 Disponibilização de serviços qualificados de segurança particular

����

1.2.9 Sistema eletrônico de detecção da presença do hóspede em todas as áreas do Meio de Hospedagem

����

1.3 SAÚDE / HIGIENE 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★

SL 1.3.1 Serviço de atendimento médico de urgência ���� ���� ����

1.3.2 Tratamento de resíduos ���� ���� ���� ���� ���� ����

1.3.3 Imunização permanente contra insetos e roedores

���� ���� ���� ���� ���� ����

1.3.4 Higiene do ambiente, das pessoas e dos serviços

���� ���� ���� ���� ���� ����

1.3.5 Higienização do alimento “in natura” antes do armazenamento

���� ���� ����

1.3.6 Higienização adequada de equipamentos ���� ���� ���� ���� ���� ����

Excluído: ¶

170

(roupas de cama / mesa / banho; louças e talheres; sanitários)

1.3.7 Tratamento de água ���� ���� ���� ���� ���� ���� 1.4 CONSERVAÇÃO / MANUTENÇÃO 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★

SL 1.4.1 Todas as áreas, equipamentos e instalações

em condições adequadas de conservação /manutenção

���� ���� ����

1.5 ATENDIMENTO AO HÓSPEDE 1★★★★ 2★★★★ 3★★★★ 4★★★★ 5★★★★ 5★★★★

SL 1.5.1 Instalações e equipamentos com nível de

sistemas capazes de assegurar maior comodidade aos hóspedes.

���� ����

1.5.2 Abertura de cama ���� ����

1.5.3 Disponibilização gratuita em 100% das unidades de cesta de frutas e/ou outras cortesias especiais.

���� ����

1.5.4 Roupa lavada e passada no mesmo dia ���� ����

1.5.5 Procedimento para atendimento especial para autoridades e personalidades.

���� ���� ����

1.5.6 Facilidades de atendimento para minorias especiais (fumantes, idosos, pessoas portadoras de deficiências físicas e/ou com necessidades especiais, alimentação especial, etc.).

���� ���� ����

1.5.7 Detalhes especiais de cordialidade no atendimento.

���� ���� ����

1.5.8 Estabelecimento de critérios para qualificação dos funcionários bi e trilingües

���� ���� ����

1.5.9 Estabelecimento de critérios para qualificação dos funcionários que interagem com o público.

���� ���� ���� ����

Excluído: ¶

171

ANEXO IV

Resultados Econômicos

Balanço de Serviços - Conta Turismo do Brasil - 1980/2000

Fonte: Embratur / Bacen Notas:(1) - Dados fornecidos:Banco Central do Brasil (2) - Dados estimados através de pesquisas (3) - Banco Central / Embratur

Anos Receita Despesa Saldo 1980(2) 1.794.363 1.159.909 634.454 1981(2) 1.726.726 1.299.674 425.052 1982(2) 1.607.739 1.506.728 101.011 1983(2) 1.532.647 839.022 693.625 1984(2) 1.511.508 938.631 572.877 1985(2) 1.492.639 1.194.139 298.500 1986(2) 1.527.222 1.464.287 62.935 1987(2) 1.502.393 1.249.309 253.084 1988(2) 1.642.759 1.084.032 558.727 1989(1) 1.224.821 750.863 473.958 1990(1) 1.444.171 1.559.079 (114.908) 1991(1) 1.558.800 1.223.569 335.231 1992(2) 1.307.065 - - 1993(1) 1.091.419 1.892.027 (800.608) 1994(1) 1.924.800 2.930.900 (1.006.100) 1995(3) 2.097.100 3.411.900 (1.314.800) 1996(3) 2.469.146 4.438.000 (1.968.854) 1997(3) 2.594.884 5.446.000 (2.851.116) 1998(3) 3.678.029 5.732.000 (2.053.971) 1999(3) 3.994.144 3.085.000 909.144 2000(3) 4.227.606 3.893.000 334.606

Excluído: ¶

Excluído:

172

ANEXO V

ESTRUTURA POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS DA COSTA DO CACAU

Densidade População Urbana Rural Área

demográfica Municípios

Total Homem Mulher Homem Mulher (km2) ( hab/km2 )

Estado da Bahia 13.070.250 4.227.922 4.544.426 2.234.111 2.063.791 567.295,0 23,0

Canavieiras 35.322 12.912 13.431 5.035 3.944 1.380,5 25,59

Ilhéus 222.127 78.680 83.445 31.765 28.237 1.847,7 120,22

Itacaré 18.120 4.036 3.915 5.578 4.591 732,9 24,72

Santa Luzia 15.503 4.244 4.085 4.003 3.171 788,1 19,67

Una 31.261 7.729 7.545 8.868 7.119 1.163,5 26,87

Uruçuca 20.323 6.917 7.241 3.434 2.731 338,9 59,97

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000

Excluído: ¶

173

ANEXO VI

SISTEMA DE TURISMO (SISTUR) DISTRIBUIÇÃO Modelo Empírico

OFERTA MERCADO DEMANDA

SUPERESTRUTURA : Ordenação Jurídico-Administrativa

Procura de meios de transportes, bens de consumo e equipamentos receptivos. I. VARIÁVEIS ENDÓGENAS

• Área de captação do consumidor (origem da viagem)

• Meios de transporte utilizados na viagem • Tipologia da viagem • Tempo de permanência • Solicitação e tipologia dos equipamentos

solicitados • Atividades de recreação • Motivações, preferências e necessidades

do fluxo • Freqüência da visita • Estrutura de gastos do consumidor II. VARIÁVEIS EXÓGENAS Estratificação socioeconômica do fluxo turístico na área receptora: sexo, renda pessoal, ocupação principal, grau de instrução e outros.

I. ORIGINAL E DIFERENCIAL

(Atrativos turísticos) • Naturais • Culturais • Artificiais II. AGREGADA (Serviços) • Transportes • Intermediação de Serviços, Agências de

Viagens e Operadoras Turísticas

Equipamentos receptivos de alojamento hoteleiro, extra-hoteleiro e

complementares de recreação, alimentação e promoção.

I. + II. = produto turístico

P R O D U Ç Ã O

C O N S U M O

INFRA-ESTRUTURA : básica de acesso / básica urbana

Excluído: ¶

174

Apêndice A

FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – HOTÉIS/POUSADAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

MESTRADO EM CULTURA E TURISMO

Prezado Sr(a)., Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho. Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Fone: (73) 9981-0291 E-mail: [email protected]

Hotel/Pousada

Endereço

Função do Respondente Tempo na Empresa

Favor indicar a existência/quantidade, neste meio de hospedagem, dos itens abaixo:

• Número total de UH’s • Taxa Média de Ocupação

Baixa estação Alta Estação • Tipos de Unidades Habitacionais Disponíveis Aptos. Single

Aptos. Conjugados

Chalés Suíte Presidencial

Outros

• Tamanho das Unidades Habitacionais Disponíveis (em m2) Aptos. Single

Aptos. Conjugados

Chalés Suíte Presidencial

Outros

• Valor das Diárias (Tabela) na alta estação (em R$) Aptos. Single

Aptos. Conjugados

Chalés Suíte Presidencial

Outros

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

175

• Classificação EMBRATUR / Outra Classificação Simples Econômico Turístico Superior Luxo Plus Super

Luxo

• Serviços, equipamentos e instalações Circuito interno TV Aud itório / Sala de Reuniões Internet na Unidade Habitacional UH’s p/ pessoas c/necessidades

especiais

TV a cabo Recepção Bi/Trilíngüe Gerador de emergência Sistema Gerencial Informatizado Lavanderia Room Service 24 h Restaurante Escritório Virtual Sistema Reservas Internet Frigobar Ar Condicionado Piscina Salão de Jogos Estacionamento/Garagem Loja de Conveniências Ramais Telefônicos Salão de Beleza Bar Serviço Médico Cama King Size TV / Vídeo/ DVD Hidromassa-gem Sonorização na UH Acessórios p/ banho/higiene Tratamento Paisagístico Mesa de trabalho na UH Sala de Ginástica Sala de Leitura Agência de turismo Locadora de Veículos Câmbio Lixo seletivo

