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Traduzido do Inglês
First Sermon on the Passion of Our Lord Jesus Christ
By John Calvin
Via: Monergism.com
Tradução por Amanda Ramalho
Revisão por Camila Almeida
Capa por William Teixeira
2ª Edição: Outubro de 2015
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative
Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
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Jesus No Getsêmani
Por João Calvino
“Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus
discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e
os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então
lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai
comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando
e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como
eu quero, mas como tu queres.” (Mateus 26:36-39)
Quando a Escritura nos fala sobre a nossa salvação, ela nos propõe três objetivos. Um
deles é que nós reconheçamos o amor inestimável que Deus demostrou por nós, para que
Ele seja glorificado por nós como Ele merece. Outro objetivo é que tenhamos tal abomi-
nação por nosso pecado como é apropriado, e que tenhamos vergonha o suficiente para
nos humilhar diante da majestade do nosso Deus. O terceiro objetivo é que valorizemos a
nossa salvação, de tal maneira que nos faça abandonar o mundo e tudo que diz respeito a
esta vida frágil, e que sejamos muito felizes com essa herança que foi adquirida para nós
a tal preço.
Sobre isso é que devemos fixar a nossa atenção e aplicar às nossas mentes quando for
mencionado para nós como o Filho de Deus nos redimiu da morte eterna e adquiriu para
nós a vida celestial. Devemos, então, em primeiro lugar aprender a dar a Deus o louvor que
Ele merece. De fato, Ele era bem capaz de nos resgatar das profundezas insondáveis da
morte de outra maneira, mas Ele quis mostrar os tesouros da Sua infinita bondade, quando
Ele não poupou Seu único Filho. E nosso Senhor Jesus, nesta questão, quis nos dar uma
garantia segura do cuidado que Ele tem por nós, quando Ele ofereceu-Se voluntariamente
à morte. Pois, nós nunca seremos profundamente tocados nem estimulados para louvar
nosso Deus, a menos que, por outro lado, examinamos a nossa condição, e vejamos que
estamos tão afundados no inferno, e saibamos o que é ter provocado a ira de Deus e tê-lO
como inimigo mortal e um juiz tão terrível e espantoso que seria muito melhor se o céu e a
terra e todas as criaturas conspirassem contra nós do que nos aproximarmos de Sua
majestade enquanto Ele não está favorável a nós. Por isso, é muito necessário que os
pecadores estejam com o coração partido com um sentimento e uma compreensão de suas
faltas, e que eles necessariamente saibam que são piores do que miseráveis, para que eles
possam ter um horror de sua condição, a fim de que desta maneira eles possam saber o
quanto eles estão endividados e obrigados a Deus, que Ele teve compaixão deles, que Ele
os vê em desespero, e que Ele foi gentil o suficiente para ajudá-los; não porque Ele vê neles
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qualquer dignidade, mas apenas porque Ele olha para sua miséria. Agora, o fato é que
também (como já dissemos), estamos rodeados por muitas coisas aqui em baixo e que,
quando Deus nos chamou a Si mesmo fomos segurados por nossas afeições e cobiça, por
isso é necessário valorizar a vida celestial como ela merece, para que saibamos a quão
grande custo ela foi comprada para nós.
E é por isso que está aqui narrado para nós que o nosso Senhor Jesus Cristo não só esteve
disposto a sofrer a morte e ofereceu a Si mesmo como sacrifício para apaziguar a ira de
Deus, Seu Pai, mas, a fim de que Ele seja real e totalmente nossa garantia, Ele não Se re-
cusou a arcar com as agonias que estão preparadas para todos aqueles cujas consciências
os desaprovam e que sentem-se culpados de morte eterna e condenação diante de Deus.
Notemos bem, então, que o Filho de Deus não Se contentou apenas em oferecer a Sua
carne e sangue, e submetê-los à morte, mas Ele quis em medida completa comparecer pe-
rante o tribunal de Deus, Seu Pai, em nome e pessoa de [...] pecadores, estando, então,
pronto para ser condenado, na medida em que Ele carregou o nosso fardo. E não precisa-
mos mais ter vergonha, uma vez que o Filho de Deus Se expôs a tal humilhação. Não é
sem motivo que São Paulo nos exorta ao seu exemplo de não ter vergonha da pregação
da cruz; por mais tolo que possa ser para alguns e uma pedra de tropeço para muitos. Pois,
quanto mais nosso Senhor Jesus Se humilhou, mais nós vemos que as ofensas com as
quais estamos em dívida para com Deus não poderiam ser abolidas a menos que Ele fosse
humilhado até o último grau. E, de fato, sabemos que Ele foi feito fraco, a fim de que fôsse-
mos fortalecidos pela Sua virtude, e que Ele está disposto a arcar com todos os nossos so-
frimentos, exceto o pecado, para que hoje Ele possa estar pronto para nos ajudar. Pois se
Ele não tivesse sentido em Sua Pessoa os medos, as dúvidas e os tormentos que sofremos,
Ele não seria tão inclinado a ser misericordioso para conosco, como Ele é. Diz-se que um
homem que não sabe o que é fome nem sede não será movido pela compaixão ou humani-
dade para com aqueles que passam por isso, pois ele sempre teve a vida fácil e viveu em
seus prazeres. Agora, é verdade que Deus, embora em Sua natureza não carregue nenhu-
ma das nossas paixões, não deixa de ser humano em relação a nós, porque Ele é a fonte
de toda bondade e misericórdia. No entanto, a fim de que possamos ter a certeza de que o
nosso Senhor Jesus conhece nossas fraquezas, a fim de aliviar-nos delas, e que possamos
chegar muito mais corajosamente a Ele e possamos falar com Ele mais familiarmente, o
Apóstolo diz que por causa disso Ele estava disposto a ser tentado como nós.
