A grandiosa origem da doutrina da eleição por arthur walkington pink
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Transcript of A grandiosa origem da doutrina da eleição por arthur walkington pink
* O texto deste e-book é capítulo 3 do livro The Doctrine of Election, por A. W. Pink. Editado.
*
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A Grandiosa Origem da Doutrina da Eleição Arthur Walkington Pink
Os decretos de Deus, Seu eterno propósito, os conselhos inescrutáveis de Sua vontade,
são realmente um grande abismo; ainda assim, isso nós sabemos: que do primeiro ao
último eles têm uma relação estabelecida com Cristo, pois Ele é o Alfa e o Ômega, em
todas as operações da Aliança. Spurgeon expressa isto maravilhosamente: “Examine a
fonte celestial, a partir da qual todas as correntes da graça Divina fluem para nós, e você
encontrará Jesus Cristo, o manancial na Aliança de Amor. Se os seus olhos jamais viram
o rolo da aliança, se você será permitido, em um estado futuro, ver todo o plano da reden-
ção, que uma vez que foi traçado nas câmaras da eternidade, você deverá ver a linha de
vermelho-sangue do sacrifício expiatório percorrendo através da margem de cada página,
e você verá que desde o início até o fim o objetivo sempre foi: a glória do Filho de Deus”.
Portanto, parece estranho que muitos que veem que a Eleição é o fundamento da salva-
ção, ainda ignoram a glorioso Cabeça da eleição, em quem os eleitos foram escolhidos e
de quem recebem todas as bênçãos.
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes
da fundação do mundo” (Efésios 1:3-4). Visto que fomos escolhidos em Cristo, é evidente
que fomos escolhidos fora de nós mesmos; e uma vez que fomos escolhidos em Cristo,
segue-se necessariamente que Ele escolheu a nós antes de nós a Ele. Isto está clara-
mente implícito no verso anterior, em que o Pai é expressamente designado “o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo”. Agora, de acordo com a analogia da Escritura (ou seja,
quando Ele se diz ser o “Deus” de alguém) Deus era o “Deus” de Cristo em primeiro lugar,
porque Ele o escolheu para graça e união. Cristo como homem foi predestinado tão
verdadeiramente como nós fomos, e por isso tem Deus como sendo o Seu Deus por
predestinação e livre graça. Em segundo lugar, porque o Pai fez um pacto com Ele (Isaías
42:6). Deus tornou-se conhecido como “o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó” tendo
em vista o pacto feito com eles, semelhantemente tendo em vista o pacto que fez com
Cristo, Ele tornou-se seu “Deus”. Em terceiro lugar, porque Deus é o autor de toda a bem-
aventurança de Cristo (Salmos 45:2, 7).
“Como também [Deus] nos elegeu nele” significa, então, que na eleição Cristo foi feito o
Cabeça dos eleitos. “Do ventre da eleição Ele, o Cabeça, saiu primeiro [esboçado em
todo parto normal – A.W.P.], e depois nós, os membros” (Thomas Goodwin). Em todas as
coisas Cristo deve ter a “preeminência”, e, portanto, Ele é “o Primogênito” na eleição
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(Romanos 8:29). Na ordem da natureza Cristo foi escolhido em primeiro lugar, mas, no
fim dos tempos fomos eleitos com Ele. Nós não fomos escolhidos por nós mesmos à
parte de Cristo, mas em Cristo, o que denota três coisas: Primeiro, fomos escolhidos em
Cristo como os membros do Seu corpo. Em segundo lugar, fomos escolhidos nEle como o
padrão ao qual devemos conformar-nos. Em terceiro lugar, nós fomos escolhidos nEle
tendo-O como nosso fim último, ou seja, foi para a glória de Cristo, para ser Sua
“plenitude” (Efésios 1:23).
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma”
(Isaías 42:1), que essa passagem refere-se a ninguém menos do que ao Senhor Jesus
Cristo é inegavelmente claro pela citação do Espírito dela em Mateus 12:15-21. Aqui,
então, está o grande originador da eleição, em sua primeira e mais alta instância eletiva é
falado e aplicado ao Senhor Jesus! Era da vontade dos três eternos eleger e predestinar a
segunda pessoa em estado e existência de criatura, para que, como Deus-homem, “o
primogênito de toda criatura” (Colossenses 1:15), Ele fosse o centro dos decretos Divinos
e o objeto imediato e principal do amor dos três co-essenciais. E, como o Pai tem a vida
em Si mesmo, assim deu também ao Filho – considerado como Deus-homem – ter a vida
em Si mesmo (João 5:26), para ser uma fonte de vida, de graça e de glória, para Sua
amada Esposa, que recebeu a sua existência e o bem-estar a partir da livre graça e amor
eterno de Jeová.
Quando Deus decidiu criar, entre todas as criaturas inumeráveis, tanto angelicais quanto
humanos, que surgiram na mente Divina, para serem trazidos à existência por Ele, Jesus
Cristo homem foi destacado deles, e nomeado para a união com a segunda Pessoa da
Trindade bendita, e foi, portanto, santificado e estabelecido. Este ato original e maior da
eleição foi um da pura soberania e da maravilhosa graça. As hostes celestes foram igno-
radas, e a semente da mulher foi tomada ao invés delas. Fora das inúmeras sementes
que seriam criadas em Adão, a linhagem de Abraão foi escolhida, em seguida, a de
Isaque e de Jacó. Das doze tribos que descenderam de Jacó, a tribo de Judá foi escolhi-
da, Deus não elegeu um anjo para a elevada união com seu Filho, mas “a um eleito do
povo” (Salmos 89:19). O que dirão aqueles que tanto se desagradam da verdade de que
os herdeiros do céu são eleitos, quando eles aprendem que Jesus Cristo é o tema da
eleição eterna!?
