A evolução dos periódicos brasileiros e o acesso aberto · • Iniciativa BIREME (WHO, OPAS) e...

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A evolução dos periódicos brasileiros e o acesso aberto Lewis Joel Greene Editor, Brazilian Journal of Medical and Biological Research Professor Titular, Colaborador Sênior, Depto. Biologia Celular, Molecular e Bioagentes Patogênicos Fac. Medicina de Ribeirão Preto - USP [email protected] XVII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias Gramado, 16-18 de Setembro de 2012

Transcript of A evolução dos periódicos brasileiros e o acesso aberto · • Iniciativa BIREME (WHO, OPAS) e...

A evolução dos periódicos brasileiros e

o acesso aberto

Lewis Joel Greene

Editor, Brazilian Journal of Medical and Biological Research

Professor Titular, Colaborador Sênior, Depto. Biologia Celular, Molecular e

Bioagentes Patogênicos Fac. Medicina de Ribeirão Preto - USP

[email protected]

XVII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias

Gramado, 16-18 de Setembro de 2012

2

Tópicos

1. Periódicos científicos brasileiros em 2000

2. Periódicos científicos nacionais e internacionais

3. Por que publicar periódicos científicos nacionais?

4. Realidade dos Periódicos: Visibilidade + Acessibilidade

5. “Lost Science in the Third World”

6. Indexação sozinha não é suficiente

7. Open Access – Definição

8. Formas de Open Access

9. Scientific Electronic Library On Line - SciELO

10. Realidade dos periódicos publicados em países em desenvolvimento

11. Alguns números

12. Conclusão

Periódicos Científicos Brasileiros em 2000

1. ~1300 títulos – acadêmico-tradicionais,

institucionais e profissionais em todas

as áreas.

2. ~400 periódicos – funcionais mas

heterogêneos em qualidade e

pontualidade.

3. CNPq/CAPES gastaram, em média,

USD$ 12.500/ano em 200 periódicos ~

US$ 2.5 milhão.

4. Maioria das cópias era gratuita,

doada a membros de sociedades

científicas, bibliotecas e utilizadas

para intercâmbio.

5. Poucas assinaturas pagas.

6. Pouca propaganda, à exceção de

empresas farmacêuticas.

7. De fato, poucos artigos eram

realmente lidos.

3

Periódicos científicos nacionais e

internacionais

• O melhor da ciência brasileira é publicada em

periódicos internacionais com alto fator de

impacto.

• Após 15 anos da implantação do SciELO, somente

dois periódicos brasileiros tem fator de impacto

maior que 2: Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

(2,147) e Clinics (2,058)

4

Por que publicar periódicos científicos

nacionais?

Contribuição direta

1. Informar cientistas e

sociedade brasileira do

progresso da ciência

nacional.

2. Comunicar os resultados

de pesquisa de interesse

nacional ou regional.

3. Comunicar os resultados

da pesquisa brasileira ao

restante do mundo.

Contribuição indireta

1. Memória da produção

científica nacional.

2. Definir e implementar

critérios de qualidade para

desenvolver e publicar

ciência no Brasil.

3. Estimular o

desenvolvimento e a

consolidação de áreas de

pesquisa no Brasil.

5

6

Realidade dos Periódicos:

Visibilidade + Acessibilidade

Visibilidade

Referência nos periódicos

Serviços de resumos

Serviços de indexação

Current contents

PubMed, WOS (ISI)

Acessibilidade

tradicional

O trabalho na mão

Pedido de separatas

Bibliotecas (assinaturas institucionais)

Acesso Livrewww.scielo.br

www.scielo.org

www.doaj.org (listagem de >8100

periódicos e 897.519 artigos na forma

de acesso livre).

7

• Ênfase na exclusão dos sistemas de indexação e citação do ISI

(JCR).

• Poucos periódicos de países em desenvolvimento são lidos (no

próprio país ou fora dele).

• Diagnóstico era correto.

• Remédio não.

Scientific American, August 1995, p 76-83

Indexação (visibilidade) sozinha não

é suficiente para projetar os

periódicos brasileiros de maneira

globalizada.

8

Open Access – Definição (Wikipedia)

9

Acesso irrestrito, através da Internet, a artigos

científicos, publicados em periódicos acadêmicos,

com política de revisão por pares (“peer-review”).

Atualmente, também é possível ter acesso a teses,

monografias acadêmicas e capítulos de livros.

Formas de Open Access (Wikipedia)

10

1. “Green Open Access Self Archiving”: artigos publicados

em qualquer periódico são arquivados pelos autores dos

artigos, para uso público e gratuito, em repositórios

institucionais, em repositório central (p. ex., PubMed

Central) ou outro “site” Open Access.

2. “Gold Open Access”: os artigos são publicados em

periódicos que tem Open Access disponível diretamente

no “site” da editora. Alguns periódicos apresentam uma

estrutura híbrida: Open Access é fornecido através de

pagamento pelos autores de uma taxa de publicação

(“page charge”, ex.: BioMed Central).

11

Scientific Electronic Library On Line = SciELO

SciELO-Brasil tem acesso livre desde 1997

www.scielo.br e www.scielo.org

• Digital, “on-line” .

