A Palavra de Deus, Nossa Única Regra - João Calvino.pdf

download A Palavra de Deus, Nossa Única Regra - João Calvino.pdf

of 14

Transcript of A Palavra de Deus, Nossa Única Regra - João Calvino.pdf

  • A PALAVRA DE DEUS,

    NOSSA NICA REGRA JOO CALVINO

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    Traduzido do Ingls

    The Word Our Only Rule

    By John Calvin

    Via: ReformedSermonArchives.com

    Traduo por Camila Almeida

    Reviso e Capa por William Teixeira

    1 Edio: Maro de 2015

    Salvo indicao em contrrio, as citaes bblicas usadas nesta traduo so da verso Almeida

    Corrigida Fiel | ACF Copyright 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil.

    Traduzido e publicado em Portugus pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licena Creative

    Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

    Voc est autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

    desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que tambm no altere o seu contedo

    nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    A Palavra De Deus, Nossa nica Regra Por Joo Calvino

    Todas as coisas so puras para os puros, mas nada puro para os contaminados

    e infiis; antes o seu entendimento e conscincia esto contaminados. Confessam

    que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abominveis, e

    desobedientes, e reprovados para toda a boa obra. (Tito 1:15-16)

    So Paulo mostrou-nos que devemos ser governados pela Palavra de Deus, e considerar

    os mandamentos de homens como vos e tolos; pois, a santidade e a perfeio da vida

    no pertencem a eles. Ele condena alguns de seus mandamentos, como quando eles pro-

    bem certos alimentos, e no permitem que usemos aquela liberdade que Deus concede

    aos fiis. Aqueles que perturbavam a igreja no tempo de So Paulo, por estabelecerem tais

    tradies, usavam os mandamentos da lei como um escudo. Estas eram apenas invenes

    dos homens; porque o templo devia ser abolido pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

    Aqueles na Igreja de Cristo, que sustentam esta superstio, de ter certos alimentos proibi-

    dos, no tm a autoridade de Deus, pois era contra a Sua mente e propsito que o Cristo

    estivesse sujeito a tais cerimnias.

    Para ser breve, So Paulo nos informa neste lugar que nestes dias temos liberdade para

    comer de todos os tipos de alimento, sem exceo. Quanto sade do corpo, disto no se

    fala aqui; mas o assunto aqui expresso que os homens no devem se estabelecer como

    mestres, para fazer leis para ns contrrias Palavra de Deus. Percebendo-o assim, que

    Deus no pe nenhuma diferena entre carnes, permitido ento desfrut-las; e nunca

    investigar o que os homens gostam, ou o que eles pensam ser bom. No obstante, temos

    de usar os benefcios que Deus nos tem concedido, com sobriedade e moderao. Deve-

    mos lembrar que Deus fez os alimentos para ns, no que devemos empanturrar-nos como

    porcos, mas que devemos us-los para o sustento da vida: por isso, nos contentemos com

    esta medida, a qual Deus tem nos mostrado por meio de Sua Palavra.

    Se ns no temos tal estoque de alimentao como gostaramos, suportemos a nossa po-

    breza, pacientemente, e pratiquemos a doutrina de So Paulo; e saibamos to bem suportar

    tanto a pobreza quanto a riqueza. Se o Senhor nos conceder mais do que poderamos ter

    desejado, ainda assim devemos refrear nossos apetites. Por outro lado, se agradar-Lhe

    cortar a nossa poro, e nos alimentar apenas pobremente, devemos nos contentar com

    isso, e rogar-Lhe que nos d pacincia quando no temos o que nossos apetites anseiam.

    Para ser breve, devemos recorrer ao que dito em Romanos 13: Mas revesti-vos do Se-

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    nhor Jesus Cristo, e no tenhais cuidado da carne em suas concupiscncias. Nos conten-

    temos em ter o que precisamos, e aquilo que Deus sabe ser adequado para ns; assim,

    todas as coisas sero puras para ns, se assim formos puros.

