46738502 Vera Lucia Marinzeck Vivendo No Mundo Dos Espiritos

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  • Outros livros psicografados pela mdium Vera Lcia Marinzeek deCarvalho: Com o esprito Antnio Carlos

    - Reconciliao

    - Cativos e Libertos- Copos que Andam- Filho Adotivo- Reparando Erros- A manso da Pedra Torta- Palco das Encarnaes- Aconteceu- Muitos so os Chamados- O Talism- Aqueles que Amam- O Dirio de Luizinho (infantil)- Novamente Juntos- A Casa do Penhasco- O Mistrio do Sobrado Com o esprito Patrcia- Violetas na Janela- A Casa do Escritor- O Vo da GaivotaCom o esprito Rosngela- Ns, os Jovens- A Aventura de Rafael (infantil)- Aborrecente, no. Sou adolescente!- O Sonho de Patrcia (infantil)- Ser ou no Ser Adulto- O Difcil Caminho das Drogas- O Velho do Livro (infantil) Com o esprito Jussara- CaboclaCom espritos diversos- Valeu a Pena!- Perante a Eternidade- Deficiente Mental: Por que Fui Um? Livros em outros idiomas- Violets by my Wndow- Violetas en Ia Ventana- Reconciliacin- Deficiente Mental: Por que Fui Uno?- Viviendo en el Mundo de los Espritus

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  • ndice:

    Prefcio ........................................................................................................................ 41 Novos amigos ............................................................................................................ 52 Colnias..................................................................................................................... 83 Abrigo caridade e luz ............................................................................................... 124 Posto Vigla ............................................................................................................ 195 Samaritanos ............................................................................................................. 246 Desencarnao ......................................................................................................... 287 Desligamento........................................................................................................... 318 Reencarnao.......................................................................................................... 359 Causa e Efeito .......................................................................................................... 4010 Ao e Reao ....................................................................................................... 4411 Loucura.................................................................................................................. 4912 Obsesso................................................................................................................ 5413 Pedidos .................................................................................................................. 5914 Umbral................................................................................................................... 6515 Conhecendo mais o Umbral ................................................................................... 7116 Aparelhos e mentes ................................................................................................ 7617 Criao da Terra e Religies .................................................................................. 7918 A palestra e a feira do livro esprita ........................................................................ 8219 Vcios .................................................................................................................... 8620 Agradecimentos ..................................................................................................... 91

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  • Prefcio

    Desde remotas pocas, a histria da humanidade nos traz notcias basicamente de doistipos caractersticos de homens: os heris ou santos, e os maldosos ou trevosos, amboscom os seus conseqentes prmios ou castigos. Os relatores no nos dizem o queacontece com os milhes de homens que vm, vivem, passam pela Terra e no deixammarcas. Homens cujas vidas se diluram em meio vida das multides. Homens que,com seu trabalho e dedicao, deram aos heris condies de realizar seus grandesfeitos. Homens que vieram e viveram pressionados pela sociedade ou forampraticamente escravizados pelos mais sagazes. Durante estes milhes de anos, a raahumana ainda no exercitou o bem viver, com exceo de uns poucos.

    Neste livro, temos na personagem central uma pessoa que bem viveu, quando na suaestada no mundo fsico. Muito embora tenha sido uma pessoa comum, sua vida fraternafoi a causa de uma passagem suave e tranqila ao mundo astral, mesmo porque nopoderia ser de outra forma. Os leitores tero a oportunidade da confirmao dosencantamentos da vida, acompanhando a personagem, mesmo no sendo esta nemherona nem santa.

    Vero a beleza e a harmonia de viver, quando o homem espontaneamente vai aoencontro da integrao csmica. A vida concede ao seu filho vitalidade, alegria e o amorno contaminados pelas paixes mundanas.

    personagem central, o afeto e carinho daquele que por um perodo no muito longofoi seu pai.

    Jos Carlos BraghiniSo Sebastio do Paraso, MG 1993

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  • 1 Novos amigos

    Saturada de entusiasmo e alegria, no dessa euforia passageira que ocasionalmente nosacontece no mundo, mas de um estado permanente que envolve de beleza todas ascoisas que vemos e tocamos, com esse estado de esprito apresentei-me ao departamentoda escola a que fora destinada. Entrei sozinha, atravessei o ptio e caminhei para o setoronde iria conhecer as orientaes do curso que iniciaria. O pouco que sabia desse cursodeixara-me ansiosa por faz-lo. Adentrei a sala onde iramos ter a primeira reunio dogrupo. Passando pela porta da sala de aula, vi que muitos j haviam chegado e fuicumprimentada por todos. Cumprimentos acompanhados de um sorriso franco e delealdade, que eu tanto apreciava no relacionamento com meus colegas quando estavaencarnada. A sala era grande e agradvel. As carteiras ou mesinhas eram confortveis eem cada uma havia uma placa com o nome do candidato. Procurei a minha e sentei-me,aguardando. Logo, todos os alunos chegaram. No conhecia ningum, mas todos eramsimpticos, sentia-me entre amigos, no superficialmente, mas entre aquelas pessoas emquem podemos confiar nossas questes mais ntimas. Como comum em todos oslugares em que a expectativa impera, grupinhos se formaram em sadia conversao.

    - Ateno, por favor!Os trs orientadores entraram na sala. Sentamo-nos e ficamos em silncio.- Sou Raimundo.- Sou Isaura.- Sou Frederico.

    Os trs instrutores apresentaram-se e ficaram em p, em frente do grupo. O instrutorRaimundo nos explicou que iria fazer a chamada dos presentes para que todos seconhecessem e, se quisssemos, poderamos falar alguma coisa a nosso respeito. Queesta atitude abreviaria o conhecimento uns dos outros, tornando-nos uma famlia.

    Sentia-me cheia de vida e emoo, voltara a fazer o que tanto gostava: estudar econhecer outras atividades nesta nova maneira de viver. No lar terreno, havia escutadode meus pais muitas explicaes sobre a mudana de interesses e necessidades fora docorpo fsico, mas minha expectativa era maior agora do que naquela poca.

    O grupo era de trinta pessoas, dezessete homens e treze mulheres. Comeou a chamada,chegou a minha vez.

    - Sou Patrcia, desencarnei aos dezenove anos por aneurisma cerebral, estou h seismeses na Colnia. Amo tudo aqui e anseio por aprender.

    No grupo, era a que tinha desencarnado mais recentemente e a mais nova em idade. Ooutro aluno que estava a menos tempo desencarnado estava h trs anos nessa situao.A maioria estava h bastante tempo no plano espiritual e possua muitos anos detrabalho.

    D. Isaura, senhora portadora de vastos conhecimentos sobre o mundo em que agoraestvamos vivendo e que h muito tempo trabalha orientando neste curso, deu-nos, comolhar meigo e aspecto agradvel, algumas explicaes.

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  • - Este curso feito de trs formas. Os jovens e as crianas maiores tm-no como partedo estudo do Educandrio. Os adultos podem faz-lo de dois modos. Os que no tmconhecimentos, fazem-no em perodo maior: trs anos. Os que tm conhecimentos,fazem-no em nove meses, como o caso de vocs aqui presentes.

    Frederico e d. lsaura sentaram-se. Frederico era meu amigo e seria nosso instrutor.Fiquei alegre em v-lo e t-lo por perto. Raimundo iria responder a algumas perguntase, sorrindo, falou um pouco de si:

    - Estou h sessenta anos no plano espiritual. Quinze anos administrando cursos. Emcada curso que dou aprendo mais um pouquinho. Agora estou disposio para asperguntas desta turma to agradvel.

    Marcela foi a primeira a perguntar.

    - S conheceremos o plano espiritual atravs de cursos?- Certamente que no. Muitos o conhecem pelo trabalho. Mas os cursos nos doconhecimentos mais amplos e completos. - Aps uma pausa, nosso mestre continuou demaneira terna: - Vocs vo gostar. Primeiramente, tero aulas tericas sobre umdeterminado assunto, depois tero aulas prticas nas quais, em excurses, vero o queestudaram em sala de aula.Nessas excurses, no sero s espectadores, mas tambm atuaro. Trabalharemosonde quer que estejamos. Tambm visitaremos ambientes projetados e sustentados porespritos ignorantes e conheceremos ilhas de socorro mantidas por espritostrabalhadores no bem. Retornaremos aqui para debates e apreciao nos quais todosdaro opinies e sugestes que sero estudadas e que podero vir a ser utilizadas. Asopinies de todos sero importantes.

    Como ningum perguntou mais nada, d. Isaura deu as explicaes:

    - Nas aulas, podero vir vestidos como quiserem. Mas, nas excurses, usaremosuniforme. A veste importante; para ns como uma apresentao. Encontraro osuniformes nos alojamentos. Agora vamos conhecer o alojamento, os quartos destinadosa vocs, onde estaro hospedados enquanto estiverem estudando aqui. Durante o curso,entre um assunto e outro, tero poucas horas livres. Sero nove meses sem folgas.Dentro de duas horas iniciaremos o curso, e o primeiro assunto sero as Colnias.Aproveitem essas duas horas para se conhecerem melhor.

    Grupinhos se formaram e os trs instrutores saram, eles tambm ficariam alojados emquartos iguais aos nossos e junto com os estudantes.

    - Oi, sou Nair. No conheo ningum aqui - disse, dirigindo-se a mim, uma senhora deagradvel aspecto. - Vim de outra Colnia para este curso.- Prazer em conhec-la, Nair. Que tal irmos ver o alojamento juntas?

    Sorri, incentivando-a. Tambm no conhecia ningum, mas iria conhecer e sentia quegostaria de todos. Nair viera de uma Colnia pequena. Queria, como todos, aprender.Samos da sala e logo depois estavam os quartos: eram trinta, seguidos. Na porta haviauma plaqueta com o nome de cada participante. Entrei no meu para deixar meus poucospertences. Emocionei-me, o quarto era lindo. Ali ficaria muitas horas nos nove meses

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  • seguintes. Gosto muito de ter um local para orar, meditar, ficar sozinha pensando, paraque os conhecimentos adquiridos proporcionem ambiente para minha compreensoespiritual, o que me fundamental. O quarto era ideal, pintado de amarelo-claro, comcortinas de renda na janela, que dava vista para um jardim todo florido. Estavamobiliado com armrio, cama, sof e uma escrivaninha. Enfeitavam-no lindos abajurese um quadro maravilhoso: uma paisagem com montanha e lago. O banheiro erapequeno, tudo lindo e confortvel. Coloquei na escrivaninha as fotos de minha famliaque trouxera, juntamente com objetos que uso para escrever e estudar. Olheidemoradamente para as fotos; amo os meus familiares e t-los vista muito agradvel.Parecia que todos eles me saudavam com carinho e incentivo. Meu pai parecia dizer:Orgulho-me de voc, filha, conhecer, aprender, ter sempre novas oportunidades.Minha famlia minha alegria, juntos participamos da harmonia com o Criador.Guardei as poucas roupas no armrio. O uniforme estava dependurado. Eram calascompridas azul-claras, uma camisa azul estampadinha, tendo no bolso meu nomebordado. A camisa dos homens era azul, da cor da cala. Os calados eram tnis ousapatos azuis. Confortvel e prtico, gostei muito. Depois que olhei tudo, sa alegre parao ptio. A turma conversava animada. Estvamos todos juntos. Entrosei-me. Gosteideles. Ao faltar quinze minutos para comear o curso, todos entramos em nossosquartos para ficarmos um pouco a ss.

    difcil descrever o que senti, pois sempre amei estudar, sempre ansiei por aprender.Ali estava para meu primeiro aprendizado em curso intensivo. Sabia muito por livrosespritas como era o plano espiritual, mas, agora, estava desencarnada e veria por mimmesma. Orei e agradeci. S tinha que agradecer pela oportunidade.

