O e-reader

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Leitura Digital:e-book,e-reader

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Leitura Digital: E-book, e-reader

Apresentação Antonio Minharro – Letras

Orientador Prof. Dr. Antonio Vieira Junior

E-bookE-reader

Leitura Digital

MUDANÇAS NA LEITURA, TECNOLOGIA DIGITAL E CONTEÚDO

“Meio digital é caminho sem volta para a leitura”

Conclusão do 64º Congresso Mundial dos Jornais e o 19º Fórum Mundial de Editores

Entre pergaminhos humanos e bits eletrônicos

O livro na era do computador por Raquel Wandelli – “Revista Leitura” da Imprensa Oficial – Junho 2001

E afinal, o livro tem lugar na cultura globalizada ou está prestes a virar peça de museu? A Internet seria o substituto definitivo para esse objeto de orelhas, corpo, rodapé, colunas e folha de rosto que participou da própria invenção do humano?

Especulações sobre o destino da cultura de papel na era da informática pecam por desconsiderar que os incunábulos, como os livros eram chamados antes da invenção dos tipos móveis, não são objetos humanos que se opõem ao computador, artificial e frio, em uma dicotomia do tipo natureza versus cultura.

No imaginário popular, a leitura e a escrita seriam aptidões naturais, assim como comer, dormir, andar. Apaga-se o fato de que livros de papel são eles próprios invenções tecnológicas.

Um esquecimento, aliás, explicável: se consideramos o pergaminho como protótipo do livro moderno, lá se vão mais de 20 séculos -os primeiros códices de pergaminho datam do século II a.C., embora a técnica só tenha alcançado difusão na Europa a partir do século IV.

Se recuamos um pouco mais e tomamos como referência as tabuletas de argila e os velhos papiros dos mesopotâmios, a memória livresca se perde na antiguidade dos egípcios, gregos e romanos.

É tempo suficiente para naturalizarmos essa convivência e ignorarmos o livro como um elemento de cultura que se modifica e se adapta aos aparatos tecnológico de forma lenta, mas profunda. Cada corpo que lhe deu abrigo alterou a forma de leitura e nossa própria relação com o conhecimento.

Seja na passagem do papiros para o pergaminho (feito de pele de animal) ou na passagem das pesadas encadernações do século XVIII para os livros de bolso e finalmente para o livro eletrônico, muito mudou.

Agora como nunca, a história do livro e da leitura começa a sair dos círculos dos bibliófilos e eruditos para satisfazer a curiosidade pública geral. E não é paradoxal que caia no interesse popular exatamente quando as previsões mais apocalípticas anunciam o fim da cultura do papel; o medo do desconhecido faz a modernidade debruçar-se sobre o passado.

No momento em que hábitos de leitura se modificam de forma drástica, acorremos ao passado para compreender e suportar melhor a revolução tecnológica, sem a impressão de se dar um salto no abismo escuro. A História nos dá, senão a garantia, ao menos a impressão de que o futuro vizinho é fruto e continuação de nossos próprios passos.

É um campo fascinante, que atrai ficcionistas e estudiosos como atraiu Osman Lins, de Avalovara, Ricardo Piglia, de Cidade Ausente, Humberto Eco, de O Nome da Rosa e o iugoslavo Milorad Pávitch, de O Dicionário Kazar, romances cujas tramas recriam a história do livro e nos quais é, quase um vivo objeto protagonista.

No campo ensaístico, Roger Chartier, de A Aventura do Livro; do leitor ao navegador e Alberto Manguel, de Uma História da leitura, apresentam duas obras atualíssimas e ricamente ilustradas.

Um dos momentos mais fascinantes desses relatos fala da descoberta da leitura silenciosa, ainda no início do primeiro milênio. Eles retomam Confissões, em que santo Agostinho (século III), registra seu olhar de assombro ao entrar na Biblioteca do monastério de Milão e surpreender o bispo Ambrósio lendo na cela individual.