Assim, então, temos que perceber no texto que lemos que, quando o Senhor Jesus veio a
este vilarejo do Getsêmani, e até mesmo no monte das oliveiras, que isso era para oferecer
a Si mesmo como um sacrifício voluntário. E em que Ele quis cumprir o ofício e a carga que
estavam destinados a Ele. Pois, por que Ele assumiu nossa carne e natureza, a não ser
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para reparar toda a nossa revolta por meio de Sua obediência, adquirir para nós a justiça
plena e perfeita diante de Deus, Seu Pai? E ainda Ele chegou a apresentar-Se para a morte,
porque não podemos ser reconciliados nem podemos apaziguar a ira de Deus, que tinha
sido provocada pelo pecado, a não ser por Sua obediência.
Esta, então, é a razão pela qual o Filho de Deus veio corajosamente para o lugar onde Ele
sabia que Judas iria encontrá-lo. E, assim, nós sabemos que era necessário, uma vez que
o nosso pai Adão, por sua rebelião, arruinou a todos nós, que o Filho de Deus, que tem o
controle soberano sobre todas as criaturas, deve submeter-Se e assumir a condição de
servo, como também Ele é chamado tanto um Servo de Deus e de todos os Seus. E é
também por isso que São Paulo, mostrando que devemos ter algum apoio para invocá-lO
em plena confiança de que seremos ouvidos como Seus filhos, diz que pela obediência de
nosso Senhor Jesus Cristo, somos reconhecidos como justos. Pois, isso é como um manto
que cobre todos os nossos pecados e ofensas, de modo que algo que poderia nos impedir
de obter a graça não é levado em conta diante de Deus.
Mas, por outro lado, vemos que o preço de nossa redenção foi muito caro, quando o nosso
Senhor Jesus Cristo está em tal agonia que Ele sofre os terrores da morte, de fato, até que
o suor seja como gotas de sangue pela qual Ele está, por assim dizer, fora de si, orando,
que se fosse possível que Ele pudesse escapar de tal aflição. Quando vemos isso, é o
suficiente para nos trazer ao conhecimento de nossos pecados. Não há possibilidade de
embalar-nos para dormir aqui por lisonja quando vemos que o Filho de Deus está
mergulhado em tal extremidade que parece que Ele está na profundidade do abismo. Se
isso tivesse acontecido apenas para um homem justo, poderíamos ser tocados, é claro,
porque era necessário que um pobre inocente padecesse por nosso resgate como aconte-
ceu com o Filho de Deus. Mas aqui está Aquele que é a Fonte da Vida, Quem Se sujeita à
morte. Aqui está Aquele que sustenta todo o mundo pelo Seu poder, Quem foi feito fraco a
este ponto. Aqui está Aquele que livra as criaturas de todo o medo, Quem tem que passar
por tal horror. Quando, então, é declarado para nós que seria algo tolo, se cada um de nós
não meditarmos sobre isso, e, não revoltássemos contra nossas falhas e iniquidades, não
tivéssemos vergonha diante de Deus, suspirando e gemendo, e até mesmo se por esses
meios não fôssemos levados a Deus com arrependimento verdadeiro.
Agora é impossível que os homens tornem-se retamente convertidos a Deus a menos que
eles estejam condenados em si mesmos e que tenham reconhecido o terror e a agonia da
maldição que está preparada para eles, a menos que eles sejam restaurados pela graça de
Deus. Mas, novamente, para melhor compreender o todo, é dito que o nosso Senhor Jesus
levou apenas três dos seus discípulos e deixou a companhia dos outros apóstolos há uma
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boa distância, e novamente, Ele não levou os três por todo o caminho com Ele, mas orou a
Deus, Seu Pai, em segredo.
