A Doutrina da Absoluta Inabilidade Humana, por John MacArthur

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A DOUTRINA DA ABSOLUTA

INABILIDADE HUMANA

JOHN MACARTHUR

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Traduzido do original em Inglês

The Doctrine of Absolute Inability

By John MacArthur

Via: GTY.org

(Grace To You)

Tradução por Camila Almeida

Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Março de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative

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A Doutrina Da Absoluta Inabilidade Humana

Por John MacArthur

[Escrituras Selecionadas, 24 de outubro de 2004]

Eu quero afirmar a vocês que tudo o que digo será extraído das Escrituras, diante de seus

olhos, e gostaria de incentivá-los, como os nobres Bereanos, para que se esforcem um

pouco e examinem a Bíblia e vejam se estas coisas são assim. Eu certamente não quero

trazer a vocês uma teologia racional, embora não seja irracional. Eu não quero trazer a vo-

cês uma abordagem filosófica para a teologia. Eu não quero seguir o caminho da razão hu-

mana para concluir as coisas que nós concluímos. Eu quero trazer a vocês o que a Palavra

de Deus tem a dizer e a Palavra de Deus fala destas questões doutrinais muitíssimo impor-

tantes.

Apenas por meio de breve revisão, começamos quando terminamos o livro de Judas, olhan-

do para a doutrina da perseverança dos santos ou a preservação dos santos. Isso quer

dizer que, se vocês são alguma vez salvos, vocês sempre têm a esperança da vida eterna.

Vocês não podem jamais se perderem. Vocês não podem perder a sua salvação, porque

Ele é capaz de nos impedir de cair e de nos apresentar diante dEle com grande glória. É

assim que Judas termina. E assim nós falamos sobre essa doutrina da segurança ou da

preservação ou perseverança. E, no final, dissemos que somos preservados até o fim, por-

que nós somos escolhidos desde o princípio para essa finalidade. E isso nos levou para a

doutrina da eleição Divina, a doutrina da predestinação, que Deus determinou antes da fun-

dação do mundo, que Ele salvaria, que Ele traria para a glória. Portanto, seja quem for que

Ele chame, Ele justifica, quem Ele justifica, Ele glorifica. E assim, a grande doutrina da pre-

servação é ligada à doutrina da eleição ou predestinação.

E há pelo menos três mensagens que nós obtemos através de importantes passagens da

Escritura que ensinam a doutrina da eleição e as evidenciam para vocês, pois está na Pala-

vra de Deus. E, tendo entendido aquela doutrina, aqueles de vocês que estão conosco, a

encontrarão em todos os lugares e vocês ou vão aceita-la onde quer que vocês a encon-

trem, ou passarão o resto de sua vida lutando contra ela, quando ela saltar da página.

Agora, qualquer discussão sobre a doutrina da predestinação ou a doutrina da soberana

eleição Divina, ou, se você preferir, a salvação soberana como uma obra de Deus é base-

ada em outra doutrina. Deus deve nos salvar. Ele deve nos escolher, nos chamar, nos rege-

nerar, nos justificar por meio de Seu poder Divino, porque nós não somos nem dispostos

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nem capazes de fazê-lo por nós mesmos. E isso nos leva ao que eu chamarei de a doutrina

da incapacidade absoluta. Eu nunca a ouvi chamada assim, mas isto serve ao meu pro-

pósito para explicar o que queremos dizer.

Agora, para começar essa discussão, eu quero que vocês abram o seu Novo Testamento

em João 11, e isso nos proporcionará, penso eu, uma boa analogia para nos introduzir em

nossa discussão. João 11 é um capítulo notável para todos os que entendem a Bíblia, por-

que ele registra a ressurreição de um dos amigos mais íntimos de Jesus, um homem cujo

nome era Lázaro, que tinha duas irmãs chamadas Maria e Marta, e em cuja casa Jesus

permaneceu por um tempo. Eles eram crentes nEle e amigos. Quando o décimo primeiro

capítulo de João inicia, Lázaro que vivia em Betânia, a cerca de dois quilômetros a leste de

Jerusalém, logo na parte de trás do Monte das Oliveiras, ficou doente. Na verdade, o versí-

culo 2 diz que ele estava doente. E suas irmãs, Maria e Marta, enviaram uma mensagem

ao Senhor, dizendo: “Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas”. Isso nos indica

que Jesus tinha uma afeição muito especial por seu amigo Lázaro. Jesus ouvindo isso, ver-

sículo 4, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o

Filho de Deus seja glorificado por ela”. Deus tem um propósito nesta doença e não é, final-

mente, provocar a morte de Lázaro. Jesus amava a Marta, versículo 5, amava sua irmã, a-

mava Lázaro, mas quando soube que ele estava doente, ficou ainda dois dias no lugar onde

estava. Ele não respondeu. E, finalmente, como vocês se lembram, Ele partiu.

E, quando Ele chegou atrasado para os padrões de Maria e de Marta, o versículo 17 diz:

“Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura”, “E muitos

dos judeus”, versículo 19, “tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão”.