    Ainda assim, verdade que apesar de estarmos sempre to imundos, os alimentos que

    Deus fez so bons; mas a questo que temos que considerar o uso deles. Quando So

    Paulo diz tudo puro, ele no quer dizer que eles so assim de si mesmos, mas como rela-

    cionados queles que os recebem; como notamos antes, onde ele diz a Timteo que todas

    as coisas so santificadas a ns pela f e ao de graas. Deus encheu o mundo com tal

    abundncia que podemos nos maravilhar ao ver que cuidado paternal Ele tem por ns, pois,

    para que fim ou propsito so todas as riquezas aqui na terra, seno para mostrar quo

    liberal Ele em relao ao homem!

    Se no sabemos que Ele nosso Pai, e age como um protetor para ns, se no recebemos

    de Sua mo o que Ele nos d, de modo que quando comemos, sejamos convencidos de

    que Deus que nos nutre, Ele no pode ser glorificado como Ele merece; nem podemos

    comer um pedao de po sem cometer sacrilgio; pelo que devemos prestar contas. Para

    que possamos legalmente usufruir destes benefcios, que foram concedidos a ns, deve-

    mos estar resolvidos sobre este ponto (como eu disse antes), que Deus quem nos nutre

    e nos alimenta.

    Esta a pureza aqui falada pelo apstolo; quando diz que todas as coisas so puras, espe-

    cialmente quando temos tal retido em ns, de forma que no desprezamos os benefcios

    concedidos a outros, mas anelamos nosso po de cada dia da mo de Deus, estando con-

    vencidos de que no temos o direito a isso, somente o recebemos como a misericrdia de

    Deus. Agora vejamos de onde vem essa pureza. No vamos encontr-la em ns mesmos,

    pois nos dada pela f. Diz So Pedro, os coraes dos antigos pais foram purificados por

    este meio; a saber, quando Deus lhes deu f (Atos 15).

    verdade que aqui ele considera a salvao eterna; porque ramos totalmente imundos

    at que Deus se revelou a ns, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; que, sendo feito

    nosso Redentor, pagou o preo e o resgate de nossas almas. Mas esta doutrina pode, e

    deve ser aplicada ao que concerne vida presente; pois at que saibamos que, sendo ado-

    tados em Jesus Cristo, somos filhos de Deus e, consequentemente, que a herana deste

    mundo nossa, se tocarmos em um pedao de carne, somos ladres; pois fomos privados

    e banidos de todas as bnos que Deus fez, por causa do pecado de Ado at que obte-

    nhamos a posse delas em nosso Senhor Jesus Cristo.

    Portanto, a f que deve nos purificar. Assim, todos os alimentos sero puros para ns;

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    isto , podemos us-los livremente, sem hesitao. Se os homens impem leis espirituais

    sobre ns, no precisamos observ-las, assegurados de que tal obedincia no pode agra-

    dar a Deus, pois ao faz-lo, estabelecemos governantes para nos regular, tornando-os

    iguais a Deus, que reserva todo o poder para Si mesmo. Assim, o governo da alma deve

    ser mantido so e salvo nas mos de Deus. Portanto, se ns permitirmos tanta superiorida-

    de aos homens a ponto de permitimos que eles embrulhem nossas almas com as suas pr-

    prias faixas, ns mui diminumos e rebaixamos o poder e o imprio que Deus tem sobre

    ns.

    E, assim, a humildade que podemos ter ao obedecer as tradies dos homens seria pior do

    que toda a rebelio no mundo; porque isso est roubando a Deus de Sua honra, e conce-

    dendo, como que um despojo, para os homens mortais. So Paulo fala da superstio de

    alguns dos judeus, que gostariam que os homens ainda observassem as sombras e figuras

    da lei; mas o Esprito Santo pronunciou uma sentena que deve ser observada at o fim do

    mundo: que Deus no nos obrigou, neste dia, a um fardo como foi carregado pelos antigos

    pais; mas ab-rogou a parte que Ele havia ordenado, em relao absteno de alimentos;

    pois era uma lei apena por um perodo.