Quando vemos isso, devemos notar que o nosso Senhor Jesus não tinha companheiro
quando ofereceu a Si mesmo como um sacrifício por nós, mas sozinho Ele completou e
cumpriu o que foi necessário para a nossa salvação. E mesmo que seja novamente melhor
indicado para nós, quando os discípulos dormem, e nem sequer podem ser despertados,
ainda que já houvessem sido avisados tantas vezes que a hora se aproximava em que nos-
so Senhor Jesus teria de sofrer pela redenção da humanidade, e que Ele lhes havia exorta-
do por três ou quatro horas, nunca deixando de declarar-lhes que a Sua morte se aproxima-
va. Por mais verdadeiro que tudo fosse, eles não deixam de dormir. Nisto é mostrado para
nós como em um retrato vívido de que era necessário que o Filho de Deus suportasse nos-
sos fardos, pois Ele não poderia esperar outra coisa. E isso é a fim de que nossa atenção
seja fixada de forma a não vaguear em pensamentos, como vemos os pobres incrédulos
que não podem fixar a sua atenção sobre o nosso Senhor Jesus Cristo, mas que imaginam
que eles devem ter protetores e defensores, como se houvesse muitos redentores. E nós
vemos até mesmo as blasfêmias que são a regra neste perverso Papado, que os méritos
dos santos são invocados para ajudar a morte e a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo,
para que, desta forma, sejamos libertados e absolvidos diante de Deus. Mesmo se houves-
se, dizem eles, a remissão geral, tanto quanto a culpa do pecado original, bem como de
nossos próprios pecados; ainda assim deve haver uma mistura e o sangue de Jesus Cristo,
não é suficiente se não for complementado com o sangue dos mártires, e nós devemos ter
o nosso refúgio neles, a fim de ter o favor de Deus. Quando o Diabo tem, assim, se soltado
devemos muito mais estar vigilantes para que nos apeguemos ao nosso Senhor Jesus
Cristo, sabendo que somente nEle encontraremos a plena perfeição da salvação. E é por
isso que é dito, nomeadamente, pelo profeta Isaías que Deus ficou maravilhado, vendo que
não havia nenhuma ajuda em qualquer outro lugar.
Agora, é verdade que Deus bem sabia que somente Ele deveria aperfeiçoar a nossa salva-
ção, mas é para que possamos nos envergonhar, e que não sejamos hipócritas como se
nós trouxéssemos alguma coisa para ajudar na remissão dos nossos pecados e fazer com
que Deus nos receba em Sua graça e amor, para que não corramos de um lado para o
outro para encontrar mediadores. Então, que tal ideia possa ser banida, diz-se que Deus
tem usado o seu próprio braço, e que Ele já completou tudo por Sua justiça, e Ele não
encontrou ninguém para ajudá-lo. Ora, isso é declarado para nós com extrema clareza
quando se diz que três dos discípulos, aqueles que eram a flor entre todos, estavam dor-
mindo lá como pobres feras e que não havia nada mais do que a estupidez brutal neles, o
que é uma monstruosidade contra a natureza ver que eles dormiam em um momento tão
fatal. Em seguida, a fim de que a nossa confiança seja afastada de todas as criaturas e que
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seja totalmente centrada em nosso Senhor Jesus Cristo, se diz que Ele avançou para o
combate. Além de se dirigir a Deus, Seu Pai, Ele também nos mostra o remédio para nosso
alívio de todas as nossos agonias, para amenizar nossas dores, e até mesmo para nos
elevar acima delas, mesmo que estejamos, por assim dizer, afundados sob elas. Pois se
estamos perturbados e em agonia, sabemos que Deus não é chamado em vão de Pai da
Consolação. Se, então, nós estamos separados de Deus, onde vamos encontrar a força, a
menos que seja nEle? Vemos, no entanto, que Ele não quis Se poupar quando precisamos
dEle. Por isso, é o Filho de Deus que nos conduz por Seu exemplo ao verdadeiro refúgio
quando estamos em sofrimento e agonia.
Entretanto, observemos também a forma de oração que Ele usa: “Pai, se é possível, afasta
de mim esse cálice”, ou esta bebida, pois é uma figura de linguagem quer Ele fale de uma
taça ou de um copo, porque a Escritura chama as aflições de bebidas amargas, a fim de
que possamos saber que nada acontece por acaso, mas que Deus como um pai de família
distribui a cada um de seus filhos a sua parte, ou como um mestre aos seus servos, assim,
Deus mostra que é dEle e por Sua mão que eles são açoitados e aflitos, e também quando
recebemos as coisas boas, que elas procedem de Sua imerecida bondade amorosa e Ele
nos dá o tanto quanto Ele quer nos dar. Agora de acordo com esta forma de proceder,
nosso Senhor Jesus diz que a morte é para Ele uma bebida tão amarga que Ele preferiria
que fosse tirada dele, isto é, “se fosse possível”. É verdade que se poderiam levantar aqui
muitas perguntas, pois isso poderia parecer que por um instante Jesus Cristo esquecera a
nossa salvação, ou, ainda pior, que abandonando a luta Ele quis nos entregar a um estado
de perdição por conta do terror que Ele sentiu.