• Facilidades de meios de pagamento Cash Cheque Cartão de

Débito Cartão de

Crédito Fatura

• Acessibilidade Difícil acesso Acesso não

pavimentado Acesso

pavimentado

• Meios de transporte Público Eventual Público Regular Próprio

• Distância do mar Acima de 1.000 m De 500 a 1.000 m Inferior a 500 m

• Atrativos Turísticos Atrativos naturais e culturais não formatados

Atrativos naturais ou culturais formatados

Atrativos naturais e culturais formatados

• Tipo de cozinha oferecida Cozinha Popular Cozinha Regional Cozinha

Internacional

• Vínculo com produtos turísticos locais/regionais Sim Não Tipo

• Programa/Ação de Responsabilidade social / Sim Não Tipo

• Opinião sobre o ponto forte Ilhéus Hotel/Pousada

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

176

• Opinião sobre o aspecto que mais precisa de melhorias Ilhéus Hotel/Pousada

• Observações/Comentários

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

177

Apêndice B

FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – TURISTAS (Hóspedes)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

MESTRADO EM CULTURA E TURISMO

Prezado Sr(a)., Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo, portanto, seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho. Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Fone: (73) 9981-0291 E-mail: [email protected]

_______________________________________________________________

• Dados Pessoais

Sexo Masculino Feminino

Profissão Cidade de Origem

Estado Civil Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Outros

Faixa Etária (anos) 15 a 19 40 a 49 20 a 29 50 a 59 30 a 39 Acima de 60

Renda Média (R$) Até 500,00 + 3.000,00 a 5.000,00 + 500,00 a 1.000,00 + 5.000,00 a 10.000,00 + 1.000,00 a 3.000,00 Acima de 10.000,00

Escolaridade 1o grau Incompleto 2o grau Comp. 1o grau Completo Superior Incompleto 2o grau Incomp. Superior Completo Especialização Mestrado/Doutorado

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

178

Previsão Permanência (dias) Gasto médio/dia (R$)

Costuma viajar: Só c/Acompanhante Família Amigos Excursão

Três (03) principais motivos que o (a) levaram a vir a esta Cidade Propaganda (TV, Revistas, Jornais, etc.)

Atrativos Históricos

Indicação de amigos/parentes Manifestações populares Atrativos Naturais Literatura Jorge Amado Curiosidade Preços atraentes Negócios Eventos

Meio de Transporte utilizado Veículo próprio Ônibus Avião Outros

Outras Cidades da Região que pretende visitar Itacaré Una Canavieiras Itabuna Outra(s)

• Opinião

Favor atribuir, em sua opinião, notas de 01 a 05 em relação aos itens abaixo, referentes à Cidade de Ilhéus e a este meio de hospedagem:

01 Observações/Comentários Expectativa quanto à oferta turística de Ilhéus 1 2 3 4 5 antes de chegar 02

Primeira impressão ao chegar à Cidade 1 2 3 4 5 03

Primeira impressão ao chegar ao Hotel/Pousa- 1 2 3 4 5 da 04

Qualidade do atendimento na Recepção 1 2 3 4 5 05

Sistema de Reservas 1 2 3 4 5 06

Localização do Hotel/Pousada 1 2 3 4 5 07

Infraestrutura Geral do Hotel/Pousada (Lobby, 1 2 3 4 5 Room-Service, Área de Lazer, etc.) 08

Infraestrutura das Unidades Habitacionais 1 2 3 4 5 (tamanho, conforto, decoração, etc.) 09

Qualidade dos Serviços (agilidade, padrão, cor- 1 2 3 4 5 dialidade) 10

Preços praticados (em relação aos serviços) 1 2 3 4 5 11

Facilidades de meios de pagamento disponí- 1 2 3 4 5 veis 12

Recursos tecnológicos à disposição do hóspe- 1 2 3 4 5 de (telefone, internet, escritório virtual, etc.)

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

179

13

Atrativos turísticos do Hotel/Pousada (lazer/en- 1 2 3 4 5 tretenimento, parque aquático, esportes, etc.) 14

Participação do Hotel/Pousada em atividades/ 1 2 3 4 5 Programas de proteção ambiental 15

Participação do Hotel/Pousada em atividades/ 1 2 3 4 5 Programas de valorização da cultura regional 16

Disponibilização de serviços inovadores / criati- 1 2 3 4 5 vos, não disponíveis nos concorrentes 17

Serviço do Restaurante 1 2 3 4 5 18

Padronização de atendimento dos funcionários 1 2 3 4 5 Em Geral

• Opinião sobre o ponto forte Ilhéus Hotel/Pousada

• Opinião sobre o aspecto que mais precisa de melhorias Ilhéus Hotel/Pousada

• Pretende retornar a esta Cidade/Hotel-Pousada em outra oportunidade?

• Observações / Comentários

Excluído: ¶

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

180

Apêndice C

TABELAS DA PESQUISA – MEIOS DE HOSPEDAGEM

Tabela 1 . Classificação dos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Classificação (*) % Econômico 33,33 Turístico 66,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

(*) Considerados segundo critérios ABIH/EMBRATUR, mesmo que não oficialmente classificados. Tabela 2 . Taxa Média de ocupação verificada nos equipamentos de hospedagem pesquisados .

Taxa de Ocupação Média (%) Baixa Estação 23,75 Alta Estação 76,25 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 3 . Percentual de Tipos de UH’s disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Tipo UH's %

Single 86,73 Conjugado 1,42 Chalés 0,00 Suite Presidencial 2,37 Outros 9,48 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Excluído: ¶

181

Tabela 4. Tamanho Médio das UH’s disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Tamanho UH's Média (m2) Single 18,00 Conjugado 18,00 Chalés 26,00 Suite Presidencial 21,00 Outros 18,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 5. Valor médio das diárias cobradas na alta estação, nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Tipo UH's Diária (R$) Single 96,00 Conjugado 66,00 Chalés 0,00 Suíte Presidencial 86,00 Outros 39,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 6. Serviços oferecidos nos equipamentos de hospedagem pesquisados

Serviços % Acessórios p/ banho 25,00 Agência de Turismo 0,00 Ar Condicionado 100,00 Auditório/Sala de Reuniões 50,00 Bar 66,67 Cama King Size 8,33 Câmbio 0,00 Circuito Interno de TV 8,33 Coleta Seletiva do Lixo 8,33 DVD nas UH’s 0,00 Escritório Virtual 8,33 Estacionamento/Garagem 83,33 Fone nas UH’s 100,00 Frigobar 100,00 Gerador de Emergência 8,33

Excluído: ¶

182

Hidromassagem 0,00 Internet em Espaço Público 25,00 Internet nas UH’s 0,00 Lavanderia 8,33 Locadora de Veículos 0,00 Loja de Conveniências 16,67 Mesa de trabalho nas UH’s 58,33 Paisagismo 83,33 Piscina 83,33 Recepcionista Bilíngue 16,67 Reservas via Internet 100,00 Restaurante 66,67 Room Service 24 h 16,67 Sala de Ginástica 0,00 Sala de Leitura 33,33 Salão de Beleza 0,00 Salão de Jogos 16,67 Serviço Médico 0,00 Sistema Gerencial Informatizado 100,00 Som nas UH’s 83,33 TV a Cabo 8,33 TV nas UH’s 100,00 UH's p/ Necessidades Especiais 8,33 Vídeo nas UH’s 8,33 Outros 16,67

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 7. Opções de pagamento disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Opções de Pagamento % Cash 100,00 Cheque 100,00 C.Débito 100,00 C.Crédito 100,00 Fatura 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Excluído: ¶

183

Tabela 8. Acessibilidade dos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Acesso % Difícil 0,00 Não pavimentado 8,33 Pavimentado 91,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 9. Meios de transporte disponíveis para acesso aos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Transporte % Público Eventual 0,00 Público Regular 91,67 Próprio 8,33 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 10. Distância do mar, em relação aos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Distância do Mar % Acima 1000 m 0,00 De 500 a 1000 m 8,33 Inferior a 500 m 91,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 11. Atrativos Turísticos, naturais e/ou culturais, encontrados equipamentos de hospedagem pesquisados.

