A grandiosa origem da doutrina da eleição por arthur walkington pink

22

description

A grandiosa origem da doutrina da eleição por arthur walkington pink

Transcript of A grandiosa origem da doutrina da eleição por arthur walkington pink

Page 1: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink
Page 2: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

* O texto deste e-book é capítulo 3 do livro The Doctrine of Election, por A. W. Pink. Editado.

*

Page 3: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

A Grandiosa Origem da Doutrina da Eleição Arthur Walkington Pink

Os decretos de Deus, Seu eterno propósito, os conselhos inescrutáveis de Sua vontade,

são realmente um grande abismo; ainda assim, isso nós sabemos: que do primeiro ao

último eles têm uma relação estabelecida com Cristo, pois Ele é o Alfa e o Ômega, em

todas as operações da Aliança. Spurgeon expressa isto maravilhosamente: “Examine a

fonte celestial, a partir da qual todas as correntes da graça Divina fluem para nós, e você

encontrará Jesus Cristo, o manancial na Aliança de Amor. Se os seus olhos jamais viram

o rolo da aliança, se você será permitido, em um estado futuro, ver todo o plano da reden-

ção, que uma vez que foi traçado nas câmaras da eternidade, você deverá ver a linha de

vermelho-sangue do sacrifício expiatório percorrendo através da margem de cada página,

e você verá que desde o início até o fim o objetivo sempre foi: a glória do Filho de Deus”.

Portanto, parece estranho que muitos que veem que a Eleição é o fundamento da salva-

ção, ainda ignoram a glorioso Cabeça da eleição, em quem os eleitos foram escolhidos e

de quem recebem todas as bênçãos.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as

bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes

da fundação do mundo” (Efésios 1:3-4). Visto que fomos escolhidos em Cristo, é evidente

que fomos escolhidos fora de nós mesmos; e uma vez que fomos escolhidos em Cristo,

segue-se necessariamente que Ele escolheu a nós antes de nós a Ele. Isto está clara-

mente implícito no verso anterior, em que o Pai é expressamente designado “o Deus e Pai

de nosso Senhor Jesus Cristo”. Agora, de acordo com a analogia da Escritura (ou seja,

quando Ele se diz ser o “Deus” de alguém) Deus era o “Deus” de Cristo em primeiro lugar,

porque Ele o escolheu para graça e união. Cristo como homem foi predestinado tão

verdadeiramente como nós fomos, e por isso tem Deus como sendo o Seu Deus por

predestinação e livre graça. Em segundo lugar, porque o Pai fez um pacto com Ele (Isaías

42:6). Deus tornou-se conhecido como “o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó” tendo

em vista o pacto feito com eles, semelhantemente tendo em vista o pacto que fez com

Cristo, Ele tornou-se seu “Deus”. Em terceiro lugar, porque Deus é o autor de toda a bem-

aventurança de Cristo (Salmos 45:2, 7).

“Como também [Deus] nos elegeu nele” significa, então, que na eleição Cristo foi feito o

Cabeça dos eleitos. “Do ventre da eleição Ele, o Cabeça, saiu primeiro [esboçado em

todo parto normal – A.W.P.], e depois nós, os membros” (Thomas Goodwin). Em todas as

coisas Cristo deve ter a “preeminência”, e, portanto, Ele é “o Primogênito” na eleição

Page 4: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

(Romanos 8:29). Na ordem da natureza Cristo foi escolhido em primeiro lugar, mas, no

fim dos tempos fomos eleitos com Ele. Nós não fomos escolhidos por nós mesmos à

parte de Cristo, mas em Cristo, o que denota três coisas: Primeiro, fomos escolhidos em

Cristo como os membros do Seu corpo. Em segundo lugar, fomos escolhidos nEle como o

padrão ao qual devemos conformar-nos. Em terceiro lugar, nós fomos escolhidos nEle

tendo-O como nosso fim último, ou seja, foi para a glória de Cristo, para ser Sua

“plenitude” (Efésios 1:23).

“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma”

(Isaías 42:1), que essa passagem refere-se a ninguém menos do que ao Senhor Jesus

Cristo é inegavelmente claro pela citação do Espírito dela em Mateus 12:15-21. Aqui,

então, está o grande originador da eleição, em sua primeira e mais alta instância eletiva é

falado e aplicado ao Senhor Jesus! Era da vontade dos três eternos eleger e predestinar a

segunda pessoa em estado e existência de criatura, para que, como Deus-homem, “o

primogênito de toda criatura” (Colossenses 1:15), Ele fosse o centro dos decretos Divinos

e o objeto imediato e principal do amor dos três co-essenciais. E, como o Pai tem a vida

em Si mesmo, assim deu também ao Filho – considerado como Deus-homem – ter a vida

em Si mesmo (João 5:26), para ser uma fonte de vida, de graça e de glória, para Sua

amada Esposa, que recebeu a sua existência e o bem-estar a partir da livre graça e amor

eterno de Jeová.

Quando Deus decidiu criar, entre todas as criaturas inumeráveis, tanto angelicais quanto

humanos, que surgiram na mente Divina, para serem trazidos à existência por Ele, Jesus

Cristo homem foi destacado deles, e nomeado para a união com a segunda Pessoa da

Trindade bendita, e foi, portanto, santificado e estabelecido. Este ato original e maior da

eleição foi um da pura soberania e da maravilhosa graça. As hostes celestes foram igno-

radas, e a semente da mulher foi tomada ao invés delas. Fora das inúmeras sementes

que seriam criadas em Adão, a linhagem de Abraão foi escolhida, em seguida, a de

Isaque e de Jacó. Das doze tribos que descenderam de Jacó, a tribo de Judá foi escolhi-

da, Deus não elegeu um anjo para a elevada união com seu Filho, mas “a um eleito do

povo” (Salmos 89:19). O que dirão aqueles que tanto se desagradam da verdade de que

os herdeiros do céu são eleitos, quando eles aprendem que Jesus Cristo é o tema da

eleição eterna!?

“Jeová é a causa primeira e o fim último de todas as coisas. Sua essência e existência

são de e para Si mesmo. Ele é o Senhor, a Essência auto-existente; a fonte da vida, e

bem-aventurança essencial: ‘Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus

sábio, aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum

dos homens viu nem pode ver’ [1 Timóteo 1:17; 6:16]. E ao longo de uma vasta

Page 5: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

eternidade os três Eternos se deleitaram na bem-aventurança sem limites e incompre-

ensível da contemplação daquelas perfeições essenciais que pertencem ao Pai, o Filho e

o Espírito, o eterno Jeová, que é a Sua própria eternidade, e não pode receber qualquer

adição à Sua felicidade essencial ou glória por qualquer uma ou por todas as Suas

criaturas. Ele está exaltado sobre toda a bênção e louvor. Toda a criação diante dEle é

vista por Ele, e ainda menos do que nada e uma vaidade. Se alguns curiosamente

perguntassem a si mesmos, O que Deus estava fazendo antes de ter estendido os céus e

lançado os fundamentos da terra? A resposta é: os três benditos, co-iguais e co-essen-

ciais Pai, Filho e Espírito Santo, tinha mútua comunhão juntamente, e eram essencial-

mente bem-aventurados no que diz respeito à vida eterna e Divina, no mútuo interesse e

propriedade quem eles tinham um ao outro, em mútuo amor e deleite – bem como em

posse de uma glória em comum.

