Seminário fisiologia

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Seminário de Fisiologia Animal- Sistema Digestivo de Não Ruminantes.

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Fisiologia da Digestão de Não Ruminantes

Discente: Arquimedes Júnior; Franciele C. Cechin.Docente: Fernanda Macitelli.

Os animais são classificados de acordo com a sua dieta no estado natural como carnívoros, onívoros ou herbívoros.

Trato Digestivo

As porções principais do trato digestivo conforme surgem ao longo do corpo são :

Boca;Dentes;Língua;Faringe;Esôfago;Estômago; Intestino Delgado; Intestino Grosso;

As glândulas salivares, fígado e pâncreas, atuam como órgãos acessórios ao trato digestivo.

Geralmente, o trato digestivo entre as várias espécies de animais tem as mesmas porções, mas o tamanho e a função das porções para uma determinada espécie difere de acordo com a característica de sua dieta natural.

Boca

É frequentemente denominada cavidade oral.

É ela quem primeiro recebe o alimento e inicia o processo de redução do tamanho das partículas alimentares. Os Dentes e a Língua são estruturas internas à boca, que auxiliam a digestão.

Dentes

Os dentes reduzem mecanicamente o tamanho das partículas ingeridas pela trituração e as mesmo tempo aumentam a área de superfície do alimento para degradação química e microbiana.

Língua

È um órgão muscular usado para manipular o massa alimentar no interior da boca. A língua atua também como um êmbolo que move o alimento para o esôfago. Ajuda o animal a ceifar o alimento e introduzi-lo na boca.

Faringe

É a passagem comum para alimento e ar.

Durante sua passagem através da faringe, o alimento é impedido de entrar na laringe e cavidades nasais devido a um reflexo e fatores mecânicos associados à deglutição.

Esôfago

O esôfago é um tubo muscular que se estende da faringe para o estômago

• Participa no transporte de alimentos e água

Estômago

• É uma porção dilatada do tubo digestivo com função de armazenamento e início da digestão.

• Face interna composta por glândulas de acordo com o tipo de célula, podem ser: glândulas fúndicas, glândulas cardíacas e glândulas pilóricas.

O que essas glândulas secretam?

• Glândulas cardíacas: muco

• Glândulas pilóricas: muco e gastrina

• Glândulas fúndicas: ácido clorídrico (HCl) e pepsinogênio

Secreções

Muco:

• Oferece proteção ao trato digestivo, evitando acidez e promovendo liberação de água e enzimas

Secreções

Gastrina:

• Hormônio secretado na corrente circulatória• Produzido nas glândulas pilóricas• Ligado diretamente à digestão, pois controla a

secreção de pepsinogênio e (HCl)

Secreções

Ácido Clorídrico (HCl):

• Juntamente com o pepsinogênio, é responsável por iniciar a digestão das proteínas

• Produzido nas glândulas fúndicas

Secreções

Pepsinogênio

• Precursor da enzima pepsina, uma enzima proteolítica• Produzido nas glândulas fúndicas

Intestino delgado

• Formado por: duodeno, jejuno e íleo• Responsável pela maior parte da digestão e absorção

dos alimentos e nutrientes

Intestino delgado

• Produz movimentos que misturam o conteúdo alimentar enquanto a digestão se processa

• O hormônio secretina inibe a motilidade do intestino delgado

• O hormônio colecistocinina estimula a motilidade do intestino delgado

Intestino Grosso

• Constituído de ceco, cólon e reto• Responsável pela digestão microbiana• Reabsorção de eletrólitos e água• Na diarréia, a reabsorção de secreções fica

comprometida

Glândulas Acessórias

• Glândulas salivares• Pâncreas• Fígado

Glândulas salivares

• Divididas em: parótida, submandibular e sublingual• Responsáveis pela produção e secreção de saliva

Pâncreas

• Possui funções endócrinas e exócrinas:

Produção de hormônios

Secreções digestivas

Fígado

• Órgão multifuncional:Armazena ferro e algumas vitaminas em suas

célulasSintetiza diversas proteínas presentes no sangueDegrada substâncias tóxicasProdução de triacilgliceróis (gorduras)

• Produção de bile e sais biliares• Contém células de Kupffer

Composição dos alimentos

Seis alimentos básicos são classificados quimicamente como, carboidrato, proteínas, gorduras, água, sais inorgânicos e vitaminas.