Este era uma espécie de acordo da comunidade que acontecia quando havia uma morte,

todos os cercavam e lamentavam, tentavam consola-los. No versículo 21, Marta culpa Je-

sus e diz-lhe: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Ela tinha grande

confiança em Seu poder de cura e aparentemente nenhuma confiança em Seu poder de

ressurreição.

Ele disse-lhe: “Teu irmão há de ressuscitar”. E ela disse: “Eu sei que há de ressuscitar na

ressurreição do último dia”. E Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em

mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá.

Crês tu isto?”. Ela disse: “Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia

de vir ao mundo”.

Então eles tiveram essa pequena discussão teológica e ela encerrou na ressurreição final

como a única esperança para o seu irmão. Mas à medida que a história se passa, e vocês

vêm até o versículo 32, Maria veio até o lugar onde Jesus estava, O vê, cai aos Seus pés,

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dizendo-Lhe: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Este é o mesmo

comentário que sua irmã havia feito. “Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando

os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se. E disse: Onde

o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus:

Vede como o amava. E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego,

fazer também com que este não morresse?”. Então, vocês conhecem que quase todos pen-

savam que Ele poderia curar a enfermidade.

Jesus, no versículo 38, estando profundamente comovido interiormente, foi ao túmulo, que

era uma caverna e uma pedra estava posta sobre ela. Jesus disse: “Tirai a pedra. Marta,

irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias”. E então Jesus

disse a ela: “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus. Tiraram, pois, a pedra

de onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos para cima, disse: Pai, graças te dou,

por Me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas eu disse isto por causa da

multidão que está em redor, para que creiam que tu Me enviaste”.

E, em seguida, versículo 43, interessantíssimo. “E, tendo dito isto, clamou com grande voz:

Lázaro, sai para fora”. Agora, o que me interessa aqui é que Jesus deu uma ordem a um

homem morto. Eu realizei muitos funerais, eu já vi muitas pessoas mortas, eu nunca pedi a

qualquer um deles para fazer qualquer coisa, nem o fez qualquer outra pessoa, especial-

mente eu nunca diria a um homem morto, “Bill, sai para fora”. Quero dizer, vocês não des-

perdiçariam palavras, vocês pareceriam tolos. Homens mortos não podem ouvir. Homens

mortos não podem pensar. Homens mortos não podem responder porque eles estão mortos

e morto significa a incapacidade absoluta para fazer qualquer coisa em resposta a qualquer

estímulo. Não há vontade. Não há poder de pensar ou agir. Mas, olhem para o versículo

44: “E o defunto saiu”. Lázaro fez exatamente o que Jesus lhe pediu para fazer. Incrível.

Ele deve ter uma espécie de tropeço ali, porque ele estava com as mãos e pés amarrados

com faixas. E seu rosto estava envolto com um lenço e, em seguida, Jesus disse: “Desligai-

o, e deixai-o ir”. Homens mortos não podem responder. Homens mortos não podem obede-

cer a comandos. Ele não podia, mas ele o fez. Ele fez o que era impossível.

Como é possível para um homem morto fazer o que Jesus lhe disse para fazer? Nós todos

sabemos a resposta, porque Cristo deu a ele a capacidade de fazê-lo. Se Cristo não tivesse

lhe dado a vida, ele não poderia ter obedecido. E isso é o que está vinculado às palavras

anteriores de Jesus nos versículos 25 e 26: “Eu sou a ressurreição e a vida”. E o milagre

admirável de ordenar um homem que não pode responder e, em seguida, conceder-lhe o

poder de responder é análogo à salvação. O evangelho ordena homens mortos a levanta-

rem-se, mortos a crerem, homens mortos a compreenderem, homens mortos a arrepen-

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derem-se. O evangelho ordena a pessoas mortas que façam o que, francamente, elas não

podem fazer.

Agora dali eu quero que vocês sigam para Efésios, capítulo 2, e aqui vemos a profundidade

do problema. Efésios capítulo 2, esta não é uma descrição de Lázaro, esta é uma descrição

de todos, Efésios 2:1: “E vos vivificou, estando vós mortos em delitos e pecados”. Nessa

condição vocês noutro tempo andaram segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe

das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Pois nós,

todos nós, Paulo incluiu, nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazen-

do a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os

outros também. Nós estávamos todos mortos. Mortos para quê? Mortos para Deus, mortos

para a realidade espiritual, mortos para a verdade.

O problema básico do homem não é a falta de autoestima. Não é que ele está fora de

harmonia com o seu ambiente. Não é que ele está meio fora de sincronia com o seu Criador.

Não é que ele precisa fazer alguns ajustes para pôr em ordem a obtenção de Deus em sua

harmonia. O problema do homem é que ele é absolutamente morto e ele é incapaz de se

relacionar com Deus em absoluto. A Pessoa de Deus, a verdade de Deus ou os manda-

mentos de Deus. O pecado mata. O salário do pecado é... o quê? Morte. Agora, isto é reite-

rado em muitos lugares na Bíblia, que não somos apenas ignorantes, não somos apenas

cegos, que não somos apenas fracos e impotentes, mas que somos simplesmente mortos.