Mas, como é da natureza do bem o ser comunicativo de si mesmo, por isso agradou a

Trindade eterna o propósito de manifestar Seus atos nas criaturas. Os três sempre-

benditos, a quem nada pode ser acrescentado ou diminuído, a nascente e fonte da qual

aquelas benções essenciais brotam das imensas perfeições e da natureza infinita em que

elas existem, do amor mútuo que eles têm uns para com os outros, e da Sua mútua

comunicação, juntamente, o prazer de deleitar-se na companhia e sociedade da criatura.

O Pai eterno predestinou Seu Filho co-essencial em estabelecimento e existência de

criatura, e desde a eternidade Ele apresentou a forma e deu à luz à característica de

Deus-homem. A criação de todas as coisas é atribuída nas Escrituras à soberania divina:

“Tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Apocalipse 4:11).

Nada fora de Deus pode movê-Lo, ou ser um motivo para Ele; Sua vontade é Seu

governo, a Sua glória seu fim último. “Porque dele (como a causa primária), e por meio

dele (como preservador da causa), e para ele (como a causa final), são todas as coisas”

(Romanos 11:36).

Deus, em Sua efetiva criação de tudo, é a finalidade de tudo. “O Senhor fez todas as

coisas para atender aos seus próprios desígnios” (Provérbios 16:4), e a soberania de

Deus surge naturalmente a partir da relação de todas as coisas em relação a Ele mesmo

como o seu Criador, e sua dependência natural e inseparável dEle, no que diz respeito à

sua existência e bem-estar. Ele tinha o ser de todas as coisas na sua própria vontade e

poder, e foi no seu próprio prazer se Ele iria dar-se ou não. “Conhecidas são a Deus,

desde o princípio do mundo, todas as suas obras” (Atos 15:18). Ele compreende e

apreende todas as coisas em Sua infinita compreensão. Como Ele tem uma essência

incompreensível, frente à qual a nossa nada é senão apenas como a gota de um balde,

assim pois Ele tem um conhecimento incompreensível, frente ao qual a nosso é apenas

como um grão de poeira. Seu decreto primário e visão, na criação de céu e terra, anjos e

Page 6: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

homens, sendo a Sua própria glória, e que deu base para isso e foi a base para apoiá-lo,

foi projeto de Jeová exaltar o Seu Filho como Deus-homem, para ser o fundamento e a

pedra angular de toda a criação de Deus. Deus nunca teria agido por meio dos atos da

criatura, se não houvesse a segunda Pessoa condescendido em tomar sobre Si a nossa

natureza para se tornar uma criatura. Embora isso tenha ocorrido após a Queda, no

entanto, o decreto relativo foi existiu antes da queda. Jesus Cristo, o companheiro do

Senhor dos exércitos, foi o primeiro de todos os caminhos de Deus” (S. E. Pierce).

Em nenhum lugar a soberania de Deus brilhará tão conspicuamente como em seus atos

de eleição e reprovação, que são desde a eternidade passada, nos quais nada na criatura

foi a causa disso. O ato de Deus de escolher Seu povo em Cristo se deu antes da funda-

ção do mundo, sem a consideração da Queda, nem ocorreu sobre a previsão e posição

das obras, mas foi totalmente por graça, e tudo para o louvor e glória da mesma. Em nada

mais a soberania de Jeová é tão evidenciada, de fato, o maior exemplo desta foi predes-

tinar a segunda Pessoa da Trindade para ser o Deus-homem. Que este esteve sob o

decreto de Deus é claro, uma vez mais, a partir das palavras do apóstolo: “O qual, na

verdade, [diz ele ao falar de Cristo], foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo” (1

Pedro 1:20). E de quem é dito como sendo posto “em Sião a pedra principal da esquina,

eleita e preciosa” (1 Pedro 2:6). Este grande originador da eleição, tão pouco conhecido

hoje, é de tal importância transcendente que nós nos estenderemos sobre ele um pouco

mais, para apontar algumas das razões por que aprouve a Deus predestinar o homem

Cristo Jesus para união pessoal com Seu Filho.

Cristo foi predestinado para fins mais elevados do que a salvação de Seu povo contra os

efeitos de sua Queda em Adão. Primeiro, Ele foi escolhido por Deus para deleitar-se,

muito mais e infinitamente acima de todas as outras criaturas. Sendo unido com a segun-

da pessoa, o homem Cristo Jesus foi exaltado a uma união mais estreita e comunhão

com Deus. O Senhor dos Exércitos fala de Deus como “o homem que é o meu compa-

nheiro” (Zacarias 13:7), “meu eleito, em quem se apraz a minha alma” (Isaías 42:1). Em

segundo lugar, Cristo foi escolhido para que Deus possa contemplar a imagem dEle

mesmo e de todos as Suas perfeições em uma criatura, de modo que Suas excelências

são vistas em Cristo como em nenhum outro: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e

a expressa imagem da sua pessoa” (Hebreus 1:3), isto é dito a respeito da pessoa de

Cristo como Deus-homem. Em terceiro lugar, pela união do homem Cristo Jesus com o

Filho eterno de Deus, toda a plenitude da Divindade habitando corporalmente nEle, Ele é

“a imagem do Deus invisível” (Colossenses 1:15, 19).

Jesus Cristo Homem, então, foi escolhido para uma maior união e comunhão com o

próprio Deus. NEle o amor e a graça do Senhor resplandecem em Sua glória superlativa.

Page 7: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

O Filho de Deus deu subsistência e personalidade à Sua natureza humana, para que o

Filho de Deus e Sua natureza humana não fossem apenas uma carne como homem e

mulher (que é a união mais íntima conosco), nem um espírito só (como é o caso entre

Cristo e a Igreja: 1 Coríntios 6:17), e assim, esta natureza de criatura é favorecida com

uma comunhão em sociedade com a Santíssima Trindade, e, portanto, a Ele Deus se

comunica sem medida (João 3:34). Descendo agora a um plano inferior, o homem Cristo

Jesus também foi escolhido para ser um Cabeça de uma semente de eleitos, que foram

escolhidos nEle [...] e abençoados nEle com todas as bênçãos espirituais.