    Ao ouvir uma suave campainha, fui para a sala de aula. Raimundo foi quem nosrecepcionou:

    - Meus amigos, vamos fazer uma orao pedindo ao Mestre Jesus que seja nosso maiororientador neste curso em que vamos tomar conhecimento do plano espiritual. Quenosso Irmo Maior esteja sempre conosco e que possamos aprender, ajudar, por todasua durao. Pai Nosso...

    Com um sorriso agradvel deu sua primeira aula.

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  • 2 Colnias

    O instrutor Raimundo iniciou sua explanao colocando-nos a par da existncia, portoda a Terra, de Colnias Espirituais. So inmeras pelo Brasil. Colnias so cidades noplano espiritual que abrigam temporariamente os desencarnados, espritos que esto norol das reencarnaes.

    So encantadoras! Em todos os locais em que h as cidades materiais h um espaoespiritual e nele ficam os Postos de Socorro e as Colnias1. Pequenas localidades deencarnados, como vilas e cidadezinhas, tambm tm seu espao espiritual, s que svezes no tm Colnias e seus habitantes, ao desencarnar e se tiverem condies, vopara as Colnias vizinhas.

    As Colnias podem ser pequenas, mdias, grandes e de estudos.

    As Colnias de Estudo so somente uma escola ou universidade. Nelas h alojamentospara os professores e para os alunos, salas de aula, bibliotecas e imensas salas de vdeo.So locais que estudiosos sonham em conhecer e morar.

    As outras Colnias tm as bases iguais, so fechadas, h portes, sistemas de defesa,grandes hospitais, escolas, jardins, praas, locais para reunies e palestras, e agovernadoria. No so iguais e nem poderiam ser. So todas belas, oferecendo muitosatrativos.

    Vimos filmes sobre Colnias, primeiramente as muitas do Brasil, depois as principaisdo exterior. A ndia e o Tibete tm Colnias encantadoras, de uma arquitetura diferente,em que usam muito a cor dourado-clara. So belssimas.

    A aula terica foi realmente interessante. Perguntou-se muito, e os instrutoresrespondiam com prazer.

    - Quem fundou as Colnias? - Quis saber Marcela.- Cada Colnia tem seus fundadores. So grupos de espritos construtores que vierampara o Brasil com os imigrantes. Assim como foram formadas as cidades na Terra,foram fundadas tambm as Colnias. H Colnias no Oriente, com milhares de anos.Vivemos em grupos, os mais adiantados ajudando os mais atrasados, sempre perto unsdos outros. Por isso cada cidade na Terra tem seu ncleo espiritual correspondente.- Antes de o Brasil ser colonizado no havia Colnias? Perguntou Lus.- No como estas. Havia, sim, ncleos espirituais, nos quais os orientadores do Brasil jplanejavam a colonizao, protegiam e orientavam seus habitantes, os ndios.- Um esprito pode entrar numa Colnia, tentando enganar?- Indagou Luza.- Nunca soubemos de um acontecimento deste tipo. Ele entraria para fazer o qu? Eleprprio se sentiria mal por no estar no seu meio. Se quisesse espionar, o que veria nopoderia copiar. No conseguiria enganar, pois sua maneira de viver difere da nossa.

    1 Em meu primeiro livro, Violetas na janela, descrevi bem a Colnia onde estou e, demodo geral, todas as Colnias. Neste livro, para no ser repetitiva, descrevo-assuperficialmente. (Nota da Autora Espiritual)

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  • Quase todas as Colnias, as cidades espirituais, esto situadas a uma certa distnciavibratria do orbe terrestre e, no comparando com as medidas fsicas, ficam dentro daquarta dimenso vibratria, a partir da nossa querida Terra.- Se uma cidade material fosse destruda, a Colnia tambm acabaria naquele espao? -Ivo perguntou, curioso.- No acabaria. Se a cidade dos encarnados no fosse reconstruda, a Colnia mudariapara outro local.- As Colnias tambm crescem? - Glria indagou.- Sim, dependendo de suas necessidades, so ampliadas.- Prevendo um acontecimento desastroso na cidade material, as Colnias se preparampara receber os abrigados? James indagou.- Certamente, como tambm os Postos de Socorro da regio. Mas, para no provocarpnico e preocupao entre seus habitantes, esse preparo feito horas antes.

    Comeou a aula prtica. Fomos primeiramente excursionar em nossa Colnia, que eu jconhecia. Mas foi, como sempre, emocionante passear por l. Uma festa para meusolhos e meu esprito. E agora, com o primeiro grupo de colegas de estudo, as maravilhasque conhecia pareciam se renovar aos meus olhos. Tal qual a me que no se cansa deolhar e admirar o seu rebento amado. O grupo alegre inteirava-se de tudo, vimos aspraas, os jardins e prdios, conversamos agradavelmente com o responsvel pelaColnia, seu governador, que nos incentivou com palavras amveis. Ao visitar ohospital, conversamos com os doentes, tentando passar-lhes a alegria que sentamos.Ajudamos na limpeza e na alimentao dos pacientes.

    As Colnias tm um perfeito intercmbio umas com as outras e com os Postos deSocorro a elas subordinados. Frederico nos explicou:

    - Agora, vo conhecer a Escola de Regenerao. So poucas as Colnias que tm essasescolas. Destinam-se aos irmos trevosos, para se recuperarem. preciso esclarecer queh uma grande diferena entre espritos trevosos e espritos necessitados. Em nossosCentros Espritas normalmente se socorrem espritos necessitados ou ignorantes.Trevosos muito pouco vo Terra, no se interessam pelos encarnados por ach-losignorantes e inteis, certamente h algumas ressalvas. Esses irmos dedicam-se quasesempre a reinar em seus domnios no Umbral. H poucos Centros que se dedicam adoutrinar essa classe de espritos, pois eles do muito trabalho. Eles se realizam no male no mal que querem viver; desprezam qualquer atitude fraterna, cultivando oegosmo. Dominam e so dominados, no h liberdade. Nesses domnios h osjulgadores e os vingadores em nome de Deus. Esta escola foi fundada para receber essesirmos.

    A Escola de Regenerao muito bonita e fica dentro da Colnia So Sebastio. cercada, e s possvel entrar e sair por um porto. Nela, esto localizadas as salas deaula, os alojamentos, tanto para os professores como para os alunos uma biblioteca bemequipada, uma sala de vdeo pequena onde h televiso e filmes sobre diversos assuntos.H o refeitrio, sala de palestras, salas de assistncias, uma enfermaria e a diretoria. Nosfundos, um pomar e plantaes de cereais, local ocupado para terapia dos alunos. Nocentro, um lindo jardim com muitas flores e bancos.

    Os professores, alm de serem bons, no sentido fraternal, tm profundos conhecimentospara lidar com os irmos que l so abrigados.

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  • O curso intensivo, com aulas de moral crist, alfabetizao e educao. Os alunosusam uniforme e s saem da escola aps terminado o curso; nem s outras partes daColnia vo. Ao conclu-lo, escolhem uma ocupao ou reencarnam. E um lindotrabalho e tem dado excelentes resultados. Infelizmente, para esses irmos h muitotempo no erro e nas trevas, e necessrio um local apropriado para que recebamorientao de modo especial.

    Conversamos com alguns alunos que h algum tempo estavam na escola, todos semostravam contentes; disseram amar a escola e os professores e que estavamaproveitando bem as aulas que recebiam.

    um grande trabalho de regenerao!

    Fomos excursionar em outras Colnias. Viajamos de aerbus. Visitamos uma Colniamdia em tamanho. A Colnia do espao espiritual da cidade de Ribeiro Preto. linda! Muito florida e sua biblioteca enorme. Foi maravilhoso visitar esse local depesquisa que sua biblioteca, encantei-me com seus livros antigos e com os vdeos daformao da Terra. Possui trs hospitais grandes e muitas praas. A parte infantil, o Larda Criana, muito ampla e bonita.

    Na aula terica, havamos pedido para visitar a Colnia Nosso Lar.

    - Meu sonho - disse Lus, entusiasmado - , desde encarnado, conhecer a Colnia NossoLar e, se possvel, ver Andr Luiz.

    Chegou o to esperado dia, fomos visitar a Colnia Nosso Lar, no espao espiritual dacidade do Rio de Janeiro. Acho que quase todos os espritas sonham em conhecer essaColnia, a primeira a ser descrita pela psicografia aos encarnados. Fomos muito bemrecebidos. Ficamos hospedados por dois dias em uma de suas escolas. Conhecemostodos os seus mais importantes parques e bosques. Realmente, Nosso Lar magnfica!Emocionei-me ao ver tantas belezas. No segundo dia, tarde, tivemos a grata alegria deconhecer o escritor Andr Luiz. Reunimo-nos em um dos seus sales para palestras. Hvrios nessa Colnia. O salo redondo, o palco tem a forma de meia-lua, as poltronastambm so arredondadas. O salo todo tem vrias tonalidades de amarelo. Muitobonito e diferente. O auditrio lotou, vrios grupos em excurso estavam ali com amesma finalidade. Disseram-nos que Andr Luiz, sempre que possvel, atende a pedidoscomo este, de excurses de alunos que querem conhec-lo. Lus no conseguiu parar desorrir.

    - Que ventura! Realizo meu sonho! Sou f desse escritor desde encarnado!

    Andr Luiz apresentou-se com simplicidade e naturalidade. como certas pessoas queolhamos e achamos superagradveis. Cumprimentou-nos, sorrindo.

    Pensei que fosse diferente! - Exclamou Ivo. - to simples que nem parece ser toconhecido por todas as Colnias do Brasil e por todos os espritas!

    D. Isaura olhou para Ivo, pedindo silncio. Andr Luiz falou, com voz forte e tranqila,que era somente um simples estudante em fase mais adiantada e que somente ficou

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  • conhecido por ter tido a oportunidade de ditar os livros que foram psicografados,descrevendo o plano espiritual.

    Que para ele o mais importante era que todos os que ali estavam, querendo estudar,aprendessem a serem teis com sabedoria. Em seguida, fez uma linda orao. Durou areunio vinte minutos. Admiradora da dupla Andr Luiz e Chico Xavier, foi um prmioescut-lo e v-lo.

    Passamos por uma das Colnias da cidade de So Paulo. Ao todo so trs grandes.Encantamo-nos com seu tamanho. E como tudo bem dividido! Passamos tambm porBraslia. Colnia nova, bem distribuda, moderna e maravilhosa. uma das mais belasColnias do Brasil. Suas praas e jardins so fabulosos e h muitas flores do planosuperior perfumando o ar, encantando a todos.

    No roteiro de nossas Visitas constavam duas Colnias de Estudo. Agora era minha vezde ficar radiante, pois essas Colnias exercem sobre mim delicioso fascnio. Sosomente para estudos e oferecem meios espetaculares de passar conhecimentos aos seusalunos.

    - Ei, Patrcia - falou Nair -, aposto que voc logo que possvel ir para uma Colnia deEstudos.- Sim - respondi sorrindo e sonhando -, se for possvel irei estudar em uma!