    Percebendo que Deus tem, assim, nos colocado em liberdade, que temeridade que os

    vermes da terra faam novas leis; como se Deus no fosse sbio o suficiente. Quando ns

    alegamos isso contra os papistas, eles respondem que So Paulo falou dos judeus, e de

    carnes que foram proibidas por lei. Isso verdade, mas vejamos se essa resposta para

    qualquer propsito, ou digna de aceitao. So Paulo no apenas diz que lcito para ns

    usarmos o que era proibido, mas ele fala em termos gerais, dizendo que todas as coisas

    so puras. Assim, vemos que Deus aqui nos deu a liberdade, sobre a utilizao de alimen-

    tos; de forma que Ele no nos manter em sujeio, como eram os antigos pais.

    Portanto, vendo que Deus revogou essa lei, que foi feita por Ele, e no a tem em vigor por

    mais tempo, o que devemos pensar quando vemos homens inventando tradies de si mes-

    mos; e no se contentando com o que Deus tem revelado a eles? Em primeiro lugar, eles

    ainda se esforam para manter a igreja de Cristo sob as restries do Antigo Testamento.

    Mas Deus tem nos governado como homens maduros e prudentes, que no tm necessi-

    dade de instruo apropriada para crianas. Eles estabeleceram dispositivos humanos, e

    dizem que ns devemos mant-los sob pena de pecado mortal; enquanto que Deus no

    ter a Sua prpria lei a ser observada entre ns no dia de hoje, em relao aos tipos e

    sombras, porque isso tudo foi consumado na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

    Ser que, ento, lcito observar o que os homens tm enquadrado em sua prpria sabedo-

    ria? No vemos que esta uma questo que vai diretamente contra Deus? So Paulo pe-

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    se contra esses enganadores: contra os que gostariam de vincular os Cristos abstinncia

    de alimentos que Deus havia ordenado em Sua lei. Se algum diz: apenas uma pequena

    questo de se abster de carne na Sexta-feira, ou na Quaresma, consideraremos se uma

    questo pequena corromper e degradar o servio de Deus! Porque, certamente, aqueles

    que prosseguem a promover e estabelecer a tradio dos homens se posicionam contra

    aquilo Deus determinou em Sua Palavra, e, portanto, cometem sacrilgio.

    Percebendo que Deus deseja ser servido com obedincia, tomemos cuidado de nos man-

    termos dentro daqueles limites que Deus estabeleceu; e no permitamos que os homens

    adicionem qualquer coisa deles mesmos a isso. H algo pior nisso do que tudo isso: pois

    eles imaginam que a absteno de comer alimentos um servio que merece algo de Deus.

    Eles pensam que isso uma grande santidade; e, portanto, o servio de Deus, que deveria

    ser espiritual, banido, por assim dizer, enquanto os homens ocupam-se com ninharias

    tolas. como expressa o ditado comum: eles deixam a ma pelas cascas.

    Devemos ser fiis e firmes em nossa liberdade; devemos seguir a regra que nos dada na

    Palavra de Deus, e no permitir que as nossas almas sejam trazidas coma escravas a no-

    vas leis forjadas por homens. Pois, uma tirania infernal, que reduz a autoridade de Deus

    e mistura a verdade do Evangelho com as figuras da Lei; perverte e corrompe o verdadeiro

    servio de Deus, que deve ser espiritual. Portanto, consideremos quo precioso privilgio

    dar graas a Deus, com tranquilidade de conscincia, com a certeza que a Sua vontade

    e deleite que devamos usufruir de Suas bnos, e para que possamos faz-lo, no nos

    enredemos pelas supersties dos homens, mas nos contentemos com o que est contido

    na pura simplicidade do Evangelho. Ento, como temos demonstrado sobre a primeira parte

    do nosso texto, para os que so puros, todas as coisas sero puras.