Se Deus ama, Ele deve ter um objeto de Seu amor, e tal objeto deve ter uma existência

diante dEle para que Ele possa exercer o Seu amor, pois Ele não pode amar uma não-

entidade. Deve, portanto, ser que o Deus-homem, e os eleitos nEle existiam na mente

Divina, como objetos do amor eterno de Deus, antes de todos os tempos. Em Cristo, a

Igreja foi escolhida desde a eternidade, este o Cabeça, a outra Seu corpo; esse é o noivo,

e a outra Sua noiva, aquela que está sendo escolhida e designada para o outro. Eles

foram escolhidos em conjunto, mas Cristo veio em primeiro lugar na ordem dos decretos

Divinos. Como, então, Cristo e a Igreja já existiam na vontade, pensamentos e propósitos

do Pai desde o princípio, Ele podia amá-los e se alegrar-se neles. Como o Deus-homem

declara: “Tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a

mim... porque tu me amaste antes da fundação do mundo” (João 17:23-24).

O Filho de Deus é, antes de todos os tempos, predestinado para ser Deus-homem, Ele foi

secretamente ungido ou estabelecido como tal, e Sua natureza humana teve uma subsis-

tência pactual diante de Deus. Em consequência disso, Ele era o Filho do homem no céu

antes de Ele se tornasse o Filho do homem sobre a terra; Ele era o Filho do homem

secretamente diante de Deus antes que Ele se tornasse o Filho do homem abertamente e

manifestamente neste mundo. É por isso que o salmista exclama: “Seja a tua mão sobre o

homem da tua destra, sobre o filho do homem, que fortificaste para ti” (80:17); e, portanto,

o próprio Cristo declara: “Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde

primeiro estava?” (João 6:62). “Deus, pela infinita bondade de Seu amor, ordenou a Cristo

para se tornar uma criatura, e se comunicar com as Suas criaturas, ordenando em Seu

eterno conselho que a pessoa da Divindade se unisse à nossa natureza e para uma de

Suas criaturas em particular, a ponto de que que na pessoa do Mediador a verdadeira

escada da salvação pode ser estabelecida, no qual Deus possa descer para as Suas

criaturas e Suas criaturas subirem a Ele” (Sr. Francis Bacon).

“Cristo foi eleito no princípio como Cabeça e Mediador, e como a pedra angular que

suportaria todo o edifício; pois o ato da eleição do Pai em Cristo supõe que Ele foi

primeiramente escolhido para este trabalho de mediação e de ser o Cabeça da parte

Page 8: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

eleita do mundo. Após esta eleição de Cristo, outros foram predestinados “para serem

conformes à Sua imagem” (Romanos 8:29), isto é, a Cristo como Mediador, possuindo

uma natureza humana; não de Cristo sendo considerado apenas como Deus. Esta

conformidade sendo especialmente o propósito da eleição, Cristo era segundo o desígnio

do Pai o primeiro exemplar e padrão dos eleitos. Um pé do compasso da graça estava em

Cristo como o centro, enquanto o outro andou sobre a circunferência, apontando um aqui

e outro ali, para desenhar uma linha, por assim dizer, entre cada um desses pontos e

Cristo. O Pai, então, sendo a causa primeira da eleição de alguns dentre a massa da hu-

manidade, foi a causa primeira da eleição de Cristo, ao trazê-los à fruição daquilo a que

eles foram eleitos. É provável que Deus, na fundação de um reino eterno, deve consultar

sobre os membros antes que ordena um Cabeça? Cristo foi registrado no topo do livro da

eleição, e os seus membros, após Ele. E portanto este livro se chama: “o livro da vida do

Cordeiro” [Apocalipse 13:8; 21:27]” (Stephen Charnock).

Essa passagem da Escritura que introduz mais plenamente o que estamos aqui contem-

plando é Provérbios 8, e é para ela que vamos agora olhar. Há muitas passagens neste

livro em que a “sabedoria” de que fala significa muito mais do que uma excelência moral,

e algo ainda mais bendito do que a personificação de um dos atributos divinos. Em não

poucas passagens (1:20-21, por exemplo), a referência é a Cristo, um dos títulos usados

é “sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1:24). É, como tal, Ele deve ser considerado aqui no

capítulo 8. Que é uma pessoa que está ali referida, é claro a partir do versículo 17, e que

é uma pessoa Divina aparece a partir do versículo 15; contudo não é uma pessoa Divina

considerada abstratamente, mas como o Deus-homem. Isso é evidente a partir do que é

afirmado sobre Ele.

“O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas

obras” (v. 22). Aqui quem fala é o próprio Cristo, o único Mediador entre o Criador e Suas

criaturas. As palavras “O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos” tendem a

esconder o que está ali sendo afirmado. Não há prefixo no original hebraico, nada há para

justificar a interposição “no”, enquanto a palavra traduzida como “princípio” significa o pri-

meiro ou o principal. Assim, deve ser traduzida como “o Senhor me possuiu: o início (ou

Principal) de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras”. Cristo era o primo-

gênito de todos os pensamentos e projetos de Deus, deleitando-Se em e por Ele muito

antes do universo ter sido trazido à existência.

“Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra” (v. 23).

“Nosso Redentor saiu do ventre de um decreto desde a eternidade, antes que houvesse

saído do ventre da virgem no tempo; Ele estava escondido na vontade de Deus antes que

Ele se manifestasse na carne de um Redentor; Ele era um Cordeiro imolado no decreto

Page 9: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

antes que Ele fosse morto na cruz; Deus o possui no princípio, ou no início de seu cami-

nho, o Arquiteto de Suas obras, e estabelecido desde a eternidade para ter Seus deleites

entre os filhos dos homens” (Provérbios 8:22, 23, 31), (Stephen Charnock).

“Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas

de águas. Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu fui

gerada” (vv. 24, 25). Cristo está aqui se referindo ao seu ser “gerado” na mente de Deus,

predestinado à existência da criatura antes que o mundo fosse feito. A primeira de todas

das intenções de Deus relacionou-se à união do homem Cristo Jesus a Seu Filho. O

Mediador se tornou a base de todos os conselhos divinos (veja Efésios 3:11 e 1:9-10).

Como o Trino Jeová O “possuía” como um tesouro em que foram colocados todos os

Seus desígnios. Ele foi, então, “criado” ou “ungido” (v. 23) em Seu caráter oficial como

Mediador e Cabeça da Igreja. Como o Deus-homem Ele teve uma influência eficaz e foi o

executor de todas as obras e vontade de Deus.

“Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, alegrando-

me perante ele em todo o tempo” (v. 30). Aqui não é a complacência do Pai no Filho que

é considerada absolutamente como a segunda Pessoa, mas Sua satisfação e alegria no

Mediador, à medida como Ele O via pelas lentes de Seus decretos. Foi como encarnado

que o Pai disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17), e foi

como pré-ordenado Deus-homem, que tinha uma real subsistência diante da mente

divina, que Ele era as delícias de Jeová, antes que o mundo existisse. Em Seus pensa-

mentos eternos e previsões, o homem que foi Seu companheiro, tornando-se o Objeto de

amor e complacência inefável de Deus. Isso foi muito mais do que Jeová simplesmente

propondo que o Filho deveria encarnar-se; Seu decreto deu a Cristo uma verdadeira sub-

sistência diante dEle, e como tal uma a satisfação infinita foi conferida ao Seu coração.