“Jeová é a causa primeira e o fim último de todas as coisas. Sua essência e existência
são de e para Si mesmo. Ele é o Senhor, a Essência auto-existente; a fonte da vida, e
bem-aventurança essencial: ‘Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus
sábio, aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum
dos homens viu nem pode ver’ [1 Timóteo 1:17; 6:16]. E ao longo de uma vasta
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eternidade os três Eternos se deleitaram na bem-aventurança sem limites e incompre-
ensível da contemplação daquelas perfeições essenciais que pertencem ao Pai, o Filho e
o Espírito, o eterno Jeová, que é a Sua própria eternidade, e não pode receber qualquer
adição à Sua felicidade essencial ou glória por qualquer uma ou por todas as Suas
criaturas. Ele está exaltado sobre toda a bênção e louvor. Toda a criação diante dEle é
vista por Ele, e ainda menos do que nada e uma vaidade. Se alguns curiosamente
perguntassem a si mesmos, O que Deus estava fazendo antes de ter estendido os céus e
lançado os fundamentos da terra? A resposta é: os três benditos, co-iguais e co-essen-
ciais Pai, Filho e Espírito Santo, tinha mútua comunhão juntamente, e eram essencial-
mente bem-aventurados no que diz respeito à vida eterna e Divina, no mútuo interesse e
propriedade quem eles tinham um ao outro, em mútuo amor e deleite – bem como em
posse de uma glória em comum.
Mas, como é da natureza do bem o ser comunicativo de si mesmo, por isso agradou a
Trindade eterna o propósito de manifestar Seus atos nas criaturas. Os três sempre-
benditos, a quem nada pode ser acrescentado ou diminuído, a nascente e fonte da qual
aquelas benções essenciais brotam das imensas perfeições e da natureza infinita em que
elas existem, do amor mútuo que eles têm uns para com os outros, e da Sua mútua
comunicação, juntamente, o prazer de deleitar-se na companhia e sociedade da criatura.
O Pai eterno predestinou Seu Filho co-essencial em estabelecimento e existência de
criatura, e desde a eternidade Ele apresentou a forma e deu à luz à característica de
Deus-homem. A criação de todas as coisas é atribuída nas Escrituras à soberania divina:
“Tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Apocalipse 4:11).
Nada fora de Deus pode movê-Lo, ou ser um motivo para Ele; Sua vontade é Seu
governo, a Sua glória seu fim último. “Porque dele (como a causa primária), e por meio
dele (como preservador da causa), e para ele (como a causa final), são todas as coisas”
(Romanos 11:36).
Deus, em Sua efetiva criação de tudo, é a finalidade de tudo. “O Senhor fez todas as
coisas para atender aos seus próprios desígnios” (Provérbios 16:4), e a soberania de
Deus surge naturalmente a partir da relação de todas as coisas em relação a Ele mesmo
como o seu Criador, e sua dependência natural e inseparável dEle, no que diz respeito à
sua existência e bem-estar. Ele tinha o ser de todas as coisas na sua própria vontade e
poder, e foi no seu próprio prazer se Ele iria dar-se ou não. “Conhecidas são a Deus,
desde o princípio do mundo, todas as suas obras” (Atos 15:18). Ele compreende e
apreende todas as coisas em Sua infinita compreensão. Como Ele tem uma essência
incompreensível, frente à qual a nossa nada é senão apenas como a gota de um balde,
assim pois Ele tem um conhecimento incompreensível, frente ao qual a nosso é apenas
como um grão de poeira. Seu decreto primário e visão, na criação de céu e terra, anjos e
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homens, sendo a Sua própria glória, e que deu base para isso e foi a base para apoiá-lo,
foi projeto de Jeová exaltar o Seu Filho como Deus-homem, para ser o fundamento e a
pedra angular de toda a criação de Deus. Deus nunca teria agido por meio dos atos da
criatura, se não houvesse a segunda Pessoa condescendido em tomar sobre Si a nossa
natureza para se tornar uma criatura. Embora isso tenha ocorrido após a Queda, no
entanto, o decreto relativo foi existiu antes da queda. Jesus Cristo, o companheiro do
Senhor dos exércitos, foi o primeiro de todos os caminhos de Deus” (S. E. Pierce).
Em nenhum lugar a soberania de Deus brilhará tão conspicuamente como em seus atos
de eleição e reprovação, que são desde a eternidade passada, nos quais nada na criatura
foi a causa disso. O ato de Deus de escolher Seu povo em Cristo se deu antes da funda-
ção do mundo, sem a consideração da Queda, nem ocorreu sobre a previsão e posição
das obras, mas foi totalmente por graça, e tudo para o louvor e glória da mesma. Em nada
mais a soberania de Jeová é tão evidenciada, de fato, o maior exemplo desta foi predes-
tinar a segunda Pessoa da Trindade para ser o Deus-homem. Que este esteve sob o
decreto de Deus é claro, uma vez mais, a partir das palavras do apóstolo: “O qual, na
verdade, [diz ele ao falar de Cristo], foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo” (1
Pedro 1:20). E de quem é dito como sendo posto “em Sião a pedra principal da esquina,
eleita e preciosa” (1 Pedro 2:6). Este grande originador da eleição, tão pouco conhecido
hoje, é de tal importância transcendente que nós nos estenderemos sobre ele um pouco
mais, para apontar algumas das razões por que aprouve a Deus predestinar o homem
Cristo Jesus para união pessoal com Seu Filho.
Cristo foi predestinado para fins mais elevados do que a salvação de Seu povo contra os
efeitos de sua Queda em Adão. Primeiro, Ele foi escolhido por Deus para deleitar-se,
muito mais e infinitamente acima de todas as outras criaturas. Sendo unido com a segun-
da pessoa, o homem Cristo Jesus foi exaltado a uma união mais estreita e comunhão
com Deus. O Senhor dos Exércitos fala de Deus como “o homem que é o meu compa-
nheiro” (Zacarias 13:7), “meu eleito, em quem se apraz a minha alma” (Isaías 42:1). Em
segundo lugar, Cristo foi escolhido para que Deus possa contemplar a imagem dEle
mesmo e de todos as Suas perfeições em uma criatura, de modo que Suas excelências
são vistas em Cristo como em nenhum outro: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e
a expressa imagem da sua pessoa” (Hebreus 1:3), isto é dito a respeito da pessoa de
Cristo como Deus-homem. Em terceiro lugar, pela união do homem Cristo Jesus com o
Filho eterno de Deus, toda a plenitude da Divindade habitando corporalmente nEle, Ele é
“a imagem do Deus invisível” (Colossenses 1:15, 19).