Agora, isso não estaria de acordo com o que dissemos. E até mesmo o amor que Ele nos
mostrou seria muito obscurecido. Mas não temos de entrar em qualquer disputa tão sutil,
porque sabemos que o sofrimento, por vezes, arrebata tanto o espírito de um homem que
ele não pensa em nada; mas ele está tão pesaroso pelo sofrimento presente que ele deixa
isso derrubá-lo e não se importa com os meios para poder restaurar a si mesmo. Quando,
então, estamos, temporariamente fora de nós mesmos isso não quer dizer que todo o resto
é completamente apagado de nossos corações e que não temos afeto. Como, por exemplo,
aquele que vai pensar em alguma aflição da Igreja, especialmente uma aflição particular,
vai orar a Deus como se o resto do mundo fosse para ele como nada. Agora isso quer dizer
que ele se tornou desumano e que ele não se preocupa com seus irmãos que também têm
necessidade de que ele ore por eles? Não por isso, mas é que esse sentimento arrebata-o
com tal veemência que ele se esquece de todo o mais por um tempo.
Até mesmo Moisés pediu para ser retirado do livro da vida. Se quiséssemos criar polêmicas
sobre isso diríamos que Moisés está blasfemado contra Deus por falar como se Ele fosse
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mutável. Pois aqueles a quem Deus escolheu para a vida eterna nunca podem perecer.
Assim, parece que Moisés luta aqui contra Deus e que ele quer fazer dEle alguém à nossa
semelhança, cujo conselho e fala muda com frequência. E então que honra ele dá a Deus
quando ele sabe que é um de Seus eleitos, e ele sabe que Deus o havia marcado desde a
infância a ser comprometido com uma carga tão excelente como ser um líder de Seu povo
e ainda assim ele pede para ser, por assim dizer, rejeitado e exterminado por Deus? E a
que isso leva? Pode-se, então, discutir muito. Mas a solução é fácil, em que Moisés, com
um zelo tão ardente pela salvação das pessoas, vendo também a ameaça terrível que Deus
havia pronunciado com a boca, esquece a si mesmo por um pouco de tempo e por um mi-
nuto, apenas pede que ele possa ajudar seu povo. Para este estado de espírito, nosso Se-
nhor Jesus tinha sido levado. Pois, se tivesse sido necessário que Ele sofresse uma
centena de mortes, até mesmo um milhão, é certo que Ele teria sido preparado ante-
riormente. Mas porque que Ele quis, não tanto por Si como por nós, suportar as agonias
que O mergulharam até aquele ponto, como vemos.
Agora para complementar. Se alguém perguntar como Jesus Cristo, que é inteiramente jus-
to, que foi o Cordeiro sem mancha, e quem tem sido ainda a regra e espelho de toda a justi-
ça, santidade e perfeição, tem uma vontade contraditória à de Deus; a resposta para isso
é que Deus tem em Si mesmo toda a perfeição da retidão, enquanto que os anjos, por mais
que estejam em conformidade com a vontade de Deus e sejam totalmente obedientes a
Ele, no entanto, têm uma vontade independente. Pois, por mais que sejam criaturas, eles
podem ter afeições que não pertencem por direito a Deus. Quanto a nós, que estamos
cercados por essa massa de pecado, estamos tão sobrecarregados que estamos longe da
vontade de Deus, pois em todos as nossas afeições há algum excesso, há ainda a rebelião
manifesta muitas vezes. Mas se considerarmos o homem na sua integridade, ou seja, sem
esta corrupção do pecado, mais uma vez, é certo que ele terá suas afeições à parte de
Deus, e ainda assim eles não vão por conta disso ser viciosos. Como quando Adão ainda
não havia se pervertido, mas permanecia na propriedade e condição em que ele havia sido
criado, aconteceu que ele sentia tanto o quente quanto e frio, e ele teve de suportar tanto
ansiedades quanto medos e coisas semelhantes.