Vindo do Norte da África, o professor de retórica latina e elocução viajara pelo mundo, mas jamais imaginara, em sua vasta cultura, que alguém pudesse ler daquela forma, sem mover os lábios, com a língua quieta, usando apenas os olhos e a mente e buscando o sentido no coração.

Era um revertério para a leitura fonocêntrica, em voz alta, calcada no som e no ritmo. A epifania de Santo Agostinho nos provoca outra, nem tão pequena, nem tão óbvia quanto pareça: a leitura também é uma técnica.

Uma viagem livresca no tempo permite perceber ainda que todos os aparatos tecnológicos assumidos pelo livro coexistem na era da informática. Pensemos nos griots, os guerreiros cantadores que viajam a pé de uma tribo a outra em algumas regiões da África Ocidental, como Bambara e Malinke. O predomínio quase total da oralidade e a ausência de livros não impedem que as palavras caminhem no corpo dos guerreiros, dando permanência à cultura dessas gentes.

Tatuadas no aparato de escrita mais primitivo do mundo — a própria pele —, as palavras caminham e contam histórias das tribos, genealogia, magia, ritos. Exibem mapas geográficos, canções, ideogramas com avisos de guerra. Enquanto isso, no continente ao lado, a comunicação se dá via satélite.

A web é, em si, muito mais uma quimera tecnológica, onde coabitam formas passadas, presentes e futuras do que uma superação total do velho pelo novo. Como bem anotou Pierre Lévy, em Tecnologias da Inteligência, o computador sobrepõe diversas mídias (televisão, telex, livro, rádio, telefone, fax, vídeo, gravador, cinema) em um sincretismo de formas e linguagens (verbal, oral, icônica), sem se reduzir a nenhuma delas.

O novo não apaga o velho, como na imagem do palimpsesto, antigo pergaminho submetido a uma solução química para receber nova inscrição, de forma que era possível encontrar sob a superfície raspada, as camadas anteriores de escrita. O novo não apaga o velho, mas ao incidir sobre ele recria-o, transforma-o.

A roda da história circunscreve seu traçado torto e a cada nova espiral, ao mesmo tempo retoma e modifica velhas práticas de leitura. Os chats, grupos de discussão ou a correspondência trocada pela Internet mostram que o meio eletrônico recupera, por exemplo, certa espontaneidade e fluidez da literatura oral.

Pode também devolver a voz ao texto, sem roubar a imagem da escrita, além de retomar a iconografia. Mas a leitura vertical na tela, através da barra de rolamento, padece da limitação dos rolos de pergaminho, que obrigavam o leitor a seguir parte por parte, com as mãos presas ao aparato.

Nesse aspecto, o livro moderno manteria a vantagem de permitir uma visualização mais imediata do todo da obra ao ser manipulado horizontalmente. Por outro lado, o leitor não pode reescrevê-lo e modificá-lo com a mesma facilidade que teria no computador.

Fisicamente liberado do suporte da leitura e encorajado pelas ferramentas tecnológicas a se intrometer no texto, o navegador experimenta uma produtiva confusão de papéis entre autor e leitor.

Entre as mudanças impactantes do computador está a inigualável heterogeneidade do meio. Capaz de associar imagem, som e movimento ao verbal, provoca quase uma experiência extática, embora desvalorize o sentido do tato, a sensação afetiva de se acariciar um livro ou de se guardar uma lágrima nas páginas amarelas do papel, como bem anotou José Saramago.

Talvez o maior impacto, além da desmaterialização do corpo do livro, seja a privatização cada vez maior do ato de leitura. Chartier aponta para uma separação da leitura de toda forma de espaço comunitário que ainda sobrevive ao período industrial, a exemplo dos saraus literários, escolas, bibliotecas, cafés, ônibus.

Por outro lado, o aspecto coletivo da leitura pode ser recuperado, senão de corpo, ao menos virtualmente, nos grupos de discussão e na leitura a várias mãos que só uma rede interligada de computadores proporciona.