Jesus Cristo Homem, então, foi escolhido para uma maior união e comunhão com o
próprio Deus. NEle o amor e a graça do Senhor resplandecem em Sua glória superlativa.
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O Filho de Deus deu subsistência e personalidade à Sua natureza humana, para que o
Filho de Deus e Sua natureza humana não fossem apenas uma carne como homem e
mulher (que é a união mais íntima conosco), nem um espírito só (como é o caso entre
Cristo e a Igreja: 1 Coríntios 6:17), e assim, esta natureza de criatura é favorecida com
uma comunhão em sociedade com a Santíssima Trindade, e, portanto, a Ele Deus se
comunica sem medida (João 3:34). Descendo agora a um plano inferior, o homem Cristo
Jesus também foi escolhido para ser um Cabeça de uma semente de eleitos, que foram
escolhidos nEle [...] e abençoados nEle com todas as bênçãos espirituais.
Se Deus ama, Ele deve ter um objeto de Seu amor, e tal objeto deve ter uma existência
diante dEle para que Ele possa exercer o Seu amor, pois Ele não pode amar uma não-
entidade. Deve, portanto, ser que o Deus-homem, e os eleitos nEle existiam na mente
Divina, como objetos do amor eterno de Deus, antes de todos os tempos. Em Cristo, a
Igreja foi escolhida desde a eternidade, este o Cabeça, a outra Seu corpo; esse é o noivo,
e a outra Sua noiva, aquela que está sendo escolhida e designada para o outro. Eles
foram escolhidos em conjunto, mas Cristo veio em primeiro lugar na ordem dos decretos
Divinos. Como, então, Cristo e a Igreja já existiam na vontade, pensamentos e propósitos
do Pai desde o princípio, Ele podia amá-los e se alegrar-se neles. Como o Deus-homem
declara: “Tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a
mim... porque tu me amaste antes da fundação do mundo” (João 17:23-24).
O Filho de Deus é, antes de todos os tempos, predestinado para ser Deus-homem, Ele foi
secretamente ungido ou estabelecido como tal, e Sua natureza humana teve uma subsis-
tência pactual diante de Deus. Em consequência disso, Ele era o Filho do homem no céu
antes de Ele se tornasse o Filho do homem sobre a terra; Ele era o Filho do homem
secretamente diante de Deus antes que Ele se tornasse o Filho do homem abertamente e
manifestamente neste mundo. É por isso que o salmista exclama: “Seja a tua mão sobre o
homem da tua destra, sobre o filho do homem, que fortificaste para ti” (80:17); e, portanto,
o próprio Cristo declara: “Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde
primeiro estava?” (João 6:62). “Deus, pela infinita bondade de Seu amor, ordenou a Cristo
para se tornar uma criatura, e se comunicar com as Suas criaturas, ordenando em Seu
eterno conselho que a pessoa da Divindade se unisse à nossa natureza e para uma de
Suas criaturas em particular, a ponto de que que na pessoa do Mediador a verdadeira
escada da salvação pode ser estabelecida, no qual Deus possa descer para as Suas
criaturas e Suas criaturas subirem a Ele” (Sr. Francis Bacon).
“Cristo foi eleito no princípio como Cabeça e Mediador, e como a pedra angular que
suportaria todo o edifício; pois o ato da eleição do Pai em Cristo supõe que Ele foi
primeiramente escolhido para este trabalho de mediação e de ser o Cabeça da parte
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eleita do mundo. Após esta eleição de Cristo, outros foram predestinados “para serem
conformes à Sua imagem” (Romanos 8:29), isto é, a Cristo como Mediador, possuindo
uma natureza humana; não de Cristo sendo considerado apenas como Deus. Esta
conformidade sendo especialmente o propósito da eleição, Cristo era segundo o desígnio
do Pai o primeiro exemplar e padrão dos eleitos. Um pé do compasso da graça estava em
Cristo como o centro, enquanto o outro andou sobre a circunferência, apontando um aqui
e outro ali, para desenhar uma linha, por assim dizer, entre cada um desses pontos e
Cristo. O Pai, então, sendo a causa primeira da eleição de alguns dentre a massa da hu-
manidade, foi a causa primeira da eleição de Cristo, ao trazê-los à fruição daquilo a que
eles foram eleitos. É provável que Deus, na fundação de um reino eterno, deve consultar
sobre os membros antes que ordena um Cabeça? Cristo foi registrado no topo do livro da
eleição, e os seus membros, após Ele. E portanto este livro se chama: “o livro da vida do
Cordeiro” [Apocalipse 13:8; 21:27]” (Stephen Charnock).
Essa passagem da Escritura que introduz mais plenamente o que estamos aqui contem-
plando é Provérbios 8, e é para ela que vamos agora olhar. Há muitas passagens neste
livro em que a “sabedoria” de que fala significa muito mais do que uma excelência moral,
e algo ainda mais bendito do que a personificação de um dos atributos divinos. Em não
poucas passagens (1:20-21, por exemplo), a referência é a Cristo, um dos títulos usados
é “sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1:24). É, como tal, Ele deve ser considerado aqui no
capítulo 8. Que é uma pessoa que está ali referida, é claro a partir do versículo 17, e que
é uma pessoa Divina aparece a partir do versículo 15; contudo não é uma pessoa Divina
considerada abstratamente, mas como o Deus-homem. Isso é evidente a partir do que é
afirmado sobre Ele.
“O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas
obras” (v. 22). Aqui quem fala é o próprio Cristo, o único Mediador entre o Criador e Suas
criaturas. As palavras “O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos” tendem a
esconder o que está ali sendo afirmado. Não há prefixo no original hebraico, nada há para
justificar a interposição “no”, enquanto a palavra traduzida como “princípio” significa o pri-
meiro ou o principal. Assim, deve ser traduzida como “o Senhor me possuiu: o início (ou
Principal) de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras”. Cristo era o primo-
gênito de todos os pensamentos e projetos de Deus, deleitando-Se em e por Ele muito
antes do universo ter sido trazido à existência.
“Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra” (v. 23).
“Nosso Redentor saiu do ventre de um decreto desde a eternidade, antes que houvesse
saído do ventre da virgem no tempo; Ele estava escondido na vontade de Deus antes que
Ele se manifestasse na carne de um Redentor; Ele era um Cordeiro imolado no decreto
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antes que Ele fosse morto na cruz; Deus o possui no princípio, ou no início de seu cami-
nho, o Arquiteto de Suas obras, e estabelecido desde a eternidade para ter Seus deleites
entre os filhos dos homens” (Provérbios 8:22, 23, 31), (Stephen Charnock).
“Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas
de águas. Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu fui
gerada” (vv. 24, 25). Cristo está aqui se referindo ao seu ser “gerado” na mente de Deus,
predestinado à existência da criatura antes que o mundo fosse feito. A primeira de todas
das intenções de Deus relacionou-se à união do homem Cristo Jesus a Seu Filho. O
Mediador se tornou a base de todos os conselhos divinos (veja Efésios 3:11 e 1:9-10).
Como o Trino Jeová O “possuía” como um tesouro em que foram colocados todos os
Seus desígnios. Ele foi, então, “criado” ou “ungido” (v. 23) em Seu caráter oficial como
Mediador e Cabeça da Igreja. Como o Deus-homem Ele teve uma influência eficaz e foi o
executor de todas as obras e vontade de Deus.
“Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, alegrando-
me perante ele em todo o tempo” (v. 30). Aqui não é a complacência do Pai no Filho que
é considerada absolutamente como a segunda Pessoa, mas Sua satisfação e alegria no
Mediador, à medida como Ele O via pelas lentes de Seus decretos. Foi como encarnado
que o Pai disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17), e foi
como pré-ordenado Deus-homem, que tinha uma real subsistência diante da mente
divina, que Ele era as delícias de Jeová, antes que o mundo existisse. Em Seus pensa-
mentos eternos e previsões, o homem que foi Seu companheiro, tornando-se o Objeto de
amor e complacência inefável de Deus. Isso foi muito mais do que Jeová simplesmente
propondo que o Filho deveria encarnar-se; Seu decreto deu a Cristo uma verdadeira sub-
sistência diante dEle, e como tal uma a satisfação infinita foi conferida ao Seu coração.
Tão pouco compreendido é este aspecto abençoado de nosso assunto, e tão importante
que mais algumas observações adicionais sobre isso parecem necessárias. Que Cristo é
o primogênito ou cabeça de eleição da graça foi prefigurado no início das obras de Deus,
na verdade, a criação deste mundo e a formação do primeiro homem foram com o
propósito de fazer Cristo conhecido. Como nos é dito em Romanos 5:14: “o qual é a figura
daquele que havia de vir”. Em Sua criação, formação e constituição como o cabeça
federal da nossa raça, Adão era um tipo notável de Cristo como Eleito de Deus. Ao
ampliar esta afirmação, será necessário seguir sobre o mesmo fundamento que nós
percorremos em União Espiritual e Comunhão, mas nós confiamos que o leitor suportará
que nós repitamos aqui uma certa quantidade de coisas.
Há uma certa classe de pessoas – aquelas que desprezam toda a doutrina e,
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particularmente, as que não gostam da doutrina da soberania absoluta de Deus – que
muitas vezes nos exortam a “pregar a Cristo”, mas temos observado que eles nunca
pregam a Cristo no Seu maior caráter oficial, como o Cabeça da Aliança do povo de
Deus, que eles nunca dizem uma palavra sobre Ele como o Eleito de Deus “em quem se
apraz a minha alma”! [Isaías 42:1]. A Pregação Cristo é uma tarefa muito mais abrangente
do que muitos supõem, nem pode ser feita de forma correta por qualquer homem, até que
ele comece pelo princípio e mostre que o homem Jesus Cristo foi eternamente
predestinado para a união com a segunda pessoa da Trindade. “Exaltei a um eleito do
povo” (Salmos 89:19), esta exaltação começou com a elevação da humanidade de Cristo
para a união pessoal com o Verbo eterno – honra única!
As próprias palavras “escolhidos em Cristo” implica necessariamente que Ele foi escolhido
em primeiro lugar, tornando-se o fundamento em que os outros foram escolhidos. Quando
Deus escolheu Cristo não era como uma pessoa única ou particular, mas como uma
pessoa pública, como Cabeça do Seu corpo, sendo escolhido nEle como os seus
membros. Assim, na medida em que foi então dado a subsistência representante diante
de Deus, Deus poderia fazer um Pacto com Cristo em nosso favor. Que Ele assim entrou
em um acordo eterno com Cristo na qualidade de Cabeça da eleição da Graça, é
claramente demostrado: “Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo
Davi” (Salmo 89:3), esta aliança foi esboçada no tempo com aquele que era tipicamente
“o homem segundo o seu coração”, pois Davi era na verdade uma sombra de Cristo,
quando Deus fez um pacto com ele; como José foi quando ele forneceu comida aos seus
irmãos necessitados, ou como Moisés foi quando ele conduziu os Hebreus para fora da
casa da servidão.
Que aqueles, então, que desejam pregar a Cristo, cuidem para dar-Lhe a preeminência
em todas as coisas, e a eleição não é exceção! Deixe-os aprender a dar a Jesus de
Nazaré Sua plena honra, pois a honra que o próprio Pai deu a Ele é uma honra super-
lativa, a saber, que Cristo é o canal através do qual toda a graça e glória que temos, ou
teremos, flui para nós, e foi estabelecido como tal desde o início. Como Romanos 8:29
ensina tão claramente, foi em relação à eleição que Deus designou Seu próprio Filho
amado para ser “o primogênito entre muitos irmãos”. Cristo sendo apontado como a obra-
prima da sabedoria Divina, o grande protótipo, e nós ordenados a sermos muitas peque-
nas cópias segundo o Seu Modelo. Cristo é o primeiro e último de todos os pensamentos,
conselhos e caminhos de Deus.
O universo nada é senão o teatro e este mundo o palco principal em que o Senhor Deus
considera adequado executar alguns de Seus projetos mais profundos. Sua criação de
Adão foi uma sombra para apontar para um melhor Adão, que teria uma liderança
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universal sobre todas as criaturas de Deus, e cujas glórias estavam a brilhar visivelmente
em e através de todas as partes da criação. Quando o mundo foi criado e decorado, o
homem foi trazido à existência. Mas, antes de sua formação lemos sobre aquela célebre
consulta dos três eternos: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem” (Gênesis
1:26). Isto diz respeito a Cristo, o Deus-homem, que era desde toda a eternidade o objeto
e sujeito de todos os conselhos da Trindade. Adão, foi criado e feito segundo a Imagem
de Deus, que consistia em verdadeira justiça e santidade, foi um tipo, pois Cristo é por
excelência “a imagem do Deus invisível” (Colossenses 1:15).