Foi assim que aconteceu com o nosso Senhor Jesus Cristo. Sabemos que em todos os
seus sentimentos Ele não tinha nem mancha e nem defeito, que em tudo Ele foi governado
por obediência a Deus, mas ainda assim Ele não estava impedido (porque Ele tomou a
nossa natureza) de ser exposto tanto ao temor, e este horror de que é agora falado, quanto
a ansiedades, e coisas semelhantes. Nós não somos capazes de perceber isso em nós
mesmos, como que em águas turbulentas, alguém não consegue distinguir nada. Assim,
os afetos humanos nos fazem ir de um lado para o outro para nos dar essas emoções que
precisam ser contidas por Deus. Mas, como os homens, sendo descendentes de Adão, são
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como um lamaçal, onde há mais e mais infecção misturada a ponto de não podermos
contemplar o que esta paixão do nosso Senhor Jesus Cristo deve ter sido, se a julgarmos
pela nossa própria pessoa. Pois, mesmo se tivermos um bom objetivo e uma afeição
correta, em si, e aprovada por Deus, ainda assim, sempre falta algo. Não é uma coisa boa
e santa, quando um pai ama seus filhos? E aí pecamos novamente. Pois não há nisto regra
ou moderação, como é exigido. Pois, quaisquer virtudes que haja em nós, Deus nos mostra
vícios nelas a fim de que todo o orgulho possa ser mais humilhado e que tenhamos ainda
mais ocasião para inclinar nossas cabeças, até estarmos constrangidos com vergonha, já
que até mesmo o bem é corrompido pelo o pecado que habita em nós e do qual estamos
excessivamente cheios.
Além disso, na medida em que nosso Senhor Jesus Cristo está em causa (como já
dissemos) não devemos nos surpreender se Ele tinha (na medida em que Ele era homem)
uma vontade diferente da de Deus Pai, mas por conta disso não devemos julgar que aqui
houve qualquer vício ou transgressão nEle. E mesmo nisso (como já observamos) vamos
ver o amor inestimável que Ele carregava por nós quando a morte era para Ele tão terrível
e, no entanto, Ele se submeteu a ela por Seu próprio prazer. E mesmo que Ele não tivesse
tido qualquer repugnância a ela, e mesmo que sem relutância Ele provasse do cálice, sem
sentir qualquer amargura, que tipo de redenção teria sido essa? Pareceria como se tivesse
sido apenas uma brincadeira, mas quando aconteceu que o nosso Senhor Jesus Cristo
suportou tais agonias foi um sinal de que Ele nos amou a tal ponto que Ele esqueceu até
de Si próprio e sofreu toda a tempestade que caiu sobre Sua cabeça, a fim de que
pudéssemos ser libertos da ira de Deus.
Agora ainda falta notar que quando o Filho de Deus agonizava de tal maneira, isso não era
porque Ele teve que deixar o mundo. Pois, se tivesse sido apenas a separação do corpo da
alma, com os tormentos que ele teve que suportar em Seu corpo, isso não O teria levado a
tal ponto. Mas é preciso observar a qualidade da sua morte e até mesmo rastrear sua ori-
gem. Pois a morte não é apenas para dissolver o homem, mas para fazê-lo sentir a maldição
de Deus. Além do fato de que Deus nos leva para fora deste mundo e que somos aniquila-
dos no que diz respeito a esta vida, a morte é para nós uma entrada, por assim dizer, para
o abismo do inferno. Nós estaríamos alienados de Deus e destituídos de toda a esperança
de salvação, quando é falado de morte para nós, a menos que tenhamos esse remédio, a
saber, que o nosso Senhor Jesus Cristo a suportou por nossa causa, a fim de que agora, a
ferida que estava ali não será fatal. Pois, sem Ele nós estaríamos tão assustados com a
morte que não haveria mais esperança de salvação para nós, mas agora o aguilhão dela é
quebrado. Mesmo o veneno é tão purificado que a morte ao nos humilhar, serve hoje como
remédio e não é mais fatal, agora que Jesus Cristo bebeu todo o veneno que estava nela.
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Isto, então, é o que devemos ter em mente, que o Filho de Deus ao clamar: “Meu Pai, se é
possível, passe de mim este cálice”, considera não apenas o que Ele tinha que sofrer em
Seu corpo, nem a desgraça dos homens, nem o fato de deixar a terra (pois isso foi fácil
para Ele), mas Ele considerou que estava diante de Deus e diante do Seu trono judicial
para responder por todos os nossos pecados, para ver ali todas as maldições de Deus que
estão prontas para cair sobre nós. Pois, mesmo que haja apenas um único pecador, o que
seria a ira de Deus? Quando se diz que Deus é contra nós, que Ele quer mostrar o Seu
poder para nos destruir, ai! onde estamos, então? Ora, era necessário que Jesus Cristo
lutasse não somente contra tal terror, mas contra todas as crueldades que alguém poderia
infligir. Quando, então, vemos que Deus convoca todos aqueles que têm merecido a
condenação eterna e que são culpados de pecado e que Ele está lá para pronunciar a
sentença, como eles têm merecido, quem não conceberia em plena medida todas as
mortes, dúvidas e terrores que poderiam estar em cada um? E que profundidade haverá
nisso! Agora era necessário que o nosso Senhor Jesus Cristo, por Si mesmo, sem ajuda
sustentasse tal fardo. Então, julguemos o sofrimento do Filho de Deus por sua verdadeira
causa. Voltemos agora ao que nós já discutimos, isto é, que em um aspecto, podemos
perceber o quão cara a nossa salvação foi para Ele e quão preciosas eram as nossas almas
para Ele, quando Ele esteve disposto a ir a tal extremo por amor de nós; e sabendo o que
merecíamos olhemos para o que teria sido a nossa condição se não tivéssemos sido
resgatados por Ele. E ainda nos alegremos pelo fato de a morte não tem mais poder sobre
nós que possa nos ferir. É verdade que sempre estamos naturalmente temendo a morte e
fugindo dela, mas ela nos faz pensar nesse benefício inestimável que foi adquirido para nós
pela morte do Filho de Deus. Isto é, a fim de fazer-nos sempre considerar o que é a morte
em si mesma, como ela envolve a ira de Deus, e é, por assim dizer, o abismo do inferno.