Estes são encontrados em quantidades variáveis nos alimentos que são ingeridos, uma dieta balanceada deve conter certa proporção de cada um deles.

Carboidratos

Os carboidratos são classificados como monossacarídeos, dissacarídeos ou polissacarídeos, dependendo do numero de unidades de cinco ou seis carbonos que eles contém.

• Os monossacarídeos incluem ribose, glicose, frutose e galactose.

• Os dissacarídeos são combinações químicas de duas moléculas de monossacarídeos e incluem sacarose, maltose, lactose.

Os dissacarídeos são quebrados em monossacarídeos através do processo de hidrólise.

A hidrólise da sacarose fornece uma molécula de glicose e outra de frutose.

A hidrólise da maltose resulta em duas moléculas de glicose.

A hidrólise de lactose fornece uma molécula de glicose e outra de galactose.

Os polissacarídeos importantes para os animais são :Amido;Glicogênio;Celulose;

• Amido: é a reserva alimentar da maioria das plantas, quando ingerido ele serve como uma excelente fonte de energia.

• Glicogênio: representa a principal reserva de carboidratos nos animais, ele é armazenado no fígado e nos músculos.

• Celulose: é um componente estrutural das plantas, ela pode ser digerida apenas por enzimas de microrganismos especializados na quebra de celulose.

Proteínas

São moléculas coloidais complexas, de alto peso molecular, grandes, que contêm alta porcentagem de aminoácidos. Além de carbono, hidrogênio e oxigênio, as proteínas também contêm nitrogênio.

A degradação das proteínas envolve adição de água e reformação de aminoácidos.

Dipeptídeos: 2 aminoácidos;

Oligopeptídeos: mais que 2, mas não mais que 10 AAs;

Polipeptídios: mais que 10, mas não mais que 100 AAs;

Lipídeos

Os lipídeos incluem gorduras e substâncias relacionadas.

As gorduras neutras são ésteres produzido por três moléculas de ácidos graxos combinados com uma molécula de glicerol.

Fosfolipídeos são complexos lipídeos que contém fosfato. Além disso, eles normalmente contêm glicerol, ácidos graxos e uma base nitrogenada. Os fosfolipídeos são importantes elementos estruturais da membrana celular e da esfingomielina, que está presente na bainha de mielina dos nervos.

A tromboplastina, outro fosfolipídeo, esta envolvida na coagulação do sangue.

O colesterol é uma substância graxa derivada dos glicérides.

Aproximadamente, 80% de todo colesterol formado no corpo é conjugado no fígado para formar sais biliares que são então, transportados para o intestino para uso na digestão. O colesterol é também um importante componente estrutural das membranas celulares.

Alimentos acessórios

• Alimentos acessórios: minerais, vitaminas e água.• Alimentos principais: carboidratos, gorduras e

proteínas.

Fatores físicos e mecânicos

Preenção;Mastigar;Deglutir;

• Preensão: O primeiro fator necessário para o processo digestivo é a preensão, o ato de pegar e introduzir o alimento no interior da boca. Os lábios, dentes e língua são as principais estruturas de preensão nos animais domésticos.

• Mastigar:

Refere-se ao mecanismo de quebra do alimento na boca. O material alimentar do bolo é misturado com a saliva, pois a secreção mucosa da saliva fornece certa adesão e, associada a sua secreção serosa, lubrifica a mucosa alimentar para facilitar o transporte através do esôfago.

• Deglutir

É o ato de engolir ou direcionar a massa alimentar da boca para o estômago.

Existem três estágios no deglutir:

1. Através da boca ( voluntário );

2. Através da faringe ( reflexo );

3. Através do esôfago ( reflexo );

O ato de deglutir inicia-se com uma atividade voluntária e é continuada por uma atividade reflexa.

Atividade do músculo liso

Uma vez que o alimento atinge o estômago, seu movimento é controlado pela atividade da musculatura lisa que ocorre na parede do estômago.