    Quando recebemos o Senhor Jesus Cristo, sabemos que seremos purificados de nossa i-

    mundcia e mculas; pela Sua graa somos feitos participantes dos benefcios de Deus, e

    somos tomados por Seus filhos, embora no haja nada, seno vaidade em ns. Mas nada

    puro para os contaminados e infiis. Por isso So Paulo quer dizer que tudo quanto pro-

    cede daqueles que so corrompidos e incrdulos no aceitvel a Deus, mas est cheio

    de contaminao. Enquanto eles so incrdulos, eles so sujos e imundos; e enquanto eles

    tm essa imundcia neles, tudo o que tocam se torna poludo com sua infmia.

    Portanto, todas as regras e leis que eles possam fazer nada sero, seno vaidade, porque

    Deus Se desagrada de tudo o que eles fazem; sim, Ele absolutamente odeia isso. Embora

    os homens possam se atormentar com cerimnias e atos exteriores, ainda assim todas es-

    sas coisas so vs at que eles se tornem retos de corao; pois, nisto inicia-se o real servi-

    o a Deus. Ento, enquanto somos infiis, somos imundos diante de Deus. Essas coisas

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    deveriam ser evidentes para ns; mas a hipocrisia est to enraizada dentro de ns que

    estamos aptos a negligenci-las. Ser prontamente confessado que no podemos a-gradar

    a Deus ao servi-lO at que os nossos coraes livrem-se da impiedade.

    Deus se esforou com o povo antigo sobre a mesma doutrina; como podemos perceber es-

    pecialmente no segundo captulo do profeta Ageu, onde Ele questiona aos sacerdotes: se

    um homem tocar uma coisa sagrada, se ele deve ser santificado ou no, os sacerdotes res-

    ponderam: no. Pelo contrrio, se um homem imundo tocar algo, se isso se tornar impuro

    ou no, os sacerdotes responderam: ser imundo; assim esta nao, diz o Senhor, e as-

    sim so as obras das suas mos. Agora observemos o que est contido nas figuras e som-

    bras da lei. Se um homem imundo houvesse manejado qualquer coisa, isso se tornaria i-

    mundo, e, portanto, deveria ser purificado. Nosso Senhor disse, considere o que sois, por-

    que vs no tendes nada, seno imundcia e sujeira; ainda, no obstante, vs quereis con-

    tentar-Me com os vossos sacrifcios, ofertas e outras coisas semelhantes. Mas Ele diz, en-

    quanto suas mentes estiverem enredadas com concupiscncias mpias, enquanto alguns

    de vs sois impuros e adlteros, blasfemos, e perjuros, enquanto estais cheios de malcia,

    crueldade e maldade, vossas vidas so totalmente desregradas e cheias de toda a imun-

    dcia; no posso tolerar isso, muito embora quo justo possa parecer diante dos homens.

    Vemos, ento, que todos os servios que podem ser realizados, at que sejamos verdadei-

    ramente transformados em nossos coraes, so apenas zombarias; e Deus condena e

    rejeita cada partcula deles. Mas quem cr que essas coisas so assim? Quando os mpios,

    que so apanhados em sua maldade, sentem qualquer remorso de conscincia, eles se

    esforaro de uma maneira ou outra para ajustar-se com engano, atravs da realizao de

    algumas cerimnias: eles pensam que isso suficiente para satisfazer as mentes dos ho-

    mens, acreditando que Deus deve tambm ser satisfeito com os mesmos. Este um costu-

    me que tem prevalecido em todas as eras.

    No apenas neste texto do profeta Ageu que Deus repreende os homens por sua hipo-

    crisia, e por pensar que eles podem obter Seu favor com ninharias, mas esta foi uma luta

    contnua que todos os profetas tiveram com os judeus. Diz-se em Isaas 1:13-15: No con-

    tinueis a trazer ofertas vs; o incenso para mim abominao, e as luas novas, e os sba-

    dos, e a convocao das assembleias; no posso suportar iniquidade, nem mesmo a reu-

    nio solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; j me

    so pesadas; j estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mos,

    escondo de vs os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas oraes, no as ouvirei,

    porque as vossas mos esto cheias de sangue.

