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Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Engenharia
Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica
Projeto de um sistema fotovoltaico autnomo de
suprimento de energia usando tcnica MPPT e controle
digital
Julio Igor Lpez Seguel
Dissertao submetida banca examinadora designada pelo
Colegiado do Programa de Ps-Graduao em Engenharia
Eltrica da Universidade Federal de Minas Gerais, como
parte dos requisitos necessrios obteno do grau de
Mestre em Engenharia Eltrica.
Orientador: Prof. Dr. Seleme Isaac Seleme Junior
Co-orientador: Prof. Dr. Pedro Francisco Donoso Garcia
Belo Horizonte, Agosto de 2009
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Dedico este trabajo y todo el esfuerzo puesto en
su desarrollo, a mis seres queridos, por tener la fuerza
para lidiar con la tristeza de nuestra difcil separacin,
en especial a mi gran amor Maribel, a mis hijos Julio,
Lucianno y Sofa, a mis hermanos Jose Luis y Carolina,
a mi padre Luis, a mi ta Yolanda, y a mi querida
abuelita Ana que me acompaa desde el cielo.
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Sumrio
Resumo ............................................................................................................................... iv
Abstract................................................................................................................................ vi
Lista de smbolos............................................................................................................... viii
Lista de Abreviaes ......................................................................................................... xiii
Captulo 1:Introduo ......................................................................................................... 1
1.1 Motivao ...................................................................................................................... 11.1.1 O caso de Brasil...................................................................................................... 11.1.2 O caso de Chile ..................................................................................................... 3
1.3 Objetivos........................................................................................................................ 41.3.1 Objetivos gerais ...................................................................................................... 4
1.3.2 Objetivos especficos.............................................................................................. 4Captulo 2: Elementos de um sistema de gerao de energia eltrica fotovoltaica ............ 6
2.1 Introduo...................................................................................................................... 62.2 Sistemas fotovoltaicos isolados..................................................................................... 72.3 Painel fotovoltaico.......................................................................................................... 9
2.3.1 Principio de funcionamento de uma clula fotovoltaica de silcio ........................... 92.3.2 Modelo eltrico equivalente de uma clula fotovoltaica........................................ 122.3.3 Caractersticas eltricas dos painis fotovoltaicos ............................................... 142.3.4 Efeitos dos fatores meteorolgicos nas caractersticas eltricas dos................... 16mdulos fotovoltaicos .................................................................................................... 162.3.5 Efeito das resistncias instrnsecas nas caractersticas eltricas dos mdulos
fotovoltaicos................................................................................................................... 182.4 Conversores Estticos................................................................................................. 192.4.1 Conversores Estticos CC-CC ............................................................................. 20
2.5 Baterias........................................................................................................................ 212.5.1 Conceitos bsicos de uma bateria de chumbo cido ........................................... 222.5.2 Processo de carga................................................................................................ 282.5.3 Modelos para uma bateria .................................................................................... 292.5.4 Dispositivo de desconexo por Baixa Tenso...................................................... 322.5.5 Dispositivo de bloqueio de Corrente Reversa....................................................... 32
2.6 Concluses.................................................................................................................. 33
Captulo 3: Dimensionamento do sistema fotovoltaico...................................................... 35
3.1 Introduo.................................................................................................................... 353.2 Determinao do consumo da residncia ................................................................... 363.3 Nveis de radiao solar da localidade........................................................................ 363.4 Dimensionamento do arranjo fotovoltaico ................................................................... 373.5 Dimensionamento do banco de baterias ..................................................................... 403.6 Modelo do painel fotovoltaico ...................................................................................... 423.7 Escolha da topologia do conversor CC-CC................................................................. 453.8 Dimensionamento do conversor Buck ......................................................................... 47
3.8.1 Determinao do indutor ...................................................................................... 493.8.2 Calculo fsico do indutor de filtragem.................................................................... 51
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ii
3.8.3 Determinao do capacitor de sada do Buck ...................................................... 633.8.4 Determinao do capacitor Ci de entrada do Buck .............................................. 653.8.5 Determinao do Mosfet....................................................................................... 683.8.6 Determinao do diodo do Buck........................................................................... 713.8.7 Clculo trmico dos semicondutores.................................................................... 723.8.8 Eficincia do conversor Buck................................................................................ 753.8.9 Eficincia do conversor para outras topologias .................................................... 76
3.10 Concluses................................................................................................................ 80
Captulo 4: Tcnicas de rastreamento do ponto de mxima potncia............................... 81
4.1 Introduo.................................................................................................................... 814.2 Tcnica Tenso constante (CV) .................................................................................. 834.3 Tcnica Perturba e Observa (P&O)............................................................................. 924.4 Tcnica Condutncia Incremental (IncCond) ............................................................ 1004.5 Comparao entre as tcnicas .................................................................................. 1084.6 Resultados da simulao........................................................................................... 1114.7 Concluses................................................................................................................ 113
Captulo 5: Controle de carga baseado no conversor Buck ............................................ 1145.1 Introduo.................................................................................................................. 1145.2 Estratgia de controle do carregador ........................................................................ 1165.3 Modelagem de conversores estticos ....................................................................... 118
5.3.1 Equaes do espao de estado.......................................................................... 1185.3.2 Modelagem do conversor Buck .......................................................................... 121
5.4 Projeto dos compensadores analgicos.................................................................... 1305.4.1 Definio dos tipos de compensadores.............................................................. 1315.4.2 Projeto da malha de controle de corrente........................................................... 1395.4.3 Projeto da malha de controle de tenso ............................................................. 144
5.5 Simulaes do sistema contnuo ............................................................................... 1485.6 Discretizao dos compensadores............................................................................ 151
5.7 Concluses................................................................................................................ 156
Captulo 6: Resultados experimentais............................................................................. 158
6.1 Introduo.................................................................................................................. 1586.2 Prottipo do carregador de baterias .......................................................................... 1586.3 Arranjo fotovoltaico .................................................................................................... 1606.4 Banco de baterias...................................................................................................... 1616.5 Medies das tenses e correntes............................................................................ 162
6.5.1 Medio da tenso e corrente do arranjo fotovoltaico ........................................ 1626.5.2 Medio da tenso e corrente no banco de baterias.......................................... 164
6.6 Algoritmo MPPT implementado em DSP................................................................... 1666.6.1 Ensaio do desempenho do algoritmo MPPT ...................................................... 169
6.6.2 Resultado dirio.................................................................................................. 1716.7 Ensaio de carregamento do banco de baterias ......................................................... 1746.8 Concluses................................................................................................................ 176
Captulo 7:Concluses gerais e propostas de continuidade........................................... 177
Referncias bibliogrficas................................................................................................ 180
Apndice.......................................................................................................................... 186
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iii
A) Procedimento de ajuste do painel fotovoltaico............................................................ 186B) Modelagem do conversor Buck................................................................................... 190
B.1) Modelo mdio do conversor................................................................................. 190B.2) Modelo linearizado do conversor Buck ................................................................ 197
C) Modulao por largura de pulso ................................................................................. 201D) Rotina para simulao do painel implementada em Matlab ....................................... 202E) Radiao solar horria mdia mensal......................................................................... 203
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iv
Resumo
O presente trabalho apresenta o projeto de um carregador de baterias de chumbo cido
para aplicaes em sistemas fotovoltaicos autnomos de baixo consumo de energia, a partir
de um conversor de potncia tipo Buck, com controle digital para o processo decarregamento por meio de um processador digital de sinais TMS320F2812 de Texas
Instruments.
Para auxiliar o dimensionamento dos componentes do conversor de potncia foi
simulado o arranjo fotovoltaico, ajustados seus parmetros ao de um mdulo comercial, os
resultados obtidos mostraram a concordncia das curvas caractersticas simuladas e
aquelas fornecidas pelo fabricante.
Visando maximizar a energia produzida pelos painis fotovoltaicos utilizada uma
tcnica de rastreamento do ponto de mxima potncia (MPPT - maximum power point
tracking). Para a escolha da tcnica MPPT foi realizado um estudo comparativo das trs
tecnicas mais utilizadas: tenso constante (CV - Constant Voltage), perturbao e
observao (P&O - Perturbation and Observation) e condutncia incremental (IncCond -
Incremental Conductance). A anlise foi feita atravs de simulaes que consideraram
diversas condies de operao do arranjo fotovoltaico.
So propostas baterias eletroqumicas para o armazenamento da energia eltricaconvertida pelos painis fotovoltaicos. Ao analisar as curvas de tenso e de corrente de uma
bateria, percebe-se a necessidade de uma elaborada estratgia de controle para
providenciar o carregamento. Deseja-se carregar completamente as baterias, dentro de
seus limites, o mais rpido possvel j que o perodo dirio de gerao de energia
fotovoltaica limitado. Para garantir o carregamento completo, rpido e seguro das baterias
uma estratgia de controle diferenciada para o conversor Buck apresentada. Na condio
de bateria descarregada, importante que o arranjo de mdulos fotovoltaicos funcione no
ponto de mxima potncia, para aplicar o maior valor de corrente s baterias visando
carreg-las o mais rpido possvel. Quando a tenso da bateria atingir o valor mximo
permitido pelo fabricante (tenso de equalizao), o carregamento deve continuar a tenso
constante com limitao de corrente para evitar danos da bateria pela formao excessiva
de gs.
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v
Para o conversor Buck apresentada a tcnica das variveis mdias no espao de
estado para a obteno de um modelo linear, vlido para pequenas variaes em torno do
seu ponto de operao no estado permanente. Com esse modelo foram obtidas as funes
de transferncia necessrias para o projeto dos compensadores analgicos, os quais foram
digitalizados atravs de tcnicas de discretizao visando manter um desempenho
semelhante.