• Músculo com capacidade de motilidade

Funções físicas do Estômago

As mais importantes funções do estômago são armazenagem do alimento ingerido, a mistura do alimento com secreções e o controle do esvaziamento de seu conteúdo.

O fundo recebe e estoca o conteúdo .

O corpo atua como um tonel misturador de saliva, alimento e secreções gástricas.

O antro serve como bomba para regulação da propulção da passagem do esfíncter para dentro do duodeno.

Além de servir como armazenador de alimento, o estômago serve para controlar a velocidade de entrega do alimento ao intestino delgado como um moedor que reduz o tamanho das partículas e as libera apenas quando estão quebradas a uma consistência compatível com a digestão do intestino delgado.

Quando o alimento entra no estômago, os músculos do compartimento superior do estômago sofrem um relaxamento reflexo. Devido a esse relaxamento, o estômago pode se dilatar para aceitar grandes quantidades de alimento sem aumentar a pressão intraluminal. A atividade muscular neste local é passiva, ocorrendo pouca mistura.

A atividade muscular do estômago distal e piloro é completamente diferente daquela do estômago proximal. As contrações musculares estão presentes com frequência. Quando as ondas peristálticas se aproximam do piloro, este se aperta, bloqueando a saída gástrica, exceto das partículas pequenas.

As partículas muito grandes para passar no piloro são pressionadas e ejetadas de volta para o antro (estômago distal). Assim, as ondas peristálticas da parte distal servem não apenas para impedir que o alimento vá adiante, mas também para triturar e misturar o alimento.

A velocidade na qual o alimento deixa o estômago precisa ser compatível com a velocidade com que este possa ser digerido e absorvido no intestino delgado. Devido ao fato de alguns tipos de alimento serem digeridos e absorvidos mais rapidamente que outros, a velocidade com que o estômago esvazia precisa ser regulada pelo conteúdo do intestino delgado.

Êmese: é um esvaziamento da porção cranial do duodeno e estômago em direção oral.

O vômito é um mecanismo protetor que ajuda a prevenir absorção de substancias nocivas.

Defecação

• É um ato reflexo no qual as fezes são evacuadas do cólon terminal e reto. Sua freqüência varia entre os animais mas pode ocorrer 5 a 10 vezes diárias em eqüinos, 10 a 20 vezes diárias em bovinos.

Secreções digestivas e suas funções

Secreções

Saliva:• Facilita a mastigação e o ato de deglutir devido

a sua natureza aquosa e à lubrificação que ela favorece

• Aumenta o potencial para evaporação e refrigeração em animais que arquejam

• Nos bovinos, ajuda a evitar o timpanismo;

• Produzem amilase;

Secreções Gástricas

A superfície interna do estômago, também chamada de mucosa gástrica, é revestida por uma camada de células que secretam muco e bicarbonato. Tal camada apresenta depressões, onde desembocam as glândulas gástricas. As glândulas, são formadas por diferentes tipos de células, havendo uma constituição típica de cada parte do estômago. Assim, as glândulas presentes na região do cárdia tem apenas células produtoras de muco.

As glândulas do fundo e corpo têm células caliciformes secretoras de muco, células parietais que secretam HCl e células principais que secretam pepsinogênio. As glândulas do antro têm células caliciformes e células principais. Na mucosa gástrica são ainda encontradas células endócrinas que secretam o Hormônio Gastrina e células que secretam as substâncias parácrinas Histamina e Somatostatina. A gastrina, a histamina e a somatostatina participam do controle da secreção gástrica, ao lado do sistema nervoso entérico e do sistema nervoso autônomo.

• Pepsinogênio - é o precursor inativo da pepsina, a enzima ativa. Como ocorre com outras enzimas que digerem proteínas, a pepsina deve ser secretada na forma inativa para que não ocorra a digestão da própria parede gástrica.

• Ácido clorídrico - é o responsável pela ativação do pepsinogênio e favorece a ação da pepsina uma vez que torna ácido o pH da secreção gástrica. Além disso, o HCl tem uma função bactericida importante.