Tão pouco compreendido é este aspecto abençoado de nosso assunto, e tão importante

que mais algumas observações adicionais sobre isso parecem necessárias. Que Cristo é

o primogênito ou cabeça de eleição da graça foi prefigurado no início das obras de Deus,

na verdade, a criação deste mundo e a formação do primeiro homem foram com o

propósito de fazer Cristo conhecido. Como nos é dito em Romanos 5:14: “o qual é a figura

daquele que havia de vir”. Em Sua criação, formação e constituição como o cabeça

federal da nossa raça, Adão era um tipo notável de Cristo como Eleito de Deus. Ao

ampliar esta afirmação, será necessário seguir sobre o mesmo fundamento que nós

percorremos em União Espiritual e Comunhão, mas nós confiamos que o leitor suportará

que nós repitamos aqui uma certa quantidade de coisas.

Há uma certa classe de pessoas – aquelas que desprezam toda a doutrina e,

Page 10: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

particularmente, as que não gostam da doutrina da soberania absoluta de Deus – que

muitas vezes nos exortam a “pregar a Cristo”, mas temos observado que eles nunca

pregam a Cristo no Seu maior caráter oficial, como o Cabeça da Aliança do povo de

Deus, que eles nunca dizem uma palavra sobre Ele como o Eleito de Deus “em quem se

apraz a minha alma”! [Isaías 42:1]. A Pregação Cristo é uma tarefa muito mais abrangente

do que muitos supõem, nem pode ser feita de forma correta por qualquer homem, até que

ele comece pelo princípio e mostre que o homem Jesus Cristo foi eternamente

predestinado para a união com a segunda pessoa da Trindade. “Exaltei a um eleito do

povo” (Salmos 89:19), esta exaltação começou com a elevação da humanidade de Cristo

para a união pessoal com o Verbo eterno – honra única!

As próprias palavras “escolhidos em Cristo” implica necessariamente que Ele foi escolhido

em primeiro lugar, tornando-se o fundamento em que os outros foram escolhidos. Quando

Deus escolheu Cristo não era como uma pessoa única ou particular, mas como uma

pessoa pública, como Cabeça do Seu corpo, sendo escolhido nEle como os seus

membros. Assim, na medida em que foi então dado a subsistência representante diante

de Deus, Deus poderia fazer um Pacto com Cristo em nosso favor. Que Ele assim entrou

em um acordo eterno com Cristo na qualidade de Cabeça da eleição da Graça, é

claramente demostrado: “Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo

Davi” (Salmo 89:3), esta aliança foi esboçada no tempo com aquele que era tipicamente

“o homem segundo o seu coração”, pois Davi era na verdade uma sombra de Cristo,

quando Deus fez um pacto com ele; como José foi quando ele forneceu comida aos seus

irmãos necessitados, ou como Moisés foi quando ele conduziu os Hebreus para fora da

casa da servidão.

Que aqueles, então, que desejam pregar a Cristo, cuidem para dar-Lhe a preeminência

em todas as coisas, e a eleição não é exceção! Deixe-os aprender a dar a Jesus de

Nazaré Sua plena honra, pois a honra que o próprio Pai deu a Ele é uma honra super-

lativa, a saber, que Cristo é o canal através do qual toda a graça e glória que temos, ou

teremos, flui para nós, e foi estabelecido como tal desde o início. Como Romanos 8:29

ensina tão claramente, foi em relação à eleição que Deus designou Seu próprio Filho

amado para ser “o primogênito entre muitos irmãos”. Cristo sendo apontado como a obra-

prima da sabedoria Divina, o grande protótipo, e nós ordenados a sermos muitas peque-

nas cópias segundo o Seu Modelo. Cristo é o primeiro e último de todos os pensamentos,

conselhos e caminhos de Deus.

O universo nada é senão o teatro e este mundo o palco principal em que o Senhor Deus

considera adequado executar alguns de Seus projetos mais profundos. Sua criação de

Adão foi uma sombra para apontar para um melhor Adão, que teria uma liderança

Page 11: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

universal sobre todas as criaturas de Deus, e cujas glórias estavam a brilhar visivelmente

em e através de todas as partes da criação. Quando o mundo foi criado e decorado, o

homem foi trazido à existência. Mas, antes de sua formação lemos sobre aquela célebre

consulta dos três eternos: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem” (Gênesis

1:26). Isto diz respeito a Cristo, o Deus-homem, que era desde toda a eternidade o objeto

e sujeito de todos os conselhos da Trindade. Adão, foi criado e feito segundo a Imagem

de Deus, que consistia em verdadeira justiça e santidade, foi um tipo, pois Cristo é por

excelência “a imagem do Deus invisível” (Colossenses 1:15).

A formação do corpo de Adão, pela mão imediata de Deus, do pó da terra, era uma figura

ou sombra do pressuposto da natureza humana por meio do Filho de Deus, cuja

humanidade se formou imediatamente pelo Espírito Santo, assim como o corpo de Adão

foi produzido a partir da terra virgem, semelhantemente a natureza humana de Cristo foi

produzido desde o ventre da virgem. Mais uma vez, esta união da alma e do corpo em

Adão era uma maneira de expressar o mais profundo e maior de todos os mistérios, a

união hipostática de nossa natureza na pessoa de Cristo, como é justamente expresso no

que é comumente chamado de Credo de Atanásio: “como a alma racional e a carne são

um só homem, assim Deus e homem são um só Cristo”. Mais uma vez; como a pessoa de

Adão compreendeu as perfeições de todas as criaturas, e foi adaptado para desfrutar de

todos os confortos e prazeres que eles podiam lhe conceder e transmitir, deste modo a

glória da humanidade de Cristo supera todas as criaturas, até mesmo os próprios anjos.

Quanto mais atentamente consideramos a pessoa e a posição do primeiro Adão, melhor

podemos discernir quão total e apropriadamente ele era uma figura do último Adão.

Como Adão, foi posto no paraíso, tendo todas as criaturas da terra trazidas diante dele e

foi constituído como dominador sobre todos elas (Gênesis 1:28), sendo assim coroado de

glória e honra mundana, por isso também ele antecipou com precisão Cristo, que tem

império universal e domínio sobre todos os mundos, seres e coisas, como pode ser visto

no Salmo 8, que é aplicado ao Salvador em Hebreus 2:9, onde a soberania sobre todas

as criaturas é atribuída a Ele; a terra, o céu, o sol, a lua e as estrelas O magnificam. Pois,

ainda que Ele tenha sido por pouco tempo descido abaixo dos anjos em Sua humilhação,

contudo agora em Sua exaltação, Ele é coroado Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Além disso, embora o Deus-homem, o “companheiro do Senhor dos Exércitos”, tenha

passado por um período de degradação antes de Sua exaltação, não obstante Sua

glorificação foi conhecida ainda antes que o mundo começasse: “E eu vos destino o reino,

como meu Pai mo destinou” (Lucas 22:29); “Ele é o que por Deus foi constituído juiz dos

vivos e dos mortos” (Atos 10:42).