Atrativos Turísticos % Naturais/culturais não formatados 33,33 Naturais ou culturais formatados 25,00 Naturais e culturais formatados 41,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Excluído: ¶

184

Tabela 12. Tipo de culinária oferecida nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Cozinha % Popular 0,00 Regional 83,33 Internacional 16,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 13. Existência de vínculos com produtos turísticos locais/regionais, e/ou programas de responsabilidade social/ambiental nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Vínculo c/ Comunidade % Produto Turístico local/Regional 25,00 Programa Responsabilidade social/ambiental 8,33 Nenhum 66,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 14. Principal atrativo da Cidade de Ilhéus, na opinião dos geren- tes/hoteleiros entrevistados.

Ilhéus

Ponto Forte % Beleza Natural 75,00 Praias 25,00 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Excluído: ¶

185

Tabela 15. Aspectos que carecem de melhorias na Cidade de Ilhéus, na opinião dos gerentes/hoteleiros entrevistados.

Ilhéus

Ponto Fraco % Limpeza Pública 8,70 Segurança Pública 8,70 Atrações Noturnas 8,70 Divulgação Poder Público 26,09 Investimentos/Infraestrutura 30,43 Apoio do Poder Público 17,39 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 16. Principal atrativo dos meios de hospedagem pesquisados, na opinião dos gerentes/hoteleiros.

Hotel/Pousada

Ponto Forte % Localização 66,67 Boa Infraestrutura 20,00 Qualidade dos Serviços 13,33 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 17. Aspectos que carecem de melhorias nos meios de hospedagem pesquisados, na opinião dos gerentes/hoteleiros.

Hotel/Pousada

Ponto Fraco % Falta Sala Reuniões/Auditório 13,33 Modernização Tecnológica 66,67 Divulgação/Marketing 13,33 Sauna/Sala de Ginástica 6,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Excluído: ¶

186

Apêndice D

TABELAS DA PESQUISA – TURISTAS (Hóspedes)

Tabela 18. Perfil dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Aspectos Pessoais % Sexo 100,00

Masculino 54,24 Feminino 45,76

Faixa Etária 100,00

15 a 19 3,39 20 a 29 27,12 30 a 39 44,07 40 a 49 11,86 50 a 59 8,47 Acima de 60 5,08

Nível de Escolaridade 100,00 1o grau Incompleto 0,00 1o grau Completo 3,39 2o grau Incompleto 3,39 2o grau Completo 23,73 Superior Incompleto 11,86 Superior Completo 50,85 Especialização 0,00 Mestrado/Doutorado 10,17

Estado Civil 100,00 Solteiro 27,12 Casado 57,63 Divorciado 10,17 Outros 5,08

Nível de Sociabilidade 100,00

Viajando desacompanhado 11,86 Com Acompanhante 37,29 Com a Família 40,68 Com Amigos 10,17 Excursão 0,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Excluído: ¶

187

Tabela 19. Ocupação principal dos turistas entrevistados nos meios de hospe- dagem pesquisados.

Ocupação / Profissão % Professor 13,56 Estudante 11,86 Funcionário Público 8,47 Empresário 6,78 Administrador 6,78 Médico 5,08 Farmacêutico 5,08 Enfermeiro 5,08 Dona de Casa 5,08 Odontólogo 3,39 Comerciante 3,39 Biólogo 3,39 Assistente Social 3,39 Advogado 3,39 Outros 15,25 Total 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 20. Procedência (Residência) dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Cidades de Origem (%)

Aracaju (SE) 2,44 B. Horizonte (MG) 3,66 Betim (MG) 1,22 Brasília (DF) 14,63 Campinas (SP) 2,44 Campo Grande (MS) 3,66 Colatina (ES) 1,22 Fortaleza(CE) 1,22 Goiânia (GO) 13,41 Itapetinga (BA) 3,66 Jequié (BA) 3,66 Maceió (AL) 1,22 Maringá (PR) 1,22 Salvador (BA) 14,63 São Paulo (SP) 18,29 V. Conquista (BA) 6,10 Vitória (ES) 7,32 Total 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Excluído: ¶

188

Tabela 21. Pólos emissores (por região) dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Região e Estados de Origem (%) Norte 0,00

Nordeste 6,78 Alagoas 1.69 Bahia 1,69 Ceará 1,69 Sergipe 1,69

Sudeste 47,46 Espírito Santo 10,86 Minas Gerais 28,81 São Paulo 28,81

Centro-Oeste 44,07 Distrito Federal 20,34 Goiás 18,64 Mato Grosso do Sul 5,08

Sul 1,69 Paraná 1,69 Rio Grande do Sul 0,3 Santa Catarina 0,9

Internacional 0,00 Total 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 22. Informações econômico-financeiras dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados (médias).

Variáveis % Permanência na Localidade 4,83 Gasto Aproximado/dia na Localidade (R$) 147,46 Pessoas Incluídas nos Gastos 02 Gasto per capita (R$) 74,00 Renda média dos Entrevistados (R$) 2.180,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 23. Demanda turística para meios de transporte segundo turistas entre- vistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Tipos de Transporte % Automóvel 52,54

Avião 28,81

Ônibus 18,64

Outros 0,00

Total 100.00 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Excluído: ¶

189

Tabela 24. Motivação da Viagem dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Atrativos %

Atrativos Históricos 9,02 Atrativos Naturais 29,32 Curiosidade 12,03 Eventos 0,75 Indicação de amigos/parentes 12,78 Literatura Jorge Amado 19,55 Manifestações populares 0,75 Negócios 4,51 Preços atraentes 0,00 Propaganda (revistas,jornais, midia em geral) 10,53 Outras 0,75

Total 100,00 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 25. Intenção de visita a outras cidades da região, pelos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Cidades %

Pólo Costa do Cacau Canavieiras 23 Itabuna 6 Itacaré 42 Olivença 4 Una 14 Outras Porto Seguro 8

Nenhuma 3 Total Geral 100

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Excluído: ¶

Excluído: APÊNDICE B¶¶Resultados Econômicos¶Balanço de Serviços - Conta Turismo do Brasil - 1980/2000¶Anos ... [7]

174

Página 21: [1] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 18/12/2003 01:07:00

O turismo difere das demais atividades

econômicas fundamentalmente pelo seu tipo de

produção, que obriga o consumidor deslocar-se para

consumi-lo. É composto por elementos e percepção

intangíveis e sentido pelo consumidor como uma

experiência. O produto turístico não possui

limites definidos, cor, forma, embalagem,

identificado somente no ato de consumo pela

presença e necessidade do turista.

Segundo Castelli (1975), o turismo, na sua verdadeira concepção, coloca o indivíduo em contato com outras civilizações, culturas,

costumes, mentalidades e valores. Turismo engloba a infra-estrutura, os recursos naturais,

culturais, artísticos, históricos, os meios de hospedagem e os serviços complementares. É movimento, evasão, abandono do cotidiano, divertimento, desenvolvimento, descanso.

Assim, é necessário criar condições e formas que atraiam os turistas. Os

elementos do produto turístico são de primordial importância, porque

constituem o ponto sobre o qual o núcleo receptor do turismo se organiza. É

essencial também a facilidade de acomodações, serviços prestados e

informações aos turistas, as vias e os meios de transporte disponíveis, para

viabilizar economicamente a produção turística.

175

Os bens naturais e culturais (paisagem, equilíbrio ecológico, patrimônio

histórico, usos e costumes) são essenciais para a indústria turística. O

desequilíbrio ambiental interfere diretamente em localidades turísticas, criando

dificuldades e muitas vezes inviabilizando economicamente a produção de

Turismo de uma extensa região. E o desgaste desses valores atrativos é de

custosa e difícil recuperação, corrigido lentamente, mas sempre com certo grau

de desgaste na imagem da localidade, cuja construção é um processo de alto

3custo, envolvendo pesados investimentos em infraestrutura e marketing.

