ACESSIBILIDADE NO MEIO URBANO - … · ainda estão distantes da realidade, ... É neste intuito...
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ATENA CURSOS
Maiara Dall Agnol Gradin
Curso de Capacitação em AEE
ACESSIBILIDADE NO MEIO URBANO
Coordenadora Denise de Castro
2015
ABSTRACT
This paper , developed in the Training Course for Educational Service Specialist -
Athena / courses , deals with the accessibility Urban and its main implications in the
life of a patient person with special needs , with the principle investigate how is
treated by the bodies responsible for urban accessibility and how to influence
changes in people's lives , and also understand what are the main changes to be
made in urban areas , studying the different forms that are used to create affordable
spaces , know better access to people with special needs , from study and analysis
articles that addressed the issue.
Keywords : Accessibility - Urban - Laws - Adaptations
Resumo
O presente artigo, desenvolvido no Curso de Capacitação para Atendimento
Educacional Especializado – Atena/Cursos, trata sobre a Acessibilidade Urbana e
suas principais implicações na vida de uma pessoa portadora de necessidades
especiais, tendo como princípio investigar como é tratada pelos órgãos
responsáveis a acessibilidade urbana e como influencia mudanças na vida das
pessoas, e também entender quais são as principais adaptações que devem ser
realizadas no meio urbano, estudar as diferentes formas que são utilizadas para
criar espaços acessíveis, conhecer melhor o acesso aos portadores de
necessidades especiais, a partir do estudo e análise de artigos que abordaram o
assunto.
Palavras Chave: Acessibilidade – Urbano – Leis - Adaptações
1 Introdução
No mundo atual, em que seres humanos desfrutam de altas tecnologias e
acesso ao conhecimento cada vez mais globalizado e rápido algumas regras/leis
mudaram ao longo do tempo trazendo benefícios para as pessoas que necessitam,
assim como toda a comunidade mundial.
Por incrível que pareça, os órgãos responsáveis pela elaboração das leis,
ainda estão distantes da realidade, e as mesmas, continuam sendo criadas para
favorecer ou desfavorecer o cidadão. Já com relação ao órgão responsável pela
sua aplicação, a situação é posta em prática, da forma que der sem muito cuidado
com as possibilidades de serem cumpridas ou não. E em relação aos seres
humanos, para o qual a lei foi criada, o cumprimento com seus deveres é relapso e
desatento, ainda não se compreende como para esta classe da nossa sociedade
há negligência em relação a si e ao outro é tão imatura ou aproveitadora em
relação a situação apresentada.
Enquanto, o ser humano não cumprir com seus deveres e obter os direitos
respeitados, estamos fadados há uma sociedade injusta e cruel, dolorosa e pacífica
sobre seus próprios atos e atitudes.
Fala-se de tantas questões modernas e contemporâneas ligadas a todo
sistema social e que ainda invade a vida das pessoas, que passamos
desapercebidos aos detalhes da minoria, dos problemas e angústias enfrentados
por este grupo social.
Com o advento da Revolução Industrial e das transformações que a
indústria trouxe para o mundo, avançou também as diferenças entre as classes
sociais e com isso a divisão da sociedade com o poder dividido e infundado no
sistema capitalista.
Porém, com tudo isso, os direitos e deveres do homem nasceram com ele
e foram ao longo dos anos se multiplicando e universalizando. Esses dois fatores
trouxeram uma visão maior e um entendimento do processo evolutivo da
sociedade, propiciando ao ser humano ser visto em toda a integridade e evolução,
seja, criança, adolescente, jovem, adulto, idoso, com necessidades especiais entre
outros e desenvolvendo um ser único e especifico com desejos. Segundo
Magalhães (1997 apud SILVEIRA, 2000, p.14)...(p.02) complementando esta fala
essas considerações são possíveis pois a educação transforma as pessoas e as
possibilita conhecer um mundo novo e real.
É neste intuito que os direitos das pessoas com necessidades especiais vai
ser tratado e conhecido pela população e vai recebendo mudanças, alterações,
reflexão e análise do processo evolutivo pelo qual passa em todos os ambientes
que circula. Sabemos que este assunto é pouco difundido ente os meios de
comunicação e até entre as pessoas, porém existe, milhões de indivíduos que
dependem dela para que seus objetivos sejam alcançados.