    E mais uma vez, dito: E ainda que me ofereais holocaustos, ofertas de alimentos, no

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacficas de vossos animais gordos

    (Ams 5:22). Deus aqui nos mostra que as coisas que Ele mesmo ordenara eram imundas

    e impuras, quando fossem observadas e mal usadas por hipcritas. Portanto, aprendamos

    que quando os homens servem a Deus sua maneira, eles iludem e enganam a si mesmos.

    Diz-se em outro texto, em Isaas: quem requereu isto de vossas mos? [Isaas 1:12]. No

    qual manifestado que, se queremos que Deus aprove as nossas obras, elas devem estar

    de acordo com a Sua Divina Palavra.

    Assim, vemos o que So Paulo indica quando diz que no h nada puro para os que so

    impuros. E por qu? Pois, mesmo o seu entendimento e conscincia esto contaminados.

    Por isso ele mostra (como eu antes observei) que at tais tempos em que aprendemos a

    servir a Deus corretamente, de forma adequada, no faremos nada de bom em absoluto,

    por meio de nossas prprias obras; embora possamos congratular-nos de que elas so de

    grande importncia, e por esses meios embalar-nos para dormir.

    Vejamos quais so as tradies do papado. A finalidade principal delas fazer um acordo

    com Deus, por suas obras de super-rogao, como eles as chamam; isto , as suas obras

    excedentes; que so, quando eles fazem mais do que Deus os ordena. De acordo com su-

    as prprias noes, eles executam seu dever para com Ele e contentam-nO com tal paga-

    mento que advm de suas obras, e por isso prestam a sua conta. Quando eles jejuaram na

    noite de seus santos, quando eles se abstm de comer carne nas sextas-feiras, quando

    eles assistiam missa com devoo, quando eles tomam gua benta, eles pensam que

    Deus no deve exigir mais nada deles e que no h nada errado neles.

    Mas nesse meio tempo, eles no cessam de satisfazerem-se em lascvia, prostituio, falso

    testemunho, blasfmia e etc. Cada um deles entrega-se aos vcios; ainda assim, no obs-

    tante, eles acham que Deus deve considera-Se bem pago, com as obras que Lhe oferece-

    ram; como por exemplo, quando eles tomaram gua benta, adoraram imagens, perambula-

    vam de altar para altar, e outras coisas semelhantes, eles imaginam que efetuaram o paga-

    mento e recompensa suficientes por seus pecados. Mas ouvimos a doutrina do Esprito

    Santo a respeito de como eles so contaminados; que : no h nada puro nem limpo em

    todas as suas obras.

    Mas, colocaremos o caso supondo que todas as abominaes dos romanistas no fossem

    ms em sua prpria natureza; ainda assim, no obstante, de acordo com esta doutrina de

    So Paulo, no pode haver nada alm de impureza neles, pois eles mesmos so pecadores

    e impuros. A santidade desses homens consiste em quinquilharias e bugigangas. Eles se

    esforam para servir a Deus nas coisas que Ele no exige deles, e ao mesmo tempo deixam

    por fazer as coisas que Ele ordenou em Sua Lei.

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    Este foi o caso em todas as pocas, de modo que os homens rejeitaram a Lei de Deus por

    causa de suas prprias tradies. Nosso Senhor Jesus Cristo censurou os fariseus, quando

    Ele diz: Por que transgredis vs, tambm, o mandamento de Deus pela vossa tradio?

    (Mateus 15:3). Assim, foi em tempos antigos, nos dias dos profetas. Isaas exclamou: Por-

    que o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os

    seus lbios me honra, mas o seu corao se afasta para longe de mim e o seu temor para

    comigo consiste s em mandamentos de homens, em que foi instrudo; Portanto eis que

    continuarei a fazer uma obra maravilhosa no meio deste povo, uma obra maravilhosa e um

    assombro; porque a sabedoria dos seus sbios perecer, e o entendimento dos seus

    prudentes se esconder (captulo 29:13-14). Enquanto os homens se ocupam com tradi-

    es, eles ignoram as coisas que Deus ordenou em Sua Palavra.