Page 12: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Que Cristo tinha tanto a precedência quanto à presidência na eleição também foi prefigu-

rado neste tipo de parente-primitivo, pois lemos: “E Adão pôs os nomes a todo o gado, e

às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava

ajudadora idônea” (Gênesis 2:20). Observe ainda a precisão perfeita do tipo: quando

Deus criou Adão, Ele criou Eva nele (e em abençoar Adão – Gênesis 1:28 – Ele abençoou

toda a humanidade nele); do mesmo modo, quando Deus elegeu a Cristo, o Seu povo foi

eleito nEle (Efésios 1:4), e, portanto, eles tiveram uma existência virtual e subsistência

nEle desde toda a eternidade, e, consequentemente, Ele foi denominado “Pai da Eterni-

dade” (Isaías 9:6. Cf. Hebreus 2:13); e, consequentemente, ao abençoar a Cristo, Deus

abençoou todos os eleitos nEle e com Ele (Efésios 1:3; 2:5).

Embora Adão tenha saído “muito bom” das mãos de seu Criador, e tenha recebido o

domínio sobre todas as criaturas da terra, ainda lemos: “mas para o homem não se

achava ajudadora idônea”. Por isso, Deus proveu uma parceira idônea para ele, que

sendo retirada de sua costela foi, então, “formada” (Gênesis 2:22), e em seguida trazida a

ele, e se agradou nela. Da mesma forma, apesar de Cristo ter existido no início dos cami-

nhos de Deus, criado desde a eternidade, deleitando-Se pelo Pai (Provérbios 8:22-23,

30), contudo Deus não achou que fosse bom que para Ele estar sozinho, e Ele, portanto,

decretou uma esposa para Ele, que devia compartilhar de Suas graças comunicáveis,

honras, riquezas e glórias; um cônjuge que, em devido tempo, fosse o fruto de Seu lado

traspassado, e fosse trazido a Ele pelas operações graciosas do Espírito Santo.

Quando Eva foi formada pelo Senhor Deus e trazida a Adão, de modo a realizar uma

união matrimonial, foi prefigurado o maior mistério da graça, a saber, Deus Pai apresen-

tando os Seus eleitos e dando-lhes a Cristo: “eram teus, e tu mos deste” (João 17:6).

Prevendo-os pelas lentes dos decretos Divinos, o Mediador amou e contentou-Se com

eles (Provérbios 8:31), prometeu a eles para Si mesmo, tendo a Igreja assim como que

sido apresentada por Deus a Ele, em um ato de acordo de casamento e contrato pactual

como o dom do Pai. Como Adão confessou a relação entre Eva e ele mesmo, dizendo:

“Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne” (Gênesis 2:23), semelha-

ntemente, Cristo tornou-Se um marido eterno para a Igreja. E, assim como Adão e Eva

estavam unidos antes da Queda, assim Cristo e a Igreja eram um na mente de Deus

antes de qualquer ocorrência de pecado.

Se, então, devemos “pregar Cristo” em Seu ofício mais glorioso, deve ser claramente

demonstrar que Ele não foi ordenado no propósito eterno de Deus para a Igreja, mas a

Igreja é que foi ordenada para Ele. Observe como o Espírito Santo tem enfatizado este

ponto particular do tipo. “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e

glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da

Page 13: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da

mulher, mas a mulher por causa do homem” (1 Coríntios 11:7-9). No entanto, como Adão

não estava completo sem Eva, do mesmo modo, Cristo também não estava sem a Igreja:

ela é sua “plenitude” ou “complemento” (Efésios 1:23), sim, ela é sua coroa de glória e

diadema real (Isaías 62:3). A Igreja pode ser considerada necessária para Cristo como

um vaso vazio para que Ele a possa encher com graça e glória. Todas o Seu prazer está

nela, e Ele será glorificado nela e por ela por toda a eternidade, colocando a Sua glória

sobre ela (João 17:22). “Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro... que de

Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus” (Apocalipse 21:9-11)

Em seu caráter de “Eleito” o Cristo de Deus foi prefigurado por outros que não Adão. Na

verdade, é impressionante ver que quantidade de pessoas que eram tipos importantes de

Cristo e foram feitos sujeitos de uma eleição real de Deus, pelo qual eles foram desig-

nados para algum cargo especial. Quanto a Moisés, lemos: “Por isso disse que os destrui-

ria, não houvesse Moisés, seu escolhido, ficado perante ele na brecha, para desviar a sua

indignação, a fim de não os destruir” (Salmos 106:23). De Arão é dito, “E ninguém toma

para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão” (Hebreus 5:4). Dos

sacerdotes de Israel está registrado: “Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi;

pois o Senhor teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do

Senhor” (Deuteronômio 21:5). Quanto Davi e a tribo de onde ele veio, está escrito: “Além

disto, recusou o tabernáculo de José, e não elegeu a tribo de Efraim. Antes elegeu a tribo

de Judá; o monte Sião, que ele amava... Também elegeu a Davi seu servo, e o tirou dos

apriscos das ovelhas” (Salmos 78:67-68, 70). Cada um desses casos esboça a grande

verdade de que o homem Cristo Jesus foi escolhido por Deus para um mais alto grau de

glória e bem-aventurança do que que todas as Suas criaturas.

“E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas

só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Apocalipse 21:27). Esta expressão

“O Livro da Vida” é, sem dúvida, figurativa, pois o Espírito Santo se deleita em representar

as coisas espirituais, celestiais e eternas, bem como a bênção e benefícios destas, sob

uma variedade de imagens e metáforas, para que nossas mentes possam mais facilmente

compreender e nossos corações sintam a realidade delas, e assim, nos tornamos mais

capaz de recebê-las. Ainda assim, isto nós sabemos: a similaridade assim empregada

para representa-las à nossa visão espiritual são apenas sombras, mas o que é represen-

tado por elas tem existência real e substancial.

O sol no firmamento é um emblema instituído na natureza de Cristo – de que Ele é para o

mundo espiritual, o que o sol é para o mundo natural, entretanto o sol é apenas a sombra,

mas Cristo é a substância real, portanto, ele é denominado “o Sol da justiça”. Assim,

Page 14: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

quando Cristo é comparado à luz, Ele é a “verdadeira luz” (João 1:9), quando comparado

a uma videira, Ele é a “videira verdadeira” (João 15:1), quando comparado ao pão, Ele é

“o verdadeiro pão”, o pão da vida, aquele Pão de Deus que desceu do céu (João 6). Deixe

este princípio, então, ser devidamente mantido em mente por nós quando nos deparamos

com muitas metáforas que são aplicadas ao Redentor nas Escrituras. Então, aqui em

Apocalipse 21:27, admitindo que “Livro da Vida” é uma expressão figurativa, estamos

longe de garantir que não há no céu o que é figurado por ele, ou melhor, a própria

realidade em si.