Entende-se a dificuldade que os órgão públicos tem em adaptar-se a
legislação vigente, devido aos investimentos que os mesmos, devem fazer para
proporcionar um ambiente social mínimo a todos os portadores de necessidade
especial, porém o desinteresse e desinformação em alguns ambientes públicos é
de calamidade e precisa ser reorganizado pelos responsáveis.
Aos poucos pode-se verificar mudanças na educação da sociedade e na
percepção que a mesma desenvolve em relação as pessoas portadoras de
necessidades especiais, envolvendo-se com o ambiente e participando do
processo de aplicação das leis.
Quando o indivíduo se deslocar pelo espaço urbano irá encontrar muitos
obstáculos, que podem ser de aspectos diferentes, físicos ou sociais, conforme
veremos a seguir: Barreiras físicas, segunda a Lei 10.098/00 em seu artigo 2º, diz:
Art. 2º. Para os fins desta Lei, são estabelecidas as seguintes definições:
II – barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas, classificadas em:
a) Barreiras arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público; b) Barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no interior dos edifícios públicos e privados; c) Barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos meios de transporte; d) Barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa; (BRASIL, Lei nº. 10098/00)
Dentro desta classificação vão surgir outras denominações com relação a
acessibilidade em edificações de uso público e privado, as barreiras com relação
ao transporte e ao urbano (as cidades), e para estes problemas existem soluções
simples como as citadas a seguir:
Muitas dessas barreiras podem ser resolvidas através de simples medidas, a seguir destacadas (BAHIA et al., 1998, p.25):
1. Calçadas niveladas e com revestimentos lisos, porém não escorregadios; 2. Rampas nos meios-fios a fim de permitir a travessia de ruas; 3. Mobiliário urbano em altura adequada; 4. Vagas especiais de estacionamento~ 5. Sinais sonoros para a travessia de um portador de deficiência visual; 6. Sinalização do mobiliário ou quaisquer outros possíveis obstáculos a um portador de deficiência visual nas calçadas através de uma diferenciação de piso; 7. Escrita em Braile em placas, avisos em paradas de ônibus e outros legados; 8. Aparelho telefônico dotado de pequeno visor onde se possa ler a mensagem transmitida pela pessoa do outro lado da linha.
As barreiras encontradas por um portador de necessidades especiais por
falta de adaptação e infraestruturas de apoio estão em todos os locais e deve-se
primar pela qualidade e acabamento das soluções que forem adotadas para tais
problemas.
A discriminação, exclusão ou restrição a deficiência ainda está pré-
estabelecida, dentro da doutrina que cada ser acredita e vem pré-definida,
acarretando em uma ilusão sobre quem é o deficiente, o que faz e o que pensa,
geralmente as expressões mais usadas são “coitadinho”, “carrega uma cruz” e
assim por diante, quando na verdade é um cidadão que luta pela própria
identidade, superando os obstáculos e desafios.
Cohen (1998 apud BAHIA et al., 1998, p. 26) traz uma análise sobre o tema, quando expressa que as pessoas portadoras de deficiência não são:
Nem vítimas nem heróis. A despeito das aparências, das dificuldades, dos estereótipos e dos preconceitos, estas pessoas lutam como todos os cidadãos para serem reconhecidos com seres humanos e não como super-heróis, possuem identidade própria e põem em questão a própria noção de normalidade.
Os direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais, são em
primeiro lugar de igualdade a todas as pessoas e só se farão valer se os mesmos
exigirem dos órgãos competentes o seu cumprimento. Muito se tem avançado em
termos da legislação específica para este grupo de pessoas, e a sua aplicabilidade
está na condição e necessidade de cada espaço público.
A acessibilidade urbana é a conquista de um espaço livre de barreiras
físicas que possibilitem o deslocamento e a interação social de forma independente
e em toda sua dimensão.
Quando um PcDF tem contato e consegue inserir-se no espaço social vai
apropriando-se desse acesso e faz relações de pertencimento, criando laços e
enfrentando o mercado de trabalho, estudar e se divertir, ou seja, uma locomoção
segura pela cidade, e ainda estabelecer vínculos de afetividade com as outras
pessoas permitindo uma maior ou menor aproximação em seu espaço social.
Conforme a autora, LIMA, 2013 p. 364 – apud COHEN, 2006, a inclusão das PcDF na sociedade faz parte de um processo de troca entre elas. Dessa maneira, a cidade se ajusta as limitações dessas pessoas com projetos de acessibilidade dos espaços públicos e edificações urbanas e, em contrapartida, elas se adptam ao ambiente urbano das cidades.