O turismo desenvolvido traz benefícios às atividades locais, como o

consumo de bens e produtos locais, além do emprego de mão-de-obra

ocupada na produção de bens e serviços, exigida na prestação de serviços

diretos ao consumidor. A ramificação e interdependência, característica própria

da produção turística, estende benefícios sociais para uma parcela maior da

população local, dando condições saudáveis de livre concorrência,

proporcionando a melhoria da qualidade dos serviços.

O desenvolvimento do turismo deve-se a diversos fatores, entre os quais

pode-se destacar a melhoria do nível de vida, maiores rendas individuais -

possibilitando às pessoas dar vazão à potencialidade de viajar, principalmente

nos países desenvolvidos - o aperfeiçoamento dos veículos de comercialização

turística e o fortalecimento de novos métodos de viagens organizadas,

minimizando os custos e oferecendo mais segurança aos viajantes. O turismo

176

atualmente deixou de se constituir um privilégio de minorias e passou a ser

uma necessidade de toda a sociedade moderna. O fenômeno pode ser visto

tanto como uma atividade econômica geradora de empregos e fonte de

recursos, como uma atividade cultural que aprimora conhecimentos mútuos,

para os turistas e aos núcleos receptores, que recebem influências dos

costumes e hábitos dos visitantes, contribuindo para o enriquecimento do ser

humano.

Segundo a Organização Mundial de Turismo-OMT1, com uma receita

anual de US$ 4,5 trilhões e atuando sobre 54 segmentos diferentes da

economia, a indústria do turismo vem crescendo velozmente, garantindo um

avanço econômico-social das mais diversas regiões e possibilitando, assim, a

expansão do mercado de trabalho. Trata-se de uma atividade econômica que

gera cerca de 192 milhões de empregos, sendo uma das maiores fontes de

ingresso de divisas para os países receptores.

O Brasil tem se destacado como um pólo turístico cada vez mais

atrativo. Carvalho (2000:2) registra que, no plano externo, o país pulou do 43o

lugar em 1994 para 29o em 1999 no que toca aos destinos turísticos mais

demandados no mundo, no concorrido ranking da OMT, com o ingresso de

aproximadamente 4,8 milhões de turistas estrangeiros no país ao ano. A meta

1 A OMT é uma instituição reconhecida como consultora do Conselho Econômico e Social da ONU-Organização das Nações Unidas, sediada em Madri, sendo um dos seus objetivos atuar como agência internacional de coordenação e cooperação para difusão do turismo.

177

nacional da Embratur2 é, até o ano 2003, aumentar o fluxo de turistas

estrangeiros para 6,5 milhões ao ano e o turismo doméstico para 57 milhões de

viajantes, gerando US$ 5,5 bilhões de receita cambial e 500 mil novos

empregos.

Embora os ataques terroristas aos Estados Unidos em 11 de setembro

de 2001, tenham gerado a expectativa de que parte do fluxo internacional de

turistas, por questões de segurança, tenderia a deslocar-se para destinos

turísticos “periféricos”, entre os quais o Brasil, os resultados preliminares do

balanço do turismo no Brasil em 2002 são catastróficos, situando o país no 34o

lugar do ranking do turismo, atrás de países como Tunísia, Polônia e Indonésia.

Segundo a Embratur (apud Antunes, p.90), apenas 3,8 milhões de estrangeiros

visitou o país, número 20% inferior ao registrado em 2001. Apesar do enorme

potencial turístico do país, tal cenário pode ser compreendido por algumas

limitações, como, por exemplo, o fato de que o país apresenta atrações que

podem ser obtidas a uma distância menor; outro dificultador é ausência de

características que tornem o Brasil único no cenário mundial, um diferencial

competitivo que confira ao país uma imagem consagrada internacionalmente.

Além disso, os graves problemas estruturais prejudicam o crescimento do

turismo: violência, poluição, trânsito caótico, a falta de informação e a

precariedade dos serviços, entre outros. A realidade é que o turista está cada

vez mais exigente. Segundo Andrade (1998:26),

2 O Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR é uma autarquia especial com sede e foro em Brasília – DF, com juriasdicao em todo o território nacional, que tem por finalidade formular, executar e fazer executar a Política Nacional de Turismo;`A EMBRATUR cabe exercer competências estabelecidas no Artigo 30 da Lei nº 8.181.

178

“... Estudos realizados para definir o perfil dos turistas concluíram que eles se apresentam psicologicamente desarmados, desejam ser bem tratados, respeitados, valorizados e de certo modo, até mesmo bajulados. Desejam evitar tudo o que os lembre que, na vida de cada dia, vivem a encontrar-se com maior número de concorrentes que de amigos”.

Quando se fala no turista mais exigente, nem sempre se trata do

consumidor de poder aquisitivo elevado que busca, em sua viagem de férias,

luxo ou ostentação. Pesquisas realizadas em outras regiões da América Latina

indicam que os visitantes, mesmo aqueles que possuem renda alta, quando

buscam o turismo de aventura, não necessariamente exigem o tratamento de

um hotel cinco estrelas, mas sim segurança e alguma comodidade. Esse

segmento de cliente vai ao Peru, por exemplo, para conhecer a história desse

país, ter contato com a vida selvagem etc. E sabe-se que esses turistas pagam

bem pelo prazer de vivenciar uma experiência diferente.

Página 55: [2] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 18/12/2003 00:38:00

Portanto, entende-se que o turismo é uma atividade situada no setor

terciário de produção e tem como principal característica a prestação de

serviços, utilizando-se dos demais setores produtivos que são responsáveis

pelo seu funcionamento. A atividade turística possui relações próprias que

integram todos os setores produtivos, caracterizando-se como um sistema.

Importante ressaltar que os produtos e serviços turísticos são oferecidos

por uma gama de produtores e fornecedores diferentes que, apesar de atuarem

179

de forma individual, são entendidos pelo turista como um todo que integra a

experiência vivencial da viagem. Uma atuação cooperada e centralizada é

necessária – apesar das peculiaridades de cada segmento – para a definição

de metas e estratégias que possibilitem o desenvolvimento sustentável, a partir

de decisões conjuntas entre empreendedores e órgãos públicos da Cidade.

O turismo deve ser concebido como atividade capaz de melhorar a

qualidade de vida da comunidade, gerando renda e emprego para as

populações local e regional sem descuidar-se da proteção ambiental e cultural,

o que constitui um modelo de desenvolvimento sustentável. Petrocchi (1998)

alerta para a importância da formação profissional dos que oferecem serviços

turísticos: “... Mas o sucesso do turismo não se alcança de forma isolada. Uma

bela praia é o ponto de partida, mas e os serviços, o conforto do cliente e a

forma de tratá-lo?”

Segundo o autor (Ibid.), ao visitar um determinado lugar o turista,

inevitavelmente, começa a avaliá-lo já no momento em que sai do avião, ou do

ônibus. Ele sente a temperatura, o clima, os ventos, aprecia a arquitetura local,

o tráfego de veículos, a beleza das construções, entre outros, até ter os

primeiros contatos com as pessoas, ou seja, com a prestação dos serviços:

observa se existe cortesia ou desrespeito, se os preços são justos, avalia as

atrações do lugar. Tudo é especial e apreciado em seus detalhes, pois ele está

180

pagando e deseja o melhor. Os visitantes são recebidos pelo sistema turístico,3

mas eles têm contato direto e pessoal com os operadores do sistema. Se estes

não compreenderem a importância do cliente e não forem treinados para

atendê-los, corre-se o risco de frustrar o atendimento e, assim, receber por

parte do visitante uma avaliação negativa, que se propaga e representa uma

ameaça ao sistema. Petrocchi conclui, então, que a sobrevivência do sistema

turístico se prende a um atendimento ao cliente no mínimo satisfatório, pois

cliente significa mercado.