• 242 periódicos SciELO Brasil em 2011.

• 844 periódicos SciELO internacional em 2011.

• Revisão por pares (“peer-review”)

• Totalmente gratuito, tanto para o público quanto para o periódico.

• Iniciativa BIREME (WHO, OPAS) e FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado de São Paulo) para o desenvolvimento do “software” e manutenção do servidor.

• Atualmente, outras agências de fomento do Brasil (FAPESP, CAPES, and CNPq)

custeiam a estrutura do SciELO.

12

SciELO International

www.scielo.org

• “Software” foi disponibilizado para outros países que utilizam

a revisão por pares e os mesmos critérios que o Brasil.

• Argentina, Chile, Colombia, Cuba, Espanha e Venezuela estão

no sistema.

• Em desenvolvimento: Costa Rica, Mexico, Peru, Portugal e

Uruguai.

• Total juntamente com o Brasil – 1087 periódicos em 2011.

13

Links a partir de PubMed (1999), WOS (2000),

DOAJ (2003), Google (2004), CrossRef (2004)

conectam diretamente à página título do artigo no

SciELO.

Estes “links” tem permitido que periódicos

brasileiros, indexados pelo PubMed e WOS,

sejam facilmente acessados por cientistas

internacionais.

“Links” diretos amplificam a penetração do

sistema SciELO

14

Publicação Open Access no SciELO

O problema: como informar a comunidade científica

mundial a existência do SciELO? Como alcançá-la?

Que áreas devem ser cobertas? Qual língua utilizar?

Propaganda na Nature e Science? No The New York

Times? No Google?

15

Ter a cobertura do SciELO não é

suficiente para projetar os periódicos

científicos brasileiros na órbita global!

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Realidade dos periódicos publicados em países

em desenvolvimento

• No primeiro mundo, visibilidade e disponibilidade são

interligados por bibliotecas efetivas, que tem aporte de

recursos governamentais repassados às universidades para

o pagamento de assinaturas institucionais.

• Esta situação não existe nos países em desenvolvimento.

• O Brasil dispõe agora do SciELO Open Access.

Alguns números

Título 2007 2011

Brazilian Journal of Medical and Biological

Research3059 4087

Clinics 0 1263

Memorias do Instituto Oswaldo Cruz 3215 5194

Pesquisa Agropecuária Brasileira 1035 3413

17

Citações no Journal of Citation Report (Thomson Reuters)

Alguns números

Título 2007 2011

Brazilian Journal of Medical and Biological

Research1,150 1,129

Clinics 0 2,058

Memorias do Instituto Oswaldo Cruz 1,450 2,147

Pesquisa Agropecuária Brasileira 0,274 0,756

18

Fator de impacto no Journal of Citation Report

(Thomson Reuters)

Alguns números

Título 2007 2011

Brazilian Journal of Medical and Biological

Research515 627

Clinics 60 587

Memorias do Instituto Oswaldo Cruz 1239 1303

Pesquisa Agropecuária Brasileira 1324 2635

19

Citações SciELO

Alguns números

Título 2007 2011

Brazilian Journal of Medical and Biological

Research0,2148 0,1790

Clinics 0,4135 1,2400

Memorias do Instituto Oswaldo Cruz 0,4463 0,4275

Pesquisa Agropecuária Brasileira 0,3070 0,5300

20

Fator de impacto SciELO

Alguns números

Título 2009-2010 2011-2012

Brazilian Journal of Medical and Biological

Research583.463 543.292

Clinics 394.815 558.031

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 578.101 610.399

Pesquisa Agropecuária Brasileira 97.681 170.070

21

Solicitações de resumos em inglês por ano

Alguns números

Título 1998-2010 Março 2011

Brazilian Journal of Medical and

Biological Research4.599.524 59.135

Clinics1 2.360.209 45.695

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 4.557.727 74.784

Pesquisa Agropecuária Brasileira2 5.414.005 56.066

22

Solicitações de artigos por ano e por mês.1 = 2005-2012, 2 = 2001-2012

• Os dados mostram que hoje os periódicos

científicos brasileiros são acessíveis à milhares de

cientistas do mundo inteiro.

• SciELO está cumprindo sua missão.

• Mas por que os fatores de impacto dos periódicos

brasileiros são tão baixos?

23

• Apesar do enorme aumento em acessibilidade,

através do SciELO, observado para os periódicos

brasileiros, o fator de impacto apresentou pouco

aumento desde o início da implantação do

SciELO.

– 2 periódicos - fator impacto >2,0.

– 8 periódicos - fator impacto 1,0-1,2.

• O mesmo é aplicável para as publicações

brasileiras, que aumentaram de 5.712 em 1994

para 34.790 em 2011, mas o fator de impacto

variou somente de 0,64 para 0,65.

24

Conclusão

• Estas duas análises de periódicos científicos

brasileiros e trabalhos científicos brasileiros

publicados sugerem que a qualidade da ciência no

país não está aumentando junto com a expansão

numérica.

• Open access resolveu problema de acessibilidade

dos periódicos brasileiros mas mostrou que a

qualidade não acompanhou o incremento de

crescimento.25

26

Campus de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

27

Obrigado por sua atenção