A formação do corpo de Adão, pela mão imediata de Deus, do pó da terra, era uma figura
ou sombra do pressuposto da natureza humana por meio do Filho de Deus, cuja
humanidade se formou imediatamente pelo Espírito Santo, assim como o corpo de Adão
foi produzido a partir da terra virgem, semelhantemente a natureza humana de Cristo foi
produzido desde o ventre da virgem. Mais uma vez, esta união da alma e do corpo em
Adão era uma maneira de expressar o mais profundo e maior de todos os mistérios, a
união hipostática de nossa natureza na pessoa de Cristo, como é justamente expresso no
que é comumente chamado de Credo de Atanásio: “como a alma racional e a carne são
um só homem, assim Deus e homem são um só Cristo”. Mais uma vez; como a pessoa de
Adão compreendeu as perfeições de todas as criaturas, e foi adaptado para desfrutar de
todos os confortos e prazeres que eles podiam lhe conceder e transmitir, deste modo a
glória da humanidade de Cristo supera todas as criaturas, até mesmo os próprios anjos.
Quanto mais atentamente consideramos a pessoa e a posição do primeiro Adão, melhor
podemos discernir quão total e apropriadamente ele era uma figura do último Adão.
Como Adão, foi posto no paraíso, tendo todas as criaturas da terra trazidas diante dele e
foi constituído como dominador sobre todos elas (Gênesis 1:28), sendo assim coroado de
glória e honra mundana, por isso também ele antecipou com precisão Cristo, que tem
império universal e domínio sobre todos os mundos, seres e coisas, como pode ser visto
no Salmo 8, que é aplicado ao Salvador em Hebreus 2:9, onde a soberania sobre todas
as criaturas é atribuída a Ele; a terra, o céu, o sol, a lua e as estrelas O magnificam. Pois,
ainda que Ele tenha sido por pouco tempo descido abaixo dos anjos em Sua humilhação,
contudo agora em Sua exaltação, Ele é coroado Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Além disso, embora o Deus-homem, o “companheiro do Senhor dos Exércitos”, tenha
passado por um período de degradação antes de Sua exaltação, não obstante Sua
glorificação foi conhecida ainda antes que o mundo começasse: “E eu vos destino o reino,
como meu Pai mo destinou” (Lucas 22:29); “Ele é o que por Deus foi constituído juiz dos
vivos e dos mortos” (Atos 10:42).
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Que Cristo tinha tanto a precedência quanto à presidência na eleição também foi prefigu-
rado neste tipo de parente-primitivo, pois lemos: “E Adão pôs os nomes a todo o gado, e
às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava
ajudadora idônea” (Gênesis 2:20). Observe ainda a precisão perfeita do tipo: quando
Deus criou Adão, Ele criou Eva nele (e em abençoar Adão – Gênesis 1:28 – Ele abençoou
toda a humanidade nele); do mesmo modo, quando Deus elegeu a Cristo, o Seu povo foi
eleito nEle (Efésios 1:4), e, portanto, eles tiveram uma existência virtual e subsistência
nEle desde toda a eternidade, e, consequentemente, Ele foi denominado “Pai da Eterni-
dade” (Isaías 9:6. Cf. Hebreus 2:13); e, consequentemente, ao abençoar a Cristo, Deus
abençoou todos os eleitos nEle e com Ele (Efésios 1:3; 2:5).
Embora Adão tenha saído “muito bom” das mãos de seu Criador, e tenha recebido o
domínio sobre todas as criaturas da terra, ainda lemos: “mas para o homem não se
achava ajudadora idônea”. Por isso, Deus proveu uma parceira idônea para ele, que
sendo retirada de sua costela foi, então, “formada” (Gênesis 2:22), e em seguida trazida a
ele, e se agradou nela. Da mesma forma, apesar de Cristo ter existido no início dos cami-
nhos de Deus, criado desde a eternidade, deleitando-Se pelo Pai (Provérbios 8:22-23,
30), contudo Deus não achou que fosse bom que para Ele estar sozinho, e Ele, portanto,
decretou uma esposa para Ele, que devia compartilhar de Suas graças comunicáveis,
honras, riquezas e glórias; um cônjuge que, em devido tempo, fosse o fruto de Seu lado
traspassado, e fosse trazido a Ele pelas operações graciosas do Espírito Santo.
Quando Eva foi formada pelo Senhor Deus e trazida a Adão, de modo a realizar uma
união matrimonial, foi prefigurado o maior mistério da graça, a saber, Deus Pai apresen-
tando os Seus eleitos e dando-lhes a Cristo: “eram teus, e tu mos deste” (João 17:6).
Prevendo-os pelas lentes dos decretos Divinos, o Mediador amou e contentou-Se com
eles (Provérbios 8:31), prometeu a eles para Si mesmo, tendo a Igreja assim como que
sido apresentada por Deus a Ele, em um ato de acordo de casamento e contrato pactual
como o dom do Pai. Como Adão confessou a relação entre Eva e ele mesmo, dizendo:
“Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne” (Gênesis 2:23), semelha-
ntemente, Cristo tornou-Se um marido eterno para a Igreja. E, assim como Adão e Eva
estavam unidos antes da Queda, assim Cristo e a Igreja eram um na mente de Deus
antes de qualquer ocorrência de pecado.