Esta expressão “o Livro da vida” tem suas raízes em Isaías 4:3, onde Deus se refere ao

Seu remanescente escolhido como “todo aquele que estiver inscrito entre os viventes em

Jerusalém”, e é isso que explica o significado de todas as outras referências que fazem

ao mesmo. O ato eterno da eleição de Deus é descrito como o escrever dos nomes de

seus escolhidos no Livro da Vida, e as seguintes coisas são sugeridas por esta figura: Em

primeiro lugar, o conhecimento exato que Deus tem de todos os eleitos, Sua lembrança

especial deles, Seu amor e prazer neles. Em segundo lugar, que a Sua eleição eterna

trata cada pessoa em particular, cujos nomes são, definitivamente, inscritos por Ele. Em

terceiro lugar, para mostrar que eles estão absolutamente seguros, pois Deus escreveu

seus nomes no Livro da Vida, e eles nunca serão apagados (Apocalipse 3:5). Quando os

setenta voltaram de sua viagem missionária, eufóricos, porque os próprios demônios

estavam sujeitos a eles, Cristo disse: “alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes

escritos nos céus” (Lucas 10:20 e cf. Filipenses 4:3; Hebreus 12:23), o que mostra que a

eleição de Deus para a vida eterna é de pessoas particulares – pelo nome – e, portanto, é

segura e imutável.

Vamos agora particularmente observar que este registro da eleição é designado “Livro da

Vida do Cordeiro”, e isso por pelo menos duas razões. Primeiro, porque o nome do

Cordeiro o encabeça, sendo Ele o primeiro a ser escrito nele, pois Ele deve ter a

preeminência; após o qual segue a inscrição dos nomes particulares de todo o Seu povo.

Observe como o Seu nome é o primeiro registrado no Novo Testamento: Mateus 1:1! Em

segundo lugar, porque Cristo, é a raiz e Seus eleitos são os ramos, para que eles

recebam a sua vida dEle como eles são nEle e sustentados por Ele. Está escrito “Quando

Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele

em glória” (Colossenses 3:4). Cristo é a nossa vida, porque Ele é o próprio “Príncipe da

vida” (Atos 3:15). Assim, o registro Divino da eleição em que estão inscritos os nomes de

todos os membros de Cristo, é apropriadamente chamado de “Livro da Vida do Cordeiro”,

pois são totalmente dependentes dEle para a vida.

Entretanto é em conexão com a primeira razão que nós gostaríamos de fazer mais uma

Page 15: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

observação. Isso é chamado Livro da Vida do Cordeiro, porque Ele é o primeiro nome

escrito no mesmo. Esta não é uma afirmação arbitrária da nossa parte, mas algo que é

claramente justificado pela Bíblia: “Eis aqui venho (no rolo do livro está escrito de mim)”

(Hebreus 10:7 - KJV). O orador aqui é o Senhor Jesus e, como é tão frequentemente o

caso (tal é a plenitude de Suas palavras), há uma dupla referência aqui: primeiro aos

arquivos eternos dos conselhos de Deus, o livro dos Seus decretos; em segundo lugar, às

Escrituras Sagradas, que são uma transcrição de uma parte deles. De acordo com esta

dupla referência é o duplo sentido da palavra “livro”. No Salmo 40:7 “rolo” é sem dúvida o

significado da palavra hebraica aqui utilizada; mas em Hebreus 10:7 a palavra Grega

certamente deve ser traduzida como “cabeça” – kephale ocorre setenta e seis vezes no

Novo Testamento, e é sempre traduzida como “cabeça”, exceto aqui. Assim, devidamente

traduzido, Hebreus 10:7 diz “na cabeça do livro está escrito de mim”.

Aqui, então, esta é a prova de nossa afirmação. O Livro da Vida – o registo Divino da

eleição – é denominado Livro da Vida do Cordeiro, “porque Seu nome é o primeiro escrito

nEle, e Ele, que tinha visto a Si mesmo no rolo disse, quando Ele entrou neste mundo, ‘na

cabeça do livro está escrito de mim’. Uma outra referência a este livro foi feita por Cristo:

“no teu livro todos os meus membros foram escritos” (Salmos 139:16 - KJV). O salmista

estava se referindo ao seu corpo natural, primeiro como formado no útero (v. 15), e depois

como sendo o tema dos decretos divinos (v. 16). Mas a referência mais profunda é a de

Cristo, falando, como o antítipo de Davi, dos membros do Seu corpo místico. “A

substância da Igreja, da qual esta deveria ser formada, estava sob os olhos de Deus, tal

como proposto no decreto de eleição” (John Owen).

Talvez um leitor preocupado esteja se perguntando: Como posso ter certeza de que agora

meu nome está escrito no Livro da Vida do Cordeiro? Nós respondemos muito breve-

mente. Em primeiro lugar, por Deus ter te ensinado a ver e te conduzido a sentir sua

corrupção interior, sua vileza pessoal, sua terrível culpa, a sua extrema necessidade do

sacrifício do Cordeiro. Em segundo lugar, fazendo com que você dê a Cristo o primeiro

lugar de importância em seus pensamentos e estima, compreendendo que somente Ele

pode te salvar. Em terceiro lugar, por Deus ter te conduzido a crer nEle, descansar toda a

sua alma nEle, desejando ser achado nEle, não tendo a sua própria justiça, mas a dEle.

Em quarto lugar, fazendo-o infinitamente precioso para você, de modo que Ele é todo Seu

desejo. Em quinto lugar, por estar trabalhando em você a determinação de agradá-lO e

glorificá-lO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Page 16: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Fonte: Pbministries.org | Título Original: The Doctrine of Election

As citações bíblicas desta tradução são da versão ACF (Almeida Corrigida Fiel)

Tradução e Capa por William Teixeira │ Revisão por Camila Almeida

***

Acesse nossa conta no Dropbox e baixe mais e-books semelhantes a este:

https://www.dropbox.com/sh/ha9bavgb598aazi/ALSKeIjpBN

Leia este e outros e-books online acessando nossa conta no ISSUU:

http://issuu.com/oEstandarteDeCristo

Participe do nosso grupo no Facebook: facebook.com/groups/EstanteEC

Você tem permissão de livre uso deste e-book e o nosso incentivo a distribuí-lo, desde que não altere o seu conteúdo e/ou mensagem de maneira a comprometer a fidedignidade e propósito do texto original, também pedimos que cite o site OEstandarteDeCristo.com como fonte. Jamais faça uso comercial deste e-book. Se o leitor quiser usar este sermão ou um trecho dele em seu site, blog ou outro semelhante, eis um modelo que poderá ser usado como citação da referência: Título – Autor Corpo do texto Fonte: Pbministries.org Tradução: OEstandarteDeCristo.com (Em caso de escolher um trecho a ser usado indique ao final que o referido trecho é parte deste sermão, e indique as referências (fonte e tradução) do sermão conforme o modelo acima). Este é somente um modelo sugerido, você pode usar o modelo que quiser contanto que cite as informações (título do texto, autor, fonte e tradução) de forma clara e fidedigna. Para solicitar este e-book em formato Word envie-nos um e-mail, solicitando-o:

[email protected]

Page 17: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Uma Biografia de Arthur Walkington Pink

Arthur Walkington Pink (1886 – 1952) e sua esposa Vera E. Russell (1893 – 1962)

Arthur Walkington Pink (01 de abril de 1886 – 15 de julho de 1952) foi um evangelista e

teólogo inglês, conhecido por sua firme adesão aos ensinamentos calvinistas e puritanos.

