Seminário Violência Urbana

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Saúde Coletiva

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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA

Frca Juliana dos Reis Martins¹Isabelle Christine Chaves Brito¹Letícia de Carvalho Magalhães¹Maria Nayanne Araújo Melo¹

Profa. Ms. Lenismar Sá Cavalcante²

¹ Acadêmicas do curso de Enfermagem da Fanor|Devry² Docente da disciplina de Saúde Coletiva da Fanor|Devry

VIOLÊNCIA – TITÃS

CONCEITOS INICIAIS SOBRE VIOLÊNCIA URBANAEm princípio, a violência pode ser definida como todo ato de

coação, envolvendo um ou vários atores que produz efeitos sobre a integridade física ou moral de pessoas.

Em um primeiro momento, é possível distinguirmos duas expressões de violência. A que se revela por meio da coação física implicando, no limite, em eliminação física (homicídio); e violência simbólica, que se manifesta em diferentes formas de discriminação que nem sempre é percebida como tal. Trata-se de ações e classificações morais associadas a preconceitos de etnia, gênero, orientação sexual e religião, entre outros, podendo também transformar-se em violência física.

Os dados aqui abordados têm como referência as seguintes categorias:

• Mortes Violentas (homicídios, lesão corporal seguida de morte, infanticídio, aborto provocado e/ou induzido, suicídio, induzimento ao suicídio, morte no trânsito, outras mortes acidentais e outros crimes contra a vida);

• Lesão Corporal (Ofensa à integridade corporal ou à saúde de outrem);

• Roubos (Subtração do bem segurado mediante grave ameaça ou violência à pessoa);

• Furtos (Difere do roubo por ser praticado sem emprego de violência contra a pessoa ou grave ameaça);

• Relações Conflituosas (calúnia, difamação, injúria, ameaça, preconceito de raça ou cor, rixa etc).

VIOLÊNCIA: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICAA pesquisadora Cecília Minayo afirma: “Por ser um fenômeno sócio-histórico, a violência não é, em si, uma questão de Saúde Pública e nem um problema médico típico. Mas ela afeta fortemente a saúde:

• provoca morte, lesões e traumas físicos e um sem número de agravos mentais, emocionais e espirituais;

• diminui a qualidade de vida das pessoas e das coletividades;

• exige uma readequação da organização tradicional dos serviços de saúde;

• coloca novos problemas para o atendimento médico preventivo ou curativo; e

• evidencia a necessidade de uma atuação muito mais específica, interdisciplinar, multiprofissional, intersetorial e engajada do setor, visando às necessidades dos cidadãos” (Minayo, 2006).

A VIOLÊNCIA COMO UM PROBLEMA MUNDIALO século vinte será lembrado como um século que fabricou violência. Este século carrega com seu legado destruição em massa, causa violência em uma escala nunca vista antes na história da humanidade. Mas este legado é resultado da nova tecnologia à serviço da ideologia do ódio (MANDELA, 2012).

PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA ABORDAGEM DA VIOLÊNCIAA violência no mundo de hoje, parece tão entranha em nosso dia-a-dia que pensar e agir em função dela deixou de ser um ato circunstancial, para se transformar numa forma de ver e de viver o mundo do homem.

Os profissionais da saúde devem adquirir ao longo de sua formação profissional um amplo conhecimento na temática violência, pois esta realidade não é um problema novo para os profissionais de saúde, contudo segundo Deslandes (2007) está temática causa um forte impacto para os profissionais que no seu dia-a-dia nos ambulatórios, postos ou emergências entram em contato com essa realidade.

Mello (2008) ressalta que a interdisciplinariedade é caracterizada pela intensidade das trocas entre os profissionais e pelo grau de integração das disciplinas, durante o entendimento e resolução de problemas comuns. Podemos afirmar que no espaço em que se dá a relação interdisciplinar deverá haver sempre a negação e a superação das fronteiras disciplinares.

ESPECIAL TV UFBA - VIOLÊNCIA URBANA E A CULTURA DE PAZ

VIOLÊNCIA DEIXA BRASIL EM 83º NO RANKING DA ‘PAZ GLOBAL’

• O Brasil ocupa uma constrangedora 83ª posição no Índice de Paz Global (Global Peace Index – GPI). Trata-se do primeiro estudo que classifica 121 países de acordo com seu “grau de paz”. Um dos fatores que mais pesou negativamente sobre o Brasil foi seu elevado grau de violência urbana.