    As Colnias so realmente maravilhosas. Por mais que procuremos descrev-las, noconseguimos transmitir a beleza que vemos. Tambm cada descrio narrada poralgum que, por afinidade, fala do que mais gosta. Murilo, um colega amante danatureza, ama a Botnica, disse que, se tivesse oportunidade, narraria as belezas evariedades das plantas e flores. Talvez eu tenha mais facilidade para descrever locais deestudo. Amo aprender.

    Voltamos entusiasmados sala de aula, repletos de nimo e disposio. As opiniesforam calorosas. No houve sugestes, mudar o qu? Tudo era perfeito!

    Foi sugerido que cada um comentasse o que viu e sentiu na excurso. Na oportunidade,falei encantada das salas de vdeo, que j descrevi no livro Violetas na janela, daColnia de Estudos. Seus assuntos so completos. V-las e fazer uso dessas salas sonho de qualquer aprendiz. As Colnias de Estudos tm nomes bonitos e sugestivos.Tambm falei entusiasmada da oportunidade que tive de conhecer uma sociedadeperfeita, regida pelo amor e pela fraternidade.

    - Bem, todos gostaram, isto bom, porque nos prximos assuntos no vero somentemaravilhas. E o trabalho far parte das excurses seguintes - falou d. Isauracarinhosamente.

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  • 3 Abrigo caridade e luz

    Postos de Socorro - disse Raimundo - so locais em que os espritos socorridos tmpermanncia transitria, so amparados e orientados, tm liberdade de escolher ocaminho a seguir. Se adaptados nova vida e despertos a crescer, vo estudar nasColnias de que necessitam. Se ficam inconformados e revoltados, retornam ao lugar deonde vieram. Esses Postos tambm so chamados de casas, manses, abrigos, colniasetc. So locais menores de socorro na crosta e no Umbral. Podem ser grandes, mdiosou pequenos. No so cidades, embora haja algumas que tm todas as reparties deuma.

    - Tm tambm quem os administre? - Quis saber Ilda.- Certamente. Nos Postos, reina a harmonia e a disciplina. H uma pessoa responsvel eum grupo de orientadores que auxiliam nessa administrao.

    - As casas transitrias, ou rotatrias, ou giratrias, so Postos de Socorro? - IndagouLus.- Sim, esses abrigos localizados dentro do Umbral locomovem-se, conforme asnecessidades, para outros locais dentro do prprio Umbral. So Postos de Socorro.- Que so realmente os Postos de Socorro? - Indagou Luza.- So abrigos temporrios, onde ficam hospedados os irmos necessitados e onde elesso tratados com todo carinho em suas enfermidades e necessidades. Depois, essesirmos so conduzidos s Colnias. Porm muitos deles ficam, quando sadios, nosPostos servindo comunidade que os abrigou.

    Indagamos muito, vimos filmes diversos sobre Postos de Socorro. Chegou a hora devisit-los.

    Frederico nos apresentou um chins chamado In-AI-Chin. Este um amigo que nosacompanhar todas as vezes que sairmos em excurses.

    Ficamos quietos, mas as indagaes ferviam em nossos crebros; Z no agentou eperguntou:

    -Por qu? H algum motivo para termos to agradvel companhia?

    O chins sorriu suavemente, e Frederico respondeu:

    - Nunca houve nessas excurses de estudo um acidente desagradvel. Tem razo, Z, hum motivo para este companheiro estar conosco, Temos em nosso meio Patrcia, que,quando encarnada, foi Esprita, e seu pai um doutrinador, dirigente de um CentroEsprita. Como todo aquele que acende a Luz incomoda os irmos ignorantes das trevas,por cautela, In-AI-Chin nos acompanhar. Nosso amigo trabalha na equipe dedesencarnados deste Centro Esprita, muito experiente. Nutre muito carinho porPatrcia e trabalhou espiritualmente ao lado dela, quando estava encarnada. Querendov-la sempre bem, far companhia a ela e a ns todos nas excurses que sero paraPatrcia as primeiras. A me de Patrcia teme represlias a ela pelo trabalho que seu paifaz; ela pediu e, para tranqiliz-la, foi atendida por este amigo que far parte de nossaequipe.

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  • Pensei: Tomara que no fique como minha ama-seca. In-AI-Chin sorriu de formaencantadora e disse:

    - Espero no ser importuno. Meu objetivo ajudar e aprender. Embora tenha vindo paraestar perto de Flor Azul de Patrcia, quero ser amigo de todos.

    Fiquei vermelha. A turma gostou da idia dele. Rodearam-no. In-AI-Chin sereno,doce, estatura mdia, veste uma tnica clara e um gorro. Muitos espritos gostam decontinuar vestindo-se como faziam quando encarnados. Nunca vi um espritoesclarecido com roupas extravagantes. So simples, vestem-se como gostam. Espritosorientais vestem-se normalmente com tnicas, ou seja, como se vestiam quandoencarnados. como gostam de estar. In-AI-Chin sorri sempre, demonstrando muitatranqilidade e felicidade. Dirigia-se a mim s como Flor Azul de Patrcia. E Zindagou:

    - Por que a chama de Flor Azul de Patrcia?- Porque tem os olhos mais azuis que j vi, tambm porque so doces e tranqilos, comoduas flores a enfeitar quem a olha. Como seu nome de difcil pronncia e como s sedirigia a mim assim, ns o apelidamos de Flor Azul, cognome que o deixou contente.Ele disse:- Nada mais bonito que ser comparado com uma flor!

    O primeiro Posto que visitamos fica no Umbral mais ameno. Fomos de aerbus. Vimospedaos do Umbral, que descreverei quando formos visit-lo. O que sabia dos Postos eo que vi na aula terica deixaram-me curiosa em saber como esta parte do planoespiritual.

    Um porto grande e pesado foi aberto, entramos. d. Isaura exclamou, comovida:

    - Estamos no Abrigo Caridade e Luz!

    O aerbus parou no ptio, descemos. O abrigo parece um ponto de luz, de claridade, naneblina escura do Umbral. um ponto de amor! O Posto tem forma arredondada, nocentro h uma praa com um lindo chafariz. Possui muitas rvores e flores parecidascom as que existem na Terra. Na entrada, logo depois do porto, vemos canteiros derosas coloridas muito bonitas. Por todo o Posto h vasos grandes com florezinhasperfumadas e delicadas, vermelhas. Lindas!

    E cercado por altos e fortes muros e tem um excelente sistema de defesa. Nair, vendotudo, exclamou:

    - Este Posto deve incomodar. No pode ser bem visto por aqui. Raimundo sorriu e nosesclareceu:- Ns, os que caminhamos no bem, no atacamos irmo nenhum, nem suas cidades ouabrigos. Os ignorantes trevosos nos atacam e, se pudessem, destruiriam este abrigo etodos os Postos de Socorro. Sim, incomodamos. A maioria dos moradores do Umbralno quer socorro por aqui.

    A diretora do abrigo veio nos receber com muito carinho. Conversvamos contentes,quando se aproximou de mim um trabalhador do Posto.

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  • - Voc Patrcia, a filha do Senhor Jos Carlos?- Sou.

    Sem que eu esperasse, tomou minha mo, beijou-a e me entregou um buqu de flores.

    - Muito devo a seu pai. Agradeo a ele por seu intermdio. Obrigado! Pensei emajud-la, mas como no necessita de ajuda aceite este presente.

    Fiquei sem jeito, e por momentos no soube o que fazer. Todos observavam a cena.Rpido pensei no que meu pai faria diante deste acontecimento. Sorri e o abracei.

    - Que bom ver amigos aqui! Como est o senhor?- Agora bem, graas a Deus. Trabalho aqui - disse com orgulho -, isto devo a Deus e aseu pai. Fui socorrido e orientado por ele.- Alegro-me em saber.

    O senhor ficou emocionado, enxugou as lgrimas e se afastou. d. Isaura aproximou-se edisse:

    - No se acanhe, Patrcia. comovente ver pessoas gratas. Quem faz, para si faz. Seupai o ajudou sem esperar recompensa. Mas ele, esse trabalhador, aprendeu bem e grato. Ficou feliz em v-la e em poder agradecer. Agiu certo, filha, devemos ser gratos ereceber com carinho as gratides!

    Um trabalhador mostrou-nos o alojamento. Iramos ficar hospedados por trs dias e nosairamos do Posto. Acomodaram dois em cada quarto. Fiquei com Nair. Esta amiga curiosa e observadora, revirou o quarto.

    - Esta cama sua, esta minha. Ser que iremos dormir mesmo?- Como nos foi dito, aqui talvez necessitemos de descanso, porque neste trabalho doa-semuita energia.

    O quarto era simples, sem enfeites, com a janela dando para o ptio e possua banheiro,pois s vezes, quando nos alimentvamos, tnhamos necessidade de us-lo.

    Fomos chamados para conhecer a parte externa do abrigo. todo pintado de branco,suas janelas tm formato das janelas antigas, so grandes e trabalhadas. No Umbral, forado abrigo, a temperatura estava fria; no Posto estava amena, agradvel. H um sistemaparecido com um aquecedor central que controla a temperatura ambiente, isto para queseus abrigados no sintam frio ou calor. Ns no sentimos as mudanas da temperatura,porque aprendemos a nos controlar. Para os que sabem, a temperatura est sempreamena. Andando pelo Posto, parece que estamos dentro de uma grande construo comseus prdios separados por pequenos ptios. Fomos torre da guarda. Leonel, um rapazque estava no controle, mostrou-nos tudo. O sistema perfeito. Pelos aparelhos da torreeles sabem quem se aproxima do Posto. Tudo televisionado, Da torre controla-se todoo sistema de defesa.

    - O abrigo recebe muitos ataques? - Indaguei.- Uma mdia de trs por ms - Leonel respondeu atencioso.

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  • - J ficou com medo de algum? - Perguntou Z.- H seis meses, reuniram-se em um grupo grande do Umbral e nos atacaram com foratotal. Cercaram-nos e tivemos que colocar todos os nossos lana-raios em ao. Opessoal do abrigo concentrou-se em orao. Receei por momentos e achei que teramosque pedir auxlio a outros Postos. Mas tudo deu certo, no conseguiram nem seaproximar muito do abrigo.- Voc fica aqui o tempo todo? - Quis saber Luza.- Fazemos horrio de rodzio. Amo esta torre,- Tudo aqui parece complicado - disse Lus.- No, tudo simples, embora perfeito.

    H uma tela, parecida com televiso, que mostra todo o muro.- Aqui - mostrou Leonel -, por este aparelho vejo quem se aproxima do abrigo, a trsquilmetros.- Que faz quando est sendo atacado? - Indagou Glria.- Primeiro dou o alerta ao abrigo, depois coloco em funcionamento os aparelhos dedefesa que atiram cargas eltricas.- E isto? Que tem aqui? - Perguntou Lus, mostrando alguns objetos pequenos diante deuma televiso ligada imagem de um senhor lendo o Evangelho.- Isto espionagem - Leonel respondeu sorrindo. - Alguns irmos trevosos, curiosospara saber o que se passa e como aqui, colocam em irmos que sero socorridos estesaparelhos de escuta, como botes, anis, cintos, amuletos etc. Observem bem.

    Observamos sem pegar.

    - Que incrvel! - Exclamou Glria.

    Apreendemos estes apetrechos e os colocamos na frente desta televiso. Estsintonizada num canal em que se lem os Evangelhos diariamente. Os escutas ouviroum pouco do que tem o livro e vero somente o que se passa na televiso. Conhecia estecanal, de uma esfera superior onde lem e explicam o Evangelho; bastante visto portoda a Colnia. Mas as perguntas continuaram. Cida indagou:

    - No possvel ficarem alguns destes aparelhos nos socorridos?- No, porque eles trocam de roupas e so banhados aqui, mas, se ficar, nada vero quepossa interess-los.