Resultados de simulaes obtidas com o programa Matlab, bem como resultados
experimentais obtidos com um prottipo implementado no laboratrio so usados para testar
o desempenho do carregador, e seus compensadores.
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vi
Abstract
This work presents the design and development of a battery charger aiming at
applications in autonomous photovoltaic systems of low energy consumption, using a Bucktype converter with digital control for the loading process based on a digital signal processor
TMS320F2812 from Texas Instruments.
In order help dimensioning the converter components the photovoltaic set was simulated,
its parameters were adjusted according to a commercial module and the results showed
similarity with the characteristic curves provided by the manufacturer.
Aiming at the maximum energy produced by the photovoltaic panels, thus reducing the
charging cycle, a maximum power point tracking MPPT technique was used. In order to
choose the most adequate approach, a comparative study was carried on with the three
most used MPPT techniques: Constant Voltage - CV, Perturbation and Observation P&O
and Incremental Conductance IncCond. The analysis was made based on simulations
which have taken into account varied operation conditions of the photovoltaic set.
Electrochemical batteries are the ones proposed for the converted photovoltaic energy
storage. Through the analysis of the voltage and current curves of such batteries, it is clear
that one needs an elaborated control strategy in order to provide an adequate chargingcycle. It is desired to completely charge the batteries, within its specified limits, as fast as
possible, once the daily generation period is limited. In order to guarantee a complete, fast
and secure charge of the batteries, a differentiated control strategy for the Buck converter is
presented. When starting the charging process with the batteries discharged, it is desired
that the photovoltaic modules operate at their maximum power, so that the batteries will
charge as fast as possible. When the battery voltage reaches the maximum specified value
(equalizing voltage), the charging process must go on with this constant voltage level and
with current limitation in order to avoid damages to the battery due to excessive gas
production.
A linear model for the Buck converter is obtained, based on state space averaged
variables, valid for small signal perturbation around a given operating point. With this model,
transfer functions were obtained, which were used for the design of the analogical
compensators, which were digitalized through appropriate discrete time approaches.
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Simulation results obtained using Matlab, as well as experimental tests made in a
prototype developed in laboratory, were carried on in order to validate the project and test
the charger performance.
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Lista de smbolos
conA rea do condutor
eA rea efetiva da perna central do ncleo.
SkinA rea do condutor que minimiza o efeito pelicular
isolSkinA + rea do condutor mais a camada de isolamento
totalA rea total ocupada pelos condutores
wA rea da janela onde situado o enrolamento.
maxB Mxima densidade de fluxo magntico
C Capacitor da sada do Buck
dsC Capacitncia dreno-source
gdC Capacitncia gate-dreno do Mosfet
inC Capacitor da entrada do Buck
issC Capacitncia de entrada do Mosfet
gsC Capacitncia gate-source do Mosfet
ossC Capacitncia de sada do Mosfet
rssC Capacitncia de transferncia do Mosfet
D Ciclo de trabalho
minD Ciclo de trabalho mnimo
GE Energia do band-gap do material da clula fotovoltaica
f Freqncia de chaveamento
pf Freqncia de um polo
uF Fator de ocupao do cobre dentro do carretel.
zf Freqncia de um zero
G Ganho algoritmo tenso constante
IG Compensador analgico de corrente
idG Funo de transferncia do ciclo de trabalho em relao corrente no indutor
iPG Funo de transferncia corrente de carga em relao corrente no indutor
iPVG Funo de transferncia tenso de entrada em relao corrente no indutor
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MCFG Funo de transferncia do lao interno de corrente em malha fechada
oiG Funo de transferncia corrente do indutor em relao tenso de sada
VG Compensador analgico de tenso
voiG Funo de transferncia tenso de sada - referncia de corrente
1H Funo de transferncia do ganho sensor de corrente
2H Funo de transferncia do ganho sensor de tenso
42SOH cido sulfrico
I Corrente fornecida pelo painel ao circuito externo
BULKI Corrente de carga profunda
diaI Consumo dirio de corrente
diaCorrI Consumo dirio de corrente corrigida
LI Corrente quiescente do indutor
LpicoI Corrente pico pelo indutor
LrmsI Corrente eficaz pelo indutor
maxI Corrente de mxima potncia
OI Corrente de sada mdia
maxOI Corrente de sada mdia mxima
Pi Perturbao de corrente de carga
phI Corrente fotogerada
rI Corrente de saturao reversa
refi Referncia de corrente
rrI Corrente de saturao reversa na temperatura de referncia
SCI Corrente de curto-circuito da clula
TCI Corrente de flutuao
totalI Consumo total de corrente
maxJ Mxima densidade de corrente eltrica no cobre do fio
k Constante de Boltzmann
fK Coeficiente de perdas por correntes parasitas
hK Coeficiente de perdas por histerese
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MK Funo de transferncia do modulador PWM
1k Fator de tenso,
L Indutncia do Buck
gapl Comprimento do entreferro
N Nmero de espiras
n Fator de idealidade
condutoresn Nmero de condutores
Pn Nmero de clulas conectadas em paralelo do painel fotovoltaico
Sn Nmero de clulas conectadas em srie do painel fotovoltaico
arranjoP Potncia fornecida pelo arranjo fotovoltaico
autP Potncia autonomia
Pb Chumbo
2PbO Dixido de chumbo
4PbSO Sulfato de chumbo
dsPc Perdas pelo descarregamento da capacitncia dreno-source do Mosfet
chavP Perdas de chaveamento do Mosfet
cobreP Perdas no cobre do indutor
condP Perdas de conduo do Mosfet
diodoP Perdas de conduo do diodo Schottky
minP Potncia mnima do gerador
CorrPmin Potncia mnima do gerador corrigida
mosfetP Perdas totais no Mosfet
nucleoP Perdas magnticas no indutor
tP Perdas totais no semicondutor
q Carga do eltron
CDR Resistncia trmica de contato entre o semicondutor e o dissipador
cobreR Resistncia do enrolamento
DAR Resistncia trmica dissipador-ambiente
)(ondsr Resistncia dreno-source na conduo do Mosfet
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jCR Resistncia trmica juno-cpsula
LR Perdas hmicas no indutor
PR Resistncia intrnseca paralelo do painel fotovoltaico
SR Resistncia intrnseca srie do painel fotovoltaico
SER Resistncia srie equivalente do capacitor
Tr Resistncia de conduo direta do diodo
S Radiao incidente.
SP Nmero de horas de sol pleno
T Temperatura da clula
AT Temperatura ambiente
aT Perodo de amostragem das tcnicas MPPT
caT Perodo de conexo-desconexo do arranjo fotovoltaico
CT Temperatura do encapsulamento
DT Temperatura do dissipador
jT Temperatura da juno
rT Temperatura de referncia
ST Perodo de amostragem
V Tenso fornecida pelo painel ao circuito externo
CV Tenso quiescente do capacitor
CHGENBV Valor limite de tenso
eV Volume magntico efetivo do ncleo
fV Queda de tenso no diodo na conduo
FLOTV Tenso de flutuao
iV Tenso mdia de entrada
maxiV Tenso mdia mxima de entradamaxV Tenso de mxima potncia
OV Tenso mdia de sada
OCV Tenso de circuito aberto
OCHV Tenso de equalizao
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minOV Tenso mdia mnima de sada
refv Referncia de tenso
maxrefV Tenso de referncia de mxima potncia
PV
V Entrada de tenso para a modelagem do conversor
LW Energia a armazenar no indutor
maxLW Mxima energia a armazenar no indutor
Avano de fase
T Coeficiente de temperatura da corrente de curto-circuito
Profundidade de penetrao
B Excurso da densidade de fluxo magntico (Tesla).
Li Ondulao de corrente no indutor
inQ Variao de carga do capacitor de entrada do Buck
V Tamanho da perturbao das tcnicas P&O e IncCond
capOV , Ondulao de tenso no capacitor provocada pela variao de carga
RSEOV , Ondulao de tenso provocada pela resistncia srie equivalente
W Faixa de tolerncia algoritmo IncCond.
Eficincia esperada para o conversor Buck
e Permeabilidade relativa equivalente do ncleo
0 Permeabilidade do ncleo
r Permeabilidade relativa do ncleo
fio Resistividade do fio
Retardo devido ao processo de digitalizao
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Lista de Abreviaes
A/D Conversor analgico Digital
AM Air mass
CEPEL Centro de referncia para energia solar e elica
CV Constant Voltage
DSP Digital Signal Processor
ESR Resistncia parasita srie do capacitor do Buck
FF Fator de forma
IEC International Electrotechnical commission
IncCond Incremental Conductance
LRV Load Reconnection Voltage
LVD Load Voltage Disconnection
MPP Ponto de mxima potncia
MPPT Rastreamento do ponto de mxima potncia
NOCT Normal operating cell temperature
P&O Perturbation and Observation
PWM Pulse Width Modulation
STC Standard test condition
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Captulo 1
Introduo
1.1 Motivao
1.1.1 O caso do Brasil
O constante desenvolvimento do setor industrial mundial, e o aumento na utilizao de
equipamentos eltricos numa diversidade de atividades humanas fizeram com que a
demanda por energia eltrica aumentasse em forma exponencial nas ltimas dcadas. Esteaumento na demanda no foi acompanhado da mesma taxa de investimentos no setor de
gerao de energia eltrica, o que provocou que alguns pases tenham experimentado
muitos problemas no seu sistema energtico [1].