Dentre as várias formas de inserção no meio social, a afetividade e os
laços de amizade são muito importantes. A partir desse momento o PcDF
conseguirá desfrutar da acessibilidade que a cidade lhe oferece como: vaga no
estacionamento, rampas, pisos táteis, sinalização, entradas de portas largas,
elevadores, calçadas sem buracos, enfim são muitas as ações que podem ser
realizadas mediante respeito e conhecimento das leis.
Para o PcDF, fazer toda essa inserção na sociedade não [e tarefa fácil e
muitas vezes ela não acontece, e quando acontece tem suas dificuldades, mas,
para os PcDF, o mais gratificante é não depender de outra pessoa, conseguir fazer
tudo sozinho, isso demostra adequação de ambas as partes.
2. Sinalização
De acordo com as normas da ABNT/NBR, existe uma simbologia para
identificar os espaços e sinalizar qual caminho o portador de necessidades
especiais pode optar. Na cartilha de Acessibilidade do estado de Minas Gerais diz:
A sinalização de acessibilidade das edificações, do mobiliário, dos espaços e dos
equipamentos e a indicação da existência de elementos acessíveis ou utilizáveis
por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida devem ser feitas por meio do
Símbolo Internacional de Acesso.
O símbolo Internacional de Acesso deve ser fixado em local visível ao
público, sendo utilizado, principalmente nos seguintes locais, quando acessíveis:
Entradas;
Áreas e vagas reservadas de estacionamento de veículos;
Áreas acessíveis de embarque/desembarque;
Sanitários;
Áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio e saídas de emergência;
Áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;
Equipamentos exclusivos para o uso das pessoas com deficiência.
As pessoas tem necessidades diferentes de locomoção, que variam
conforme a idade, estatura e condição de saúde, etc. Caminhar pela cidade pode
tornar-se uma tarefa difícil devido aos obstáculos encontrados que dificultam o
deslocamento. Por isso deve-se planejar a urbanização em todos os meios
públicos e coletivos, cumprindo as normas técnicas de acessibilidade.
Outro importante recurso utilizado é o piso tátil que pode ser de alerta ou
de direção, ambas com textura e cores diferentes em relação ao piso adjacente
Identificação de banheiros:
Dentre as opções de acessos e circulações de pessoas no meio urbano,
tem várias outras normas que devem ser utilizadas pelos engenheiros e arquitetos
em seus planejamentos, como: vias públicas, passeio, rebaixamento de calçadas,
faixas de pedestres, faixas elevadas, mobiliário urbano – de acesso manual, frontal
e lateral, cabines telefônicas, bancas de jornal, abrigo para parada de ônibus,
semáforo, rampas, escadas, passarelas, corrimãos, guarda-corpos,
estacionamento, etc., são exemplos que deveriam ser colocados em prática em
todas as cidades, de acordo com a necessidade que a mesma apresenta.
Considerações Finais
Enfim, depois de leituras, diálogos e muita reflexão sobre o assunto
abordado neste trabalho, pode-se perceber que tivemos muitos avanços quanto as
leis na teoria, porque na prática muitas coisas estão distantes de serem reais, mas,
todo movimento, mesmo que seja em pequena proporção caminha para discussões
entre os profissionais ou responsáveis. É preciso mais vontade política para colocar
em prática as ações de acessibilidade proporcionando qualidade de vida melhor a
toda a população.
E, você? Está preparado(a) a rever os seus conceitos e atitudes para
contribuir com a valorização da diversidade, eliminando as barreiras da
discriminação e do preconceito e efetivando as questões dos Direitos Humanos.
Conclui-se que não se trata de eliminar barreiras para um grupo específico
de pessoas, mas de incluir as especificidades do universo de pessoas no desenho
urbano e de produtos. Em sentido mais amplo, a acessibilidade é entendida como
equiparação das oportunidades de acesso ao que a vida oferece: estudo, trabalho,
lazer, bem estar social e econômico, enfim, à realização de objetivos que são, na
verdade, direitos universais.
Em síntese, houve evolução na questão dos conceitos, na criação de
mecanismos e políticas, porém, com resultados ainda pouco práticos no dia-a-dia
do cidadão brasileiro.
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GUIA, de acessibilidade Urbana e edificações: fácil acesso para todos /
coordenadora. Flávia P. T. Torres. Belo Horizonte. CREA, MG – 2006.