    Sa da torre muito confiante. No ptio, dividimos o grupo em trs partes com dezcomponentes mais um instrutor e fomos s enfermarias. Visitamos os abrigados jmelhorando. Pensei comigo: Esto to ruins que nem posso imaginar os piores.

    Homens e mulheres pareciam fantasmas de filme de terror. Apiedamo-nos. Magros,olhos saltados e gemendo. Seus ais eram de cortar o corao.

    Tentei ficar alegre ao me aproximar deles. Pensei que, ao observ-los bem, iria ler seuspensamentos, como havia lido nos livros de Andr Luiz, quando encarnada. Noconsegui nada, e perguntei o porqu a Frederico,

    - Patrcia - ele me respondeu -, isto para quem sabe, quem trabalhou anos com irmosneste estado. Logo mais tero aulas no curso e aprendero um pouco sobre o assunto.

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  • Alimentamos e limpamos os abrigados. Conversamos com eles, alguns respondiam,explicavam como estavam, uns falavam de suas desencarnaes. Normalmente gostamde falar de si, de queixar-se. Um senhor tristonho disse que fora alegre mas imprudente,cometeu erros, sofreu muito ao desencarnar e ficou triste. Dvamos passes, orvamospara cada um que visitvamos. A maioria parecia alheia; os nervosos se acalmavamdepois do passe. Alguns no entendiam nada do que viam e indagavam o que sepassava, outros respondiam com monosslabos s indagaes. Quando acabamos,estvamos cansados. Fomos para os quartos. Tomei banho e fomos para o salo derefeies, onde nos alimentamos com frutas e sucos.

    Escurecia. Fomos convidados a ir ao salo de msica. O local muito bonito, comlindos quadros, vasos de flores, cadeiras confortveis. Raimundo explicou:

    - Nesta sala temos televiso, cinema, instrumentos musicais. o local onde se renemos trabalhadores e os convidados para edificantes palestras.

    Maria e Tobias, dois trabalhadores do Posto, nos brindaram com lindas melodias, ela aopiano, ele ao violino. Marcela, nossa colega, cantou duas canes. Passamos horasagradveis.

    Todo o Posto iluminado com luz artificial, e mesmo durante o dia h luzes acesasdentro dos prdios, menos nos ptios que s tm as luzes acesas ao entardecer. noite,o Posto bem iluminado. Samos para o ptio. Vimos o cu quase como os encarnados,s que com mais neblina, a luz da lua fraca. O perfume das flores, principalmente dasvermelhinhas, invade os ptios.

    Fomos repousar, estava cansada e dormi por cinco horas. De madrugada fomosacordados, tomamos uma refeio e visitamos o restante do Caridade e Luz.

    - Oi, turma! - Disse Z, que levantou atrasado. - H tempo no durmo tanto.- Quando desprendemos energias e no estamos acostumados, necessitamos rep-las -esclareceu d. Isaura.

    O Posto tem uma bonita e bem-arrumada biblioteca, que contm vasta literatura esprita.Os bons livros dos encarnados ali tm suas cpias. bem freqentada pelostrabalhadores e os abrigados em recuperao. Ao lado da biblioteca est a sala deoraes. Lugar discreto e muito bonito, no grande, mas aconchegante; tambm possuicadeiras confortveis e vasos floridos. Ali os abrigados em recuperao vo orar. Ostrabalhadores tambm gostam de freqentar a sala.

    tranqila, tem muitos fluidos energticos. Sente-se muita paz l dentro.

    O amanhecer no Posto bonito, o sol aparece entre as nuvens, clareando os ptios ejardins.

    Fomos s enfermarias. Visitamos os irmos, que dormiam em pesadelos. Ah, como acolheita obrigatria! Vendo-os, enchemo-nos de compaixo, pois sabamos que todosali estavam daquele modo por imprudncia, por muitos erros. Passamos horas nasenfermarias. Ver tantos irmos em sofrimento me entristeceu. Embora sabendo quenada injusto, tivemos vontade de recuperar todos. Mas isso impossvel, pois a

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  • recuperao lenta, ajudamos poucos. Demos passes, acomodamos, demos gua,fizemos crculos de oraes. S dois despertaram e foram levados para outra enfermaria.Acordam assustados, muitos temem e choram.

    Estava cansada. Depois fomos para o quarto, onde tomei banho, alimentei-me, fizexerccios de respirao e relaxamento. Iramos partir na manh seguinte. A turma sereuniria noite para ver um filme e ouvir uma palestra. Pedi para descansar; forammuitos os da turma que tambm pediram. Aqueles irmos sofridos no me saam dopensamento. Fiquei revendo tudo como num filme. Os instrutores permaneciam sempreconosco e eram os que mais trabalhavam, estavam sempre prontos a nos esclarecersobre qualquer dvida. Flor Azul, sempre tranqilo, ajudava os enfermos com muitocarinho. Depois de orar, Nair e eu fomos dormir. Dormir desencarnada comoadormecer encarnada. Quando se est encarnado, o corpo descansa, desencarnado operisprito que descansa, e refazemos as energias. Logo depois deste curso, nunca maisdormi. timo ter muito tempo.

    Acordei refeita. Partimos sem nos despedir, porque voltaramos outras vezes e alificaramos hospedados, enquanto visitssemos os Postos da Terra.

    Fomos de aerbus at a crosta. Ver o sol sem neblina bem mais agradvel, respiramosaliviados. Visitaramos os Postos de Socorro existentes para os encarnados daquelaregio. Nas cidades da Terra h muitos Postos de Socorro pequenos, e assim tambmnos Centros Espritas; esses Postos so verdadeiros pontos de amor e auxlio. Visitamo-los por horas. Ajudamos, cuidando de seus enfermos e dos recm-desencarnados. Amaioria dos recm-desencarnados socorridos fica nos Postos por algum tempo, depoisou eles so levados para serem doutrinados nas reunies dos Centros Espritas ou vopara outros locais e so transportados para Postos maiores ou Colnias. Os que ficam,quase sempre passam de ajudados a ajudantes. H sempre muitos trabalhadores e otrabalho imenso. O movimento grande; o responsvel pelo Posto fica s para atenderas pessoas e os trabalhadores que tm problemas. Principalmente os Postos dos CentrosEspritas esto sempre lotados. A maioria deles est localizada acima da construomaterial. H sistema de defesa, porta ou porto, janelas com grades, enfermarias, sala derecepo, local de descanso para seus trabalhadores, s vezes, salas de msica epequenas bibliotecas.

    Nair comentou comigo:

    - Observe, Patrcia, que por onde passamos sempre h bons livros e muitos exemplaresdo Evangelho e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.- No se instrui quem no quer! - Respondi.- Vocs sabem quantos cristos, ou que se dizem cristos, tm uma religio e noconhecem o Evangelho? - Ivo nos indagou.- Devem ser muitos; no conhecem e nem seguem, a notar pelos muitos socorridos -respondi.- pena! - Exclamou Ivo. - O Evangelho no ser lido e vivido!

    Estvamos num Posto, todos atarefados, quando escutamos Cida gritar. Levei tamanhosusto, que fiquei parada por segundos, depois corri tambm. Cida estava na sala dafrente, a de curativos. Frederico veio to depressa que trombou com Flor Azul.

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  • - Calma, Cida! Que houve? - Indagou Frederico.- Entrou um homem aqui, roubou um esparadrapo e saiu correndo!- Ufa! - Frederico exclamou aliviado.- Acho que gritei toa - disse Cida, sem graa.- toa e escandalosamente, Cida - disse d. Isaura carinhosamente. - No precisava fazera gritaria.- Peo-lhes desculpas - disse Cida.- O irmo que pegou o esparadrapo no passar pelo porto, s se o porteiro deixar. Emuitas vezes deixam. Ele entrou aqui querendo objetos para fazer um curativo, s vezesnele ou em companheiros. Pela Terra, ao redor dos Postos, esto sempre muitos irmosa vagar, ficam a vampirizar os encarnados. Muitos vampirizam alcolatras e se metemem brigas, s vezes, vm aqui para fazer curativos, mas sabem que escutaro algumasverdades que incomodam, assim, preferem nos roubar - explicou atenciosamente umatendente do Posto, que finalizou bem-humorado. - Espero que o susto tenha passado.- Vocs recebem muitos ataques? - Ivo perguntou.- No muitos. So mais ataques de irmos querendo se divertir, mas como nossos raioseltricos so fortes e lhes do a impresso de morte, dificilmente nos atacam.

    - Como esse homem entrou aqui? - Luza indagou curiosa. conhecido do porteiro enosso. Pediu ao porteiro que fosse atendido, e ele o deixou entrar e tambm sair, semproblemas. Os que vagam, em sua maioria, costumam nos pedir coisas, como remdiose alimentos, e raro nos furtarem. Este, hoje, resolveu faz-lo.

    Jos de Arimatia, o nosso distrado Z, exclamou alto:

    - J sei por que usamos uniformes! para no sermos confundidos com os demaisbirutas!

    O susto passou, voltamos s tarefas. J era noite alta quando regressamos ao Caridade eLuz para o merecido descanso. Dois dias fizemos essas visitas e descansamos no abrigo.Foram muito proveitosas as excurses. Gostei muito desses postos de auxlio entre osencarnados. So realmente de muita ajuda, onde a caridade verdadeiramente aplicada.

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  • 4 Posto Viglia

    De manhzinha, samos novamente, s que desta vez a p. Andar pelo Umbral estranho. Se a Colnia uma festa aos meus olhos, o Umbral, com seu ambienteangustioso e depressivo, para mim uma viso terrvel e horripilante. Sabia que muitosespritos vagavam por l, e apiedei-me deles, como tambm sabia que muitos aliestavam por gostar, o que achei tremenda falta de gosto, mas temos todos o livre-arbtrio e cada um gosta de um lugar. Caminhamos horas em fila, todos juntos: d. Isaurana frente, Raimundo no meio e Frederico no Final; Flor Azul ao meu lado. Noconversamos, amos em silncio. Tivemos recomendaes de no conversar, para nosermos notados. Caminhvamos cautelosos pisando em terreno mais firme, porque hmuita lama. Vestimos capas de cor marrom, que vinham at os joelhos, com capuz,deixando somente o rosto de fora, e calamos botas especiais. Luza comentou,enquanto nos vestamos:

    - Por que nos vestimos assim para andar pelo Umbral? Parece to estranho.- Estamos somente nos protegendo - respondeu d. Isaura.- Caso sejamos atacados, as capas nos protegero. As botas so para dar segurana nacaminhada.

    Ao caminhar pelo Umbral, entendi o porqu de nos vestirmos assim.

    O Umbral sujo, tem partes escorregadias. As botas nos davam firmeza, e as capas,conforto.

    Deslumbrada com o que via, ao dar por mim, muitas vezes estava com os olhosarregalados. Pensei: Se estivesse aqui sozinha, morreria de medo, se porventura istofosse possvel. Em certo momento, uma grande ave voou perto de ns. Assustei-me eabafei um grito que ficou preso na garganta. Mas no fui s eu a levar o susto, Luza eNair aconchegaram-se a Flor Azul, que estava tranqilo e nos olhava sorrindo. O restodo caminho fiquei bem perto dele. Fizemos o trajeto em perfeito silncio e semproblemas.