Atualmente a matriz energtica mundial esta composta, em sua grande maioria por
combustveis fsseis. Carvo, petrleo e gs natural so os responsveis por 80% da
gerao mundial de energia [2]. Essa grande dependncia deste tipo de energia provocou,
nas ltimas dcadas, mudanas climticas a nvel global. As emisses de gases poluentes
como o dixido de carbono, resultante da combusto de combustveis de origem fsseis,
tem provocado o aquecimento da atmosfera (efeito estufa). Alem disso, os combustveis
fsseis so fontes de energia no renovveis. As reservas destas fontes de energia vo se
esgotar em algum momento, s resta saber quando.
Estes problemas lograram chamar a ateno da sociedade, assim governos de diversos
pases comearam a desenvolver medidas para tentar parar o aumento indiscriminado do
uso de combustveis fsseis, e incentivar o uso de fontes alternativas renovveis. Um
exemplo o protocolo de Kyoto, o qual obriga a pases desenvolvidos a reduzir as emissesde gs carbnico em pelo menos 5.2% at o ano 2012, em relao aos nveis alcanados
em 1990. A comunidade cientifica tambm esta contribuindo ativamente soluo do
problema da energia eltrica, por quanto tem sido feito um grande esforo na busca de
formas alternativas e ecologicamente corretas de produzir energia.
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Captulo 1 Introduo
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Dentre as fontes alternativas, se destaca sem dvida a energia solar fotovoltaica, por ser
uma das fontes primrias menos poluentes, alm disso, tambm se destaca por ser uma
fonte silenciosa, modular, necessitar de pouca manuteno, possuir prazos de instalao e
operao muito pequenos [3], provocar impacto ambiental quase nulo e poder ser facilmente
integrada s construes, gerando eletricidade localmente, sem a necessidade de linhas de
transmisso que provocam perdas e alto impacto ambiental.
Porm, os altos custos dos mdulos fotovoltaicos sempre foram o principal problema
desta tecnologia. At a dcada de 70 sua utilizao era restrita a aplicaes bem
especficas, como as espaciais, onde altos oramentos eram empregados. Devido crise
gerada pelo petrleo na dcada de 70 a energia fotovoltaica comeou a receber importantes
investimentos [4], tanto do setor pblico, por meio de programas de incentivos
governamentais, como de empresas privadas que vislumbraram na energia solar
fotovoltaica uma boa oportunidade para investimentos.
Como conseqncia das polticas de investimentos na pesquisa e no desenvolvimento
dos painis fotovoltaicos, a sua produo mundial e a demanda cresceram
consideravelmente, desta forma os custos da gerao fotovoltaica de energia eltrica
diminuram significativamente [5]. Com esta reduo dos custos, os sistemas fotovoltaicos
se tornaram mais acessveis e comearam a ser utilizados principalmente em lugares
remotos e de clima inspito.
Nestes ltimos anos, o governo de Brasil desenvolveu importantes programas para a
disseminao das energias renovveis. Merece destaque o programa PRODEEM
(Programa de Desenvolvimento Energtico de Estados e Municpios), o PROINFA
(Programa de Incentivo as Fontes Alternativas) e o Programa Luz para Todos. Todos estes
programas tm como objetivo final acabar com a excluso eltrica no pas.
No cenrio mundial a maioria dos sistemas fotovoltaicos so conectados rede eltrica
convencional, porm no Brasil os programas governamentais tem priorizado a instalao de
sistemas fotovoltaicos autnomos. Estes sistemas so instalados em comunidadeseletricamente isoladas com o objetivo de utilizar a energia como vetor de desenvolvimento
social e econmico, facilitando o acesso aos servios de sade, educao, abastecimento
de gua e saneamento [6].
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Captulo 1 Introduo
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O Brasil esta situado numa zona de insolao bastante elevada [7], porm a energia
fotovoltaica ainda no bem explorada no pas. O fato que Brasil tenha muitos recursos
hdricos, incentiva a gerao de energia eltrica atravs de grandes usinas hidreltricas.
Contudo, a gerao de energia de forma centralizada, possui suas peculiaridades, uma vez
que geralmente as grandes usinas esto localizadas distante dos centros consumidores,
precisando assim de grandes linhas de transmisso, tornando economicamente invivel
levar energia a comunidades isoladas. Em tais situaes, a energia fotovoltaica assoma
como uma alternativa economicamente mais interessante, quando comparado aos custos
necessrios para a implantao de linhas de transmisso at essas comunidades.
1.1.2 O caso de Chile
Chile possui uma grande variedade de recursos naturais e atravs da produo, adio
de valor e exportao de tais recursos tem surgido como uma economia bem sucedida.
Porm, o Chile tem limitados recursos energticos de origem fssil, possuindo uma
produo interna que esta diminuindo em forma permanente e desprezvel. O pas confia
em excesso nas importaes de combustvel para satisfazer a demanda crescente de
energia, convertendo o pas em um importador nato de energia.
Por outro lado, o Chile dotado de forma abundante com recursos energticos
renovveis: hdricos, geotrmicos, elicos, e solar. Porm, uma avaliao de recursosenergticos renovveis a grande escala no foi conduzida para a elica e a solar, e em
conseqncia, nenhum esforo de planejamento energtico que considere estas fontes
renovveis tem sido at agora considerado. A energia solar raramente utilizada, limitando-
se a painis fotovoltaicos para eletricidade rural, sendo sua contribuio total matriz
energtica desprezvel. O deserto de Atacama na regio norte do pas uma das melhores
regies do mundo para aproveitamento da energia solar, baseados em dados de densidade
de energia obtidos de varias fontes. A avaliao do recurso solar no Chile data dos anos 60,
quando esforos que foram dirigidos pela Universidade Tcnica Federico Santa Maria,
levantaram dados de aproximadamente 70 pirangrafos, e dispositivos Campbell-Stokes,
abrangendo um perodo de 20 anos [55].
Nos ltimos anos a poltica chilena comeou a considerar com maior relevncia a
segurana energtica. A varivel de segurana de subministro a tomado grande
importncia, atingindo um patamar similar ao de nveis de custos. No pode-se ter energia
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Captulo 1 Introduo
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barata que no seja segura. Mas a energia solar no somente um tema de soluo
energtica, pois o desenvolvimento desta energia seria um aspecto muito positivo para
aproveitar as vantagens comparativas que tem Chile, para posicion-lo como lder em
pesquisas em energia solar, pois depois de tudo j conta com um excelente laboratrio de
provas o deserto de Atacama. Este trabalho procura em parte contribuir em esse sentido,
adquirindo conhecimento e experincia que sirvam como ponto de partida em futuras linhas
de pesquisa nesta rea no meu pas.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivos gerais
Projetar, simular e implementar um carregador de baterias para um sistema
fotovoltaico autnomo de pequena potencia, utilizando um conversor Buck como
interface entre a arranjo fotovoltaico e o banco de baterias.
1.3.2 Objetivos especficos
Descrever e dimensionar os principais elementos que compem um sistema
fotovoltaico isolado de baixa potncia.
Desenvolvimento de uma rotina em Matlab, para a simulao do arranjo fotovoltaico
comercial escolhido para o sistema.
Estudo comparativo das tcnicas MPPT mais utilizadas, visando escolher a mais
eficiente para a produo de energia eltrica no sistema fotovoltaico proposto.
Apresentar uma estratgia de controle para o carregamento do banco de baterias.
Apresentar um modelo matemtico, linearizado, para o conversor Buck, por meio da
tcnica de espao de estados, obtendo-se as funes de transferncias, incluindo
perturbaes na tenso de entrada e de corrente na carga, para auxiliar o projeto das
malhas de controle.
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Captulo 1 Introduo
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Descrever a metodologia de projeto das malhas de realimentao de controle do
conversor Buck e verificar sua dinmica atravs de simulaes.
Implementao do sistema fotovoltaico proposto, incluindo o gerenciamento do
sistema de controle por meio de um processador digital de sinais TMS320F2812 de
Texas Instruments.
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Captulo 2
Elementos de um sistema de gerao de energiaeltrica fotovoltaica
2.1 Introduo
O Brasil ainda tem um elevado nmero de comunidades sem acesso luz eltrica. Elas
esto localizadas em lugares distantes dos grandes centros urbanos e por essa razo que
os sistemas fotovoltaicos empregados so, na maioria das vezes, sistemas fotovoltaicos
autnomos de potncia reduzida destinados principalmente iluminao, refrigerao ebombeamento de gua.
Os sistemas fotovoltaicos isolados caracterizam-se por possuir como fonte primria
apenas a energia gerada pelos painis fotovoltaicos. Assim, precisa-se de um sistema de
armazenamento da energia captada, geralmente um banco de baterias, para garantir o
fornecimento de energia durante a noite ou em perodos com baixa incidncia solar. Em
geral um sistema de energia fotovoltaico isolado est composto basicamente por um arranjo
de mdulos fotovoltaicos, um regulador de carga, uma ou mais baterias e, no caso que
existirem cargas que operam com tenso alternada, um conversor elevador e um inversor.
Um sistema fotovoltaico autnomo exige maximizao no aproveitamento da energia
solar e maximizao no armazenamento da energia de reserva, para lograr obter uma
sustentabilidade tcnica e econmica. A baixa eficincia de converso dos mdulos solares
comerciais entre 6 e 16 % [8] e o alto custo de instalao so os maiores obstculos deste
tipo de gerao. Visando aumentar a eficincia do sistema, para reduzir os custos da
energia gerada, necessrio garantir que o sistema opere o maior tempo possvel sobre o
ponto de mxima potncia dos painis. Porm, devido s caractersticas dos painisfotovoltaicos este ponto varivel e fortemente dependente das condies atmosfricas e a
carga a alimentar [9].
