Alzheimer1

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Trabalho realizado por: Maria Laura Mendonça Curso EFA NS Núcleo Gerador 4

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Trabalho realizado por: Maria Laura Mendonça

Curso EFA NSNúcleo Gerador 4

A doença de Alzheimer (DA) é uma doença do cérebro (morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com causas e tratamento ainda desconhecidos. Começa por atingir a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando por determinar a completa ausência de autonomia dos doentes.  

Os doentes de Alzheimer tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer os rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, acamados.

É uma doença muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15 anos

http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/doencas/doencas+degenerativas/oqueeadoencadealzheimer.htm

A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. No entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma doença geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária. Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais para filhos.

http://www.minsaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/doencas/doencas+degenerativas/oqueeadoencadealzheimer.htm

Ao princípio observam-se pequenos esquecimentos, perdas de memória, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc.

http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/doencas/doencas+degenerativas/oqueeadoencadealzheimer.htm

Às vezes o doente de Alzheimer descuida a sua dieta. No entanto, deve procurar que não lhe faltem os nutrientes adequados para que não haja uma deterioração maior no seu organismo.

Dos alimentos bons contra o Alzheimer que podem ajudar a melhorar alguns sintomas e atrasar a evolução da doença, podemos citar os seguintes:

Alimentos ricos em vitamina EA vitamina E ajuda a atrasar os diferentes efeitos destrutivos nas células cerebrais. Por isso, muitos especialistas recomendam o consumo de alimentos tais como as amêndoas, avelãs, azeite de oliva, girassol ou de germe de trigo, óleos vegetais, sementes de cereais, alface, espinafre, maçã e morango. Embora existindo a vit. E em menor quantidade também devem ser consumidos o leite, a carne, a manteiga, o fìgado, os ovos e os espinafres.

Esta vitamina tem um grande poder antioxidante, sendo capaz de neutralizar os diferentes efeitos negativos dos radicais livres sobre as células do cérebro.

Neste aspecto, é recomendável aumentar o consumo de frutas tais como a laranja, limão, kiwi, melão ou morangos e o de verduras como o pimentão ou o bróculo.

A falta de ácidos gordos pode desencadear a aparição do Alzheimer, de acordo com alguns estudos. Por isso, deve-se incorporar ácidos gordos omega 6 e omega 3 para melhorar a evolução desta patologia.

O ácido gordo omega 6 está presente em nozes, sementes e óleos vegetais, levando à redução dos níveis de LDL (colesterol ruim) e do colesterol total. Porém, a sua ingestão exagerada pode baixar o níveis de HDL, o colesterol bom para a saúde.

Existem hoje medicamentos capazes de melhorar os défices cognitivos e o desempenho funcional dos pacientes com DA. Através do uso de inibidores do enzima que degrada a acetilcolina, neurotransmissor indispensável ao bom funcionamento cerebral, e cuja produção está diminuída na DA, tem sido possível aumentar a quantidade de neurotransmissor disponível com consequente melhoria clínica.

Exemplos de medicação que pode ser utilizada em doentes de Alzheimer:

Memantina

Galantamina

Apresentação: Embalagem contendo 28 comprimidos. Cada comprimido de EBIX contém 10 mg de cloridrato de Memantina, equivalente a 8,31mg de Memantina (base). Excipientes: lactose, celulose microcristalina, sílica coloidal, talco, estearato de magnésio, copolímero do ácido metacrílico – acrilato de etila (1:1), laurilsulfato de sódio, polissorbato 80, talco, triacetina e emulsão de simeticone.Indicações:É indicada na Doença de Alzheimer moderadamente grave a grave, e em outras demências, caracterizadas por distúrbios leves a moderadamente graves da função cerebral, com os seguintes sintomas principais: distúrbios da concentração e memória, perda de interesse e distúrbios de conduta, fadigabilidade, autonomia reduzida, distúrbios das funções motoras necessárias para efectuar actividades diárias e humor deprimido (síndrome demencial), condições que requerem aumento do cuidado e da vigilância. É indicada também no tratamento da espasticidade cerebral e espinhal, como por exemplo, resultante de disfunção cerebral em crianças, traumatismos cranianos, esclerose múltipla, paraplegia, acidentes vasculares encefálicos, Doença de Parkinson e síndromes Parkinsónicas.A dose diária máxima é de 20 mg por dia. Efeitos secundários:As reacções adversas não frequentes (incidência de 0,1 a 1% e mais frequentes do que com o placebo) foram ansiedade, hipertonia, vómito, cistite e libido aumentada.