• Com uma performance de 2.173 pontos, o Brasil é considerado um país menos pacífico do que muitos vizinhos da América Latina, como o México, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina, mas está melhor colocado do que a Venezuela (102) ou os Estados Unidos (96).

• O GPI é composto por 24 indicadores, que incluem o nível de gastos militares, relações com países vizinhos, ação do crime organizado, número de homicídios e o grau de respeito dos direitos humanos.

• Segundo a EIU, foram levados também em consideração uma variedade de fatores determinantes da paz, como o nível de democracia, transparência, educação e distribuição de renda.

PSIQUIATRA COMENTA SOBRE TRAUMAS DECORRENTES DA VIOLÊNCIA URBANA

FATORES PARA EXPLICAR A VIOLÊNCIA URBANAAlém do crescimento desordenado da população, que já foi apontado e discutido em aula, podemos citar outros fatores como causas para os alarmantes números de violência urbana no nosso país.

EDUCAÇÃO/ESTRUTURA FAMILIAR:

É notório o aumento da participação de adolescentes, e até de crianças, como protagonistas nesse cenário cada vez mais emergente do crime. O desajustamento familiar é tido como o principal motivo para a geração de jovens delinquentes.

Os jovens recebem ensinamentos distorcidos e todos os tipos de orientações danosas à sua formação social, com exemplos mostrados por indivíduos desajustados, amorais, delinquentes e de maus costumes, gerando o desajuste psicológico do menor, e levando-o, na maioria das vezes, ao caminho da delinquência. Podemos afirmar que o foco desse problema social pode estar na família, crianças têm em casa um mau exemplo de pais, parentes que terminam por influenciar diretamente a formação do caráter desses indivíduos em pleno desenvolvimento.

O ECA é o código de leis específico para os jovens, mas é alvo de muitas críticas. O ECA não pune seriamente os jovens infratores, já que as medidas socioeducativas são brandas ao extremo, permitindo que menores criminosos estejam à solta por sua condição de menoridade.

Entre os pontos que devem ser considerados para solucionar o caso, podemos citar a implementação de planos de ação governamentais que insiram jovens em programas sociais de voluntariados; possibilitar acessos de crianças e jovens à uma educação de boa qualidade, com profissionais preparados e qualificados para receber esses sujeitos já marcados pela vida criminosa; apresentação à sociedade de políticas públicas que envolvam não apenas os próprios jovens, mas suas famílias, organizando uma conjuntura social ampla, alcançando todos os enlaces pessoais dos jovens.

PRECONCEITO/DISCRIMINAÇÃO:

Este fator pode dividir-se em dois aspectos.

1) HOMOFOBIA

Em abril de 2009, o Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou um levantamento sobre casos apurados em 2008, apontando que foram assassinadas 190 pessoas no Brasil, sendo 64% gays, 32% travestis e 4% lésbicas, um aumento de 55% sobre os números de 2007, mantendo o país como o que mais registra crimes de homofobia. O levantamento também conclui que o risco de um travesti ser assassinado é 259 vezes maior que um gay. Desde que iniciou a pesquisa, em 1980, o grupo já registrou 2998 assassinatos. Também de acordo com a pesquisa, o Nordeste é a região brasileira com maior números de crimes nessa natureza.

2) RACISMO

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) publicou em 2013 um estudo que calculou, para cada estado do país, os impactos de mortes violentas (acidentes de trânsito, homicídio, suicídio, entre outros) na expectativa de vida de negro e não negros, com base no Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM/MS) e no Censo Demográfico do IBGE de 2010.

Considerando apenas o universo dos indivíduos que sofreram morte violenta no país no período compreendido entre 1996 e 2010, constatou-se que, para além das características socioeconômicas (escolaridade, gênero, idade e estado civil), a cor da pele da vítima, quando preta ou parda, faz aumentar a probabilidade do mesmo ter sofrido homicídio em cerca de oito pontos percentuais.

 

ESTRATIFICAÇÃO/DESIGUALDADE SOCIAL

A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos.

A desigualdade social é dada pela distribuição desigual de renda. No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda, divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade), porém esta ainda é gritante.

O raciocínio é simples, alguém que está economicamente desfavorecido tende, a buscar alternativas para sobreviver, e se não tem a acesso a isso de uma forma honesta parte para a vida criminosa, que muitas vezes é a última alternativa para aqueles que nasceram na periferia das grandes cidades e veem diante de seus olhos um quadro de pobreza que parece ser irreversível.