Se, então, devemos “pregar Cristo” em Seu ofício mais glorioso, deve ser claramente
demonstrar que Ele não foi ordenado no propósito eterno de Deus para a Igreja, mas a
Igreja é que foi ordenada para Ele. Observe como o Espírito Santo tem enfatizado este
ponto particular do tipo. “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e
glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da
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mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da
mulher, mas a mulher por causa do homem” (1 Coríntios 11:7-9). No entanto, como Adão
não estava completo sem Eva, do mesmo modo, Cristo também não estava sem a Igreja:
ela é sua “plenitude” ou “complemento” (Efésios 1:23), sim, ela é sua coroa de glória e
diadema real (Isaías 62:3). A Igreja pode ser considerada necessária para Cristo como
um vaso vazio para que Ele a possa encher com graça e glória. Todas o Seu prazer está
nela, e Ele será glorificado nela e por ela por toda a eternidade, colocando a Sua glória
sobre ela (João 17:22). “Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro... que de
Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus” (Apocalipse 21:9-11)
Em seu caráter de “Eleito” o Cristo de Deus foi prefigurado por outros que não Adão. Na
verdade, é impressionante ver que quantidade de pessoas que eram tipos importantes de
Cristo e foram feitos sujeitos de uma eleição real de Deus, pelo qual eles foram desig-
nados para algum cargo especial. Quanto a Moisés, lemos: “Por isso disse que os destrui-
ria, não houvesse Moisés, seu escolhido, ficado perante ele na brecha, para desviar a sua
indignação, a fim de não os destruir” (Salmos 106:23). De Arão é dito, “E ninguém toma
para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão” (Hebreus 5:4). Dos
sacerdotes de Israel está registrado: “Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi;
pois o Senhor teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do
Senhor” (Deuteronômio 21:5). Quanto Davi e a tribo de onde ele veio, está escrito: “Além
disto, recusou o tabernáculo de José, e não elegeu a tribo de Efraim. Antes elegeu a tribo
de Judá; o monte Sião, que ele amava... Também elegeu a Davi seu servo, e o tirou dos
apriscos das ovelhas” (Salmos 78:67-68, 70). Cada um desses casos esboça a grande
verdade de que o homem Cristo Jesus foi escolhido por Deus para um mais alto grau de
glória e bem-aventurança do que que todas as Suas criaturas.
“E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas
só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Apocalipse 21:27). Esta expressão
“O Livro da Vida” é, sem dúvida, figurativa, pois o Espírito Santo se deleita em representar
as coisas espirituais, celestiais e eternas, bem como a bênção e benefícios destas, sob
uma variedade de imagens e metáforas, para que nossas mentes possam mais facilmente
compreender e nossos corações sintam a realidade delas, e assim, nos tornamos mais
capaz de recebê-las. Ainda assim, isto nós sabemos: a similaridade assim empregada
para representa-las à nossa visão espiritual são apenas sombras, mas o que é represen-
tado por elas tem existência real e substancial.
O sol no firmamento é um emblema instituído na natureza de Cristo – de que Ele é para o
mundo espiritual, o que o sol é para o mundo natural, entretanto o sol é apenas a sombra,
mas Cristo é a substância real, portanto, ele é denominado “o Sol da justiça”. Assim,
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quando Cristo é comparado à luz, Ele é a “verdadeira luz” (João 1:9), quando comparado
a uma videira, Ele é a “videira verdadeira” (João 15:1), quando comparado ao pão, Ele é
“o verdadeiro pão”, o pão da vida, aquele Pão de Deus que desceu do céu (João 6). Deixe
este princípio, então, ser devidamente mantido em mente por nós quando nos deparamos
com muitas metáforas que são aplicadas ao Redentor nas Escrituras. Então, aqui em
Apocalipse 21:27, admitindo que “Livro da Vida” é uma expressão figurativa, estamos
longe de garantir que não há no céu o que é figurado por ele, ou melhor, a própria
realidade em si.
Esta expressão “o Livro da vida” tem suas raízes em Isaías 4:3, onde Deus se refere ao
Seu remanescente escolhido como “todo aquele que estiver inscrito entre os viventes em
Jerusalém”, e é isso que explica o significado de todas as outras referências que fazem
ao mesmo. O ato eterno da eleição de Deus é descrito como o escrever dos nomes de
seus escolhidos no Livro da Vida, e as seguintes coisas são sugeridas por esta figura: Em
primeiro lugar, o conhecimento exato que Deus tem de todos os eleitos, Sua lembrança
especial deles, Seu amor e prazer neles. Em segundo lugar, que a Sua eleição eterna
trata cada pessoa em particular, cujos nomes são, definitivamente, inscritos por Ele. Em
terceiro lugar, para mostrar que eles estão absolutamente seguros, pois Deus escreveu
seus nomes no Livro da Vida, e eles nunca serão apagados (Apocalipse 3:5). Quando os
setenta voltaram de sua viagem missionária, eufóricos, porque os próprios demônios
estavam sujeitos a eles, Cristo disse: “alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes
escritos nos céus” (Lucas 10:20 e cf. Filipenses 4:3; Hebreus 12:23), o que mostra que a
eleição de Deus para a vida eterna é de pessoas particulares – pelo nome – e, portanto, é
segura e imutável.
Vamos agora particularmente observar que este registro da eleição é designado “Livro da
Vida do Cordeiro”, e isso por pelo menos duas razões. Primeiro, porque o nome do
Cordeiro o encabeça, sendo Ele o primeiro a ser escrito nele, pois Ele deve ter a
preeminência; após o qual segue a inscrição dos nomes particulares de todo o Seu povo.
Observe como o Seu nome é o primeiro registrado no Novo Testamento: Mateus 1:1! Em
segundo lugar, porque Cristo, é a raiz e Seus eleitos são os ramos, para que eles
recebam a sua vida dEle como eles são nEle e sustentados por Ele. Está escrito “Quando
Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele
em glória” (Colossenses 3:4). Cristo é a nossa vida, porque Ele é o próprio “Príncipe da
vida” (Atos 3:15). Assim, o registro Divino da eleição em que estão inscritos os nomes de
todos os membros de Cristo, é apropriadamente chamado de “Livro da Vida do Cordeiro”,
pois são totalmente dependentes dEle para a vida.