    A claridade escassa, parecia o anoitecer entre os encarnados. Sem muita neblina ounevoeiro. De longe, o Posto parece somente um muro, no se v nada dele por fora. Aoaproximarmo-nos mais, vimos o muro cinzento e o porto, parecido com um demadeira, pesado, trabalhado em relevo, bonito e simples.

    D. Isaura fez soar a campainha e o pesado porto foi aberto. Entramos no ptio: eraquadrado com poucas flores, em alguns canteiros, a enfeit-lo, rodeado de pequenasrvores sem muita beleza, parecidas com muitas que possuem os encarnados. Fomosrecebidos pelo seu administrador, diretor ou responsvel:

    - Boa tarde! Sou Guilherme. Sejam bem-vindos ao Posto Viglia. Por favor, venhamcomigo, mostrarei seus alojamentos, pois presumo que queiram descansar.

    As Colnias e Postos de Socorro seguem o mesmo horrio da Terra. Se na cidade dosencarnados fossem quatorze horas, ali tambm era.

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  • O Posto Viglia fica no Umbral, numa zona de muito sofrimento. uma casa transitriaou rotatria, ou seja, muda de lugar. Joaquim, um dos nossos colegas, trabalhou ali poranos, e estava afastado para fazer o curso. Depois de conclu-lo, retornar a suasatividades. Foi recebido com alegria, abraado pelos trabalhadores do Posto.Percebemos que todos ali se amavam, formando uma grande famlia.

    Luzes artificiais iluminam o Posto dia e noite. Do ptio, passamos parte destinada aoshspedes. Ficamos, Luza e eu, juntas no quarto, que era simples, sem enfeites, masconfortvel. Aps nos higienizarmos, fomos ao refeitrio, onde tomamos a refeio,composta de frutas e caldos. Reunimo-nos logo aps no salo de palestras paraconversarmos.

    Recebemos explicaes sobre o Posto Viglia.

    - Este abrigo foi criado na mesma poca em que se formou um povoado para osencarnados. Quando o ambiente comea a ficar deveras pesado, vem a tempestade defogo e mudamos de lugar - explicou Guilherme.- Queria ver uma! - Exclamou James.- No estamos esperando para j - continuou o administrador do Posto. - O fogo caicomo raios queimando tudo, purificando os fluidos pesados. Todos fogem, e os queesto para ser socorridos recebem aqui o abrigo.- Muda-se para longe? - Indaguei.- No, sempre ficamos na regio. H casas como estas em outras Colnias, que chegama mudar-se para locais vinte a cinqenta quilmetros distantes. Ns normalmente nosmudamos para sete a dez quilmetros.- Faz tempo que trabalha aqui? - Perguntou Nair. H trinta anos.- Puxa! - Exclamou Marcela. - Deve ter adquirido muita experincia. Como veio para oPosto?- Quando encarnado, fui pessoa boa, cumpridora dos meus deveres. Amava e amo osEvangelhos e tudo fiz para seguir os exemplos de Jesus. Desencarnei e, ao ser socorrido,fui levado para uma Colnia. Achei encantador tudo o que vi l, mas amei este Postologo que o visitei em uma excurso, como a que vocs esto fazendo agora. Entendi queso poucos os que, como eu, so socorridos ao desencarnar e me apiedei ao ver tantosirmos imprudentes que sofrem; quis trabalhar no Viglia. Meu pedido foi aceito e poranos servi aqui, fiz um pouco de tudo. Pude socorrer amigos, parentes e, aos poucos,todos os socorridos passaram a ser meus irmos. Aqui aprendi a amar a todos, comoJesus nos ensinou. Tenho um amor especial por este recanto de auxlio. H treze anosadministro o Viglia.

    Guilherme, ao falar do Viglia, tinha os olhos brilhando, entusiasmados. Olhei para elecom admirao, certamente no era, o seu trabalho, fcil. Ali estava somente por amoraos semelhantes e deixava transparecer isso em seus modos, no seu olhar tranqilo ebondoso. A admirao foi de todos.

    A conversa continuou, trocamos idias sobre o Umbral, da parte que vimos.Conversamos at as vinte horas e nos retiramos para nossos aposentos. Na Colnia,quase no me alimentava ou dormia. Nessas excurses, andar pelo Umbral e ajudar nosPostos nos cansava, despendamos energia. Assim, precisvamos de alimentao pelomenos uma vez ao dia, e de descanso. Esse descansar era ler algo edificante, meditar eat mesmo dormir algumas horas.

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  • No outro dia, s cinco horas da manh, participamos da prece matinal. Guilhermeconvidou d. Isaura para fazer a orao. Nossa orientadora orou com um fervor que noscomoveu. Ptalas claras de fluidos caram sobre O Posto e sobre ns, fortalecendo-nos,saturando-nos de muita energia. Logo aps, fomos conhecer o Posto Viglia. umPosto de tamanho mdio. Tem salo para palestras, tambm ocupado para msica, salada diretoria, refeitrio, ptio, salas de consultas, alojamentos dos trabalhadores eenfermarias. Nossos trs instrutores ficaram, desde nossa chegada, nas salas deconsultas atendendo os abrigados confusos em busca de orientao. Flor Azul ficou otempo todo ajudando nas enfermarias.

    Repartimo-nos em grupos de sete e fomos com os trabalhadores ajudar nas enfermarias.Elas so compridas, com leitos nos dois lados, tm banheiros simples, tudo taumit-oslimpo e claro. Os abrigados tm necessidades: ali comem e usam o banheiro. Tm fomee sede, s no sentem frio ou calor porque o Posto tem um sistema parecido com o arcondicionado dos encarnados. Esse sistema central, deixando o Posto e at seus ptioscom temperatura agradvel.

    Primeiramente, entramos nas enfermarias em que os doentes estavam em condiesmelhores. Conversamos com eles e os ajudamos a se alimentarem e a se limparem.

    - Voc bonita! - Disse, dirigindo-se a mim, uma senhora muito magra de olhosentristecidos.- Obrigada. Como est a senhora?-Agora no Posso me queixar. J sofri muito. Mas foi merecido. Quando encarnadaaprontei muito.

    Sorri apenas. Sabia que a curiosidade no leva a nada. Tnhamos recomendaes paraanimar os enfermos, falar do Evangelho e de Jesus. Mas tambm de escutar seusdesabafos.

    - Voc to boa! Sofreu ao desencarnar? - Indagou-me.- No, senti que ia dormir e acordei bem e entre amigos.- Entre amigos. Para ter amigos necessrio faz-los, no ? No os fiz, e os que penseiter eram piores do que eu. Aposto que no sofreu, porque foi boa!- Talvez devesse ter sido melhor. Mas no cometi erros, desencarnei em paz e aharmonia me acompanhou.- Voc no quer me escutar um pouquinho? As vezes tenho vontade de conversar. Ostrabalhadores daqui so timos, mas to ocupados, Sabe, no fui boa em nada. Fui mfilha, fugi de casa aos treze anos para o meretrcio, fiz muitos abortos. Tive trs filhos,dei dois, o outro, antes o tivesse dado. Era um rapazinho esperto, um ladro. Um dia, aoroubar de um cliente meu, este o matou. No fui boa me. Bebia muito, envelhecirpido e a morte me buscou para o sofrimento. Fiquei dezessete anos no Umbral.Quando me socorreram, era um farrapo, estava muito cansada. H bastante tempo estouaqui.- E ir melhorar logo - disse animando-a. - Tire dos erros do passado acertos para ofuturo. Tente se recuperar e passar de ajudada a ajudante.

    A senhora sorriu tristemente. Dei-lhe um passe, fiz alto uma orao, ela me agradeceu:

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  • - Obrigada!

    Um senhor dizia sem parar:

    - O caf, tenho que colher o caf!

    Aps o passe disse frases maiores, e deu para entender que roubou muito caf de seuspatres. Colhia o caf da plantao durante o dia e, noite, ia peg-lo. Oarrependimento fazia-o ver o fato sem interrupo. Depois do crculo de oraes, eleadormeceu tranqilo.

    E, assim, muitos tinham histrias reais para contar, descortinavam erros sobre erros. Amaioria fora egosta. Amaram mais a matria do que as verdades espirituais. O orgulhoe o egosmo levam muitos porta larga da perdio, para o sofrimento aps adesencarnao. Ao sairmos das enfermarias, Z comentou:

    - Estava com vontade de perguntar a Frederico por que existem tantas enfermarias e,nelas, tantos necessitados. Descobri ao escutar esses infeliZes. Sabem, iMpressionei-meao ouvir de um senhor que estuprou e matou a Prpria filha deoito anos.

    Um dos trabalhadores do Posto, ao escutar, argumentou:- So Os imprudentes a que Jesus se referiu. No fizeram o bem, viveram para amatria, plantaram o mal e colheram o sofrimento. E tanto fizeram maldades aos outrose a si prprios, que s poderiam ficar como esto. Assim, caro estudante, estes abrigosso blsamos para eles.

    Na segunda enfermaria os doentes estavam em Piores condies. Uns falavam semparar. Ao serem atendidos com a alimentao, passes e oraes, melhoravam, oraaquietando-se, ora falando frases mais coerentes.

    Um senhor chamou-me a ateno, o remorso o castigava: ele expulsou os pais, jvelhos, de sua casa, e eles desencarnaram em um asilo, sem v-lo mais. Uma outrasenhora falava sem parar que matara. Aps tomar o passe, lembrou-se do amante queassassinara friamente. Outro senhor lembrava com aflio da filha renegada de suaamante.

    Que bom! - pensei - no ter erros para me atormentar. Como sou feliz! Nada melhorque plantar o bem,

    Visitamos duas enfermarias no Primeiro dia. Os trabalhadores do Posto no fazem o quefizemos. No h tempo, Porque Os operrios SO Poucos para muito trabalho.Acabamos tarde, fomos para nosso quarto, depois para o refeitrio, e dele passamos aosalo de msica.

    A noite samos para o ptio. Os muros que cercam o viglia so fortes e altos, e no ptioh uma torre onde est o sistema de defesa. Para subir l, usa-se um elevador, Subimosem grupos pequenos. A torre tem trinta metros. Tambm tem sistemas de defesaperfeitos e nunca um ataque os preocupou. Margarida, a senhora encarregada quelahora da guarda, mostrou-nos alguns aparelhos que medem as vibraes fora do Posto

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  • num raio de trs quilmetros. Por ele ficam sabendo quem se aproxima e quantos so.No se enxerga o cu, nem as estrelas; s vezes, a lua, quando cheia. Olhei do alto datorre, em volta do Posto, no enxerguei nada s o Posto l embaixo e suas luzes; fora, aneblina e a escurido.

    Quando esperava a vez de subir na torre, olhava distrada um pequeno e bonito chafarizde pedra verde, com delicados contornos de flores, rodeado de plantas. Flor Azulaproximou-se:

    - Est a pensar, Flor Azul de Patrcia?- Espero a minha vez de conhecer a torre. Foi bom v-lo. Quero agradecer.-A menina se lembra do senhor que a agradeceu no Caridade e Luz? Sinto como ele, sque mais feliz, porque posso acompanh-la e fazer algo por voc. O que lhe fao,gostaria de estar fazendo tambm a seu pai. Muito devo a ele, ao grupo esprita e a voc.Poder retribuir uma graa. Sou seu amigo desde que voc era encarnada. No meagradea, fao isso de corao e com felicidade.- Que bom ser sua amiga, Flor Azul!-Ao termos bons amigos, temos tesouros. Tendo-os por amigos, voc e seu pai, sinto-merico.