Para garantir o funcionamento dos mdulos fotovoltaicos no ponto de mxima potncia,
mesmo com variaes meteorolgicas e variaes na carga, a utilizao de uma tcnica que
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PainisFotovoltaicos
Carregador de
Baterias/MPPTBanco de
BateriasConversorElevador
Inversor Carga CA
procure continuamente o ponto de mxima potncia deve ser utilizada. Esses algoritmos de
controle so conhecidos como MPPT (maximum power point tracking) e podem incrementar
a energia produzida entre 15 e 30% [14].
Conhecer as principais caractersticas de um sistema fotovoltaico um dos requisitos
bsicos para o desenvolvimento de trabalhos que busquem o aprimoramento do seu
funcionamento e de seus componentes. Neste captulo se dar uma descrio dos
principais elementos que o compem, dedicando-se um estudo mais aprofundado aos
mdulos fotovoltaicos.
2.2 Sistemas fotovoltaicos isolados
Os sistemas fotovoltaicos isolados podem ser classificados de duas formas [10]:
Sistemas em Srie ou Sistemas em Paralelo, os quais se diferenciam pela forma com que o
sistema de armazenamento de energia empregado.
Em um sistema em srie (Figura 2.1), o banco de baterias colocado em srie com o
fluxo de energia. O carregador de baterias tem a funo de ajustar a tenso para carga das
baterias, alm disso, tambm procura o ponto de mxima potncia dos mdulos
fotovoltaicos. O conversor elevador aumenta a tenso do banco de baterias para o nvel
necessrio na entrada do inversor, de acordo com a tenso C.A desejada na sada do
sistema.
Figura 2.1 Diagrama de blocos de um sistema fotovoltaico isolado srie
Segundo [3], as principais desvantagens de uma configurao srie em sistemas
autnomos com banco de baterias so:
1) Que na configurao srie, toda a energia utilizada pelo sistema circula pelo banco de
baterias, diminuindo a vida til das baterias, o que aumenta os custos de manuteno do
sistema.
2) Nos sistemas fotovoltaicos residenciais, o sistema exigido a ter pelo menos trs
estgios de converso, devido a que as tenses do arranjo de painis fotovoltaicos, do
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Painis
Fotovoltaicos
Carregador de
Baterias/MPPT
Banco de
Baterias
Conversor
Elevador
Inversor Carga CA
banco de baterias e do barramento CC so geralmente diferentes. Isto afeta
significativamente a eficincia do sistema pelo maior nmero de converses necessrias.
A configurao em paralelo tem como caracterstica principal o emprego do banco de
baterias em paralelo com o fluxo de energia do sistema (Figura 2.2). A diferena nesta
configurao que o conversor que realiza a carga do banco de baterias e o conversor
elevador de tenso no esto em srie com os demais estgios de processamento de
energia.
A reduo do nmero de estgios condicionadores de energia em srie resulta em um
aumento na eficincia global do sistema fotovoltaico [11]. Desta forma, esta configurao
possui algumas vantagens em relao configurao srie, principalmente pelo fato do
banco de baterias, aps estar completamente carregado, pode ser desconectado do
sistema, podendo a carga ser alimentada apenas pela energia gerada pelos painisfotovoltaicos.
Figura 2.2 Diagrama de blocos de um sistema fotovoltaico isolado em paralelo.
O banco de baterias, nesta configurao, acionado apenas quando a energia gerada
pelos painis fotovoltaicos inferior demanda exigida pela carga, evitando assim cargas e
descargas desnecessrias, que acabam comprometendo a vida til do banco de baterias.
Esta configurao tambm permite um melhor controle da carga do banco de baterias e,
pelo fato de apenas a energia necessria para a recarga das baterias circula, por elas, a sua
vida til aumentada significativamente, comparada ao sistema srie. Alm disso, como a
potncia processada por este conversor durante a carga das baterias e o estgio de
elevao de tenso so diferentes, a freqncia de operao e os componentes
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(semicondutores) utilizados em cada modo de operao so dimensionados de acordo com
a potncia processada [12], e no para a potncia nominal, como no caso da configurao
srie.
2.3 Painel fotovoltaico
No ano de 1839, Edmond Becquerel observou que a incidncia de luz em um dos
eletrodos de uma clula eletroltica originava uma tenso (e corrente eltrica) e chamou ao
fenmeno efeito fotovoltaico [17]. Posteriormente no ano 1888, Hertz observou que a
incidncia de luz ultravioleta sobre dois eletrodos provocava a ruptura do ar com uma menor
diferena de potencial entre ambos, fez algumas experincias e deduziu que os metais
emitiam cargas negativas, isto , eltrons, pela ao da luz [18].
No ano de 1873, W. Smith observou uma variao na capacidade de conduo do
selnio pelo efeito da luz. A partir desse descobrimento chamado fotocondutividade,
Siemems construiu um fotmetro, que contribuiu divulgao do novo fenmeno. Com o
selnio Fritts fez a primeira clula solar nos anos 80 daquele sculo, com 1% de eficincia
[19]. O desenvolvimento da tecnologia dos semicondutores levou a novos avanos no
campo fotovoltaico e a primeira clula solar de silcio monocristalino, com 6% de eficincia,
foi construida em 1954 por Chapin, Fuller e Pearson [20].
2.3.1 Principio de funcionamento de uma clula fotovoltaica de silcio
A clula solar, tambm conhecida como clula fotovoltaica, o elemento bsico para a
transformao da radiao eletromagntica em energia eltrica e pode ser compreendida
como um dispositivo semicondutor que produz uma corrente eltrica, quando exposta luz.
Um semicondutor a zero Kelvin possui uma banda preenchida por eltrons, chamada de
banda de valncia e uma segunda banda de nvel mais alto que est despopulada, chamada
de banda de conduo. Entre essas duas bandas existe uma banda, que os eltrons nopodem ocupar, chamada de banda proibida (gap). Para que o eltron passe da banda de
valncia para a de conduo, uma quantidade mnima de energia necessria, sendo uma
constante caracterstica para cada material. Desse deslocamento, dois tipos de portadores
de carga so formados: o eltron agora localizado na banda de conduo e uma lacuna
(positiva), onde o eltron se localizava na banda de valncia.
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Uma propriedade fundamental para as clulas fotovoltaicas a possibilidade de ftons,
na faixa do visvel, com energia suficiente, excitar os eltrons banda de conduo. Esse
efeito, que pode ser observado em semicondutores puros, tambm chamados de
intrnsecos, no garante por si s o funcionamento de clulas fotovoltaicas. Para obt-las
necessrio uma estrutura apropriada, em que os eltrons excitados possam ser coletados,
gerando uma corrente til.
Os elementos pertencentes ao grupo IV da tabela peridica, como o silcio e o germnio,
possuem como principal caracterstica a presena de quatro eltrons de valncia que se
ligam aos vizinhos em ligaes covalentes, formando uma rede cristalina. Ao adicionar
tomos pentavalentes, como o fsforo e o arsnio, haver um eltron em excesso para
formar as ligaes covalentes, ficando fracamente ligado a seu tomo de origem. Nesse
caso, necessita-se de somente uma pequena quantidade de energia para liberar este
eltron para a banda de conduo, algo em torno de 0.02 eV. Diz-se assim que o fsforo um dopante doador de eltrons e denomina-se dopante N. O cristal dopado chama-se N
(tipo N). Se, por outro lado, forem introduzidos elementos do grupo III da tabela peridica,
como ndio e o boro, haver falta de um eltron para satisfazer as ligaes covalentes com
os tomos de silcio da rede. Essa falta de eltron denominada buraco ou lacuna. O cristal
dopado chamado P (tipo P) e o boro considerado um aceitador de eltrons ou um
dopante P.
Atravs da unio dos cristais do tipo N e P, uma juno PN formada. Na regio da
juno se d uma difuso de eltrons do lado N para P, devido ao elevado gradiente de
concentrao. Esse deslocamento estabelece uma reduo de eltrons do lado N, tornando-
o positivo, e um acmulo de eltrons do lado P, tornando-o negativo. Surge assim um
campo eltrico na regio da juno; esse processo alcana o equilbrio, quando o campo
eltrico forma uma barreira capaz de impedir a passagem dos eltrons livres remanescentes
do lado N. A tenso total atravs da juno denominada de tenso de difuso, cerca de 1
V.
Quando a regio da unio iluminada os ftons com energia igual ou maior ao band-gapdo material semicondutor utilizado podem ser absorvidos e produzirem eltrons livres.
Ou seja que os ftons arrancam eltrons das ligaes covalentes, formando pares eltron-
lacunas que sero acelerados por efeito do campo eltrico em sentidos opostos. Este
fenmeno em essncia, o efeito fotovoltaico. A conseqncia desta separao de carga
a formao de uma diferena de potencial entre as superficies opostas da clula. Esta
tenso chamada tenso de circuito aberto.
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Contato metlico de baseSilcio dopado tipo p
Juno pn
Silcio dopado tipo n
Contato metlico frontal
Se um condutor conecta ambas faces da clula, quando a mesma iluminada, circular
uma corrente, cuja intensidade proporcional irradincia que incide sobre a clula,
conhecida como corrente de curto circuito. A Figura 2.3 mostra a estrutura bsica desse tipo
de clula.
Figura 2.3. Clula fotovoltaica de silcio cristalino.