Há perdas e ganhos a cada grande mudança. Vantagens e desvantagens. Mas os períodos de transição tecnológica são únicos porque revelam para os que nele vivem os elos da História. É um privilégio para leitores e historiadores participar dessa experiência, por mais traumática e desafiante que seja. A multiplicidade de recursos e oferta democrática de aparatos de leitura deve ser incentivada.

O múltiplo é includente, enquanto o domínio de uma só tecnologia exclui e marginaliza. Então, que ao lado dos imputs magnéticos do e-book haja lugar para as velhas superfícies de inscrição.

Que os navegadores possam "baixar" o novo suspense de Stephen King na Internet, mas também os cantadores negros continuem a desfilar seus corpos-livros pela África, feito pergaminhos ambulantes. E que haja sempre obras de papel para nos humanizar entre suas asas.

por Raquel Wandelli

O e-book

Um livro digital, ou e-book, é um livro em formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos tais como PC´s, Notebook, Tablets e e-reader ´s (Leitores de livros digitais) ou até mesmo celulares que suportem esse recurso.

Os formatos mais comuns de e-book´s são o PDF, HTML e o ePUB. O primeiro,PDF, necessita do conhecido leitor de arquivos Acrobat Reader ou outro programa compatível, enquanto que o segundo, ePub, precisa de um navegador de Internet para ser aberto. O Epub é um formato de arquivo digital padrão específico para ebook´s.

ePUB (abreviação de Eletronic Publication - Publicação Eletrônica) é um formato de arquivo digital padrão específico para e-books. É livre e aberto e foi criado pelo International Digital Publishing Forum (CICOM). Arquivos têm a extensão .epub. ePUB é projetado para conteúdo fluido, o que significa que a tela de texto pode ser otimizada de acordo com o dispositivo usado para leitura. O padrão é destinado a funcionar como um único formato oficial para distribuição e venda de livros digitais. Ele substitui o padrão Open eBook.

Muitos Formatos dificultam a difusão:

ePub, International Digital Publishing Forum .lit, Microsoft Reader.pdf, Acrobat Reader.chm, Microsoft Compiled HTML Help.opf, Open EBook Format.exe, eBook auto-executável em Windows.jar, eBook em Java ME para celulares.prc, Mobipocket Reader.rb, RocketEditions.kml, Hiebook.pdb, iSilo.DjVu.vbo, Virtual Book.mobi, Amazon Kindle.azw, Amazon Kindle.txt.rtf, Rich Text Format, originalmente criado no WordPad.odt, OpenDocument Text.doc, Microsoft Office

O e-Reader, livro digital, em inglês) é um pequeno aparelho que tem como função principal mostrar em uma tela, para leitura, o conteúdo de livros digitais (e-books) e outros tipos de mídias digitais como jornais, revistas...

Ao utilizar a tecnologia de tinta eletrônica, também chamada e-ink nas telas desses leitores, os e-reader´s se aproximam muito da sensação de se ler um livro convencional por não utilizar iluminação, como as telas de cristal líquido (LCD), o que tem impulsionado a venda desses aparelhos em todo o mundo.

O mais famoso dos e-reader´s é o Kindle, criado pela empresa americana Amazon, que teve seu primeiro modelo lançado nos Estados Unidos, em 2007; e no Brasil em 2009.

HISTÓRICO

1971: Michael Hart lidera o Project Gutenberg que procura digitalizar livros e oferece-los gratuitamente on-line.

1993: Zahur Klemath Zapata registra o primeiro programa de livros digitais.Digital Book Software ( DBS )

1993: Publica-se o primeiro livro digital:Do Assassinato, considerado uma obra-prima, de Thomas de Quincey .

1995: Amazon começa a vender livros através da

Internet.

1996: Project Gutenberg alcança os 1.000 livros digitalizados. A meta é um milhão.

1998: São lançados ao mercado os primeirose-reader´s : Rocket Ebook e Softbook.