Um dos prováveis discípulos em Mateus 8 foi abordado por Jesus que lhe pediu para segui-

lo e ele disse em Mateus 8:21: “Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu

pai”. Vocês conhecem o que Jesus disse? “Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus

mortos”. Deixe os espiritualmente mortos enterrarem os fisicamente mortos. Portanto, aqui

Jesus chama aqueles que estão fora de Seu Reino de mortos. Paulo em 1 Timóteo 5:6 diz:

“Mas a que vive em deleites, vivendo está morta”. Aquele que está morto não tem capacida-

de alguma para responder a Deus. Ele é um servo de Satanás, impulsionado pela concupis-

cência da carne. As coisas que saem do seu coração são maus pensamentos, homicídios,

adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e difamações, como Mateus, capítulo 15,

indica e outros lugares na Escritura.

Ora, eu não estou dizendo que os pecadores não podem fazer algum bem humano. Eles

podem ser filantrópicos. Eles podem ser caridosos. Eles podem ajudar as pessoas. Eles

podem ser gentis. Eles podem ser misericordiosos. Mas eles não podem fazer qualquer

bem espiritual. Eles não podem fazer qualquer coisa que agrada a Deus, porque ninguém

pode fazer qualquer coisa que agrada a Deus, a menos que ele seja feito para a Sua glória

e não pode ser feito para a Sua glória a menos que seja feito em nome de Seu Filho. Assim,

enquanto há bem humano, é bem morto. Não tem absolutamente nada a ver com Deus.

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Em Lucas 6:33 é dito: “E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis?

Também os pecadores fazem o mesmo”. Assim, mesmo as palavras de Jesus aqui admitem

que as pessoas fazem o bem. Mas é bem humano e em um sentido que é bem ruim. Bem

no sentido humano, ruim no sentido de que isso não tem motivo puro e nenhuma influência

sobre o relacionamento com Deus. Nada sobre isso Lhe agrada.

Eu penso que essa ideia é expressa em Lucas 11:13, nas palavras: “Pois se vós, sendo

maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos”. Mesmo que vocês sejam maus, fazem

boas coisas aos vossos filhos, isso é instintivo na paternidade. Mas, isso não é um bem

que de qualquer modo satisfaz a Deus. Mesmo os nativos da ilha de Malta em Atos 28 mos-

traram excedente bondade para com Paulo. Há uma espécie de gentileza pagã e bondade

pagã e nós nunca negaríamos isso, mas isso não tem relacionamento com Deus. Ele o con-

sidera como absolutamente nada.

Agora, voltemos a Efésios 2. O pecador está tão morto que tudo o que ele está envolvido

pode ser resumido como sendo do mundo, do Diabo e da carne. Ele não pode fazer abso-

lutamente nada fora disso. Então, quando vocês vêm para o versículo 4, se vocês estiverem

indo começar a falar sobre a salvação, ele não começa no versículo 4 e diz: “No entanto,

um dia você recuperou os seus sentidos”, não, ele diz: “Mas Deus, que é riquíssimo em

misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas

ofensas, nos”, o quê? “vivificou”. Ele o fez, Ele nos vivificou juntamente com Cristo. Pela

graça sois salvos. Ele nos ressuscitou com Ele.

Vocês dizem: “Sim, mas tínhamos que acreditar”. Claro, versículo 8: “Porque pela graça so-

is salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Vocês veem, até mesmo

a fé tem que ser dada aos mortos.

Olhem para 2 Pedro 1:1, ouçam isso: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos

que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador

Jesus Cristo”. Todos nós temos fé porque a recebemos. É um dom Divino. Filipenses 1 ver-

sículo 29, claríssimo: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente

crer nele, como também padecer por ele”. Então, foi concedido a vocês, por Deus, por cau-

sa de Cristo, que creiam e sofram. Se Deus não lhes conceder o poder de crer, vocês não

podem crer, vocês estão mortos. Isso tem que ser concedido por Deus. Pessoas mortas

não podem responder. É por isso que a analogia da morte é utilizada.

Vejam o versículo 16 de Atos 3. Aqui vocês têm Pedro e João curando este homem coxo.

“E pela fé no seu nome”, Atos 3:16: “E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a

este que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos

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vós, esta perfeita saúde”. Tivesse o homem a fé para crer em Cristo, teria que ter vindo

através de Cristo. Pensem nisso, com estas palavras, Filipenses 1:6: “Tendo por certo isto

mesmo, que aquele que em vós começou a boa”, isto é muito importante; quem começou

a boa obra? Quem a iniciou? Deus. “A aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”. Ele a co-

meçou, Ele a aperfeiçoará.

Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 1 versículo 30, diz-se no versículo 29: “Para que ne-

nhuma carne se glorie perante ele”. Por quê? Versículo 30: “vós sois dele, em Jesus Cristo”.

Por vós serem dEle, em Cristo Jesus, é por isso que o versículo 31 diz: “Aquele que se glo-

ria, glorie-se no Senhor”. Homens mortos não obedecem. Homens mortos não respondem.

Homens mortos não ressuscitam. Homens mortos não fazem qualquer coisa, eles não po-

dem. E nós estamos, por causa do pecado, espiritualmente mortos.

Voltando para a carta de Paulo aos Efésios, capítulo 4 e versículo 18 descreve isto com

estas palavras. “Os gentios”, versículo 17, “entenebrecidos no entendimento, separados da

vida de Deus”. Essa é outra maneira de dizer isso. Fisicamente vivos, espiritualmente mor-

tos. Separados da vida de Deus. Colossenses 2:13 pondera sobre isso, “E, quando vós

estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou”. Mortos em

transgressões, estudantes de grego chamariam isso de um locativo de esfera. Vocês vivem

na esfera da morte, vocês vivem no reino da morte, vazios de todo o sentido espiritual,

dominados por sua carne, que é incircuncisa ou impura. E nessa condição, Ele vos vivificou.

Isso é exatamente o que diz Efésios 2.

Agora, esta condição de estar mortos espiritualmente, não foi a forma como os humanos

vieram de Deus. Quando Deus fez Adão e fez Eva, eles eram espiritualmente vivos. Eles

tinham comunhão com Deus. Eles andavam e falavam com Ele na viração do dia. Eles na-

turalmente obedeciam a Deus. Eles naturalmente amavam a Deus. Eles naturalmente fazi-

am a vontade de Deus. Mas Deus deu-lhes uma proibição, para que não comesse [o fruto]

da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e disse: “Porque no dia em que dela comeres,

certamente morrerás” [Gênesis 2:17]. E no dia em que comeram, eles morreram espiritual-

mente. E, de repente, eles estavam separados de Deus. Eles estavam perdidos no Jardim.

Cobriram-se. Eles se esconderam de Deus, espiritualmente mortos. E, é claro, isto causou

que toda a raça humana nascesse morta. Esse é o ponto de Paulo em Romanos 5:12:

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim

também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. Mais tarde, ele

diz: “todos morrem em Adão” [1 Coríntios 15:22]. Toda a raça humana nasce morta por

causa do pecado de Adão.

Paulo está tentando explicar aos seus leitores como a morte de um homem, Cristo, poderia

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resultar ser tão salvífica. E a maneira que ele usa para explicar como a morte de uma pes-

soa pode ter um efeito tão grande é mostrar como o pecado de uma pessoa teve um efeito

tão enorme sobre toda a raça humana. E assim, Paulo diz que o pecado entrou no mundo

por um homem. A morte veio pelo pecado. A morte passou a todos os homens. E a história

registra a lembrança daquela morte. 1 Coríntios 15:22: “todos morrem em Adão”. Deus fez

o homem reto, Deus fez o homem vivo, porém toda a humanidade está morta em delitos e

pecados. Deus vem e Ele ordena os pecadores ao arrependimento. Ele os ordena a crer

em Seu Filho, a amar o Seu Filho, a confessar o Seu Filho, a submeterem-se ao Seu Filho.

E vocês fazem a pergunta: pode uma raça inteira de Lázaros responder? Esta é a pergunta

convincente que está por trás da doutrina da eleição. Se os pecadores são deixados a si

mesmos para crer, por meio de que poder eles fazem isso? Se vocês dirão: “eu não creio

na eleição divina, eu creio que todo mundo está fora somente porque ele mesmo quer, todo

mundo faz a sua própria escolha, Deus só olha para baixo, e vê o que você fará, mas cabe

a você fazê-lo”, então a questão é por meio de que poder o homem morto ressurge? Com

que poder? Se Deus não os tornar dispostos e Deus não os fizer capazes, de onde vem o

poder e de onde vem a vontade? Aqueles que negam a doutrina da eleição Divina, aqueles

que negam a doutrina da salvação Divina, como um ato de Deus tem que acreditar que há

algo no homem entregue a si mesmo, que o habilita a se tornar disposto e voltar à vida. É

isso o que a Bíblia ensina? A Bíblia não descreve nossa condição como uma deficiência,

ela a descreve como morte. E todo mundo sabe que a morte significa uma incapacidade de

responder.

Talvez um pouco mais de crítica nos ajudará a compreender este ponto. Voltem para João

capítulo 1, apenas para esclarecer, isto está em toda parte nas Escrituras de forma consis-

tente, mas é claro que o versículo 12 de João 1 é um versículo maravilhoso: “Mas, a todos

quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no

seu nome”. Nós amamos esse versículo. Muita gente memoriza esse versículo. “Mas, a

todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem

no seu nome”. Ah, a propósito, versículo 13: “Os quais não nasceram do sangue, nem da

vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. Vocês não podem nascer da

morte por seu próprio poder. Seja quem for que O recebeu, quem creu e tornou-se um filho

de Deus foi habilitado por Deus. Isso não foi a sua própria vontade, a vontade da carne, a

vontade do homem. Mas a vontade de Deus.