Ftons com energia menor que o band-gapno so absorvidos. J os que tm energia
maior podem ser absorvidos, mas o excesso de energia aquece o material ou re-emitido,
ou seja, perdido do ponto de vista da converso em energia eltrica. O espectro da
radiao solar contm ftons com energia variando de 0.5 eV, na faixa de infravermelho, at
2.7 eV, na faixa do ultravioleta, sendo que a faixa da luz visvel vai de cerca de 1.7 eV, para
a luz vermelha, at 2.5 eV, para a azul. O silcio apresenta um band-gap de 1.1 eV.
Conseqentemente, grande parte da energia incidente no aproveitada.
Outros fenmenos tambm influem na eficincia da clula:
O eltron livre liberado pela absoro do fton pode se recombinar com uma lacuna
antes de atingir os contatos eltricos. Esse processo especialmente afetado pela
presena de impurezas, de defeitos na estrutura cristalina ou de interfaces quefacilitam a recombinao;
A resistncia existente tanto no material semicondutor quanto na superfcie de
contato metlica que conecta ao circuito externo diminui a eficincia. Porm,
aument-la, visando reduzir essa resistncia, diminui a rea de absoro de luz.
Logo, h um compromisso entre esses dois fatores;
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12
PR
SR
DphI
+
_
V
I
A reflexo da radiao incidente prejudica a eficincia. Para evit-la, coberturas
antirefexivas so colocadas sobre as clulas;
A temperatura afeta o funcionamento da clula, reduzindo a eficincia medida que
aumenta. O aumento da temperatura faz com que a banda de energia do material
semicondutor diminua, resultando em um acrscimo da fotocorrente gerada, de
aproximadamente 0.1 %. Entretanto, a tenso de circuito aberto, decresce a uma
taxa de 0.3 % /C, resultando que a potncia gerada diminua em 1 % a cada 2.7 K
de elevao da temperatura [35]
2.3.2 Modelo eltrico equivalente de uma clula fotovoltaica
Para entender o comportamento eletrnico de uma clula fotovoltaica usual criar um
modelo eletricamente equivalente. O circuito mais simples equivalente de uma clula ideal
uma fonte de corrente em paralelo com um diodo, porm uma clula real apresenta perdas.
Algumas dessas perdas so representadas atravs de resistncias inseridas no modelo
eltrico da clula ideal. A resistncia em srie SR descreve a queda de tenso atravs de
perdas hmicas do material semicondutor, nos contatos metlicos e no contato do metal
com o semicondutor. A resistncia em paralelo, PR , descreve as perdas que surgem
principalmente atravs de perturbaes eltricas entre as partes da frente e de trs da
clula, assim como atravs de perturbaes pontuais na zona de transio PN.
Figura 2.4. Modelo de uma clula fotovoltaica de silcio.
Da Figura 2.4 a fonte de corrente phI representa a corrente gerada a uma determinada
insolao, o diodo D, a juno P-N, I , a corrente fornecida por uma clula solar ao circuito
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externo, V , a tenso nos terminais de sada de uma clula, PR e SR , as resistncias
paralelo e srie intrnseca da clula respectivamente.
O equacionamento do circuito da Figura 2.4 conduz expresso para a corrente de
sada da clula (2.1) [13].
( )
P
STkn
RIVq
rphR
RIVeIII
S +
=
+
1 (2.1)
Na qual, rI a corrente de saturao reversa da clula, n o fator de idealidade da
juno, q a carga do eltron, k a constante de boltzmann, T o a temperatura da clula.
A corrente de saturao reversa depende da temperatura de acordo com [14]:
+
=
TTkn
Eq
r
rrrr
G
eT
TII
113
(2.2)
na qual rT uma temperatura de referncia, rrI a corrente de saturao reversa na
temperatura rT , e GE a energia do band-gap do material da clula.
A corrente phI depende da radiao incidente e da temperatura conforme [14]:
( )[ ]1000
STTII rTSCph += (2.3)
Na qual SCI a corrente de curto-circuito da clula na temperatura e radiao padres,
T o coeficiente de temperatura da corrente de curto-circuito da clula, e S a radiao
incidente em W/m.
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2.3.3 Caractersticas eltricas dos painis fotovoltaicos
Uma nica clula fotovoltaica, isoladamente, tem capacidade reduzida de produo de
energia eltrica, tipicamente entre 1 e 2 W, correspondente a uma tenso de 0.5 V e uma
corrente de entre 2 e 4 A. Portanto, para atingir determinados nveis de tenso e corrente,
faz-se necessria a associao de vrias clulas, atravs de ligaes srie e paralelo,
formando os painis fotovoltaicos.
O nmero de clulas em um painel determinado pelas necessidades de tenso e
corrente da carga a alimentar. Normalmente um mdulo fotovoltaico constitudo por cerca
de 33 a 36 clulas ligadas em srie, resultando em tenso suficiente para alimentar uma
bateria de 12V.
A expresso proposta por Gow e Manning [13] descreve a equao para a correntefornecida por um mdulo fotovoltaico, conforme:
+
=
+
P
P
S
STkn
n
RI
n
Vq
SLPR
n
RI
n
V
eIInIP
S
S
1 (2.4)
Onde:
Sn : nmero de clulas conectadas em srie do painel fotovoltaico.
Pn : nmero de clulas conectadas em paralelo do painel fotovoltaico.
Os fabricantes fornecem as especificaes dos principais parmetros de um mdulo
solar considerando a condio padro de teste (standard test condition ou STC), definida
pela norma IEC 61215: 1000 W/m de potncia luminosa incidente total, com uma
distribuio espectral conhecida como massa de ar 1.5 (air mass 1.5 ou AM 1.5) etemperatura das clulas de 25 C. Estes parmetros so:
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Corrente de curto-circuito ( SCI ): o valor mximo da corrente de carga, igual,
portanto, corrente gerada por efeito fotovoltaico.
Tenso de circuito aberto ( OCV ): o mximo valor da tenso nos terminais do mdulo
fotovoltaico, quando nenhuma carga est conectada a ele.
Ponto de Mxima Potncia (MPP):Para cada ponto na curva I-V, o produto corrente
versus tenso representa a potncia gerada para aquela condio de operao. Em um
mdulo fotovoltaico, para uma dada condio climtica, s existe um ponto na curva I-V
onde a potncia mxima pode ser alcanada. Este ponto corresponde ao produto da tenso
de potncia mxima e corrente de potncia mxima.
Tenso de mxima potncia (maxV
): corresponde tenso no ponto de mxima
potncia.
Corrente de mxima potncia ( maxI ): corresponde corrente no ponto de mxima
potncia.
Temperatura normal de operao (NOCT):devido a que o mdulo trabalha exposto ao
sol, o fabricante fornece tambm a temperatura de operao normal da clula (normal
operating cell temperature), medida com 800 W/m de potncia luminosa incidente total,
temperatura ambiente de 20 C e vento de 1m/s.
Fator de forma (FF): definido como a relao entre a potncia no MPP e o produto da
corrente de curto-circuito vezes a tenso de circuito aberto. Valores usuais para clulas
solares ficam entre 70 e 80%. Esta uma grandeza que expressa quando a curva
caracterstica se aproxima de um retngulo no diagrama I-V.
Exemplos de curvas caractersticas tpicas I-V e P-V para um mdulo fotovoltaico nas
condies padro de testes, so apresentadas nas Figuras 2.5(a) e 2.5(b) respectivamente.Pode-se ver que a mxima corrente fornecida pelo mdulo fotovoltaico a de curto circuito
( SCI ), porm, neste ponto a potncia fornecida zero, pois a tenso nos terminais de 0 V.
O mesmo ocorre no ponto em que a tenso mxima, o de circuito aberto ( OCV ), pois nele a
corrente 0 A.
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0 5 10 15 20 25
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
V (V)
I(A)
Vmax Voc
Imax
Isc
SCOC IV
IVFF
= maxmax
0 5 10 15 20 25
5
10
15
20
25
3035
40
45
50
55
60
V (V)
I(A)
Vmax
Pmax Mpp
P(W)
(a) (b)
Figura 2.5. (a) Curva I-V tpica de um painel fotovoltaico. (b) Curva P-V tpica de um painel
fotovoltaico.
Percorrendo a curva caracterstica P-V no sentido da tenso crescente observa-se um
aumento linear da potncia fornecida e o mdulo tem o comportamento de uma fonte de
corrente (curva I-V). Inicialmente a corrente permanece quase constante at um ponto de
mxima potncia (MPP) no qual a diminuio exponencial da corrente pesa mais do que o
aumento linear da tenso, fazendo que a potncia diminua rapidamente, e o mdulo passa
se a comportar como uma fonte de tenso
2.3.4 Efeitos dos fatores meteorolgicos nas caractersticas eltricas dos
mdulos fotovoltaicos
As caractersticas eltricas de uma clula fotovoltaica e, portanto, de um painel
fotovoltaico, so influenciadas diretamente por dois fatores climticos: intensidade da
radiao solar e temperatura das clulas. Para o desenvolvimento de uma ferramenta quesimule as caractersticas de corrente e tenso de um mdulo fotovoltaico, o modelo
matemtico utilizado deve observar o comportamento de cada varivel sob condies de
temperatura e radiao solar diferentes das condies padres de testes (radiao solar de
1000 W/m e temperatura de 25 C).
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0 5 10 15 20
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
(a)
Tenso (V)
Corrente(A)
0 5 10 15 20
10
20
30
40
50
(b)
Tenso (V)
Potncia(W)
1000 W/m
800 W/m600 W/m
1000 W/m
800 W/m
600 W/m
2.3.4.1 Efeito produzido pela radiao Solar
Com a variao da intensidade de radiao solar incidente em um painel fotovoltaico
ocorre uma variao proporcional na corrente gerada por este painel. A tenso de circuito
aberto sofre poucas alteraes com a variao da intensidade luminosa, exceto para os
casos quando a radiao solar muito baixa. Assim, com a diminuio da radiao
incidente ocorre um deslocamento para baixo do ponto de mxima potncia. Um exemplo de
curvas I-V para vrias densidades de potncia luminosa incidente mostrado na Figura
2.6(a) enquanto um exemplo de curvas P-V para vrias densidades de potncia luminosa
incidente mostrado na Figura 2.6(b).