Entretanto é em conexão com a primeira razão que nós gostaríamos de fazer mais uma
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observação. Isso é chamado Livro da Vida do Cordeiro, porque Ele é o primeiro nome
escrito no mesmo. Esta não é uma afirmação arbitrária da nossa parte, mas algo que é
claramente justificado pela Bíblia: “Eis aqui venho (no rolo do livro está escrito de mim)”
(Hebreus 10:7 - KJV). O orador aqui é o Senhor Jesus e, como é tão frequentemente o
caso (tal é a plenitude de Suas palavras), há uma dupla referência aqui: primeiro aos
arquivos eternos dos conselhos de Deus, o livro dos Seus decretos; em segundo lugar, às
Escrituras Sagradas, que são uma transcrição de uma parte deles. De acordo com esta
dupla referência é o duplo sentido da palavra “livro”. No Salmo 40:7 “rolo” é sem dúvida o
significado da palavra hebraica aqui utilizada; mas em Hebreus 10:7 a palavra Grega
certamente deve ser traduzida como “cabeça” – kephale ocorre setenta e seis vezes no
Novo Testamento, e é sempre traduzida como “cabeça”, exceto aqui. Assim, devidamente
traduzido, Hebreus 10:7 diz “na cabeça do livro está escrito de mim”.
Aqui, então, esta é a prova de nossa afirmação. O Livro da Vida – o registo Divino da
eleição – é denominado Livro da Vida do Cordeiro, “porque Seu nome é o primeiro escrito
nEle, e Ele, que tinha visto a Si mesmo no rolo disse, quando Ele entrou neste mundo, ‘na
cabeça do livro está escrito de mim’. Uma outra referência a este livro foi feita por Cristo:
“no teu livro todos os meus membros foram escritos” (Salmos 139:16 - KJV). O salmista
estava se referindo ao seu corpo natural, primeiro como formado no útero (v. 15), e depois
como sendo o tema dos decretos divinos (v. 16). Mas a referência mais profunda é a de
Cristo, falando, como o antítipo de Davi, dos membros do Seu corpo místico. “A
substância da Igreja, da qual esta deveria ser formada, estava sob os olhos de Deus, tal
como proposto no decreto de eleição” (John Owen).
Talvez um leitor preocupado esteja se perguntando: Como posso ter certeza de que agora
meu nome está escrito no Livro da Vida do Cordeiro? Nós respondemos muito breve-
mente. Em primeiro lugar, por Deus ter te ensinado a ver e te conduzido a sentir sua
corrupção interior, sua vileza pessoal, sua terrível culpa, a sua extrema necessidade do
sacrifício do Cordeiro. Em segundo lugar, fazendo com que você dê a Cristo o primeiro
lugar de importância em seus pensamentos e estima, compreendendo que somente Ele
pode te salvar. Em terceiro lugar, por Deus ter te conduzido a crer nEle, descansar toda a
sua alma nEle, desejando ser achado nEle, não tendo a sua própria justiça, mas a dEle.
Em quarto lugar, fazendo-o infinitamente precioso para você, de modo que Ele é todo Seu
desejo. Em quinto lugar, por estar trabalhando em você a determinação de agradá-lO e
glorificá-lO.
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
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Fonte: Pbministries.org | Título Original: The Doctrine of Election
As citações bíblicas desta tradução são da versão ACF (Almeida Corrigida Fiel)
Tradução e Capa por William Teixeira │ Revisão por Camila Almeida
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Uma Biografia de Arthur Walkington Pink
Arthur Walkington Pink (1886 – 1952) e sua esposa Vera E. Russell (1893 – 1962)
Arthur Walkington Pink (01 de abril de 1886 – 15 de julho de 1952) foi um evangelista e
teólogo inglês, conhecido por sua firme adesão aos ensinamentos calvinistas e puritanos.
Nasceu em Nottingham, Inglaterra. Seus pais eram cristãos piedosos e ele tinha um irmão
e duas irmãs. Aos 16 anos A. W. Pink encerrou os seus estudos e entrou para o ramo de
negócios. Rapidamente obteve sucesso no que havia determinado fazer, mas, para a
tristeza dos seus pais, ele abriu mão do Evangelho. Foi nesta época que ele se tornou um
discípulo da Teosofia e do Espiritismo. Em 1908 ele já era conhecido como um teosofista
e um espírita praticante. Neste mesmo ano, com 22 anos, ao chegar em casa após uma
reunião teosófica, seu pai dirigiu-se a ele e citou este versículo da Bíblia:
“Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”
(Provérbios 14:12)
Pink foi para o seu quarto e ficou pensando nas palavras que seu pai lhe dissera. Em
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seguida resolveu orar e pedir uma orientação a Deus. Foi o suficiente para enxergar o seu
erro. Esta experiência foi tão marcante que A.W. Pink encontrou o que tanto desejava:
Jesus Cristo, Aquele que Lhe daria a Água Viva para saciar a sua sede, assim como
prometera à mulher samaritana (Jo 4:14).
Cristo tornara-se real para ele! O mais interessante é que, na 6ª feira daquela mesma
semana, Pink faria uma palestra para os adeptos da Teosofia (que ainda não sabiam de
sua conversão). No dia e hora marcados, Pink dirigiu-se ao salão de Convenções da
Teosofia. Quando subiu para falar, pregou o Evangelho em demonstração de Poder. A
reação da turba foi imediata: retiram-lhe à força e lançaram-no à rua. Um episódio que
serviu para abrir os olhos dele para o caminho que o esperava!
Assim, Arthur Pink não tinha mais dúvidas sobre o seu chamado. Mas em qual Igreja?
Havia tanto liberalismo nos ministérios. Então, ele foi recebido na Igreja dos Irmãos, onde
ensinavam a Bíblia com muito amor. Depois, recomendaram que ele fosse estudar no
Instituto Dwight L. Moody, em Chigago, Estados Unidos. Então, em 1910, ele foi para
Chicago estudar. Mas logo abandou o Instituto, por discordar do que ali era ensinado. Nos
anos que se seguiram esteve pastoreando Igrejas no Colorado e na Califórnia. Em 1916,
casou-se em Kentucky, com uma mulher chamada Vera E. Russell. Em 1917 pastoreou
uma Igreja Batista na Carolina do Sul.
Foi nesta época que ele começou a ter problemas com o seu ensino. Começou a ler os
puritanos e descobriu verdades que o perturbaram. Principalmente sobre a grande
doutrina bíblica da Soberania de Deus, porém à medida que ele começou a pregar sobre
isto, descobriu que não eram coisas populares. Em 1920, ele saiu da Igreja Batista na
Carolina do Sul e começou um ministério itinerante em todos os EUA, para anunciar à
Igreja esta visão da Soberania de Deus. Suas pregações eram firmes e bíblicas, mas, não
eram populares, seus ouvintes não gostavam do que ele pregava.