A desigualdade social está entre as maiores causas da violência entre jovens no Brasil. Ela é o grande contexto, o pano de fundo, onde vive a população mais atingida por esse problema: as pessoas entre 15 e 24 anos.

 

DROGAS/TRÁFICO:

O uso constante de drogas e o tráfico são com certeza um dos principais fatores para explicar a violência urbana.

O que leva ao uso de drogas?

• Por curiosidade

• Por influência de amigos

• Por tentativa de fuga de problemas pessoais

• Para ganhar coragem para tomar um atitude

• Para enfrentar situações difíceis

• Para buscar sensações de prazer

Tipos de drogas:

• Depressoras: Retardam o funcionamento dos organismos, tronando todas as funções metabólicas mais lentas. (Ex: álcool, calmantes, sedativos, tranquilizantes, inalantes, heroína, narcóticos)

• Estimulantes: Causam sensação de grande força e iniciativa, excitação, euforia e insônia. (Ex: tabaco, cocaína, crack e anfetaminas)

• Perturbadoras: Ou alucinógenas. (Ex: maconha, cogumelos, LSD)

Consequências:

• Complicações de saúde

• Alteração de humor

• Paranoia

• Morte

VIVA DOMINGO | 27.03.2014 | VIOLÊNCIA URBANA FORTALEZA

MORTES POR VIOLÊNCIA URBANA

A magnitude do problema: As violências representam a 3a causa de morte na população geral; entretanto, são as principais responsáveis pela morte dos brasileiros de um até 39 anos de idade.

Em 2006, registrou-se um total de 48.424 homicídios e 33.602 óbitos provocados pelo trânsito. A maioria dos homicídios concentra-se na faixa etária de 20 a 29 anos, com grande impacto sobre a saúde, diminuição da qualidade e da expectativa de vida de adolescentes, jovens e adultos jovens. Esta situação é vivenciada em nosso dia-a-dia, nos casos mais cruéis e bárbaros estampados nos veículos de comunicação. A maioria das vítimas da violência urbana (homicídios e mortes provocadas pelo trânsito) são homens, jovens, da raça negra, com pouca ou nenhuma escolaridade e baixo nível socioeconômico.

Fonte: IML, 2003.

HOMICÍDIOS

Fonte: Mapa da Violência, 2015.

Fonte: IML, 2010.

Fonte: IML, 2010.

VIOLÊNCIA URBANA: CEARÁ É O 3º ESTADO QUE MAIS MATA JOVENS NO BRASIL

VIOLÊNCIA URBANA E JUVENTUDE NO BRASIL Brasil ocupa a sexta posição no ranking de assassinatos, seja de sua população em geral ou de sua população jovem (15 a 24 anos). Em ambos os casos, ele está atrás apenas dos seguintes países: El Salvador, Ilhas Virgens (EUA), Venezuela, Colômbia e Guatemala, todos estes países das Américas, e com características socioeconômicas distintas.

• Vejamos alguns números da nossa violência juvenil, compilados no Mapa da Violência 2011: os Jovens no Brasil. O estudo revela, entre outras coisas, que há um novo padrão da mortalidade juvenil no Brasil, e ele estaria associado à substituição das mortes decorrentes de doenças pelas mortes denominadas violentas (homicídios, acidentes de trânsito e suicídios). Analisaremos aqui, apenas as mortes decorrentes de homicídios.

GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO DA TAXA DE HOMICÍDIOS POR 100 MIL HABITANTES, POPULAÇÃO GERAL E POPULAÇÃO JOVEM (15-24 ANOS), 1998-2008

Fonte: Mapa da Violência 2011: os Jovens do Brasil

Se no Brasil a taxa de homicídios por 100 mil habitantes aumentou em 1,9% entre 1998 a 2008, por outro lado, a taxa de homicídios entre os jovens (15 a 24 anos) aumentou 19,9% no mesmo período. Ou seja, ela foi 10 vezes superior.Como bem aponta o estudo, “se a magnitude de homicídios correspondentes ao conjunto da população já pode ser considerada muito elevada, a relativa ao grupo jovem adquire caráter de epidemia.” Isto porque, em 2008, os jovens representavam 34,6% do total da população, mas os homicídios neste grupo etário correspondem a 36,6% do total de homicídios na população, “indicando que a vitimização juvenil alcança proporções muito sérias”.

GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DA TAXA DE HOMICÍDIOS POR 100 MIL HABITANTES, POPULAÇÃO JOVEM (15-24 ANOS), 1998-2008.

Analisados por regiões, observarmos que a região Nordeste passa de penúltimo lugar em 1998, com 33,3 homicídios de jovens por 100 mil habitantes, ao primeiro lugar no ano de 2008, registrando uma taxa de 63,8/100 mil. Apesar do estado de Pernambuco ter registrado uma queda, a taxa de homicídios de jovens ali ainda é muito alta (106,1/100 mil), sendo superada apenas pelo estado de Alagoas que registrou, em 2008, a taxa mais alta de todo o país 125,3/100 mil.

Fonte: Mapa da Violência 2011: os Jovens do Brasil

GRÁFICO 3 – COMPARATIVO DOS HOMICÍDIOS NA POPULAÇÃO GERAL E NA POPULAÇÃO JOVEM, 1998-2008

Ao analisar os números, representados no gráfico acima, podemos concluir que a participação das regiões nos homicídios na população jovem sofreu mudanças nesses últimos 10 anos, da mesma forma que os homicídios no total da população.Por enquanto, os números revelam-nos um aumento de mortes entre os jovens e uma nova distribuição espacial destas mortes. É importante ressaltar que, para compreender o fenômeno, não basta apenas analisar os números. Isto porque cada morte tem seu conjunto de determinantes e causas, “irredutíveis em sua diversidade e compreensíveis só a partir de seu contexto específico”. Fonte: Mapa da Violência 2011: os Jovens do Brasil

HOMENS JOVENS SÃO A MAIORIA DAS VÍTIMAS DE HOMICÍDIO NO CEARÁ

Fonte: IML, 2010.

TV GRABER - VIOLÊNCIA URBANA NO TRÂNSITO

VIOLÊNCIA URBANA NO TRÂNSITO• Segundo o Ministério da Saúde, a violência no trânsito

é um dos mais importantes problemas de saúde pública mundial, sendo que o Brasil é um dos países com maiores índices de ocorrências desastrosas. Por ordem de incidência, os principais determinantes de acidentes são a velocidade excessiva, dirigir sobre efeito de drogas, distância insuficiente em relação ao veículo dianteiro e, por último, desrespeito à sinalização (ibidem).

• A mesma fonte igualmente informa que os acidentes variam entre colisões, isto é, os impactos entre dois veículos frontal ou lateralmente, e atropelamentos, encontros em alta velocidade entre veículos e pessoas ou animais. Acontece frequentemente também colisão contra objetos e estruturas imóveis.

• Os jovens são as maiores vitimas da violência no transito do país segundo dados atuais do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Eleva-se, a cada ano, o número de jovens de 18 a 29 anos envolvidos em choques entre veículos nas estradas e rodovias. Os estudiosos dessas circunstâncias sugerem que a mistura de álcool e direção é a grande responsável pelos resultados negativos e os jovens precisam se precaver quanto às suas atitudes, já que em 65 a70% dos acidentes, houve ingestão de álcool por parte dos motoristas.

• As sequelas podem ser de alta gravidade, sendo que os traumas de crânio e as implicações neurológicas são bem comuns. Já nos membros inferiores, há grande risco de fraturas expostas com perda de massa ósseas, músculos e nervos, o que levará à deficiência física. As lesões de coluna poderão levar à tetraplegia. Portanto, as condutas necessárias para evitar acidentes são: não consumir bebidas alcoólicas se for necessário conduzir, usar sempre o cinto de segurança, respeitar as leis de trânsito, ter cautela e evitar ultrapassagem em trechos de faixa continua.

VIOLÊNCIA URBANA CONTRA A MULHERNosso cotidiano é acompanhar pela imprensa cenas de horror nas quais a impunidade se faz presente e a insegurança passou a ser a companheira das famílias brasileiras. E o que mais causa espanto é a frieza e ausência de limites dos criminosos que exterminam suas vítimas com sadismo e naturalidade. Infelizmente, dada a freqüência, os atos de violência chocam no momento que acontecem, depois, caem no esquecimento ou são substituídos por outras ocorrências mais trágicas.

A violência urbana atingiu proporções assustadoras e as ações governamentais para impedi-la ou combate-la são muito lentas e morosas. Estamos a reboque dos fatos, ou seja, primeiro o fato ocorre e depois é que as ações vão ser pensadas não são planejadas ações de prevenção contra a criminalidade.