    Isso que fez com que Isaas clamasse contra os tais ao estabelecerem tradies de ho-

    mens; dizendo-lhes claramente que Deus ameaou cegar o mais sbio deles, porque eles

    se afastaram da pura regra de Sua Palavra para seguir suas prprias invenes tolas. So

    Paulo tambm faz aluso mesma coisa, quando diz que eles no tm temor de Deus

    diante de seus olhos. No enganemos a ns mesmos; pois sabemos que Deus requer que

    os homens vivam retamente, e abstenham-se de toda a violncia, crueldade, malcia e

    engano; de forma que nenhuma dessas coisas deve aparecer em nossa vida. Mas queles

    que no tm temor de Deus diante de seus olhos, evidente que eles so desenfreados, e

    que no h nada, seno impureza em toda a sua vida.

    Se quisermos saber como nossa vida deve ser regulamentada, examinemos o contedo da

    Palavra de Deus; pois no podemos ser santificados pela aparncia exterior e pompa, em-

    bora sejam to altamente estimadas entre os homens. Devemos clamar a Deus com since-

    ridade, e colocar toda a nossa confiana nEle; devemos desistir do orgulho e presuno, e

    recorrer a Ele com verdadeira humildade de esprito para que no sejamos dados a paixes

    carnais. Ns devemos nos esforar para nos manter em reverncia, em sujeio a Deus, e

    fugir da gula, prostituio, excesso, roubo, blasfmia e outros males. Assim, ns vemos o

    que Deus quer que faamos, a fim de ter nossa vida bem regulada.

    Quando os homens querem se justificar por meio de obras exteriores, isto como cobrir

    um monte de sujeira com um pano de linho limpo. Portanto, retiremos a imundcie que est

    escondida em nossos coraes; eu digo, afastemos o mal de ns, e ento o Senhor aceitar

    a nossa vida: assim podemos ver no que consiste o verdadeiro conhecimento de Deus!

    Quando entendemos isso corretamente, isso nos levar a viver em obedincia Sua von-

    tade. Os homens no se tornaram to bestiais, como a no ter nenhuma compreenso de

    que existe um Deus que os criou. Mas esse conhecimento, se eles no submetem s Suas

    exigncias, serve como uma condenao para eles, porque seus olhos esto vendados por

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    Satans; de modo que, embora o Evangelho seja pregado a eles, estes no entendem;

    vemos muitos nos dias de hoje nesta situao. Quantos h no mundo que foram ensinados

    pela doutrina do Evangelho, e ainda continuam em ignorncia brutal!

    Isto ocorre porque Satans tem inclinado tanto as mentes dos homens com afeies mpias

    que, embora a luz brilhe sempre to resplandecente, eles ainda permanecem cegos, e no

    veem nada em absoluto. Aprendamos, ento, que o verdadeiro conhecimento de Deus

    de tal natureza que isto se evidencia, e produz fruto atravs de toda a nossa vida. Portanto,

    para conhecer a Deus, como So Paulo disse aos Corntios, devemos ser transformados

    Sua imagem. Porque, se ns fingimos conhec-lO, e, entretanto, a nossa vida encontra-se

    perdida e mpia, no necessria nenhuma testemunha que nos aponte como mentirosos;

    nossa prpria vida d testemunho suficiente de que somos zombadores e falsificadores, e

    que abusamos do nome de Deus.

    So Paulo disse em outro lugar: se vos conheceis a Jesus Cristo, deveis vos despir do ve-

    lho homem [Efsios 4:22]; como se ele dissesse: no podemos declarar que conhecemos

    a Jesus Cristo, apenas por reconhec-lO em nossa cabea, e por Seu receber-nos como

    Seus membros, o que no pode ser feito at que tenhamos lanado fora o velho homem, e

    nos tornado novas criaturas. O mundo, em todas as pocas, abusou impiamente do nome

    de Deus, como ainda o faz atualmente; portanto, tenhamos uma viso do verdadeiro conhe-

    cimento da Palavra de Deus, do qual So Paulo fala.