Apresentação:Cada comprimido de 4 mg contém 4 mg de galantamina (como hidrobrometo). Cada comprimido de 8 mg contém 8 mg de galantamina (como hidrobrometo). Cada comprimido de 12 mg contém 12 mg de galantamina (como hidrobrometo).

Donepezilo

Rivastigmina

A rivastigmina, princípio activo do medicamento com o nome de Prometax ou Exelon, é um farmaco de toma oral, utilizado no tratamento adjunto de demência.IndicaçõesDemência do tipo Alzheimer leve a moderadaEfeitos ColateraisFadiga ou fraqueza; má digestão; náusea; perda do apetite; vómito.Contra-indicaçõesGravidez; amamentação; hipersensibilidade a carbonatos.

IndicaçõesDonepezilo está indicado para o tratamento sintomático da Demência de Alzheimer ligeira a moderadamente grave. Este medicamento é para utilização apenas em doentes adultos. Em geral, o tratamento é iniciado com um comprimido de 5 mg uma vez por dia, por via oral, comum pouco de água. Deverá tomar o medicamento à noite, ou antes de se deitar.

Efeitos secundários :Diarreia, náuseas, vómitos, cãibras musculares, fadiga e insónias (dificuldades em dormir), perturbações abdominais, sintomas de resfriamento, erupção cutânea, anorexia, alucinações, agitação, comportamento agressivo, desmaios, tonturas, prurido, incontinência urinária, dores de cabeça, dores, acidentes.Durante o tratamento houve ainda doentes que relataram efeitos secundários pouco frequentes,convulsões, batimentos cardíacos lentos, hemorragia e úlceras gástricas e duodenais, aumentosmínimos nas concentrações sé ricas de creatininacinase muscular.Mais raramente foram relatadas perturbações hepáticas incluindo hepatite, sintomasextra piramidais e bloqueio sino auricular e bloqueio aurículo ventricular.

Como é do conhecimento geral, não existe actualmente cura para a doença de Alzheimer. Mas com um tratamento adequado, apoio e alguns medicamentos, os doentes com Alzheimer e os seus familiares podem ter uma vida melhor e contornar, até certo ponto, a

doença. Quem toma conta dos doentes com Alzheimer, lida com grandes responsabilidades e desafios. Emocionalmente pode apresentar

sentimentos de culpa e de cólera, como pode sentir-se orgulhoso do trabalho que está a fazer.

Quem ajuda estes doentes deve tomar atenção aos potenciais perigos diários, como o fogão aceso, a condução descuidada do carro ou o risco do doente se perder.

A prestação de cuidados é uma tarefa difícil para ser feita por uma única pessoa. Por vezes, o principal responsável pelo doente tem necessidade de fazer um intervalo na prestação dos seus serviços. É pois importante que outro dos membros da família ou dos amigos, preencha esse hiato na matéria de cuidados.

Algumas das responsabilidades para quem toma conta destes doentes:

Verificar se o doente se sente bem com a medicação; Prover a sua segurança económica; Ajudar o doente nas tarefas do dia a dia; Ajudar o doente de uma forma personalizada; Providenciar nos aspectos de ajuda emocional.

Cozinha: Fechar à chave os objectos de limpeza;

Esconder as facas e outros utensílios de cozinha;

Retirar do alcance a torradeira, a misturadora e outros pequenos

utensílios eléctricos;

Desligar o micro-ondas e o fogão;

Retirar os botões do forno;

Disfarçar a torneira de segurança do gás;

Verificar os extintores e colocá-los em locais de fácil acesso;

Limpar regularmente o frigorífico.

Casa de banho: Temperar a água do banho;

Instalar barras de segurança, para que a pessoa se possa agarrar;

Aplicar decalques anti-derrapantes na banheira;

Vigiar a utilização dos secadores e máquinas de barbear;

Retirar as fechaduras da casa de banho;

Retirar os medicamentos do armário ou da prateleira da casa

de banho.

Quarto de dormir: Não utilizar cobertores eléctricos;

Vigiar os aquecedores da cama;

Instalar luzes de noite entre o quarto e a casa de banho.