EDITORA-CHEFE É ALVO DE CANTADAS E TODO TIPO DE ASSÉDIO

INTERVENÇÕES URBANAS NO COMBATE Á VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

No trajeto para a escola, universidade, trabalho, no transporte coletivo ou em alguma calçada, o corpo feminino está sujeito aos mais diversos tipos de violência. O espaço público, já repleto de disputas e conflitos, converte-se diariamente em ambiente hostil para a população feminina nas principais metrópoles do globo.No Brasil, dados do projeto Chega de Fiu Fiu revelam que 99,6% das mulheres já foram assediadas na rua. Dessas, 83% afirmaram não gostar da prática e 81% já deixaram de ir a algum lugar por medo de assédio.

Gritos, cantadas ofensivas, encoxadas e a ameaça de violências maiores obrigam meninas e mulheres a repensar trajetos, caminhos e formas seguras de se estar no espaço público.

1) "STOP TELLING WOMEN TO SMILE" (PARE DE MANDAR AS MULHERES SORRIREM)

Para mostrar que caminhar em um espaço público não torna o corpo das mulheres públicos, a artista estadunidense Tatyana Fazlalizadeh resolveu usar os muros das cidades para questionar o assédio e educar os homens para o que não é aceitável. O “Pare de mandar as mulheres sorrirem” [Stop Telling Women to Smile, em inglês]  começou em 2012, no bairro do Brooklyn, em Nova Iorque, e já se espalhou por outros lugares dos EUA.“O trabalho usa retratos de mulheres, compostos com frases que falam diretamente com os agressores em espaços públicos. O trabalho nasceu da ideia de que a arte de rua pode ser uma ferramenta de impacto para parar com esses abusos”, afirma a artista pelo site.

2) CIDADES SEGURAS PARA MULHERES• Garantia de creches, iluminação nas ruas, moradia,

delegacias da mulher, políticas sensíveis de segurança pública, transporte público de qualidade: tudo isso, segundo a campanha Cidades Seguras Para as Mulheres, lançada em agosto deste ano, compõe um ambiente urbano desejável para todos e todas.

• Realizada pela Action Aid, em parceria com diversos movimentos sociais e organizações, a Campanha traz uma plataforma online que detalha cada um dos pontos enumerados acima e apresenta relatos de mulheres que sofreram violências e histórias de superação. Como estratégia, a iniciativa retrata a cidade que temos - na qual uma em cada três mulheres é estuprada, agredida ou abusada sexualmente - e aponta para aquela que queremos, uma cidade segura e democrática.

DOCUMENTÁRIO CHEGA DE FIU FIU - CAMPANHA CATARSE

3) CHEGA DE FIU FIU• “Quando transformamos em coisa

rotineira o fato da mulher não ter espaços privados - nem mesmo serem donas do seu próprio corpo - incentivamos a violência. E isso NÃO é normal”, afirma a descrição da campanha Chega de Fiu Fiu, levada adiante pelo site ThinkOlga.

• Após realizar uma ampla pesquisa sobre assédio sexual em espaços públicos, que ganhou destaque na internet, o site agora compila relatos e depoimentos de mulheres, disponibilizando um mapa virtual para que elas apontem os locais onde foram assediadas, contando sua história e ampliando o debate sobre assédio sexual.

VIOLÊNCIA URBANA: ESTUPRO NO METRÔ PAULISTA EVIDENCIA FALTA DE SEGURANÇA NAS ESTAÇÕES.

"A população feminina ascendeu nas útimas décadas a uma condição socioeconômica jamais vista. São milhares de intelectuais, trabalhadoras, artistas do sexo feminino que produzem riqueza e participam da sociedade em todos os seus segmentos. As mulheres superam definitivamente o estigma de pessoas do lar e ainda fomentam o aquecimento econômico das grandes cidades, em especial das metrópoles como São Paulo."

CONCLUSÃOA prevenção à criminalidade urbana só pode ter sucesso por

intermédio de uma inclusão humana social, econômica e política. Não se reduz a criminalidade a níveis razoáveis unicamente por meio de lei, definindo novos fatos típicos, agravando a resposta penal e excluindo benefícios dos autores de infrações penais graves. É uma verdade secular, já vivida pelo nosso país há longos anos com enorme prejuízo à segurança pública.

A repressão à violência não se faz à força, como se prendendo criminosos tivéssemos cidades limpas de péssimos indivíduos. Isso se faz, em primeiro lugar, pela educação, esperando-se resultados positivos no futuro.