Figura 2.6. Curvas caractersticas de um painel fotovoltaico para vrias densidades de potncia
incidente e temperatura do mdulo igual a 25 C. (a) Curva I-V (b) Curva P-V.
2.3.4.2. Efeito produzido pela temperatura
Ao contrrio do caso anterior, a corrente gerada pelo mdulo fotovoltaico apresenta
poucas variaes com a alterao da temperatura da clula fotovoltaica, porm, com o
aumento da temperatura da clula, a tenso de circuito aberto do mdulo fotovoltaico
apresenta uma diminuio em seus valores muito mais significativa, em conseqncia com
o aumento da temperatura, alm de ocorrer um deslocamento para baixo do ponto de
mxima potncia, este tambm deslocado significativamente esquerda. Um exemplo de
curvas I-V para vrias temperaturas do painel mostrado na Figura 2.7(a), enquanto um
exemplo de curvas P-V para vrias temperaturas do painel apresentado na Figura 2.7(b).
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0 5 10 15 20
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
(a)
Tenso (V)
Corrente
(A)
0 5 10 15 20
10
20
30
40
50
(b)
Tenso (V)
Potncia
(W)
25 C
45 C
65 C
25 C
45 C
65 C
Figura 2.7. Curvas caractersticas de um painel fotovoltaico para vrias temperaturas e radiao
incidente de 1000 W/m. (a) Curva I-V. (b) Curva P-V.
2.3.5 Efeito das resistncias instrnsecas nas caractersticas eltricas dosmdulos fotovoltaicos
O valor da resistncia srie intervm na inclinao da curva I-V aps o ponto de mxima
potncia, ou seja, quando o mdulo passa se a comportar como fonte de tenso (Figura
2.8a). O aumento de Rs produze o deslocamento para baixo e para a esquerda do ponto de
mxima potncia na curva P-V do painel (Figura 2.8b). A resistncia paralelo regula a
inclinao antes do ponto de mxima potncia, quando o painel se comporta como fonte de
corrente (Figura 2.9a). Com o aumento de Rp o ponto de mxima potncia deslocado para
baixo na curva P-V (Figura 2.9b).
0 5 10 15 20
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
(a)
Tenso (V)
C
orrente(A)
0 5 10 15 20
10
20
30
40
50
60
(b)
Tenso (V)
P
otncia(W)
Rs=1 mOhm
Rs=10 mOhm
Rs=20 mOhm
Rs =1 mOhm
Rs=10 mOhm
Rs=20 mOhm
Rp = 20 Ohm Rp = 20 Ohm
Figura 2.8. (a) Efeito de Rs na curva I-V do mdulo. (b) Efeito de Rs na curva P-V do mdulo.
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0 5 10 15 20
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
(a)
Tenso (V)
Corrente(A)
0 5 10 15 20
10
20
30
40
50
60
(b)
Tenso (V)
Potncia(W
)
Rp = 20 Ohm
Rp = 5 Ohm
Rp = 1 Ohm
Rp = 20 Ohm
Rp = 5 Ohm
Rp = 1 Ohm
Rs = 1mOhm Rs = 1mOhm
Figura 2.9. (a) Efeito de Rp na curva I-V do mdulo. (b) Efeito de Rp na curva P-V do mdulo.
2.4 Conversores Estticos
Os conversores estticos possuem a tarefa de adequar a potncia eltrica disponvel em
determinados pontos do sistema em alguma outra forma estvel desejada. Atravs de uma
estratgia de comando para abertura e fechamento de suas chaves semicondutoras de
potncia os conversores estticos so capazes de elevar ou abaixar um determinado nvel
de tenso ou corrente contnua, transformar uma tenso alternada em contnua ou uma
tenso contnua em alternada com a amplitude e freqncia desejadas.
Os conversores estticos podem operar no modo tenso ou no modo corrente. No modo
tenso a varivel de controle a tenso de sada e o conversor opera como uma fonte de
tenso. No modo corrente a varivel de controle a corrente de sada e o conversor opera
como uma fonte de corrente equivalente.
Nos sistemas fotovoltaicos utilizam-se basicamente dois tipos de conversores Estticos:
os conversores c.c./c.c. e os conversores c.c./c.a. Como este trabalho considera somente a
adequao da potncia fornecida pelo arranjo fotovoltaico para o carregamento do banco de
baterias (barramento c.c.), sero apresentadas apenas as descries dos conversores
c.c/c.c.
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2.4.1 Conversores Estticos CC-CC
Os conversores estticos CC-CC so dispositivos que recebem um nvel de tenso ou
de corrente contnua nos seus terminais de entrada e ajustam para um outro valor de tenso
ou de corrente contnua nos terminais de sada de acordo com as exigncias do sistema.
Existem trs topologias bsicas de conversores estticos CC-CC que so: o conversor
abaixador de tenso, tambm denominado na literatura como Step-down ou Buck o
conversor elevador de tenso, tambm conhecido como Step-up ou Boost e o conversor
abaixador-elevador ou Buck-Boost. A Figura 2.10(a) mostra a topologia de um conversor
elevador de tenso a Figura 2.10(b) mostra a topologia de um conversor abaixador de
tenso e a Figura 2.10(c) mostra a topologia de um conversor abaixador-elevador de tenso.
Nessas trs topologias S representa a chave esttica de potncia, D um diodo de
potncia, L um indutor para armazenamento de energia, C um capacitor que atua como
filtro de sada, iL(t) a corrente sobre o indutor, Vi a tenso de entrada e Vo a tenso desada fornecida carga R.
Figura 2.10. Topologias bsicas dos conversores estticos CC-CC: (a) conversor Boost. (b) conversor
Buck. (c) conversor Buck-Boost.
Os conversores CC-CC chaveados possuem dois modos de operao de acordo com a
corrente iL(t) que circula pelo indutor L que so: modo de conduo contnua (MCC) onde a
corrente iL(t) sempre maior que zero durante um perodo de chaveamento e modo de
conduo descontnua (MCD) onde a corrente iL(t) zero por alguns instantes do perodo
de chaveamento [47].
S
Vi VoD C
L
iL(t)
R
+
_
VoC R
+
_
Vi
SD
L iL(t)
(b)
(c)
Vi VoC R
+
_
D
iL(t)
L
S
(a)
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Captulo 2 Elementos de um sistema de gerao de energia eltrica fotovoltaica
21
Os conversores estticos CC-CC em um sistema fotovoltaico fazem a ligao dos
painis ao barramento de corrente contnua onde sero conectadas as cargas de corrente
contnua. Os conversores podem exercer dupla funo no sistema fotovoltaico, a principal
adequar o nvel de tenso gerado nos terminais do painel ao nvel de tenso desejado no
barramento CC, possibilitando com isso padronizar a tenso dos equipamentos que sero
conectados ao barramento CC. A outra funo a de seguidor do ponto de mxima
potncia do painel MPPT.
2.5 Baterias
As baterias eletroqumicas so uma importante forma de armazenamento de energia que
pode ser utilizada em sistemas fotovoltaicos, pois elas so capazes de transformar
diretamente energia eltrica em energia potencial qumica e posteriormente converter,
diretamente, a energia potencial qumica em energia eltrica. As baterias, tambm
chamadas de acumuladores eletroqumicos, so classificadas em duas categorias: Um
primeiro grupo das chamadas de baterias primrias e um segundo grupo de baterias
secundrias. Baterias primrias so dispositivos eletroqumicos que, uma vez esgotados os
reagentes que produzem a energia eltrica, so descartadas, pois no podem ser
recarregadas. J as baterias secundrias podem ser regeneradas, ou seja, atravs da
aplicao de uma corrente eltrica em seus terminais pode-se reverter s reaes
responsveis pela gerao de energia eltrica e assim recarregar novamente a bateria. Os
sistemas fotovoltaicos de gerao de energia eltrica utilizam acumuladores secundrios, ouseja, baterias que podem ser recarregadas. Entre inmeros tipos de baterias secundrias as
mais comuns so as chumbo-cido e as nquel-cdmio [22].
Em comparao com as baterias chumbo-cido as baterias nquel-cdmio tm algumas
vantagens, como ter uma durabilidade maior, ser menos afetadas por sobrecargas, poder
ser totalmente descarregadas no estando sujeitas a sulfatao e no sofrer influencia da
temperatura no seu carregamento [22], alm disso as baterias de nquel-cdmio no sofrem
morte sbita como as baterias de chumbo-cido. Porm as baterias de chumbo cido
possuem um custo muito menor que as baterias de nquel-cdmio. Em geral, seu custo
chega a ser cerca de trs vezes inferior ao das baterias de nquel-cdmio. Este fato tem
determinado sua generalizao e continuidade de uso, razo pela que sero as nicas
analisadas neste trabalho.
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22
2.5.1 Conceitos bsicos de uma bateria de chumbo cido
2.5.1.1 Reaes qumicas
A tenso nominal da clula de uma bateria de 2 V, de modo que para se atingir
tenses maiores devem ser acopladas vrias delas em srie. As tenses de baterias mais
comunes so de 12 V, produzindo-se em menor medida de 6 e 24 V. Cada clula esta
composta de uma placa positiva com dixido de chumbo ( 2PbO ), uma placa negativa com
chumbo (Pb ) e de um eletrlito de cido sulfrico ( 42SOH ) dissolvido em gua.