Nasceu em Nottingham, Inglaterra. Seus pais eram cristãos piedosos e ele tinha um irmão

e duas irmãs. Aos 16 anos A. W. Pink encerrou os seus estudos e entrou para o ramo de

negócios. Rapidamente obteve sucesso no que havia determinado fazer, mas, para a

tristeza dos seus pais, ele abriu mão do Evangelho. Foi nesta época que ele se tornou um

discípulo da Teosofia e do Espiritismo. Em 1908 ele já era conhecido como um teosofista

e um espírita praticante. Neste mesmo ano, com 22 anos, ao chegar em casa após uma

reunião teosófica, seu pai dirigiu-se a ele e citou este versículo da Bíblia:

“Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”

(Provérbios 14:12)

Pink foi para o seu quarto e ficou pensando nas palavras que seu pai lhe dissera. Em

Page 18: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

seguida resolveu orar e pedir uma orientação a Deus. Foi o suficiente para enxergar o seu

erro. Esta experiência foi tão marcante que A.W. Pink encontrou o que tanto desejava:

Jesus Cristo, Aquele que Lhe daria a Água Viva para saciar a sua sede, assim como

prometera à mulher samaritana (Jo 4:14).

Cristo tornara-se real para ele! O mais interessante é que, na 6ª feira daquela mesma

semana, Pink faria uma palestra para os adeptos da Teosofia (que ainda não sabiam de

sua conversão). No dia e hora marcados, Pink dirigiu-se ao salão de Convenções da

Teosofia. Quando subiu para falar, pregou o Evangelho em demonstração de Poder. A

reação da turba foi imediata: retiram-lhe à força e lançaram-no à rua. Um episódio que

serviu para abrir os olhos dele para o caminho que o esperava!

Assim, Arthur Pink não tinha mais dúvidas sobre o seu chamado. Mas em qual Igreja?

Havia tanto liberalismo nos ministérios. Então, ele foi recebido na Igreja dos Irmãos, onde

ensinavam a Bíblia com muito amor. Depois, recomendaram que ele fosse estudar no

Instituto Dwight L. Moody, em Chigago, Estados Unidos. Então, em 1910, ele foi para

Chicago estudar. Mas logo abandou o Instituto, por discordar do que ali era ensinado. Nos

anos que se seguiram esteve pastoreando Igrejas no Colorado e na Califórnia. Em 1916,

casou-se em Kentucky, com uma mulher chamada Vera E. Russell. Em 1917 pastoreou

uma Igreja Batista na Carolina do Sul.

Foi nesta época que ele começou a ter problemas com o seu ensino. Começou a ler os

puritanos e descobriu verdades que o perturbaram. Principalmente sobre a grande

doutrina bíblica da Soberania de Deus, porém à medida que ele começou a pregar sobre

isto, descobriu que não eram coisas populares. Em 1920, ele saiu da Igreja Batista na

Carolina do Sul e começou um ministério itinerante em todos os EUA, para anunciar à

Igreja esta visão da Soberania de Deus. Suas pregações eram firmes e bíblicas, mas, não

eram populares, seus ouvintes não gostavam do que ele pregava.

Em 1922, começou uma revista chamada Studies in the Scriptures (Estudo nas

Escrituras). Mas poucas pessoas se interessaram pela leitura da Revista. Ele publicou

1000 revistas e, muitas delas, não foram sequer vendidas. Ainda neste ano, fizeram-lhe

um convite para visitar a Austrália. Ele viu neste convite uma grande oportunidade de

pregar o Evangelho e terminou por estabelecer-se na cidade de Sidney, à convite das

Igrejas Batistas locais. Porém não obteve sucesso em seu ministério como pregador.

Depois de 8 anos vivendo na Austrália, em 1928, Pink retornou à Inglaterra. Onde

aconteceu uma surpreendente obra da Providência divina durante 8 anos ele procurou um

lugar para pregar a Palavra e ajudar as pessoas, mas não conseguiu encontrar. Ninguém

Page 19: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

estava interessado em ouvir suas pregações. A sua fé foi duramente provada durante

este período e, apesar de toda a luta, ele continuava a editar a revista “Estudo nas

Escrituras”, embora somente uns poucos a liam.

Em 1936, ele entendeu que Deus, de alguma forma, havia fechado as portas da pregação

para ele. Então ele entregou-se totalmente a escrever e expor as Escrituras Sagradas.

Esta era a sua chamada.

Quando começou a 2ª Guerra Mundial, A. W. Pink vivia no sul da Inglaterra, região que

sofreu fortes ataques aéreos. Então, em 1940, ele e a sua esposa, Vera, mudaram-se

para o norte da Escócia, em uma pequenina ilha chamada Luis. 12 anos depois, em 1952,

A.W. Pink faleceu vítima de anemia. Ian Murray, seu biógrafo, relata que, além de sua

esposa, apenas oito pessoas apareceram em seu enterro.

Com certeza, A. W. Pink (como assinava em suas cartas e artigos) nunca imaginaria que,

no final do século 20 e ao longo do século 21, dificilmente seria necessário explicar quem

é Pink quando nos dirigindo às pessoas que consideram a Bíblia como Palavra de Deus e

se empenham em compreendê-la, entre outras coisas, utilizando bons livros. Vivendo

quase em completo anonimato, salvo por aqueles poucos que assinavam sua revista

publicada mensalmente, o valor de Arthur Pink foi descoberto pelo mundo apenas após

sua morte, quando seus artigos passaram a ser reunidos e publicados na forma de livros.

Ian Murray afirma que, mediante a ampla circulação de seus escritos após a sua morte,

ele se tornou um dos autores evangélicos mais influentes na segunda metade do século

20. Foi D. Martyn Lloyd-Jones quem disse: “Não desperdice o seu tempo lendo Barth e

Brunner. Você não receberá nada deles que o ajude na pregação. Leia Pink!”.

Richard Belcher tem escrito alguns livros sobre a vida e obra do nosso autor, disse o

seguinte:

“Nós não o idolatramos. Mas o reconhecemos como um homem de Deus ímpar, que pode

nos ensinar por meio da sua caneta. Ele verdadeiramente ‘nasceu para escrever’, e todas

as circunstâncias de sua vida, mesmo as negativas que ele não entendeu, levaram-no ao

cumprimento desse propósito ordenado por Deus”.

John Thornbury, autor de vários livros, inclusive uma excelente biografia sobre David

Brainerd, disse o seguinte: “Sua influência abrange o mundo todo e hoje um exército

poderoso de pregadores de várias denominações está usando seus materiais e pregando

à congregações, grandes e pequenas, as verdades que ele extraiu da Palavra de Deus.