Página 68: [3] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 18/12/2003 01:24:00

Propor ao Governo Federal normas e medidas necessárias à execução da Política Nacional do Turismo e executar as decisões que, para esse fim, lhe sejam recomendadas;

Estimular as iniciativas públicas e privadas, tendentes a desenvolver o turismo interno e o do exterior para o Brasil;

Promover e divulgar o turismo nacional, no país e no exterior, de modo a ampliar o ingresso e a circulação de fluxos turísticos, no território brasileiro;

Analisar o mercado turístico e planejar o seu desenvolvimento, definindo as áreas, empreendimentos e ações prioritárias a serem estimuladas e incentivadas;

Fomentar e financiar, direta e indiretamente, as iniciativas, planos, programas e projetos que visem o desenvolvimento da indústria de turismo, controlando e coordenando a execução de projetos considerados como de interesse para a indústria do turismo;

Estimular e fomentar a ampliação, diversificação, reforma e melhoria da qualidade da infra-estrutura turística nacional;

Definir critérios, analisar, aprovar e acompanhar os projetos de empreendimentos turísticos que sejam financiados ou incentivados pelo Estado;

Inventariar, hierarquizar e ordenar o uso e a ocupação de áreas e locais de interesse turístico e estimular o aproveitamento turístico dos recursos naturais e culturais que integram o patrimônio turístico, com vistas à sua preservação;

Estimular as iniciativas destinadas a preservar o ambiente natural e a fisionomia social e cultural dos locais turísticos e das populações afetadas pelo seu desenvolvimento, em articulação com os demais órgãos e entidades competentes;

3 Segundo Beni (2001), “a Teoria Geral dos Sistemas afirma que cada variável, em um sistema específico, interage com todas as outras variáveis desse sistema e com as de outros sistemas que com ele realizam operações de troca e de interação, explicando e desenhando as configurações aproximadas da dinâmica da vida real”. O Sistema Turístico pode ser melhor entendido através do diagrama constante do Apêndice D.

181

Cadastrar as empresas, classificar os empreendimentos dedicados às atividades turísticas e exercer função fiscalizadora, nos termos da legislação vigente;

Promover, junto às autoridades competentes, os atos e medidas necessários ao desenvolvimento das atividades turísticas, à melhoria ou ao aperfeiçoamento dos serviços oferecidos aos turistas e à facilitação do deslocamento de pessoas no território nacional, com finalidade turística;

Celebrar contratos, convênios, acordos e ajustes com organizações e entidades públicas ou privadas nacionais, estrangeiras e internacionais, para a realização dos seus objetivos;

Realizar serviços de consultoria e de promoção destinados ao fomento da atividade turística;

Patrocinar eventos turísticos; Conceder prêmios e outros incentivos ao turismo; Participar de entidades nacionais e internacionais de turismo.

Página 166: [4] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 17/12/2003 23:15:00

Anexo I

Evolução da Demanda e da Oferta Turísticas em Ilhéus – 1999 a 2002

Demanda Perfil/Anos 1999 2000 2001 2002

Origem Nacional Internacional

Oferta Perfil/Anos 1999 2000 2001 2002

182

Página 167: [5] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 17/12/2003 23:44:00

1999 Origem Nacional - 98,23% Internacional – 1,77% Sexo: 69,70% Homens 30,30% Mulheres Faixa etária média : 37 anos 36 a 50 anos (42,39%) 26 a 35 anos (26,22%) Ocupação principal: comerciante 12,09% Estudante 9,38% Professor 8,15% Renda média: US$2.103,77 Forma de viajar: c/ família 61,55% Só 26,22% Meio de transporte: Automóvel 47,96% Avião 25,82% Ônubus 25,68% Meio de hospedagem 39,40% casa de amigos e familiares 25,54 % pousadas 13,32% hotéis Motivação da viagem: Atrativos naturais: 90,62% Permanência Média: 9,74 dias Gastos Médio Realizado: RS$21,58

183

Demanda turística para Ilhéus - 2000 Origem Nacional - 94,5% Bahia 21,2% São Paulo 20,9% MG 13,6% DF 13,2% Internacional – 4,5% Sexo: 64,8% Homens 35,2% Mulheres Faixa etária média : 40 anos 36 a 50 anos (46,5%) 26 a 35 anos (24,2%) Ocupação principal: comerciantes 13,2% Outros % Professor 13,2% Renda média: US$2,000.00 Forma de viajar: c/ família 56,2% Com amigos 30,4% Só 12,6% Meio de transporte: Automóvel 41,8% Avião 25,6% Ônubus 32,6% Meio de hospedagem 43,2% casa de amigos e familiares 30,4 % pousadas 16,1% hotéis Motivação da viagem: Atrativos naturais: 91,1% Permanência Média: 7,3 dias Gastos Médio Realizado: RS$15,50 Demanda turística para Ilhéus - 2001

184

Origem Nacional - 98,4% Sexo: 58,3% Homens 41,7% Mulheres Faixa etária média : 36 anos 36 a 50 anos (38,0%) 26 a 35 anos (26,6%) Ocupação principal: Func.Público 17,2% Comerciantes 13,0% Estudantes 8,3% Renda média: US$1.012.00 Forma de viajar: c/ família 74,1% C/ amigos 12,7% Só ................. Meio de transporte: Automóvel 33,3% Avião 28,1% Ônubus 35,4% Meio de hospedagem 42,2% casa de amigos e familiares 28,1 % pousadas 17,2% hotéis Motivação da viagem: Atrativos naturais: 90,62% Permanência Média: 9,8 dias Gastos Médio Realizado: RS$18,50 Residência Permanente:

Residência Permanente

185

A maioria dos entrevistados que visitaram Ilhéus é de brasileiros – 95,5%. A Bahia

aparece com 25,0%, seguida de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, com

participações de 23,2%, 13,4% e 9,8% respectivamente. Em relação ao mercado

internacional, cuja participação foi de 4,5%, merece destaque a França, com

participação de 1,3%. Quadro 07.

Sexo

60,7% dos turistas são homens, contra 39,3% de mulheres. Quadro 11.

Faixa Etária

As faixas de 36 a 50 e 26 a 35 anos aparecem com percentuais de 45,5% e 26,8% cada,

seguidas da faixa de 18 a 25 anos, com 12,5%. A faixa de 51 a 65 anos aparece com

9,8%. A idade média foi de 39 anos. Quadro 16.

Escolaridade

Quanto à escolaridade, predominaram entre os turistas os portadores de nível superior e

do 2º grau, com percentuais de 51,3% e 36,6% cada. 6,3% eram portadores do 1º grau

e 3,6% pós graduados. Quadro 21.

Atividade Econômica

Os empregados do setor privado, do setor público e os profissionais liberais

aparecem com percentuais de 26,8%, 25,9% e 13,4% cada. Quadro 24.

Ocupação Principal

Quanto às ocupações, destacaram-se os funcionários públicos, os profissionais

liberais e os comerciários, com 24,6%, 11,6% e 10,7%, respectivamente. Os

comerciantes e os industriários aparecem com 7,6% cada. Quadro 28.

Freqüência da Visita

64,3% dos entrevistados que visitaram Ilhéus já conheciam a cidade, enquanto que

35,7% foram pela primeira vez. Quadro 34.

186

Permanência Média

A permanência média dos turistas foi de 6,6 dias. Quando o motivo da viagem é

visita, a permanência se eleva para 11,5 dias. No caso de negócio e passeio a

permanência média fica em 9,5 e 5,9 dias. Se é congresso, a permanência é de 5,6 dias.

Quadro 36.

Forma de Viajar

Com a família e com amigos viajaram 66,2% e 13,6% respectivamente. Sozinhos

viajaram 10,9% e em excursão 9,3%. Quadro 52.

Meio de Transporte

O automóvel foi o principal meio de transporte, utilizado por 40,2%. Aparece, em

seguida, o avião regular, utilizado por 34,4%. O ônibus de linha foi utilizado por

22,8% dos entrevistados. Quadro 56.

Meio de Hospedagem

O meio de hospedagem mais utilizado foi pousada, com 34,8% dos entrevistados. Em

seguida aparecem hotel e casa de parentes e amigos, com 28,6% e 27,2%

respectivamente. Quadro 61.