Olhem para o capítulo 3 do Evangelho de João. Nós olharemos para algumas passagens

muito familiares que todo mundo conhece. João capítulo 3, provavelmente, um dos capí-

tulos mais conhecidos em toda a Bíblia.

Versículo 5, vocês sabem, Jesus está falando com Nicodemos sobre a necessidade dele

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de nascer, o que significa que ele está morto, ele precisa de vida. Ele precisa vir à vida. E

assim no versículo 5, Jesus disse: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não

nascer da água e do Espírito”, e Ele está se referindo aqui à água da purificação e à obra

do Espírito Santo, que foi descrita em Ezequiel naquela grandiosa profecia que fala sobre

a Nova Aliança: “aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de

Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”. Vocês

têm que nascer pelo poder do Espírito Santo. Vocês têm que ser limpos a partir do alto. O

versículo 7: “Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo”. E então

Ele diz disso: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem,

nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. Que declaração! As

pessoas nascem do Espírito, porque elas são nascidas do Espírito e o Espírito vai para on-

de o Espírito quer.

Olhem para João, capítulo 5 e versículo 21: “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos,

e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer”. Esse é um versículo doloroso

de suportar se vocês negam a soberania na salvação, a soberania de Deus e salvação. O

Filho dá vida a quem Ele quer. O Espírito dá vida a quem Ele quer. Quando alguém crê, is-

so não é da vontade da carne, nem da vontade do homem, isso é a vontade de Deus. É

Deus quem quer. É o Espírito quem quer. É o Filho quem quer. Toda a Trindade está envol-

vida. João 1, João 3, João 5, João 6, versículo 44, temos considerado essas passagens,

versículo 44: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer”. Ninguém

pode vir a menos que o Pai o traga. E então, na semana passada, nós consideramos o

versículo 64: “Mas há alguns de vós que não creem”, versículo 64 e 65 de João 6: “E dizia:

Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido”.

E o ponto de tudo isso é que vocês não poderiam vir de si mesmos, vocês não são dispostos

ou capazes. Vocês estão mortos... Vocês estão mortos. João 8:36, apenas uma simples

declaração: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Vocês nunca se-

rão livres a menos que o Filho vos liberte. Vocês considerados de outra perspectiva, a partir

de outra analogia, não estão apenas mortos, vocês são escravos. Vocês não serão vivifica-

dos a menos que Ele vivifique. Vocês não serão livres a menos que Ele vos liberte. E de

volta a Mateus 11:25 continua este mesmo grande pensamento: “Graças te dou, ó Pai,

Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste

aos pequeninos”. Agora, o que é isto que é declarado no mundo? O que Ele está dizendo

é que o próprio Deus decidiu que Ele revelará a verdade. E Ele determinou ocultá-la do

sábio, inteligente e revelar aos pequeninos. Por que Deus fez isso? Verso 26: “Sim, ó Pai,

porque assim te aprouve”. Ele o fez porque isso O agradou. Então o versículo 27: “Todas

as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e

ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Isso é

muito claro. Vocês não serão vivificados, vocês não compreenderão a verdade, vocês não

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crerão, a menos que o Pai queira. E, ainda assim, isso não é surpreendente, olhe para o

versículo 28, e aqui está o constante paradoxo, aparente paradoxo: “Vinde a mim, todos os

que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Que coisa maravilhosa. As pessoas

sempre me perguntam: “Como você resolve isso?”. Eu não resolvo isso, eu não tenho ne-

nhuma ideia de como resolver isso. A oferta para vir é feita universalmente. O poder vir é

limitado àqueles que o Pai ressuscita.

Ouçam, vocês não encontrarão um texto, e nem qualquer um desses textos, em que Jesus

defende a capacidade dos pecadores. Vocês não encontrarão em qualquer lugar textos em

que Ele defenda a liberdade de suas vontades. Jesus não é um Arminiano. Todas aquelas

Escrituras que eu expus e muitas e muitas outras passagens colocam toda a obra da

salvação do lado de Deus. Toda a vontade está do Seu lado, todo o poder está do Seu lado.

Para responder adicionalmente a questão: "pecadores podem querer e eles são capazes?"

Eu quero me voltar para um olhar ainda mais profundo sobre o que significa ser um morto-

vivo. Deixem-me colocar isso da seguinte maneira. O que a Bíblia diz sobre o coração hu-

mano? Vamos voltar a Gênesis 6, tomemos um par de versículos no Antigo Testamento

apenas para mostrar-lhes a realidade universal disto. Em Gênesis 6, versículo 5, vocês

estão olhando para toda a raça humana aqui desde a Queda. Falemos apenas sobre o

coração do homem. “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra

e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (v.