Page 20: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Eu o honro por sua coragem, discernimento, perspicuidade, equilíbrio, e acima de tudo

por seu amor apaixonado pelo Deus trino”.

As últimas palavras de Pink antes de morrer, ao lado de sua esposa, foram: “As Escrituras

explicam a si mesmas”. Que declaração final apropriada para um homem que dedicou sua

vida ao entendimento e explicação da Palavra de Deus!

______________

Esta biografia é baseada nas seguintes fontes:

♦ DIDINI, Ronaldo. Um gigante esquecido da fé cristã: Uma biografia resumida de A. W.

Pink. Disponível em: <https://www.ministeriocaminhar.com.br/?ver=74>. Acesso em: 01

de dezembro de 2013.

♦ SABINO, Felipe A. N. Os dez Mandamentos. 1ª edição. Brasília: Editora Monergismo:

2009. Prefácio.

Page 21: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Indicações de E-books de publicações próprias.

Baixe estes e outros gratuitamente no site.

10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne

Agonia de Cristo – Jonathan Edwards

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina

da Eleição

Cristo É Tudo Em Todos – Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel

Doutrina da Eleição, A – Arthur Walkington Pink

Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne

Excelência de Cristo, A – Jonathan Edwards

Gloriosa Predestinação, A – C. H. Spurgeon

Imcomparável Excelência e Santidade de Deus, A –

Jeremiah Burroughs

In Memoriam, A Canção dos Suspiros – Susannah Spurgeon

Jesus! - Charles Haddon Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon

Livre Graça, A – C. H. Spurgeon

Paixão de Cristo, A – Thomas Adams

Plenitude do Mediador, A – John Gill

Porção do Ímpios, A – Jonathan Edwards

Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon

Reforma – C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta – R. M. M’Cheyne

Salvação Pertence Ao Senhor, A – C. H. Spurgeon

Sangue, O – C. H. Spurgeon

Semper Idem – Thomas Adams

Sermões de Páscoa – Adams, Pink, Spurgeom, Gill, Owen e

Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) –

C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A – J. Edwards

Tratado sobre a Oração, Um – John Bunyan

Verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, O – Paul D. Washer

Livros que Recomendamos:

A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES

Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por

John Bunyan – Editora Fiel

Um Guia Seguro Para o Céu, por Joseph Alleine –

Editora PES

O Peregrino, por John Bunyan – Editora Fiel

O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo

Cristão

O Diário de David Brainerd, compilado por Jonathan

Edwards – Editora Fiel

Os Atributos de Deus, por A. W. Pink – Editora PES

Por Quem Cristo Morreu? Por John Owen (baixe

gratuitamente no site FirelandMissions.com)

Sabe traduzir do Inglês? Quer juntar-se a nós nesta Obra? Envie-nos um e-mail: [email protected]

Quem Somos

O Estandarte de Cristo é um projeto cujo objetivo é proclamar a Palavra de Deus e o Santo

Evangelho de Cristo Jesus, para a glória do Deus da Escritura Sagrada, através de traduções

inéditas de textos de autores bíblicos fiéis, para o português. A nossa proposta é publicar e

divulgar traduções de escritos de autores como os Puritanos e também de autores posteriores

àqueles como John Gill, Robert Murray M’Cheyne, Charles Haddon Spurgeon e Arthur

Walkington Pink. Nossas traduções estão concentradas nos escritos dos Puritanos e destes

últimos quatro autores.

O Estandarte é formado por pecadores salvos unicamente pela Graça do Santo e Soberano,

Único e Verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o testemunho das

Escrituras. Buscamos estudar e viver as Escrituras Sagradas em todas as áreas de suas vidas,

holisticamente; para que assim, e só assim, possamos glorificar nosso Deus e nos deleitar-

mos nEle desde agora e para sempre.

Viste as páginas que administramos no Facebook

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

Facebook.com/ESJesusCristo

Facebook.com/NaoConformistasPuritanos

Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

Facebook.com/JonathanEdwards.org

Facebook.com/JohnGill.org

Facebook.com/PaulDavidWasher

Facebook.com/RobertMurrayMCheyne

Facebook.com/ThomasWatson.org

Livros que Recomendamos:

A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES

Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por

John Bunyan – Editora Fiel

Um Guia Seguro Para o Céu, por Joseph Alleine –

Editora PES

O Peregrino, por John Bunyan – Editora Fiel

O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo

Cristão

O Diário de David Brainerd, compilado por Jonathan

Edwards – Editora Fiel

Os Atributos de Deus, por A. W. Pink – Editora PES

Por Quem Cristo Morreu? Por John Owen (baixe

gratuitamente no site FirelandMissions.com)

Deus é Soberano, por A. W. Pink – Editora Fiel

••Indicações de E-books de publicações próprias.

Baixe estes e outros gratuitamente no site.

10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne

Agonia de Cristo – Jonathan Edwards

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina

da Eleição

Cristo É Tudo Em Todos – Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel

Doutrina da Eleição, A – Arthur Walkington Pink

Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne

Excelência de Cristo, A – Jonathan Edwards

Gloriosa Predestinação, A – C. H. Spurgeon

Imcomparável Excelência e Santidade de Deus, A –

Jeremiah Burroughs

In Memoriam, A Canção dos Suspiros – Susannah Spurgeon

Jesus! - Charles Haddon Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon

Livre Graça, A – C. H. Spurgeon

Paixão de Cristo, A – Thomas Adams

Plenitude do Mediador, A – John Gill

Porção do Ímpios, A – Jonathan Edwards

Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon

Reforma – C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta – R. M. M’Cheyne

Salvação Pertence Ao Senhor, A – C. H. Spurgeon

Sangue, O – C. H. Spurgeon

Semper Idem – Thomas Adams

Sermões de Páscoa – Adams, Pink, Spurgeom, Gill, Owen e

Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) –

C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A – J. Edwards

Tratado sobre a Oração, Um – John Bunyan

Verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, O – Paul D. Washer

Page 22: A grandiosa origem da doutrina da eleição   por arthur walkington pink

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Viste as páginas que administramos no Facebook

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

Facebook.com/ESJesusCristo

Facebook.com/EvangelhoDaSalvacao

Facebook.com/NaoConformistasPuritanos

Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

Facebook.com/JonathanEdwards.org

Facebook.com/JohnGill.org

Facebook.com/PaulDavidWasher

Facebook.com/RobertMurrayMCheyne

Facebook.com/ThomasWatson.org

Página Parceira:

Facebook.com/AMensagemCristocentrica

2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não

desfalecemos; 2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando

com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à

consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3

Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4

Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não

resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque

não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos

vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse que das trevas

resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do

conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém, este tesouro

em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo

somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 Persegui-

dos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10

Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se

manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos

também, por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos

ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de

graças para glória de Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem

exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e

momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se

veem são temporais, e as que se não veem são eternas.