Forma de Organização da Viagem

Quanto à forma de organização da viagem, a maioria viajou de forma espontânea –

92,9%. Quadro 71.

Gasto Médio Diário Individual

O GMDI, gasto médio individual diário, foi de US$ 17,10. Os que participaram de

congresso gastaram US$ 54,60. Quadro 74. Para os hospedados em hotel, o GMDI foi

de US$ 40,20. Para os hospedados em pousada, US$ 19,80. Quadro 75. O GMDI

187

exclusivamente com hospedagem foi de US$ 13,50. Aqueles que se hospedaram em

hotel tiveram um dispêndio diário de US$ 21,80. Quadro 76.

Estrutura de Gastos

Em relação aos gastos dos entrevistados, a hospedagem e a alimentação foram os itens

de maior relevância – 30,4% e 28,1% respectivamente, seguidos de compras e

diversão, com 16,4% e 11,6% cada. Quadro 86.

Avaliação dos Preços

Entre os turistas entrevistados, 66,1% consideraram os preços normais. Outros 24,6%

consideraram elevados. 9,4% consideraram os preços baixos. Quadro 122.

Renda

13,6% dos turistas pesquisados declararam rendimentos mensais acima de US$ 2.000.

A renda média é de US$ 1.195,00. Quadro 127.

Motivo de Viagem

Passeio foi o motivo de viagem para a maioria dos entrevistados de Ilhéus, com 55,8%,

seguido de trabalho, com 20,5%. Visita foi citado por 17,4% dos entrevistados e

negócio por 3,6%. Quadro 132.

Motivação do Passeio

Os atrativos naturais predominaram entre os entrevistados que viajaram a passeio,

com 91,2%. Quadro 133.

Influência do Passeio

Em relação aos que vieram a passeio, 50,4% Já conheciam a cidade. Outros 43,2%

foram influenciados pelo comentário de parentes e amigos. Quadro 136.

188

Intenção de Retornar

Entre os entrevistados 94,2% pretendem retornar a Ilhéus. Quadro 142.

Avaliação da Cidade

Os atrativos naturais e o patrimônio histórico obtiveram 92,4% e 69,2% cada, entre

os turistas que responderam ótimo e bom. Quanto às manifestações populares, 70,1%

dos turistas não souberam classificar. Quadro 148.

Os itens dos equipamentos e serviços que mais se destacaram com a classificação de

ótimo e bom foram hospitalidade, bares e restaurantes e meios de hospedagem, com

índices de 94,7%, 69,2% e 56,7%, respectivamente. Quadro 149.

Entre os itens da infra-estrutura urbana, as comunicações, a sinalização urbana e a

segurança aparecem com 64,8%, 60,3% e 54,5% respectivamente. Esses itens

apresentaram os melhores índices, somando-se os conceitos obtidos entre ótimo e bom.

Quadro 150.

Aspectos que Agradaram ou Desagradaram os Turistas

Quanto à questão aberta sobre o que mais agradou, o item praias, atrativos naturais e

hospitalidade foram citados por 59,0%, 21,0% e 12,7%% dos entrevistados,

respectivamente. Quadro 151.

Em relação ao que menos agradou, limpeza pública, diversões noturnas, e clima e

infra-estrutura foram citados por 22,2%, 7,2%, 5,9% e 5,9% respectivamente.

Quadro 154.

Observações/sugestões Melhorar o transporte coletivo, a infra-estrutura,

os serviços telefônicos e as informações

turísticas foram algumas das várias

observações/sugestões apontadas pelos turistas

entrevistados em Ilhéus.

189

Quebra de página

Página 168: [6] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 22/12/2003 10:06:00

Anexo III

FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – HOTÉIS/POUSADAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

MESTRADO EM CULTURA E TURISMO

Prezado Sr(a)., Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO ADEQUAÇÃO DA OFERTA DE HOSPEDAGEM AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em HospedagemDO TURISTA DE ILHÉUS “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho. Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Fone: (73) 9981-0291 E-mail: [email protected]

Hotel/Pousada

Endereço

Função do Respondente Tempo na Empresa

Favor indicar a existência/quantidade, neste meio de hospedagem, dos itens abaixo:

Número total de UH’s Taxa Média de Ocupação

Baixa estação Alta Estação Tipos de Unidades Habitacionais Disponíveis Aptos. Single

Aptos. Conjugados

Chalés Suíte Presidencial

Outros

Tamanho das Unidades Habitacionais Disponíveis (em m2)

190

Aptos. Single

Aptos. Conjugados

Chalés Suíte Presidencial

Outros

Valor das Diárias (Tabela) na alta estação (em R$) Aptos. Single

Aptos. Conjugados

Chalés Suíte Presidencial

Outros

Classificação EMBRATUR / Outra Classificação Simples Econômico Turístico Superior Luxo Plus Super

Luxo

Serviços, equipamentos e instalações Circuito interno TV Aud itório / Sala de Reuniões Internet na Unidade Habitacional UH’s p/ pessoas c/necessidades

especiais

TV a cabo Recepção Bi/Trilíngüe Gerador de emergência Sistema Gerencial Informatizado Lavanderia Room Service 24 h Restaurante Escritório Virtual Sistema Reservas Internet Frigobar Ar Condicionado Piscina Salão de Jogos Estacionamento/Garagem Loja de Conveniências Ramais Telefônicos Salão de Beleza Bar Serviço Médico Cama King Size TV / Vídeo/ DVD Hidromassa-gem Sonorização na UH Acessórios p/ banho/higiene Tratamento Paisagístico Mesa de trabalho na UH Sala de Ginástica Sala de Leitura Agência de turismo Locadora de Veículos Câmbio Lixo seletivo

Facilidades de meios de pagamento Cash Cheque Cartão de

Débito Cartão de

Crédito Fatura

Acessibilidade Difícil acesso Acesso não

pavimentado Acesso

pavimentado

Meios de transporte Público Eventual Público Regular Próprio

Distância do mar Acima de 1.000 m De 500 a 1.000 m Inferior a 500 m

Atrativos Turísticos Atrativos naturais e culturais não formatados

Atrativos naturais ou culturais formatados

Atrativos naturais e culturais formatados

Tipo de cozinha oferecida Cozinha Popular Cozinha Regional Cozinha

Internacional

Vínculo com produtos turísticos locais/regionais Sim Não Tipo

191

Programa/Ação de Responsabilidade social / ambiental Sim Não Tipo

Opinião sobre o ponto forte Ilhéus Hotel/Pousada

Opinião sobre o aspecto que mais precisa de melhorias Ilhéus Hotel/Pousada

Observações/Comentários

192

Anexo IV

FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA – TURISTAS (Hóspedes)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

MESTRADO EM CULTURA E TURISMO

Prezado Sr(a)., Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de coletar dados para elaboração de uma Dissertação de Mestrado, coordenada pelo próprio estudante, sendo, portanto, seus resultados destinados exclusivamente a um fim acadêmico. A pesquisa tem como tema “ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA TURISTICA DE ILHEUS EM RELAÇÃO AO PERFIL DA SUA DEMANDA: Ênfase em Hospedagem ““ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA OFERTA DE HOSPEDAGEM AO PERFIL DO TURISTA DE ILHÉUS “. As informações que o(a) sr(a). vier a nos fornecer serão tratadas com sigilo e em conjunto, utilizando-se métodos estatísticos para elaborar conclusões. Agradecemos antecipadamente a sua colaboração neste trabalho. Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Fone: (73) 9981-0291 E-mail: [email protected]

_______________________________________________________________

Dados Pessoais

Sexo Masculino Feminino

Profissão Cidade de Origem

Estado Civil Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Outros

Faixa Etária (anos) 15 a 19 40 a 49 20 a 29 50 a 59 30 a 39 Acima de 60

Renda Média (R$) Até 500,00 + 3.000,00 a 5.000,00 + 500,00 a 1.000,00 + 5.000,00 a 10.000,00

193

+ 1.000,00 a 3.000,00 Acima de 10.000,00

Escolaridade 1o grau Incompleto 2o grau Comp. 1o grau Completo Superior Incompleto 2o grau Incomp. Superior Completo Especialização Mestrado/Doutorado

Previsão Permanência (dias) Gasto médio/dia (R$)

Costuma viajar: Só c/Acompanhante Família Amigos Excursão

Três (03) principais motivos que o (a) levaram a vir a esta Cidade Propaganda (TV, Revistas, Jornais, etc.)