Com os processos de carga e descarga a tenso da bateria aumenta ou diminui, at
atingir determinados valores limites, alm dos quais os componentes se modificam
irreversivelmente. A magnitude do prejuzo nestes casos acumulativa, isto , por menores
que sejam (quando a tenso est fora dos limites) conduziro deteriorao da bateria e
diminuio da sua vida til [38]. Os limites de tenso mais comuns para as clulas de uma
bateria so de 1.75 V, aps um descarregamento completo lento, a 2.2 V, quando est
carregada, para uma temperatura de 25 C [24].
Durante a descarga, na placa negativa um anion que se encontra livre na soluo se
combina com o chumbo da placa, formando sulfato de chumbo ( 4PbSO ) e liberando dois
eltrons, os quais iro placa positiva da bateria atravs da carga ligada a ela, conforme a
reao qumica abaixo [24]:
++ ePbSOPbSO 242
4 (2.5)
J na placa positiva o mesmo anion transforma-se junto com outros dois eltrons e o
dixido de chumbo em sulfato de chumbo mais gua de acordo com [24]:
OHPbSOeHSOPb 242
42 2240 ++++ + (2.6)
A gua produzida nesta reao vai diluir o cido sulfrico e, conseqentemente diminuir
a tenso nos plos da bateria. Para produzir a reao inversa uma fonte de eltrons deve
ser ligada placa negativa. Assim o sulfato de chumbo presente nas placas positiva e
negativa retornar a seu estado original, ou seja, formando chumbo na placa negativa e
dixido de chumbo na placa positiva, seguido da formao de cido sulfrico e consumo de
gua. Assim a concentrao de cido aumenta, acrescentando a tenso na bateria. Deste
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2PbO
4PbSO
422 SOHPbO +
42SOH
OH2
Pb
4PbSO
PbSOH +42
OH2
42SOH
+_
Carga2 e 2 e
2PbO
4PbSO
OHPbSO 24+
42SOH
OH2
Pb
4PbSO
42 PbSOOH +
OH2
42SOH
+_
Carregador2 e 2 e
(a) (b)
Eletrlito
Eletrlito
modo fica claro que a tenso na bateria direitamente proporcional concentrao de cido
sulfrico nela. A expresso abaixo representa a reao global da descarga [24]:
OHPbSOSOHPbPb 24422 2220 +++ (2.7)
Todas essas reaes so reversveis, ocorrendo no sentido inverso durante o processo
de recarga [24]. A Figura 2.11 apresenta um esquema simplificado das reaes qumicas
presentes em uma bateria de chumbo cido [39].
Figura 2.11. Diagrama simplificado de uma bateria de chumbo-cido. (a) Processo de descarga. (b)
Processo de carregamento.
2.5.1.2 Capacidade
A capacidade de uma bateria a quantidade de carga eltrica, expressa em Ampre-
hora (Ah). Assim ento a capacidade nominal de uma bateria o nmero total de ampres-
hora que pode ser retirado de uma bateria nova, plenamente carregada, para os valores
especificados de corrente de descarga e tenso de corte. A capacidade nominal definida
para um regime de descarga de 10 horas com corrente constante, temperatura de 25C,
at a tenso final de 1.75 V por clula ou de 10.5 V por bateria (12 V nominal) [22]. Cabesinalar que alguns fabricantes definem regime de descarga de 20 horas e temperatura de 20
C [43].
A capacidade tem uma forte dependncia do tempo de descarga, diminuindo (em
relao nominal) quando o tempo muito pequeno, isto quando a corrente de descarga
elevada, ou aumentando quando a corrente pequena, onde, conseqentemente, o
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24
20 60 2 48 20
30
12
12.6
13.2
13.8
11.4
10.8
10.2
9.6
9
10
Minutos Horas tempo
25 C
Tensonabateria(V)
I=1C
I=0.6 C I=0.4 C
I=0.2 C I=0.1 C
C : Capacidadenominal
tempo para a descarga maior [38]. Como o comportamento das baterias no linear, isto
, quando maior a corrente de descarga menor ser a autonomia e a capacidade, no
correto falar em uma bateria de 100 Ah. Deve-se falar, por exemplo, em uma bateria 100 Ah
padro de descarga 20 horas, com tenso de corte 10.5 V, o que tambm pode ser escrito
como 100Ah C20 Vcorte = 10.5 V. Esta bateria permitir descarga de 100 / 20 = 5A durante
20 horas, quando a bateria ir atingir 10.5 V [43].
A Figura 2.12 ilustra as caractersticas tpicas de descarga de baterias de chumbo cido,
do fabricante Unipower [43] em temperatura ambiente de 25 C a diferentes correntes de
descarga. C indica a capacidade nominal da bateria medida em 20 horas de descarga com
tenso final de 1.75 V por elemento.
Figura 2.12. Perfil de descarga para baterias de chumbo cido, para diferentes valores de corrente de
descarga.
A capacidade de uma bateria tambm influenciada direitamente pela temperatura.
medida que a temperatura ambiente aumenta, a capacidade nominal da bateria tambm
aumenta e vice-versa. A Figura 2.13 mostra os efeitos da temperatura ambiente em relao
capacidade da bateria, para baterias de chumbo cido do fabricante Unipower [43].
Observa-se que h uma curva para cada corrente de descarga, onde a corrente de
descarga dada como um percentual da capacidade C da bateria em ampre-hora, no
padro de descarga de 20 horas.
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25
2800
Capacidad
edereteno(%)
ciclos24002000160012008004000
0
20
40
60
80
100
120
100%50%
30% 25% 10%
0
20
40
60
80
100
120
Capacidad
ededisponvel(%)
Temperatura (C)
-20 -10 0 10 20 30 40 50
I = 2 C
I = 1 C
I = 0.2 C
I = 0.1 C
C : Capacidade
nominal
Figura 2.13. Efeito da temperatura na capacidade de uma bateria de chumbo cido, para diferentes
valores de corrente de descarga.
2.5.1.3 Profundidade de descarga
A profundidade de descarga indica, em termos percentuais, quanto da capacidade nominal
da bateria foi retirado a partir do estado de plena carga. Por exemplo, a remoo de 25 Ah
de uma bateria de capacidade nominal de 100 Ah resulta em profundidade de descarga de
25%. o valor complementar do estado da carga. Uma maior profundidade de descarga
diminui a capacidade de reteno de carga de uma bateria de chumbo-cido e por tanto sua
vida til. Existem baterias chumbo-cido de baixa profundidade de descarga, empregadas
principalmente em automveis, e baterias de alta profundidade de descarga, que so as
mais indicadas para aplicao nos sistemas fotovoltaicos de gerao de energia eltrica[22]. A Figura 2.14 mostra um exemplo de curva capacidade de reteno versus vida til
(nmero de ciclos carga-descarga) para diferentes percentagens de profundidade de
descarga para baterias de chumbo cido da marca Unipower [43].
Figura 2.14. Capacidade de reteno em funo do nmero de ciclos para diferentes percentagens
de profundidade de descarga mxima para baterias de chumbo cido.
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26
11.6
11.2
12
12.4
12.8
0 20 40 60 80 100
Estado de carga (%)
Tens
odecircuitoaberto(V)
2.5.1.4 Estado de carga
Capacidade disponvel em uma bateria expressa como percentagem da capacidade
nominal. Por exemplo, se 25 Ah foram retirados de uma bateria de capacidade nominal de
100 Ah, o novo estado da carga de 75%. o valor complementar da profundidade de
descarga. O conhecimento do estado de carga das baterias importante para prevenir os
estados de sobrecarga e sobredescarga e poder administrar adequadamente a capacidade
disponvel.
A tenso de circuito aberto um bom indicador do estado de carga da bateria quando
estas permanecem durante algum tempo em repouso, isto , sem serem carregadas e nem
descarregadas [20]. A Figura 2.15 mostra que a tenso de circuito aberto e o estado de
carga apresentam um comportamento linear.
Figura 2.15. Estado de carga e tenso de circuito aberto de uma bateria.
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-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Temperatura do eletrlito (C)
0.8
1.2
1.6
2
2.4
Estado de descarga (%)0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
1,1
1
1.2
1.3
1.4
1.5
Fatormultiplicad
or
deRi
(b)
(a)
Fatormultiplicador
deR
i
2.5.1.5 Resistncia interna
O valor da resistncia interna de uma bateria depende de vrios fatores: do tipo de
construo, do estado de carga, da temperatura e da idade da bateria [43]. A resistncia
interna de uma bateria consiste na soma da resistncia do eletrlito, placas positiva e
negativa, separadores, etc. [23]. O valor desta resistncia direitamente proporcional
relao entre o material ativo e o eletrlito, logo com o aumento da rea da placa, a
resistncia diminui. [37]. Os fabricantes fornecem o valor da resistncia interna
considerando-se a bateria plenamente carregada, a 25C de temperatura do eletrlito. A
Figura 2.16(a) apresenta a variao da resistncia interna em uma bateria em relao a seu
estado de carga. A Figura 2.16(b) mostra a variao da resistncia interna em funo da
temperatura do eletrlito [37].
Figura 2.16. (a) Curva tpica resistncia de uma bateria de chumbo cido em funo de seu estado de
descarga. (b) Curva tpica resistncia de uma bateria de chumbo cido em funo da temperatura do
eletrlito.