    Sorriu de maneira terna. - pensei - ele tem razo. Fazer por ter como amigos bonsespritos ter tesouros no plano espiritual. Tambm me sentia possuidora de largosbens.

    Frederico fez a orao da noite e fomos descansar. Fiquei a pensar nos enfermos, no quevi e no que ouvi deles. Como a maldade faz mal ao maldoso! Como difcil a colheitada plantao ruim!

    No outro dia, fomos a trs enfermarias de irmos que dormiam em pesadelos. tristev-los. Uns ficam com os olhos abertos e parados. A maioria no fala, seus semblantesso de horror. Estavam todos higienizados e bem instalados e, nem por isso, eramagradveis de ver. Eles ficam com as imagens dos prprios erros a lhes passar na mente,sem parar. s vezes, gemem com aflio. Cuidamos deles com carinho, limpando-os,acomodando-os, dando-lhes passes e fazendo oraes. Muitos, depois, ficaram maistranqilos, melhorando suas expresses. O tempo que ficam assim variado, algunschegam a ficar anos, outros, meses. Quando acordam, passam para outra enfermaria. Osenfermos vo mudando de enfermarias at ficarem bons. Quando recuperados escolhemo que fazer: ou passam a trabalhar no Posto, ou vo para as Colnias estudar, oureencarnam.

    noite escutamos msicas. Uma trabalhadora do Viglia nos brindou com encantadorascanes. Chama-se Ceclia, canta muito bem, tem linda voz. A boa msica ajuda arefazer as energias. sempre agradvel ouvir canes em companhia de amigos

    - Os trabalhadores do Viglia amam receber estas excurses e visitas, gostam deconversar, trocar informaes. A noite transcorreu tranqilamente.

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  • 5 Samaritanos

    No outro dia, logo aps a orao matinal, foi dado o alarme. Aproximavam-se ossamaritanos. Continuamos no ptio para esper-los.O porto foi aberto e eles entraram.Vieram em veculos que no h como descrever. No h condies de transmitirsituaes idnticas, porque no so iguais, nos dois planos de vida. S posso transmitirsemelhanas de estados psquico e espiritual. Podem haver semelhanas visuais, masno fatos iguais no contedo externo e interno. Ficamos a observ-los, menos Joaquim,que foi ajud-los. Samaritanos so os trabalhadores do Posto que saem pelo Umbral asocorrer os que querem auxlio. Estavam vestidos, para melhor trabalhar, de botas altase capas com gorro de tonalidades do bege ao marrom-claro. Como as que usamos paraatravessar o Umbral. Os socorridos estavam seminus, e os poucos vestidos tinham suasroupas sujas e em farrapos. Apiedamo-nos. Estavam sujos, com cabelos e unhasgrandes. Uns falavam, outros permaneciam como mmias, no se mexiam, emboraestivessem com os olhos abertos e aterrorizados. Muitos gemiam tristemente. Por uminstante entristeci. Ver aqueles irmos daquela forma era comovedor. Nunca pensei emver tanto sofrimento. Muitos apresentavam sinais de torturas. Ficamos em silncio,parece que por momentos no tivemos vontade de falar, a cena nos comoveu.Umasenhora socorrida, ao ver uma das trabalhadoras, exclamou:

    -Um anjo! Voc um anjo! Socorra-me, pelo amor de Deus!

    Os socorridos foram levados para uma enfermaria prpria, especial, para serem limpos ealimentados. Depois seriam encaminhados para as enfermarias e separados, conformeseu estado.

    - Por favor, deixem-me ficar com ela!

    Um homem segurava a mo de uma mulher, que dormia em pesadelo.

    - Providenciarei para ficarem juntos. Obrigado!

    Um samaritano respondeu:

    - Guilherme confirmou o pedido. Ficariam juntos. Normalmente, pelos seus estados,seriam separados. Mas aqueles dois estavam unidos e o homem, em estado melhor, sepreocupava com a mulher, em condies piores. Notava-se que se amavam. Ainda bemque ficaram juntos - pensei. O grupo de samaritanos era formado por duas mulheres eseis homens. Cumprimentaram-nos sorrindo e foram guardar os veculos. Em seguida,esses trabalhadores iriam alimentar-se e descansar. Aproximamo-nos, admirando suacoragem e abnegao. Indaguei a um deles:

    - Gosta deste trabalho? Faz isto h quanto tempo?- Amo ir procura dos que pedem auxlio em nome de Deus. Fui socorrido por umacaravana como esta, h quinze anos, neste Posto, e h cinco anos estou nesse trabalho.- Como se sente a senhora, sendo mulher, num trabalho que exige tanta coragem? -indagou o nosso distrado Z a uma das trabalhadoras, uma moa de seus trinta anose muito bonita.

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  • - No existe no plano espiritual trabalho s para homens ou mulheres. Aqui somoscriaturas de Deus. Gosto do que fao. Cada vez que regresso ao Posto com irmossofredores, alegria para meu corao.

    A caravana trouxe vinte e um socorridos. Esses trabalhadores ficam dias pelo Umbral,vo a todos os lugares onde h necessitados, socorrendo sempre muitos irmos. Otempo de permanncia no Posto varia de dois a trs dias. Nesse tempo fazem planos,traam rotas para o prximo socorro. Logo depois de os socorridos terem sidorecolhidos, a torre deu o alarme. O som deste uma campainha suave. H quatro modosde dar o alarme. Trs curtos, como foram dados para os samaritanos, aproxima-sediligncia do bem. Um toque suave e longo significa aproximao de irmos ignorantes.Outro toque mais alto para alertar sobre ataques; o que tem um som diferente, avisaque o Posto est para ser atacado por muitos espritos. Nada de escndalos, tudo tranqilo, porm o som ouvido at onde esto as pessoas que necessitam ser alertadas.A campainha no toca nas enfermarias.

    O guarda da torre nos disse que se aproximava um grupo de dez irmos trevosos.

    - Esperemos para ver o que querem - disse Guilherme. Novamente o guarda disse que ogrupo havia parado a alguns metros. Logo escutamos gritos.- Que gritam? - Indagou Luza. - Dizem Valria?- Acho que Venncio - disse James.Um dos socorridos saiu do ptio desesperado.- este! Valncio! - Explicou um samaritano.O homem estava em horrvel estado, fora torturado e se mostrava muito machucado, ossinais de tortura marcaram-lhe todo o corpo. Guilherme e um dos trabalhadores opegaram, levando-o novamente para dentro.Frederico nos explicou:- Este socorrido estava sendo torturado por esse grupo. Arrependeu-se e pediu, a tempo,auxlio em nome de Deus. Desta vez, os socorristas o trouxeram, e seus carrascosvieram atrs dele. Vo lev-lo agora para uma cmara onde no escutar esseschamados.- Que ser que ele fez para ser tratado assim? - Indagou Glria com piedade.- Infeliz de quem faz maldades, porque nem sempre quem as recebe, perdoa. Chega umdia em que a morte faz com que se encontrem. Certamente o torturaram por vingana -esclareceu Frederico.- Se eles gritassem meu nome, ficaria, como ele, desesperada? - Pergunteiimpressionada. Frederico sorriu e disse:- Certamente que no. Voc no tem vnculos com eles. Para sentir seus chamados preciso estar vinculada a eles, ter as mesmas vibraes e ter ficado muito tempo, comoesse irmo ficou, com eles. Se um grupo a chamasse, ouviria, simplesmente. No devetemer. O medo para quem duvida.O guarda da torre ficou atento, mas os do grupo gritaram de longe por trinta minutos.No tendo resultado, resolveram ir embora.- E se atacassem? - Perguntou Luza preocupada.- Teramos que nos defender com raios eltricos - respondeu Guilherme tranqilo.- O que presenciamos aqui acontece sempre? - Indagou Ivo.- Sim. s vezes ficam inconformados ao perderem suas vtimas. Alguns, como esses, sos chamam, outros nos atacam. Mas, uma vez aqui dentro, ningum sai se no quiser -respondeu Guilherme.

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  • Eram onze horas da manh, hora de partirmos. Despedimo-nos alegres, pois voltaramosao Posto para estudar o Umbral. Guilherme nos agradeceu, e Raimundo retribuiu osagradecimentos em nome de todos. Samos pelo porto e em fila. Iramos a p at oCaridade e Luz e ento tomaramos o aerbus que nos levaria de volta Colnia. NoUmbral estava frio, mas no percebamos. Como j disse, aprendemos a neutralizar atemperatura exterior. Mas sentia-me um pouco sufocada. Fiquei bem perto do FlorAzul, que continuava tranqilo. Confesso que o Umbral me d medo. Ler ou ver emfilmes uma coisa, mas, l, pessoalmente, outra. Nada tem de bonito ou agradvel.Voltamos sem problemas. Quando chegamos ao Abrigo Caridade e Luz, foi um alvio.S paramos l para pegarmos o aerbus. Estava cansada, e a conduo veio em boahora. Que gostoso estar na Colnia! Chegamos noite e fomos direto para nossoalojamento, onde nos alimentamos e descansamos. Gostava de anotar tudo o que via, eera nessas horas de descanso que o fazia; depois de ter anotado, dormi algumas horas.No outro dia cedinho, tivemos a aula de concluso. As perguntas foram muitas.

    - Os trabalhadores do Posto recebem bnus-hora? E os samaritanos ganham mais? -Indagou Ceclia.- fcil aprender. Estudei o assunto no curso de alimentao que fiz na Colnia etranscrevi no livro Violetas na janela; o desencarnado que no sabe neutralizar atemperatura exterior sente frio e calor.

    Raimundo foi o escalado para responder:- Para todos so contadas as horas de trabalho. Recebem bnus-hora os que querem eprecisam. No trabalho que requer mais esforo e se despende mais energias, recebemdobrado e, s vezes, triplicado, como o dos samaritanos.- Os samaritanos so atacados? - Quis saber Glria.- Esses trabalhadores so chamados de muitas formas: missionrios, emissrios etc. Soatacados muitas vezes. Saem sempre pelas regies do Umbral e, s vezes, ficam noPosto somente por horas. Rara a excurso em que no so atacados. Nossos amigosno so intimidados com isso. Possuem redes de proteo e esto sempre com os lana-raios, aparelhos de defesa pequenos. So espertos e se saem sempre bem, porque noesto a fim de brigas e, por isso, impem respeito.- So heris! Que trabalho difcil! Admiro-os! Eles tm folga? - Marcela falouentusiasmada.- Tm folga sim e as passam como querem, uns vm Colnia, alguns visitam amigos eoutros ficam no Posto.- Eles percorrem todo o Umbral? - Perguntei.- Sim, percorrem. Em cada excurso vo para uma parte do Umbral. Vo em todas ascavernas, buracos, vales, enfim, por todos os lados. So experientes e conhecem todosos lugares do Umbral nesta regio.- Eles vo tambm s cidades do Umbral? - indagou James.- Sim, vo. Algumas vezes, pedem autorizao para pegar alguns que querem socorro.Outras vezes, os samaritanos so vistos pelos habitantes das cidades do Umbralsocorrendo alguns irmos. Quando esses irmos no so do interesse dos que l moram,os samaritanos trabalham sem problemas. Mas, quando eles querem socorrer algumque interessa aos moradores da cidade do Umbral, os samaritanos entram sem seremvistos. Como ocorreu no caso daquele torturado que vimos e que foi chamado pelaturma, de fora do muro.- H socorristas pelo Umbral, no mundo inteiro? - Cida perguntou.