Além disso, quando temos que lutar contra esse medo devemos saber que nosso Senhor
Jesus Cristo proveu por todos aqueles medos para que, em meio à morte, possamos estar
diante de Deus com as cabeças erguidas.
É verdade que nós temos que nos humilhar diante de todas as coisas, como já disse, isso
é muito necessário, a fim de que odiemos os nossos pecados e estejamos descontentes
conosco mesmos para sermos tocado pelo juízo de Deus, para nos assombrarmos com
ele. Contudo, temos de levantar a cabeça quando Deus nos chama para Si mesmo. E esta
é também a coragem que é dada a todos os crentes! Assim, vemos que São Paulo diz,
Jesus Cristo preparou uma coroa para todos aqueles que esperam por Sua vinda [veja 2
Timóteo 4:8]. Se, então, não temos mais esperança de vida ao vir perante o Juiz celestial,
é certo que seremos rejeitados por Ele e que Ele não nos conhecerá, até mesmo nos
negará, por mais que professemos o Cristianismo.
Agora, não podemos realmente esperar por nosso Senhor Jesus Cristo, a menos que
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tenhamos entendido e estivermos convencidos de que Ele assim lutou contra os terrores
da morte, e que, no entanto, estamos libertos deles e que a vitória foi obtida para nós. E
mesmo que nós tenhamos que lutar para nos fazer sentir a nossa enfermidade, para nos
fazer procurar refúgio em Deus, sempre, para nos conduzir a uma verdadeira confissão de
nossos pecados, para que apenas o próprio Deus seja justo, ora, é verdade que temos a
certeza que Jesus Cristo tanto combateu que conquistou a vitória não para Si mesmo, mas
para nós, e não devemos duvidar de que por meio dEle podemos agora superar todas as
ansiedades, todos os medos, todas os desânimos e que podemos invocar a Deus, sendo
assegurados que sempre Ele tem Seus braços estendidos para nos receber para Si mesmo.
Isto, então, é o que devemos considerar: para que saibamos que não é um ensinamento
especulativo que o nosso Senhor Jesus suportou os terrores horríveis da morte, porquanto
Ele sentiu que estava lá diante do nosso Juiz e Ele era a nossa Garantia, de modo que hoje
podemos em virtude de Sua luta, vencer sobre toda a nossa enfermidade e persistir
constantemente invocando o nome de Deus, não duvidando em nenhum momento que Ele
nos ouve, e que em Sua bondade Ele está sempre pronta para nos receber para Si mesmo
e que, por isso significa que vamos passar por ambas, a vida e a morte, através da água e
do fogo, e vamos sentir que não é em vão que o nosso Senhor Jesus lutou para conquistar
essa vitória para todos aqueles que vêm a Ele pela fé. Isso é, então, em uma palavra, o
que temos que ter em mente.
Entretanto, agora, vemos como devemos lutar contra nossas paixões, e se não o fizermos,
é impossível para nós movermos um dedo pelo que não provocaremos em plena medida a
ira de Deus. Pois, contemplem o nosso Senhor Jesus Cristo, que é puro e íntegro, como já
declarado. Se alguém perguntar qual era a Sua vontade, é verdade que era fraca como a
vontade de um homem, mas não era viciosa como a vontade daqueles que estão corrom-
pidos em Adão, pois não havia uma única mancha de pecado nEle. Eis, então, um homem
que está isento de todos os vícios. Mas, por mais que seja assim, ainda é necessário que
Ele esvazie a Si mesmo e que Ele se esforce ao limite e que, finalmente, renuncie a Si
mesmo, e que Ele coloque tudo isso sob os pés, para render obediência a Deus, Seu Pai.