No interior da casa: Disfarçar as fechaduras das portas e instalar puxadores sem

trinco;

Retirar os tapetes soltos ou então fixá-los;

Aplicar decalques coloridos nas janelas mais largas e nas portas

de vidro, porventura existentes;

Retirar as plantas venenosas;

Iluminar os corredores e as escadas;

Retirar os objectos que dificultem a passagem no interior da

casa.

...feito a pensar nas pessoas que se preocupam com um dos grandes problemas de saúde pública do mundo moderno, que é para o Homem uma fonte de grande sofrimento individual, a perda da sua Memória...

Viver com a nossa mãe ou com uma pessoa com Alzheimer não será o mesmo…  

Preparar-se para viver com o doente de Alzheimer e para o ajudar é quase impossível, em cada dia surge um caso diferente, é viver na expectativa de cada dia ser pior que o anterior.

Imagine-se a ter que falar com uma pessoa que nos diz coisas sem nexo, tentar responder-lhe e fazer de conta que percebeu o que nos disse, é doloroso e uma verdadeira frustração viver com um ser habituado a ter uma vida activa e vê-lo a lutar para continuar a fazê-lo. Dá início a tarefas que ficam sempre só no princípio, como ligar o fogão, colocar o recipiente, ainda chegar a pôr o conteúdo mas ficar por aí. De manhã começar a vestir-se sem ainda ter despido o pijama, nem se despe nem dá continuidade ao vestir. Levantou-se várias vezes de noite a vaguear pela casa, nua, sem controle até das suas necessidades fisiológicas. Penso que a pessoa morreu e está só a vegetar. Pode lembrar-se de repente em fazer qualquer coisa, pode mesmo dar-lhe início mas daí para a frente tudo acabou.

A pessoa com esta doença de início sofre, tem breves momentos a noção de que não está bem. Lembro-me que uma ocasião a minha mãe ter tido esta expressão: “ Eu por vezes quero d izer as co i sa s , mas quando começo a fa lar não se i o que d igo .”“ Eu por vezes quero d izer as co i sa s , mas quando começo a fa lar não se i o que d igo .”

De dia para dia vê-se a vida a fugir-lhe, a surpresa dos acontecimentos é tão grande que só mais tarde nos apercebemos que e stamos a v iver sem e stamos a v iver sem v iver e somos nós a entrar no descontrole . v iver e somos nós a entrar no descontrole . Como é possível um ser humano chegar a esta situação de querer levar uma vida normal e não conseguir. Penso que o sofrimento maior é este, ter momentos de consciência de que não está bem. A minha mãe mesmo à muito tempo com Alzheimer tinha momentos conscientes, lembro-me de lhe ter dado à tarde um ramos de flores e de à noite ainda não terem conseguido tirar-lho por ter sido dado pela filha e que o ramo era dela e ninguém lho tirava.

São tantas as tristes recordações de frases e atitudes que tenho dela que jamai s i re i e squecerjamai s i re i e squecer . Lutei 4 anos para ser eu a tratar dela, depois tive que desistir, internei-a num lar. E digo se tiverem que recorrer a isto nunca abandonem a pessoa, vão sempre que puderem visitá-la, eu fi-lo e como recompensa fui muitas vezes compensada com o olhar da pessoa que não me deixou de conhecer.

O que me deu a certeza de que a pessoa sofre durante muito tempo, são as frases como o das flores. Ao ver-me chorar no co lo de la l evantar-me Ao ver-me chorar no co lo de la l evantar-me a cabeça e d i ss e a chorar “não chores , e la é to la” .a cabeça e d i ss e a chorar “não chores , e la é to la” .

A pessoa neste estado lembra-se de tudo que ficou para trás, dos pais, da casa onde viveu, o caminho que seguia para chegar lá, tudo sem nomes. Subir, descer e virar para lá chegar…. Testemunho de:

Orquídea Leite

Quando chega a altura de um doente com Alzheimer, ou outra doença demencial, se mudar para uma casa de saúde, é sempre um momento muito difícil, quer para o doente, quer para a sua família.

Por outro lado, encontrar a casa de saúde certa, que preencha todos os requisitos e as próprias necessidades do doente, constitui um grande desafio e representa um consumo de tempo considerável.