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CHGENBV
OCHV
FLOATV
BULKI
TCI
tempo
Correntenabateria(A)
Tens
onabateria(V)
Regio 1 Regio 2 Regio 3
(Carga profunda) (sobrecarga) (flutuao)
2.5.2 Processo de carga
Providenciar o carregamento completo da bateria exige do controlador uma
elaborada estratgia de controle na qual seja possvel carregar a bateria, dentro de seus
limites, o mais rpido possvel j que o perodo dirio de gerao de energia pelo painel
fotovoltaico limitado. As baterias utilizadas nos sistemas fotovoltaicos operam de forma
cclica, descarregando noite e recarregando durante o dia. O processo de recarga mais
adequado para esses casos o mtodo por tenso constante e limitao de corrente [24].
Para se obter um rpido, seguro e completo processo de carga da bateria chumbo-
cido, alguns fabricantes de baterias recomendam dividir o processo em trs regies [24],
que geralmente so denominadas por: regio 1 de carga profunda (bulk charge), regio 2 de
sobrecarga (over charge) e regio trs de carga de flutuao (float charge). A Figura 2.17
mostra as curvas de corrente e tenso sobre a bateria durante o processo de carga divididoem trs estgios.
Figura 2.17. Curvas de corrente e tenso nas trs regies do processo de carga de uma bateria de
chumbo cido, com recarga a tenso constante e limitao de corrente.
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Vrios modelos, baseados em componentes eltricos, so propostos, dependendo do
grau de complexidade e das propriedades em estudo na simulao. O modelo mais simples
mostrado na Figura 2.18(a). Ele constitudo por apenas uma resistncia iR (que
representa a resistncia interna da bateria) em srie com uma fonte de tenso ideal OV (que
representa a tenso de circuito aberto). Este modelo simples e permite uma rpidaintegrao com outros circuitos eletrnicos em simulao. Ele apresenta, contudo, uma
demasiada simplicidade para a maioria das aplicaes, pois no permite estudar fenmenos
especficos das baterias tais como a capacidade de carga e de descarga.
A Figura 2.18(b) apresenta uma aproximao de primeira ordem da bateria. O capacitor
bC representa a capacidade de carga da bateria, o resistor PR representa a autodescarga
da bateria e tem um valor muito alto para o caso de baterias de cido-chumbo. Por ltimo, a
resistncia SR representa a resistncia interna da bateria. A incluso da malha RC no
modelo j permite representar fenmenos transitrios tanto na carga quanto na descarga.
Mesmo assim, segue sendo um modelo linear equivalente muito simplificado.
A Figura 2.18(c) apresenta o circuito equivalente de Thvenin de uma bateria. Este
modelo permite o estudo do comportamento da tenso em baterias durante o seu ciclo de
vida [41]. Trata-se de um modelo que apresenta como grandezas eltricas, a tenso em
circuito aberto OV , a resistncia interna SR e a tenso em sobretenso, dada pela
combinao em paralelo da resistncia PR e do condensador bC . O circuito equivalente de
Thvenin permite verificar quais os principais elementos que condicionam o funcionamento
das baterias, no entanto, a sua utilizao em simulao produz resultados pouco vlidos
uma vez que realiza uma aproximao deficiente dos diferentes parmetros, por considera-
los constantes quando na realidade dependem do estado de carga, da capacidade de
armazenamento da bateria, da taxa de carga e de descarga, e da temperatura ambiente
[42].
O esquema da Figura 2.18(d) apresenta dodos que permitem identificar os
componentes associados carga e descarga da bateria. Neste modelo os componentes
de 1CV representam as sobretenses, as resistncias SCR e SDR a resistncia interna e PR
a resistncia associada autodescarga. O condensador bC simula a capacidade da bateria.
Este modelo conduz a resultados satisfatrios, contudo necessria a realizao de vrios
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iR
SR
OV bC PR
1C
CR1
DR1
SCR
SDR
PR bCBATV
BATV BATV
BATI BATI
BATI
OV
bC
PR
SR
BATV
BATI
(a) (b) (c)
(d)
1CV
testes fsicos bateria em estudo para se poder estimar o valor dos diferentes parmetros, o
que nem sempre possvel durante a fase de projeto.
Figura 2.18. Modelos eltricos de uma bateria. (a) Modelo simplificado. (b) Modelo equivalente de
primeira ordem. (c) Modelo Thvenin. (d) Modelo de carga e descarga.
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2.5.4 Dispositivo de desconexo por Baixa Tenso
Para evitar que ocorra uma descarga profunda, acima da permitida em sistemas que
usam baterias chumbo-cido, os controladores devem possuir o recurso de desconexo da
carga por baixa tenso (LVD do ingls Load Voltage Disconnection) [44]. Este comando
acionado quando a tenso da bateria decresce at um valor predeterminado VLDV,
correspondente ao estado aceitvel de descarga. A bateria volta a ser conectada a carga
quando sua tenso alcana um valor, tambm pr-determinado.
VLRV. O valor de tenso de reconexo da carga (LRV do ingls Load Reconnection
Voltage) corresponde a um estado de carga seguro para a bateria voltar a fornecer energia.
Dependendo da aplicao, os sistemas fotovoltaicos de gerao de energia eltrica devem
ser dimensionados para que o dispositivo LVD seja raramente acionado, somente nos casos
extremos de longos perodos de baixa insolao.
2.5.5 Dispositivo de bloqueio de Corrente Reversa
Nos sistemas fotovoltaicos pode ocorrer a circulao de corrente da bateria para o painel
fotovoltaico, durante os perodos em que o painel no esteja gerando energia, implicando
em perdas de energia pela descarga da bateria. Os controladores de carga de bateria so
capazes de bloquear a circulao desta corrente. Esse bloqueio feito atravs do circuito decomutao do controlador, que possui chaves unidirecionais ou diodo de bloqueio [22].
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2.6 Concluses
Devido a sua versatilidade os sistemas fotovoltaicos autnomos representam uma boa
alternativa de fornecimento de energia eltrica em lugares eletricamente isolados. As
pesquisas neste campo so essenciais para torn-los mais eficientes, mais confiveis e
mais acessveis desde o ponto de vista econmico. Assim, conhecer as principais
caractersticas dos sistemas fotovoltaicos essencial para desenvolvimento e
aprimoramento dos elementos que compem os sistemas.
Sistemas fotovoltaicos que incluem banco de baterias eletroqumicas aproveitam melhor
a energia gerada pelos painis, pois podem armazenar o excedente durante os perodos de
alta insolao e baixo consumo para utilizar nos perodos de baixa insolao e alto
consumo. As baterias chumbo-cido so as mais utilizadas pelos sistemas fotovoltaicos,
principalmente pelo seu menor custo em relao aos outros tipos de baterias eletroqumicas.
Um equipamento indispensvel em sistemas fotovoltaicos que utilizam banco de baterias
o controlador de carga. Esta tarefa realizada geralmente por um conversor esttico que
tem a funo de gerenciar o processo de carga da bateria, garantindo seu carregamento
completo de forma adequada. Para as baterias chumbo-cido os controladores de carga
tambm devem monitorar o processo de descarga para evitar que ultrapassem a
profundidade de descarga recomendada pelos fabricantes da bateria.
Neste captulo foram apresentadas as caractersticas mais importantes dos
componentes de um sistema fotovoltaico isolado. Analisaram-se os aspectos mais
relevantes relacionados com os objetivos deste trabalho.
No caso do mdulo fotovoltaico foram apresentados: o seu principio fsico de
funcionamento, o circuito eltrico equivalente e sua expresso matemtica correspondente.
Tambm foram analisados os parmetros intrnsecos e fatores meteorolgicos que
influenciam no comportamento de uma clula fotovoltaica e os efeitos dos mesmos nas
curvas caractersticas I-V e P-V.
Em relao s baterias, foi feito um estudo de seus principais parmetros de operao,
foram apresentados os seus modelos eltricos equivalentes mais utilizados na literatura, e
tambm, foi exposto um mtodo de carregamento para aplicaes fotovoltaicas.
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Para o regulador de carga foram apresentadas trs topologias bsicas que poderiam ser
utilizados neste projeto (Buck, Boost e Buck-Boost).
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Captulo 3
Dimensionamento do sistema fotovoltaico
3.1 Introduo
No projeto de um sistema fotovoltaico necessrio conhecer algumas caractersticas
meteorolgicas de onde o sistema ser implementado e o consumo da carga a alimentar,
pois esses dois fatores influem diretamente no correto dimensionamento do sistema.
Em relao s informaes meteorolgicas, estas sero obtidas por meio do banco dedados de potencial solar do CEPEL (centro de referncia para energia solar e elica) [21].
So consideradas as taxas mdias de insolao da cidade de Arax em Minas Gerais, pois
a localidade com registro solarimtrico localizada a menor distncia de Belo Horizonte,
cidade tomada como referncia para o estudo.
O consumo de energia diria esperada ser definido considerando um sistema
fotovoltaico autnomo de baixa potncia eltrica, destinado basicamente para a iluminao
de uma residncia de baixa renda. De acordo com caso de estudo definido sero
dimensionados todos os componentes do sistema, visando obter um bom casamento entre a
energia fornecida pelo sol e a demanda esperada de energia, requerimento necessrio de
qualquer projeto fotovoltaico [3].
O modelo eltrico do arranjo fotovoltaico comercial ser simulado e utilizado para o
dimensionamento dos componentes de conversor de potncia. Neste ponto ser
apresentado tambm o projeto fsico do indutor.
Finalmente apresentado o critrio para a escolha do tipo de conversor de potncia.Para o conversor escolhido feita uma anlise do rendimento esperado para diferentes
topologias de conexo do arranjo f