    Finalmente, no coloquemos nossas prprias obras na balana, e digamos que elas so

    boas, e para que pensemos bem delas; mas compreendamos que as boas obras so aque-

    las que Deus ordenou em Sua Lei e que tudo o que ns podemos fazer ao lado destas, no

    so nada. Portanto, aprendamos a moldar nossas vidas de acordo com o que Deus orde-

    nou; coloquemos nossa confiana nEle, O invoquemos e Lhe demos graas, suportemos

    pacientemente tudo o que Lhe agrada nos conceder; lidemos retamente com os nossos

    prximos, e vivamos honestamente diante de todos os homens. Estas so as obras que

    Deus requer de nossas mos.

    Se no fssemos to perversos em nossa natureza, no haveria nenhum de ns, seno o

    que pudesse discernir estas coisas; mesmo as crianas teriam habilidade suficiente para

    discerni-las. As obras que Deus no ordenou so apenas tolice e uma abominao; pelo

    que o puro servio a Deus desfigurado. Se ns quisermos saber em que se constituem

    as boas obras de que fala So Paulo, devemos deixar de lado todas as invenes dos ho-

    mens, e simplesmente seguir as instrues contidas na Palavra de Deus; pois no temos

    nenhuma outra regra alm daquela que dada por Ele; que a que Ele aceitar, quando

    prestaremos as nossas contas no ltimo Dia, quando somente Ele ser o Juiz de toda a

    humanidade.

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    Agora, prostremo-nos diante da face de nosso bom Deus, reconhecendo nossas faltas,

    orando para que Ele nos faa perceb-las mais claramente, e para que nos conceda tal

    confiana no nome de nosso Senhor Jesus Cristo, para que venhamos a Ele e tenhamos a

    certeza do perdo de nossos pecados; e que Ele nos far participantes da santa f, pela

    qual toda a nossa imundcia lavada.

    ORE PARA QUE O ESPRITO SANTO use este sermo para trazer muitos

    Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

    Sola Scriptura!

    Sola Gratia!

    Sola Fide!

    Solus Christus!

    Soli Deo Gloria!

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    10 Sermes R. M. MCheyne

    Adorao A. W. Pink

    Agonia de Cristo J. Edwards

    Batismo, O John Gill

    Batismo de Crentes por Imerso, Um Distintivo

    Neotestamentrio e Batista William R. Downing

    Bnos do Pacto C. H. Spurgeon

    Biografia de A. W. Pink, Uma Erroll Hulse

    Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

    Doutrina da Eleio

    Cessacionismo, Provando que os Dons Carismticos

    Cessaram Peter Masters

    Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepo da

    Eleio A. W. Pink

    Como Ser uma Mulher de Deus? Paul Washer

    Como Toda a Doutrina da Predestinao corrompida

    pelos Arminianos J. Owen

    Confisso de F Batista de 1689

    Converso John Gill

    Cristo Tudo Em Todos Jeremiah Burroughs

    Cristo, Totalmente Desejvel John Flavel

    Defesa do Calvinismo, Uma C. H. Spurgeon

    Deus Salva Quem Ele Quer! J. Edwards

    Discipulado no T empo dos Puritanos, O W. Bevins

    Doutrina da Eleio, A A. W. Pink

    Eleio & Vocao R. M. MCheyne

    Eleio Particular C. H. Spurgeon

    Especial Origem da Instituio da Igreja Evanglica, A

    J. Owen

    Evangelismo Moderno A. W. Pink

    Excelncia de Cristo, A J. Edwards

    Gloriosa Predestinao, A C. H. Spurgeon

    Guia Para a Orao Fervorosa, Um A. W. Pink

    Igrejas do Novo Testamento A. W. Pink

    In Memoriam, a Cano dos Suspiros Susannah

    Spurgeon

    Incomparvel Excelncia e Santidade de Deus, A

    Jeremiah Burroughs

    Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvao

    dos Pecadores, A A. W. Pink

    Jesus! C. H. Spurgeon

    Justificao, Propiciao e Declarao C. H. Spurgeon

    Livre Graa, A C. H. Spurgeon

    Marcas de Uma Verdadeira Converso G. Whitefield

    Mito do Livre-Arbtrio, O Walter J. Chantry

    Natureza da Igreja Evanglica, A John Gill

    OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

    Sola Scriptura Sola Fide Sola Gratia Solus Christus Soli Deo Gloria

    Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a

    John Flavel

    Necessrio Vos Nascer de Novo Thomas Boston

    Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A C. H.