Em 1922, começou uma revista chamada Studies in the Scriptures (Estudo nas
Escrituras). Mas poucas pessoas se interessaram pela leitura da Revista. Ele publicou
1000 revistas e, muitas delas, não foram sequer vendidas. Ainda neste ano, fizeram-lhe
um convite para visitar a Austrália. Ele viu neste convite uma grande oportunidade de
pregar o Evangelho e terminou por estabelecer-se na cidade de Sidney, à convite das
Igrejas Batistas locais. Porém não obteve sucesso em seu ministério como pregador.
Depois de 8 anos vivendo na Austrália, em 1928, Pink retornou à Inglaterra. Onde
aconteceu uma surpreendente obra da Providência divina durante 8 anos ele procurou um
lugar para pregar a Palavra e ajudar as pessoas, mas não conseguiu encontrar. Ninguém
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estava interessado em ouvir suas pregações. A sua fé foi duramente provada durante
este período e, apesar de toda a luta, ele continuava a editar a revista “Estudo nas
Escrituras”, embora somente uns poucos a liam.
Em 1936, ele entendeu que Deus, de alguma forma, havia fechado as portas da pregação
para ele. Então ele entregou-se totalmente a escrever e expor as Escrituras Sagradas.
Esta era a sua chamada.
Quando começou a 2ª Guerra Mundial, A. W. Pink vivia no sul da Inglaterra, região que
sofreu fortes ataques aéreos. Então, em 1940, ele e a sua esposa, Vera, mudaram-se
para o norte da Escócia, em uma pequenina ilha chamada Luis. 12 anos depois, em 1952,
A.W. Pink faleceu vítima de anemia. Ian Murray, seu biógrafo, relata que, além de sua
esposa, apenas oito pessoas apareceram em seu enterro.
Com certeza, A. W. Pink (como assinava em suas cartas e artigos) nunca imaginaria que,
no final do século 20 e ao longo do século 21, dificilmente seria necessário explicar quem
é Pink quando nos dirigindo às pessoas que consideram a Bíblia como Palavra de Deus e
se empenham em compreendê-la, entre outras coisas, utilizando bons livros. Vivendo
quase em completo anonimato, salvo por aqueles poucos que assinavam sua revista
publicada mensalmente, o valor de Arthur Pink foi descoberto pelo mundo apenas após
sua morte, quando seus artigos passaram a ser reunidos e publicados na forma de livros.
Ian Murray afirma que, mediante a ampla circulação de seus escritos após a sua morte,
ele se tornou um dos autores evangélicos mais influentes na segunda metade do século
20. Foi D. Martyn Lloyd-Jones quem disse: “Não desperdice o seu tempo lendo Barth e
Brunner. Você não receberá nada deles que o ajude na pregação. Leia Pink!”.
Richard Belcher tem escrito alguns livros sobre a vida e obra do nosso autor, disse o
seguinte:
“Nós não o idolatramos. Mas o reconhecemos como um homem de Deus ímpar, que pode
nos ensinar por meio da sua caneta. Ele verdadeiramente ‘nasceu para escrever’, e todas
as circunstâncias de sua vida, mesmo as negativas que ele não entendeu, levaram-no ao
cumprimento desse propósito ordenado por Deus”.
John Thornbury, autor de vários livros, inclusive uma excelente biografia sobre David
Brainerd, disse o seguinte: “Sua influência abrange o mundo todo e hoje um exército
poderoso de pregadores de várias denominações está usando seus materiais e pregando
à congregações, grandes e pequenas, as verdades que ele extraiu da Palavra de Deus.
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Eu o honro por sua coragem, discernimento, perspicuidade, equilíbrio, e acima de tudo
por seu amor apaixonado pelo Deus trino”.
As últimas palavras de Pink antes de morrer, ao lado de sua esposa, foram: “As Escrituras
explicam a si mesmas”. Que declaração final apropriada para um homem que dedicou sua
vida ao entendimento e explicação da Palavra de Deus!
______________
Esta biografia é baseada nas seguintes fontes:
♦ DIDINI, Ronaldo. Um gigante esquecido da fé cristã: Uma biografia resumida de A. W.
Pink. Disponível em: <https://www.ministeriocaminhar.com.br/?ver=74>. Acesso em: 01
de dezembro de 2013.
♦ SABINO, Felipe A. N. Os dez Mandamentos. 1ª edição. Brasília: Editora Monergismo:
2009. Prefácio.
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Indicações de E-books de publicações próprias.
Baixe estes e outros gratuitamente no site.
10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne
Agonia de Cristo – Jonathan Edwards
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina
da Eleição
Cristo É Tudo Em Todos – Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel
Doutrina da Eleição, A – Arthur Walkington Pink
Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne
Excelência de Cristo, A – Jonathan Edwards
Gloriosa Predestinação, A – C. H. Spurgeon
Imcomparável Excelência e Santidade de Deus, A –
Jeremiah Burroughs
In Memoriam, A Canção dos Suspiros – Susannah Spurgeon
Jesus! - Charles Haddon Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon
Livre Graça, A – C. H. Spurgeon
Paixão de Cristo, A – Thomas Adams
Plenitude do Mediador, A – John Gill
Porção do Ímpios, A – Jonathan Edwards
Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon
Reforma – C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta – R. M. M’Cheyne
Salvação Pertence Ao Senhor, A – C. H. Spurgeon
Sangue, O – C. H. Spurgeon
Semper Idem – Thomas Adams
Sermões de Páscoa – Adams, Pink, Spurgeom, Gill, Owen e
Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) –
C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A – J. Edwards
Tratado sobre a Oração, Um – John Bunyan
Verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, O – Paul D. Washer
Livros que Recomendamos:
A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES
Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por
John Bunyan – Editora Fiel
Um Guia Seguro Para o Céu, por Joseph Alleine –
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O Peregrino, por John Bunyan – Editora Fiel
O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo
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O Diário de David Brainerd, compilado por Jonathan
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2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
desfalecemos; 2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando
com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à
consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3
Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4
Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque
não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos
vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém, este tesouro
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo
somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 Persegui-
dos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10
Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se
manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos
também, por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos
ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de
graças para glória de Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se
veem são temporais, e as que se não veem são eternas.