Vejamos agora o que será de nós. Quais são as nossas paixões? E os nossos pensamen-
tos? Todos esses são inimigos que lutam contra Deus, como diz São Paulo. Aqui Deus
declara que somos totalmente perversos e que tudo o que o homem pode imaginar, é ape-
nas falsidade e vaidade. Mesmo a partir de nossa infância, mostramos que estamos envol-
tos na infecção completa do pecado. Filhinhos vindos ao mundo, embora tragam malícia
aparente, nem sempre deixam de ser pequenas serpentes cheias de veneno, malícia e
desprezo. Nisto nós realmente percebemos o que está em nossa natureza, mesmo desde
o início. E quando nos tornamos de idade, o que somos, então? Somos (como já disse) tão
maus que nós não sabemos como conceber um único pensamento que não é maldoso, e
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ao mesmo al que se rebela contra Deus, de modo que não sabemos se nos aplicamos a
isto ou aquilo, uma vez que sempre nos desviamos da verdadeira norma, mesmo se não
chegarmos a um confronto com Deus de uma forma provocativa. Que luta, então, é neces-
sária para atrair-nos de volta para o bem! Quando vemos que o nosso Senhor Jesus, em
quem não havia nada além de sinceridade e retidão, teve que ser sujeito a Deus Seu Pai,
até mesmo a renunciar a Si mesmo, não é importante que nós devamos nos entregar intei-
ramente a Ele?
Então, aprendamos a lutar mais bravamente. Entretanto, vendo que não somos capazes —
e que todos os nossos poderes e faculdades tendem para o mal e que não temos uma única
partícula de bem em nossa natureza e que há uma tal fraqueza que seríamos vencidos uma
centena de vezes a cada minuto — venhamos Àquele que Se fez fraco para que possamos
ser preenchidos com o Seu poder, como diz São Paulo. Em seguida, assim é que, então, o
nosso Senhor Jesus Cristo renunciou a Si mesmo, para que possamos aprender a fazer o
mesmo, se quisermos ser Seus discípulos. Vendo que não somos capazes por si mesmos
para termos sucesso nisso, mas que sempre tendemos a ir pelo caminho errado, oremos
para que pela virtude do Seu Espírito Santo Ele possa nos governar e nos fazer fortes.
Como se diz, Ele sofreu na fraqueza de Sua carne, mas em virtude do Seu Espírito Ele foi
ressuscitado dentre os mortos, a fim de que sejamos participantes da luta que Ele sofreu e
que nós possamos perceber o efeito e a excelência de Seu poder em nós. Este, então, em
resumo, é o que temos que lembrar quando se diz que Cristo renunciou toda a Sua vontade,
a fim de submeter-Se totalmente a Deus, Seu Pai.
Outrossim, temos sempre que lembrar que o Filho de Deus não veio aqui propor a Si mesmo
para ser apenas um exemplo e um espelho, mas Ele quer nos mostrar quão cara a nossa
salvação Lhe custou. Pois, o Diabo, desejando obscurecer a infinita graça de Deus que foi
mostrada a nós em nossa redenção, disse que Jesus Cristo foi apenas, por assim dizer, o
modelo de todas as virtudes. Contemplem como os fingidos lamuriosos em toda a visão
Papal o balbuciam. Não somente eles não sabem como deduzir o que a obediência é, nem
o que é autorrenúncia, mas eles dizem, o que o escritor do Evangelho diz de Jesus Cristo
é a fim de que possamos imitá-lO e para que sejamos conformados com Ele. Agora isso é,
com certeza, alguma coisa, mas não é tudo, nem mesmo a coisa principal. Pois, um anjo
poderia muito bem ter sido enviado para que pudéssemos tê-lo imitado, enquanto Jesus
Cristo foi o Redentor do mundo, e submeteu-se, e foi objeto por Sua livre e espontânea
vontade dessa condição tão miserável, como vemos aqui. Devemos sempre reconhecer
que não encontramos nada em nós que possa nos dar esperança de salvação. E, portanto,
devemos buscar nEle o que nos falta. Pois nós nunca podemos obter a graça de Deus, nem
nos aproximarmos dEle a menos que chegamos a Jesus Cristo como pobres mendigos, o
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que não pode ser feito até que tenhamos reconhecido a nossa pobreza e a nossa misera-
bilidade, em resumo, que nos falta tudo.