    Spurgeon

    Objees Soberania de Deus Respondidas A. W.

    Pink

    Orao Thomas Watson

    Pacto da Graa, O Mike Renihan

    Paixo de Cristo, A Thomas Adams

    Pecadores nas Mos de Um Deus Irado J. Edwards

    Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural

    Thomas Boston

    Plenitude do Mediador, A John Gill

    Poro do mpios, A J. Edwards

    Pregao Chocante Paul Washer

    Prerrogativa Real, A C. H. Spurgeon

    Queda, a Depravao Total do Homem em seu Estado

    Natural..., A, Edio Comemorativa de N 200

    Quem Deve Ser Batizado? C. H. Spurgeon

    Quem So Os Eleitos? C. H. Spurgeon

    Reformao Pessoal & na Orao Secreta R. M.

    M'Cheyne

    Regenerao ou Decisionismo? Paul Washer

    Salvao Pertence Ao Senhor, A C. H. Spurgeon

    Sangue, O C. H. Spurgeon

    Semper Idem Thomas Adams

    Sermes de Pscoa Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

    Owen e Charnock

    Sermes Graciosos (15 Sermes sobre a Graa de

    Deus) C. H. Spurgeon

    Soberania da Deus na Salvao dos Homens, A J.

    Edwards

    Sobre a Nossa Converso a Deus e Como Essa Doutrina

    Totalmente Corrompida Pelos Arminianos J. Owen

    Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

    Propsitos de Cristo na Instituio de Sua Igreja J.

    Owen

    Supremacia e o Poder de Deus, A A. W. Pink

    Teologia Pactual e Dispensacionalismo William R.

    Downing

    Tratado Sobre a Orao, Um John Bunyan

    Tratado Sobre o Amor de Deus, Um Bernardo de

    Claraval

    Um Cordo de Prolas Soltas, Uma Jornada Teolgica

    no Batismo de Crentes Fred Malone

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    2 Corntios 4

    1 Por isso, tendo este ministrio, segundo a misericrdia que nos foi feita, no desfalecemos;

    2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, no andando com astcia nem

    falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos conscincia de todo o homem,

    na presena de Deus, pela manifestao da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho est

    encoberto, para os que se perdem est encoberto. 4 Nos quais o deus deste sculo cegou os

    entendimentos dos incrdulos, para que lhes no resplandea a luz do evangelho da glria

    de Cristo, que a imagem de Deus. 5 Porque no nos pregamos a ns mesmos, mas a Cristo

    Jesus, o Senhor; e ns mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

    que disse que das trevas resplandecesse a luz, quem resplandeceu em nossos coraes,

    para iluminao do conhecimento da glria de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porm,

    este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus, e no de ns. 8 Em tudo somos atribulados, mas no angustiados; perplexos, mas no desanimados.

    9 Perseguidos, mas no desamparados; abatidos, mas no destrudos;

    10 Trazendo sempre

    por toda a parte a mortificao do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

    se manifeste tambm nos nossos corpos; 11

    E assim ns, que vivemos, estamos sempre entregues morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste tambm na

    nossa carne mortal. 12

    De maneira que em ns opera a morte, mas em vs a vida. 13

    E temos portanto o mesmo esprito de f, como est escrito: Cri, por isso falei; ns cremos tambm,

    por isso tambm falamos. 14

    Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitar

    tambm por Jesus, e nos apresentar convosco. 15

    Porque tudo isto por amor de vs, para que a graa, multiplicada por meio de muitos, faa abundar a ao de graas para glria de

    Deus. 16

    Por isso no desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

    interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

    Porque a nossa leve e momentnea tribulao

    produz para ns um peso eterno de glria mui excelente; 18

    No atentando ns nas coisas que se veem, mas nas que se no veem; porque as que se veem so temporais, e as que se

    no veem so eternas.