Atrativos Históricos

Indicação de amigos/parentes Manifestações populares Atrativos Naturais Literatura Jorge Amado Curiosidade Preços atraentes Negócios Eventos

Meio de Transporte utilizado Veículo próprio Ônibus Avião Outros

Outras Cidades da Região que pretende visitar Itacaré Una Canavieiras Itabuna Outra(s)

Opinião

Favor atribuir, em sua opinião, notas de 01 a 05 em relação aos itens abaixo, referentes à Cidade de Ilhéus e a este meio de hospedagem:

01 Observações/Comentários Expectativa quanto à oferta turística de Ilhéus 1 2 3 4 5 antes de chegar 02

Primeira impressão ao chegar à Cidade 1 2 3 4 5 03

Primeira impressão ao chegar ao Hotel/Pousa- 1 2 3 4 5 da 04

Qualidade do atendimento na Recepção 1 2 3 4 5 05

Sistema de Reservas 1 2 3 4 5 06

Localização do Hotel/Pousada 1 2 3 4 5 07

Infraestrutura Geral do Hotel/Pousada (Lobby, 1 2 3 4 5 Room-Service, Área de Lazer, etc.) 08

Infraestrutura das Unidades Habitacionais 1 2 3 4 5 (tamanho, conforto, decoração, etc.) 09

Qualidade dos Serviços (agilidade, padrão, cor- 1 2 3 4 5 dialidade) 10

194

Preços praticados (em relação aos serviços) 1 2 3 4 5 11

Facilidades de meios de pagamento disponí- 1 2 3 4 5 veis 12

Recursos tecnológicos à disposição do hóspe- 1 2 3 4 5 de (telefone, internet, escritório virtual, etc.) 13

Atrativos turísticos do Hotel/Pousada (lazer/en- 1 2 3 4 5 tretenimento, parque aquático, esportes, etc.) 14

Participação do Hotel/Pousada em atividades/ 1 2 3 4 5 Programas de proteção ambiental 15

Participação do Hotel/Pousada em atividades/ 1 2 3 4 5 Programas de valorização da cultura regional 16

Disponibilização de serviços inovadores / criati- 1 2 3 4 5 vos, não disponíveis nos concorrentes 17

Serviço do Restaurante 1 2 3 4 5 18

Padronização de atendimento dos funcionários 1 2 3 4 5 Em Geral

Opinião sobre o ponto forte Ilhéus Hotel/Pousada

Opinião sobre o aspecto que mais precisa de melhorias Ilhéus Hotel/Pousada

Pretende retornar a esta Cidade/Hotel-Pousada em outra oportunidade?

Observações / Comentários

195

ANEXO V

TABELAS DA PESQUISA – MEIOS DE HOSPEDAGEM

Tabela 1 . Classificação dos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Classificação (*) % Econômico 33,33 Turístico 66,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

(*) Considerados segundo critérios ABIH/EMBRATUR, mesmo que não oficialmente classificados. Tabela 2 . Taxa Média de ocupação verificada nos equipamentos de hospedagem pesquisados .

Taxa de Ocupação Média (%) Baixa Estação 23,75 Alta Estação 76,25 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 3 . Percentual de Tipos de UH’s disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Tipo UH's %

Single 86,73 Conjugado 1,42 Chalés 0,00 Suite Presidencial 2,37

196

Outros 9,48 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 4. Tamanho Médio das UH’s disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Tamanho UH's Média (m2) Single 18,00 Conjugado 18,00 Chalés 26,00 Suite Presidencial 21,00 Outros 18,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 5. Valor médio das diárias cobradas na alta estação, nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Tipo UH's Diária (R$) Single 96,00 Conjugado 66,00 Chalés 0,00 Suíte Presidencial 86,00 Outros 39,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 6. Serviços oferecidos nos equipamentos de hospedagem pesquisados

Serviços % Acessórios p/ banho 25,00 Agência de Turismo 0,00 Ar Condicionado 100,00 Auditório/Sala de Reuniões 50,00 Bar 66,67 Cama King Size 8,33 Câmbio 0,00 Circuito Interno de TV 8,33 Coleta Seletiva do Lixo 8,33 DVD nas UH’s 0,00

197

Escritório Virtual 8,33 Estacionamento/Garagem 83,33 Fone nas UH’s 100,00 Frigobar 100,00 Gerador de Emergência 8,33 Hidromassagem 0,00 Internet em Espaço Público 25,00 Internet nas UH’s 0,00 Lavanderia 8,33 Locadora de Veículos 0,00 Loja de Conveniências 16,67 Mesa de trabalho nas UH’s 58,33 Paisagismo 83,33 Piscina 83,33 Recepcionista Bilíngue 16,67 Reservas via Internet 100,00 Restaurante 66,67 Room Service 24 h 16,67 Sala de Ginástica 0,00 Sala de Leitura 33,33 Salão de Beleza 0,00 Salão de Jogos 16,67 Serviço Médico 0,00 Sistema Gerencial Informatizado 100,00 Som nas UH’s 83,33 TV a Cabo 8,33 TV nas UH’s 100,00 UH's p/ Necessidades Especiais 8,33 Vídeo nas UH’s 8,33 Outros 16,67

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 7. Opções de pagamento disponíveis nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Opções de Pagamento % Cash 100,00 Cheque 100,00 C.Débito 100,00 C.Crédito 100,00 Fatura 100,00

198

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 8. Acessibilidade dos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Acesso % Difícil 0,00 Não pavimentado 8,33 Pavimentado 91,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 9. Meios de transporte disponíveis para acesso aos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Transporte % Público Eventual 0,00 Público Regular 91,67 Próprio 8,33 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 10. Distância do mar, em relação aos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Distância do Mar % Acima 1000 m 0,00 De 500 a 1000 m 8,33 Inferior a 500 m 91,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 11. Atrativos Turísticos, naturais e/ou culturais, encontrados equipamentos de hospedagem pesquisados.

Atrativos Turísticos % Naturais/culturais não 33,33

199

formatados Naturais ou culturais formatados 25,00 Naturais e culturais formatados 41,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 12. Tipo de culinária oferecida nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Cozinha % Popular 0,00 Regional 83,33 Internacional 16,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 13. Existência de vínculos com produtos turísticos locais/regionais, e/ou programas de responsabilidade social/ambiental nos equipamentos de hospedagem pesquisados.

Vínculo c/ Comunidade % Produto Turístico local/Regional 25,00 Programa Responsabilidade social/ambiental 8,33 Nenhum 66,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 14. Principal atrativo da Cidade de Ilhéus, na opinião dos geren- tes/hoteleiros entrevistados.

Ilhéus

Ponto Forte % Beleza Natural 75,00 Praias 25,00 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

200

Tabela 15. Aspectos que carecem de melhorias na Cidade de Ilhéus, na opinião dos gerentes/hoteleiros entrevistados.

Ilhéus

Ponto Fraco % Limpeza Pública 8,70 Segurança Pública 8,70 Atrações Noturnas 8,70 Divulgação Poder Público 26,09 Investimentos/Infraestrutura 30,43 Apoio do Poder Público 17,39 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 16. Principal atrativo dos meios de hospedagem pesquisados, na opinião dos gerentes/hoteleiros.

Hotel/Pousada

Ponto Forte % Localização 66,67 Boa Infraestrutura 20,00 Qualidade dos Serviços 13,33 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 17. Aspectos que carecem de melhorias nos meios de hospedagem pesquisados, na opinião dos gerentes/hoteleiros.