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  • - Sim, pelo Umbral de toda a Terra h socorristas que trabalham em nome de Jesus,auxiliando todos os que sofrem e clamam por ajuda.- Esses socorristas nunca ficaram presos? Os espritos ignorantes que gostam do Umbralnunca prenderam alguns deles?- Indagou Nair.- No tivemos notcias de acontecimentos deste tipo. Num aperto maior, eles podemmudar a vibrao e tornar-se invisveis para os outros.Resmunguei baixinho, e Raimundo me disse:- Patrcia, quer falar alguma coisa?- Estou pensando: no quero nem trabalhar num Posto de Socorro nem no Umbral, achoque no tenho jeito. Mas admiro os que l trabalham.- Essas tarefas requerem pessoas com muito amor e caridade. Por isso, devemosrespeitar esses trabalhadores e admirar o que fazem.

    Todos ns olhamos para Joaquim, que ficou encabulado.- Aqueles que vimos nas enfermarias dos Postos demoram para melhorar? - PerguntouCida curiosa.- Depende muito de cada um. H irmos que levam anos para melhorar, para outros amelhora leva meses.- Existe socorrido que no gosta do Posto? - Indagou Ivo.- Sim, existe, embora os que para l so levados queiram o socorro, pois esto quasesempre cansados de sofrer. Estes so normalmente agradecidos. No podemos levarirmos que no estejam arrependidos e no queiram o socorro, porque eles acham tudoruim. Outros dizem que nos Postos h muita disciplina e querem ir embora. Algunsespritos que no sofreram o suficiente e que so abrigados em Postos de Socorro, apedido de terceiros ou por equipes que trabalham em Centros Espritas, muitas vezesno gostam e no ficam, voltando aos ex-lares e a vagar.- Eu - disse Roslia - estive no Viglia como socorrida. Sou grata a todos. Mas ver oPosto como aprendiz diferente.- Claro. Estava enferma, necessitada, conheceu as partes que lhe cabia habitar. Agora,foi conhec-lo como estudante, e tudo lhe pareceu diferente.- Roslia, voc lembra alguma coisa de quando esteve l como socorrida? - Zperguntou.- Sim. Como esquecer o sofrimento? Era um farrapo humano, foi doloroso. O remorso fogo a queimar.

    Como no houve mais perguntas, Raimundo disse:- Faam uma redao, escrevam o que viram, o que mais os impressionou. No umtrabalho obrigatrio. Faro a redao s os que quiserem. Aqueles que tm dificuldadespara escrever e preferem falar, contaro o que sentiram e do que gostaram. Algunspreferem ficar s escutando.Foram quinze a ler o que escreveram. Todos falaram dos samaritanos. Trocamos idias.Ivo e Lus disseram que, aps o curso, iro trabalhar num Posto no Umbral. Conheceresses Postos, esses lugares de paz no meio do sofrimento, nos foi gratificante. So casasde socorro abenoadas. So refrigrio aos irmos atormentados. Que bom que h esseslocais, e como maravilhoso neles existirem os trabalhadores do bem!

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  • 6 Desencarnao

    Comeamos a aula terica narrando nossas prprias desencarnaes. Todos, de fato, tmuma interessante histria para contar. Ningum teve a desencarnao da mesma forma,embora seja natural e para todos. Narrei a minha, em poucas palavras:

    - Desencarnei por aneurisma cerebral, nada vi ou percebi; para mim, foi como dormir eacordar entre amigos. Adaptei-me logo, era esprita, e este fato ajudou-me muito.- Veio com diploma! - Exclamou Ivo brincando. - Sabia o que ia lhe acontecer e o queia encontrar. bem esperta!- De fato - respondi -, quem tem religio interiormente e vive de acordo com oEvangelho esperto! O Espiritismo bem compreendido educa para a continuao davida.- Acha, Patrcia, que, pelo fato de voc ter sido esprita, teve e tem recebido muito aquino plano espiritual? - Perguntou Z, tambm referindo-se ao fato de Flor Azul nosacompanhar nas excurses por minha causa.- Z, o Espiritismo proporcionou-me um ambiente propcio para realizar-meinteriormente. Segui realmente a Doutrina de Allan Kardec, vivi o Evangelho de Jesus.D. Isaura interrompeu delicadamente:- Patrcia enquadra-se bem num dos ensinamentos de O Evangelho Segundo oEspiritismo, Captulo XVIII - Muitos os chamados e poucos os escolhidos. No itemdoze, que nos diz: Aos espritas, portanto, muito ser pedido, porque muito receberam,mas tambm aos que souberam aproveitar os ensinamentos, muito lhes ser dado.Z narrou a sua desencarnao:- A minha desencarnao foi o mximo, de morrer de rir. Morri de susto. Verdade!Estava bem, pelo menos nada sentia. Um dia um amigo e eu fomos dar um passeio decarro. Ao atravessar a linha do trem, o carro parou, enguiou e nada de pegar. Nisso otrem vinha vindo. Meu amigo correu para fora do carro. A aflio fez-me ficar parado.Meu amigo gritou para que eu sasse e, como no sa, ele voltou e tentou de novo fazero carro pegar, at que pegou, e saiu um segundo antes que o trem passasse. Que sustohein, Z! Nada de responder. Meu corao simplesmente parou, fazendo-me ter morteinstantnea. Na verdade, s escutei meu amigo falando, depois perdi os sentidos. Meuesprito adormeceu. Acordei sozinho, estava cado perto da linha do trem. No sentinada, levantei e fui para casa. L, uma choradeira total. Entrei e outro susto. Vi-me nocaixo. Senti-me mal e ningum ligou. Confuso, fiquei a pensar: Morri? Fiquei louco?Foi um outro sujeito parecido comigo que morreu? Mas ningum me via. Resolviapelar. Na hora do aperto, como sempre, recorre-se a Deus. Comecei a gritar a Deus,pedindo perdo e socorro. Senti ser chacoalhado. Calma, Z, que escndalo! Eraminha me que j desencarnara h tempo. Me - disse gritando -, me socorre! Morriou estou louco? Calma, filho, tente se acalmar. A senhora assombrao? -perguntei mais calmo. No, sou sua me, que muito o ama. No tenha medo, vouajud-lo. Mame levou-me para um canto da casa onde no havia ningum e voltou sala, onde estava o caixo com meu corpo, para acabar de desligar-me dele. Doisamigos passaram perto de mim e comentaram:O Z deve estar contando piadas a So Pedro.O outro respondeu: Morreu de susto, isto jeito de morrer?Piadas a So Pedro - pensei -, estou passando um tremendo aperto. A, um grupo desenhoras comeou a orar, senti-me melhor e mais calmo, foi me dando sono.Venha, Z!- disse mame. Acomodei-me nos braos dela e dormi. Acordei e penseiter sonhado, mas logo me certifiquei de que tudo era verdade. Sempre fui muito alegre e

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  • catlico freqentador da igreja. Aceitei bem o fato e tratei de me acostumar nova vida:logo estava trabalhando e hoje fao este curso para melhor servir."

    - Eu fui ateu! - Iniciou Ivo. - Ateu convicto de que estava certo. Achava, quandoencarnado, que tudo era pelo acaso. Deus era uma personalidade inventada paraaterrorizar os ignorantes. No existia nada alm da morte do corpo. Fiquei doente, umagrave doena que me acamou; a, s vezes, me perguntava: Ser que estou certo?Fiquei com medo e julguei que a doena que me dava temor. A idia do suicdio veio,porm repeli, no era covarde, agentaria o sofrimento. Resolvi esperar pelo fim. Noacreditar em nada triste, no se tem consolo e, pensando que acabamos, d umasensao agoniada. No percebi minha desencarnao. Continuei muito tempo agindocomo doente no hospital, sentindo o abandono dos meus familiares. Depois, fui retiradodo hospital por espritos brincalhes e levado ao cemitrio. Falaram que morri, quedesencarnei, mas no conseguia entender nada. No sabia orar; o pouco do Evangelhoque conhecia no me vinha mente, pois nunca prestara ateno nele. Encarnado, riadas pessoas religiosas, mas no fui mau. Se no fiz o bem, tampouco fiz o mal. Fui pegopor entidades maldosas e levado para uma cidade do Umbral, como escravo. Tinha quefazer certos tipos de trabalhos para eles. Anos fiquei assim, at que entendi tudo: a vidacontinua aps a morte do corpo e Deus existe. Cansado de sofrer, recorri a esse Deus emque no acreditava, que nosso Pai Amoroso. O socorro no veio de imediato, mas nodesisti, a cada dia, com mais f, clamei por auxlio. Fui socorrido, levado a um Posto.Agradecido e querendo ficar bom, recuperei-me e passei a ser til. No Posto fiqueimuito tempo. Depois vim para a Colnia trabalhar. Mudei muitas vezes a forma detrabalho, para conhecer como viver por aqui. Tendo conseguido pelo meu trabalhoelogios, porque nunca fui preguioso, e trabalhar forado como escravo bem penoso,mas aprende-se a trabalhar, pedi para estudar.Penso que se conhecer este mundomaravilhoso posso firmar minha f e ser til com maior segurana. Desencarnei hquarenta e cinco anos, vinte e cinco anos sofri vagando e no Umbral. Vinte e cinco anos muita coisa, mas foi justo. Quem descr de tudo s acordado pelo sofrimento.

    - Ivo - indagou Luza, se voc tivesse sido mau, iria sofrer mais?- Certamente que sim, acredito que mais e por mais tempo.

    Terezinha falou de sua desencarnao. Ela calma, fala mansa, muito simptica:

    - Era muito religiosa, gostava muito de orar, mas infelizmente a religio no me ensinouo que seria a morte. Tive um cncer generalizado, que me causou muito sofrimento. A,indagava a mim mesma: Por que sofro tanto? Deus est sendo injusto comigo?Procurava fortalecer-me na f, mas no entendia, e a f sem raciocnio difcil demanter. Desencarnei e fui levada para um Posto. Melhorei logo, mas pensava ainda estarencarnada e me curando. Quando me falaram que desencarnei, no acreditei; depois, aopensar e analisar, fiquei tremendamente decepcionada por no ser como pensava e metornei aptica. No queria nada, no queria escutar ningum e pensei novamente: Queadiantou ter sido boa e devota? Deus estaria sendo justo comigo? Os orientadores doPosto levaram-me a uma reunio esprita. No Centro, vi muitos mutilados e sofredores eescutei do orientador: V como valeu ter sido boa e devota? Observe bem que muitos,ao terem o corpo morto, no tiveram a cura como voc, no foram levados para umsocorro. Fiquei olhando tudo curiosa, no me incorporei, s escutei, e voltei diferente.Muitas vezes fui s reunies e, juntamente com orientadores, fui conhecer o Umbral.Melhorei, sa da apatia e pude saber que minha desencarnao com sofrimento foi para

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  • quitar o passado de erros. O mundo espiritual me fascinou, e de ajudada passei aajudante; hoje tenho a graa de estar aprendendo para servir com mais sabedoria.

