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Ano II Número 201 Data 19.06.2012

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Clipping Eletrônico

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AnoII

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Tesoura na dívida e gás no consumoVarejista antecipa campanha que oferece até 80% de desconto na quitação de débitos. Objetivo é abater para

turbinar as vendasMarinella Castro

O alto nível de inadimplência dos consumidores já provoca reações do comércio em direção à recuperação do crédito e do consumo. As Casas Bahia, do maior grupo varejista brasileiro, es-tão promovendo uma campanha para a quitação de débitos. O mutirão, que normalmente acontece em novembro, em parceria com a Câmara dos Di-

rigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), foi antecipado pela rede para esta semana. Para estimular o con-sumidor a “limpar” o nome e voltar a gastar, as negociações chegam a dar descontos de 80% no valor da dívida.

Em Belo Horizonte, a campanha, que começou ontem e continua até sexta-feira, chega em um momento de alta do calote. A inadimplência do con-sumidor no país cresceu 6% em maio,

atingindo a maior alta do ano e terceira elevação consecutiva, segundo indica-dor da Serasa Experian. “A negociação de dívidas é uma alternativa muito boa para o consumidor voltar a ter crédito e uma opção também para o comércio. Libera um histórico de débitos, que re-torna como crédito para a empresa”, comenta Marcelo de Souza e Silva, vice-presidente da CDL-BH.

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continuação - estado de minas - edição eletrônica - economia - 19.6.12Miguel José Ribeiro, vice-presi-

dente da Associação Nacional dos Exe-cutivos de Finanças (Anefac) ressalta que a liquidação de débitos amplia o volume de vendas, mas mostra que o calote está mesmo em alta e preocu-pa o setor. “As campanhas geralmente ocorrem no último trimestre do ano, próximo ao Natal. O ato de antecipá--las demonstra que o número de paga-mentos em atraso está superior ao de anos anteriores.” Para o executivo, as condições especiais para o consumidor são positivas e têm dois efeitos. “Re-duzem a inadimplência e aumentam o consumo.”

A instrumentadora Weslaine Rosa dos Santos que o diga. Ontem, em dez minutos ela conseguiu quitar uma dívi-da que estava atrasada há quatro anos e acabou levando o seu nome para o cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). “Fiquei muito satisfei-ta. Minha dívida, que era de R$ 1,2 mil saiu por R$ 250.” Weslaine havia pago quatro parcelas de uma prestação de eletrodomésticos, mas ainda restavam 11 em aberto. “Fiquei desempregada e não pude pagar as prestações.” Agora, com o nome limpo e emprego novo, a instrumentadora tem planos. “Vou fa-zer um cartão de crédito para voltar a comprar parcelado.”

RECUPERAÇÃO Paulo Santos, diretor do departa-

mento de crédito e cobrança da Viava-rejo – organização que abriga as mar-cas Casas Bahia e Ponto Frio –, disse que o objetivo é atingir e recuperar o maior número possível de consumido-res que estejam com pendências finan-ceiras com a rede para que eles possam retornar ao mercado de consumo. O executivo não revelou o volume de re-

cursos que a campanha deve movimen-tar e também preferiu não comentar o crescimento do calote.

As campanhas de recuperação do crédito têm como alvo quitar dívidas de pequeno valor e essa é outra vantagem para o comércio. “Com o valor unitário dessas prestações é reduzido, a cobran-ça se torna cara e demorada para a em-presa, por isso a negociação é uma boa alternativa”, avalia o economista Ro-berto Piscitelli, membro do Conselho Federal de Economia (Cofecon) Se-gundo ele, em épocas de grande endi-vidamento das famílias, as campanhas aliviam a situação financeira das em-presas, que, com maior liquidez, con-seguem repor seus estoques e capital de giro, além de favorecer o recomeço do ciclo de endividamento.

Campanha de recuperação de crédito

Até 22 de junho Das 7h às 19hLocal: CDL-BH – Avenida João

Pinheiro, nº 495, Funcionários

Aposta positivaO gerente da Divisão de Macroe-

conomia da BB DTVM, Marcelo Ar-nosti, disse ontem que a inadimplência no país tem perspectiva de queda no segundo semestre do ano. De acordo com ele, os altos níveis de emprego e de massa salarial, além da possibilida-de de refinanciamento de dívidas por causa do processo de redução de juros em curso no Brasil, são fatores que pre-nunciam uma queda em um prazo de cerca de três meses. "A inadimplência pode até subir um pouquinho a cur-tíssimo prazo, mas cederá no segundo semestre", afirmou, após workshop

realizado na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo. De acordo com Arnosti, o processo de recuo do nível de inadimplência vai se refletir em au-mento do crédito no país, apontando para um aumento do consumo nos pró-ximos meses. "Renda robusta e juros reais em queda favorecem a confiança do consumidor", disse.

Otimismo no comércio A despeito do crescimento da

inadimplência e aposta do mercado no desaquecimento da economia do país em 2012, o comércio segue otimista. Segundo o levantamento do Banco Central, a previsão dos analistas das instituições financeiras para o Produ-to Interno Bruto (PIB) no fechamento do ano, recuou de 2,53% para 2,30%. Mas em Belo Horizonte, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH) diz que o calote e a redução do ritmo da pro-dução ainda não fizeram recuar as es-timativas de crescimento do comércio, que permanecem em patamares acima do PIB. O vice-presidente da entida-de, Marcelo de Souza e Silva, diz que o mercado de trabalho aquecido está garantindo ritmo ao varejo, que deve manter firme o patamar médio de fatu-ramento mensal, na ordem de R$ 1,8 bilhão em Belo Horizonte.

A Confederação Nacional do Co-mércio, (CNC) também mantém as es-timativas nacionais para o setor, apon-tando para uma ampliação das vendas entre 7% e 8% em 2012. “Existe uma parcela da população que está com renda e não está endividada e esse per-centual da população continua a consu-mir”, diz Carlos Thadeu de Freitas Go-mes, chefe do departamento de estudos econômicos da CNC. (MC)

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Anvisa mantém veto à importação de silicone da PIPBrasília. Após a divulgação de um relatório do Serviço

Britânico de Saúde (NHS, na sigla em inglês) dizendo que as próteses de silicone da marca francesa Poly Implant Prothè-se (PIP) não são cancerígenos nem tóxicos, apesar de terem duas vezes mais chance de se romper, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou ontem que vai manter a suspensão da importação dos implantes mamários.

Os registros da PIP e também da holandesa Rófil foram cancelados em março deste ano no Brasil, depois que mu-lheres em todo o mundo tiveram problemas de rompimento. O fundador da marca francesa chegou a admitir que usava silicone adulterado, de aplicação industrial.

Segundo a Anvisa, não existe a possibilidade de revogar essa decisão. Caso a empresa queira entrar novamente no Brasil, terá que se submeter a um novo processo de registro. A agência nacional ainda não avaliou o conteúdo do relató-rio britânico, mas já descarta uma revisão do caso.

Para as mulheres brasileiras que usam prótese de mama PIP ou Rófil, as cirurgias de troca podem ser feitas pelo Sis-tema Único de Saúde (SUS), de preferência em casos em que já houve ruptura ou há sérios riscos. As pacientes que não apresentam nenhum problema com o implante devem fazer um monitoramento de rotina com seus médicos, reco-menda a Anvisa.

Reuno UnidoAnálise. O documento elaborado pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido afirma que o gel de silicone das

próteses da PIP, "não representa uma ameaça em longo prazo para a saúde".