5) Toda sua imaginação era só continuamente. “Então arrependeu-se o Senhor de haver

feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração” (v. 6). O diagnóstico bíblico do

coração humano é que ele é mau, muito mau e apenas mau. E é isso.

Em Jeremias 17:9, Jeremias diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e

perverso”. Salmo 143:2 diz: “porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente”. E

Provérbios 20, versículo 9 faz esta pergunta: “Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração,

limpo estou de meu pecado?”. Quem pode dizer: “eu estou limpo do pecado?” Resposta?

Ninguém. Ninguém pode dizer: eu tenho agido verdadeiramente, eu limpei o meu coração,

eu fiz a escolha certa. Jeremias 13:23 faz esta pergunta: “Porventura pode o etíope mudar

a sua pele, ou o leopardo as suas manchas?”. O profeta, então, diz: “Então podereis vós

fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal”.

Quando vocês olham para o diagnóstico bíblico do coração humano, não há nada ali que

possa responder, é desesperadamente perverso. E o que sai desse coração são todos os

pecados e iniquidades que o caracterizam. E se vocês quiserem olhar biblicamente para o

coração, vocês podem encontrar várias outras passagens sobre o coração, mas vamos

falar sobre a mente. E sobre a mente? Se o coração é algo profundo e da mente é, talvez,

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o pensamento superficial, se nós fizermos qualquer tipo de distinção aqui, o que acontece

com a mente? Quero dizer, não podemos processar este conteúdo e como que anular o

mal interior? Não podemos reunir nossas mentes e elevar algumas sãs ordenanças de nós

mesmos?

Bem, Romanos 1:28 diz: “Deus os entregou a um sentimento perverso”. A palavra significa,

basicamente, uma mente que não funciona. Assim, os não regenerados têm mentes que

não funcionam na medida em que Deus está em causa. Além disso, 2 Coríntios 4:4 diz:

“Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não

resplandeça a luz do evangelho.”

Olhem para Romanos 8, por um momento, e mais uma vez isso nos conduz ainda mais pa-

ra o problema. Romanos 8:5: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coi-

sas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito”. É assim que

é. Se vocês são segundo a carne, logo, sua mente é dedicada à carne. O versículo 6 diz:

“Porque a inclinação da carne é morte”. Aqui está. Isso é característico da morte espiritual.

Sua mente está estabelecida na carne. O versículo 7: “Porquanto a inclinação da carne é

inimizade contra Deus”. Ouçam agora: “pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade,

o pode ser”. Versículo 8: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”. Eu

digo, essa é uma descrição bastante hermética. E eu li um pouco antes em Efésios capítulo

4:17-19 que os gentios andam na vaidade da sua mente, ou no vazio da sua mente, “ente-

nebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela

dureza do seu coração; os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à

dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza”.

Cada descrição é a mesma: ignorante, sombrio, fútil, vazio, morto. E não há alívio. Não

importa onde vocês vão na Bíblia, isso sempre expressa-se assim. “Para os contaminados”,

Tito 1:15, “e infiéis nada é puro [...] antes o seu entendimento e consciência estão conta-

minados”. A imagem do não-regenerado é muito desoladora. Mais uma passagem, 1 Corín-

tios 2:14 diz: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque

lhe parecem loucura; e não pode entendê-las”. Por que? “Porque elas se discernem espi-

ritualmente”. E, adivinhem? Ele está morto espiritualmente. Martinho Lutero disse: “Um

homem é como uma estátua de sal, ele é como a mulher de Ló”. Lutero disse: “Ele é como

um tronco, ele é como uma pedra, ele é como uma estátua sem vida que não tem nem

olhos, nem ouvidos, nem boca, nem sentidos ou coração a não ser que ele seja iluminado,

convertido e regenerado pelo Espírito Santo”. Portanto, não há esperança para o coração,

não há esperança para a mente.

E alguém pode dizer: “Bem, talvez ali em algum lugar haja uma faísca na vontade”. Sério?

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Ouça João 8:44 “Vós tendes por pai ao diabo”. Efésios 2: “estando vós mortos em ofensas

e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o prín-

cipe das potestades do ar”, a mesma coisa. “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfa-

zer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade,

porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque

é mentiroso, e pai da mentira. Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a

verdade, por que não credes?” Vocês têm um pai, o Diabo, e vocês querem satisfazer os

desejos de vosso pai. Ele é um assassino, ele não conhece a verdade. Ele é um mentiroso.

E assim, quando eu falo a verdade, vocês não acreditam em Mim porque vocês vivem em

um mundo de mentiras satânicas. Vocês não desejam a verdade. Vocês querem satisfazer

os desejos de vosso pai.

Paulo em Romanos 6:20 coloca desta forma. “Porque, quando éreis servos do pecado, es-

táveis livres da justiça”. Vocês podem dizer a uma pessoa não redimida: “Você tem uma

grande liberdade na vida, você está completamente livre de qualquer coisa justa”.