Isto, então, é o que temos que ter em mente a fim de que, depois de ter ouvido que toda a
perfeição da nossa vida é tornar-nos obedientes a Deus, e depois renunciar nossas afei-
ções e pensamentos e toda a nossa natureza para estarmos de acordo com Ele, também
depois de ter ouvido que devemos pedir a Deus o que nós não possuímos, saibamos que
o nosso Senhor Jesus Cristo nos é dado não apenas como um exemplo, mas Ele plenamen-
te declarou-nos que se estamos separados dEle nossa vida necessariamente é maldita e
quando na morte vemos a profundidade de miséria, que veremos o poço da ira de Deus
pronto a nos engolir e que não seremos apreendidos com um único terror, mas com um
milhão, e que todas as criaturas clamam por vingança contra nós. Portanto, temos de sentir
tudo isso, então, a fim de reconhecermos os pecados, e gemermos, e sermos constrangidos
em nós mesmos, e que tenhamos um desejo e a coragem de vir a Deus com uma verdadei-
ra humildade e arrependimento, e que devemos apreciar a bondade e a misericórdia de
nosso Deus, como está visto aqui e que devemos abrir a boca para dar-Lhe um sacrifício
de louvor, e que devemos nos afastar das artimanhas de Satanás, que tem suas redes
espalhadas para nos manter no mundo, e que nós também deixemos nossas conveniências
e nossos confortos, a fim de aspirar a essa herança que foi comprada para nós a tal preço.
E desde que no próximo Dia do Senhor receberemos a Santa Ceia, e porque Deus, depois
de ter aberto para nós o Reino dos Céus, apresenta-nos aqui um banquete espiritual para
que sejamos ainda mais tocados por este ensinamento: De fato, quando nós comemos e
bebemos diariamente para reestabelecermos nossas forças, Deus declara suficientemente
para nós que Ele é o nosso Pai e que Ele cuida de nossos frágeis corpos terrestres, de mo-
do que não se pode comer um pedaço de pão sem ter o testemunho de que Deus cuida de
nós, mas, na Ceia do Senhor há uma razão especial. Porque Deus não enche nossos estô-
magos nela, mas Ele nos transporta para o Reino dos Céus. Ele coloca diante de nós o
nosso Senhor Jesus, seu Filho por comida e bebida. Jesus Cristo não está satisfeito apenas
em receber-nos em Sua mesa, mas Ele quer ser em todos os aspectos a nossa comida.
Ele nos faz sentir pelo efeito que Seu corpo é verdadeiramente carne para nós e Seu san-
gue, bebida. Quando, então, vemos que o nosso Senhor Jesus nos convida tão gentilmente
a Ele, não devemos ser o pior dos vilões, se não nos afastarmos daquilo que nos afasta
dEle? E mesmo que nós venhamos arrastando os pés, não fiquemos tristes por causa de
nossos vícios, a fim de nos aproximarmos de Deus e nos comprometermos na medida em
que será possível para nós, a nos separarmos deste mundo e aspirarmos ao Reino dos
Céus.
Então, que cada um observe que benefício a Santa Ceia deve conferir a nós. Pois vemos
que o nosso Senhor Jesus nos chama a Ele para participar da Sua morte e paixão, que
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devemos desfrutar do benefício que Ele adquiriu para nós e, por isso, significa que devemos
estar totalmente certos de que Deus declara que somos Seus filhos e que nós podemos
reivindicá-lO abertamente como nosso Pai. Tragamos uma fé verdadeira sabendo por quê
nosso Senhor Jesus foi enviado por Deus Pai, e o que o Seu oficio é, e como Ele ainda hoje
é o nosso Mediador como Ele sempre foi. Além disso, vamos buscar nos aproximar tanto
dEle, que isso possa ser dito não apenas para cada um de nós, mas para todos em geral.
Tenhamos concordância mútua e fraternidade entre nós, uma vez que Ele sofreu e suportou
a condenação que foi pronunciada por Deus Pai sobre todos nós. Por isso, vamos apontar
para isso, e deixar que cada um venha aqui não só por si mesmo (como já dissemos), mas
tente chamar a nossos companheiros para Ele, e deixe-nos assim exortar uns aos outros
sobre como caminhar firmemente, observando sempre que a nossa vida é como uma
estrada que deve ser trilhada até o fim, e que não devemos nos cansar no meio do caminho,
antes vamos nos aproveitar muito em nosso no dia a dia, e vamos nos dar ao trabalho de
nos aproximar daqueles que estão fora da estrada; que esta seja toda a nossa alegria, a
nossa vida, a nossa glória e contentamento, e deixe-nos ajudar uns aos outros assim até
que Deus nos congregue totalmente para Si mesmo.
Agora, prostremo-nos em humilde reverência diante da majestade do nosso Deus.
ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos
Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.
— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
Pink
Oração — Thomas Watson
Pacto da Graça, O — Mike Renihan
Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A — John Gill
Porção do Ímpios, A — J. Edwards
Pregação Chocante — Paul Washer
Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
Sangue, O — C. H. Spurgeon
Semper Idem — Thomas Adams
Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
Edwards
Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen
Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos
Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
Owen
Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink
Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.
Downing
Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.