Secreções pancreáticas

• Liberação de hormôniosSecretina – aumento do pHColecistoquinina – secreção biliar

• O pâncreas secreta todas as enzimas e precursores de enzimas necessárias à digestão de proteínas, gorduras e carboidratos

• No cavalo, o ritmo de secreção enzimática é baixo em comparação ao de outras espécies. Isso pode ocorrer devido ao fato de maior proporção dos alimentos ingeridos pelo cavalo ser do tipo que necessita digestão microbiana além do intestino delgado. Esta fermentação ocorre no ceco e cólon, sendo contínua e necessitando de solução tampão.

Secreção biliar: sais biliares

A bile é uma solução amarelo esverdeada de sais biliares, bilirrubina, colesterol, lecitina e eletrólitos.

Os sais biliares são constantemente sintetizados pelas células hepáticas (hepatócitos), mas a quantidade necessária para a digestão excede em muito a taxa produzida pelo fígado. Os sais biliares são portanto, recirculados do intestino, após terem sido usados, para os hepatócitos, onde são secretados novamente. Devido a essa reutilização de sais biliares uma quantidade adequada torna-se viável para uma digestão.

A função da bile é basicamente facilitar a digestão das gorduras, pois ela emulsifica os lipídeos facilitando a ação das enzimas lipolíticas, oriundas do pâncreas. O esvaziamento da vesícula se dá por contração da mesma e é  promovido pela mesma CCK-PZ (duodenal) que estimula o pâncreas. A sigla CCK-PZ  significa colecistocinina-pancreozimina.

Bile fluído digestivo secretada pelo fígado estocada na vesícula biliar liberada pelo esfíncter de Oddi no duodeno após refeições contendo gorduras .

Substâncias capazes de aumentar a secreção biliar e/ou sua eliminação, tais substâncias foram denominadas coleréticas. Entre elas estão os próprios sais biliares e a secretina, além disso, o estímulo vagal e a ingestão de alimentos também aumentam seu fluxo. A falta de bile prejudica a digestão de gorduras o que leva a eliminação de fezes “graxas” e descoradas uma vez que a coloração fecal depende de pigmentos biliares.

Absorção de carboidratos, proteínas e gorduras

• Carboidratos – é desdobrado pela enzima amilase que é secretada pelo pâncreas e está presente no lúmen do intestino

• Proteínas - No estômago, o pepsinogênio inativo é convertido na enzima pepsina quando ele entra em contato com o ácido clorídrico e outras moléculas de pepsina por estímulo da presença do alimento. Esta enzima começa a quebra ou clivagem das proteínas dos alimentos

• Gorduras: Os triglicerídeos da dieta são emulsificados no estômago como resultado da motilidade gástrica. A emulsificação adicional ocorre na entrada do intestino delgado, devido à presença de sais biliares. Os triglicerídeos são transformados em ácidos graxos livres, monoglicerídeos e glicerol. São absorvidos por difusão simples.

Digestão microbiana no Intestino Grosso

Não ocorre nenhuma digestão enzimática no intestino grosso dos mamíferos. A digestão que ocorre resulta da digestão microbiana, que é significativa para os herbívoros , não-ruminantes e onívoros. Os produtos finais da digestão são ácidos graxos voláteis (AGVs), principalmente acético, propiônico e butírico.

Os AGVs são importantes fontes de energia após a absorção.

Qual quer nutriente que escape a degradação enzimática ou absorção, contribui para a pressão osmótica efetiva, devido aos nutrientes não serem absorvidos e reterem água. Assim, a fermentação no intestino grosso tem por objetivo produzir calorias na forma AGVs e diminuir a pressão osmótica efetiva de conteúdo do intestino grosso, de forma que a água possa ser reabsorvida.

Digestão Aviária

• Aves não possuem dentes

• Quebra mecânica do alimento ingerido é realizada pela moela

• Moela = estômago muscular adaptado para redução mecânica do alimento ingerido.

Esôfago: dividido em 2 partes:

• Pré-papo e Pós-papo

Esôfago:

Comparativamente mais largo do que mamíferos

Acumula e acomoda material deglutido de maior porte

Pró-ventrículo: localizado entre esôfago, pós-papo e moela

Local onde ocorrem a secreções gástricas: HCl, pepsinogênio

Ceco: importante para aves selvagens (digestão de celulose)

Cloaca: final do trato digestório – comum ao trato digestivo, reprodutivo e urinário