Bem, deste tipo de coração, mente e vontade mortas, não vem, é claro, nada, senão as coi-

sas que agradam o pai dos mortos-vivos, Satanás. E assim, mais uma vez, lemos em Mar-

cos 7, similar ao que eu li anteriormente em Mateus 15: “Porque do interior do coração dos

homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, os fur-

tos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a

loucura. Todos estes males procedem de dentro”.

Agora, esta é uma situação grave e eu tenho exatamente um texto que resume tudo. Roma-

nos 3, e alguns de vocês sabiam que eu teria que ir ali, mas Romanos 3 resume isso, no

caso de alguém ainda permanecer dizendo: “Mas, deve haver algo ali, deve haver algo no

homem que lhe permite buscar o que é certo”. Romanos 3:10: “Como está escrito”, e esta

é uma sequência de citações extraídas do Antigo Testamento, por isso é um diagnóstico

universal, “Como está escrito: Não há um justo”, e alguém poderia dizer: “vírgula, exceto

eu”. E assim o Senhor rapidamente disse: “Não, nem você, não há quem entenda, o homem

natural não compreende as coisas de Deus. Não há quem busque a Deus”. Você diz:

“Espere, espere, espere, espere, no Antigo Testamento, há aquelas declarações sobre: “Se

você me buscar de todo o coração...”, Pessoal, vocês não podem buscá-lO até que Ele já

vos tenha encontrado. Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro. “Não há ninguém

que por conta própria busque a Deus, todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.

Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com

as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;

cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar

sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz.

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Não há temor de Deus diante de seus olhos”. Aqui está a descrição básica dos mortos-

vivos: mau, egoísta. Eles são apenas uma raça inteira de Lázaros. Amamos a nossa escuri-

dão e o nosso pecado. Nós prosperamos na luxúria egoísta. Queremos fazer as coisas que

agradam o nosso pai, o Diabo.

A propósito, este diagnóstico do homem tem sido a convicção dos Cristãos através dos

séculos. Vocês podem ler as declarações dos Cânones de Dort e Confissão de Westminster

e todos os tipos de outros credos teológicos através da história, e é assim que o homem é

entendido biblicamente. Esta doutrina tem sido chamada de “Depravação Total”. Mas eu

sinto que a depravação total é um termo ilusório. Se vocês olharem por depravação no

dicionário, é sinônimo de maldade. É um sinônimo de ser vil. Na verdade, ser depravado,

de acordo com o dicionário, é ser degradado, aviltado, imoral a um grau perigoso, como es-

tupradores e assassinos em série. A palavra depravado como a que denota um nível de

mal que não é exatamente aplicável a todos. Dizer que alguém é totalmente depravado, vo-

cês sabem, vocês pensam em Jeffrey Daumers ou Charles Manson ou alguém que não

tem um vestígio de bondade humana e é vazio de todo a afeição e contenção normal. Cha-

mar alguém de totalmente depravado poderia colocar as pessoas normais à parte dos per-

vertidos viciosos. Isso não é o que se quer dizer quando teólogos se referem a depravação

total, pois nem todo mundo é tão ruim quanto poderia ser, e nem todo mundo é tão ruim

quanto todos os outros. O que estamos falando aqui é o que eu escolhi chamar de incapa-

cidade absoluta. O que é verdade para todos é que nós não temos capacidade de responder

ao evangelho. Somos completamente incapazes de erguer-nos para fora de um estado de

morte. Somos completamente incapazes de dar visão aos nossos corações cegos. Somos

completamente incapazes de nos libertar da escravidão do pecado. Somos completamente

incapazes de nos converter da ignorância para a verdade. Somos completamente incapa-

zes de parar de nos rebelarmos contra Deus, parar de sermos hostis à Sua Palavra. Nós

não somos apenas incapazes, mas não estamos dispostos a fazer isso, sem vontade de

nos arrepender, não querendo crer. E se devemos nos arrepender e crer, então isso deve

ser como foi com Lázaro, onde Deus que ordena ao morto que ressuscite também teve que

dar-lhe poder. E em 2 Timóteo capítulo 2:25, Paulo diz que devemos tratar as pessoas com

mansidão para que talvez Deus lhes conceda o arrependimento. Isto não poderia ser mais

claro. Levados ao conhecimento da verdade, eles podem recobrar os seus sentidos, esca-

par da armadilha do Diabo. A única maneira que vocês podem escapar da armadilha do Di-

abo é retornar aos sentidos. A única maneira que vocês podem vir aos seus sentidos é por

conhecerem a verdade. A única maneira pela qual vocês podem chegar ao conhecimento

da verdade é se Deus lhes conceder o arrependimento.