    Ilda, com simplicidade, narrou sua desencarnao:

    - Estava feliz, casada com o homem que amava, e minha casa era um sonho. Ao ficargrvida senti-me a mais feliz das mulheres. Meu parto complicou e desencarnei, apster tido uma menina. Fui socorrida e levada, aps a morte do meu corpo, para um Postode Socorro. Como sofri. Esforava-me para no me revoltar. Sentia o choro dos meuspais e do esposo. Deixar tudo, quando se feliz, no fcil; s se tivermoscompreenso, como Patrcia, que tambm era feliz e continuou sendo. Meus paispegaram a menina, minha filha, para criar, e meu esposo voltou para a casa de seus pais.Sentia tanta falta deles, queria tanto ter cuidado, acariciado, pegado e amamentadominha filha. Queria estar encarnada! S pensando neles, no dei ateno a mais nada.Tive de ser doutrinada, atravs de uma incorporao, num Centro Esprita, e fazer umtratamento com um mdico psiclogo aqui. S aos poucos fui me acostumando. Meuesposo casou-se de novo e tem outros filhos; minha filha j uma adolescente. Agoraamo viver aqui, mas no foi fcil. Tudo o que passei foi um aprendizado difcil, masnecessrio ao meu esprito. A desencarnao o nascer do esprito para o mundoespiritual. Tivemos aula de anatomia. Estudamos os pontos de fora e vimos em filmescomo se faz para desligar o perisprito do corpo morto. As equipes de socorro que fazemesse desligamento renem-se normalmente em grupo de trs a quatro socorristas. Paratrabalhar nesse processo, fazem longo estudo e treinamento, e s podem realizar odesligamento, imediato, de poucas pessoas. Por isso, no so muitos nessas tarefas.Vimos o trabalho deles em filmes, quando faziam vrios desligamentos.Depois dessecurso, qualquer um de ns poderia desligar algum aps seu corpo ter morrido, mas nodevemos fazer isso sem ordem superior. bom saber! Saber poder fazer!

    O desligamento se faz de vrias formas. Minutos apos a morte do corpo, alguns dias oumeses. Isso depende do merecimento de quem desencarna. Estudamos muito a parte docorpo humano e, utilizando bonecos, vimos como se faz o desligamento. Esses bonecosso cpias fiis do corpo humano e do perisprito. Entendemos perfeitamente comofunciona o corpo fsico, o que ocorre com ele e como se desintegra.

    Impressionei-me ao ver, em filmes, o desligamento de pessoas que se suicidam. Sempre muito tempo aps a desencarnao. Que triste! a pior desencarnao, emboraseja cada caso um caso. Mas sofre muito quem pratica esse crime contra si mesmo.A aula terica foi muito boa e esperava ansiosa pela aula prtica.

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  • 7 Desligamento

    As aulas prticas foram realmente muito importantes. Flor Azul se ajuntou a ns,como sempre muito simptico, e trabalhou bastante. Primeiramente fomos a hospitais deencarnados da regio. Por mais que estudemos, ao ver pessoalmente a tarefa diferente,por entrar a emoo e, s vezes, a piedade. Tambm, porque com a desencarnao queencontramos os amigos ou os inimigos que fizemos, quando encarnados. Vimosprimeiramente a desencarnao de um senhor que a equipe socorrista veio desligar;esperavam-no muitos amigos e familiares. Desencarnou tranqilo. Foi bonito. Mas logoem seguida vimos a desencarnao de outro senhor, que muitos obsessores aguardavam.Oramos por ele, mas no conseguimos impedir que os obsessores o desligassem e olevassem, certamente, para o Umbral.

    D. Isaura aproveitou para elucidar-nos:

    - Estamos aqui para um aprendizado, auxiliando todos os que fizeram jus a uma ajudados bons. No podemos interferir na colheita de ningum. Esse senhor vibrou com osinferiores e no conosco; a vida toda afinou-se com eles, com esses irmos das trevas, es pode ter agora a companhia que ele mesmo escolheu. Ao cometer erros, estamosvibrando com os errados. Este senhor precisa sofrer, para aprender. O sofrimento oremdio de que necessita.

    Vimos muitas desencarnaes. Em hospitais grandes acontecem muitas. Ajudamos ossocorristas nos desligamentos de muitos deles.

    Onde amos, apresentvamo-nos, ao chegar, aos responsveis do local. Fomos semprebem recebidos e estivemos em muitos hospitais. Desligamentos de crianas so rpidos.Normalmente, quando esto para desencarnar, uma equipe de socorristas j est perto, esempre so levadas para um socorro. Impressionei-me porque criana sempre mecomove, mas mais fcil, no so normalmente to presas matria como os adultos.Depois, ficamos de planto nas rodovias de maior movimento. Nas grandes rodovias h,em determinados pontos, pequenos Postos de Socorro e, ao mais simples acidente, acionado um aparelho, indicando o local e a gravidade. A equipe de socorro vai emseguida, chegando mesmo antes do socorro material. Fomos recebidos com alegriapelos trabalhadores. Torci para que no houvesse nenhum acidente, mas houve vrios.Os Postos de Socorro nas rodovias esto sempre em contato e, assim, quando aconteciaum acidente, logo nos era comunicado e amos imediatamente para o local. No agradvel ver pessoas machucadas e com dores. Ajudamos tanto os feridos, como osque desencarnaram. O desligamento nos acidentes s vezes violento, pois o corpomorre e o perisprito se desliga instantaneamente. Levamos muitos espritos para oPosto de Socorro da rodovia. Ali recebem os primeiros socorros, logo depois solevados para outros Postos de Socorro. Muitas vezes feito somente o desligamentosem socorrer o esprito. H desligamentos que demoram pouco tempo. Outros so feitosaos poucos, levando horas. Depois de muitas horas nas rodovias, onde vimos muitosacidentes com mortes e muitos machucados, fomos para o cemitrio.

    - Aqui existem muitos apegados ao corpo fsico, nosso trabalho de aprendizagemconsiste em ajudar, desligando todos os que pudermos.

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  • Eram muitos os que gemiam ao lado dos corpos apodrecendo; outros dormiam empesadelos. Os trabalhadores da equipe de socorristas do cemitrio vieram nos recebercontentes:

    - Bem-vindos, os do grupo de estudantes! A presena de vocs nos muito grata.Sempre que aqui vm, conseguem ajudar muitos irmos que no souberam desencarnare sofrem.

    Espritos vagabundos, arruaceiros, gostam de zanzar pelos cemitrios, mexem com osque sofrem e riem dos que se julgam encarnados. Tivemos recomendaes para ignor-los. Durante nosso trabalho, ficaram nos observando, chegaram a nos ironizar, mas semse aproximar.

    No cemitrio, havia muitos ligados ao corpo morto.

    - So tantos! - Exclamou Z. -Aposto que vamos conseguir levar a metade para osocorro.

    Aposto que ficaro somente dez - disse Lus.- Ficam trs - eu disse.

    O grupo alegre, no se pode abaixar a vibrao com tristezas e piedade sem ajuda.Falamos por brincadeira. Desejvamos que no ficasse nenhum sem socorro. Repito quepoderamos ajudar somente os que pedissem com humildade, sinceridade, e os queestavam a fim de socorro, mas no os revoltados, que blasfemavam. Estes so muitonecessitados, mas no adianta lev-los para um socorro, porque no aceitam e s trazemproblemas para o local para onde so levados.

    E l fomos ns, todos animados, tentar conversar com eles. No fcil!

    Nos que dormiam demos passes, mentalizando nossas foras para ver se conseguamosdespert-los, acalm-los e fazer que pensassem em Jesus, em Deus.

    Trs dos que dormiam despertaram apavorados e, assim que os desligamos, saramcorrendo. Certamente seriam socorridos mais tarde. Os que gemiam estavamperturbados pela dor e pelo horror de estarem ali; dvamos o passe e pedamos queficassem calmos. Pudemos desligar muitos, socorrendo-os e levando-os ao Posto deSocorro. Em quase todos os cemitrios h um Posto pequeno, para onde os socorristaslevam, por pouco tempo, os socorridos.

    Alguns repeliam nosso socorro, chegando a nos xingar. A eles nada pudemos fazer.

    Para mim, esse trabalho delicado, e admiro os que o fazem. No fcil ver muitastristezas. A vontade que me deu foi de socorrer todos, mas no possvel e, por isso,ficaram muitos ali presos a seus corpos em decomposio. Mas nosso trabalho deuresultado, porque os poucos que socorremos nos encheram de alegria. Admiro ossocorristas dos cemitrios.

    Quase todos moram no pequeno Posto, trabalham muito, tm pouca folga e so felizes.Amam o que fazem.

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  • - Pensei que ia me sujar ao lidar com tantos irmos sujos, uns at apodrecendo - falouLuza com sinceridade.Frederico respondeu:

    - No, Luza, ns no nos sujamos. Depois, sabemos plasmar limpeza, limpar-nos pelafora da mente. De fato, em sua maioria, os irmos que sofrem, aqui, esto sujos, masdevemos ver os irmos que sofrem e pensar que talvez pudssemos ser um deles. Asujeira externa no obstculo ao socorro.

    Fomos ver alguns velrios. Sempre uma nuvem cinzenta de tristeza e agonia paira sobreo local. Vimos alguns em que apenas velavam o corpo, com o esprito j desligado,ausente.

    Mas em alguns velrios o esprito ali estava, confuso. Em outros, dormiam junto aocorpo. O que atrapalha nesses lugares a choradeira. Que bom seria se todosentendessem a desencarnao como ela e aceitassem essa ausncia fsica, ajudando odesencarnado com pensamentos de carinho, orando com f, auxiliando no desligamentoe na sua ida para o plano espiritual!

    Raimundo foi com Joaquim tratar, em outro local, de um caso particular. Teramos duashoras para ficar na crosta e fazer o que quisssemos. Quase todos seguiram d. Isaura,que quis retornar ao cemitrio. Era noite, convidei a turma para ir a minha casa terrena.Alguns aceitaram, Frederico nos acompanhou. Fomos em sete. Entramos em casa eacomodamo-nos na sala de televiso. Sempre me emociono ao entrar no meu ex-larterreno. Sentir os fluidos dos familiares, o calor humano, o carinho com que soulembrada, bem agradvel. Comeamos a conversar. Meus familiares dormiam.

    A conversa esquentou, Z acabou fazendo um barulho fsico na televiso. Aquietamosna hora. Meus pais acordaram, vieram ver o que tinha feito barulho. No vendo nada,logo voltaram a dormir. Z, srio, falou dirigindo-se a ns:

    - Respeitem a casa de Patrcia, suas assombraes de meia importncia.Foi s risada.Z costuma dizer que no somos to ps-de-chinelo e nem importantes. Somos somentemeio...

    Frederico nos explicou que foi possvel

    fazer o barulho, Porque havia algum sensitivo em casa e por estarmos distrados aconversar. Pediu ao Z com delicadeza que no fizesse mais esse tipo de brincadeiras.Ele entendeu e se desculpou. No horrio marcado, pegamos o aerbus, que estava emum Posto de Socorro, e voltamos Colnia.

    Na aula de concluso, todos quisemos falar. Os socorristas dos cemitrios foramnossos heris.

    - Tive vontade de desligar todos os que vi, ainda ligados ao Corpo morto - disseTerezinha. - Ser que no Poderamos mesmo ter feito isso?

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  • - Se tivssemos desligado todos, no teramos agido com sabedoria - respondeu d.Isaura. - Quando fazemos algo prematuramente, resulta quase sempre em prejuzo aosocorrido. Todos os doentes necessitam da medicao certa.- Vimos tambm familiares desligando entes queridos, sem a Presena dos socorristas.No pensei que isso fosse Possvel - falou Marcela.- Vocs agora sabem, e quem sabe pode fazer, desde que te