1998-1999: Surgem sites na Internet que vendem e-books, como eReader.com e eReads.com

2000: Stephen King lança seu romance “Riding the Bullet” em formato digital. Só pode ser lido em

computadores.

2002: As editoras Random House e HarperCollins começam a vender versões eletrônica dos seus títulos na Internet.

2005: Amazon compra Mobipocket na sua estratégia sobre o e-book.

2006: Acordo entre Google com a Biblioteca Nacional do Brasil para digitalizar 2 milhões de títulos.

2006: Sony lança o leitor Sony Reader que conta com a tecnologia da tinta eletrônica e-ink

2007: Amazon lança o Kindle.

2008: Adobe e Sony fazem compatíveis suas tecnologias de e-book´s (Leitor e DRM).

2008: Sony lança seu e-reader PRS-505.

2009: Barnes & Noble lança o Nook.

2010: Apple lança o iPad.

Livraria Cultura inicia venda de e-books na web

2011:Vendas de e-books chega aos 15%,nos EUA

As vendas de livros eletrônicos passaram a responder por 15% do mercado em 2011, ante 6% em 2010, de acordo com um relatório da Association of American Publishers e Book Industry Study Group. As organizações compilaram dados fornecidos por quase duas mil editoras.

2012: Microsoft investe US$ 300 milhões na rede livreira Barnes & Noble,proprietária do Nook.

Aporte equivale a 17,6% de participação dos negócios digitais da livraria.

2012:AMAZON LANÇA O NOVO KINDLE PAPERWHITE

2012 :Amazon já está no Brasil e pode lançar tablet e Kindle em breve.

2012:Parceria entre Livraria Cultura e Kobo: parceria para lançar e-reader e e-book´s no Brasil em que promete devices e livros á preços acessíveis.

2012:Livraria Cultura quer vender leitor eletrônico mais barato que a Amazon

O Estado de S. Paulo

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

2012:Mercado de e-books faz com que autores iniciantes possam vender em grandes livrarias.

Uma das vantagens que se atribui ao e-book é seu preço. Como seu custo de produção e de entrega é inferior, um livro digital de alto padrão, como os encontrados em sites especializados, pode chegar as mãos do leitor por um preço até 80% menor que um livro impresso, quando não for gratuito.

Deve-se lembrar que o livro digital não precisa entrar em filas de impressão em gráficas, como ocorre tradicionalmente. Assim, uma vez prontos para distribuição, basta entrar em redes on-line de venda e distribuição.

Os leitores de livros eletrônicos podem arquivar grande quantidade de livros, entre 1000 e 3000 títulos, dependendo do formato e modelo de e-reader.

Desde o lançamento do leitor digital Kindle , que catapultou o crescimento do mercado de livros eletrônicos a partir de 2007, a leitura digital tem dividido opiniões. De um lado, há quem defenda a experiência prazerosa de ler no papel, supostamente inimitável pela tecnologia.

A digitalização reduz os custos de produção dos livros, tornando-os mais acessíveis aos leitores,a atualização do e-book é , digamos, automática,recurso muito útil para livros técnicos ,didáticos, entre outros.

O diretor da maior editora universitária dos EUA, Universidade de Chicago, é um entusiasta da leitura digital ,diz que a digitalização de conteúdo terá impacto comparável aos tipos móveis de Gutenberg na difusão do conhecimento.

Existem alguns entraves para a popularização do e-reader no Brasil, que ainda é incipiente , mas com a entrada de grandes player´s no mercado, diminuição do custo da tecnologia, isenção de impostos para importação e fabricação do e-reader, concorrência, maior acessibilidade a internet....

...entre outros fatores, podem fazer com que o leitor eletrônico se torne um acessório popular como o celular, e a leitura digital seja um hábito prosaico e democrático

O Brasil vem aderindo lentamente à prática da leitura de e-books . A Bienal do Livro de São Paulo de 2012 trouxe algumas iniciativas nesse sentido, como por exemplo, a disponibilização de obras on-line por parte de grandes livrarias, como a Cultura e a Saraiva, entre outras.