Hotel/Pousada

Ponto Fraco % Falta Sala Reuniões/Auditório 13,33 Modernização Tecnológica 66,67 Divulgação/Marketing 13,33

201

Sauna/Sala de Ginástica 6,67 TOTAL 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa

ANEXO VI

TABELAS DA PESQUISA – TURISTAS (Hóspedes)

Tabela 18. Perfil dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Aspectos Pessoais % Sexo 100,00

Masculino 54,24 Feminino 45,76

Faixa Etária 100,00

15 a 19 3,39 20 a 29 27,12 30 a 39 44,07 40 a 49 11,86 50 a 59 8,47 Acima de 60 5,08

Nível de Escolaridade 100,00 1o grau Incompleto 0,00 1o grau Completo 3,39 2o grau Incompleto 3,39 2o grau Completo 23,73 Superior Incompleto 11,86 Superior Completo 50,85 Especialização 0,00 Mestrado/Doutorado 10,17

Estado Civil 100,00 Solteiro 27,12 Casado 57,63 Divorciado 10,17 Outros 5,08

Nível de Sociabilidade 100,00

Viajando desacompanhado 11,86 Com Acompanhante 37,29 Com a Família 40,68 Com Amigos 10,17 Excursão 0,00

202

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 19. Ocupação principal dos turistas entrevistados nos meios de hospe- dagem pesquisados.

Ocupação / Profissão % Professor 13,56 Estudante 11,86 Funcionário Público 8,47 Empresário 6,78 Administrador 6,78 Médico 5,08 Farmacêutico 5,08 Enfermeiro 5,08 Dona de Casa 5,08 Odontólogo 3,39 Comerciante 3,39 Biólogo 3,39 Assistente Social 3,39 Advogado 3,39 Outros 15,25 Total 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 20. Procedência (Residência) dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Cidades de Origem (%)

Aracaju (SE) 2,44 B. Horizonte (MG) 3,66 Betim (MG) 1,22 Brasília (DF) 14,63 Campinas (SP) 2,44 Campo Grande (MS) 3,66 Colatina (ES) 1,22 Fortaleza(CE) 1,22 Goiânia (GO) 13,41 Itapetinga (BA) 3,66 Jequié (BA) 3,66 Maceió (AL) 1,22 Maringá (PR) 1,22

203

Salvador (BA) 14,63 São Paulo (SP) 18,29 V. Conquista (BA) 6,10 Vitória (ES) 7,32 Total 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003) Tabela 21. Pólos emissores (por região) dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Região e Estados de Origem (%) Norte 0,00

Nordeste 6,78 Alagoas 1.69 Bahia 1,69 Ceará 1,69 Sergipe 1,69

Sudeste 47,46 Espírito Santo 10,86 Minas Gerais 28,81 São Paulo 28,81

Centro-Oeste 44,07 Distrito Federal 20,34 Goiás 18,64 Mato Grosso do Sul 5,08

Sul 1,69 Paraná 1,69 Rio Grande do Sul 0,3 Santa Catarina 0,9

Internacional 0,00 Total 100,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 22. Informações econômico-financeiras dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados (médias).

Variáveis % Permanência na Localidade 4,83 Gasto Aproximado/dia na Localidade (R$) 147,46 Pessoas Incluídas nos Gastos 02 Gasto per capita (R$) 74,00 Renda média dos Entrevistados (R$) 2.180,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 23. Demanda turística para meios de transporte segundo turistas entre- vistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Tipos de Transporte %

204

Automóvel 52,54

Avião 28,81

Ônibus 18,64

Outros 0,00

Total 100.00 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 24. Motivação da Viagem dos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Atrativos %

Atrativos Históricos 9,02 Atrativos Naturais 29,32 Curiosidade 12,03 Eventos 0,75 Indicação de amigos/parentes 12,78 Literatura Jorge Amado 19,55 Manifestações populares 0,75 Negócios 4,51 Preços atraentes 0,00 Propaganda (revistas,jornais, midia em geral) 10,53 Outras 0,75

Total 100,00 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

Tabela 25. Intenção de visita a outras cidades da região, pelos turistas entrevistados nos meios de hospedagem pesquisados.

Cidades %

Pólo Costa do Cacau Canavieiras 23 Itabuna 6 Itacaré 42 Olivença 4 Una 14 Outras

Porto Seguro 8

Nenhuma 3

Total Geral 100 Fonte: Dados da Pesquisa (2003)

205

APÊNDICE A

Página 189: [7] Excluído Rebeca Lília Oliveira de Mattos 22/12/2003 10:13:00

APÊNDICE B

Resultados Econômicos

Balanço de Serviços - Conta Turismo do Brasil - 1980/2000

Anos Receita Despesa Saldo 1980(2) 1.794.363 1.159.909 634.454 1981(2) 1.726.726 1.299.674 425.052 1982(2) 1.607.739 1.506.728 101.011 1983(2) 1.532.647 839.022 693.625 1984(2) 1.511.508 938.631 572.877 1985(2) 1.492.639 1.194.139 298.500 1986(2) 1.527.222 1.464.287 62.935 1987(2) 1.502.393 1.249.309 253.084 1988(2) 1.642.759 1.084.032 558.727 1989(1) 1.224.821 750.863 473.958 1990(1) 1.444.171 1.559.079 (114.908) 1991(1) 1.558.800 1.223.569 335.231 1992(2) 1.307.065 - - 1993(1) 1.091.419 1.892.027 (800.608) 1994(1) 1.924.800 2.930.900 (1.006.100) 1995(3) 2.097.100 3.411.900 (1.314.800) 1996(3) 2.469.146 4.438.000 (1.968.854) 1997(3) 2.594.884 5.446.000 (2.851.116) 1998(3) 3.678.029 5.732.000 (2.053.971) 1999(3) 3.994.144 3.085.000 909.144 2000(3) 4.227.606 3.893.000 334.606

206

Fonte: Embratur / Bacen Notas:(1) - Dados fornecidos:Banco Central do Brasil (2) - Dados estimados através de pesquisas (3) - Banco Central / Embratur

APÊNDICE C

ESTRUTURA POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS DA COSTA DO CACAU

Densidade População Urbana Rural Área

demográfica Municípios

Total Homem Mulher Homem Mulher (km2) ( hab/km2 )

Estado da Bahia 13.070.250 4.227.922 4.544.426 2.234.111 2.063.791 567.295,0 23,0

Canavieiras 35.322 12.912 13.431 5.035 3.944 1.380,5 25,59

Ilhéus 222.127 78.680 83.445 31.765 28.237 1.847,7 120,22

Itacaré 18.120 4.036 3.915 5.578 4.591 732,9 24,72

Santa Luzia 15.503 4.244 4.085 4.003 3.171 788,1 19,67

Una 31.261 7.729 7.545 8.868 7.119 1.163,5 26,87

Uruçuca 20.323 6.917 7.241 3.434 2.731 338,9 59,97

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000

207

Fim da seção protegida

208

Apêndice D

SISTEMA DE TURISMO (SISTUR) DISTRIBUIÇÃO Modelo

Empírico

OFERTA MERCADO DEMANDA

SUPERESTRUTURA : Ordenação Jurídico-Administrativa

Procura de meios de transpoconsumo e equipamentos receptivos. I. VARIÁVEIS ENDÓGENAS

• Área de captação do consumidor (origem da viagem)

• Meios de transporte utilizados na viagem• Tipologia da viagem • Tempo de permanência• Solicitação e tipologia dos equipamentos

solicitados • Atividades de recreação• Motivações, preferências e necessidades

do fluxo • Freqüência da visita • Estrutura de gastos do consumidor II. VARIÁVEIS EXÓGENAS Estratificação socioeconômica do fluxo turístico na área receptora: sexo, renda pessoal, ocupação priinstrução e outros.

I. ORIGINAL E DIFERENCIAL

(Atrativos turísticos) • Naturais • Culturais • Artificiais II. AGREGADA (Serviços) • Transportes • Intermediação de Serviços, Agências de

Viagens e Operadoras Turísticas

Equipamentos receptivos de alojamento hoteleiro, extra-hoteleiro e

complementares de recreação, alimentação e promoção.

I. + II. = produto turístico

INFRA-ESTRUTURA básica de acesso / básica urbana

INFRA-ESTRUTURA : básica de acesso / básica urbana

P R O D U Ç Ã O