E novamente em Efésios 2:8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não

vem de vós”. Deus tem que conceder o arrependimento. Deus tem que conceder a fé. E o

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núcleo desta grande verdade é que Deus deve, Ele mesmo, dar vida aos mortos. A regene-

ração é o que os teólogos chamam de monergística. Ela é uma obra de Deus. Na regenera-

ção somos basicamente passivos. Isso é, quando fomos despertados e nos foi concedido

o arrependimento e a fé, tudo vem junto, simultaneamente, para operar a salvação. Isso é

o que a Bíblia ensina e se vocês não acreditam nisso, então, como pode a doutrina bíblica

do homem deixar qualquer possibilidade para a sua salvação? Será que Deus está apenas

ordenando aos pecadores que façam o que absolutamente não podem e não farão? Quero

dizer, para mim, negar essa doutrina e, em seguida, evangelizar é como ficar de pé sobre

uma ponte sobre as corredeiras assistindo alguém se afogando e gritando dizer-lhe: “Eu

tenho uma boa notícia para você, se você puder sair daí, vamos retirar-lhe. Vamos lá, saia

daí”. Ele não pode sair de lá. Vocês não estão oferecendo a ele nada que ele seja capaz

de fazer. O chamado do evangelho sem poder não faz sentido. Vocês querem me dizer que

Deus não faz mais pelo crente do que Ele fez pelas multidões que estão agora no inferno?

Isso é, que exatamente nós, em algum lugar, encontramos algo em nós para nos vivificar?

Vocês querem me dizer que Deus tem feito a mesma coisa por todos os que já viveram,

estejam eles no céu ou no Inferno e que isso realmente depende de nós? Então todo mundo

que está no inferno simplesmente não teve vontade de nadar? Não.

Para concluir uma última passagem, Tito 3:3: “Porque também nós éramos noutro tempo

insensatos”, observem a condição, insensatos, Tito 3:3: “desobedientes, extraviados, ser-

vindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-

nos uns aos outros”. Descrição bastante severa. “Mas quando apareceu a benignidade e

amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens”, aqui está: “nos salvou”, como? “não

com base em ações que nós temos feito em justiça, mas de acordo com Sua misericórdia

pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele

derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador”. Ele nos salvou. Ele nos salvou. Não

por nada que nós fizemos, por misericórdia.

Agora apenas mais um comentário final sobre isso. Algumas pessoas têm tentado fazer a

regeneração, esta vivificação, uma espécie de trabalho preliminar à conversão. A ideia é

que a regeneração acontece e, em seguida, em algum lugar da estrada, depois que você

foi regenerado, você é salvo. Eu não compro isso. A palavra “regeneração” usada aqui, Tito

3:5, é palingenesis, só é usada aqui e em Mateus 19:28, em um sentido escatológico. Mas

aqui é o único lugar na Bíblia, onde vocês têm a palavra “regeneração” ligado à salvação

e, por favor notem isso, é a lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, ou

pelo Espírito Santo. Regeneração e lavagem são a mesma coisa, a mesma gloriosa reali-

dade. Vocês não podem ser regenerados a menos que tenham sido lavados. E, portanto,

a regeneração e a conversão ocorrem simultaneamente. Vocês sabem, há algumas pes-

soas que ainda acreditam que vocês podem ser regenerados e ainda assim, não salvos.

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Não. É a lavagem da regeneração. A regeneração é aquela limpeza. É que a salvação. É

aquela conversão. É aquela redenção. É aquela justificação. É aquela santificação. Isso tu-

do ocorre no grande milagre, de uma só vez. E isso ocorre em consequência de crer na

Escritura, de forma que nascemos de novo ou regenerados através da viva e eterna Palavra

de Deus. Vocês ouvem o evangelho, vocês creem no evangelho, porque naquele momento

vocês estão sendo regenerados, sendo lavados, sendo convertidos, sendo resgatados,

sendo justificados, santificados. Tudo acontece de uma só vez, assim como aconteceu com

Lázaro. E, saímos para fora da sepultura. E, no fim, toda a glória, toda a glória vai para

Deus, tudo isso. E passaremos o resto de nossas vidas aqui e na eternidade dando-Lhe

louvor. Oh, profundidade, diz Paulo, das riquezas, tanto da sabedoria como do conheci-

mento de Deus, quão insondáveis são os Seus juízos e inescrutáveis os Seus caminhos.

[Romanos 11:33]. Quando vocês se aplicarem a isso, pessoal, se vocês não conseguirem

descobrir isso e como é operado, basta lembrar, é inescrutável e insondável. E ele continua

a dizer: “Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem fo i seu conselheiro?

Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele,

e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”. E isso é o suficiente.

Amém.

Vamos orar.

Pai, nós consideramos tanto em tão pouco tempo. Que todos nós possamos nos de-

leitar com a glória que pertence a Ti e na alegria de nossa salvação. Oramos por aque-

les que não vieram a Cristo e pleiteamos com eles, lhes pedimos que creiam, sabendo

que quem vier, Tu receberás. O pecador não deve esperar e esperar e cogitar, o pe-

cador deve vir e solicitar. E Tu, operes isso perfeitamente com o Seu glorioso plano

soberano. Faça isto mesmo nas almas, nesta noite, oramos, aos que ouvem esta men-

sagem em nome de Cristo. Amém.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.